Você está na página 1de 25

Matrizes do Pensamento

em Psicologia
PSICANÁLISE
Profa Msc Luciana Caixeta Mendes
CONTEXTO HISTÓRICO DO
FINAL DO SÉCULO XIX

Industrialização e Urbanização

A Revolução Industrial estava em


pleno curso na Europa e na
América do Norte, resultando em
mudanças significativas na
economia, com a transição de uma
economia agrária para uma
economia industrial. Isso levou à
urbanização em larga escala, com
grandes concentrações de pessoas
migrando do campo para as
cidades em busca de trabalho nas
fábricas.
CONTEXTO HISTÓRICO DO
FINAL DO SÉCULO XIX

Racionalismo e Positivismo

O pensamento racionalista e
positivista estava em ascensão. O
positivismo, influenciado por
pensadores como Auguste
Comte, enfatizava a observação
empírica e a aplicação do método
científico para compreender o
mundo. Essa ênfase na ciência e
na razão influenciou diversas
áreas do conhecimento, incluindo
a filosofia, a política e a ciência.
CONTEXTO HISTÓRICO DO
FINAL DO SÉCULO XIX

Teorias Darwinianas

As teorias de Charles Darwin


sobre a evolução das espécies
tiveram um impacto profundo no
pensamento da época. A ideia de
que os seres humanos evoluíram
a partir de outras espécies
levantou questões sobre a
natureza humana, a origem da
moralidade e o papel da religião
na sociedade.
CONTEXTO HISTÓRICO DO
FINAL DO SÉCULO XIX

Crises Sociais e Políticas

O final do século XIX foi marcado


por crises sociais e políticas,
incluindo a luta dos trabalhadores
por melhores condições de
trabalho, o surgimento de
movimentos operários e
socialistas, e tensões geopolíticas
que culminariam eventualmente
na Primeira Guerra Mundial.
CONTEXTO HISTÓRICO DO
FINAL DO SÉCULO XIX

Movimentos Filosóficos

O final do século XIX foi marcado


por uma diversidade de
movimentos filosóficos, como o
Idealismo Alemão, o
Materialismo Dialético e o
Pragmatismo Americano. Cada
um desses movimentos oferecia
uma abordagem única para
questões fundamentais sobre a
natureza da realidade, da mente
humana e do conhecimento.
"(...)a Patologia não pôde fazer
justiça ao problema da causa
imediata da doença nas neuroses
enquanto esteve preocupada
apenas em decidir se essas
afecções eram de natureza
endógena ou exógena" Freud
Freud (1856-1939) ingressou na Universidade de Viena para
cursar Medicina aos 17 anos e tão logo tornou-se profissional,
manifestou interesse pelos aspectos mentais e emocionais
que não podiam ser explicados pelos métodos médicos
tradicionais.
A Três ensaios Além do
1895 sobre a 1933
interpretação 1900 1910 Princípio do
dos sonhos Teoria da Prazer
Sexualidade

Estudos Fundação da Fundação da Fundação


sobre 1899 Sociedade 1905 Sociedade 1920 Sociedade
Histeria com Psicanalítica Psicanalítica Psicanal.
Breuer de Viena Internacional Americana
HIPNOSE

Trata-se de técnica que induz um


estado de consciência alterado,
no qual a pessoa se torna mais
receptiva a sugestões.

O neurologista francês Jean-


Martin-Charcot foi pioneiro nos
estudos sobre histeria e utilizava a
técnica de hipnose. Ele foi uma
das inspirações de Freud para
exploração dos conteúdos
inacessíveis à consciência.
PRIMEIROS ESTUDOS
SOBRE HISTERIA

Freud iniciou seus estudos sobre a


histeria enquanto trabalhava com o
médico Josef Breuer. Juntos, eles
trataram uma paciente chamada
Anna O., cujos sintomas histéricos
foram aliviados através do uso da
técnica de catarse, onde ela
recordava e expressava emoções
associadas aos eventos
traumáticos.
CATARSE E TRAUMA
Freud e Breuer observaram que os sintomas histéricos muitas vezes
estavam relacionados a eventos traumáticos do passado. Eles
acreditavam que esses sintomas poderiam ser aliviados se o paciente
conseguisse reviver e expressar emocionalmente o trauma original.
CASO ANNA O.

Paciente de Breuer, 21 anos, de


classe social privilegiada, típica
mulher europeia do século XIX.
Passou a apresentar sintomas
estranhos, como depressão,
impulsos suicidas, paralisias e até
algumas alterações visuais. A
jovem foi diagnosticada como
qualquer mulher fora dos padrões
na época: histérica.
CASO
CASO
ANNA
ANNA
O. O.

- O tratamento com o médico


Breuer era considerado como
"diferente e inovador"

- Após dois anos de tratamento,


Anna O apelidou a técnica de
"a cura pela fala"

- Anna na verdade era Bertha


Pappehein e foi uma das muitas
mulheres que participaram do
processo de construção do que
conhecemos como Psicanálise
HISTERIA

"A representação intolerável não é


admitida na associação com o Eu.
Seu conteúdo se mantém isolado,
falta na consciência, seu afeto é
despachado (erledigt) por
conversão ao corporal(...)"
Freud
TEORIA DA SEDUÇÃO
Inicialmente, Freud acreditava que muitos casos de histeria estavam ligados a
traumas sexuais na infância. Ele propôs a teoria da sedução, sugerindo que a
histeria era causada por experiências sexuais precoces traumáticas. No entanto,
ele mais tarde abandonou essa teoria em favor da teoria da sexualidade infantil.
"A histeria pressupõe
necessariamente uma vivência
primária de desprazer, portanto
de natureza passiva. A
passividade sexual natural da
mulher explica sua predileção
pela histeria"

Freud em Neurose, Psicose e Perversão


INTERPRETAÇÃO DOS
SONHOS

Como parte de seus estudos


sobre a histeria, Freud começou a
analisar os sonhos de seus
pacientes. Ele descobriu que os
sonhos muitas vezes continham
conteúdos relacionados aos
sintomas histéricos e aos
conflitos inconscientes do
paciente, fornecendo insights
valiosos para o tratamento.
INTERPRETAÇÃO DOS
SONHOS

Os sonhos desempenham
papel importante na análise
do inconsciente. De acordo
com Freud, os sonhos
caracterizam a "estrada real
para o inconsciente".

A análise de sonhos envolve a interpretação dos


elementos simbólicos e conteúdos latentes para
desvendar os conflitos ocultos .
INCONSCIENTE E
SEXUALIDADE

Os estudos de Freud sobre a


histeria o levaram a
desenvolver suas teorias
sobre o inconsciente e a
sexualidade humana. Ele
argumentava que muitos
sintomas histéricos eram
expressões simbólicas de
desejos sexuais reprimidos e
conflitos psicológicos.
ASSOCIAÇÃO LIVRE

Técnica central da
Psicanálise, envolve a
expressão verbal livre e sem
censura de pensamentos,
sentimentos, memórias e
associações que surgem na
mente do paciente durante
uma sessão de terapia.

Através dela, o psicanalista


ajuda o paciente a explorar
pensamentos ou emoções
que podem estar fora da
consciência ou reprimidos.
ASSOCIAÇÃO LIVRE

. Expressão livre: Paciente é


encorajado a falar livremente e
sem restrições sobre qualquer
pensamento ou sentimento.

. Sem censura: Não deve haver


filtro ou supressão dos
pensamentos, por mais
estranhos ou embaraçosos que
possam parecer.

. Associação de ideias: os
pensamentos devem ser
expressados à medida em que
aparecem, ainda que não
pareçam fazer sentido.
ASSOCIAÇÃO LIVRE

4. Revelação do Inconsciente:
Psicanalista ajuda ao paciente
explorar os pensamentos e
emoções que podem estar fora
da consciência ou reprimidos.

5. Interpretação do Terapeuta:
Psicanalista apresenta
desempenha papel ativo na
análise da associação livre.

6. Promoção da consciência:
Aprofundar autoconhecimento e
promover insights sobre seus
próprios processos mentais.
TEORIA DO TRAUMA E
FANTASIA

De acordo com a Psicanálise


freudiana, existe uma
interação entre experiências
traumáticas reais e fantasias
inconscientes no
desencadeamento de
psicopatologias.

Traumas reais, como abuso,


negligência ou eventos
perturbadores poderiam
desencadear emoções
intensas e perturbações
psicológicas.
CRÍTICAS À PSICANÁLISE

Falta de evidências empíricas:


muitas das teorias e conceitos
psicanalíticos são difíceis de
serem testados empiricamente.

Duração e custo do tra-


tamento: o processo pode ser
longo e intensivo, sendo
inacessível para muitas
pessoas.

Abordagem centrada no pas-


sado: críticos apontam que
existe um enfoque excessivo
nas experiências infantis
negligenciando o tempo
presente.

Rigidez teórica: críticos apon-


tam que a psicanálise não se
adapta bem a contextos e
necessidades terapêuticas

Você também pode gostar