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LÍNGUA PORTUGUESA Data:

Assunto: classe gramatical – pronome

PRONOME – Apostila pág 39


Do ponto de vista semântico, o pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a depender do contexto: posse,
indefinição, generalização, questionamento, apontamento, aproximação, afetividade, ironia, depreciação etc. Isso
será visto em detalhes ao longo deste capítulo.

Do ponto de vista morfológico e discursivo, o pronome é uma classe de palavras normalmente variável em gênero e
número e que se refere a elementos dentro e fora do discurso. É um determinante quando acompanha o substantivo
(neste caso, é chamado de pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o substantivo, é
chamado de pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Isso será melhor abordado em Identificação.

Do ponto de vista sintático, o pronome é um termo que funciona como adjunto adnominal quando acompanha um
substantivo; quando o substitui, tem função substantiva (ou seja, funciona como núcleo do sujeito, predicativo do
sujeito, objeto direto, indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo).

Como vimos, há dois tipos de pronomes: pronomes substantivos e pronomes adjetivos.


O pronome substantivo substitui um substantivo.
Estes documentos são nossos*, não teus.
Note que os pronomes nossos e teus se referem ao substantivo documentos, substituindo-o, por isso são pronomes
substantivos.

Já o pronome adjetivo tem o papel de acompanhar um substantivo, determinando-o, como se fosse um adjetivo.
– Os vossos amores não mais vivem para vós.
Note agora que o pronome vossos se refere ao substantivo amores, acompanhando-o, por isso é um pronome
adjetivo.

Classificação: pessoais, possessivos, indefinidos, interrogativos, demonstrativos e relativos.

A) PESSOAIS
Reto:
1a pessoa: eu (singular), nós (plural).
2a pessoa: tu (singular), vós (plural).
3a pessoa: ele/ela (singular), eles/elas (plural).

Oblíquo átono: complemento do verbo


1a pessoa: me (singular), nos (plural).
2a pessoa: te (singular), vos (plural).
3a pessoa: se (singular ou plural), lhe, lhes, o, a, os, as.

Pronomes Oblíquos Tônicos são acompanhados de preposição (exceto comigo, conosco, contigo, convosco,
consigo).
1a pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural).
2a pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural).
3a pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(a/s) (singular ou plural).

Si / Consigo
São pronomes reflexivos (ou reflexivos recíprocos), isto é, referem-se ao próprio sujeito
do verbo, na 3a pessoa.
– Elisabete só fala de si mesma, levando consigo todo o crédito.

Eu/mim
Eu vai ser usado na posição de sujeito ex.: Isso é para eu comer.
Mim não pode ser usado na posição de sujeito. Ex.: Pra mim, viajar é essencial / Nunca houve nada entre mim e ti.
Pronome de tratamento: São pronomes muito usados no tratamento cortês e cerimonioso.
Vossa Senhoria V. S.a - Pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os empregamos em textos escritos,
como: correspondências, ofícios, requerimentos etc.
Vossa Excelência V. Ex.a - Pessoas com alta autoridade, militares e políticos, como: Presidente da República,
Senadores, Deputados, Embaixadores, Oficiais de Patente Superior à de Coronel etc.
Vossa Excelência Reverendíssima V. Ex.a Rev.ma - Bispos e arcebispos.
Vossa Eminência V. Em.a Cardeais.
Vossa Alteza V. A. - Príncipes, duques e arquiduques.
Vossa Santidade V.S. - Papa.
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma Sacerdotes em geral.
Vossa Paternidade V. P. Abades, superiores de conventos.
Vossa Magnificência V. Mag. Reitores de universidades.
Vossa Majestade V. M. Reis, rainhas e imperadores.

B) POSSESSIVO
Os pronomes possessivos estabelecem relação de posse (normalmente) entre seres e conceitos e as pessoas do
discurso.
1ª pessoa: meu(s), minha(s) / nosso(a/s).
2ª pessoa: teu(s), tua(s) / vosso(a/s).
3ª pessoa: seu(s), sua(s).

O pronome possessivo “seu” (e variações) pode causar ambiguidade.


O PM prendeu o bandido em sua casa. (Na casa de quem?)

C) INDEFINIDO
Os pronomes indefinidos referem-se à 3a pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.
Ex.: algum, alguma, alguns, algumas algo
nenhum(ns), nenhuma(s) tudo
todo, toda, todos, todas nada
outro, outra, outros, outras mais/menos²
muito, muita, muitos, muitas quem
pouco, pouca, poucos, poucas ninguém
certo, certa, certos, certas

OBS.:
1. A mudança de posição de alguns indefinidos poderá mudar ora sua classe, ora seu sentido.
– Qualquer mulher merece respeito. (sentido generalizador, pronome indefinido)
– Ela não é uma mulher qualquer. (sentido pejorativo, pronome indefinido)
– Algum amigo te traiu? (sentido genérico, impreciso, pronome indefinido)
– Amigo algum me traiu. (sentido negativo, equivale a nenhum, pronome indefinido)
– Certo homem veio atrás de você. (sentido genérico, pronome indefinido)
– Ele é o homem certo. (sentido qualificativo, adjetivo)

2. Todo, no singular e junto de artigo ou pronome demonstrativo, significa “inteiro”; sem artigo, significa
“qualquer”. No plural, sempre indica totalidade.
– Toda mulher é bonita. (qualquer mulher)
– A/Essa mulher toda é bonita. (a mulher inteira)
– Todos os prédios desta cidade têm cinco andares.
– Esta carteira é válida em todo território nacional.
– Esta carteira é válida em todo o território nacional.

D) INTERROGATIVO
Os pronomes interrogativos exprimem questionamento direto (com ponto de interrogação) ou indireto (sem ponto
de interrogação) em um contexto que sugere desconhecimento ou vontade de saber.
Que Quem Qual (Quais) Quanto(a/s)
– Que é isso? (pergunta direta)
– Quero saber que é isso. (pergunta indireta: Que é isso?)
E) DEMONSTRATIVO
Os pronomes demonstrativos marcam a posição temporal ou espacial de um ser em relação a uma das três pessoas
do discurso, fora do texto (exófora/dêixis) ou dentro de um texto (endófora – anáfora ou catáfora).
1ª pessoa: este(a/s), isto.
2ª pessoa: esse(a/s), isso.
3ª pessoa: aquele(a/s), aquilo.

Além desses, há outras palavras que são classificadas como pronomes demonstrativos:
1) Mesmo(a/s), próprio(a/s) com valor reforçativo ou junto de artigo, com o sentido de “igual, exato, idêntico,
em pessoa”.
– Ela própria costura seus vestidos. (= em pessoa)
– A mesma mulher tem talento de sobra. (= exata)
Só se usa o mesmo quando equivale a “a mesma coisa”: “Ele não sabe nada de filosofia. O mesmo se dá com ela.”

Função espacial:
Este (a/s), isto: refere-se a algo que está próximo do falante.
Esta camisa aqui do Flamengo é minha

Esse(a/s), isso: refere-se a algo que está próximo do ouvinte.


Essa camisa aí é sua?

Aquele(a/s), aquilo: refere-se a algo que está distante do ouvinte e do falante.


Aquele país onde ele mora não presta.

Função temporal
Este(a/s): presente, passado recente ou futuro (dentro de um espaço de tempo).
– Esta é a hora da verdade.
– Esta noite foi sensacional.

Esse(a/s): passado recente ou futuro.


– Ninguém se esquecerá desse carnaval.

Aquele(a/s): passado ou tempo distante (vago).


– Foi em 1500, naquele ano, o Brasil surgiu.

Função distributiva
Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último. Aquele, referindo-se ao mais afastado ou citado em 1o
lugar. Ambos são anafóricos, pois substituem termos anteriores.
– Todos nós conhecemos Lula e Dilma. A imagem desta tem como reflexo aquele.

Função referencial
Este(a/s), isto referem-se normalmente a algo que será dito ou apresentado (valor catafórico).
Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera.”.

Esse(a/s), isso referem-se sempre a algo já dito ou apresentado (valor anafórico).


Isso que você disse não está certo, amigo. É por essas e outras que nada funciona neste país.
Exercícios

F) RELATIVO
O pronome relativo é um elemento conector de caráter anafórico, isto é, refere-se a um termo antecedente
explícito, substituindo-o.
O homem (apesar de certos contratempos) que veio aqui era o Presidente.
Ninguém que esteve no Brasil desapontou-se.
Ali, onde você mora, não é o melhor lugar do mundo.

Que, quem, cujo, onde.


Cujo
É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre dois nomes substantivos explícitos, entre o ser possuidor
(antecedente) e o ser possuído (consequente).
• É variável, logo concorda em gênero e número com o nome consequente, o qual geralmente difere do
antecedente.
• Nunca vem precedido ou seguido de artigo, é por isso que não há crase antes dele.
• Geralmente exprime valor semântico de posse.
A seleção brasileira, cujo passado é glorioso, continua alegrando. (O passado da seleção brasileira...)
Vi o filme cujas cenas são fortes. (As cenas do filme)

Onde
• É invariável.
• Aparece com antecedente locativo real ou virtual.
• Substituível por em que, no qual (variações).
• Pode ser antecedido, principalmente, pelas preposições a, de, por e para. Aglutina-se com a preposição a,
tornando-se aonde, e com a preposição de, tornando-se donde.
– A cidade onde (= em que/na qual) moro é linda.
– Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais ninguém.
– O sítio para onde voltei evocava várias lembranças.
– As praias aonde fui eram simplesmente fantásticas.

Para discutir
1. (FCC – Infraero – Administrador – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:
a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha
conhecimento.
b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar.
c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.
d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de
Neve.
e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender todas as demais.

2. (FCC – BB – Escriturário – 2011) O segmento grifado que está sendo substituído de modo INCORRETO por um
pronome, com as necessárias adaptações, é:
a) um recenseamento revelou a situação inédita = revelou-a;
b) milhares de pessoas trocavam as cidades do interior = trocavam-nas;
c) A tendência (...) definiu o Brasil do século XXI = lhe definiu;
d) era a que levava famílias inteiras do Nordeste = as levava;
e) que tem criado empregos = que os tem criado.

Exercícios

3. (Esaf – CVM – Agente Executivo – 2010) Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a opção correta.
Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados pelo consumo de
energia e pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e não se pode mantê-lo sem aumento do
consumo global de energia. A principal fonte de energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa
história é a emissão de CO2 na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua
redução pela adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia.
Acabar drasticamente e de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis fósseis não é
possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem ainda mais o seu consumo, nem
pensar.
O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do desenvolvimento mundial desde o final do século
XIX até hoje, no começo do século XXI. Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser aos poucos substituído
por um predomínio do gás natural, (...)
a) Em “mantê-lo”, o pronome “-lo” retoma o antecedente “consumo”.
b) A expressão “dessa história” retoma o antecedente “consumo global de energia”.
c) Em “seu consumo”, “seu” refere-se a “combustíveis fósseis”.
d) Em “sua redução”, “sua” refere-se a “industrialização”.
e) A expressão “Esse ciclo” retoma o antecedente “começo do século XXI”.
4. (FCC – Infraero – Auditor – 2011) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os
necessários
ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:
a) O tratamento que é dado aos temas = O tratamento que lhes é dado;
b) que circunscreve seus míticos personagens = que os circunscreve;
c) para começar a entender Guimarães Rosa = para começar a entendê-lo;
d) sua obra criou um âmbito próprio = sua obra criou-o;
e) Guimarães Rosa mantém seu estilo próprio = Guimarães Rosa lhe mantém.

5. (FDC – CREMERJ – Administrador – 2011) “As drogas medicinais ou ‘drogas da virtude’, prescritas pelos
físicos, odontólogos e médicos homeopatas ou alopatas eram manipuladas por boticários, que importavam
remédios europeus e usavam produtos nativos em sua formulação.”
No texto há um conjunto de elementos que se prendem a termos anteriores a fim de produzir coesão (ligações
formais e semânticas) entre esses elementos. A indicação INCORRETA de um desses termos é:
a) o pronome possessivo sua tem como referente “remédios europeus”;
b) o particípio prescritas refere-se às duas espécies de drogas mencionadas antes;
c) o conectivo por une a forma verbal eram manipuladas a seu agente;
d) a forma verbal usavam repete o mesmo sujeito

6. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012) Mas isso não tem de ser assim. (3o parágrafo:
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica
ultrapassada, na qual projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não
compensáveis, sugere que esse duplo objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos,
quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-se em vetores do desenvolvimento regional. Quando
instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de preservação dos ambientes naturais.)

O pronome grifado acima refere-se, considerado o contexto,


a) às dificuldades que impedem a expansão da hidreletricidade no Brasil.
b) aos múltiplos interesses contrários à manutenção da biodiversidade da região amazônica.
c) aos vetores de desenvolvimento regional, com geração de empregos.
d) à impossibilidade de aliar construção de hidrelétricas e preservação da Amazônia.
e) a uma possível preferência por fontes alternativas de geração de eletricidade.

Fragmento de texto
(...) A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão
ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de
bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência. (...)
No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo
com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são
seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter
forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado
não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o
país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga
é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e
crítico, e a processos transformadores.

7. (Esaf – MI-CENAD – Engenheiro de Telecomunicações – 2012) Na organização das relações de coesão e


coerência do texto,
a) O pronome “todos” retoma e sintetiza os termos da enumeração “a igualdade, o respeito e a dignidade”.
b) a expressão “tem limitada capacidade transformadora” retoma, com outras palavras, a ideia de “reproduz o
mundo com extrema facilidade”.
c) o substantivo “seres” e o pronome “que” retomam a expressão “seus educados cidadãos”.
d) a expressão “Esse resultado” retoma a ideia de “sociedade tão igualitária”, já sintetizada em “isso”.
e) os pronomes “sua”, “suas”, “ele” e “se” referem-se a “o cidadão”.

“(...) Só duas loiras, parecidas entre si, estão por lá. São grandes as chances de o rapaz se interessar por uma das
loiras, porque
é mais fácil para o cérebro compará-las do que comparar dezenas de morenas
8. (PaqTcPB – UEPB – Técnico em Informática – 2012) Em “porque é mais fácil para o cérebro compará-las”, o
termo –las refere-se a:
a) uma das loiras;
b) uma loira e uma morena;
c) duas loiras;
d) dezenas de morenas;
e) uma das morenas.

Gabarito
1- B, 2-C, 3-C, 4-E, 5-B, 6-D, 7-E, 8-C

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