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OMS- Organização mundial de saúde Neste período também foram criados no Rio de
Janeiro:
OPAS- Organização Pan-americana da Saúde
→ Abrigo –Hospital Arthur Bernarddes, para
PPA- Plano de pronta ação crianças, localizados em um hotel (1924)
PDR – Plano diretor de regionalização → Hospital Pedro II, localizado em uma antiga
PNRMAV- Política Nacional de Redução da escola e destinado aos casos de maláriaa.
mortalidade dos acidentes e violência → Hospital Gaffrée e Guinle ( 1924-1934)
Pu’s- Postos de urgência → Hospital e instituto do câncer ( 1927-1934)
PEET – Programa de enfrentamento ÀS Hospital de Clínicas Arthur Bernardes, da
emergências e traumas Faculdade de Medicina (1926-1934)
RAS- Rede de atenção à saúde 1932- Criação do Socorro Médico
SAMDU- Serviço de assistência médica Logo após a implantação do modelo de
domiciliar e de urgência previdência SOCIAL NO Brasil, foi instituído o
SAMU- Serviço de atendimento móvel de socorro médico apenas para beneficiários das
urgência Caixas de Aposentadorias e Pensões, através do
Decreto nº 22.016, de 26 de outubro de 1932
SAUE- Sistemas de atenção as urgências e (BRASIL,1932)
emergências
1949 – Implantação do SAMDU Ainda no âmbito da previdência social, houve a
desburocratização do atendimento nos casos de
Em 1949, foi implantado o serviço de assistência emergência, com a aprovação do plano de pronta
médica domiciliar e de urgência (SAMDU), por ação (PPA), em 1974, ou seja, a universalização
meio do Decreto nº 27.664 de 30 de dezembro de dos atendimentos de urgência. Então, pela
1949, mantido por todos os institutos e as caixas primeira vez após a extinção do SAMDU, que
ainda remanescentes, vinculados ao Ministério do ocorreu em 1967, a previdência social admitia o
Trabalho (BRASIL,1949) uso de seus recursos no atendimento universal
Mas, foi com a aprovação do decreto nº 46.349, (Mercante et al., 2002; Oliveira; Teixeira, 1989).
em 3 de julho de 1959, que ocorreu a A Lei nº6.229, de 17 de julho de 1975,
regulamentação da finalidade do SAMDU em estabeleceu a criação do Sistema Nacional de
prestar assistência médica de urgência, em Saúde. Tal lei responsabiliza os municípios na
ambulatórios, hospitais, em domicílio ou local de prestação de serviços de urgência e estimulava a
trabalho, e esse serviço era mantido por todos os criação de novos métodos terapêuticos e novas
institutos e as caixas ainda remanescentes modalidades de prestação de assistência, com
(Brasil,1959; Polignano,2001) recursos financeiros da previdência social
Nesse período, foram construídos Postos de (Brasil,1975)
Urgências (PU’s) acoplados aos ambulatórios, Nesse período, foi reintroduzido o Atendimento
cuja demanda era feita via rádio aos Pus, como pré-hospitalar (APH) móvel, e houve uma grande
também foram implantados SAMDU nos estados distribuição de ambulâncias por parte da
do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, previdência social, neste momento a função
Pará, Pernambuco, Piauí e Ceará (Mendes,2001) transporte era executada independentemente do
O SAMDU prestava assistência somente aos estado do paciente e os carros não eram
beneficiários das caixas de aposentadorias e adequados.
pensões. Os trabalhadores que não dispunham de Destaca-se, nessa época, a implantação do APH
carteira de trabalho assinada eram considerados “à móvel nos moldes do SAMDU pela secretaria
margem do sistema”, mas podiam utilizar o Municipal de São Paulo (Serviço conhecido como
SAMDU mediante contribuição fixada em tabela “192”) e pela secretaria municipal do Rio de
(Brasil,1959; Castro,2002) Janeiro.
A atuação importante do SAMDU era a Na perspectiva de novas modalidades de prestação
assistência aos pacientes (previdenciários ou seus de assistência e por meio da DERSA
dependentes) com doenças crônicas (diabetes, (Desenvolvimento Rodoviário SA), surgiu o
insuficiência cardíaca e obstrução urinária). Eles “Sistema de ajuda ao usuário”, nas rodovias, sob
eram acompanhados mediante visitas domiciliares sua jurisdição. O serviço oferecido tinha como
regulares (Mendes, 2001). característica o posicionamento de uma
Em 1967, os IAPs, o SAMDU e a ambulância tripulada por um motorista e a
superintendência dos serviço reabilitação da presença de um atendente de primeiros socorros
previdência social foram incorporados ao instituto treinado, sob supervisão de médicos. Era mantido
de previdência SOCIAL (inps). A CRIAÇÃO DO com a arrecadação dos pedágios e com recursos da
inps CRIOU AS CONDIÇÕES PARA Previdência Social (Okumura, 1989;
IMPLANTAÇÃO DE UM MODELO DE Serviços...,2001)
ATENÇÃO À SAÚDE CENTRADA NA
ASSISTÊNCIA MÉDICA, COM PRÁTICAS
CURATIVAS VOLTADAS AO COMPLEXO
MÉDICO-HOSPITALAR. A LÓGICA ERA
CONSTRUIR HOSPITAIS E CONTRATAR
SERVIÇOS HOSPITALARES PRIVADOS
(Brasil,1949,1959,1975; Mendes, 2001;
Mercadante et al.,2002; Oliveira; Teixeira,1989).
1975 – Criação do Sistema nacional de saúde e
implementação do APH móvel
No âmbito hospitalar, destacaram-se, na década de A lei nº 8080/90 previa como atribuições comuns
70, a criação do plantão médico administrativo e à união, aos estados e ao município a
os critérios de atendimento de urgência responsabilidade com as emergências
estabelecidos pelo pronto-socorro do Hospital das (Brasil,1990).
clínicas de São Paulo, para diminuir o
congestionamento desse pronto-socorro. Essa Então, de um lado, os estados brasileiros
operação demandou aliança com vários hospitais expandiram seus serviços de APH móvel por meio
da região metropolitana, de forma que ao Hospital dos bombeiros (executados exclusivamente por
de Clínica pode ser atribuída a execução da socorristas ou por profissionais de saúde e
primeira instância reguladora da transferência socorristas); do outro, os municípios expandiram
entre hospitais para cuidados de seus serviços no modelo do SAMDU (executados
urgência/emergência no Brasil (GUI,2002) por profissionais de Saúde), agora vinculados a
uma central de regulação de urgência.
1989 – Implantação da Regulação médica no
Uma característica importante é que esses serviços
APH móvel
prestavam atenção às urgências de forma
Em 1989, foi realizado um convênio de dissociada e isolada; cada um restringia-se a
cooperação técnica para a implantação de centrais cumprir o seu papel. Prontos-socorros e o APH
de regulação médica nos municípios que móvel eram a única porta de entrada no Sistema
dispunham de APH móvel, nos moldes do de atenção à saúde.
SAMDU, que funcionavam com o número “192”
(Silva et al.,2010).
De um lado, o governo federal estimulou novos O que aconteceu na área de urgência e
métodos terapêuticos e novas modalidades de emergência após a criação do sus?
prestação de assistência; e, de outro, “aparelhou os Entre os anos de 1920 e 1980, houve dois tipos de
municípios com equipamentos, ambulâncias com modelo de atenção à saúde: um de saúde pública e
perfil de terapia intensiva e contratos de médicos e outro previdenciário. Esse último, promovia uma
enfermeiros treinados” (Brasil,1975; Lopes; vinculação entre a obtenção dos direitos e a
Fernandes,1999; Scarpelini, 2007). carteira assinada, a qual Wanderley Guilherme
Ainda na década de 1980, surgiu a proposta de um dos Santos chamou de “Cidadania regulada”
sistema de referência para o encaminhamento dos (Mansur,2001).
acidentados aos locais próximos das ocorrências, Entretanto, com o aumento da mortalidade por
estabelecendo, pela primeira vez, uma proposta de acidentes e violência, na década de 1980, a União,
territorialização e integração dos serviços de por meio do Ministério da Saúde (MS), em 1990,
atendimento imediato e de internação. Essa implantou o Programa de Enfrentamento às
proposta foi elaborada por representantes do emergências e traumas (PEET), cujo objetivo era
Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, da reduzir a incidência e a morbimortalidade por
Secretaria de Higiene e Saúde do município de causas externas.
São Paulo, do Hospital Heliópolis e da Santa Cada
da misericórdia de São Paulo (Ferreira, 1999). Em 1994 e 1997, o MS, considerando a situação
crítica dos atendimentos de urgência/Emergência,
1988 até os dias atuais – SUS o alto custo operacional dos referidos serviços e a
incidência de lesões por causas externas, resolveu
A partir da implantação do SUS, concebido pela
(Brasil, 1994ª, 1995, 1997):
Constituição de 1988 como um Conjunto de ações
e serviços de saúde, prestados por órgãos e - Criar o código de atendimento específico em
instituições públicas federais, estaduais e urgência e emergência;
municipais, da administração direta e indireta e
das fundações mantidas pelo poder público, com - Instituir o índice de valorização hospitalar para
participação da iniciativa privada em caráter atendimentos de urgência e emergência;
complementar, surge a Lei nº 8080 de 19 de - Instituir o internamento na área de urgência e
setembro de 1990, que instituiu as condições para emergência.
a promoção, a proteção e a recuperação da saúde,
bem como a organização e o funcionamento dos Em 1998, reconheceu a carência dos serviços na
serviços correspondentes e deu outra providência área de atendimento as urgências e emergências
(Brasil, 1990,2001ª). nos grandes centros urbanos; a necessidade de
organizar e hierarquizar os serviços de assistência PERÍODO, FORAM POSSÍVEIS PORQUE AS
as urgências e emergências e, então, instituiu o Normas Operacionais Básicas (NOBS) editadas
Programa de Apoio à implantação dos Sistemas entre os anos de 1991 e 1996 fixaram as seguintes
Estaduais de referência Hospitalar para bases de funcionamento do SUS (Brasil,
atendimento de urgência e emergência, que contou 1991,1993,1996,1998):
com recursos financeiros nas áreas de:
- Pagamento por produção de serviços para órgãos
- Assistência pré-hospitalar; de Governo, mediante a apresentação de faturas
(Esse procedimento, até então comum para os
- Centrais de regulação; prestadores de serviços privados, agora era
- Hospitais referências do Sistema estadual; estendido aos prestadores públicos);
- Porte 2: Hospitais gerais com atendimento geral Institui a Programação Pactuada e Integrada (PPI),
das urgências/emergências de natureza clínica e que envolve as atividades de assistência
cirúrgicas ambulatorial e hospitalar, de vigilância sanitária e
de epidemiologia e controle de doenças,
- Porte 3: Hospitais gerais com atendimento geral constituindo um instrumento essencial de
das urgências/ emergências clínicas, cirúrgicas e reorganização do modelo de atenção e da gestão
traumatológicas e com atribuições de capacitação, do Sus, de alocação dos recursos e de explicitação
aprimoramento e atualização dos recursos do pacto estabelecido entre as três esferas de
humanos envolvidos como a atenção às governo (Castro,2002).
urgências/emergências.
Além disso, ficou determinado que, para integrar
o Sistema estadual de referência hospitalar em
atendimento de urgências e emergências, os
hospitais deveriam participar das centrais de
regulação ou de mecanismos de garantia de
referência. Os maiores incentivos financeiros
seriam distribuídos de acordo com a classificação,
hospitais tipo 3 e, depois, por ordem decrescente.
Os incentivos financeiros na área de atenção às
urgências E EMERGENCIAS, NESSE
A NOB96 orienta que o modelo de atenção à ATUALIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE
saúde vigente, que concentra sua atenção no caso BABILITAÇÃO DE ESTADOS E MUNICIPIOS.
clínico, na relação individualizada entre o
profissional e o paciente, na intervenção Um dos pontos importantes das NOAS é o que diz
terapêutica armada específica, deve ser associado, respeito ao processo de elaboração do plano
enriquecido, transformado em um modelo de diretor de regionalização (PDR). Coordenado pelo
atenção centrado na qualidade de vida das pessoas gestor estadual e com a participação do conjunto
e do seu meio ambiente, bem como na relação da de municípios, esse plano deve garantir:
equipe de saúde com a comunidade, 1. Acesso dos cidadãos, o mais próximo possível
especialmente, com os seus núcleos sociais de sua residência, a um conjunto de ações e
primários (as famílias). Essa prática, inclusive, serviços vinculados as seguintes responsabilidades
favorece e impulsiona as mudanças globais e Inter mínimas:
setoriais.
- Assistência pré-natal, parto e puerpério;
Programação pactuada e integrada (PPI)
- Acompanhamento do crescimento e
Traduz a responsabilidade de cada município com desenvolvimento infantil;
a garantia de acesso da população aos serviços de
saúde, que pela oferta existente no próprio - Cobertura universal do esquema preconizado
município, quer pelo encaminhamento a outros pelo Programa Nacional de Imunização, para
municípios, sempre por intermédio de relações todas as faixas etárias;
entre gestores municipais, mediadas pelo gestor - Ações de promoção da saúde e prevenção de
estadual. doenças;
Portaria nº824/GM, de 24 de junho de 1999 - Tratamento de intercorrências MAIS COMUNS
A portaria , que aprova o texto de Normatização NA INFANCIA;
de atendimento pré-hospitalar, em seu anexo, - Atendimento de afecções agudas de maior
define normas de atividade médica em nível pré- incidência;
hospitalar com definição; objetivo, regulação
médica das emergências; DEFINIÇÃO DE - Acompanhamento de pessoas com doenças
PROFISSIONAIS, PERFFIL E crônicas de alta prevalência;
COMPETÊNCIAS; CONTEÚDO TÉCNICOE
- Tratamento clínico e cirúrgico de casos de
CIENTÍFICO PARA CAPACITAÇÃO PARA
pequenas urgências ambulatoriais;
INÍCIO DAS ATIVIDADES DOS
PROFISSIONAIS NO aph MÓVEL, COM - Tratamento dos distúrbios mentais e
CARGA HORÁRIA PRÉ ESTABELECIDAS; psicossociais mais frequentes;
NORMAS PARA VEÍCULOS DE
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR; - Controle de doenças bucais mais comuns;
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS - Suprimento/dispensação dos medicamentos da
AMBULÂNCIAS; TRIPULAÇÃO E Farmácia Básica.
TRANSPORTE INTERHOSPITALAR
(Brasil,1999b) 2. O acesso de todos os cidadãos aos serviços
necessários à resolução de seus problemas de
Normas operacionais de assistência à saúde saúde, em qualquer nível de atenção, diretamente
(NOAS), de 27 de fevereiro de 2002) ou mediante o estabelecimento de referências
As NOAS/2002 aparecem com os seguintes intermunicipais.
objetivos:
- Ampliar as responsabilidades dos municípios na ----------------//------------------
Atenção básica;
- Estabelecer o processo de regionalização como
estratégia de hierarquização dos serviços de saúde Considerando a necessidade de criação de uma
e de busca de maior equidade; política Nacional de Atenção integral às
urgências, com a organização de sistemas
- Criar mecanismos para o fortalecimento da regionalizados, regulação médica, hierarquia
capacidade de gestão do sus e proceder à resolutiva e responsabilização sanitária,
universalidade de acesso, integralidade na atenção Os princípios básicos que norteiam a PNRMAV
e equidade na alocação de recursos e ações de são:
Sistema Único de Saúde, de acordo com as
diretrizes gerais do SUS e as NOAS 01/2001, - A saúde constitui um direito humano
foram estabelecidos os princípios e as diretrizes da fundamental e essencial para o desenvolvimento
regulação médica das urgências e da normatização social e econômico;
dos serviços de atendimento pré-hospitalar móvel - O direito E o respeito à VIDA CONFIGURAM
de urgência, já existentes, bem como dos que VALORES ÉTICOS DA CULTURA E DA
viriam a ser criados no país a partir, da portaria nº SAÚDE;
814/gm, de 01 de junho de 2001
(Btasil,2001b,2001c). Também foram definidos os - A PROMOÇÃO DA SAÚDE DEVE
profissionais que comporiam as equipes, oriundos EMBASAR TODOS OS PLANOS,
e não oriundos da saúde, perfil profissional e PROGRAMAS, PROJETOS E ATIVIDADES DE
competências; VEÍCULOS DE aph; REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA E DOS
MEDICAMENTOS, MATERIAIS E ACIDENTES.
EQUIPAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS. Esta
portaria revogou a portaria nº824/gm, de 24 de
junho de 1999(Brasil,1999) Para atingir os propósitos dessa política, são
estabelecidas as diretrizes que orientarão a
definição ou redefinição dos instrumentos
Sob a luz das NOAS 2001, foi aprovada a Política operacionais para sua implementação,
Nacional de Redução das mortalidades dos representados por planos, programas, projetos e
acidentes e violência (PNRMAV), por meio da atividades. As diretrizes são:
Portaria nº 737, de 16 de maio de 2001, com o - Promoção da adoção de comportamentos e de
objetivo de reduzir a morbimortalidade por ambientes seguros e saudáveis.
acidentes e violência no país, mediante o
desenvolvimento de um conjunto de ações - Monitorização da ocorrência de acidentes e de
articuladas e sistematizadas (Brasil,2001b, violências.
2001d).
- Sistematização, ampliação E consolidação do
A Política estabelece as diretrizes gerais de ambiente pré-hospitalar.
organização das ações de atenção básica
- Assistência interdisciplinar e intersetorial às
qualificada, média e de alta complexidade, por
vítimas de acidentes e de violência
meio do mapeamento das redes de referência em
áreas estratégicas específicas, como gestação de - Estruturação e consolidação do atendimento
alto risco, urgência e emergência, hematoterapia, voltado à recuperação e a reabilitação e
entre outras. Esse tipo de regionalização requer capacitação de recursos humanos.
uma articulação dos gestores municipais sob
coordenação e regulação estadual, para a - Apoio ao desenvolvimento de estudos e
negociação e pactuação de referências pesquisas.
intermunicipais e sua Programação pactuada e ----------------//-----------------
integrada (PPI), além do fortalecimento da
capacidade gestora de Estados e Municípios sob As atribuições do controle, regulação e avaliação
uma nova perspectiva reguladora, de controle e deveriam ser definidas conforme as pactuações
avaliação do sistema. (Brasil,2001d) efetuadas pelos três níveis de governo, bem como
a previa a regulação da assistência por meio da
A PNRMAV assume que os acidentes e violências implantação de complexos reguladores
são eventos, em maior ou menor grau, previsíveis (Brasil,2001b,2002). Mas foi sob a égide da
e preveníveis. O setor saúde, ao incorporar os Portaria nº373, de 27 de fevereiro de 2002, que
temas, assume, de um lado, a sua participação aprovadas as noas 2001/2002, onde nasceram os
com os outros setores de qualidade de vida da primeiros instrumentos que se propuseram a
população; e, de outro, o seu papel específico de organizar, articular e distribuir as ações e serviços
organizar as estratégias de promoção a saúde e de para ampliar o acesso ÀS URGENCIAS NUM
prevenção de doenças e agravos, bem como a PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO,
melhoria das ações relativas à assistência e HIERARQUIZAÇÃO E FORTALECIMENTO
reabilitação. DA CAPACIDADE DE GESTÃO DO SUS,
SENDO UM MARCO NA -Enfatiza a necessidade de capacitar todos os
REESTRUTURAÇÃO DA ATENÇÃO às recursos humanos da rede assistencial de atenção
urgências. (Brasil,2001b,2002ª) às emergências com cursos de habilitação (para
profissionais antes de iniciarem as atividades na
Nesse mesmo ano, foi instituída a Portaria nº área de urgência) e a reabilitação (cursos de
2.048, de 5 de novembro de 2002, que aprovou o recertificação a cada 2 anos) por meio do Núcleo
Regulamento técnico dos sistemas estaduais de de Educação em urgência, cuja criação é indicada
atenção às urgências, que propõe a reestruturação por esse regulamento já com conteúdo e carga-
dos Sistemas Atenção Às urgências e Emergências horária preestabelecidos.
(SAUE) ao estabelecer os critérios e as diretrizes
para a elaboração do Plano Estadual de atenção às - Responsabiliza cada um dos componentes da
urgências, implantação do Núcleo de Educação rede assistencial (inclusive o programa de saúde
em Urgências (NEU) e as normas para da família) por uma determinada parcela da
transferências e transporte inter-hospitalar, bem demanda de urgência, respeitando os limites de
como para organização da rede assistencial. sua complexidade e capacidade de resolução;
- Estabelece composição de equipe de recursos
humanos, classificação dos serviços, área física,
Alguns pontos merecem destaque nesse medicamentos, materiais e equipamentos,
regulamento: estruturação da grade de referência;
-Na estruturação do Sistema Estadual de Urgência - Criar nova nomenclatura e classificação para a
e emergência (SAUE), devem ser feitos área de assistência hospitalar de urgência e
planejamentos de um Plano estadual de emergência;
atendimento as urgências e emergências a partir
do confronto das necessidades sociais em saúde e Recomenda a implantação do acolhimento nas
das urgências com a oferta de serviços existentes, unidades de atendimento das urgências e
tendo em vista a ideia de promoção intersetorial emergências e a “Triagem Classificação de Risco”
de saúde, de forma a manter a autonomia dos (Brasil,2002b)
indivíduos e da comunidade, através das ações de
prevenção das doenças, educação, proteção e
recuperação da saúde e reabilitação dos indivíduos
acometidos por agravos que afetaram, em alguma
medida, sua autonomia;
- Indicação da implantação de salas bases de
estabilização em locais de cazios assistenciais, que
devem ser estruturadas com, no mínimo, o mesmo
material e medicamentos especificados para a
atenção primária em saúde e que devem contar
com a retaguarda ininterrupta de profissional
treinado para o atendimento e a estabilização dos Política nacional de atenção às
quadros agudos mais frequentes; urgências (PNAU)
- A central de regulação médica de urgência passa Em 2003, foi aprovada a primeira PNAU,
a ser elemento ordenador e orientador dos SEAU, implantada em todas as unidades federadas,
a partir da organização e da qualificação do fluxo respeitadas as competências das três esferas de
de pacientes no sistema, bem como uma porta de gestão (Brasil,2003ª)
comunicação aberta ao público e aos demais
serviços de urgência, através dos números Essa política composta pelos sistemas de atenção
telefônicos: (192,190,193) as urgências estaduais, regionais e municipais,
organizados com o objetivo de:
- Criação de unidades não hospitalares de
atendimento às urgências e emergências de
complexidade intermediária entre unidades
básicas de saúde (UBS), Unidades de saúde da
família (USF) e Unidades hospitalares;
- Garantir a universalidade, equidade e orientar a comunidade sobre como prevenir de
integralidade no atendimento às urgências algum agravo que tem apresentado indicadores
clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétrica, preocupantes, entre outros.
psiquiátricas, pediátricas e às causas externas
(traumatismo não intencionais, violência e 2º Eixo estruturante – Organização de redes loco-
suicídios); regionais
Os elementos que constituem uma RAS são: uma - ação intersetorial e abordagem dos
população adstrita (população e território), estrutura determinantes da saúde e da equidade em saúde;
operacional (componentes da RAS) e modelo lógico
(modelo de atenção à saúde para as condições - sistema de informação integrado que vincula
agudas e modelo de atenção à saúde para as todos os membros da rede.
condições crônicas) (BRASIL, 2010a).
---------------//------------------ A RAU tem a finalidade de articular e integrar todos
os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e
Com base no conceito, nos fundamentos e nas qualificar o acesso humanizado e integral aos
atribuições de Rede de Atenção à Saúde (RAS) usuários em situação de urgência e emergência nos
da Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, foi serviços de saúde, de forma ágil e oportuna. Prioriza
reformulada a PNAU (BRASIL, 2010a) e instituiu- as linhas de cuidado cardiovascular,
se a Rede de Atenção às Urgências (RAU). cerebrovascular, traumatológico e o programa de
São diretrizes da RAU (BRASIL, 2011c): atenção domiciliar.
- A ampliação do acesso e acolhimento aos casos Todas essas portas têm como norte a ser seguido: a
agudos demandados aos serviços de saúde em todos proposta do acolhimento com classificação do risco,
os pontos de atenção, contemplando a classificação qualidade e resolutividade na atenção. Constitui-se
de risco; pelos seguintes componentes (BRASIL, 2011c):
- Hospitalar: constituído pelas Portas Hospitalares - rede hospitalar com seus leitos de retaguarda,
de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, pelos sobretudo os leitos de terapia intensiva, atenção
leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de domiciliar, centrais de regulação médica urgência
diagnóstico por imagem e de laboratório e pelas 192;
linhas de cuidado prioritárias.
- equipes móveis da rede SAMU.
- Atenção domiciliar: É compreendido como o
conjunto de ações integradas e articuladas de Fazem parte da RAU a Promoção, a Prevenção e
promoção à saúde, prevenção e tratamento de Vigilância à Saúde e a Força Nacional de Saúde.
doenças e reabilitação, que ocorrem no domicílio, Mas, para acolher as condições agudas e condições
constituindo-se como nova modalidade de atenção à crônicas agudizadas, torna-se imperativa a
saúde que acontece no território e reorganiza o capacitação permanente promovida
processo de trabalho das equipes realizadoras do preferencialmente de forma direta pela Rede de
cuidado domiciliar na atenção primária, Atenção às Urgências (RAU) (BRASIL, 2011c).
ambulatorial e hospitalar.
----------------//------------------- Inicialmente, deve-se constituir um Grupo Condutor
Estadual da Rede de Atenção às Urgências, formado
A portaria da RAU estabelece que o desenho pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), Conselho
regional da rede deve ser realizado a partir da de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) e
análise da situação dos serviços de atendimento às com o apoio institucional do Ministério da Saúde,
urgências, com dados primários, incluindo dados para assegurar a melhoria da saúde da população, a
demográficos e epidemiológicos, dimensionamento integração e a articulação na lógica do
funcionamento da RAU, com qualidade e eficiência Tripulação: Tripulada por no mínimo dois
para os serviços e para o sistema. Para tanto, precisa profissionais, sendo um condutor de veículos de
haver a contratualização das metas entre os entes urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem.
reguladores/financiadores e os prestadores de
serviços (BRASIL, 2011c). Tipo de veículo: Unidade de suporte avançado de
vida terrestre
Ficou instituído o monitoramento das metas
pactuadas entre os gestores do SUS por meio dos Tripulação: Tripulada por no mínimo três
Comitês Municipais Gestores de Atenção às profissionais, sendo um condutor de veículo de
Urgências (garantindo a adequada articulação entre urgência, um enfermeiro e um médico.
os entes gestores e os executores das ações), os
Comitês Estaduais Gestores de Atenção às Tipo de veículo: Equipe de aeromédico
Urgências e os Comitês Regionais Gestores de
Atenção às Urgências. Tais comitês serão espaços Tripulação: Composta por no mínimo um médico e
de discussão e implementação de correções um enfermeiro, além do condutor.
necessárias aos Planos de atenção às
urgências (BRASIL, 2011c). Tipo de veículo: Equipe de embarcação
Quanto aos Comitês Gestores de Atenção às Tripulação: Composta por dois ou três profissionais,
Urgências já existentes, a PNAU orienta que eles de acordo com o tipo de atendimento (suporte básico
devem ser mantidos, mas que devem apresentar ou avançado) a ser realizado, contando com o
propostas de estruturação e funcionamento de novos condutor da embarcação.
Comitês nos âmbitos estaduais, regionais e
municipal nos locais onde ainda não Tipo de Veículo: Motolância
existem (BRASIL, 2011c).
Tripulação: Conduzida por um profissional de nível
Após a reformulação da PNAU, foram publicadas técnico ou superior em enfermagem com
cinco Portarias Ministeriais para readequação do treinamento para condução de motolância.
SAMU à nova estruturação da RAU (Portaria nº
2.026, de 24 de agosto de 2011; a Portaria nº 2.301, Tipo de veículo: Veículo de intervenção rápida
em 29 de setembro de 2011; a Portaria nº 2.649, de (VIR)
07 de novembro de 2011; a Portaria nº 804, de 28 de
novembro de 2011, a Portaria nº 1.010, de 21 de Tripulação: um condutor de veículo de urgência, um
maio de 2012) (BRASIL, 2011b, 2011i, 2011j, médico e um enfermeiro.
2011k, 2012b). Em relação às UPAS e SEs, além
das portarias supracitadas a partir de janeiro de 2011 - Regionalização do SAMU
(BRASIL, 2011d, 2011e, 2011f, 2011g, 2011h ), as
Portarias Nº 342/2013 e Nº 10/2017, revogadas, O componente SAMU “192” deve ser regionalizado,
também abordaram esses conteúdos, mas, foram a fim de ampliar o acesso às populações dos
atualizados nas Portarias de Consolidação Nº 3 e Nº Municípios em todo o território nacional, com
6, de 28 de setembro de 2017 (Consolidação das centrais de regulação médica de urgência
Normas sobre as Redes do SUS ) (BRASIL, 2013b, regionalizadas. Cada região terá um Plano de Ação
2017a, 2017c, 2017d). Regional da Rede de Atenção às Urgências com
centrais de regulação de urgência de caráter
Além dos pontos já relatados, na Portaria 1.010, de regional. Municípios com população igual ou
21 de maio de 2012, merecem destaque (BRASIL, superior a quinhentos mil habitantes que já possuem
2012b): SAMU 192 poderão constituir por si só uma região,
para fins de implantação de Central de Regulação
- Definição das unidades móveis com suas Médica das Urgências, desde que todos os
respectivas tripulações: Municípios do seu entorno já estejam cobertos por
outra Central de Regulação das Urgências (BRASIL,
Tipo de Veículo: Unidade de suporte básico de vida 2012b).
terrestre
- Capacitação permanente para a equipe do Samu
“192”
O componente SAMU “192” deverá dispor de Emergência (RUE), foi criada a Força Nacional
programa de capacitação permanente promovido de Saúde do Sistema Único de Saúde (FN-SUS),
pela rede de atenção às urgências (BRASIL, 2012b). através da Resolução nº 443, de 9 de junho de
2011 (BRASIL, 2011m). Também foram
- Qualificação da central de regulação médica das definidas e estabelecidas as diretrizes sobre a
urgências e samu “192” declaração de Emergências de Saúde Pública de
Importância Nacional (ESPIN) (BRASIL,
Central de Regulação Médica das Urgências e o 2011n).
componente SAMU “192” já habilitados terão
direito à qualificação, com a alteração de valores de Ainda, foi publicada a Portaria nº 2.029, de 24
custeio, mediante a apresentação de vários de agosto de 2011, que instituiu a Atenção
documentos ao Ministério da Saúde, entre eles Domiciliar (AD) no âmbito do SUS (BRASIL,
(BRASIL, 2012b): 2011o). A Portaria nº 2.527, de 27 de outubro
2011, redefiniu a AD no âmbito do SUS
- Plano de Ação Regional da Rede de (BRASIL, 2011p) que, posteriormente, passou
Atenção às Urgências; por nova redefinição, sendo uma nova
modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou
- informação dos Municípios abrangidos complementar às já existentes, caracterizada por
pelo componente SAMU “192” e do um conjunto de ações de promoção à saúde,
Município da Central de Regulação Médica prevenção e tratamento de doenças e reabilitação
das Urgências; prestadas em domicílio, com garantia de
continuidade de cuidados e integrada às redes de
- informações dos Municípios que terão atenção à saúde. Isso ocorreu por meio
bases descentralizadas e as ambulâncias a da Portaria nº 963, de 27 de maio de 2013
serem distribuídas; (BRASIL, 2013).
Noas