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Distúrbio do ácido úrico


Ana Beatriz Galgaro 2023/2
Produto final do catabolismo das purinas

Distúrbio do ácido úrico 1


Hipouricemia
Concentração de urato sérico <2,0 mg/dℓ.

Relativamente frequente.

Aparece em 0,34% dos indivíduos normais e em 2,54% dos pacientes hospitalizados.

Não existem evidências que associem baixos níveis de ácido úrico à redução de sobrevida.

Encontrado em:

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1. Esclerose múltipla

2. Parkinson

3. Alzheimer

4. Neurite óptica.

Causa

Deficiência adquirida de xantina oxidase (p. ex., alopurinol).


Doença hepática.
Síndrome de Fanconi.
Diabetes (com glicosúria).
Tubulopatias proximais associadas à nefrotoxicidade.
Disfunção tubular proximal em acidose tubular distal tubular idiopática.
Secreção inapropriada de hormônio antidiurético (HAD).
Hiperalimentação parenteral total.
Hipouricemia familiar: mutações de SLC22A12 e SLC2A9.
Xantinúria hereditária: autossômica recessiva e cálculos de xantina.
Síndrome da imunodeficiência adquirida.
Nefrite intersticial aguda.
Síndrome da ativação macrofágica: em doenças reumáticas.

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Doença intracraniana.
Síndrome perdedora de sal cerebral (cerebral salt-wasting syndrome)

Medicamentos uricosúricos:

Ácido acetilsalicílico (> 2 g/dia)

Contraste radiológico

Ácido ascórbico

Calcitonina

Tetraciclina com data de vencimento ultrapassada

Glicerilguaiacolato

Sulfametoxazol-trimetoprima

Losartana

Benzobromarona

Atorvastatina

Fenofibrato

Hiperuricemia
Concentrações séricas de urato > 7,0 mg/dℓ. (início de precipitação de cristais de urato).

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Têm se tornado mais frequentes com um aumento de 70% no total, 40% entre as idades de 65 a 74 anos e 100% a mais em indivíduos com
idade superior a 75 anos.

22% dos homens com níveis >9,0 mg/dℓ desenvolvem gota durante um período de 5 anos.

Fatores: longevidade populacional, hipertensão, síndrome metabólica, obesidade, uso de diuréticos, modificações dos padrões alimentares,
doença renal e cardiovascular.

Fator de risco para: doença cardiovascular e associado a dislipidemia, hipertensão, acidente vascular cerebral e pré-eclâmpsia/eclâmpsia.

Quadro clínico
O espectro clínico de hiperuricemia abrange:

1.Fase assintomática
2.Gota aguda -> Reumatologia

3.Nefropatia hiperuricêmica familiar juvenil

4.Nefropatia aguda por ácido úrico - é caracterizada por IRA oligúrica ou anúrica decorrente da precipitação de ácido úrico nos túbulos renais.
Geralmente, esse tipo de IRA decorre da superprodução e superexcreção de ácido úrico em portadores de linfoma, leucemia ou outras doenças
mieloproliferativas, especialmente após quimioterapia ou radioterapia, devido à lise celular maciça.
5.Nefrolitíase por ácido úrico.

Hiperuricemia assintomática

Frequente

Não constitui propriamente doença

Multiplicidade de causas e associações

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Principais causas
Com produção aumentada:

Idiopática, dieta hipossódica, dieta com alto conteúdo de frutose (xarope de milho, açúcar, mel); Aumento do metabolismo dos ácidos
nucleicos (anemia hemolítica, doenças malignas hematológicas - linfoma, mieloma, leucemia. Etc

Combinado

Álcool, hipóxia sistemica ou tecidual, deficiência de glicose-6-fosfato: glicogenose tipo I, doença de von Gierke (autossômica recessiva)

Tratamento
Tratamento do distúrbio básico.
Modificação de fatores de risco e de estilo de vida.
Ajustes terapêuticos em casos de medicamentos.

Nefropatia aguda por ácido úrico


Representada por duas situações principais:

1 - Hipouricemia familiar e exercício vigoroso.

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2 - Síndrome da lise tumoral (SLT).
Característica principal: IRA oligúrica ou anúrica devido precipitação intratubular de ácido úrico.

Síndrome da lise tumoral

Resulta da liberação de eletrólitos ic/ac nucléicos de cels malignas lisadas por antineoplásicos ou espontaneamente (raro). Muito mais comum
em tm com cargas tumorais grandes e qm sensíveis que têm uma alta taxa proliferativa. Ocorre entre o 1º e o 5° dia após a qt, mas ou
espontaneamente antes do tratamento

Definição da S. da lise tumoral

Pelo menos dois critérios dos seguintes:

1.hiperuricemia ≥ 8 mg/dℓ ou aumento de 25% do valor basal


2.Hiperpotassemia ≥ 6 meq/ℓ ou aumento de 25% do valor basal

3.Hiperfosfatemia ≥ 4,5 mg/dℓ ou aumento de 25% do valor basal

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4.Hipocalcemia ≤ 7 mg/dℓ ou redução de 25% do valor basal.

SLT biológica (acima) mais um dos seguintes:

1. Manifestação renal: Lesão renal aguda.

2. Manifestação cardiovascular: Arritmia cardíaca ou morte súbita.

3. Manifestação neurológica: Convulsão.

Mecanismo de lesão

Elevação do AU → Precipitação nos túbulos renais → micro-obstrução e vasoconstrição → isquemia renal supra-regulação de citocinas
inflamatórias → Queda abrupta da TFG.

Outros fatores que levam a alteração da função renal ou piora dela:

Depleção do volume intravascular.

Liberação de toxinas associadas à neoplasia.

Nefrotoxicidade relacionado ao QT.

Doença renal prévia

Hiperuricemia prévia

Prevenção

Manter uma TFG adequada - SF 0,9%


Inibidores da xantina oxidase - Alopurinol

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Ácido úrico elevado antes do início da QT: rasburicase (urolítico)

Tratamento

1.Hidratação venosa agressiva


2.Inibição da xantina oxidase para evitar a produção adicional de ácido úrico

3.Rasburicase para baixar rapidamente os níveis de ácido úrico serico

4.Normalização do nível sérico de fósforo

5.Evitar a alcalinização urinária.


Em relação à síndrome de lise tumoral (SLT), marque a alternativa incorreta:
A) A insuficiência renal é secundária a precipitação de ácido úrico nos túbulos renais.

B) Entre as alterações laboratoriais mais comuns está a hipouricemia.

C) A hidratação endovenosa e alopurinol são importantes na prevenção da SLT.


D) Mais comum em tumores com cargas tumorais grandes, alta taxa proliferativa e sensíveis a QT.

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E a diálise?

Apesar da terapia preventiva, 3 a 5% dos pacientes de alto risco desenvolverão a nefropatia por urato. Após instalada, o tratamento da nefropatia
por urato inclui:
-Hidratação;
-Alcalinização da urina (diminui a precipitação dos cristais de urato);
-Diuréti cos: furosemida e/ou manitol;
-Alopurinol: 200 a 800mg/dia;
-Diálise, se não responder ao tratamento clínico.

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