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Injúria renal
Ana Beatriz Galgaro 2023/2
Injúria renal 1
É uma síndrome que se caracteriza por redução abrupta da filtração glomerular com consequente retenção de compostos nitrogenados (uréia,
creatinina) geralmente acompanhada por redução do volume urinário.
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Definição de acordo com os estágios (grau de comprometimento)
Diferenciar IRA de IRA sobreposta a DRC → Analisar história, valor da creatinina prévia, USGs indicando rins
pequenos e cicatriciais;
Nefropatia diabética, desordens infiltrativas, nefropatia por HIV ou doença renal policística podem -> rins de
tamanho normal ou aumentado
Anemia normocítica, hiperparatireoidismo, neuropatia periférica e amplos cilindros céreos no sedimento urinário
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Principais causas de IRA
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PRÉ- RENAL
perfusão renal prejudicada com resultante menor na pressão de FG
Causas
Perdas gastrointestinais
Perdas renais
DC reduzido (IC)
vasodilatação sistemica arterial - sepse, cirrose devido redistribuição do debito para leitos vasculares extrarrenais
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Sódio urinário baixo (< 20 mmol/L)
IRA pode ser precipitada por agentes que prejudicam a vasodilatação arteriolar aferente (agentes anti-inflamatórios não esteroidais [AINES]) ou
a vasoconstrição eferente (inibidores de enzima de conversão da angiotensina [ECA] e bloqueadores do receptor de angiotensina [BRA]).
Tratamento
Se houver falha em restaurar o fluxo sanguíneo renal (FSR) -> NTA isquêmica e injúria das células tubulares.
Nefropatia mesoamericana
Uma doença renal crônica prevalente na região mesoamericana, sem origem definida
Nefrite intersticial crônica de comunidade agrícolas
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RENAL
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Ocorre em cenários de ALTO RISCO, que incluem cirurgia vascular e cardíaca, queimaduras severas, pancreatite, sepse e doença hepática
crônica
Responsável pela maior parte dos casos de IRA ADQUIRIDA NO HOSPITAL e, na maioria das vezes, é o resultado de injúria isquêmica
ou nefrotóxica.
UTI: 2/3 dos casos de IRA são o resultado da combinação de perfusão renal prejudicada, sepse e agentes nefrotóxicos
Segmento S3 do túbulo proximal e a porção medular espessa ascendente são vulneráveis sobretudo à injúria isquêmica
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A oferta de O2 no rim é bem maior do que sua demanda.
Entre os fatores tubulares desenvolvedores de necrose tubular aguda estão o aumento de espécies reativas de O2
Fisiopatologia da IRA
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Fatores hemodinâmicos do desenvolvimento:
Envelhecimento/ DRC a autorregulação é anormal, ou seja, a perfusão renal é baixa também, por ação de angiotensina, prostaglandinas e
vasodilatadores.
Fatores vasculares na IRA isquêmica
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Causas específicas de IRA
Mecanismo: Diminuição da TFG por alteração hemodinâmica seja por doença cardiovascular aterosclerótica, DRC ou hipoperfisão renal (como
depleção de sódio, uso de diurético, hipotensão).
Mais raro quando ocorre por necrose papilar ou NIA
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Reversível em 2-7 dias depois da descontinuação com o fármaco.
IECA / BRA
IRA induzida hemodinamicamente no contexto de uma perfusão renal reduzida resultando na vasoconstrição prejudicada da arteríola eferente.
Ou por hipotensão, semelhante aos AINES deve ter patologias prévias. Tratados cronicamente.
Eliminados via filtração glomerular, e pode ocorrer toxicidade se a dose não for ajustada para a alteração da função renal subjacente
Liga-se na borda em escova e são endocitadas → Interfere no metabolismo energético da célula induzindo ao estresse oxidativo.
— IRA não oligúrica quase sempre ocorre com 7- 10 dias de tratamento com gentamicina
Fatores de risco adicionais para toxicidade: idade, doença renal preexistente, hipotensão, doença hepática, sepse
e nefrotoxinas concomitantes.
Anfotericina
Decréscimo na TFG.
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Hipocalemia e hipomagnesemia
Manutenção de alto fluxo urinário por infusão de salina durante a administração da anfotericina -> Evita Nefrotoxicidade.
A preparação lipossomal de anfotericina (mais cara), reduz a incidência de IRA em 50%
Terapia antiviral - A maioria dos outros agentes antivirais não são nefrotóxicos
Aciclovir → Tipicamente vista após administração de aciclovir intravenoso e pode ser resultado de toxicidade direta à célula tubular e à
formação de cristais intracelulares de aciclovir
O CIDOFOVIR é um análogo nucleosídeo, indicado no tratamento da retinite por citomegalovírus (CMV) em doentes com infecção por VIH.
O ADEFOVIR é um análogo nucleosídeo, indicado no tratamento da infecção ou da co-infecção (nos doentes infectados pelo VIH) pelo vírus da
hepatite B.
Acetaminofeno (paracetamol)
Varfarina
RNI > 3.
Obstrução dos túbulos renais por cilindros de células vermelhas do sangue.
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USO DE SUBSTANCIAS LICITAS EM ABUSO
Lesão renal aguda é uma condição comum naqueles que abusam de drogas e podem ser resultado de nefrotoxicidade da droga, infecção viral
coexistente, (vírus da imunodeficiência humana [HIV], HCV), sepse, endocardite infecciosa, rabdomiólise ou abuso de álcool
Tipos de IRA
1. NTA SÉPTICA
2. NTA NEFROTÓXICA
Uso de nefrotoxina em tempo suficiente para níveis séricos nefrotóxicos precedendo a IRA.
Ausência de outras causas possíveis.
São NÃO-OLIGÚRICAS.
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3. IRA POR GLOMERULOPATIAS
Uso de droga associada a NIA – Por ex., penicilinas, cefalosporinas, quinolonas, alopurinol, cimetidina, rifampicina
Forte suspeita clínica
Patologias frequentemente associadas: leptospirose, legionella, sarcoidose
Anúrica
oligúrica
Não oligúrica
Poliúrica
1. inicial
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b. Volume urinário pode estar normal ou diminuído
2. oligúrica
b. Vol. urinário <500 mℓ/dia é insuficiente para excretar as quantidades necessárias de soluto
c. Pacientes que se recuperam de uma LRA desenvolvem aumento da diurese após 10 a 14 dias do início da oligúria
3. poliúrica
d. Excreção urinária dos compostos nitrogenados não acompanha o aumento da excreção de sal e água, de modo que a concentração
plasmática de creatinina e ureia continua a aumentar.
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4. recuperação
PÓS RENAL
Pode ocorrer nos quadros de obstrução bilateral do fluxo urinário ou em um paciente com apenas um rim quando o único trato do fluxo
urinário é obstruído
UROPATIA OBSTRUTIVA: refere-se às alterações estruturais ou funcionais do trato urinário que impedem o fluxo de urina normal.
NEFROPATIA OBSTRUTIVA: refere-se à doença renal causada pelo distúrbio ao fluxo urinário ou de fluido tubular.
HIDRONEFROSE: dilatação das vias urinárias – não é sinônimo de uropatia obstrutiva, já que a primeira pode ocorrer sem obstrução funcional
do trato urinário e pode estar ausente em casos de obstrução estabelecida.
Extrarrenal
Hiperplasia prostática
Doenças retroperitoneais
Linfadenopatia.
Bexiga neurogênica
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Necrose papilar,
Coágulos de sangue
Carcinoma vesical
Intratubular
Cristalização intratubular de compostos como o ácido úrico, o oxalato de cálcio, o aciclovir, a sulfonamida e o metotrexato, bem como as
cadeias leves do mieloma, pode causar obstrução tubular
UMA CAUSA OBSTRUTIVA DEVE SER EXCLUÍDA PORQUE INTERVENÇÃO IMEDIATA PODE RESULTAR EM MELHORA OU
RECUPERAÇÃO COMPLETA DA FUNÇÃO RENAL
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Avaliação clínica e diagnóstico
Manifestações clínicas da IRA
Cárdio-respiratório: dispnéia, edema, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão, arritmias, pericardite, pleurite
Cutâneo: prurido.
Manifestações renais
Alteração no balanço de água: sobretudo nos pacientes em oligúria, nos quais o balanço hídrico positivo acumulado muito elevado pode
repercutir na respiração/ventilação e ter impacto na mortalidade.
Alteração do balanço de sódio: durante a fase oligúrica, o balanço positivo de sódio pode levar à expansão de volume, hipertensão e
insuficiência cardíaca. Nessa fase, acredita-se que a oferta de solução salina isotônica associada a um controle rigoroso de peso é suficiente
para equilibrar o balanço de sódio.
Alteração do balanço de potássio: a hiperpotassemia é a principal causa metabólica que leva o paciente com LRA ao óbito.
Outras alterações: alterações do balanço de cálcio (a hipocalcemia é o achado mais frequente), do balanço de fósforo (hiperfosfatemia é
frequente) e acidose metabólica.
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DETERMINAR A CAUSA → Excluir ou corrigir ambas as causas pré-renais e pós-renais
Embora o diagnóstico diferencial para IRA em pacientes hospitalizados seja vasto: necessita de historia cuidadosa, testes laboratoriais e exame
físico.
História clínica:
Evento ligado ao paciente internado → Procedimento cirúrgico, exposição a radiocontraste, exposição à medicação nefrotóxica
Exame físico
Diagnóstico laboratorial
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Acidose metabólica
Hipo ou hipernatremia,
Hiperpotassemia
Hipo ou Hipercalcemia
Hiperfosfatemia
Ultrassonografia com doppler (tamanho, forma, ecogenicidade, simetria, número de rins, obstrução/estenose vascular e uropatia obstrutiva).
Exames contrastados devem ser evitados.
Biópsia renal
Indicada apenas em casos selecionados. Estes incluem a causa desconhecida para o quadro, evolução atípica e/ou prolongada, suspeita de
nefrite intersticial, necrose cortical, doença ateroembólica, glomerulonefrites agudas ou rapidamente progressivas e vasculites.
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Detecção precoce da IRA
Alguns novos marcadores sericos e urinários estão sob investigação como potenciais marcadores precoces de IRA
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Prevenção da IRA
1. Estabeleça o nível basal de função renal por dosagem de creatinina
Pacientes com creatinina elevada apresentam maior possibilidade de desenvolver lesão renal após procedimentos de risco ou uso de drogas
nefrotóxicas.
Ht > 30%
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b. evitar associar drogas nefrotóxicas
Tratamento
EVITE HIPERHIDRATAÇÃO → Leva a edema, hipertensão, insuficiência cardíaca e disnatremia
PREVINA HIPERCALEMIA → ↓ ingestão de potássio; Evitar drogas que interfiram com a sua excreção.; Medidas para hipercalemia
PRECAUÇÕES EXTREMAS CONTRA PROCESSOS INFECCIOSOS → Evitar antibioticoterapia desnecessária; Quebras da barreira
cutâneo-mucosa (sondas, cateteres, etc); Pesquisa cuidadosa de focos infecciosos.
NUTRA O PACIENTE → Tente obter o balanço nitrogenado menos negativo possível através da administração de uma relação
calórico/protéica adequada.
Indicação de diálise
1. Anúria – se hipervolemia
5. Hipervolemia ( EAP)
8. Intoxicações exógenas
Hemodiálise
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Função: clareamento ou depuração de substancias do sangue
Controle de natremia
Controle de calemia
Controle de volemia
Controle de proteínas
Prescrição
Fluxo de sangue
Heparina
Fluxo dialisato
ultrafiltrado
Preferencias: VJD -> VFD -> VFE -> VJE -> SUBCLÁVIA
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Prognóstico
A lesão renal aguda está associada a:
Altos custos
Mortalidade excessiva
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No seu tipo mais severo (requerendo diálise agudamente), a IRA está associada à mortalidade, variando de 15% em pacientes com IRA isolada
até tão alta quanto 80% em pacientes criticamente doentes.
Estudos recentes ligaram a sobrevivência da IRA com o desenvolvimento da DRC ou de doença renal crônica em estágio terminal (DRET)
Um aumento na creatinina sérica de 0,3 mg/dl foi associado a maior risco de óbito
Uma grande coorte dos EUA encontrou a IRA estando associada a risco aumentado em 8x de DRET quando comparado a pacientes sem IRA
ou DRC
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