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• ENDOCRINOLOGIA • 311

veis séricos de potássio, se forem empregados agentes supressores 102 Hiperfunção da Medula Adrenal -
da liberação de renina (bloqueadores β-adrenérgicos), ini­bidores da Feocromocitoma
síntese de prostaglandinas (indometacina, ibuprofen, aspirina), ini-
bidores da ECA (captopril, enalapril, lisinopril), assim como diuré- Claudio Elias Kater
ticos poupadores de potássio (espironolactona, triantereno, amilori- Regina do Carmo Silva
da). Pacientes em uso de heparina ou hepa­rinóides podem também

F
apresentar redução maior da produção de aldosterona pelo efeito eocromocitomas são tumores raros, originários das células
tóxico direto dessas substâncias sobre a camada glomerulosa. cromafins do eixo simpato-adrenomedular. Em 80-90% dos
casos, localizam-se na medula adrenal, mas podem ter origem em
Tratamento células paraganglionares, presentes desde a base do crânio até a bi­
furcação das artérias ilíacas (órgãos de Zuckerkandl). Esporadica­
Em adição ao tratamento apropriado para a condição re­ mente são encontrados no tórax, bexiga e cérebro. Os tumores
nal, os seguintes procedimentos, isolados ou em combinação, são de células cromafins localizados fora da medula adrenal são cha-
usualmente necessários para correção adequada da acido­se e da mados de paragangliomas e apresentam elevada taxa de maligni-
hipercalemia: dade (52%).
a) dieta com conteúdo restrito em potássio; Cerca de 10% a 25% dos casos de feocromocitoma são de
b) administração de diuréticos, especialmente os de alça (fu- ocorrência familiar, fazendo parte de várias síndromes: neoplasia
rosemida e ácido etacrínico); endócrina múltipla - NEM - tipos 2A e 2B, doença de von Hippel-
c) sais alcalinizantes (bicarbonato de sódio); Lindau e neurofibromatose. Os feocromocitomas manifestam-se
d) associação de pequenas doses de fludrocortisona (0,05 em qualquer faixa etária, embora sejam mais fre­qüentes entre a 3a.
a 0,1 mg dia). e a 5a. década da vida. Em geral são únicos, mas podem, em cerca
O uso de resinas de troca iônica (poliestirenossulfonatos) de 15% dos casos, ser múltiplos e bilaterais. Os múltiplos são mais
por via oral ou enema de retenção pode estar in­dicado em algu- comuns em crianças e nos casos de ocorrência familiar.
mas situações de hipercalemia grave. Controle mais rápido e efe- A prevalência do feocromocitoma é da ordem de 0,5% dos
tivo da glicemia nos pacientes diabéticos deverá ser tentado, uma pacientes com hipertensão arterial diastólica, e sua incidência é de
vez que tanto a deficiência de insulina quanto a hiperglicemia são 2 a 8 casos por milhão por ano. Embora raro, o feocromocitoma
fatores agravantes de hipercalemia. deve sempre ser lem­brado como causa de hipertensão arterial, prin-
cipalmente em pa­cientes jovens, naqueles refratários à terapia anti-
Deficiências isoladas da síntese ou ação da hipertensiva habitual, em portadores de incidentaloma adrenal ou
aldosterona de lesões neurocutâneas, e nos pacientes que apresentem hiperten-
são ou arritmia durante indução anestésica ou hipotensão prolon-
Deficiência de aldosterona sintetase (P450c11aldo ou gada e inexplicada após cirurgia. O diagnóstico preco­ce, seguido
CYP11B2) e pseudo-hipoaldosteronismo tipo 1 da exérese do tumor, leva, na maioria dos casos, à cura do proces-
so, além de evitar complicações potencialmente fatais de­correntes
São anomalias congênitas bastante incomuns, mas que de­ dos picos hipertensivos provocados por aumentos repen­tinos da
vem ser lembradas na avaliação de recém-nascidos que apresentem atividade adrenérgica.
nas primeiras semanas de vida manifestações de desidratação gra­ve Os tumores usualmente secretam noradrenalina (NA) e adre­
com vômitos e déficit de desenvolvimento ponderal importan­te. nalina (A), embora alguns sejam produtores isoladamente de NA
Bioquimicamente, apresentam conservação renal inadequada de ou, mais raramente, somente de A. Os pa­ragangliomas podem pro-
sódio, com hiponatremia, hipercalemia, por vezes grave, e acido­se duzir predominantemente dopamina e, geralmente, não são capa-
metabólica. A APR encontra-se bastante elevada. Na defi­ciência de zes de produzir A, pela ausência da enzima feniletanolamina-N-
aldosterona sintetase, os níveis plasmáticos ou urinários de aldos- metiltransferase (PNMT). As manifestações clínicas decorrem da
terona encontram-se reduzidos ou indetectáveis, em pre­sença de ação das catecolaminas liberadas em excesso pelo tumor. As cate-
níveis elevados de seus precursores 18-hidroxicorticosterona (18- colaminas atuam nos receptores α1-adrenérgicos dos vasos e nos
OHB) e corticosterona. Pacientes com pseudo-hipoaldosteronis- receptores β1-adrenérgicos do miocárdio, causando aumento da
mo do tipo 1 (PHA1), em decorrência da resistência tubular distal resistência vascular periférica, da freqüência cardíaca e da contra-
primária à ação da aldosterona, na verdade apresentam esse mes­ tilidade miocárdica, associados à diminuição da complacência ve-
mo quadro clínico em vigência de níveis elevados de aldosterona nosa. Como resultado, a hipertensão do feocromocitoma é hiper-
plasmática ou urinária. A forma sistêmica, associada a doença do cinética, vasoconstritora e hipovolêmica.
trato respiratório inferior, é de herança autossômica recessiva e re­ Cerca de 30% dos pacientes se apresentam com hiperten-
sulta de mutação inativadora do canal epitelial de sódio. A forma são arterial mantida, 50% apresentam epi­sódios paroxísticos de hi-
renal, de herança autossômica dominante, decorre de mutação no pertensão arterial com duração e freqüên­cia variáveis, 13% podem
receptor mineralocorticóide. ser normotensos ou apresentar episódios de hipotensão e 8% po-
Recém-nascidos com deficiência de aldosterona sinteta- dem ser totalmente assintomáticos. Cefaléia intensa, palpitações e
se (CYP11B2) devem ser tratados prontamente com reposição sudorese profusa são os sintomas que constituem a tríade clássi-
mi­neralocorticóide (fludrocortisona, 0,1-0,2 mg/dia) e comple­ ca, característica da ele­vação abrupta dos níveis da pressão arterial
mentação de NaCl na alimentação. Pacientes com PHA1 necessi- conseqüente à libera­ção adrenérgica. Além desses sintomas, po-
tam, obrigatoriamente, de doses suplementares elevadas de NaCl dem ocorrer alterações vasomotoras, como palidez ou rubor ex-
na alimentação, e doses tam­bém elevadas de fludrocortisona (0,2- cessivos, dores (cólicas) abdomi­nais ou precordiais, parestesias, ir-
0,5 mg/dia), em decor­rência da resistência periférica a esse hor- ritabilidade e dispnéia. Nos in­tervalos das crises, cansaço, fraqueza,
mônio. Em ambas as condições existem, inexplicavelmente, ten- prostração e perda de peso, às vezes acentuada, são conseqüências
dência à melhora com o avançar da idade. do hipermetabolismo, que simula a tirotoxicose. Infarto agudo do
312 • ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA • MANUAL PRÁTICO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO •

miocárdio é freqüentemente diagnosticado nesses pacientes, devi- Nos casos em que as dosagens de metanefrinas urinárias ou
do ao espasmo coronariano ou à presença de miocardite, com libe- de catecolaminas plasmáticas estejam apenas discretamente eleva­
ração de enzimas cardíacas e padrão eletrocardiográfico que se as- das ou suspeitas de outra etiologia, deixando dúvidas quanto ao
semelha ao infarto. Arritmias cardíacas e edema agudo de pulmão diagnóstico de feocromocitoma, deve-se dar preferência ao tes-
(secundário tanto à falência do ventrículo esquerdo e à insuficiên- te de supressão com clonidina, um bloqueador α2-adrenérgico
cia cardíaca congestiva, como devido a causas não cardiogênicas) de ação central. Esse teste baseia-se no fato de que a administra-
e distúrbios neurológicos (como alteração do nível de consciên- ção VO de 0,3 mg de clonidina provoca, em hipertensos essen-
cia, convulsão, sinais neurológicos focais e acidente vascular cere- ciais, queda nos níveis plasmáticos de catecolaminas, três horas
bral hemorrágico) também podem ser observados. após a adminis­tração da droga. Tal efeito supressor não é obser-
Os principais sinais clínicos sugestivos da presença de feo­ vado em porta­dores de feocromocitoma, caracterizando a auto-
cromocitoma incluem hipertensão arterial, hipotensão e taquicar­ nomia da pro­dução de catecolaminas pelo tumor. Este teste pode
dia postural (com incremento da freqüência cardíaca superior a 20 também ser realizado utilizando-se as dosagens de metanefrinas
bpm), elevação discreta da temperatura corporal e retinopatia hi­ urinárias em amostras isoladas de urina obtidas antes e durante a
pertensiva. Intolerância à glicose, hiperglicemia, glicosúria e, mais 3a. hora que se segue à administração de clonidina. Proposta re-
raramente, policitemia, leucocitose e hiperreninemia podem estar cente de mo­dificação desse teste sugere a utilização de doses me-
presentes. O volume plasmático se mostra caracteristicamente con­ nores de clo­nidina, com coletas noturnas de amostras, para a de-
traído, com elevação do hematócrito. terminação da NA plasmática.

Diagnóstico Localização do tumor


A determinação plasmática e urinária das catecolaminas to­tais Embora a ultra-sonografia seja capaz de detectar a maior
e fracionadas e de seus metabólitos permite o diagnóstico do feo- par­te dos feocromocitomas, a tomografia computadorizada é ain-
cromocitoma com boa acurácia. Em nosso meio estão dispo­níveis da o método de escolha para a localização desses tumores, embora
as dosagens urinárias do ácido vanililmandélico (VMA), das meta- com menor grau de sensibilidade diagnóstica nos casos de tumo-
nefrinas totais ou fracionadas (metanefrina e normetanefrina) e das res extra-­adrenais ou de tumores em crianças e indivíduos magros.
catecola­minas livres (NA + A), além da determinação da concen- A resso­nância magnética, contudo, por apresentar um hipersinal
tração plasmá­tica das catecolaminas, fracionadas pela cromatografia caracte­rístico do feocromocitoma em T2 (sinal da “lâmpada aces-
líquida de alta performance (HPLC). A determinação das metane- sa”), tem sido mais empregada por sua maior precisão no diagnós-
frinas em urina de 24 horas ou em amostras isoladas de urina corrigi­ tico de feocromocitoma. Embora a maioria dos casos de feocro-
das para a excreção de creatinina constitui o teste de triagem mais mocitoma seja de localização intra-abdominal, ocasional­mente é
re­comendado, por se tratar de método confiável, simples e rápido. necessária a identificação de tumores extra-abdominais. Nes­ta si-
Valores de metanefrinas urinárias acima de 3,0 µg/mg de creati­ tuação, e na avaliação de recidivas ou pesquisa de metástases tu-
nina são forte evidência da presença de feocromocitoma, ao pas- morais, a cintigrafia com 131I-metaiodo-benzilguanidina (MIBG)
so que níveis abaixo de 1,0 µg/mg tornam o diagnóstico menos é particularmente útil.
provável. Quando os níveis plasmáticos de NA encontram-se acima
de 2.000 pg/mL, o diagnóstico de feocro­mocitoma é quase certo, Tratamento
uma vez que os valores normais de NA e A não ultrapassam 550
pg/ml. Ressalte-se que a ocorrência de níveis muito elevados de A, O tratamento ideal para o feo­cromocitoma é sua remoção
com valores de NA pouco alterados, sugere a origem adrenome- cirúrgica. No preparo pré-operatório, deve-se prescrever dieta ri-
dular do feocromocitoma, uma vez que apenas na medula adrenal ca em sódio e, na véspera da cirurgia, expansão de volume com SF
está presente a enzima PNMT, que converte NA em A. 0,9 % (exceto em cardiopatas ou pacientes com insuficiência renal
Mais recentemente, alguns centros têm recomendado a do- crônica). O emprego de bloquea­dores dos receptores α1-adrenér-
sagem das metanefrinas plasmáticas, por apresentarem melhor gicos tem sido útil no controle da pressão arterial, além de tam-
sensibilida­de e especificidade diagnósticas, principalmente no que
bém permitir a expansão do volume sangüíneo desses pacientes,
se refere ao diagnóstico do feocromocitoma em pacientes de alto
os quais caracteristicamente apresentam vasoconstrição. O alfa-
risco, como aqueles com síndromes genéticas. No entanto, além
bloqueio está indicado para o controle dos paroxismos, e seu uso
de mais onerosa, a metodologia empregada para sua dosagem não
é reco­mendado por um período mínimo de 20 dias antes da ci-
está disponível na rotina da maioria dos laboratórios. A dosagem
rurgia, e ainda mais prolongado em pacientes com cardiomiopa-
da cromogranina A (proteína ácida solúvel co-estocada e co-secre-
tia. A prazo­sina apresenta algumas vantagens em relação à fenoxi-
tada com as catecolaminas) também é útil por não sofrer interfe-
benzamina (bloqueador α inespecífico): disponibilidade em nosso
rência de medicamentos.
mercado e tempo de ação mais curto, o que evita a ocorrência de
Os testes funcionais para o diagnóstico de feocromocitoma
longos pe­ríodos de hipotensão arterial no pós-operatório. A pra-
ficam hoje restritos a situações especiais. O teste provocativo com
zosina deve ser administrada em doses que variam de 6 a 20 mg/
glucagon (1 mg IV em bolus), um estimulador da liberação tumo­
dia, preferen­cialmente em 4 tomadas diárias. Alternativamente, ou-
ral de catecolaminas, pode ser útil para o diagnóstico em pacien­
tros bloqueadores α, como a doxazosina e a terazosina, podem ser
tes que se apresentam normotensos entre os episódios de paroxis­
usados em do­ses equivalentes.
mo adrenérgico e/ou com dosagens de catecolaminas normais ou
O uso de β-bloqueadores (propranolol, atenolol) está indi­
pouco elevadas. Sua principal contra-indicação, a de provocar pi-
cado em presença de taquiarritmias supraventriculares, ventricula-
cos hipertensivos em portadores de feocromocitoma (com risco
res ou ainda angina pectoris, mas somente após a obten­ção efetiva
de ocorrência de acidentes vasculares cerebrais ou coronarianos),
do bloqueio α-adrenérgico. A não-observação desse aspecto pode
é atualmente desconsiderada, já que o teste pode e deve ser em­
provocar uma resposta vasoconstritora mais acentuada à li­beração
pregado no paciente já sob tratamento específico com bloqueado­
de catecolaminas, em virtude de estímulo α-adrenérgico mais po-
res α-adrenérgicos.
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tente, já que a resposta vasodilatadora mediada pe­los receptores eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal ou também da incapacidade
β-adrenérgicos encontra-se bloqueada. Mais recen­temente, tem da testosterona para agir na periferia. Independentemente da cau-
sido recomendado o preparo cirúrgico de pacien­tes com feocro- sa, o quadro clínico do hipogonadismo varia de acordo com a épo-
mocitoma com o uso de antagonistas dos canais de cálcio (em es- ca da vida em que o processo se instala.
pecial a amlodipina), isoladamente ou em associação com α1-blo- Quadros iniciados durante a vida intra-uterina podem ou
queadores. A amlodipina previne vasoespamo coronariano, não não ser acompanhados de indiferenciação da genitália interna ou
interfere com os testes bioquímicos e sua utilização é mais segu- externa, e de ausência ou hipodesenvolvimento da própria gônada.
ra em pacientes normotensos com episódios ocasionais de hiper- De qualquer forma, porém, o desenvolvimento somático adquire
tensão paroxística. certa peculiaridade, levando o indivíduo a atingir, na vida adulta,
A presença de um anestesista experiente com a farmacologia proporções eunucóides, em que a envergadura é maior que a altu-
das drogas necessárias para o controle intra-operatório do pacien- ra e a distância púbis-plantar é maior do que a vértice-púbis. Como
te com feocromocitoma é recomendada. Durante o procedimento não há estímulo androgênico, a pilificação corporal não atinge a
cirúrgico é importante a escolha do agen­te anestésico. Drogas que distribuição masculina, permanecendo mais fina e sedosa, e a mas-
induzem a liberação de histamina, drogas vagolíticas, anestésicos sa muscular se mantém hipotrófica. Quando o hipogonadismo se
sensibilizantes do miocárdio ou indu­tores de crises hipertensivas instala na vida adulta, as alterações mais evidentes relacionam-se
devem ser evitados. O nitroprussiato de sódio deve ser utilizado no com a potência sexual e a função reprodutora.
controle de eventuais picos hipertensivos durante o ato, ao passo
que β-bloqueadores (de ação rápida) ou xilocaína por via intrave- O hipogonadismo pode ser subdividido em três categorias:
nosa são re­servados para o tratamento de casos de arritmias.
Nos últimos anos, a remoção de feocromocitomas adre­nais PRIMÁRIO (Hipogonadismo hipergonadotrófico)
tem sido feita por cirurgia videolaparoscópica, desde que não ultra- Deficiência das células de Leydig e dos túbulos seminíferos:
passem 8-10 cm de diâmetro e que não haja ris­co potencial de rup- - Síndrome da castração funcional pré-puberal
Deficiência dos túbulos seminíferos:
tura ou lesão da cava ou outras estruturas no­bres. A cirurgia aberta
- Síndrome de Klinefelter e outros defeitos cromossômicos
clássica, entretanto, ainda é praticada (geralmen­te pela incisão de
- Insuficiência dos túbulos seminíferos do adulto (orquite,
Chevron - transperitoneal transversa) quando os métodos diagnós-
irradiação, distrofia miotônica)
ticos não permitem descartar a ocorrência de tumores múltiplos bi-
Deficiência das células de Leydig:
laterais, requerendo investigação minuciosa no ato operatório.
- Insuficiência das células de Leydig do adulto (climatério
No pós-operatório devem-se evitar os episódios de hipoten­
masculino)
são postural que podem ocorrer quando não se procede à expan­
- Aplasia das células de Leydig
são adequada do volume sangüíneo no pré ou no intra-operatório.
- Defeito de biossíntese da testosterona:
A monitoração da glicemia evita que ocorram episódios de hipogli­
-Deficiência das enzimas envolvidas na esteroidogênese
cemia conseqüentes à hiperinsulinemia que se desenvolve quando
- 20, 22-desmolase
o efeito supressor das catecolaminas sobre o pâncreas é eliminado
- 3ß-hidroxiesteróide desidrogenase
com a ressecção do tumor. - 17a-hidroxilase
Cabe ressaltar que não há critério absoluto, clínico, labora- - 17,20-desmolase
torial ou de imagem capaz de predizer malignidade. Mesmo após a - 17ß-hidroxiesteróide desidrogenase
cirurgia, pacientes com feocromocitoma devem ser seguidos inde- SECUNDÁRIO (Hipogonadismo hipogonadotrófico)
finidamente, a cada dois anos (tumores esporádicos) e anualmente - Forma completa
(paragangliomas ou tumores associados a síndromes genéticas). - Forma incompleta
- Hiperprolactinemia
- Puberdade retardada:
Insuficiência hipofisária seletiva
Insuficiência hipofisária global
DEFEITOS DA AÇÃO ANDROGÊNICA
Insensibilidade total a andrógenos: feminização testicular
Insensibilidade parcial a andrógenos:
103 Hipogonadismo Masculino Instabilidade do receptor
Deficiência da 5α-redutase
Ieda T. N. Verreschi
Defeito pós-receptor

A gônada masculina desempenha basicamente duas funções, hor-


monal e reprodutiva, as quais ocorrem em dois compartimentos
distintos. As células de Leydig constituem o compartimento endócri-
Deficiência das células de Leydig e dos
túbulos seminíferos
no e são responsáveis pela produção de testosterona. Essa produção
hormonal é fundamental para a adequação da função reprodutora. Síndrome da castração funcional pré-puberal
O compartimento reprodutor é formado pelos túbulos seminíferos,
compostos por células de Sertoli e células germinativas. Embora dis- Na síndrome da castração funcional pré-puberal, a produ-
tintos, esses compartimentos são interdependentes e necessitam do ção de testosterona e a espermiogênese deixam de ocorrer na pu-
eixo hipotalâmico-hipofisário intacto para iniciar e manter suas fun- berdade, independentemente do estímulo pelas gonadotrofinas
ções. Hipogonadismo significa ausência ou decréscimo da função go- hipofisárias. A genitália externa é normal, mas os testículos estão
nadal. No hipogonadismo masculino pode haver comprometimento ausentes da bolsa escrotal ou são atróficos. As gonadotrofinas cir-
de um ou de ambos os compartimentos testiculares. O comprome- culantes estão aumentadas. As concentrações plasmáticas de testos-
timento funcional pode ser decorrente de lesão em algum ponto do terona estão reduzidas para o sexo, assim como a excreção urinária

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