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FARMACOGNOSIA

E FARMACOBOTÂNICA CANÁBICA
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À FARMACOGNOSIA CANÁBICA
Elaboração
Renato de Traglia Tonini

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................. 4

UNIDADE I
INTRODUÇÃO À FARMACOGNOSIA CANÁBICA....................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 1
HISTÓRIA ANTIGA DA FARMACOGNOSIA............................................................................................................................ 7

CAPÍTULO 2
CIÊNCIA CANÁBICA MODERNA............................................................................................................................................ 14

CAPÍTULO 3
ESTUDO DAS DROGAS VEGETAIS: CONCEITOS APLICADOS À FARMACOGNOSIA CANÁBICA.................. 18

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................25
INTRODUÇÃO

A descoberta das propriedades curativas das plantas é tão antiga quanto o próprio
Homo sapiens e remonta à pré-história, 60.000 a.C., época dos homens de Neandertal.
Florestas e outros ambientes naturais eram as farmácias que forneciam os medicamentos
necessários para uso curativo.

O homem primitivo tinha um bom conhecimento do reino vegetal ao seu redor e


gradualmente aprendeu quais plantas eram boas, comestíveis, e quais eram venenosas. A
observação simples e experimentos rudes, com leve inteligência, levaram-no a diferenciar
plantas úteis e prejudiciais. Em muitas épocas, acreditava-se que as plantas venenosas
eram as moradas de espíritos malignos. Já as ervas curativas supostamente seriam as
moradas de espíritos ou divindades benevolentes.

Ele também descobriu que algumas plantas preservavam a carne e disfarçavam sabores
desagradáveis (especiarias e condimentos). Outras plantas podiam ser usadas para fazer
extratos úteis, como veneno de flecha ou lança. Por esse motivo, os coletores de drogas
vegetais sempre foram conhecidos na história da humanidade.

Ao longo das gerações, o conhecimento sobre drogas brutas na medicina popular se


desenvolveu por meio da oralidade. O uso medicinal e o conhecimento das comunidades
locais sobre as espécies da biodiversidade foram fonte de informações e permitiram a
criação de centenas de medicamentos. Muitas drogas ainda empregadas atualmente
começaram a ser utilizadas a séculos atrás.

A farmacognosia, como ramo mais antigo das ciências farmacêuticas, tem uma abordagem
multidisciplinar para abordar o processo de produção das drogas vegetais ou dos
fitoterápicos. Nesta unidade, iremos entender os conceitos e como se desenvolveu a
farmacognosia aplicada à Cannabis sativa L.; além de compreender como a farmacobotânica
nos ajuda a caracterizar aspectos biológicos e agronômicos relacionados à planta.

Neste contexto, nada melhor para iniciar nossos estudos do que revisitar os conceitos e
registros históricos sobre o uso de drogas naturais pela humanidade. Iremos dar atenção
especial para a utilização da Cannabis medicinal; algo que não é uma novidade. Existem
evidências do uso desde as civilizações antigas. Boa leitura!

Objetivos
» Apresentar conceitos da farmacognosia e da farmacobotânica aplicados à Cannabis
medicinal.
Introdução

» Demonstrar como as especificidades do metabolismo da Cannabis influenciam a


produção de metabólitos secundários.

» Descrever as etapas da produção de drogas vegetais e dos fitoterápicos.

» Elucidar a fitoterapia canábica e a legislação pertinente.

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INTRODUÇÃO
À FARMACOGNOSIA UNIDADE I
CANÁBICA

Nesta unidade, serão apresentados os fatos mais significativos da história da farmacognosia


e da ciência canábica moderna. Além disso, serão definidos os conceitos aplicados à
farmacognosia canábica e ao estudo das drogas vegetais.

CAPÍTULO 1
HISTÓRIA ANTIGA DA FARMACOGNOSIA

Cannabis Sativa L. está entre as primeiras plantas cultivadas. Existem inúmeros registros
de que a humanidade tem utilizado derivados de Cannabis ao longo da história, desde o
surgimento da agricultura. Neste caso, houve a coevolução entre as espécies Cannabis sativa
L. e Homo sapiens. A planta é notável pela variabilidade em sua morfologia e versatilidade,
por meio dos múltiplos usos, como alimento, combustível, fibras e suas aplicações medicinais.

Definitivamente, a diversidade de compostos bioativos e a complexidade da constituição


química da Cannabis é incomparável com qualquer outra espécie vegetal, no que diz
respeito ao seu extenso rol de aplicações médicas. Nesta sessão, serão apresentados
alguns registros históricos significativos sobre a utilização de plantas por civilizações
humanas. Logicamente, com enfoque especial no uso medicinal da Cannabis sativa L.

Período do Egito Antigo


No ano 3.000 a.C., os antigos egípcios já eram especialistas no uso de medicamentos para
a cura de doenças. As primeiras prescrições registradas, papiros datados de 3.500 anos,
foram encontradas em tumbas egípcias. Elas contêm cerca de 400 materiais primários
incluídos na “farmacopeia” dos antigos egípcios. Materiais de origem animal (sangue,
carne, chifre, leite, ovo, mel e excrementos) e materiais de origem vegetal (aloés, mirra,
romã, linhaça, coentro, cominho, anis). Existem registros de uso de todos os órgãos
vegetais, como raízes, flores de rizomas, folhas, frutos, sementes, bem como óleos e cinzas.

Um dos exemplos mais antigo de uso medicinal da Cannabis está contido no papiro
Ramesseum III, 1.700 a.C. A erva era indicada para tratamento para os olhos, sugerindo um

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UNIDADE I | Introdução à Farmacognosia canábica

paralelo com o uso moderno de Cannabis no tratamento do glaucoma ou, possivelmente,


por seus efeitos anti-inflamatórios.

As fórmulas terapêuticas da Mesopotâmia

Por volta do ano 2.600 a.C., um dos mais antigos dos compêndios farmacêuticos foi escrito
em placas de barro e em escrita cuneiforme, na região da Mesopotâmia. O medicamento
babilônico era obtido por meio das interpretações destas tábuas (Figura 1).

As drogas utilizadas eram principalmente de origem vegetal. O rei da Babilônia, Marduk


Happaliden (772 a.C.), construiu um jardim para plantas medicinais. Neste, eram
cultivadas plantas de interesse, como maçãs, romã, pepino, laranjas, alho, cebola, açafrão,
funcho, tomilho, coentro, rosa, louro, alcaçuz.

Figura 1. Tábua de argila com escrita cuneiforme da biblioteca de Ashurbanipal, Antiga Assíria
(exposta no museu britânico, em Londres).

Fonte: Russo; Marcu, 2007.

Menos atenção foi dada ao que pode ser a mais extensa documentação clínica sobre
Cannabis, a da região da Mesopotâmia. Essa localidade já foi conhecida por muitos
nomes ao longo dos milênios: Suméria, Império Acádio, Babilônia, Assíria e agora o
atual Iraque moderno.

O conhecimento sobre Cannabis medicinal na Mesopotâmia deriva do monte Kouyunjik


na antiga Nínive, próximo ao rio Tigre na moderna cidade iraquiana de Mossul.
Um grande contribuidor para a literatura foi o arqueólogo britânico Reginald Campbell

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Thompson, que dedicou cerca de 50 anos de sua carreira para decifrar o idioma Assírio
e os textos médicos em cuneiforme.

A Cannabis medicinal era empregada para tratar a dor menstrual, alívio de cólicas
e dores do parto. As mulheres utilizavam-se de bebidas feitas com base de ervas e
adicionavam sementes de cânhamo para aliviar as dores da menstruação e para melhorar
o desempenho no parto. Além disso, a Cannabis era utilizada para a tensão pré-menstrual
e era prescrita para depressão. Os tratamentos de saúde valiam-se da aplicação de
emulsões, ingestão de chás e tinturas juntamente com rituais para afastar os espíritos
causadores de enfermidades.

Antiga medicina indiana


Outro importante povo a fazer uso dos produtos naturais foi o indiano, cuja civilização
teve início em aproximadamente 3.250 a.C. Devido à falta de registros dessa época,
supõe-se que a medicina e a farmácia tinham uma abordagem religiosa, empírica e
mágica. A aplicação do conhecimento acerca das drogas vegetais, na antiga medicina
indiana, tinha como objetivo principal prolongar a vida humana.

A medicina Ayurveda, por sua vez, também se utilizava das plantas medicinais.
O “Atharva Veda” é o livro indiano desse período, correspondente à “De Materia Medica”,
e é encontrado em Ayurveda. Essa coleção de textos sagrados é de autor desconhecido.

Nele, são descritos usos de decocções de leite, manteiga, açúcar mel e óleo de gergelim
como bases para medicamentos orais. As drogas indianas mais famosas são: madeira
de sândalo, cravo, pimenta, cardamomo, cominho, gengibre, óleo de rícino, óleo de
gergelim, aloés, galanga e açúcar de cana para melhorar as propriedades organolépticas
dos remédios.

Na Índia, o uso de Cannabis foi amplamente disseminado, tanto como medicamento quanto
como droga recreativa. Um uso tão amplo pode ser devido ao fato de que a Cannabis manteve
uma linha íntima de associação com a religião, que atribuía virtudes sagradas à planta.

O “Atharva Veda” menciona a Cannabis como uma das cinco sagradas plantas, referindo-se
a ela como fonte de felicidade, doadora de alegria e portadora de liberdade. Assim, o uso
de Cannabis tornou-se parte dos numerosos rituais religiosos naquela região.

O uso médico e o uso religioso de Cannabis no país, provavelmente, começaram juntos,


por volta de 1.000 anos a.C. A planta foi usada para inúmeras funções, como: analgésico,
anticonvulsivante, hipnótico, tranquilizante, anestésico, anti-inflamatório, antibiótico,
antiparasitário, antiespasmódico, digestivo, diurético, estimulante de apetite, afrodisíaco,
antitússico e expectorante.

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Antiga medicina chinesa


A origem lendária da Medicina Tradicional Chinesa está ligada às figuras de três
imperadores: Fu Xi, Shen Nung e Huang Di. Historiadores acreditam que Shen Nung e
Fu Xi foram os líderes dos primeiros clãs que, posteriormente, originaram a civilização
chinesa. Fu Xi desenvolveu as trigramas do “I Ching”, ou “Livro das Mudanças”. Já
o Imperador Shen Nung, cujo nome significa “cultivador divino”, é reconhecido pela
fundação da fitoterapia e dos ensinamentos sobre o cultivo de plantas.

Ao lado da famosa acupuntura, a medicina chinesa é muito conhecida pela fitoterapia. A


“Pen Ts’ao Kang Moa” (1.000 a.C.) pode ser considerada como farmacopeia, pois inclui 8.160
fórmulas preparadas a partir de 1.871 matérias-primas, essencialmente de origem vegetal.

Os chineses pensavam que, para cada doença, deveria haver um medicamento que só é
fornecido pela natureza. Portanto, seu livro inclui muitas receitas para todas as doenças.

Dentre as plantas altamente estimadas por seu poder mágico de indução à saúde, estão:
ginseng, ruibarbo, anis estrelado, romã e acônito (Aconitum napellus). Os medicamentos
eram usados na forma de decocções, pós, pílulas, cataplasmas, supositórios e pomadas.

Em 2.900 antes de Cristo, o imperador chinês Fu-hsi aponta a Cannabis como um


remédio popular. A palavra chinesa “ma” refere-se à Cannabis.

O imperador chinês Shen Nung (Figura 2) prescreveu Cannabis no século 28 a.C. Os


registros sobre as propriedades medicinais da planta encontram-se em seu livro, o “Pen-Ts’ao
Ching”. A Cannabis sativa L. foi recomendada no tratamento da malária, dor reumática,
ciclos menstruais irregulares e dolorosos. Foi também sugerido um efeito neuroprotetor.
Seu consumo prolongado poderia tornar a pessoa gorda e forte, porém nunca senil.

Figura 2. Imperador chinês Shen Nung (“cultivador divino”).

Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/9-curiosidades-sobre-maconha-que-vao-expandir-sua-mente/.

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Texto 1: Leia a matéria “Cannabis teria sido domesticada pela 1ª vez na China há 12 mil
anos”, publicada pela revista Galileu, e conheça mais detalhes sobre a domesticação
e as origens do uso da Cannabis sativa L.

Acesse o link: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2021/07/cannabis-


teria-sido-domesticada-pela-1-vez-na-china-ha-12-mil-anos.html.

Os gregos e os romanos

Os gregos e os romanos trataram muitas doenças com drogas. Pitágoras (580 a.C.) usava
drogas como mostarda. Hipócrates (466 a.C.), que estava familiarizado com vários
medicamentos, escreveu o “Corpus Hippocraticum” (460 a.C.).

Teofrasto (370 a.C.), aluno de Aristóteles, enumerou cerca de 500 plantas de acordo
com o tipo de folha, raiz, semente e ramo, além de discutir o uso de plantas medicinais
encontradas nas regiões do Atlântico e da Índia.

Por volta do ano 65 d.C., Pedanius Dioscórides, que era grego de nascimento, elaborou
a obra médica ocidental mais famosa da antiguidade. Por todo seu trabalho, ele é
considerado fundador da farmacognosia.

Além de ter sido utilizada como referência até o século XVI e servida como base para
as farmacopeias modernas, a “De Materia Medica” de Dioscórides, talvez tenha sido o
segundo livro mais copiado durante a Idade Média, só perdendo para a Bíblia.

A obra foi conservada por meio dos séculos na forma de fragmentos de papiros e
manuscritos bizantinos (o mais antigo dos quais data do século VI). O texto é dividido
em “livros”, contendo mais de duas mil receitas e fórmulas de medicamentos. Ele foi o
primeiro a descrever drogas e seu trabalho incluía plantas medicinais, além de drogas
animais e minerais.

A “De Materia Medica” foi elaborada após Dioscórides acompanhar o exército romano
no Egito e em outros países ribeirinhos do Mar Mediterrâneo. Dessa forma, essas
campanhas militares ajudaram a aumentar a variedade de plantas e drogas conhecidas
naquela época. A descrição botânica e o habitat, a indicação da dose e testes utilizados
para verificar adulteração das plantas medicinais estão entre as informações fornecidas
na obra.

“De Materia Medica” de Dioscórides atribui à planta Cannabis o poder de aliviar a dor
e de diminuir quadros inflamatórios nas articulações.

Galeno (120-200 d.C.) era médico e filósofo romano de origem grega. Foi o mais talentoso
médico investigativo do período romano. A ele é atribuído o uso de “preparações galênicas”.

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As bases galênicas são preparações compostas de uma ou mais matérias-primas, com


fórmula definida, destinada a ser utilizada como veículo/excipiente de preparações
farmacêuticas (ANVISA, 2007).

Idade das trevas

O período entre os séculos VII e XIII é conhecido como Idade das Trevas. A região que
fora a parte ocidental do Império Romano sofria com o caos político e social. Nessa
época, o uso de drogas para o tratamento de doenças sofreu alterações devido ao
fechamento dos templos pagãos, os quais utilizavam métodos de cura greco-romanos.
As terapias até então estabelecidas declinaram no Ocidente e foram substituídas pelos
ensinamentos da igreja, segundo os quais o pecado e a doença estavam intimamente
relacionados.

Medicina árabe

Ainda assim, entre os anos 400 e 900, encontramos grandes avanços, sobretudo nas
ciências, graças à civilização erguida pelos seguidores dos ensinamentos de Maomé.
Os povos, outrora nômades, uniram-se em torno do Islã e conquistaram grandes áreas
do Oriente Médio e da África, expandindo-se depois para Espanha, Sicília e Europa
Oriental. Um dos fatores que contribuiu para essa expansão cultural foi a ênfase ao
aprendizado dada pela religião islâmica.

Em primeiro momento, os tratados gregos foram traduzidos pelos árabes, que aceitaram a
autoridade das obras de Dioscórides e de Galeno. Com o avanço na área de conhecimento,
os médicos árabes faziam suas próprias contribuições aos textos gregos, com destaque
para Rhazes (860-932 d.C.) e Avicena (980-1063 d.C.). A expansão do comércio com
regiões distantes sob domínio islâmico agregou também novas drogas e especiarias aos
estudos.

O cultivo e uso de Cannabis no mundo árabe clássico tem sido um tópico de especulação.
Sabe-se que os místicos sufis usavam haxixe regularmente e desempenharam um papel
fundamental na disseminação do haxixe por todo o Oriente Médio. Médicos árabes
medievais consideravam-no um medicamento sagrado. O haxixe circulou amplamente
por todo o Império Árabe a partir do século VII até o século XIII.

A Cannabis entrou na África Oriental através do Egito e da Etiópia, no século XIII,


transportada por mercadores árabes por meio de rotas comerciais pelo Mar Vermelho.
Ela foi transportada por comerciantes árabes por toda a costa da África Oriental, onde
foi usado para tratar a malária, febre, asma e disenteria.

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Você sabia que o Império Árabe foi grande responsável por avanços na medicina e
no uso da Cannabis terapêutica no período em que a Europa estava na Idade das
Trevas, entre os séculos VII e XIII? Não é à toa que grande parte dos compêndios e
da literatura técnica sobre Cannabis são provenientes das regiões do Oriente Médio
e da África.

Período do Renascimento

Entretanto, foi somente no período do Renascimento que a ciência, principalmente a


europeia, passou a ser exercida de forma mais sistemática. Um expoente desse período foi
Philippus Aureolus Theophrastus Bombast von Hohenheim, conhecido como Paracelso.

Paracelso afirmava que todas as substâncias eram venenosas. No entanto, a diferença


entre o remédio e o veneno situa-se na dose administrada. Pela primeira vez na história,
a relação dose/resposta foi utilizada. Esse conceito continua em uso até os dias de hoje
na área da toxicologia.

Os anos 1.500 viram a Cannabis chegar à América do Sul, por meio do comércio de
escravos que transportava africanos juntamente com sementes.

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CAPÍTULO 2
CIÊNCIA CANÁBICA MODERNA

Em 1839, Sir William Brooke O’Shaughnessy publicou sobre os usos terapêuticos das
“preparações do Cânhamo indiano ou Gunjah”. O médico irlandês foi o responsável por
introduzir primeiramente a Cannabis na medicina ocidental (Figura 3).

Figura 3. Sir William Brooke O’Shaughnessy confirmou que o uso de Cannabis era seguro e passou
a experimentar a substância em humanos.

Fonte: https://sechat.com.br/breve-historico-da-introducao-da-cannabis-medicinal-no-ocidente/.

O’Shaughnessy conheceu a Cannabis enquanto trabalhava como médico na Índia, com a


Companhia Britânica das Índias Orientais. Ele avançou e estudou a literatura existente
sobre a espécie e conferiu as informações diretamente com as populações locais, para
entender o uso recreacional e medicinal na Índia.

O’Shaughnessy, então, prosseguiu com o teste dos efeitos das diferentes formas da
Cannabis em animais, para avaliar sua toxicidade. Confiante de que a droga era segura,
ele proveu aplicações de extratos e tinturas de Cannabis para pacientes e descobriu os
seus efeitos analgésicos e sedativos. Ele também observou a eficácia dos extratos na
sobrevivência ao tétano na Índia, de onde sua utilização como relaxante muscular e o
antiespasmódico se espalhou rapidamente.

Texto 2: aproveite para ler a matéria “O médico europeu que deu início à pesquisa com
maconha há mais de 170 anos”, publicada pela BBC News Brasil. A reportagem apresenta
a trajetória do médico e o início da ciência canábica ocidental moderna, acesse: https://
www.bbc.com/portuguese/geral-44189158 ou vá até a biblioteca do curso.

No século XIX, a Cannabis emergiu como um remédio convencional no Ocidente. O


médico psiquiatra francês Jacques-Joseph Moreau, em 1840, realizou estudos que
concluíam que a Cannabis suprimia dores de cabeça, aumentava o apetite e ajudava
as pessoas a dormir (Figura 4).

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Figura 4. Jacques-Joseph Moreau, membro do Club des Hashischins, foi o primeiro médico a fazer
um trabalho sistemático sobre os efeitos das drogas no sistema nervoso.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jacques-Joseph_Moreau_-_photograph_-_Anmpx37x0164d.jpg.

Em 1850, a farmacopeia dos Estados Unidos listava inúmeras doenças as quais poderiam
ser tratadas com Cannabis, a saber: neuralgia, tétano, tifo, cólera, raiva, disenteria,
alcoolismo, dependência de opiáceos, lepra, incontinência, gota, distúrbios convulsivos,
amigdalite, insanidade, sangramento menstrual excessivo ou uterino, dentre outras.
Nesta época, as tinturas de Cannabis patenteadas eram comercializadas.

Em 1989, a revista The Lancet publica um trabalho pioneiro sobre aplicação da Cannabis
no tratamento da dependência ao ópio. Houve redução do desejo do ópio e atuação
antiemética. Em 1899, a Cannabis já era descrita por seus usos medicinais na primeira
edição da “Materia medica Merck”. Em 1906, uma resolução do FDA (Food and Drug
Administration / Agência Federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos
Estados Unidos) exige a rotulagem de medicamentos, incluindo os de Cannabis.

Ao longo do século XX, uma série de obstáculos restringiu o uso de Cannabis, especialmente
nos Estados Unidos. Com a edição do “Marihuana Tax Act”, em 1937, medidas sucessivas
buscaram suprimir a maconha no mundo. No mesmo ano, a Cannabis foi removida da
farmacopeia americana.

Em 1961, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece, por meio da Convenção
Única sobre Entorpecentes, o mais estrito regime de controle (Anexo IV) sobre a Cannabis,
juntamente com heroína. A Idade de Ouro da Cannabis terminou em 1970, quando
foi declarado um medicamento de Classe 1 nos EUA, e a pesquisa sobre seus efeitos
terapêuticos tornou-se praticamente impossível.

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UNIDADE I | Introdução à Farmacognosia canábica

Os princípios ativos mais abundantes na planta, o Canabidiol (CBD – composto ansiolítico)


e o ∆9-tetrahidrocanabinol (∆9-THC – composto euforizante), foram isolados em 1940
(ADAMS; HUNT; CLARK, 1940) e 1964 (GAONI; MECHOULAM, 1964), respectivamente,
e amplamente estudados quanto às propriedades farmacológicas.

A descoberta oficial do THC, em 1964, é comumente atribuída ao Dr. Raphael Mechoulam,


carinhosamente referido como o padrinho da ciência da Cannabis (GAONI; MECHOULAM,
1964). A equipe de cientistas já havia apontado a Cannabis como planta de interesse e
isolado o Canabidiol (CBD) anteriormente.

Vinte anos depois, sua estrutura foi elucidada no laboratório de Raphael Mechoulam,
onde foram sintetizados os dois compostos. Desde então, mais de 100 canabinoides já
foram catalogados.

Vídeo 1: Uma boa indicação é assistir ao filme “O Cientista”. O documentário conta


com a participação da equipe de pesquisa do laboratório de Mechoulam e apresenta
uma visão histórica e cultural sobre a descoberta dos princípios ativos da erva (ver
material complementar).

Filme: O Cientista.

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=SIi1k5LPTBA ou vá até a biblioteca


do curso.

Em 1988, a doutora Allyn Howlett e o farmacologista Dr. William Devane, em estudo


na Escola de Medicina da Universidade de St. Louis, determinaram que os cérebros dos
mamíferos possuíam sítios receptores que reagiam aos canabinoides. A presença de locais
de ligação de alta afinidade para esse ligante foi detectada em membranas cerebrais de
ratos e forneceram evidências conclusivas da existência dos receptores canabinoides
(DEVANE et al., 1988).

Figura 5. Os principais cientistas da ciência canábica ocidental. À esquerda, Dr. Raphael


Mechoulam; ao centro, Dr. Elisaldo Carlini; e à direita, Dra. Allyn Howlett.

Fonte: https://www.cannabisesaude.com.br/as-10-pesquisas-mais-relevantes-da-historia-da-cannabis/.

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Introdução à Farmacognosia canábica | UNIDADE I

Já os endocanabinoides, ligantes endógenos de receptores de canabinoides, foram


isolados em 1992. O material foi então sintetizado e identificado como Anandamida
(N-araquidonoiletanolamina) e 2-araquidonoil glicerol (2-AG). Estes são os mais
extensivamente estudados dentre todos os canabinoides endógenos.

Pesquisa canábica no Brasil


Um compêndio de referência na área farmacêutica, o chamado Dicionário de Plantas
Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas, de autoria de Pio Corrêa, publicado em 1926,
descreve as características botânicas e propriedades medicinais da Cannabis sativa L.,
que denominou genericamente de “cânhamo verdadeiro” (CORRÊA, 1926).

A “Farmacopeia Brasileira”, publicada em 1929, descreve a Cannabis sativa L., var. indica,
com a denominação genérica “maconha”, “meconha”, “diamba” e “liamba”, indicando
como matéria-prima as flores na elaboração oficinal de extrato de cânhamo-da-índia,
pó de cânhamo-da-índia e tintura de cânhamo-da-índia.

A primeira investigação científica a testar o efeito do CBD para epilepsia no Brasil foi
feita pelo grupo do professor Dr. Elisaldo Carlini da Unifesp. Essa pesquisa clínica foi
um marco para a ciência moderna. Os trabalhos se iniciaram em 1978. O estudo clínico
duplo cego foi feito com pacientes que sofriam de epilepsia, mas já recebiam outros
anticonvulsivantes.

Após pesquisa clínica do professor Carlini (Unifesp), em 1980, revelar o efeito


anticonvulsivante do CBD (CUNHA et al., 1980), ocorreram aprovações de medicamentos
nos EUA, como Marinol®, Cesamet® e Sativex®, que são utilizados até hoje.

O uso terapêutico ou o medicinal da Cannabis é uma novidade para a civilização


humana?

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CAPÍTULO 3
ESTUDO DAS DROGAS VEGETAIS:
CONCEITOS APLICADOS À FARMACOGNOSIA CANÁBICA

O termo “farmacognosia” foi introduzido em 1815 por Seydler, em sua “Analecta


Pharmacognostica”. Deriva de duas palavras gregas: pharmakon, que significa
droga, medicamento, remédio, veneno; e gnosis, que significa conhecimento.
Na atualidade, aplica-se exclusivamente a drogas de origens vegetal, animal ou outros
microrganismos.

A farmacognosia é a ciência que trata da história, do tratamento, da conservação,


identificação, da avaliação e do emprego das drogas vegetais e/ou animais. Ainda,
preocupa-se com a seleção, cultura e colheita de plantas destinadas a produzir drogas,
bem como seleção e criação de animais destinados ao mesmo fim. A farmacognosia é
uma disciplina muito importante na formação do farmacêutico.

Texto 3: conheça a Sociedade Brasileira de Farmacognosia, criada em 1976 por


professores, pesquisadores e diversos profissionais. No endereço eletrônico a seguir,
é possível acessar conteúdos e informações importantes acerca do tema.

Acesse o link: http://www.sbfgnosia.org.br/index.html.

Muito embora produtos sintéticos desempenhem um papel importante na terapêutica


moderna, a farmacognosia não é uma ciência ultrapassada. Existem substâncias
medicamentosas naturais, usadas diariamente no tratamento de enfermidades, cuja
síntese ainda não foi realizada.

O preço elevado da síntese de substâncias análogas às naturais, por outro lado, faz
com que elas continuem sendo obtidas de vegetais. Outro fato de extrema relevância
é a existência de efeito comitiva. Isto é, plantas medicinais encerram um conjunto de
princípios ativos, cuja ação farmacodinâmica é mais conveniente do que a ação de um
desses princípios isolados. O efeito entourage, ou em comitiva, ocorre pois os extratos
completos da planta demonstram ser mais eficazes em tratamentos de saúde do que o
uso de isolados.

A farmacognosia é uma ciência que contempla os estudos das propriedades físicas,


químicas e biológicas dos fármacos ou dos potenciais fármacos de origem natural.
Na verdade, ela se ocupa em buscar novos fármacos a partir de fontes naturais. Como uma
ciência multidisciplinar (Figura 6), faz interface com a botânica, etnobotânica, biologia,
microbiologia, fitoquímica, fitoterapia, farmacologia, farmácia clínica, agronomia,
dentre outros.

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Introdução à Farmacognosia canábica | UNIDADE I

Figura 6. Campos de atuação da farmacognosia.

Fonte: Oliveira; Akisue, 2000.

Farmacognosia, como estudo de aspectos físicos, químicos, bioquímicos e biológicos das


propriedades de drogas, se dedica a procurar novos medicamentos a partir de fontes
naturais. Muito embora, a grande maioria dos estudos farmacognósticos se concentre
em plantas e medicamentos derivados de plantas, outros tipos de organismos, como
microrganismos (bactérias, fungos etc.), organismos marinhos e animais também são
importantes na farmacognosia.

A farmacognosia possui como base a farmacobotânica. Esta, por sua vez, se preocupa
com o estudo das matérias de origem vegetal e utiliza a botânica para descrever as
drogas vegetais.

Conceitos aplicados à farmacognosia canábica

Conceito farmacognóstico da droga

Designa-se droga, em farmacognosia, todo vegetal ou animal, ou ainda uma parte


ou órgão destes seres, ou produtos derivados diretamente deles, que, após sofrerem
processos de coleta, preparo e conservação, possuem composição e propriedades tais
que possibilitam o seu uso como forma bruta de medicação ou como necessidade
farmacêutica. Droga é, pois, matéria sem vida que sofreu alguma transformação para
servir de base para medicamento. O processo de coleta e conservação não modifica as
condições genéricas do produto.

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UNIDADE I | Introdução à Farmacognosia canábica

A Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2019c), em sua 6ª edição define:

Droga de origem natural

São obtidas de seres vivos, tais como plantas, bactérias, algas, fungos, líquens, animais,
e minerais, que contenham substâncias ou classes de substâncias responsáveis por uma
ação terapêutica e/ou finalidade farmacêutica. A droga é especificada pela parte usada
e pelo nome científico (espécie; variedade, quando aplicável; e autor(es)).

Drogas vegetais

Drogas vegetais são plantas inteiras ou suas partes, geralmente secas, não processadas,
podendo estar íntegras ou fragmentadas. Também se incluem exsudatos, tais como
gomas, resinas, mucilagens, látex e ceras, que não foram submetidos a tratamento
específico (ANVISA, 2019c).

Droga pode ser considerada como matéria-prima de medicamento conservada. Segundo


a sua origem, a droga pode ser classificada em três tipos, a saber:

» droga vegetal;

» droga animal;

» droga derivada (animal ou vegetal).

Drogas derivadas são produtos derivados de animal ou planta, obtidos diretamente, isto
é, sem a utilização de processo extrativo delicado.

A ação farmacodinâmica das drogas se deve à presença de princípios ativos. Esses


princípios ativos são constituídos de uma substância ou um conjunto de substâncias
quimicamente definidas (marcadores).

Para que uma matéria possa ser considerada como droga, segundo o sentido
farmacognóstico, deverá preencher as seguintes premissas:

» ser de origem vegetal ou animal (natural);

» ter sido submetida a processo de coleta, preparo e conservação;

» não ser obtida por meio de processos extrativos delicados;

» possuir propriedades farmacodinâmicas ou ser considerada como necessidade


farmacêutica.

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Introdução à Farmacognosia canábica | UNIDADE I

A Resolução da Diretoria Colegiada n. 26, de 13 de maio de 2014, que dispõe sobre o


registro de medicamentos fitoterápicos, também define o termo droga vegetal:

VIII - droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as


substâncias responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta/
colheita, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma
íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada; [...]. (ANVISA, 2014a, s.p.)

Ainda, aponta outras definições importantes, como:

V - derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal fresca


ou da droga vegetal, que contenha as substâncias responsáveis pela ação
terapêutica, podendo ocorrer na forma de extrato, óleo fixo e volátil,
cera, exsudato e outros;

X - fitocomplexo: conjunto de todas as substâncias, originadas do


metabolismo primário ou secundário, responsáveis, em conjunto, pelos
efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de seus derivados;

XI - fitoterápico: produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto


substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa,
incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico,
podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie
vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais
de uma espécie vegetal;

XV - insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAV): matéria-prima


ativa vegetal, ou seja, droga ou derivado vegetal, utilizada no processo
de fabricação de um fitoterápico;

XVIII - matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a


droga vegetal ou o derivado vegetal;

XXVI - relação “droga vegetal: derivado vegetal”: expressão que


define a relação entre uma quantidade de droga vegetal e a respectiva
quantidade de derivado vegetal obtida. O valor é dado como um primeiro
número, fixo ou na forma de um intervalo, correspondente à quantidade
de droga utilizada, seguido de dois pontos (:) e, depois desses, o número
correspondente à quantidade obtida de derivado vegetal [...]. (ANVISA,
2014a, s.p.)

Outros termos importantes são apresentados, segundo a 6ª edição da Farmacopeia


Brasileira:

Extratos
São preparações de consistência líquida, semissólida ou sólida, obtidas a partir de
drogas vegetais, utilizando-se métodos extrativos e solventes apropriados. Um extrato é

21
UNIDADE I | Introdução à Farmacognosia canábica

essencialmente definido pela qualidade da droga vegetal, pelo processo de produção e suas
especificações. O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamentos
preliminares, tais como, inativação de enzimas, moagem ou desengorduramento.
Após a extração, materiais indesejáveis podem ser eliminados.

Extratos padronizados

Correspondem àqueles extratos ajustados a um conteúdo definido de um ou mais


constituintes responsáveis pela atividade terapêutica. O ajuste do conteúdo é obtido
pela adição de excipientes inertes ou pela mistura de outros lotes de extrato.

Extratos quantificados

Correspondem àqueles extratos ajustados para uma faixa de conteúdo de um ou mais


marcadores ativos. O ajuste da faixa de conteúdo é obtido pela mistura de lotes de extrato.

Extrato fluido

É a preparação líquida obtida por extração com líquido apropriado em que, no geral, uma
parte do extrato, em massa ou volume corresponde a uma parte, em massa, da droga
vegetal seca utilizada na sua preparação. Podem ainda ser adicionados conservantes.
Devem apresentar especificações quanto ao teor de marcadores e resíduo seco.
No caso de extratos classificados como padronizados, a proporção entre a droga vegetal
e o extrato pode ser modificada em função dos ajustes necessários para obtenção do
teor de constituintes ativos especificado.

Extrato mole

É a preparação de consistência semissólida obtida por evaporação parcial do líquido


extrator empregado, podendo ser utilizado como solventes, unicamente, álcool etílico,
água, ou misturas de álcool etílico e água em proporção adequada. Apresentam, no
mínimo, 70% (p/p) de resíduo seco. Se necessário, podem ser adicionados conservantes.

Extrato seco

É a preparação sólida obtida por evaporação do solvente utilizado no processo de extração.


Podem ser adicionados de materiais inertes adequados e possuem especificações quanto ao
teor de marcadores. Em geral, possuem uma perda por dessecação não superior a 5% (p/p).

Líquido extrator

Solventes ou mistura de solventes que são utilizados no processo de extração.

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Introdução à Farmacognosia canábica | UNIDADE I

Óleo fixo

São óleos não voláteis, líquidos à temperatura ambiente. São predominantemente


constituídos por triacilgliceróis, esterificados com ácidos graxos diferentes ou idênticos.

O óleo obtido pela prensagem a frio das sementes de Cannabis é um tipo de óleo fixo.

Óleo volátil

Óleos obtidos de plantas, por processos físicos, que evaporam à temperatura ambiente
sem deixar resíduo. São constituídos por misturas complexas de substâncias de baixa
massa molecular, que determinam seu odor e sabor. Podem se apresentar isoladamente
ou misturados entre si, retificados, desterpenados ou concentrados. Podem também ser
denominados óleos essenciais.

Oleorresinas

São extratos semissólidos constituídos por uma resina em solução em um óleo volátil
e/ou óleo fixo e são obtidas por evaporação do(s) solvente(s) utilizado(s) para a
sua produção. Essa definição é aplicada somente às oleorresinas produzidas por
extração.

Os óleos fitoterápicos de Cannabis também podem ser classificados como oleorresinas,


pois são constituídos pela resina diluída em um veículo oleoso.

Segundo a Resolução-RDC n. 14, de 14 de março de 2013:

Marcador

É um componente ou classe de compostos químicos, tais como, alcaloides, flavonoides,


ácidos graxos etc., presente na matéria-prima vegetal, preferencialmente que tenha
correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como referência no controle de
qualidade da matéria-prima vegetal e dos medicamentos fitoterápicos.

Como será visto, existe grande diversidade de derivados de Cannabis, além de suas
inflorescências, que podem ser utilizados na composição de fitoterápicos, ou até mesmo
para o consumo direto.

A produção de concentrados de Cannabis envolve processos que separam as partes


desejadas da planta do excesso de material vegetal e das impurezas. Isto é, separa-se a
resina (rica em moléculas bioativas) do restante da biomassa vegetal.

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UNIDADE I | Introdução à Farmacognosia canábica

Os métodos de extração podem utilizar-se de solventes ou serem caracterizados como


“sem solventes”. Os últimos fazem uso de calor, da filtração e da pressão para obter o
derivado de Cannabis. A extração “sem solvente” (solventless) é o método mais natural
e leva mais tempo e esforço para executar a extração.

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REFERÊNCIAS

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Figura 3. Sir William Brook’ O’Shaughnessy confirmou que o uso de Cannabis era seguro e passou a
experimentar a substância em humanos. https://sechat.com.br/breve-historico-da-introducao-da-
cannabis-medicinal-no-ocidente/. Acesso em: 23 fev. 2022.

Figura 4. Jacques-Joseph Moreau, membro do Club des Hashischins, foi o primeiro médico a
fazer um trabalho sistemático sobre os efeitos das drogas no sistema nervoso. https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Jacques-Joseph_Moreau_-_photograph_-_Anmpx37x0164d.jpg. Acesso em:
23 fev. 2022.

Figura 5. Os principais cientistas da ciência canábica ocidental. À esquerda, Dr. Raphael Mechoulam; ao
centro, Dr. Elisaldo Carlini; e à direita, Dra. Allyn Howlett. https://www.cannabisesaude.com.br/as-10-
pesquisas-mais-relevantes-da-historia-da-cannabis/. Acesso em: 23 fev. 2022.

Figura 6. Campos de atuação da farmacognosia. Fonte: Oliveira; Akisue, 2000.

Figura 7. Espécie da Cannabis segundo a nomenclatura binomial. Autor que publicou pela primeira vez
a espécie foi Carl von Linnaeus. Fonte: Oliveira; Akisue, 2000.

Figura 8. Sistema de nomenclatura das plantas do gênero Cannabis sp. Fonte: adaptada de Small;
Cronquist, 1976.

Figura 9. Arquitetura da Cannabis sativa L. representada por seus nomes populares. Fonte: McPartland;
Small, 2020.

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Figura 10. Sistema radicular axial da Cannabis. À esquerda, planta cultivada em substrato; e à direita,
planta cultivada em sistema hidropônico. https://dutch-passion.com/en/blog/the-cannabis-root-system-
the-key-to-healthy-plants-n741. Acesso em: 24 fev. 2022.

Figura 11. Arquitetura da planta de Cannabis de acordo com diferentes usos (cânhamo para grãos e fibras;
Cannabis medicinal para produção de inflorescências). Fonte: adaptada de Small, 2018.

Figura 12. Corte transversal de duas variedades de Cannabis. À esquerda, uma variedade de uso medicinal;
e à direita, uma variedade de cânhamo para uso de fibras. Fonte: Small, 2018.

Figura 13. Característica do limbo da folha de Cannabis. Diferentes variações de folíolos para as folhas
compostas (escala= 5cm). Fonte: Spitzer-Rimon et al., 2019.

Figura 14. Folha de Cannabis. Limbo da folha com formato palmado/digitado. Folha composta por folíolos
com borda serrilhada. Fonte: Small, 2018.

Figura 15. Flores masculinas (estaminadas). Pedicelo sustenta a flor. Seta vermelha indica uma sépala; e a seta
azul, um filamento. Setas amarelas são as anteras (sacos polínicos). Fonte: adaptada de Punja; Holmes, 2020.

Figura 16. Acima, flores estaminadas (s = sépalas; fi = filetena an = anteras/sacos polínicos). Abaixo,
flores pistiladas/femininas (stg = estigmas; sty = estilete; ov = ovário; p = perianto; b = bráctea). Fonte:
Schilling et al., 2020.

Figura 17. Uma única flor feminina de Cannabis em detalhe. À direita, a flor é apresentada retirando-se
a bráctea perigonal, evidenciando o ovário. Fonte: adaptada de Small; Naraine, 2016.

Figura 18. Inflorescências femininas não fertilizadas por pólen. À esquerda, inflorescência em ramo
terminal (estigmas brancos receptíveis ao pólen). À direita, conjunto de flores femininas com estigmas
escuros (excessivamente maduros para recepção de pólen). Fonte: Small; Naraine, 2016.

Figura 19. Inflorescências hermafroditas de Cannabis. Setas vermelhas indicam as anteras que se
desenvolvem em meio às flores femininas. Setas azuis indicam os estigmas alaranjados. Fonte: adaptada
de Punja; Holmes, 2020.

Figura 20. A) Corte mediano da inflorescência feminina não fertilizada; B) Inflorescência polinizada
com “sementes” maduras; C) Frutos do tipo aquênio, conhecidos como sementes de Cannabis. Fonte:
adaptada de Punja; Holmes, 2020.

Figura 21. Organelas da célula vegetal. Fonte: https://www.infoescola.com/citologia/celula-vegetal/.


Acesso em: 24 fev. 2022.

Figura 22. Tricomas glandulares da Cannabis. À esquerda, capitado com pedúnculo multisseriado. Ao centro,
capitado séssil com cabeça globosa. À direita, bulboso (barras = 20µm). Fonte: Livingston et al., 2020.

Figura 23. Tricomas tectores e glandulares da Cannabis. A) Tricoma tector unicelular (sem cistólito);
B) Tricomas cistolíticos (com inclusão de CaCO3); C) Capitado séssil; D) Capitado com pedúnculo; E)
Bulboso simples; F) Bulboso complexo. Fonte: Andre; Hausman; Guerriero, 2016.

Figura 24. Localização das células secretoras na cabeça dos tricomas glandulares. A letra C indica a cavidade
de armazenamento dos metabólitos secundários acumulados. Fonte: adaptada de Livingston et al., 2020.

Figura 25. Visão geral da biossíntese de canabinoides e rotas biossintéticas. Fonte: adaptada de Flores-
Sanchez; Verpoorte, 2008.

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Referências

Figura 26. Vias de biossíntese de canabinoides, terpenoides, esteróis e flavonoides. Destaque para as vias
de biossíntese (policetídeo, MEP e dos fenilpropanoide). Fonte: adaptada de Jin et al., 2020.

Figura 27. Descarboxilação dos canabinoides. Destaques em azul para o grupo carboxila (—COOH) e
liberação do CO2. Decarb = etapa da descarboxilação. Fonte: adaptada de Flores-Sanchez; Verpoorte,
2008.

Figura 28. Presença dos canabinoides nas várias etapas do ciclo da droga vegeta (–CO2 = descarboxilação; O2
– oxidação). Fonte: adaptada de https://implicarte.org/pt/cannabigerol-cbg-a-origem-dos-canabinoides/.
Acesso em: 25 fev. 2022.

Figura 29. Estrutura dos principais canabinoides. Setas azuis: grupo pentil (5 carbonos); setas vermelhas:
grupo propil (3 carbonos). Fonte: adaptada de Russo; Marcu, 2017.

Figura 30. Cultivo indoor de Cannabis com iluminação artificial. Fonte: Chandra et al., 2017.

Figura 31. Cultivo utilizando a tecnologia de iluminação quantum barra. Fonte: https://m.made-in-china.
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Light-for-Indoor-Plants-892607995.html. Acesso em: 25 fev. 2022.

Figura 32. Estacas enraizadas em substrato de lã de rocha. Fonte: https://herbin-alternative.tumblr.


com/. Acesso em: 25 fev. 2022.

Figura 33. Aparato aeropônico para enraizamento. As estacas são submetidas a elevadas umidades em
suas bases, por meio de microaspersores nebulizadores posicionados dentro do recipiente. Essa técnica
permite ótima oxigenação e desenvolvimento da raiz. Fonte: https://groadvisorworldwide.com/aeroponic-
grow-systems-for-commercial-cannabis/. Acesso em: 25 fev. 2022.

Figura 34. Cúpula de propagação de microclima úmido. Fonte: https://cannaclone420.com/. Acesso


em: 25 fev. 2022.

Figura 35. Micropropagação da Cannabis. Indivíduos enraizados em condições in vitro. Fonte: Chandra
et al., 2017.

Figura 36. Cultivo outdoor de Cannabis: a) germinação das sementes; b) estabelecimento inicial; c)
crescimento vegetativo; d) floração. Fonte: Chandra et al., 2017.

Figura 37. À esquerda, infestação do ácaro (spider mites) em estágio avançado, caracterizada pela formação
de teias. À direita, indivíduos em detalhe. Fonte: https://www.edrosenthal.com/the-guru-of-ganja-blog/
how-to-prevent-and-get-rid-of-mites-on-your-cannabis. Acesso em: 25 fev. 2022.

Figura 38. Estágios da infecção de Botrytis cinerea. Letra E mostra uma cultura de fungos obtida a partir
da planta contaminada. Fonte: Punja et al., 2019.

Figura 39. Letras D e E representam infecção de Pythium sp. em plantas adultas. Letra F mostra a cultura
do fungo. Fonte: Punja, 2021.

Figura 40. Caule e inflorescências em estágio avançado de infeção por Fusarium sp. Fonte: Punja et al.,
2019.

Figura 41. À esquerda, tricomas imaturos; ao centro, tricomas translúcidos (colheita já é viável); e à
direita, tricomas da cor âmbar (amadurecimento avançado). Fonte:https://herbiesheadshop.com/de/
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Figura 46. À esquerda, a resina ainda molha sendo retirada do fundo da bubble bag. À direita, o ice hash
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Figura 48. Processo de manicure do material colhido, normalmente seco. As folhas que compõem a trima
são separadas. As inflorescências são acondicionadas em recipiente próprio. Fonte: https://www.mlive.
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Figura 49. Combinações de terpenos comercializadas. As características organolépticas, aroma e sabor, dos
óleos essenciais combinados são as mesmas das variedades de Cannabis de uso adulto. Os nomes dessas
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Figura 51. Extração em prensa rosin (aquecimento moderado). O concentrado de rosin que escorre é
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Figura 59. Dabbing. Uso inalável de concentrados. À esquerda, fornilho do bong sendo aquecido com
maçarico. À direita, volatilização do concentrado na superfície de vidro aquecida. A fumaça passa por
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Vídeos
Vídeo 1. O Cientista. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SIi1k5LPTBA. Acesso em: 10 jun. 2020.

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