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CLASSES DE PALAVRAS: O ADJETIVO (I)

Trata-se de uma classe gramatical variável que possui a


função de acompanhar o substantivo, atribuindo a ele uma
especificação, uma característica. São palavras que se
referem ao estado, à aparência física dos seres.
MORFOSSINTAXE
• Sintaticamente, os adjetivos podem
desempenhar as funções periféricas (que
acompanham os núcleos):
• - Adjunto adnominal
• - Predicativo do sujeito
• - Predicativo do objeto
LOCUÇÃO ADJETIVA
• Além dos adjetivos, há construções que podem agir como
termos adjetivos; trata-se das locuções. São constituídas,
em geral, por PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO, e, podem
possuir algum adjetivo correspondente.
• Exemplos:
• Cometeu um crime de paixão. = passional
• Tempos de ouro! = áureo
• Mas nem sempre haverá essa correspondência, como em:
• Camisa de algodão; sapato de couro etc.
IMPORTANTE!
• Há casos em que o uso corrente altera o sentido das
palavras e a correspondência entre locução adjetiva e
adjetivo pode ser alterada ou perdida. Por exemplo:
homem sem camisa = homem descamisado. Ainda há
a correspondência nesse caso, mas há mais de um
sentido, pois o adjetivo “descamisado” também é
usado para designar àqueles que são desprovidos de
renda, que se encontram em situação de pobreza.
FORMAÇÃO
• Assim como no caso dos substantivos, os adjetivos recebem uma classificação,
quanto à formação:
• SIMPLES – possuem um núcleo: belo / quente / materno / hepático / verde /
mágico
• COMPOSTO – possuem dois ou mais núcleos:  azul-marinho / luso-brasileiro /
socioeconômico
• PRIMITIVO – radicais capazes de gerar novas palavras: curto / grande / feliz /
móvel / azul / claro
• DERIVADO – formado de outros radicais: infeliz / esverdeado / acinzentado /
imóvel / incrível
• PÁTRIOS -  são derivados de substantivos que estabelecem o sentido de origem,
lugar: niteroiense / carioca / português / americano / chinês / hindu-europeu /
ítalo-britânico
CAIU NO ENEM:
• O sedutor médio
Vamos juntar
Nossas rendas e expectativas de vida
Querida,
O que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
E ser meio felizes?
VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro:
Objetiva, 2002.
• No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas:
• a)       Nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa  que,
juntos, os conjugues poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção
benéfica.
• b)      Na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são
ironizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio
“meio” no verso final.
• c)        No verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no
casamento, apenas um dos conjugues se sentiria realizado.
• d)       Nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético
passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
• e)       No título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como
desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.
GABARITO
• No título, a palavra “meio” é usada como adjetivo,
caracterizando o tipo de sedutor. Já no verso é usado como
advérbio, referindo-se a ser um “pouco” felizes, cabendo, então,
a crítica, pois, um “quase” sedutor  só é capaz de oferece
pouco. Assim, temos a LETRA B como resposta!
ADJETIVO II
• FLEXÃO
• GÊNERO
• Uniformes – forma única para singular e plural.
• quente / feliz / pedante / inteligente / compreensível /
radiante / inteligente...
• Biformes – uma forma para o masculino, outra para o
feminino.
• A regra geral diz que há troca das desinências de gênero
(o/a), mas existem outros casos.
• a)    Acrescenta-se “a” a adjetivos terminados em “u” / “ês” / “or”:
• nu/nua; japonês /japonesa; criador / criadora
• exceção: cortês / hindu / melhor / pior / inferior / superior / anterior / maior / menor
• b)    Acrescenta-se “eira” ou “triz” a adjetivos terminados em “or”
• namorador/namoradeira; imperador / imperatriz
• c)       Diferenciam-se masculino e feminino de forma especial em algumas palavras:
• Bom / boa; são/ sã; vilão/viloa ou vilã; chorão/chorona; judeu/judia; réu / ré ; ateu /
ateia;

• Observação:  No caso dos adjetivos compostos, somente o último elemento segue a
regra de flexão de gênero, salvo o caso: surda-muda, em que os dois se modificam.
• NÚMERO
• A regra para o plural dos adjetivos simples segue a dos
substantivos simples. Já para os adjetivos compostos, a regra
diz que somente o último elemento vai para o plural.
• Existem as seguintes exceções:
• azul-marinho / azul-celeste / Cord de rosa / cor de chumbo –
ficam invariáveis; surdo-mudo – variam os dois elementos.
• GRAU
Há duas variações de grau: o comparativo (quando somente são
comparados dois elementos) e o grau superlativo (quando apenas um
elemento é destacado relacionado a um grupo de elementos).
• Observação: Há formas especiais para comparativo e
superlativo:
EXERCÍCIOS
• Leia o texto:
• Era uma pequena menina rica. Rica de amigos, rica de sonhos, rica de amor, rica
de mimos, rica de pai e de mãe.
• Certo dia, a menina rica cresceu e, com ela, toda sua riqueza também prosperou.
Tinha mais amigos, mais amor, mais sonhos, mais mimos e a atenção de seu pai
e de sua mãe.
• Uma vez, ela aquietou-se num canto. Entristeceu. Ela passou a achar que era
infeliz. Como poderia?, pensaram aqueles que admiravam sua riqueza.
• De fato, faltava-lhe algo. Ela sabia. Faltava àquela linda mulher o amor principal,
aquele que a faria ser ainda mais rica em suas conquistas: o amor próprio.
• Sentia-se triste porque sentia falta de algo que ainda não percebera.
• Certamente, quando ela perceber, será a pessoa mais completa do mundo.
(Michelle Nunes,06.13)
 Em “Certamente, quando ela perceber, será a pessoa
mais completa do mundo.” , o grau adjetivo é:
• a)      Comparativo de superioridade;
• b)      Comparativo de igualdade;
• c)       Superlativo absoluto sintético;
• d)      Superlativo absoluto analítico;
• e)      Superlativo relativo de superioridade.
 
• Em “Era uma pequena menina rica”, o adjetivo ‘pequena’ está
sendo utilizado com um sentido, anteposto ao substantivo a
quem qualifica. Marque a opção na qual o adjetivo altera o
sentido quando anteposto ao substantivo a que se refere.
• a)      Era uma linda órfã.
• b)      Comemoraram um feliz dia.
• c)       Sentia que era uma grande amiga.
• d)      Queria uma rápida solução.
• e)      Sentia uma incrível vontade de viajar.
GABARITO:
• E - não é comparado a outro elemento e sim a uma
coletividade de forma superior.
• C - pois, ao inverter, o sentido obtido é de altura e não
de ser uma amiga valorosa.
CLASSES DE PALAVRAS: A PREPOSIÇÃO
• As classes das preposições e conjunções constituem-se  elementos relacionais dentro da oração e
entre as orações. Porém, mais que “ligar”,  essas palavras estabelecem, entre os termos, um valor
de sentido,  um contexto dentro do discurso, e esse aspecto é muito cobrado nas questões do
 ENEM.  
• Trata-se de uma classe invariável, subordinando um termo ao outro, estabelecendo entre eles um
valor de sentido.
• PREPOSIÇÕES PURAS:
• PREPOSIÇÕES ACIDENTAIS:
• LOCUÇÕES PREPOSITIVAS:
• As preposições podem sofrer alterações em suas estruturas
como:
• COMBINAÇÃO (preposição + artigo = ao, ou seja, não há
perda fonética);
• CONTRAÇÃO (de + artigo = do / da(s); em +este = neste /
de+aquela = daquela..., ou seja, há mudança fonética);
• CRASE (preposição ‘a’ + artigo ‘a’ = à;  preposição ‘a’ +
pronome = àquele(s), há fusão de vogais iguais).
VALORES SEMÂNTICOS DAS PREPOSIÇÕES
• As preposições podem assumir diferentes valores de sentido, dependendo do
contexto e da intenção da linguagem. Muitas vezes, a mesma preposição
possui valores diversos, esclarecidos na situação de comunicação.
• EXEMPLOS:
• Era de chocolate, mas ninguém descobria. (matéria)
• Morreu de pneumonia o coitado. (causa)
• Vim de Belém. (origem)
•  Estou com você, não se preocupe. (companhia)
• Estavam com o dinheiro o tempo todo. (conteúdo)
•  O discurso do presidente emocionou muito, até quem lhe era indiferente.
(posse / inclusão)
• Vim até aqui. (limite)
•  Para ilustrar, veja como a questão do uso do artigo e a sua fusão com a
preposição (crase), alteraram o sentido da situação e geraram o humor do
texto:

Em "chegou a primavera", há o artigo, fazendo referência à estação do ano. No segundo


quadrinho, o senhor diz que chegou "à primavera", referindo-se à sua idade, mais
avançada, mudando, portanto, o sentido entre as duas falas. Assim, é realizado o humor:
Mafalda reflete e conclui dizendo que sua observação sobre a passagem do tempo, em
que celebrava a chegada da primavera era inexpressiva, perto da visão sobre o tempo
de vida do senhor. 
EXERCÍCIOS
• A CRÔNICA MUITAS VEZES CONSTITUI UM ESPAÇO PARA REFLEXÃO SOBRE ASPECTOS
DA SOCIEDADE EM QUE VIVEMOS.
• Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou o meu braço, falou qualquer coisa
que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo
dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse o Menino de Família,
mas também não era um Menino de rua. É assim que a gente divide. Menino de
Família é aquele bem-vestido, com tênis de moda e camisa de marca, que usa
relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De
Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque
pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...). Na verdade não existem
meninos De rua. Existem meninos Na rua. E toda vez que um menino está Na rua
é porque alguém botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares (...). Resta
ver quem os põe na rua. E por quê.”
•                      (COLOSSANTI, Mariana. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro:
Rocco, 1999)
• No segundo parágrafo em “... não existem meninos De rua.
Existem meninos Na rua”,  a troca de De  pelo Na determina que
a relação de sentido entre “menino” e “rua” seja.
• a) de localização e não de qualidade.
• b) de origem e não de posse.
• c) de origem e não de localização
• d) de qualidade e não de origem
• e) de posse e não de localização.
GABARITO
• Ao realizar a troca das preposições, há uma mudança não só de
sentido, ou seja, semântica, mas também sintática.  Em
“menino de rua” há o adjunto adnominal, caraterizador do
menino. Ao passar para “menino na rua”, passa-se a localizar o
menino, portanto, há o adjunto adverbial de lugar. Assim, a
mudança de sentido se faz pela localização e não de qualidade,
como sugere a OPÇÃO A.

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