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GESTÃO DA CLÍNICA NAcondição de saúde,

- Linha Guia (Guidelines): São recomendações


voltadas a uma determinada

 Desafios
Atenção Básica
realizadas de modo a normatizar todo o processo.
Cobrindo, portanto, as intervenções promocionais,
preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e
paliativas realizadas em todos os pontos de
atenção de uma rede de atenção à saúde (RAS).
Unidade 1 Obedecendo à ação coordenada da atenção
Gestão Clínica primária a saúde.
“Um conjunto de tecnologias de microgestão destinado
a prover uma atenção À saúde de qualidade; centrada
nas pessoas, efetiva, estruturada com base em
evidências científicas, segura, que não cause danos às
pessoas e aos profissionais de saúde, eficiente,
promovida com os custos ótimos, oportuna, prestada
no tempo certo, equitativa, de forma a reduzir as
desigualdades injustas e ofertada de forma
humanizada. ” (Mendes,2011, p.268)
- Protocolos Clínicos: São documentos específicos
 Diretrizes clínicas
mais voltados às ações de promoção, prevenção,
AS diretrizes clínicas são recomendações organizadas de cura/cuidado, de reabilitação ou de paliação,
de forma sistemática, com finalidade de intervir nas em que os processos são definidos com maior
decisões dos profissionais de saúde e dos usuários precisão e menor variabilidade.
sobre as melhores condutas a serem adotadas em
situações próprias de saúde-doença.  Tecnologias da gestão clínica
Possuem quatro funções, conforme Mendes (2011) As diretrizes clínicas fundamentam as tecnologias
- Função gerencial: O estabelecimento de padrões de gestão para sua utilização nos serviços,
ÓTIMOS DE SEGURANÇA E DE QUALIDADE padronizando-os e aumentando a eficiência
CLÍNICA CONTRIBUI PARA A DIMINUIÇÃO DA econômica do sistema de atenção à saúde.
VARIABILIDADE DA CONDUTA DOS
- Gestão da condição de saúde: Definida como um
PROFISSIONAIS, TORNANDO A ATENÇÃO À
SAÚDE MAIS GERENCIÁVEL. conjunto de ações sobre fatores de riscos
biopsicológicos ou sobre uma condição de saúde
- Função educacional: As diretrizes clínicas como já estabelecida (doença crônica), segundo sua
instrumento de normatização dos processos de trabalho estratificação de risco por meio de um conjunto de
em saúde, depois de elaboradas, devem ser intervenções gerenciais, educacionais e cuidado.
transformadas em produtos educacionais que Tem como objetivo alcançar bons resultados
implementam a educação permanente para os
clínicos, de reduzir os riscos para os profissionais
profissionais de saúde e de educação em saúde. Essa
função educacional das diretrizes clínicas deve e para os usuários, contribuindo para a melhoria
contribuir para a mudança de comportamento tanto dos da eficiência e da qualidade da atenção à saúde.
profissionais quanto dos usuários do sistema. → Promoção de Saúde: População total
- Função comunicacional: Visa estabelecer uma
linguagem única entre a equipe multiprofissional e os
Intervenção: Ação sobre os determinantes sociais
usuários de saúde. de saúde intermediários

- Função legal: A obediência ÀS NORMAS → Prevenção da condição de saúde:


DEFINIDAS EM LINHAS-GUIA E EM Subpopulação de risco
PROTOCOLOS CLÍNICOS ACABA POR
CONSTRUIR UMA PROTEÇÃO JURÍDICA PARA Intervenção: Ações sobre os determinantes sociais
OS PROFISSIONAIS E PARA AS ORIENTAÇÕES de saúde proximais.
DE SAÚDE.
- Gestão de caso: Advêm da “Lei da concentração
 TIPOS DE DIRETÍZES CLÍNICAS da severidade das condições de saúde e dos gastos
com serviço de saúde”, que afirma que os usuários
As diretrizes são recomendações sistematicamente em condições graves de saúde são mais custosos,
desenvolvidas com o objetivo de prestar a atenção porém são poucos na população geral e são os que
a saúde.
mais sofrem, assim, há a importância de prestar 6. Monitorar as intervenções médicas, reduzindo
uma atenção diferenciada e distinta a esses os eventos adversos.
usuários. Considerando a complexidade do
problema de saúde e a sua repercussão na vida. - Auditoria Clínica: É um instrumento
São realizadas ações integradas para planejar, fundamental que analisa de forma sistemática e
monitorar e avaliar alternativas de cuidados e de critica a qualidade da atenção prestada aos
coordenação da atenção à saúde, conforme as usuários, aos recursos utilizados e ao impacto
necessidades do usuário. sobre a saúde das pessoas.

OBJETIVOS:
1. Diminuir a fragmentação do cuidado
2. Defender as necessidades e as expectativas de
pessoas em situação especial;
3. Aumentar a qualidade do cuidado;
- Lista de espera: Constitui uma tecnologia,
4. Facilitar a comunicação com os prestadores de orientada a racionalizar o acesso a serviços em
serviços; que existe um desequilíbrio entre ofertas e
5. Coordenar o cuidado em toda a rede de atenção demandas.
a saúde. Para funcionar adequadamente, implica duas
condições essenciais: Transparência e
ordenamento por necessidades da população.

Unidade ii
Gestão de acesso a atenção básica
 Territorialização: De acordo com a
Política Nacional de Atenção Básica
(2017), dentre as atribuições comuns a
todos os profissionais, temos:
1. Participar do processo de territorialização e
Monitorament mapeamento da área de atuação da equipe,
Elaboração e identificando: grupos, famílias e indivíduos
Seleção Identificação o e avaliação
implementação do
do caso do problema do plano de expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao
plano de cuidado
cuidado trabalho;

Objetivos: 2. Atualizar continuamente as informações,


priorizando as situações a serem acompanhadas no
1. Evitar problemas potenciais, com a adoção de planejamento local.
medidas preventivas;
Ao priorizar as ações de análise de saúde,
2. Evitar os casos de urgência por agudização da planejamento e implantação de ações estratégicas
condição crônica para a equipe multiprofissional, a territorialização
contribui para qualificar e ampliar a atuação dos
3. Diminuir a hospitalização desnecessária; profissionais de saúde na Atenção básica.
4. Evitar internações sociais; Importante para a realização de 3 ações:
5. Promover o contato duradouro e humano com - Análise da situação de saúde: Obtenção e análise
as pessoas; de informações sobre as condições de vida e de
saúde da população, por meio da qual podem necessário, como também em que isso deve
compreender os contextos de uso do território em ocorrer.
todos os níveis das atividades humanas
(econômico, social, cultural), gerando dados que  Demanda Compartilhada
reproduzam a realidade local. Implica troca de saberes e responsabilidade
- Planejamento: a partir dos dados coletados e do mútuas. A organização do trabalho na Atenção
uso dos conhecimentos da epidemiologia, ocorre o básica passa por uma melhor utilização de seus
planejamento estratégico de ações que terão potenciais no atendimento individual e no
destinação local bem-definida em função dos atendimento conjunto a um grupo de usuários.
problemas encontrados. Portanto, a equipe precisa integrar suas atividades:
definir o quê, quando e como fazer.
- Implantação de ações estratégicas: Ações de
saúde serão operacionalizadas conforme decisões  Acesso avançado
baseada nos dados coletados e inter-relacionados O Acesso avançado (AA) é um sistema moderno
com os dos profissionais de saúde da própria base de agendamento que consiste em agendar as
territorial e de outros setores do Estado. pessoas para serem atendidas no mesmo dia ou em
 Demanda espontânea e Demanda até 48 horas após o contato do usuário com o
programada serviço de saúde. Possui como objetivo diminuir
o tempo de espera por uma consulta, diminuir o
Demanda espontânea número de faltas às consultas e aumentar o
número de atendimentos da população. (Somente
Representa uma necessidade momentânea do
algumas USF utilizam esse mecanismo)
usuário, que pode ser desde uma informação até
uma emergência. Unidade iii
É IMPORTANTE DESTACAR QUE A
ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO EM Gestão do cuidado – Abordagem
RELAÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA individual
DEVE ENVOLVER AMBOS OS
INTEFRANTES DO PROCESSO DE Também conhecida como consulta individual, é
ACOLHIMENTO DE SAÚDE E BASEIAM caracterizada por estratégias para realização da
NAS NECESSIDADES OBSERVADAS. consulta centrada na pessoa e nos problemas
apresentados.
DEMANDA PROGRAMADA
A abordagem individual busca a atenção
É AQUELA AGENDADA PREVIAMENTE, É colaborativa e centrada na pessoa, ao reposicionar
UM IMPORTANTE INSTRUMENTO DE os usuários nas relações com os profissionais de
AÇÃO NOS Serviços e compõe a Rede de saúde, porque deixam de ser pacientes para
Atenção Básica, pautada em ações preventivas. também se tornarem protagonistas dos cuidados
com sua saúde.
 Acolhimento
PESSOA - PACIENTE Pessoa-Agente
O acolhimento é uma forma de organização da Cumpre as prescrições da Compartilha com a equipe a
demanda espontânea, que envolve um conjunto de equipe de saúde responsabilidade por sua
saúde
ações. Compreendendo o diagnóstico dos Atua passivamente Atua proativamente
problemas e o planejamento em saúde, com o Expõe sua queixa e narra É assertiva, partilha sua
objetivo de dar uma resposta às necessidades de sua história quando queixa e sua história e elabora
saúde da comunidade. É um dos aspectos solicitada pela equipe de conjuntamente com a equipe
saúde de saúde, o plano de saúde, o
importantes da agenda e não deve ser entendido plano de cuidado, de acordo
como uma ação pontual, um procedimento ou uma com suas necessidades, seus
conduta centrada na doença, mas sim na valores e suas preferências
Segue as prescrições da Decide o que fazer em
integralidade do cuidado, no indivíduo, na sua equipe de saúde conjunto com a equipe de
singularidade e na necessidade. saúde
Confia exclusivamente na Busca apoio e orientação na
 Classificação de risco e vulnerabilidade equipe de saúde para equipe de saúde para resolver
resolver seu problema
Ambas são ferramentas que permite orientar não Demanda o sistema de Demanda o Sistema de
atenção a saúde quando atenção a saúde quando sente
só o tipo de intervenção (ou oferta de cuidado) sente necessidade necessidade, mas, também é
contatada ativamente pelo Alfabetização sanitária- É o grau de acumulação
sistema, conforme o plano de
cuidado.
pelas pessoas usuárias do sistema de atenção à
Fonte: New Health Partnerships (2008); Bengoa (2008) saúde, de capacidade para obter, desenvolver,
processar e compreender as informações básicas
De acordo com Johson et al (2008) citado por que permitem tomar decisões e utilizar
Mendes (2011), a atenção centrada na pessoa plenamente os serviços em benefício de sua saúde.
apresenta quatro conceitos-chave que envolvem a
relação entre a equipe de saúde e a pessoa. Autocuidado apoiado- Sustenta-se no princípio de
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que a pessoa portadora de condições crônicas


conhece tanto quanto, ou mais, de sua condição e
de suas necessidades de atenção, que os
profissionais de saúde.
 Método Clínico centrado na pessoa
(MCCP)
Envolve seis componentes:
1.Explora a doença e a experiência da doença: por
meio das dimensões FIFE (Felling-idea-function-
expectation, ou em português, SENTIMENTOS,
IDEIAS, EFEITOS NA FUNCIONALIDADE E
EXPECTATIVAS).
Compartilhamento de informações- Implica a
comunicação e a troca de informações completas e 2. Entender a pessoa como um todo
não viesadas entre a equipe de saúde e as pessoas
e as famílias, de maneira positiva, as quais devem 3. Elaborar um plano conjunto de manejo dos
receber informações amplas, oportunas e problemas
fidedignas a fim de que possam participar 4. Incorporar a prevenção e a promoção da saúde.
efetivamente do processo decisório de saúde.
5. Intensificar a relação entre a pessoa e o
Colaboração – Expressa-se em uma relação profissional de saúde
cooperativa entre as pessoas, as famílias e a
equipe de saúde, para desenvolverem, 6. Ser realista
implementarem e avaliarem os programas de
saúde e a prestação dos serviços.
Participação- Exige que as pessoas e as famílias
sejam encorajadas e apoiadas para participar das
decisões sobre à saúde, em todos os níveis em que
queiram.
Dignidade e respeito – Significa que as equipes de
saúde ouvem e respeitam as perspectivas e
escolhas das pessoas e das famílias, bem como
Fonte: DAB/SAS/MS
incorporam, nos planos de cuidados, os seus
conhecimentos, valores, crenças e características
culturais.
 Entrevista motivacional
Para operacionalizar a relação dos usuários com a
equipe multiprofissional utilizam-se 3 estratégias É considerada uma abordagem cognitivo-
fundamentais: comportamental que tenta modificar uma situação
específica, em que é necessário que a pessoa mude
Atenção colaborativa- Atenção centrada na pessoa seu comportamento e se encontre ambivalente em
convoca habilidades comunicacionais singulares relação a essa mudança. Sempre respeitando a
dos usuários e das equipes de saúde, na busca da autonomia da pessoa. Por ser centrado na pessoa a
empatia para com o outro. Assim como a reflexão (EM) foca mais em problemas práticos e
sobre a prática mediada pelos saberes individuais concretos, como, fazer exercícios, parar de fumar,
e pela vivência interdisciplinar
aplicar insulina, tomar medicação regularmente e 4. Reavaliação: Momento em que se discute a
outros. evolução e se farão as devidas correções de rumo.

Unidade ii
Abordagem Familiar
 Abordagem familiar sistêmica
A abordagem sistêmica é UM CONHECIMENTO
FUNDAMENTAL DOS PROFISSIONAIS DE
SAÚDE PARA O CUIDADO DAS FAMÍLIAS
NA Atenção Básica. Um sistema pode ser
definido como um complexo de elementos em
 Projeto terapêutico singular interação mútua, sendo que cada um pode se
constituir de subsistemas e estar inserido em
O Projeto terapêutico singular (PTS) é um
outros sistemas maiores.
instrumento de organização e de sistematização do
cuidado construído entre as equipes de saúde e os  Abordagem Sistêmica
usuários, considerando as singularidades dos
mesmos e a complexidade de cada caso. Teoria familiar sistêmica é marcada por princípios
comuns, como o entendimento da família e o olhar
O objetivo do PTS é criar produtos de saúde: para o comportamento de cada um dos membros
cuidar, melhorar a qualidade de vida dos usuários, do grupo familiar, assim como cada
ampliar o entendimento e a apropriação do comportamento interfere nos demais.
processo saúde-doença. Entre outros.
Ao pensar no sistema familiar, presume-se a
É direcionado para indivíduos, grupos ou famílias. existência de um potencial para mudança, de
Geralmente, é dedicado a situações mais ordem estrutural e funcional, sendo que o
complexas, sendo uma variação da discussão de funcionamento familiar sempre pode adquirir
“caso-clínico” novas configurações, qualitativamente diferentes
Cada profissional de referência terá a da anterior.
responsabilidade de acompanhar os usuários ao Sendo assim, é fundamental que o foco dos
longo de todo o seu tratamento no serviço de estudos e das intervenções com famílias sejam nas
saúde, providenciando a intervenção de outros relações e nos padrões de funcionamento do grupo
profissionais ou serviços de apoio constante familiar, sem, no entanto, que a pessoa perca a sua
necessário e, finalmente, assegurando sua alta e individualidade.
continuidade de acompanhamento em outra
instância do sistema. O objetivo da abordagem familiar é contribuir no
plano de prevenção, da investigação e do manejo
No PTS tem-se uma discussão prospectiva e não desde as situações de saúde mais comuns até as
retrospectiva. mais complexas.
Momentos do PTS:
1. Diagnóstico: Deve conter uma avaliação  Registro de saúde orientado por problemas
orgânica, psicológica e social que possibilite uma –SOAP
conclusão a respeito dos riscos e da
vulnerabilidade do usuário. Estruturado em quatro itens: Subjetivo, Objetivo,
Avaliação e plano. Sendo uma ferramenta de
2. definição de metas: Propostas a curto, médio e raciocínio para o cuidado em saúde.
longo prazo, que serão negociadas com o sujeito
com o membro da equipe que tiver um vínculo Subjetivo: história relatada ou referida pela
melhor com o usuário. pessoa. Parte em que se registra as informações
qualitativas referentes a queixas ou sintomas
3. Divisão de responsabilidade: Definir as tarefas
de cada um com clareza.
Objetivo: Todas as informações objetivas:
impressões do profissional, sinais vitais, exame
físico, resultados de exames complementares.
Avaliação: Lugar para colocar a lista de
problemas do dia, sejam problemas novos ou já
iniciados.
Plano: Lugar onde são explicitadas as decisões
tomadas: manejo, exames solicitados,
recomendações, referenciamentos e aspectos a
serem vistos ou revistos na próxima consulta.
 Entrevista Familiar
Aborda problemas psicossociais ou biológicos e
estabelece uma interação entre interlocutores  Ciclos familiares
desconhecidos, que tratam de situações em
comum, de âmbito privado, entre pessoas com Representa vários estágios pelos quais as famílias
motivações diferentes. passam e os desafios/tarefas a cumprir em cada
etapa.
 Genograma
O estudo do ciclo vital permite que os
Utilizado para representação gráfica de profissionais prevejam as possíveis situações que
informações sobre a família, em que são serão enfrentadas pelo indivíduo e sua família,
representados seus diferentes membros, o padrão bem como que analise se o processo emocional
de relacionamento entre eles e suas morbidades. esperado para a fase está de acordo com o que é
solicitado pelos membros da própria família ou
Deve conter no mínimo três gerações familiares,
com o contexto no qual estão inseridos. Possibilita
trazendo uma grande quantidade de informações a
ainda, que oriente na busca da funcionalidade
serem exploradas na investigação de conflitos e de
familiar.
recursos familiares para o cuidado.
 Escala de risco familiar
Ao considerar os determinantes sociais em saúde,
como, por exemplo, escolaridade, desemprego e
saneamento básico, a avaliação da condição da
família pode ser realizada de várias formas.

 Ecomapa
Complementar ao genograma, contribui na
compreensão da composição e da estrutura
relacional intrafamiliar, bem como, relações com
o meio externo.

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