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APG 17

IRA

SOI IV

FELIPE RIBEIRO - MEDICINA


INJÚRIA RENAL AGUDA
FELIPE RIBEIRO – MEDICINA

INTRODUÇÃO  DU (debito urinário) < 0,5 ml/ kg/ h > 6h

O termo injúria renal aguda descreve um declínio Creatinina – biomarcador mais utilizado no
da função renal, que é suficiente para aumentar contexto da IRA
os níveis sanguíneos das escorias nitrogenadas Débito urinário – geralmente antes de aumentar
e causar distúrbios hidroeletrolíticos. Diferente da a creatinina o paciente já tem uma diminuição do
IRC (Doença renal crônica) e da IRC (Insuficiência debito urinário
renal crônica), a lesão aguda é potencialmente
Pelo menos um desses critérios já classifica m o
reversível quando os fatores desencadeadores
indivíduo com injúria renal. O problema dessa
podem ser revertidos ou eliminados antes que
creatinina é que ela só se eleva quando pelo
tenha ocorrido lesão irreversível.
menos 50% da filtração glomerular esteja
Em outras palavras a IRA é uma síndrome comprometida. (NÃO SE ESPERA A CREATININA
caracterizada pela deterioração abrupta e AUMENTAR, OLHE O DEBITO URINÁRIO)
persistente da função renal que resulta na
Ou seja, o principal indicador para LRA é a
incapacidade dos rins em excretar e scórias
AZOTEMIA, que é a acumulação de escórias
nitrogenadas e em manter a homeostase
nitrogenadas (ureia, ácido úrico e creatinina) no
hidroeletrolítica
sangue e redução da TFG.
A lesão renal aguda é um risco frequente em
pacientes em estado crítico internados nas UTI. EPIDEMIOLOGIA

A perda de função renal é detectada por uma  Pacientes em ambientes hospitalares - 1,9
queda da TFG (taxa de filtração glomerular). – 7%
Entretanto, a definição de injúria renal aguda se  Paciente em UTI – 15 a 40%
baseia em:
Geralmente possuem uma etiologia multifatorial,
 Creatinina ≥ 0,3mg mg/dl em 48h sendo a sepse grave ou o choque séptico a
 Creatinina ≥ 50% basal em 1 semana

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causa principal em mais da metade dos TIPOS DE LESÃO RENAL AGUDA
pacientes.
A injúria renal aguda é classificada de três
 IRA ocorre em 19% com sepse formas básicas:
 IRA ocorre em 23% com sepse grave
 Pré-renal
 IRA ocorre em 51% com choque séptico
o Redução do fluxo sanguíneo renal

EPIDEMIOLOGIA o Fatores hemodinâmicos


 Intrarrenal ou intrínseca
 Idade > 65 anos
o Distúrbios que afetam as
 DRC/ presença de proteinúria
estruturas dos rins – dentro do rim
 Diabetes mellitus o Necrose tubular aguda
 IC  Pós-renal
 Sepse*** o Problemas que interferem a
 Desidratação eliminação da urina – obstrução
 Insuficiência hepática
PRÉ-RENAL
 Condições urológicas obstrutivas
 Neoplasia hematológicas Forma MAIS COMUM de injúria renal

 IRA previamente  60 – 70%


 Representada pelo BAIXO FLUXO RENAL
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO
 Hipoperfusão renal
 Sepse
 Reversível
 Choque circulatório
Caracteriza-se por redução acentuada do fluxo
 Queimaduras
sanguíneo renal – HIPOPERFUSÃO RENAL. Desde
 Cirurgia de grande porte não cardíaca
que diagnosticada com antecedência ou que não
 Radiocontrastes iodados
tenha gerado lesão nos rins esse processo é
 Desidratação reversível.
 Idade avançada
A medida que o fluxo sanguíneo di minui (por
 Sexo feminino
qualquer razão que seja), há redução de TFG.
 Raça negra Quando se tem redução drásticas de fluxo
 Diabetes mellitus

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sanguíneo, a hipoperfusão renal prolongada pode prostaglandinas fazendo um meio
causar necrose tubular isquêmica. vasoconstritivo

A insuficiência pré-renal evidencia-se por MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


redução aguda do debito urinário e por elevação
 Redução aguda do debito urinário
desproporcional do nível de ureia sanguínea em
comparação com a concentração sérica de  Excreção baixa de sódio

creatinina.  Oligúria
 Elevação desproporcional da razão entre
Em resumo, a IRA pré-renal ocorre como uma
ureia e creatinina sérica
resposta fisiologia do rim à diminuição na
perfusão sanguínea renal, seja por: Em resumo a IRA pré-renal é secundaria a
hipoperfusão renal. Nela, a integridade do
Hipovolemia absoluta
parenquima renal ainda está mantida (ocorre em
 Sangramentos 55 a 60% dos casos). Pode ser secundária a
 Diarreias hipovolemia ou a redução do volume circulante

Hipovolemia relativa efetivo; é a causa mais comum de IRA intra -


hospitalar
 Sepse
 ICC INTRARRENAL OU INTRÍNSECA

 Hepatopatia Associada principalmente a NECROSE TUBULAR


AGUDA
PRINCIPAIS CAUSAS DO BAIXO FLUXO RENAL
LRA intrarrenal é muitas das vezes o resultado
 Hipovolemia – Perda de sangue
de azotemia pré-renal não tratada, podendo
 IC – Redução da perfusão renal dessa forma causar lesões a qualquer estrutura
 Cirrose dentro do rim (glomérulos, vasos sanguíneos,
 IECA túbulos ou interstício, parênquima…)
 BRA As principais causas de LRA intrarrenal são
 AINE devido a:
o As prostaglandinas possuem efeito
 Isquemia
dilatador, ou seja, se tomamos
AINES iremos inibir a síntese de  Lesão toxica

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Ambas podem gerar a NECROSE TUBULAR AGUDA tubulares por induzirem combinações de
que é a principal causa, que, em conjunto com a vasoconstrições.
IRA pré-renal, é responsável por
Dentre alguns compostos farmacêuti cos que
aproximadamente 75% dos casos de IRA.
podem causar danos diretos aos túbulos renais,
Essa necrose tubular aguda consiste em alterar podemos citar:
a composição do endotélio pela destruição das
 Aminoglicosídicos
células tubulares, com consequente
o Vancomicina e Gentamicina
vasoconstrição resultando em alteração de sua
 Quimioterápicos antineoplásicos
função e morte celular, tanto por necrose quanto
o Cisplatina
apoptose. Quando a necrose se instala temos a
 Contraste radioativos
associação de recrutamento e ativação de
células inflamatórias A evolução da lesão tubular aguda pode ser
dividida em três fases:
LESÃO TUBULAR AGUDA ISQUÊMICA
1. Fase de iniciação
Uma das causas de necrose tubular aguda
2. Fase de manutenção
isquêmica ocorre mais comumente nos pacientes
3. Fase de recuperação
submetidos a procedimentos cirúrgicos de
grande porte, hipovolemia grave ou sepse, FASE DE INICIAÇÃO
traumatismo ou queimaduras extensivas. Ao
Estende por horas a dias, é o intervalo
contrário da insuficiência pré -renal, a TFG não
compreende a instalação do evento que
aumenta com a recuperação do fluxo sanguíneo
desencadeou juntamente ao desenvolvimento da
renal dos pacientes com insuficiência renal
lesão tubular
aguda causada por lesão tubular aguda
isquêmica. FASE DE MANUTENÇÃO

Caracteriza pela redução da TFG, causada pela


LESÃO TUBULAR AGUDA NEFROTÓXICA
lesão acometida e retenção súbita de escorias,
Uma das causas de necrose tubular aguda
diminuição do debito urinário com quadros de
nefrotóxica ocorre mais comumente nos
oligúria
pacientes com alta administração ou exposição
a alguns fármacos, podendo causar lesões

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FASE DE RECUPERAÇÃO Detalhe, a obstrução em qualq uer parte do trato
urinário pode acarretar em uma diminuição do
Período reversível (se tratado da foram e no
TFG podendo provocar uma injúria renal aguda.
momento correto) o qual ocorre reparação dos
tecidos renais, iniciando pelo aumento gradativo A explicação é simples, se temos algo obstruindo
do debito urinário e por redução da creatinina nosso trato urinário, teremos um aumento de
sérica. Por fim, a função dos túbulos renais é pressão anterior a obstrução, ou seja, teremos
recuperada. um aumento de pressão (sentido inverso) no
túbulo coletor que será transmitido para o lúmen
Em resumo, a IRA renal ou intrínseca pode ter
do nefron dificultando a filtração glomerular.
origem isquêmica ou nefrotóxica, e há dano
tissular (ocorre em 35 a 40%). Deve ser A HIPERPLASIA PROSTÁTICA é a causa mais
considerada de acordo com os diferentes comum.
compartimentos renais afetados – vascular, Importante salientar que os dois trajetos urinários
glomerular, tubular e intersticial. A oclusão de um precisam estar obstruíd os. É necessário que haja
grande vaso renal, arterial ou venoso também obstrução bilateral ou quando ocorre em rim
pode ser considerada no diagnostico diferencial. único funcionante.
De forma semelhante, a doença de pequenos
O tratamento básico consiste em reverter a causa
vasos renais também pode ser causa de IRA
básica da obstrução para que o fluxo de urina
renal (vasculite, microangiopatia trombótica,
possa ser reestabelecido antes que ocorra lesão
hipertensão maligna, eclampsia, esclerodermia).
irreversível dos néfrons.
Adicionalmente, todas as causas de
glomerulonefrite aguda, bem como nefrite Em resumo, há obstrução aguda do trato urinário
intersticial aguda e de obstruç ão intratubular, (ocorre em <5%). É geralmente diagnosticada pela
podem resultar em IRA. No ambiente intra - presença de hidronefrose na ultrassonografia de
hospitalar, a necrose tubular aguda corresponde rins e vias urinarias ou na tomografia.
a principal causa de IRA renal.

PÓS-RENAL

Caracterizada pela OBSTRUÇÃO URINÁRIA


(hiperplasia benigna, câncer, cálculos…)

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ESTADIAMENTO Lembrar que é um ou outro, não necessariamente
se precisa ter alteração na creatinina e no debito
CLASSIFICAÇÃO DE KDIGO
urinário (até porque me geral o D. U se altera
primeiro)

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DIAGNÓSTICO A lesão histológica mais comumente encontrada
é a necrose tubular aguda.
Quadro clinico com debito urinário diminuído e
dosagem da concentração de creatinina e ureia Estudos recentes experimentais demonstram q ue
no sangue. a patogênese da IRA por crotalus está
relacionada com a rabdomiolise, vasoconstrição
Exame físico, observando aumento de tamanho
e efeito nefrotóxico direto.
renal ou dor a palpação.
TRATAMENTO
 EAS
 Exame de sangue Soro anticrotálico

TRATAMENTO

 Dieta com baixo teor em potássio e sódio


 Monitoramento do debito urinário
 Pré-renal
o Correção volêmica
 Intrarrenal
o Tratamento imunossupressor
o Glicocorticoides
 Pós-renal
o Retirada do fator obstrutivo
 Terapia de suporte dialítica padrão

CROTALUS E A IRA

A IRA representa uma das pr incipais


complicações em acidentes com serpentes,
sendo assim, considera a principal causa de
óbitos nestes acidentes. Geralmente a IRA após
acidente crotálico ocorre em poucas horas após
a picada, sendo geralmente diagnosticada nas
primeiras 24 – 48 horas.

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