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os níveis pressóricos no segundo. Assim, em portadores de APA a para que se obtenha controle adequado da pressão arterial, em ro-
adrenalectomia unilateral constitui tratamento de escolha. A exérese tina semelhante àquela empregada no paciente com hipertensão
do adenoma por via laparoscópica está associada com rápida recupe- arterial essencial. Deve-se também ter em mente que a hipertensão
ração e mínima morbimortalidade intra e pós-operatória. Remissão essencial ou idiopática pode até mesmo ser condição de base sobre
dos sinais e sintomas de excesso mineralocorticóide, com norma- a qual se instalou posteriormente o HA primário.
lização ou redução significativa dos níveis pressóricos (e de potás- Embora promissoras, evidências recentes com a utilização
sio nos casos com hipocalemia), ocorre em mais de 80% dos casos. de antagonistas específicos do receptor de angiotensina II (AT2)
Pacientes idosos ou nos quais a doença esteve presente por tempo (losartan, candesartan e derivados), não se têm mostrado superio
maior podem persistir discreta ou moderadamente hipertensos, ne- res aos inibidores da ECA na reversão do processo hipertensivo e
cessitando de tratamento medicamentoso continuado. da hipocalemia no HA idiopático.
O tratamento pré-operatório com espironolactona (SPL) é A “hiperplasia primária”, variante de hiperplasia adrenal,
obrigatório para a reversão do quadro. Recomenda-se dose inicial com produção autônoma de aldosterona, pode ter sido responsá
de 100 a 200 mg diários até que se obtenha normalização da pres- vel pelos casos ocasionais de cura cirúrgica no passado. Este sub
são arterial (e dos níveis de potássio), geralmente após duas a três tipo combina morfologia de hiperplasia adrenal bilateral com au
semanas. Posteriormente, doses de 50 a 150 mg/dia deverão ser tonomia funcional bioquímica, sendo identificado pelas respostas
mantidas até a cirurgia. Antagonizando os efeitos da aldosterona positivas aos testes de autonomia da produção de aldosterona, se
no seu receptor, a SPL promove redução do volume plasmático e melhantemente ao APA e em contraste com o HA idiopático clás
repleção das reservas de potássio. Após alguns meses de terapia, o sico. Sua resposta terapêutica adequada à adrenalectomia parcial
sistema renina-angiotensina é reativado e passa a estimular a zona é, também, característica de “adenoma”.
glomerulosa da adrenal contralateral. Dessa maneira, o tratamen- Nos casos de carcinoma adrenal está indicada a remoção ci-
to pré-operatório com SPL torna menos provável a ocorrência, no rúrgica do tumor, em especial quando não existam evidências de
período pós-cirúrgico imediato, de hipoaldosteronismo com perda metástases. O tratamento farmacológico, que inclui a SPL/eplere-
de sódio e hipercalemia. O sucesso do tratamento prévio com SPL nona, os inibidores enzimáticos da esteroidogênese adrenal (amino
na reversão do quadro de HA primário tem elevado valor preditivo glutetimida e trilostano) e ainda o agente adrenolítico mitotano,
no resultado final da cirurgia: pacientes que respondem adequada- mostram-se úteis nos casos inoperáveis ou quando não se conse
mente a doses moderadas de SPL (~100 mg/dia, por período mí- gue controle pós-operatório adequado.
nimo de 30 dias) costumam beneficiar-se da cirurgia; aqueles cujo Nos casos de HA remediável por glicocorticóides (HASD),
tratamento não corrige significativamente os níveis pressóricos, pro- a administração de prednisona ou dexametasona (DEXA) por mais
vavelmente também responderão de modo insatisfatório à cirurgia, de três semanas é efetiva em reduzir a produção de aldosterona e
necessitando de terapêutica anti-hipertensiva complementar. corrigir os níveis pressóricos e anormalidades metabólicas. Doses
Havendo contra-indicação cirúrgica, o tratamento com an relativamente baixas de DEXA, na faixa de 0,375 a 0,75 mg/dia,
tagonistas mineralocorticóides poderá ser mantido indefinidamen usualmente resultam em reversão das manifestações de hipermi-
te. Embora os níveis de APR e de potássio sejam normalizados neralocorticismo e normalização da resposta da aldosterona ao es-
por estas substâncias, ocorre, paradoxalmente, redução na pro- tímulo pela postura. HASD é usualmente identificado durante a
dução de aldosterona, possivelmente resultante de efeito inibi- infância, mas a sensibilidade da aldosterona à supressão com glico-
dor direto sobre a síntese do hormônio. A terapêutica com SPL é corticóides pode atenuar-se com o tempo; algumas vezes, especial-
relativamente bem tolerada, embora possam ocorrer desconforto mente após longo período de tratamento, o efeito terapêutico da
epigástrico e outros efeitos colaterais, como ginecomastia, redu- DEXA tende a se dissipar, sendo então necessário o uso de SPL/
ção da libido e impotência, decorrentes de sua significativa ação eplerenona e/ou outras drogas hipotensoras. Como esses pacien-
antiandrogênica. Mais recentemente, foi introduzido comercial- tes mantêm-se bem controlados com pequenas doses de DEXA,
mente nos EUA um novo antagonista da aldosterona, a eplereno- cirurgia é raramente necessária, mas, além da terapia com DEXA,
na. Embora seu custo seja elevado e sua potência famacológica se- alguns pacientes podem requerer outros agentes poupadores de po-
ja 50% menor que a da SPL, ela tem a vantagem de ter reduzida tássio como SPL/eplerenona, amilorida ou triantereno. Quando
atividade antiandrogênica. um paciente portador dessa síndrome é identificado, torna-se es-
Quando os efeitos indesejáveis do uso continuado de SPL e sencial o estudo cuidadoso de todos os membros da família, espe-
mesmo da eplerenona restringirem sua utilização, devem ser experi cialmente daqueles mais jovens.
mentados outros diuréticos poupadores de potássio como o trian
tereno e, especialmente, a amilorida (em doses de 5 a 20 mg/dia),
que não são disponíveis no mercado brasileiro na forma pura.
Nos casos de hiperplasia bilateral (HA idiopático), a adre
nalectomia subtotal ou mesmo total não estão indicadas. Embora
haja correção da hipocalemia, a normalização dos níveis pressóri
cos é imprevisível e infreqüente; 80 a 90% dos pacientes diagnos 101 Síndromes de Insuficiência
ticados com HA idiopático não respondem bem ao tratamento ci- Adrenocortical
rúrgico, apresentando recorrência da hipertensão e da hipocalemia
após uma ou duas semanas da cirurgia. Assim, nessa forma de HA, Claudio Elias Kater
recomenda-se apenas tratamento clínico continuado com uma ou Regina do Carmo Silva
mais medicações anti-hipertensivas associadas à SPL ou eplereno-
na, devendo-se optar pelos inibidores da ECA (enalapril, lisinopril,
fosinopril, etc.) ou pelos antagonistas dos canais de cálcio (amlo-
dipina, nifedipina, nitrendipina, etc.). Entretanto, são necessários
I nsuficiência adrenocortical (IA) resulta de afecções que causam
redução da massa de tecido cortical adrenal ou redução da sín-
tese esteróide, com conseqüente produção subnormal de cortisol,
testes terapêuticos com outras drogas ou com a combinação delas aldosterona e hormônios sexuais, isoladamente ou em combinação.
308 • ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA • MANUAL PRÁTICO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO •
As manifestações clínicas podem ocorrer de forma aguda ou, mais A SPA do tipo 1 é extremamente rara, exceto entre judeus
comumente, crônica. iranianos, e na Finlândia e Sardenha. Usualmente, acomete crianças
de ambos os sexos e tem herança autossômica recessiva. Resulta de
Insuficiência adrenocortical primária crônica mutações no gene AIRE (autoimmune regulator), localizado no
(doença de Addison) cromossomo 21. O AIRE é um gene supressor da autoimunida-
de, relacionado à expressão de antígenos periféricos no timo, sen-
As glândulas adrenais são alvo de doenças auto-imunes, pro do importante para a seleção negativa dos linfócitos T auto-reati-
cessos infecciosos (bacterianos, fúngicos ou virais), granulomato vos. Nesta síndrome, a doença de Addison costuma ocorrer antes
sos, metastáticos e de síndromes hemorrágicas. Outras etiologias dos 15 anos de idade. Ao contrário, a SPA do tipo 2 afeta predo-
de IA primária incluem a adrenoleucodistrofia, as disgenesias ou minantemente mulheres entre 20 e 40 anos de idade e é herdada
hipoplasias adrenais e as alterações da esteroidogênese conseqüen de forma autossômica dominante. Embora seja poligênica, o prin-
tes a deficiências enzimáticas, deleções do DNA mitocondrial ou cipal fator genético responsável pelo seu desenvolvimento está lo-
defeitos da biossíntese do colesterol. No Brasil, as principais causas calizado no cromossomo 6, na região do sistema HLA (human
da doença de Addison são: adrenalite auto-imune, paracoccidioi- leucocyte antigen) de classe II, que desempenha papel chave na de-
domicose (blastomicose sul-americana) e tuberculose. terminação das respostas das células T aos antígenos.
A adrenalite auto-imune é responsável por 65 a 90% dos casos A paracoccidioidomicose afeta predominantemente homens
de IA e resulta da destruição das células adrenocorticais por linfó- com mais de 30 anos, habitantes de áreas rurais. Hipofunção do
citos T auto-reativos. Caracteriza-se pela presença de auto-anticor- córtex adrenal é freqüente na doença disseminada (15%-45% dos
pos contra o tecido adrenocortical, dirigidos mais especificamente casos) e sintomas de IA primária são observados em 5% a 15% dos
contra a enzima 21-hidroxilase (CYP21), e que podem ser de- casos. A tuberculose também pode comprometer as adrenais, em-
tectados na circulação vários anos antes das manifestações clínicas bora com menor freqüência que a paracoccidioidomicose. O tro
de IA. Na adrenalite auto-imune, a evolução para doença clínica fismo pela adrenal é decorrente da supressão da imunidade celular
passa por estágios funcionais diferentes: 1) estágio 0 ou adrenalite intra-adrenal, determinada pela elevada concentração intraglandu
auto-imune em potencial: suscetibilidade genética e/ou presença lar de glicocorticóides.
de auto-anticorpos anti-21-hidroxilase; 2) estágio 1: aumento da A extensão do comprometimento adrenocortical depende do
atividade plasmática da renina (APR); 3) estágio 2: diminuição da agente etiológico e do tempo de duração da moléstia: nas formas
resposta do cortisol após estímulo IV com 250µg de ACTH1-24; parciais os níveis de corticosteróides podem estar ainda normais,
4) estágio 3: elevação dos níveis plasmáticos de ACTH e; 5) está- embora respondam parcialmente à estimulação. Nesses pacientes, o
gio 4: diminuição evidente da concentração basal de cortisol asso- quadro clínico somente se manifesta em situações de estresse, quan
ciada a maior aumento dos níveis de ACTH e início dos sintomas do a necessidade maior de esteróides não pode ser atendida, dado
de IA. A adrenalite auto-imune está freqüentemente associada a o comprometimento da reserva funcional da glândula.
outros processos auto-imunes envolvendo tireóide, paratireóides, O quadro clínico da IA decorre principalmente da deficiên
gônadas, ilhotas pancreáticas e mucosa gastrintestinal, caracteri cia glicocorticóide e, adicionalmente, da deficiência mineralocorti
zando as síndromes poliglandulares auto-imunes (SPAs) dos tipos cóide, quando mais de 90% do tecido funcionante foi destruído.
1, 2 e 4 (Tabela 1). O paciente addisoniano típico apresenta fadiga, apatia, fraqueza
muscular, anorexia, perda de peso, náusea, vômito, dor abdomi- aguda). Os níveis sanguíneos de cortisol podem estar normais ou já
nal, hipotensão arterial, episódios de hipoglicemia (especialmente francamente reduzidos, com resposta parcial ou ausente ao estímu
em jejum), diminuição da libido, rarefação de pêlos axilares e pu- lo com ACTH exógeno. A excreção urinária de cortisol livre e dos
bianos e hiperpigmentação cutâneo-mucosa. O comprometimen- seus metabólitos (17-hidroxicorticosteróides) encontra-se reduzi-
to específico dos mineralocorticóides resulta em conservação ina- da. Os níveis plasmáticos ou urinários de aldosterona podem tam-
dequada de sódio e redução da excreção de potássio e hidrogênio. bém estar normais ou diminuídos, usualmente não se elevando em
Essas alterações levam à redução do volume sangüíneo efetivo, hi- resposta a estímulos, como administração de ACTH, teste da pos-
potensão arterial, hipercalemia e acidose metabólica. A deficiência tura ou infusão de angiotensina II.
concomitante de cortisol agrava as manifestações e, a menos que Os níveis circulantes de ACTH, assim como da APR, encon-
haja ingestão adequada de sal, pode ocorrer “crise adrenal” (IA tram-se caracteristicamente elevados.
• ENDOCRINOLOGIA • 309
veis séricos de potássio, se forem empregados agentes supressores 102 Hiperfunção da Medula Adrenal -
da liberação de renina (bloqueadores β-adrenérgicos), inibidores da Feocromocitoma
síntese de prostaglandinas (indometacina, ibuprofen, aspirina), ini-
bidores da ECA (captopril, enalapril, lisinopril), assim como diuré- Claudio Elias Kater
ticos poupadores de potássio (espironolactona, triantereno, amilori- Regina do Carmo Silva
da). Pacientes em uso de heparina ou heparinóides podem também
F
apresentar redução maior da produção de aldosterona pelo efeito eocromocitomas são tumores raros, originários das células
tóxico direto dessas substâncias sobre a camada glomerulosa. cromafins do eixo simpato-adrenomedular. Em 80-90% dos
casos, localizam-se na medula adrenal, mas podem ter origem em
Tratamento células paraganglionares, presentes desde a base do crânio até a bi
furcação das artérias ilíacas (órgãos de Zuckerkandl). Esporadica
Em adição ao tratamento apropriado para a condição re mente são encontrados no tórax, bexiga e cérebro. Os tumores
nal, os seguintes procedimentos, isolados ou em combinação, são de células cromafins localizados fora da medula adrenal são cha-
usualmente necessários para correção adequada da acidose e da mados de paragangliomas e apresentam elevada taxa de maligni-
hipercalemia: dade (52%).
a) dieta com conteúdo restrito em potássio; Cerca de 10% a 25% dos casos de feocromocitoma são de
b) administração de diuréticos, especialmente os de alça (fu- ocorrência familiar, fazendo parte de várias síndromes: neoplasia
rosemida e ácido etacrínico); endócrina múltipla - NEM - tipos 2A e 2B, doença de von Hippel-
c) sais alcalinizantes (bicarbonato de sódio); Lindau e neurofibromatose. Os feocromocitomas manifestam-se
d) associação de pequenas doses de fludrocortisona (0,05 em qualquer faixa etária, embora sejam mais freqüentes entre a 3a.
a 0,1 mg dia). e a 5a. década da vida. Em geral são únicos, mas podem, em cerca
O uso de resinas de troca iônica (poliestirenossulfonatos) de 15% dos casos, ser múltiplos e bilaterais. Os múltiplos são mais
por via oral ou enema de retenção pode estar indicado em algu- comuns em crianças e nos casos de ocorrência familiar.
mas situações de hipercalemia grave. Controle mais rápido e efe- A prevalência do feocromocitoma é da ordem de 0,5% dos
tivo da glicemia nos pacientes diabéticos deverá ser tentado, uma pacientes com hipertensão arterial diastólica, e sua incidência é de
vez que tanto a deficiência de insulina quanto a hiperglicemia são 2 a 8 casos por milhão por ano. Embora raro, o feocromocitoma
fatores agravantes de hipercalemia. deve sempre ser lembrado como causa de hipertensão arterial, prin-
cipalmente em pacientes jovens, naqueles refratários à terapia anti-
Deficiências isoladas da síntese ou ação da hipertensiva habitual, em portadores de incidentaloma adrenal ou
aldosterona de lesões neurocutâneas, e nos pacientes que apresentem hiperten-
são ou arritmia durante indução anestésica ou hipotensão prolon-
Deficiência de aldosterona sintetase (P450c11aldo ou gada e inexplicada após cirurgia. O diagnóstico precoce, seguido
CYP11B2) e pseudo-hipoaldosteronismo tipo 1 da exérese do tumor, leva, na maioria dos casos, à cura do proces-
so, além de evitar complicações potencialmente fatais decorrentes
São anomalias congênitas bastante incomuns, mas que de dos picos hipertensivos provocados por aumentos repentinos da
vem ser lembradas na avaliação de recém-nascidos que apresentem atividade adrenérgica.
nas primeiras semanas de vida manifestações de desidratação grave Os tumores usualmente secretam noradrenalina (NA) e adre
com vômitos e déficit de desenvolvimento ponderal importante. nalina (A), embora alguns sejam produtores isoladamente de NA
Bioquimicamente, apresentam conservação renal inadequada de ou, mais raramente, somente de A. Os paragangliomas podem pro-
sódio, com hiponatremia, hipercalemia, por vezes grave, e acidose duzir predominantemente dopamina e, geralmente, não são capa-
metabólica. A APR encontra-se bastante elevada. Na deficiência de zes de produzir A, pela ausência da enzima feniletanolamina-N-
aldosterona sintetase, os níveis plasmáticos ou urinários de aldos- metiltransferase (PNMT). As manifestações clínicas decorrem da
terona encontram-se reduzidos ou indetectáveis, em presença de ação das catecolaminas liberadas em excesso pelo tumor. As cate-
níveis elevados de seus precursores 18-hidroxicorticosterona (18- colaminas atuam nos receptores α1-adrenérgicos dos vasos e nos
OHB) e corticosterona. Pacientes com pseudo-hipoaldosteronis- receptores β1-adrenérgicos do miocárdio, causando aumento da
mo do tipo 1 (PHA1), em decorrência da resistência tubular distal resistência vascular periférica, da freqüência cardíaca e da contra-
primária à ação da aldosterona, na verdade apresentam esse mes tilidade miocárdica, associados à diminuição da complacência ve-
mo quadro clínico em vigência de níveis elevados de aldosterona nosa. Como resultado, a hipertensão do feocromocitoma é hiper-
plasmática ou urinária. A forma sistêmica, associada a doença do cinética, vasoconstritora e hipovolêmica.
trato respiratório inferior, é de herança autossômica recessiva e re Cerca de 30% dos pacientes se apresentam com hiperten-
sulta de mutação inativadora do canal epitelial de sódio. A forma são arterial mantida, 50% apresentam episódios paroxísticos de hi-
renal, de herança autossômica dominante, decorre de mutação no pertensão arterial com duração e freqüência variáveis, 13% podem
receptor mineralocorticóide. ser normotensos ou apresentar episódios de hipotensão e 8% po-
Recém-nascidos com deficiência de aldosterona sinteta- dem ser totalmente assintomáticos. Cefaléia intensa, palpitações e
se (CYP11B2) devem ser tratados prontamente com reposição sudorese profusa são os sintomas que constituem a tríade clássi-
mineralocorticóide (fludrocortisona, 0,1-0,2 mg/dia) e comple ca, característica da elevação abrupta dos níveis da pressão arterial
mentação de NaCl na alimentação. Pacientes com PHA1 necessi- conseqüente à liberação adrenérgica. Além desses sintomas, po-
tam, obrigatoriamente, de doses suplementares elevadas de NaCl dem ocorrer alterações vasomotoras, como palidez ou rubor ex-
na alimentação, e doses também elevadas de fludrocortisona (0,2- cessivos, dores (cólicas) abdominais ou precordiais, parestesias, ir-
0,5 mg/dia), em decorrência da resistência periférica a esse hor- ritabilidade e dispnéia. Nos intervalos das crises, cansaço, fraqueza,
mônio. Em ambas as condições existem, inexplicavelmente, ten- prostração e perda de peso, às vezes acentuada, são conseqüências
dência à melhora com o avançar da idade. do hipermetabolismo, que simula a tirotoxicose. Infarto agudo do