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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

DE SAÚDE
Linha do tempo:

1904 – Revolta da vacina/Oswaldo cruz (desencadeada pela vacinação obrigatória da varíola,


no mesmo momento que Oswaldo cruz, maior sanitarista do Brasil, assumiu o departamento
nacional de saúde para controlar a epidemia de febre amarela. Medidas arbitrárias – ou seja,
sem princípios lógicos.)

1917 – Reforma do porto de santos (Ocorreu porque o Brasil estava saindo do modelo agrário
para o agrário-exportador. Essa transformação se fez necessária porque o Brasil era conhecido
no mundo, como pais das mazelas, pestilencial, e com isso, os navios de fora não queriam
atracar porque acreditavam que sairiam daqui com a tripulação adoecida, além da perda de
trabalhadores adoecidos. Como consequência o Brasil estava perdendo capital. Logo, houve a
greve de 1917 que exigia melhores condições de trabalho, e assim aconteceu o Saneamento
do porto.)

No brasil teve 2 grandes greves, a de 1917 e a de 1919, que serviram de mola


propulsora para a criação do “embrião” da previdência social no brasil, através da Lei
Eloy Chaves.

1923 – Lei Eloy Chaves (24/01/1923) consolidou a base do sistema previdenciário brasileiro,
com a criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões - CAPS (“preciso garantir o mínimo
necessário para o trabalhador, se não ele adoece e é mais gasto para a empresa”)

 CAPS era excludente, pois só ferroviários e marinheiros que tinham o direito.


 Formulado por instituição ou grandes empresas
 O estado não participava do financiamento das CAPS, logo o financiamento era
BIPARTITE (empregado e empregador)

1933 – Criação dos IAP (Governo de Getúlio Vargas. Resultado da unificação da CAPS, são
transformadas em intitutos)
Nos IAPs o governo fazia a gestão financeira.

No papel contribuía, mas na prática tirava mais do que injetava.

“Financiamento tripartite” (empregado, empregador e governo)

Com as CAPs, trabalhadores de determinadas empresas possuíam direito ao benefício.


Já os IAPs eram categorizados de acordo com a profissão da pessoa (marítimos,
comerciários, bancários) e não de acordo com a empresa. Mas o direito à assistência
ainda era excludente, onde só os trabalhadores formais que estavam nas cidades (os
urbanos) e que tinham a carteira assinada

OBS.: O financiamento sai de bipartite (recursos de empregador e do trabalhador) para


tripartite (empregado + empregador + gestão financeira de responsabilidade do governo).
Porém o dinheiro era desviado!!

REFORMA CAPANEMA??????
1942 – 1ª Conferência nacional de saúde e criação da SESP (Serviço Especial de Saúde Pública)
– fazia e determinava ações de saúde pública, enquanto a SUCAM as ações do controle de
endemias. (estava em seg.guerra mundial)

Responsável por ações sanitárias em regiões afastadas do país, mas com interesse
estratégico para a economia, o SESP visava, principalmente, à assistência médica dos
trabalhadores recrutados para auxiliar na produção de borracha na Amazônia e que
estavam sujeitos à malária.

A produção de borracha era necessária ao esforço de guerra dos Aliados na 2ª Guerra,


para manter a estrutura.

Importante nas ações programáticas de tuberculose, hanseníase e fizeram uma ação


da imunização, que fez alcançar a redução da mortalidade infantil por doenças
imunopreviníveis.

1953 – Criação do ministério da saúde – antes era Ministério da educação e saúde (Isso faz
com que tenhamos um espaço destinado para as ações de saúde. Devido a dicotomia (divisão
entre quem fazia a saúde pública – minist. saude, e quem prestava assistência – previdência
(sempre excludente) na época, era destinado a ações de promoção, proteção, controle de
endemia e epidemias (ações focadas em vacinação, planejamento familiar)

1963 – 3ª Conferência nacional de saúde – campanha pela municipalização (Gov.joao Goulart).

1964 – Golpe militar – retrocesso (provocou a centralização). Muda a estrutura do país –


Ditadura militar.

1966 – Unificação dos IAPs no INPS (ainda na ditadura) 1923 – 1933 – 1966
A centralização foi marcada pela criação do Instituto Nacional de CAPs – IAPs – INPS
Previdência Social (INPS). Que privilegiava a compra de serviços às
grandes corporações médicas privadas.

Só os trabalhadores formais tinham acesso (previdenciários/contribuintes)

Esse sistema dentro do INPS ficou cada vez mais complexo, então...

1977 – INAMPS (por conta da crise do IAPs, devido ao desvio de recursos, foi criado INAMPS.
Responsável pela assistência médica dos previdenciários, reforçando a dicotomia –
EXCLUDENTE.); grandes hospitais são criados para atendimento daqueles que contribuíam.

1978 – Alma-Ata (Nesse ano aconteceu a 1ª conferência internacional de cuidados primários


em saúde, no Cazaquistão, na cidade de Alma-Ata. Discutir a atenção-primaria. Por conta dela,
há um resultado que são as Ações Integrada em Saúde – AIS (focando na PESSOA e não nas
DOENÇAS), que são consideradas as primeiras ações descentralizadas no Brasil (mesmo que
estivesse num momento centralizador como era a ditadura).

1981/82 – CONASP – Na tentativa de conter custos e combater fraudes o governo criou o


Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP) ligado ao INAMPS.
Criado com intuito de aumentar a produtividade, melhorar a qualidade de assistência e
equilibrar as ações ofertadas à população urbana e rural

1983/84 – AIS
 Fez com que os países focassem no cuidado primário em saúde, nas causas que são
sensíveis a atenção primaria.
 Visandi um modelo assistencial que incorporava o setir público, procurando integrar
ações curativas-preventivas e educativas ao mesmo tempo. Assim, a previdência passa
a comprar e pagar serviços prestados por estados, municípios, hospitais filantrópicos
públicos e universitários.
 Marco inicial da atenção primária no país

Lembre-se da dicotomia que existia. Entre quem fazia a saúde pública (ministério da saúde) e quem
prestava assistência (previdência).

Essa assistência era excludente, pois não abrangia a toda população, apenas aqueles que contribuíssem.

QUAL ERA O PRÉ-REQUISITO NA LOGICA DE ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA PARA RECEBER


ASSISTENCIA, ANTES DA CRIAÇÃO DO SUS? Ser trabalhador, contribuinte ou previdenciário

As AIS vem fazendo parte de um plano conhecido como plano CONASP, que acontece
em 1982 para tentar melhorar a estrutura da previdência social. Dentre as ações previstas no
plano estão as AIS, que foram colocadas em prática em alguns estados, e são considerados o
passo inicial para a descentralização mesmo que de forma iniciante, e também para as
primeiras ações no âmbito da atenção primaria só que bem fragilizado, focado no modelo
medico privatista.

O CONASP elabora o "Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no


âmbito da Previdência Social", tendo, segundo Muller Neto, como alguns dos
principais objetivos: "prioridade às ações primárias, ênfase na assistência ambulatorial;
integração das instituições (federais, estaduais, municipais) num sistema regionalizado
...

1985 – DIRETAS JÁ + Tancredo Neves + CONASS/CONASEMS

O movimento das diretas já e eleição de Tancredo neves marcaram o fim do regime militar,
gerando diversos movimento sociais, que culminaram com a criação das associações dos
secretários de saúde estaduais (Conass) ou municipais (Conasems).

1986 – 8ª conferência nacional de saúde (foi a primeira a garantir a participação da


comunidade. Resultado do movimento sanitário que solicitava a queda da ditadura)

O MOVIMENTO SANITÁRIO começa a ser desenvolvida da década de 60, e ganha forma na


década de 70 e tem seu ponto máximo na década de 80.

O movimento sanitário não foi setorial. Teve um olhar amplo para as condições de saúde!

ATENÇÂO! Quem começa não é a população, e sim os professores, estudantes (elite


intectual) da época e alguns parlamentares. A comunidade participou por meio da
solicitação dos profissionais de saúde, convocando-os.

Lançou as bases da reforma sanitária e do SUDS


O que ela traz? Solicita um conceito ampliado, financiamento justo e adequado para
SUS, e que o sistema seja universal e haja descentralização.

1987 – SUDS (Sistema único descentralizado em saúde) – descentralização via convênios (vem
para ocupar o espaço de estratégia de transição (não é antecessor do SUS). Conhecido como
estratégia ponte OU estadualização da saúde. No tempo os municípios não tinham
conhecimento de executar a tarefa acerca de gestão pública e da saúde. E só alguns estados
aderiram a essa estratégia)

 Para ajudar na TRANSIÇÃO, entre 87 e 89 é o SUDS que ajuda os estados a ajudarem


os municípios, a receber a carga de atribuições.

O SUS só começa a ser municipalizado de fato, na década de 90, entre 96 e 98. E se


fortalecendo mais no ano 2000.

A 9ª só acontece quando Itamar Franco assume o poder, em 1993. Porque no período de


Collor, ele não aprovou/propôs a conferência. (tema: cumprir e fazer cumpri a lei)

1988 – Promulgação da Carta Magna/Constituição Federal – SUS (primeiro artigo que trata
especificamente da saúde)

1990 – LOS 8080/90 (em setembro) e LOS 8142/90 (em dezembro); e publicação da primeira
portaria do PACS + PRIMEIRA ELEIÇÃO DIRETA (FERNANDO COLLOR)

1991 – NOB 91 (tinha caráter de retrocesso) e PACS – Programa de Agentes Comunitário de


Saúde (passa a existir)

 A ditadura cai em 1985, em 1986 ocorre a 8ª conferência de saúde.


 Não conseguimos as diretas já em 85. Logo a primeira eleição pós ditadura ainda foi
indireta, onde Tancredo Neves é eleito, morre e quem assume é Sarney.
 A primeira eleição direta foi em 1990, quando Fernando Collor é eleito.

O SUS nasce em 1988 e Collor publica as LOS, em 1990.

Na lei 8080 é colocado tudo que precisava ter para organizar o SUS, e ele mesmo (Collor)
veta o que estava relacionado ao controle social e participação da população, e a forma de repasse
financeiro. Collor faz o contrário do que é colocado como Lei orgânica.

Por conta disso, a primeira Lei orgânica (8080) possui vários vetos relacionados a recurso e
participação da comunidade. Quando ele começa a sofrer pressão da população em 1990, ele
publica
1992a –segunda Lei orgânica,
Caras pintadas. Tinhatrazendo osde
o sentido dois itens
tirar vetados
Collor. na leiele
(quando 8080.
cai, ITAMAR FRANCO
assume)
Logo, o período entre 90 e 92 é conhecido como a era do CAOS DO SUS
1993 – Extinção do INAMPS + 9ª conferência + NOB 93. (Ela extinta a NOB 91 e coloca em
pratica o que gesta na constituição, que é a descentralização, e a transferência de recursos
regular e automática.

A NOB 93 classifica os municípios em 3 habilitações: Incipiente, parcial e semipleno


(Onde os municípios categorizados e classificados como semiplenos, passam a receber
do recurso de forma regular e fundo a fundo (automático).

E à medida que os municípios fossem mudando de habilitação, alcançando as regras


que a NOB propunha, também começariam a receber os recursos.
MUNICÍPIOS

Gestão Incipiente: Cabe ao município programar e autorizar a utilização da AIH e dos


procedimentos ambulatoriais; controlar e avaliar os serviços ambulatoriais e hospitalares
públicos e privados; incorporar ações básicas de saúde, nutrição, educação, vigilância
epidemiológica e sanitária e desenvolver ações de vigilância, assistência e reabilitação de
saúde do trabalhador.

Gestão Parcial: Cabe ao município, além de realizar o proposto na forma incipiente,


gerenciar as unidades ambulatórias pública do município.

Gestão Semiplena: É a forma mais avançada de gestão, cabendo ao município a gestão de


toda a rede de saúde municipal.

1994 – PSF (Por força do PACS e por ter percebido por uma equipe de ACS +enfermeiro sem
vinculação a unidade não daria certo para dar resultados em relação aos problemas da
comunidade. O PSF vem remodelar a atenção primaria – em 2006 muda para ESF)

1996 – NOB

2000 – EC 29/00

2001 – NOAS 01

2002 – NOAS 02

2003 – SAMU

2006 – Pacto pela saúde (portaria 399/06) - (normatizar  pactuar)

Normas são rígidas, e o pacto dar a entender que as esferas de governo podem dialogar, e
dialogaram, propondo 3 componentes: pacto em defesa do sus, luta pela repolitização do
sistema, deixando claro que o SUS não tinha recurso suficiente para pôr em prática o que
estava na constituição; pacto pela vida, traz as prioridades inequívocas, e que todas as esferas
de governo irão trabalhar com esses problemas por serem mais impactantes e que tem maior
magnitude no país; pacto pela gestão, reforça-se a lógica da regionalização, que já vinha sendo
discutida pelas NOAS 01 e 02.

A regionalização ganha o ponta pé na constituição, espaço de evidência no art. 7 da lei


8080, e é colocada em prática nas NOAS, através do plano diretor de regionalização. O
pacto transforma em algo solidário (Gestão compartilhada, solidaria e olhar da gestão
através da pactuação e programação local).

 A NOAS/SUS ampliam as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica,


define o processo de regionalização da assistência e cria alternativas para o
fortalecimento da gestão do sistema de saúde.

2009 – Regulamento do SUS – É como as portarias de consolidação.

2011 – Publicação do Decreto 7508: Regulamenta a LOS 8080 (art 2, 5 e 9, mais cobrados). Dá
um avanço no processo de regionalização.
2011 - PNAB

2012 – É sancionada/aprovada a Lei complementar 141/12 – O percentual da união não foi


definido ficando à mercê da variação do produto interno bruto, gerando descontentamento. E
em 2015 o artigo 198 da constituição fixa o valor da união.

2012 – Publicada resolução 453 – revoga a 333/03, que traz o papel dos conselhos de saúde.
Composta por 5 diretrizes (a 3 é mais cobrada).

2015 –EC 86: Emenda que altera o art. 198. Fixando o valor mínimo de contrapartida da União.

2015 – Lei 13097. Altera o art. 23 da constituição 8080 e inclui o art 53ª. Permissão da
participação direta e indireta de empresas de capital estrangeiro. (“salve previstas na lei” art
199); as situações que podem mudaram.

Para estudar controle social: Lei 8142 e a resolução 453/12

2017 – Lei 13427. Inclusão do novo princípio, falando da organização de serviços destinados a
pessoa vítimas de violência doméstica e mulheres. + 2436/17

2017 - Portarias de consolidação – (Temos 6, e a nº 2 tem mais chance de cair, porque


consolidou todas as políticas de saúde).

 Nº fala da organização do SUS; Nº 3 consolida as redes; Nº5 os sistemas;


 Qualquer atualização que ocorrer, não é mais na portaria de origem, e sim na portaria
de consolidação

2017 – Nova PNAB (Revogada por consolidação também. Já se passou por várias alterações).

2019 – Mudança no financiamento da atenção básica. Onde o pab fixo e variado são extintos, e
a atenção básica passa a ser financiada nos termos do Programa Previne Brasil, q é um
conjunto de medidas dentre elas, a mudança do financiamento da atenção primaria, e está
descrita na portaria 2979/19. Financiada por captação ponderada, ou seja, pelo número de
cadastros de pessoas por ações estratégicas, e pelo alcance de indicadores.

2019 - Equipe de atenção básica (médica, enfermeiro, ACS e equipe de saúde bucal) deixa de
existir e é substituído pela EAP – Equipe de Atenção Primária (composta só por médico e
enfermeiro) através de uma das alterações a PNAB = portaria 2539.

Portaria 397/20 – Reformula o programa Saúde na Hora; propõe estender o horário de


funcionamento das equipes de atenção promaria (e os municípios que quiserem
solicitam a adesão ao programa, não sendo obrigatório)

2020 – NASF – Nota técnica 03/2020: traz uma mudança no NASF. O NASF/AB a partir de
janeiro de 2020 deixa de existir, nenhum podendo ser formado, e os que já existem podem
ficar, de acordo com o município. Pode manter, e o recurso dos profissionais vai ser pelo
município; pode desmembrar e colocar cada profissional em uma equipe ou colocá-los em
pontos de referências (atendimentos especializados).

2020 – Alteração da Lei 8080/90 – Lei nº 14021 de 7 de julho d 2020 – Subsistema da saúde
indígena.

2021 – Alteração do art. 16 da lei 8080: Trata da lógica de facilitar a exportação de


bioma/material genético no Brasil.

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