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Documentário sobre o Bispo do Rosário

No início dos anos 80, a personalidade enigmática de Bispo do Rosário e sua


obra instigante foram trazidas à tona por meio do documentário “Prisioneiro da
Passagem” e da exposição coletiva No Limite da Vida, do psicanalista e fotógrafo
Hugo Denizart , realizada no MAM/RJ, a participação de Bispo foi influenciada pela
primeira vez pelo referido documentário, denunciando as condições desumanas de
vida da Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Embora a agência pertencesse
ao próprio Ministério, era um momento de abertura política no país, com diferentes
grupos e movimentos sociais entrando em ação na esfera de governo, trabalhando
para mudanças. Embora a agência pertencesse ao próprio Ministério, era um
momento de abertura política do país, com diferentes grupos e movimentos sociais
entrando em cena no âmbito do governo, trabalhando para mudanças.

Para isso, é preciso condenar o descaso que aquelas pessoas receberam


durante tantos anos de internação em manicômios. Nesse momento, Denizart não
abre mão, claro, de apontar a lógica excludente da psiquiatria, mas também nos
oferece o mundo maravilhoso e inquietante de Bispo do Rosário, que corresponde à
dureza da cena asilar e ao testemunho de um outro” prisioneiro", Que dá inegável
"razão" e clareza, refletindo sobre as apostas da missão social excludente que o
hospício cumpre.

Com base na obra de Bispo, questionamos a definição do que pode ou não


ser considerado uma obra de arte e o uso da arte no tratamento de pacientes com
sofrimento psíquico. Hans Prinzhorn era um psiquiatra que acreditava que todo
mundo tem um impulso criativo; portanto, mesmo com um diagnóstico psiquiátrico,
esse impulso pode ser expresso por meio das pessoas. Isso põe em questão a
própria definição de arte como aquilo que se produz para criar um produto artístico.
Já a psiquiatra Nise da Silveira usa a terapia ocupacional como forma de tratar
pacientes em manicômios porque acredita que a expressão artística pode refinar
emoções até então desorganizadas no inconsciente.

A proposta de Nise era inovadora para a época, dadas as inúmeras formas


de violência sofridas pelos pacientes em manicômios.

Arthur Bispo do Rosário foi inicialmente classificado pela classe médica como
um esquizofrênico paranoico, anos depois; o gênio da arte contemporânea do crítico
de arte? Ele evitou as terríveis condições das instituições mentais e comunicou a
urgência de sua existência por meio da arte. Um homem com tamanha sensibilidade
consegue transformar a dor em beleza, em verdadeira poesia. A poesia das linhas
uniformes coloniais, do lixo e do lixo, banidas pela mesma sociedade. Arthur Bispo
do Rosário, em sua exclusão, exclui-se da realidade sufocante, do colapso das
relações sociais vazias, e em seu templo recriou o mundo e a si mesmo nele.

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