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* Principais doenças
- Necrose tubular aguda (NTA)
- Necrose de Papila
Obs: os 2% restantes que não são reabsorvidos representam as substâncias que se apresentam em excesso no
plasma, como água, eletrólitos e escórias nitrogenadas.
- É uma síndrome geralmente autolimitada: A função renal é recuperada entre 7 a 21 dias, se a causa base da NTA for
tratada.
* Bioquímica urinária
- É bem característica - Urina do paciente: ↑Na+ ↑H2O = Grande quantidade de sódio e água na urina
Obs: A lesão tubular pela NTA promove perda da capacidade de reabsorção do filtrado glomerular (composto
principalmente por sódio e água);
- FENa+ ELEVADA ou FRAÇÃO DE EXCREÇÃO DE SÓDIO ELEVADO (> 1%) – Parâmetro mais fidedigno para diferenciar
IRA pré renal de NTA.
- Osm URINÁRIA REDUZIDA ou OSMOLARIDADE URINÁRIA REDUZIDA (< 350 mOsm/L) – Isso representa a
incapacidade de reabsorção de água pelos túbulos renais e a consequente diluição abundante da urina.
- CILINDROS EPITELIAIS GRANULOSOS PIGMENTARES (se a clínica for compatível, é patognomônico de NTA)
* Qual é o mecanismo de insuficiência renal aguda (↓TFG) por NTA?
- 1. Feedback tubuloglomerular = Vasoconstricção da arteríola aferente do glomérulo
• No túbulo contorcido distal existe uma região específica denominada de mácula densa capaz de interagir com o a
arteríola aferente do glomérulo através do aparelho justaglomerular.
• Por meio da liberação de hormônios, o aparelho justaglomerular tem a capacidade de modular o tônus das células
musculares presentes no endotélio da arteríola aferente e consequentemente influenciar na perfusão do glomérulo.
- 2. Formação dos Plugs Obstrutivos Tubulares: Células necróticas geradas pelo dano renal se agregam e formam plugs
obstrutivos que bloqueiam a passagem do fluido tubular.
- 3. “Backleak” de Escórias Nitrogenadas: Após a necrose desenvolvida pelo dano renal, as células epiteliais tubulares
se descamam e deixam fendas nas paredes dos túbulos possibilitando o retorno de escórias nitrogenadas e outros
componentes de dentro do túbulo em direção ao vaso sanguíneo.
Obs: Taxa de filtração glomerular destes pacientes podem chegar até 5 mL/min = Necessidade de diálise
* Causas Isquêmicas de NTA
- Cursam com hipoperfusão renal
• Estes pacientes tem uma evolução bem demarcada:
Função Renal normal → Hipoperfusão renal → IRA pré renal → Necrose tubular aguda (NTA)
Obs: Caso a hipoperfusão renal for persistente após a IRA pré renal, vai ocorrer lesão isquêmica das células do
epitélio tubular e culminar na NTA.
- Choque circulatório
• Conjunto de sinais e sintomas que denotam a existência de redução do volume circulante efetivo (volume de sangue no
interior do leito arterial) causando mal perfusão tecidual generalizado. Portanto, todos os órgãos e tecidos do corpo,
incluindo o parênquima renal, se encontram agudamente mal perfundidos.
• Vasoconstrição das arteríolas pré glomerulares = A toxina promove vasoconstrição das arteríolas pré glomerulares
(isquemia intra-renal do túbulo).
Obs: Qual é o principal fator de risco para um paciente desenvolver NTA por contraste iodado?
Ser um nefropata prévio, principalmente em nefropatas diabéticos.
• Mioglobina (rabdomiólise)
* Tratamento
- Não há tratamento específico, ou seja, não há como acelerar a regeneração dos túbulos uma vez que eles tenham
sofrido necrose.
- Quando a NTA está instalada: Medidas de suporte (lembrar que é uma doença autolimitada, com recuperação dos
túbulos renais em 7 a 21 dias).
* Prevenção
- É o ideal a ser realizado através da resolução das causas precipitantes
• Causas isquêmicas: Restauração da perfusão renal
1) HCO3;
2) N-Acetilcisteína;
3) Manter euvolemia;
4) Formulação iso/hipo osmolar de contraste iodado em baixa dose.
• Apesar de aumentar o fluxo plasmático glomerular, o uso da dopamina em baixas doses demonstrou aumento da
mortalidade por NTA.
• Duração: 7 a 21 dias (ou até 12 meses quando o agente causal não é retirado)
• O edema intersticial promove um efeito compressivo provocando redução da luz do túbulo renal
• Processo inflamatório agudo → Edema intersticial → Efeito compressivo → ↓Luz do túbulo renal → ↓TFG
* Causas
- Fármaco induzida ou alérgica (PRINCIPAL CAUSA / PROVA) ****
• Reação alérgica à algum fármaco → Inflamação do parênquima renal de forma difusa e bilateral → IRA
- Pielonefrite (infecciosa) → Normalmente não cursa com IRA, pois na maioria das vezes acomete o rim
unilateralmente.
Obs: Pielonefrite que complica com quadro séptico tem maior probabilidade de desenvolver IRA.
- Autoimune/ idiopática
* Biópsia Renal
- Normalmente não é necessária, ou seja, o diagnóstico é clinico na maioria dos casos.
* Tratamento
- Para a maioria dos pacientes que apresentam a síndrome da nefrite intersticial aguda clássica não é necessária a
realização de biópsia e se deve instituir o tratamento empírico.
• NIA fármaco induzida: Retirada do medicamento causador
- Corticoide – Indicações:
- Suspeição de nefrite intersticial aguda fármaco induzida: Sinais e sintomas se manifestam após a INTRODUÇÃO
RECENTE de alguma droga listada acima (ex: IRA sem causa aparente, mas está em uso de Amoxicilina há 3 dias).
- Sinais e sintomas
• Introdução recente de um medicamento com potencial de promover nefrite intersticial aguda
• Rash cutâneo: Eritematoso máculo papular, principalmente em porções proximais de membros e tronco.
• Eosinofilúria* (presença de eosinófilos no EAS) - Presente somente em < 1/3 dos casos, mas é muito específico (não
patognomônico).
- Como identificar eosinófilos no EAS quando se suspeita de nefrite intersticial aguda fármaco induzida?
• COLORAÇÃO DE HANSEL (PROVA) – coloração para pesquisa de eosinófilos no EAS
- Exceção de medicamentos que promovem um quadro distinto de nefrite intersticial aguda fármaco induzida clássica:
• Quem são eles? AINES = Ibuprofeno/ Naproxeno/ Cetoprofeno
• Período de incubação é longo: As manifestações clínicas podem surgir tardiamente (meses a anos)
• É comum que ocorra manifestação de sinais e sintomas de SÍNDROME NEFRÓTICA (70% dos casos):
Proteinúria maciça + Hipoalbuminemia + Hipercolesterolemia + Edema generalizado
- Características
• Pequena quantidade de células inflamatórias (hipocelularidade)
Obs: Há hematúria não dismórfica + proteinúria subnefrótica (discreta) + piúria (cilindros leucocitários)
* Causas
- 1) Persistência da nefrite intersticial aguda → nefrite intersticial crônica
Obs: Lembrar que a NIA é potencialmente reversível quando há retirada do agente causador (geralmente fármaco
induzida) e corticoide.
• Nefropatia Analgésica
• Nefropatia Hipocalêmica
• Nefrocalcinose
• Saturnismo
cicatricial) e irreversível.
• Quando ocorre a substituição do parênquima renal por tecido fibrótico, pode-se dizer que a necrose tubular crônica
foi instaurada e é uma situação irreversível (lesão renal permanente).
* Nefropatia Analgésica
- Principal agente desencadeante: FENACETINA + AAS (Ácido Acetil Salicílico – aspirina)
• Fenacetina: Sua metabolização resulta na formação de um produto tóxico ao rim
• Nefropatia analgésica → Isquemia dos vasos retos da medula renal → Necrose de papila renal
Obs: Se verifica necrose de papila renal em várias outras entidades de doenças túbulo intersticiais
- Tomografia de abdômen (aspecto típico - PATOGNOMÔNICO): Parênquima atrofiado e lobulado, com calcificações
papilares (representam a necrose de papila em sua fase crônica).
- CARCINOMA UROTELIAL: Portadores de nefropatia analgésica tem maior incidência de carcinoma urotelial (ex: pelve
renal, bexiga e ureter).
* Nefropatia Hipocalêmica
- É uma nefropatia relacionada com uma HIPOCALEMIA (↓K+) GRAVE e PROLONGADA.
- Caso a correção da hipocalemia não seja feita de maneira precoce e efetiva, ocorre atrofia e fibrose IRREVERSÍVEL do
parênquima renal, culminando em IRC.
* Nefrocalcinose
- É uma calcificação do parênquima renal relacionada com uma HIPERCALCEMIA (↑Ca2+) PROLONGADA.
- Causas
• Sarcoidose
• Metástases Líticas
• Hipervitaminose D
• Mieloma Múltiplo
• Hiperparatireoidismo
- Diagnóstico
• Tomografia contrastatada de abdômen: Presença de calcificações renais difusas e bilaterais
• Biópsia Renal
- O paciente com nefrite intersticial crônica por saturnismo pode desenvolver GOTA SATURNINA
• NIC por saturnismo → Hiperuricemia crônica → Gota tofosa grave
- A papila renal é a estrutura MENOS PERFUNDIDA do parênquima renal e, portanto, mais propensa a sofrer isquemia.
- 1. Anemia Falciforme
• Hemoglobinopatia caracterizada por afoiçamento das hemácias
• Fatores precipitantes para afoiçamento das hemácias: Alterações de pH, de tonicidade e do conteúdo de O2
• Medula renal: Naturalmente tem baixa perfusão de oxigênio (hipóxia), é acídica e é hipertônica
↓
Local altamente propenso para afoiçamento das hemácias
↓
Quando as hemácias passam pela medula renal elas tomam forma de foice
↓
Obstrução dos vasos retos da medula renal
↓
Isquemia da medula renal
↓
Necrose de papila renal
• Obstrução → ↑P hidrostática nos cálices renais → ↑Vasoconstrição das papilas renais → Isquemia da papila renal
↓
Necrose de papila renal
- 3. Diabetes Mellitus: Nefropatia diabética → Lesão microvascular dos vasos retos → Necrose de papila renal
- 4. Nefropatia Analgésica: Fenacetina + AAS → Metabólito tóxico → Lesão dos vasos retos → Necrose de papila renal
* Diagnóstico
- Urografia Excretora Contrastada **: “Ring Shadow” ou sombras em anel – Demonstra as papilas necrosadas
* Sinais e Sintomas
- Pode ser aguda e fulminante dependendo da etiologia
• Comum na crise falcêmica e nefropatia obstrutiva associado com Infecção
• Nefropatia obstrutiva associado com Infecção → IRA pós renal (obstrução ureteral do tecido papilar necrosado)
- Pode ser insidiosa e crônico
• Comum na nefropatia analgésica → Perda da função renal progressiva
• Causa da glicosúria sem hiperglicemia: Ocorre diminuição da capacidade renal de reabsorção de glicose e, mesmo
com a glicemia normal, a capacidade de reabsorção de glicose renal é ultrapassada.
• Causas
- AMINOACIDÚRIAS HEREDITÁRIAS
• Função do TCP perdida: Perda da capacidade de reabsorção de aminoácidos específicos
• DOENÇA DE HARTNUP
- Sinais e sintomas
• Glicosúria renal
• Fosfatúria
- Sinais e sintomas
• POLIÚRIA E POLIDIPSIA
• (2) Rim aumenta a secreção de renina por meio do aparelho justa glomerular
Obs: Também há um aumento da produção de PROSTAGLANDINA E2 (↑PGE2) dentro do parênquima renal nos
casos mais graves.
- Níveis aumentados de PGE2 promovem disfunção renal e agrava os distúrbios hidroeletrolíticos existentes.
- Tratamento
• Espironolactona (antagonista do receptor da aldosterona) – Objetivo: ↓Aldosterona – OBRIGATÓRIO
- Sinais e sintomas
• ALCALOSE METABÓLICA HIPOCALÊMICA de mecanismo desconhecido – semelhante a síndrome de Bartter
• Célula intercalada do TC: Possui na sua membrana luminal a bomba H+ ATPase, responsável por secretar prótons H+
na urina.
• Na ATR tipo 1: Paciente tem dificuldade em secretar prótons H+ na urina, pois tem disfunção da bomba H+ ATPase
na célula intercalada do TC.
↓
Dificuldade em acidificar a urina
↓
Acidose Metabólica
• Na presença de acidose metabólica grave é de se esperar que ocorra acidificação da urina para tamponar o excesso
- Sinais e sintomas
• ACIDOSE METABÓLICA HIPOCALÊMICA: Lembrar que se há incapacidade de secretar íons H+ na urina, o cátion que
será secretado em seu lugar será o potássio.
• HIPERCALCIÚRIA: Causado pela acidose metabólica persistente que promove distúrbios da mineralização óssea,
resultando na descalcificação da matriz óssea, resultando em déficit de crescimento em crianças e osteomalácia em
adultos. Além disso há aumento da incidência de nefrolitíase e nefrocalcinose.
• Pseudo Hipoaldosteronismo (resistência à aldosterona): Não há resposta à Aldosterona por causa da lesão das
células principais.
- Haverá manifestação de ACIDOSE METABÓLICA HIPERCALÊMICA* (grande diferença para ATR1 e ATR2): Não há ação
da Aldosterona, logo haverá retenção de potássio.
• Nefrocalcinose
- Sinais e sintomas
• POLIÚRIA e POLIDIPSIA
• HIPERNATREMIA (caso o paciente não beber água suficiente) – Mais incidente em pacientes sem acesso a agua livre
- Tratamento
• NÃO RESPONDE AOS ANÁLOGOS DE ADH (ex: dDAVP) – Há resistência do TC ao ADH
• Hidratação intensa