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GALENICA

A HISTORIA DA FARMACA
1. História da farmácia e da profissão farmacêutica

• As práticas farmacêuticas existem na história da humanidade desde


2500 a.C a partir de produtos naturais (minerais, vegetais e animais),
iniciadas na China. Os gregos e egípcios foram os primeiros a
desenvolver métodos para a cura de doenças utilizando a botânica,
associada a elementos místicos e religiosos.
• As primeiras sociedades com escrita surgiram a partir do 4º milênio
a.C. Os conceitos terapêuticos baseavam-se na crença de que todos
os fenômenos, tanto os terrenos como os cósmicos se encontravam
estreitamente unidos e subordinados à vontade dos deuses. Toda a
doença e cura se explicavam através de uma complexa relação entre
deuses, gênios benéficos e maléficos.
1. História da farmácia e da profissão
farmacêutic
• Galeno (200 – 131 a.C.), o Pai da Farmácia, combatia as doenças por
meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos
sinais e sintomas das enfermidades. Foi o precursor da alopatia.
• Ele escreveu bastante sobre farmácia e medicamentos, e em suas
obras se encontraram cerca de quatro centenas e meia de referências
a fármacos. Elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos
como "galênicos", a maioria dos quais era composta com vinho.
Estudioso, observador e metódico, classificou e usou magistralmente
as ervas. Fazia preparações denominadas "teriagas" feitas com vinho
e ervas.
1. História da farmácia e da profissão
farmacêutica
• No século II, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia de que
se tem notícia, criando inclusive uma legislação para o exercício da
profissão. A partir do século X, foram criadas as primeiras boticas - ou
apotecas - na Espanha e na França. Eram as precursoras das farmácias
atuais.
Alguns coceitos

• Forma farmaceutica “Estado final que as substâncias ativas ou excipientes apresentam depois de submetidas às
operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico
desejado” (Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).
• Substância ativa é “qualquer substância ou mistura de substâncias destinada a ser utilizada no fabrico de um
medicamento, destinado a exercer uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica com vista a restaurar,
corrigir ou modificar funções fisiológicas ou a estabelecer um diagnóstico médico” (Decreto-Lei nº 176/2006 de
30 de Agosto).
• Excipiente é “qualquer componente de um medicamento, que não a substância ativa e o material da
embalagem” (Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).
• As operações farmacêuticas são operações de transformação dos constituintes do medicamento na forma final.
• Medicamento “toda a substância ou associação de substâncias tecnicamente elaboradas pelo farmaceutico
apresentada com propriedades curativas ou preventivas de doenças, ou com vista a estabelecer um diagnóstico
médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar
funções fisiológicas” (Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).
Etapas da história da farmácia e do medicamento

• A história dos medicamentos é longa e é coincidente com a história da farmácia e das artes de
curar. Podemos dividi-la em várias etapas.
• O período mágico-religioso
• Há milhares de anos o homem, para curar doenças e ferimentos, tirava partido de práticas
mágico-religiosas e preparava mezinhas com produtos naturais. Misturava produtos vegetais,
animais e minerais para preparar as mezinhas – era o primórdio do medicamento.
• Quando alguém sofria de prisão de ventre basta-lhe trincar algumas sementes e engoli-las
com cerveja para expulsar as fezes do corpo (Papiro de Ebers).
• O rícino favorecia o crescimento do cabelo às mulheres. Indicava-se esmagar a planta, amassá-
la e misturá-la com gordura. A mulher devia aplicá-la, ela mesma, sobre a sua cabeça (Papiro
de Ebers).
• O óleo de rícino, extraído das sementes, servia para ungir as feridas que segregavam um
líquido nauseabundo (Papiro de Ebers).
As inovações de Galeno na Antiguidade – a originalidade galénica

• Galeno (131-200 d.C.) natural de Pérgamo foi um médico prestigiado, que


sistematizou pela primeira vez as matérias-primas necessárias à preparação
dos medicamentos. Galeno concebia os medicamentos e a arte de os
preparar em função da teoria dos humores proveniente da Grécia Antiga, de
Hipócrates.
• Galeno descreveu perto de 500 fármacos vegetais e outros da natureza
animal e mineral. Estudou as suas propriedades terapêuticas, classificou-os e
sistematizou-os. Exemplos de formas farmacêuticas utilizadas por Galeno:
Cozimentos, Infusões, Pastilhas, Pílulas, Electuários, Pós, Supositórios,
Enemas, Cataplasmas, Clisteres, Clisteres vaginais, Linimentos, Cosméticos,
Colutórios, Etc.
O período medieval

• a influência árabe e o papel dos conventos na preparação dos medicamentos


• Os árabes divulgaram as práticas de alquimia e defendiam uma
farmácia voltada para o laboratório. Influência decisiva do
cristianismo e dos conventos. Neles havia hortos botânicos para
cultivo de plantas medicinais e boticas para a preparação de
medicamentos. Surgem as primeiras autorizações para a arte de
preparar os medicamentos em estabelecimento próprio — as boticas.
Fundação das primeiras Universidades. As destilações começavam a
vulgarizar-se, bem como o dourar e pratear as pílulas. As teriagas, os
electuários e os elixires são formas farmacêuticas típicas do mundo
medieval.
O período medieval
• Neste período, com frequência havia a mistura do mágico-religioso na
preparação e aplicação dos medicamentos. Amuletos, talismãs e
plantas consideradas mágicas também eram aplicados para prevenir ou
curar doenças.
• Macerados, infusões, electuários, elixires, emplastros, fumigações
(muito utilizadas no período da peste) eram algumas das formas
farmacêuticas utilizadas e muitas vezes sujeitas a benzeduras antes da
sua aplicação.
• Pedro Hispano (1215-1277), o Papa João XXI, português, na obra
Tesouro dos Pobres inscreve inúmeros medicamentos utilizados na
época.
O final da vigência galénica: a preparação para a vinda de novos medicamentos

• Ao longo dos séculos XVII e XVIII as inovações terapêuticas provenientes da


América e do Oriente foram sendo introduzidas na terapêutica europeia. São
publicados tratados botânicos, farmacêuticos e farmacopeias com estas
inovações botânicas e farmacêuticas.
• A revolução química de Lavoisier (1743-1794) e a revolução botânica de Lineu
(1707-1778) influenciam a farmácia. Afirmação da higiene pública. Surgem as
primeiras farmacopeias oficiais e o primeiro medicamento preventivo, a vacina
contra a varíola. Em finais do século XVIII assiste-se ao final da vigência do
galenismo.
Da arte farmacêutica à ciência farmacêutica: novos formatos para os
medicamentos

• A descoberta dos primeiros princípios ativos no início do século XIX e


permitiu obter novos medicamentos. Durante o século XIX, a análise
química, a química orgânica e outros ramos da química permitiram
obter novos medicamentos. O arsenal terapêutico alargou-se.
Desenvolvimento da fisiologia experimental, da farmacologia
experimental e da terapêutica experimental. A farmácia e a
preparação dos medicamentos são sustentadas em bases científicas
de acordo com os mais avançados processos de método científico
consolidados no século XIX. A preparação dos medicamentos assume-
se como uma atividade sustentada em bases científicas.
A revolução farmacológica do século XX, a industrialização e a difusão do medicamento no mundo
contemporâneo

• No século XX, os avanços provenientes de diferentes áreas


laboratoriais fizeram-se sentir na farmácia. Melhoramento de alguns
grupos medicamentosos e surgimento de novos grupos. Difusão das
matérias-primas sintéticas e dos princípios ativos sustentados na
síntese química. Melhoramento das formas farmacêuticas já
existentes e surgimento de novas formas farmacêuticas.
Distingue-se 4 fases ou períodos:

 1º: PERIODO RELIGIOSO. 3º:PERIODO EXPERIMENTAL.


• 2º: PERIODO FILOSOFICO. 4º: PERIODO CIENTIFICO.
o período religioso
O uso de remédios era acompanhado de invocações a divindades. O essencial
era render homenagem aos deuses do bem afim de se combater os maus
espíritos dos deuses do mal.
Esta farmácia empírica cobre o período religioso da historia da nossa
profissão. Entre a farmácia egípcia, a chinesa e a mesopotamiana, é difícil
dizer, qual delas é a mais antiga.
O Pen Tsao, farmacopeia chinesa, fornece os primeiros elementos do acto
farmacêutico.
No Médio Oriente, a farmacopeia de Sumer, gravada na tábua de Nippur,
encontrada na Babilónia, é a mais antiga.
O Código de Hammourabi contem centenas de receitas de medicina.
2º: PERIODO FILOSOFICO
O Apollon e o seu filho Esculape eram venerados nos templos, onde este último é sempre
representado acompanhado de uma serpente e tratando doentes.
A Hygia, filha do Esculape, também faz parte da lenda. Deusa da saúde, representada por uma jovem
com taça na mão direita e uma serpente na mão esquerda.
No século de Pericles, os filósofos tais como o Platão, Sócrates e Aristóteles falam da arte médica na
praça pública.
O Hipócrates (450 antes de Cristo), considerado como o pai da medicina, foi o primeiro a trazer um
apontamento cientifico na pratica medica. O Claudius Galenus (século II da nossa era),
hoje chamado Galien, considerado como o pai da farmácia, compôs 500
tratados de medicina cuja maior parte foi consagrada à composição e à
classificação de medicamentos.
Daí a Farmácia galênica representa a ciência de transformação das drogas em
medicamentos.
Período experimental
Apaixonados pelas ciências médicas e farmacêuticas, os árabes
inventaram a distilação, descobriram a sublimação e isolaram o álcool.
Avicenne, médico célebre (980-1037).
Cohen El Attar, padre farmacêutico e galenista.
Na sua partida da Europa, os árabes deixaram uma herança, a alquimia,
o pensamento mestre da idade média.
Foi instituída a inspecção das oficinas por mestres em medicina e em
farmácia, daí a separação da medicina e da farmácia com a criação da
Apoteca (botequim, com duas partes: a recepção de clientes e a
preparação de remédios).
Período CIENTIFICO
Surgimento de: Quinina e Tabaco.
Inicia com as descobertas do botanista Linné, o químico Lavoisier e outros,
o farmaceutico-militar Parmentier.
Surge a primeira vacina por Jenner.
Primeiras especialidades: água de colonha.
Declaração do rei francês em Abril de 1777, que recomenda a organização da
profissão em Paris e arredores.
Os Apotecários desmarcam-se dos Cantineiros e formam o Colégio de
Farmácia.
Surgimento da 1a associação: Société libre des Pharmaciens, depois deu
lugar a Société de Pharmacie.

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