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Controle da Ingestão e

Excreção de líquidos

Medicina Cesumar
Prof. Esp. Wesley Guerra
OBJETIVOS

➢Identificar os determinantes do volume de líquidos


corporais;

➢ compreender o papel dos rins no controle hidroeletrolítico e


entender os mecanismos renais envolvidos (filtração, reabsorção,
Secreção e excreção)

➢ entender os mecanismos de controle de sódio e potássio;

➢ entender os mecanismos de reposição de sal e água;

➢Ser capaz de integrar os mecanismos renais e não-renais


envolvidos no controle hidroeletrolítico em diferentes situações
de variação de volume, osmolaridade e pressão arterial.
EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO
Regulação homeostática da concentração de água e
eletrólitos do fluído extracelular.

Determinantes principais: água e íons, principalmente o sódio


✓Regulação do Volume de Água do Organismo
✓ Controle da osmolaridade em ~290mOSM

Balanço de volume LEC


exige múltiplos sistemas

cedido por Antunes, 2002


Vias de ganho e perda de líquidos corporais
Como os rins formam a urina?
Processos renais: filtração, reabsorção, secreção e excreção

Glomérulo T. Distal C.

T. Proximal
Cápsula do
glomérulo T.Distal
Reto.

Ducto P/
Coletor veia
Alça do renal
néfron
Movimento de líquidos para formação da urina

99% do plasma entra nos rins


Arteríola eferente e retorna para a circulação
sistêmica
Capilares
peritubulares

Arteríola
aferente
20% do >19% do fluido é < 1% do
volume reabsorvido volume é
é filtrado
excretado

cápsula do
glomérulo
Permanece no néfron Quanto?
Glomérulo
Volume do plasma que
entra na arteríola aferente = 100%
❖ A FILTRAÇÃO

Corpúsculo renal Corpúsculo renal


glomérulo Cápsula do glomérulo

Arteríola
eferente
Processos que ocorrem no néfron
Células justa-
glomerulares

Mácula densa
do túbulo distal
Túbulo
proximal

Arteríola
aferente
Aparelho justaglomerular
Estrutura do glomérulo
Corpúsculo Renal

Ptn nefrina
une a membrana da fenda aos pediculos
A filtração depende:
1. Da pressão hidrostática do sangue fluindo através dos
capilares glomerulares;
2. Da pressão osmótica coloidal dentro dos capilares
glomerulares
3. Pressão hidrostática do líquido da cápsula do glomérulo

Pressões de filtração
TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG)

Medida de eficiência da filtração; quantidade de fluido


filtrado para a cápsula do glomérulo por unidade de tempo

A TFG é alterada: TFG = Pef x K x F

1. pela pressão efetiva de filtração (Pef) que depende do


fluxo e pressão sanguínea renal;

2. pelo coeficiente de ultrafiltração Kf (que depende da


área de filtração glomerular (F) e permeabilidade da
interface capilar-cápsula do glomérulo (K)).
A pressão arterial e o fluxo sanguíneo alteram a TFG!
O fluxo local pode ser regulado pela resistência das arteríolas
aferente e eferente
A TFG está sujeita à auto-regulação por dois
mecanismos principais:

1. Resposta miogênica: alteração da resistência das


arteríolas aferentes mediante variação da pressão;

2. Retroalimentação tubuloglomerular: controle local


onde o fluxo do filtrado pelo túbulo distal influencia a
TFG.
Resposta túbuloglomerular
relacionada ao arranjo anatômico
EXISTEM OUTROS MECANISMOS QUE ALTERAM A TFG

Resposta neuronal: alteração da resistência das arteríolas aferentes


mediante secreção de catecolaminas do sistema nervoso simpático
em receptores alfa.

Contração das células mesangiais = redução da área de filtração


(redução do Kf)

Inserir tabela 37-3 p 680 Ganong


❖REABSORÇÃO
• O filtrado e o FEC tem as mesmas concentrações de soluto.
• Assim a reabsorção de H2O e solutos no TCP é quase toda feita por
transporte transepitelial, dependente de transporte ativo.

Como o fluído entra no capilar após sair do lúmen?


A baixa Phidr. dos capilares peritubulares favorece a reabsorção.
❖ SECREÇÃO

• transferência de moléculas do FEC para o lúmen.


(ex. K+, H+, ácido úrico, glicuramida, hipurato,
sulfatos e subst exógenas como diuréticos,
antibióticos, etc)

• processo ativo que depende dos transportadores de


membrana (transporte ativo secundário).

• obedece aos princípios dos transportes mediados


(saturação, competição) ex. penicilina e probenecide
❖EXCREÇÃO

Quantidade excretada =
quant. filtrada – quant. reabsorvida + quant. secretada

Taxa de excreção não informa sobre o que ocorreu com


a substância durante a passagem pelo néfron.

Reflexo de micção e controle voluntário da micção


O reflexo
aprendido envolve
fibras sensitivas
adicionais na
bexiga que
sinalizam o grau
enchimento da
bexiga

Tronco encefálico
e córtex cerebral
controlam o
reflexo
Preston; Wilson. Fisiologia Ilustrada. Artmed, 2014.
Concentração da urina para controle do volume extra-celular
ADH / VASOPRESSINA

Estímulos para liberação


*Osmolaridade plasmática alta
Volume de sangue baixo
Pressão sanguínea baixa
OSF NTS
OVLT OSF

Nu. Paraventricular e supraótico


Centrais:
OSF = órgão subfornical
OVLT=órgão vascular da
lâmina terminal
NTS = nu. do trato solitário
Periféricos:
Osmosensores na veia porta
e outros.
VALOR NORMAL DA OSMOLALIDADE
PLASMÁTICA (Posm)

280 mOsm/Kg de água

Ainda bem
que temos o
ADH!
Sistema multiplicador de contracorrente
para concentração do interstício medular
Importante para que a inclusão de AQP possa resultar em osmose para
fora do ducto coletor.
Porque a medula renal não dilui após reabsorção de água?
Parte da hiperosmolaridade
medular se deve à
concentração de uréia no
local (~40%)

Reabsorção de uréia

• Difusão simples no túbulo


proximal
• difusão facilitada e transporte
ativo secundário na alça do
néfron e ducto coletor
Mecanismos de controle de sódio

Ingestão diária média= 9g NaCl


155mOsM de Na+ e
155mOsM de Cl-
hipotálamo
Reabsorção de sódio nos túbulos proximais

Na alça do néfron ascendente a reabsorção de sódio se dá por bombas


de sódio e potássio.

A perda de sódio pode ocorrer por:


-Rins (↑ANP, ↓ADH, ↓Aldosterona)
- suor e fezes
-Diarréia, vômitos e suor excessivo
❖ CONTROLE DE SÓDIO VIA ALDOSTERONA
Ação: leva à reabsorção de Na+ no último terço do túbulo distal e
porção cortical do túbulo coletor
Fase rápida: manutenção de canais de Na+ abertos
Fase lenta: transcrição de proteínas transportadoras (canais e Na/K ATPase)
Outro efeito da aldosterona é a perda de K+
❖ CONTROLE DE SÓDIO VIA ALDOSTERONA

Controle da liberação:
1. Aumento de K+ plasmático (hipercalemia)
Age diretamente sobre córtex da adrenal > ↑ aldosterona >↑ reabsorção de
Na+ e secreção K+

2. Presença de ANG II (qdo há ↓ PA)


↑ aldosterona > ↑ reabsorção de Na+/conserva Na+ e ↑ excreção K+

3. Aumento da osmolaridade do LEC


↓ aldosterona > ↑ excreção de Na+

• O que ocorreria com a liberação de aldosterona frente a uma redução do


volume do LEC e aumento de osmolaridade?

A correção da osmolaridade é mais urgente à célula do que o aumento do


volume do LEC
ANP ou atriopeptina
promove excreção de
sal e água
Mecanismos de controle de Potássio

↑ potencial de repouso das células excitáveis

↑ K+ efeito direto sobre córtex adrenal ↑ aldosterona


↑ secreção de K+ para o filtrado
↑ Gradiente de pressão K+ > ↑ Secreção de K+

↓K+ diarréia, diurético que evite reabsorção de K+, distúrbio


renal, correção errônea de desidratação
Reposição de água – Controle da sede

+
↑ osmolaridade Osmorreceptores
sede
hipotalâmicos
-

Receptores
orofaringeos
gelado
Hipotálamo
↓ADH
Silbernagl e Despopoulos, 2009
Reposição de Sal – Controle da Na+

Hiponatremia (↓Na+)
Estimula receptores hipotalâmicos e centro da sede
O que leva ao apetite por sal.

Isto é associado ao sistema de liberação de ANG e aldosterona


RECOMENDAÇÃO PARA ESTUDO
Controle integrado do volume e osmolaridade de líquidos corporais

Silverthorn, 2010
Cap 20
REFERÊNCIAS

Silverthorn, D.U. Fisiologia Humana: Uma abordagem


Integrada, 5ª. Edição, Artmed, 2010.

Boron; Boulpaep. Fisiologia Médica.2ª. Edição,


Elsevier.

Silbernagl; Despopoulos. Fisiologia: Texto e atlas. 7ª.


Edição, Artmed.

Preston; Wilson. Fisiologia Ilustrada. Artmed, 2014.

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