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Processo de trabalho em saúde- Aula 1

➔ Modelo piramidal-​ Fragmentação do cuidado, sem comunicação entre áreas,


hospitalocêntrico (Relatório de Flexner)
➔ Dawson-​ Centros de cuidados, integração de ações, facilidade de acesso
Modelo em redes, poliárquico com graus de relevância (atenção primária)

➔ Elemento das redes de atenção à saúde:


1. População- diretrizes voltadas e aproximadas a esse componente)
2. Estrutura operacional- definição de sistemas logísticos, como o acesso ocorre, regulação
de encaminhamentos, identificar demandas e gargalos e sua respectiva resolução,
registro- prontuário do cidadão, sistema de transporte- territorialização, sistema de apoio;
O centro é a família, a atenção primária e outras
3. Modelo lógico- quanto mais habitado for o local mais centrado deve ser o local que oferece
o serviço e mais oferta de serviços deve existir

➔ Conceito de condições crônicas: MACC

Garantir equipe preparada, não intervir pontualmente/em episódios- é preciso um


atendimento continuado

​Por Laura Moura- 2ºMB 2020.2


❏ Tripla carga de doenças:
1. Agenda não concluída de infecções, desnutrição e saúde reprodutiva
2. Predominância de doenças crônicas e de seus fatores de riscos, como tabagismo,
sobrepeso, inatividade física, uso excessivo de álcool e drogas no geral e alimentação
inadequada
3. Crescimento de causas externas, como PAF, acidentes de trânsito.

❏ Problema crítico no sistema de atenção à saúde no SUS:


1. Transição demográfica acelerada- mais idosos, precisa de atenção diferenciada e temos
que garantir isso
2. Tripla carga de doença- forte predominância de cond. crônicas
3. Sistema fragmentado de saúde.

❏ Modelo de pirâmide de risco: divisão/estratificação de riscos da população


Nível 1- Condições que podem ser resolvidas com autocuidado
Nível 2- Já existe a deterioração da saúde, então é preciso concentrar cuidado- gestão de
condição de saúde
Nível 3- Condições bastante complexas e reportadas de maneira não programada, o que faz
com que o paciente esteja em emergências sempre, é preciso a adoção de um gestor de caso
para acompanhar e coordenar o usuário.

❏ DSS- Determinantes sociais de saúde: estratificação das camadas e cada uma tem sua
condição
Intersetorial garantindo ações amplas, melhoria de condições de vida, de trabalho, de acesso,
de moradia

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Lê-se colunas da esquerda, direita e encontra estratégia de intervenção (autoexplicativo)

Planificação da atenção à saúde- Slide 2

➔ Reúne um conjunto de ações educacionais voltadas a aprimorar conhecimentos, desenvolver


habilidades e atitudes necessárias à organização e qualificação dos processos assistenciais,
reuniram tutores para acompanhar a implantação das ofertas educativas em todos
estabelecimentos, oferecem discussões sobre cada ponto, promovem tarefas a cada um e
depois visitam o serviço, buscando reelaborar as práticas a e buscando entender e se
aperfeiçoar
➔ Estratificação dos grupos+Atividades de prevenção; Estrutura poliárquica, onde cada um
tem seu papel, sua função
-Instrumento de gestão e organização da atenção primária à saúde e a atenção ambulatorial
especializada, trabalho bem elaborado já que planificação exige investimento, qualificação,
redesenhamento, pactuação, acompanhamento da implantação, promoção de diálogo entre
serviços, mudança na forma de comunicação entre serviços
-Ciclo de mais de 6 meses em cada fase do projeto, construção social, processo de trabalho,
verificando o que são macroprocessos, macrodeterminantes, microdeterminantes






❏ Objetivo:
1. Repensar o modelo de atenção à saúde e o processo de trabalho realizado pelas equipes
nos municípios, discutindo o processo, vendo que ele está distante da realidade, ou seja,
que não dialoga com as necessidades da população, é preciso que exista ação e apoio ao
que não está bom
2. Apoiar o corpo técnico e gerencial das secretarias estaduais e municipais de saúde na
organização dos macroprocessos e microprocessos da atenção primária e da atenção
ambulatorial especializada- reorganizar e repensar
❏ Condições indispensáveis:
1. Decisão política e de gestão local- decidir e respaldar a implantação da PAS e preparação
do corpo técnico
2. Definição de uma política estadual de APS, planejamento e disponibilidade de recursos-
classificação e enquadramento do usuário- destino de orçamento estadual para melhora
de atenção, melhor equipe de suporte, os profissionais precisam estar por dentro do
processo, é preciso uma reestruturação de carga horária de trabalho e de salários

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3. Estabelecimento das competências, responsabilidades dos entes implicados e
envolvimento dos profissionais de saúde

❏ Fase preparatória- 1º passo:


1. Reunião preparatória na SES
2. Criação formal do grupo condutor do processo
3. Definição estratégica pelo fortalecimento da APS e organização da AAE de acordo com o
MACC
4. Mobilização efetiva do corpo técnico gerencial
5. Seleção das condições crônicas prioritárias e, consequentemente, das redes de atenção à
saúde- RAS a serem organizadas

​ O processo da construção social da APS: A metáfora da casa

1. Macroprocessos: territorialização, cadastramento de famílias, classificação de riscos


familiares, diagnóstico local, estratificação de risco das condições crônicas,
programação e monitoramento por estratos de riscos, agenda, contratualização;
Preciso reconhecer meu território e saber a área demográfica- Territorialização;
Microprocessos: recepção, acolhimento e preparo, vacina, curativo, coleta e exames,
procedimentos terapêuticos, higienização e esterilização, gerenciamento de resíduos-
qualidade no que está sendo ofertado; POP para cada serviço disponível.
2. Acolhimento; classificação de riscos; atendimento aos eventos agudos de menor
gravidade (verde e azul); primeiro atendimento das pessoas com eventos agudos de
maior gravidade (amarelo, laranja e vermelho); encaminhamento, se necessário, para
pronto atendimento ou pronto-socorro.
3. Gerenciamento das condições crônicas prioritárias; estratificação de riscos;
elaboração e monitoramento dos planos de cuidado; autocuidado apoiado; gestão de
caso; matriciamento entre especialistas e generalistas; educação permanente dos
profissionais de saúde; educação em saúde: grupos operativos e educação popular e

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mapa de recursos comunitários; abordagem das pessoas hiper utilizadas e com
enfermidades.
4. Programas de atividade física, de reeducação alimentar, de controle de tabagismo, de
álcool eoutras drogas, de rastreamento; vacinação; controle de arboviroses;
prevenção primária, secundária, terciária e quaternária.
5. Assistenciais: atestados médicos; renovação de receitas; análise de resultados de
exames e relatórios periciais.
Gestão da unidade: registros sanitários; CNES; segurança do trabalho; sistemas de
informação e relatórios de gestão; prontuário.
6. Visita, atendimento e internação domiciliares- aproximação; prevenção e promoção
da saúde.
7. Plano de autocuidado apoiado; ações educacionais e intervenções de apoio voltadas
para o conhecimento, o desenvolvimento de habilidades e o aumento da confiança do
usuário no gerenciamento da própria situação de saúde; abordagem para melhoria da
qualidade de vida, visando ao conforto do usuário, à prevenção de agravos e
incapacidades, e a promoção da independência e autonomia; ações de suporte
familiar; mobilização da rede social de suporte.

❏ Ciclos de melhoria:

A organização dos macroprocessos da APS e


AAE se baseia na metodologia de
gerenciamento de processos, por meio dos
ciclos de melhoria do PDSA
PDSA é um método para prática do
gerenciamento que inclui um conjunto de
ações gerenciais, como planos de ação, de
execução e verificação

❏ Organização da APS:
1. Redes de atenção à saúde
2. Atenção primária à saúde- o que,
seus atributos
3. Território e vigilância em saúde- organização e saber qual a população,
acompanhando dados de condições de saúde
4. Organização da atenção aos eventos agudos e às condições crônicas na atenção
primária à saúde
5. Assistência farmacêutica na atenção primária à saúde- quais os problemas que a
população adscrita apresenta e quais os fármacos que precisarão estar disponíveis
para os usuários
6. Monitoramento e avaliação da atenção primária à saúde- após todo o planejamento
precisa reconduzir e realinhar a atenção primária e as ações

❏ A estratégia da unidade laboratório

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Escolha de unidade de laboratório (critérios para seleção):
1. Equipe completa, principalmente com NAS (dá o apoio à ESF, uma equipe maior)
2. Relação adequada de população de responsabilidade (até 4.000 pessoas por pessoa)
3. Gerência com capacidade de liderança e interesse
4. Gerência e equipe com disponibilidade para apoiar equipes de outras unidades

Recebe suporte de equipe de tutor (pessoa que não compõe a equipe mas é preparado para
isso), temáticas sendo discutidas, verificando-a e vendo como ela pode se implantada e
propondo caminhos de acordo com seu olhar
Novas tecnologias, ferramentos (ecomapa, genograma) e processos

❏ Etapa 2:

❏ Temáticas para qualificação dos processos de trabalho:


Estratificação de risco das condições crônicas
Manejo clínico dos usuários- gestante, hipertenso, diabético
Elaboração de plano de cuidado- como elaborar um plano para cada usuário
Autocuidado apoiado
-Poderão ser desenvolvidas a partir da integração entre as equipes da APS e AAE, trará novas
temáticas

❏ Organização da AAE:
Restabelecer o equilíbrio entre a demanda e a oferta→
Manejo das condições de alto e muito alto risco→
Superação do chamado “efeito velcro” (usuário acha uma equipe de referência,
responsabilidade pelo cuidado primário já estabelecido pelo usuário)→
Introdução de um atendimento multiprofissional.

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Estruturação-

Instrumento de avaliação: Identificação do item que vou avaliar e sua forma de avaliação,
verificar existência dos mapas, verificar se ele está atualizado, se não estiver verificarão o por
quê de não estar 100%, onde o processo será reconduzido

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​ A construção social da APS- Slide 3

Não tem resolutividade sobre o todo, só com os mais comuns, não tá trabalhando com
esse gerenciamento, ou seja, não está como o RAS

❏ APS que se deseja construir:


- Atenção primária à saúde como estratégia e como núcleo do RAS
- Responsabilização clínica e sanitária, trazer o indivíduo de forma complexa para o
cuidado
- APS como uma forma de apropriar, recombinar, reorganizar e reordenar todos os
recursos do sistema de saúde para satisfazer as necessidades, as demandas e as
representações da população, o que implica a inserção da APS em Redes de Atenção à
saúde (RAS)

❏ Funções da APS:
- Resolução- Para atender a 90% dos problemas de saúde mais comuns (não
necessariamente mais simples)
- Coordenação- Para ordenar os fluxos e os contrafluxos de pessoas, produtos e
informações ao longo do RAS
- Responsabilização- Pela saúde da população usuária adstrita nas RAS às equipes do
ESF
Só será possível organizar o SUS em redes se a APS estiver capacitada a desempenhar bem
essas três funções. Assim ela poderá coordenar RAS e instituir-se como estratégia de
organização do SUS

❏ Bases operacionais da construção social da APS:


Modelo de Donabedian e gestão de processos para construção social da APS
Estrutura→Processo→Resultado (calcado nessa tríade)

- Estrutura:
Características mais estáveis, incluindo informações sobre recursos materiais (como
instalações e equipamentos), humanos (número e qualificação) e estrutura organizacional
(critérios de operação e sistemas de avaliação)

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- Processo:
Resulta da combinação dos recursos estruturais para desenvolver ações de atenção à saúde,
que envolvam a relação entre profissionais de saúde e pessoas usuárias dos sistemas de
atenção à saúde
Refere-se ao que os profissionais de saúde são capazes de fazer pelas pessoas usuárias, e as
atitudes, habilidades e capacidades técnicas com que desempenham essa função
Em geral, possibilita a medição de níveis de saúde e a satisfação dos usuários com os
cuidados recebidos (se usuário teve suas expectativas atendidas/interação/entrega)
- Resultado:
Volta-se ao estudo dos efeitos e consequências das intervenções, utilizando taxas,
indicadores, parâmetros de saúde e satisfação da clientela

● A orientação por processos permite planejar e executar melhor as atividades, como:


Definição de responsabilidades, utilização mais adequada de recursos (onde tem atividades
repetidas para eliminá-las, onde tem queda de energia para diminuir custos), eliminação de
etapas redundantes, refinamento das interfaces entre os processos executados

● A gestão por processos implica três etapas:

Mapeamento de processos-​ Registra o que é atual, compreendendo os trabalhos e resultados


para que eles estejam bem organizados desde o início, olhar como as pessoas estão
organizando as etapas e qualificar o que se oferece; Pode usar para o “desenho”/construção
visual das etapas um fluxograma
Redesenho dos processos-​ Feito com pessoas que estão envolvidas e engloba a seleção e
priorização de ideias para novos processos, elabora novos mapas, identifica tarefas críticas
dos processos redesenhados e elaboração de Procedimentos Operacionais Padrões (POP’s-
usados para padronizar e otimizar atividades, departamentos ou rotinas de trabalho),
definição dos indicadores de desempenho dos processos redesenhados treinamento dos
gestores
Implantação e monitoramento dos processos redesenhado-​ Exige a elaboração dos planos de
implantação dos novos processos por meio de atividade de tutoria, em que o tutor interage
com as pessoas tendo o domínio de todo o processo, esse monitoramento é feito por
auditores internos e externos, que periodicamente fazem uma avaliação do tipo ​checklist​ dos
processos implantados

● É preciso reconhecer e mapear, detalhadamente, os processos organizacionais, além de


aperfeiçoá-los para que não se corra o risco de automatizar erros e/ou as atividades não
agregadoras de valor (apresenta um grande diferencial na gestão das organizações- inclusive
nas da área da saúde)

● Intervenção clínica para um usuário que tem condição mais complexa: Gestão de caso
Monitoramento dos usuários para saber quais ofertas devo entregar a ele

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Atributos e papéis da APS- Slide 4

❏ Atributos essenciais:
Atenção no primeiro contato- cuidado, contato primário, acessibilidade e uso de serviços
para cada novo problemas ou novo episódio de um problema, para os quais se procura
atenção à saúde.
Longitudinalidade- capacidade de lidar com o crescimento e as transformações dos
indivíduos, grupos e do próprio território, no decorrer de um período de anos; a relação
entre população e sua fonte de atenção deve se refletir em uma relação interpessoal intensa
que expresse a confiança mútua entre usuários e profissionais de saúde; fonte regular de
atenção.
Integralidade- ações que o serviço de saúde deve oferecer para que os usuários recebam
atenção integral; serviços diversos disponíveis, para atender tudo que o paciente precisa,
com diversas ações, tanto do ponto de vista biopsicossocial, como ações de promoção,
prevenção, cura e reabilitação adequadas ao contexto da APS, mesmo que algumas ações
sejam oferecidas em outros pontos da rede.
Coordenação- é um estado de estar em harmonia numa ação ou esforço comum; a essência
da coordenação é a disponibilidade de informações a respeito de problemas e serviços
anteriores e o reconhecimento daquela informação, na medida em que está relacionada às
necessidades para o presente atendimento; atenção coordenada de atendimento.

❏ Atributos derivados:
Orientação familiar- observando a singularidade de cada núcleo familiar, qual o tipo de
relação da família, como estão as redes de cuidado entre eles; avaliação das necessidades
individuais para a atenção integral considerando o contexto familiar e seu potencial de
cuidado, de ameaça à saúde, incluindo o uso de ferramentas de abordagem familiar;
GENOGRAMA (pressão interna- dentro da família) e ECOMAPA (pressão externa- serviços,
grupos).
Orientação comunitária- reconhecer quais as necessidades da comunidade, como ela se
estruturou, quais suas características econômicas, sociais, através de dados epidemiológicos
e do contato direto com ele; trata da relação que se estabelece com a comunidade e envolve o
planejamento de ofertas e a avaliação conjunta dos serviços.
Competência cultural- adaptação do provedor (equipe e profissionais de saúde) às
características culturais especiais da população para facilitar a relação e a comunicação com

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a mesma; o pensar e agir em relação à saúde voltadas para a história e experiências do
usuário/paciente. (curandeiros, parteiras, benzedeira)

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