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HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO
Prof. Dra. Lenilda Cordeiro de Macêdo

Slides copiados de ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.


História da educação e da pedagogia: geral e do
brasil.. (livro eletrônico) São Paulo: Moderna, 2012
Século XIX:
A Educação Nacional
• O fenômeno da urbanização acelerada, decorrente do capitalismo
industrial, criou forte expectativa com respeito à educação, pois a
complexidade do trabalho exigia melhor qualificação da mão de
obra.
• Desde o século XVII, Comênio preconizava “ensinar tudo a
todos”, mas, apesar das tentativas de universalização do ensino
no século seguinte, apenas no século XIX esse projeto começou a
se concretizar, com a intervenção cada vez maior do Estado
para estabelecer a escola elementar universal, laica,
gratuita e obrigatória. O desenvolvimento do capitalismo
industrial estimulou a criação de escolas politécnicas. A discussão
sobre os metodologia intensificou-se
Contexto Histórico
• No século XVIII, a Revolução Industrial começou a alterar a
fisionomia do mundo do trabalho:
• .As máquinas modificaram profundamente as relações de
produção, com o desenvolvimento do sistema fabril, em grande
escala e a divisão do trabalho.
• A introdução de novas técnicas e a aplicação de conhecimentos
científicos ampliaram a produtividade na agricultura.
• Revolução nos transportes, com o navio a vapor, a construção de
rodovias e ferrovias. Novas fontes de energia, como o petróleo e
a eletricidade
• Acentuação deslocamento da população do campo para as
cidades, que passaram a concentrar grande massa trabalhadora
• A partir de 1870, o aumento da produção alterou o
capitalismo liberal, que substituiu a livre concorrência pelo
moderno capitalismo dos monopólios, com a formação
de trustes poderosos e eficientes no campo empresarial, bem
como forte monopólio dos bancos.
• Em busca de matéria-prima e visando a garantir mercado
para a absorção dos excedentes da indústria, o capitalismo
expandiu-se dando início ao imperialismo colonialista.
Nessa fase, países como Inglaterra, França, Bélgica, Itália e
Alemanha retalharam a África e a Ásia em colônias.
• O século XIX representou o período da consolidação do
poder dos burgueses, que até então tinham sido os
opositores ao regime aristocrático e feudal. Após as revoluções,
ainda na primeira metade do século XIX, eles lutavam contra as
forças reacionárias da nobreza desejosa de restauração e só a
partir de 1848 se instalaram no poder em toda a Europa.
• O contraste entre a riqueza e a pobreza era cruel nesse século
em que a jornada de trabalho se estendia de 14 a 16 horas,
inclusive com mão de obra infantil e feminina. Para enfrentar
essas dificuldades, o proletariado fortaleceu-se como a
classe revolucionária, opondo aos interesses
burgueses suas próprias reivindicações.
Educação
• A urbanização e a industrialização criaram o fenômeno das
crianças na rua, portanto era necessário criar instituições para
controlar/ guardar as crianças.
• Apesar das críticas dos religiosos à educação laica, lentamente os
governos conseguiam intervir, inclusive nas escolas particulares,
mediante legislação que buscava uniformizar o
calendário escolar, o controle do tempo, o currículo, os
procedimentos, criando os “sistemas educativos
nacionais”. Nesse período, verificou-se uma nítida separação
entre os pedagogos, ou teóricos da educação, e os educadores
propriamente ditos, que exerciam seu mister nas salas de aula.
• Deu-se uma grande expansão da rede escolar, não só em
número de escolas, mas na ampliação da escola elementar, da
rede secundária e superior, além da novidade da pré-
escola.
• Na reorganização da rede secundária, mantinha-se a
dicotomia que destina à elite burguesa a formação clássica e
propedêutica, enquanto para o trabalhador diferenciado da
indústria e do comércio é reservada a instrução técnica. No
ensino universitário, ampliado e reformulado, foram criadas
as escolas politécnicas para atender às necessidades
decorrentes do avanço da tecnologia.
• Iniciados por Froebel, surgiram os “jardins da infância”.
O interesse pela educação estendeu-se às escolas normais,
denominação genérica dada aos cursos de preparação para o
magistério.
• Os cuidados com a metodologia, que se acentuavam
desde a Idade Moderna, tomaram contornos mais rigorosos
em virtude das novas ciências humanas, sobretudo da
psicologia.
• Ao lado da expansão da rede escolar, outro objetivo dos
educadores no século XIX era formar a consciência nacional
e patriótica do cidadão. Até então a educação tivera um
caráter geral e universal, mas agora se dava maior ênfase à
formação cívica, certamente em razão das tendências
nacionalistas da época.
Educação alemã
• Desde a época de Lutero (século XVI), a Alemanha dera
atenção à educação elementar. Porém, a derrota infligida por
Napoleão aos alemães, no começo do século XIX, prejudicou
bastante a organização escolar, cuja reconstrução coube ao
ministro da Prússia, Wilhelm von Humboldt (1767-1835),
filósofo e linguista. Suas reformas enfatizaram a
integração dos graus de ensino, visando a uma
escola unificada, que deveria ser aberta e acessível a
todos.
• A reformulação da escola elementar sofreu a influência do
suíço-alemão Pestalozzi, enquanto a secundária manteve o
caráter nitidamente humanista e erudito.
• Criação da Universidade de Berlim em 1810. Grandes
pensadores, como Fichte, Schleiermacher dela fizeram parte,
imprimindo-lhe forte tendência para a discussão filosófica e
a cultura geral.
• Humboldt esperava que todos tivessem direito e acesso
à escola de formação geral e que a procura das
escolas profissionais dependesse apenas da vontade
de cada um.
• Oferta de escolas profissionais, destinadas a preparar
para as tarefas da oficina, do comércio e da agricultura.
• Até o final do século XIX, inúmeras e efetivas reformas
conduziram a Alemanha a um ensino secundário
eficiente, rigoroso e disciplinado, com baixo nível de
analfabetismo e invejável posição de progresso
técnico e administrativo.
Educação na França
• Desde a Revolução de 1789, os franceses já defendiam a
educação pública e gratuita. No começo do século XIX,
porém, Napoleão adotou uma política autoritária e
centralizadora do ensino. Voltou sua atenção sobretudo para
a universidade e o ensino secundário (os liceus), deixando o
ensino elementar a cargo das ordens religiosas e, portanto,
sem a gratuidade tão defendida no século anterior
• Após a queda de Napoleão, quando foram restabelecidas
relações com a Inglaterra, os franceses aproveitaram-se das
técnicas do ensino mútuo, ou monitorial, a fim de
atender às reivindicações de educação para as crianças da
classe trabalhadora. Essa experiência de ensino elementar de
massa teve momentos de pleno sucesso (de 1815 a 1820,
abriram-se mil escolas mútuas, reunindo 150 mil
alunos). Depois de algum recesso e de novo florescimento, o
projeto acabou por se extinguir por volta da década de 1870.
• Uma lei de 1882 instituiu de novo a escola laica, gratuita
e obrigatória, tendo como modelo a Alemanha. Além da
atenção à formação de professores, foi reorganizado o
ensino técnico, diante da necessidade de formar “chefes de
oficina e bons operários”.
• Naquele período a universidade liberou-se do monopólio
instaurado, ainda no tempo de Napoleão e os cursos se
tornaram mais didáticos (deixando o estilo de preleções para
ouvintes, como era antes), com sensíveis mudanças
pedagógicas e consequente aumento do número de
estudantes
. Educação na Inglaterra

• A partir de 1830 o Estado implantou uma série de medidas


para exercer maior controle sobre o ensino público, criando
então as public schools, que de início foram mais
frequentadas por crianças das classes ricas. Em meados do
século XIX, o ensino passou a ser obrigatório e gratuito.
• O socialista utópico Robert Owen (1771-1858),
impressionado com as condições de vida dos operários
ingleses, fundou escolas para os filhos dos trabalhadores.
• Dada a necessidade de ampliar a alfabetização em uma
sociedade em pleno crescimento industrial, surgiram
propostas as mais diversas. É singular a experiência do
ensino mútuo (ou sistema monitorial) aplicada pelo
anglicano Bell (1753-1832) e por Lancaster (1778-1838), em
suas respectivas escolas destinadas a crianças pobres.
Adotaram o sistema de monitoria, em que o professor não
ensina a todos os alunos, mas prepara apenas os melhores,
que por sua vez, atendem grupos de colegas. A divisa de
Lancaster era: “Um só mestre para mil alunos”.
• O sistema consistia em reunir um grande número de
alunos em um galpão – Lancaster chegou a reunir mil – e
agrupá-los de acordo com o seu adiantamento em leitura,
ortografia e aritmética. Antes das aulas, o professor
ensinava os mais adiantados, que seriam os monitores e
deviam se incumbir dos diversos grupos, de acordo com o
seu nível de conhecimento. À medida que cumpriam uma
etapa, eram transferidos para o grupo de grau mais elevado e
assim por diante..
• Para que o sistema funcionasse, havia rígida disciplina
A Educação nos Estados Unidos da
América
• A instalação da escola pública norte-americana, bem no
início do século XIX, atingiu inclusive o ensino universitário,
com a fundação da primeira universidade estatal de Virgínia,
em 1819, exemplo seguido por outros estados.
• Desde 1820 inúmeras instituições politécnicas destinadas ao
ensino profissional orientado para a indústria, a agricultura e
o comércio ajudaram o crescimento econômico do país. Na
década seguinte, a atenção concentrou-se no ensino primário
e, por volta de 1850, no secundário. Naquela época, vários
estados possuíam departamentos para organizar e
supervisionar a educação
• Horace Mann (1796-1859), ao se tornar superintendente de
educação no estado de Massachusetts em 1837, criou escolas
urbanas e rurais, escolas normais, bibliotecas e incentivou a
expansão da educação pública além do seu estado.
• Segundo Mann, a empreitada abriria horizontes otimistas para
as classes oprimidas: “A educação, mais do que qualquer outro
instrumento de origem humana, é a grande igualadora das
condições entre os homens — o eixo de equilíbrio da maquinaria
social (…)” essas ideias divulgavam a crença na função
equalizadora da educação, que mais tarde animou os
adeptos da Escola Nova.
Pedagogia
• Apesar de o século XVIII ter apresentado uma virada decisiva
nos estudos pedagógicos e nos processos educativos, O Século
XIX viu-se diante do advento da sociedade de massa, da
afirmação do industrialismo e do problema da conformação a
novos modelos de comportamento de novas classes sociais, de
povos, de grupos, realizáveis, apenas através da educação, mas
uma educação nova, organizada de forma nova,
regulada por teorias novas, por uma pedagogia
consciente ao desafio a que ela deve responder. Um
século bastante rico em modelos formativos, em teorizações
pedagógicas, em compromisso educativo e reformismo escolar,
em vista justamente de um crescimento social a realizar-se da
maneira menos conflituosa possível
O ideário do século XIX

• Além de sofrer a influência das alterações econômicas e


sociais, o pensamento pedagógico do século XIX precisa ser
compreendido a partir do estágio em que se encontravam
naquele momento a filosofia e as ciências, bem como da
revolução cultural caracterizada pelos ideais românticos que
se opunham, de certa forma, ao racionalismo iluminista.
Enquanto na Ilustração a razão é tudo, para os românticos
ela é apenas um dos aspectos da força espiritual humana,
que se compõe também da imaginação, da incerteza, do
contraditório. Romantismo foi um movimento cultural
europeu e influenciou toda a cultura
• Na pedagogia, o período romântico produziu uma profunda
renovação teórica. Alargou a noção de Bildung, conceito
complexo que representa mais do que o simples significado
literal de “formação”. Bildung pode corresponder à ampla visão
de um desenvolvimento espiritual por meio da cultura, ligada a
uma nova concepção de espirito humano, da cultura e da
história.
• Há também, uma reafirmação da educação, da relação
educativa , da escola e da família como momentos centrais de
toda formação humana e que devem ser assumidos em toda sua
complexidade formativa, relativa, justamente a uma formação
do espírito. As grandes pedagogias do ramantismo, sobretudo o
alemão se dispõem sobre essas duas frentes.
• O grande mestre da pedagogia romântica, Pestalozzi é um
exemplo

Positivismo e educação
• O positivismo é uma corrente filosófica, que surgiu na
Franca , no século XIX sendo Augusto Comte o principal
filosofo. defende a ideia de que o conhecimento cientifico seria
a única forma de conhecimento verdadeiro
• O positivismo pregava o amor por principio, a ordem por base e
o progresso por fim (lema da bandeira brasileira)
• O positivismo permeou de maneira eficaz a pedagogia daí em
diante, ora de maneira explícita, ora camuflada. Entre os
seguidores mais próximos, dois se interessaram especificamente
pela educação: Herbert Spencer e John Stuart Mill
• O positivismo atuou de forma marcante no ideário das
escolas estatais, sobretudo na luta a favor do ensino
laico das ciências e contra a escola tradicional
humanista religiosa. No século XX ainda permaneceu
viva essa influência. Por exemplo, a psicologia
comportamentalista de Watson e Skinner (behaviorismo
norte-americano) serviu de base a muita teoria pedagógica.
No Brasil, o positivismo influenciou as medidas
governamentais do início da República e, na década de 1970,
por ocasião da tentativa de implantação da escola tecnicista.
Idealismo
• idealismo é o nome genérico de diversos sistemas filosóficos
segundo os quais o ser ou a realidade são
determinados pela consciência: são as ideias que
produzem a realidade, porque “ser” significa “ser dado na
consciência". Hegel (1770-1831), o mais importante dos
pensadores idealistas do século XIX, desenvolveu a filosofia
do devir (do movimento, do vir-a-ser). Ao explicar o
movimento gerador da realidade, Hegel desenvolve a
dialética idealista, em que a racionalidade “é o próprio
tecido do real e do pensamento”. O mundo é a manifestação
da ideia, e por esse movimento a Razão passa por todos os graus,
desde a natureza inorgânica, a natureza viva, a vida humana individual,
a social até as mais altas manifestações da cultura.
• Para Hegel, a educação é um meio de espiritualização
humana, cabendo ao Estado incentivar esse processo. Diz
Hegel: “Só no Estado tem o homem existência racional. Toda
educação se dirige para que o indivíduo não continue a ser
algo subjetivo, mas se faça objetivo, no Estado”.
• Contemporâneo de Hegel e conhecido nos meios intelectuais
europeus antes dele, o filósofo idealista Fichte (1762-1814)
valorizava sobremaneira a educação. Ele parte da ideia de
que a natureza humana não nos é dada, nos humanizamos na
medida em que nos afirmamos como sujeitos, capazes de
consciência de si e de atividade livre. Por isso, a educação
não se restringe a formar “alguma coisa no homem”, mas o
“homem ele mesmo”.

As Ideias Socialistas
• Com o desenvolvimento do capitalismo, a classe proletária
cresceu em tamanho, mas sem acesso aos benefícios da nova
ordem econômica. Ao contrário, eram terríveis as condições
de moradia das famílias amontoadas nos arrabaldes das
grandes cidades, depois de enfrentar extensa jornada de
trabalho mal pago e em locais insalubres. (filme Olivier
Twist)
• No século XIX, surgiram as organizações de trabalhadores,
criadas para defender seus interesses contra a exploração
dos donos do capital. Esses movimentos foram fecundados
pelas ideias socialistas, inicialmente pela produção teórica
dos chamados socialistas utópicos (Saint-Simon, Fourier,
Proudhon, Owen), que, embora percebessem o antagonismo
das classes, propunham meios paternalistas para a
emancipação da classe oprimida.
Socialismo e educação
• As ideias socialistas provocaram grandes alterações nas
concepções pedagógicas. Do ponto de vista
epistemológico, rejeitam os pressupostos idealistas e ao
materialismo tradicional contrapõem a dialética. Do ponto
de vista político, denunciam a exploração de uma classe por
outra e defendem a educação universal e politécnica.
• Marx não nega que o ser humano tenha ideias, mas as
explica a partir da estrutura material da sociedade em que
vive. Para ele, as ideias de uma sociedade, expressas na
filosofia, na moral, na ciência, no direito, nas artes, na
pedagogia, constituem a superestrutura e dependem da
infraestrutura, as condições materiais ou econômicas
dessa sociedade.
• Do ponto de vista dialético, porém, os fenômenos materiais
são processos (nada é estático), e o espírito não é
consequência passiva da ação da matéria. A consciência
humana, ao tomar conhecimento dos
determinismos, pode agir sobre o mundo,
transformando-o, inclusive pela revolução.
• Segundo o materialismo dialético, é ilusório pensar que a educação
seja capaz por si só de transformar o mundo, porém existem
tarefas para os educadores enquanto não se realiza a ação
revolucionária
• São Questões fundamentais para os socialistas
• a luta pela democratização do ensino (universal) e pela escola única
(não dualista), isto é, sem distinção entre formar e profissionalizar;
• • a valorização do pensar e do fazer, em que o saber esteja
voltado para a transformação do mundo;
• • a desmistificação da alienação e da ideologia, ou seja, a
conscientização da classe oprimida.
Principais pedagogos

• Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), suíço-alemão


nascido em Zurique, atraiu a atenção do mundo como
mestre, diretor e fundador de escolas. Suas obras principais
são Leonardo e Gertrudes (1781) e Gertrudes instrui seus
filhos (1801). Embora as suas atividades tenham se iniciado
no século XVIII, elas amadureceram no começo do século
XIX
• Pestalozzi é considerado um dos defensores da escola
popular extensiva a todos. Reconhecia firmemente a função
social do ensino, que não se acha restrito à formação do
gentil-homem. Além disso, ao povo não se destina apenas a
simples instrução, mas sim a formação completa, pela qual
cada um é levado à plenitude do seu ser.
• Como bom discípulo de Rousseau, estava convencido da
inocência e bondade humanas. Por isso, é tarefa do
mestre compreender o espírito infantil, a fim de
estimular o desenvolvimento espontâneo do aluno,
atitude que o distancia do ensino dogmático e autoritário
• Para Pestalozzi, o indivíduo é um todo cujas partes devem
ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde
ao importante desenvolvimento da tríplice atividade
conhecer querer-agir, por meio da qual se dá o
aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica. Daí a
importância dos métodos para a organização do trabalho
manual e intelectual: segundo ele, deve-se partir sempre
da vivência intuitiva, para, só depois introduzir os
conceitos
• A criança tem potencialidades inatas, que serão
desenvolvidas até a maturidade, tal como a semente que se
transforma em árvore. Semelhante a um jardineiro, o
professor não pode forçar o aluno, mas ministrar a
instrução “de acordo com o grau do poder crescente da
criança”. Ou seja, o método para educar funda-se em
Froebel
• Friedrich Froebel (1782-1852) nasceu na Turíngia, região da
Alemanha. Aprendeu com os filósofos idealistas e, no campo
da pedagogia, seguiu muitas ideias de Pestalozzi. Uma visão
mística marca seu pensamento e obra.
• Sua principal contribuição pedagógica resulta da atenção
para com as crianças na fase anterior ao ensino elementar,
ou seja, a educação da primeira infância. Pioneiro,
fundou os Kindergarten (jardins de infância), em
alusão ao jardineiro que cuida da planta desde pequenina
para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são
básicos para a formação humana.
• Froebel privilegiava a atividade lúdica por perceber o
significado funcional do jogo e do brinquedo para o
desenvolvimento sensório-motor e inventou métodos para
aperfeiçoar as habilidades. Estava convencido de que a
alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de
forma mais tranquila.
• A fim de estimular os impulsos criadores na atividade lúdica,
inventou cuidadoso equipamento, de acordo com a fase em que
se encontravam as crianças. As construções da primeira série
foram por ele chamadas dons. Os dons são materiais destinados
a despertar a representação da forma, da cor, do movimento e da
matéria. O primeiro e mais universal “dom” é a bola; o segundo,
a bola, o cubo e o cilindro; o terceiro é formado pela divisão dos
cubos desmontáveis.
• destaca as ocupações, de modo especial a tecelagem, a
dobradura e o recorte. O canto e a poesia são para facilitar a
educação moral e religiosa.
Hebart

• O alemão Johann F. Herbart (1776-1841) trouxe grande


contribuição para a pedagogia como ciência, buscando
o maior rigor de método. Pode-se ainda dizer que
Herbart foi o precursor de uma psicologia experimental
aplicada à pedagogia. Mesmo que essa psicologia
apresentasse resquícios de metafísica e utilizasse uma
matematização de valor discutível, constituiu um avanço
sobre seus antecessores
• Segundo Herbart, a conduta pedagógica segue três
procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.
• O governo é a forma de controle da agitação infantil, levado a
efeito inicialmente pelos pais e depois pelos mestres, a fim de
submeter a criança às regras do mundo adulto e tornar
possível o início da instrução. Além da vigilância constante,
caso necessário, pode-se recorrer às proibições, ameaças e
punições, evidentemente com as devidas recomendações
para evitar excessos contraproducentes. É preciso ainda
combinar autoridade e amor, além de manter a criança
sempre ocupada
• A instrução, procedimento principal da educação,
supõe o desenvolvimento dos interesses. O conceito de
interesse adquire em Herbart um sentido básico e muito
específico, a partir da já referida tendência íntima do
indivíduo de trazer ou não um objeto de pensamento à tona.
O movimento de retorno à consciência pode ser estimulado
pelas leis da frequência e da associação, que levam à
formação do hábito. Por isso, o interesse é um poder
ativo que determina quais ideias e experiências
receberão atenção.
• Para Herbart, a instrução é compreendida como construção
(aliás, é este o sentido etimológico do termo), o que o leva a
não separar a instrução intelectual da moral, porque uma é
condição da outra.
• Além do governo e da instrução, a disciplina é o
terceiro procedimento básico da conduta
pedagógica que mantém firme a vontade educada no
propósito da virtude. Enquanto o governo é exterior e
heterônomo, mais usado com crianças pequenas, a disciplina
supõe a autodeterminação característica do amadurecimento
moral, que leva à formação do caráter proposta
Método de Instrução
• Herbart propõe os cinco passos formais, que propiciam o
desenvolvimento do aluno:
• • preparação: o mestre recorda o já sabido, a fim de
que o aluno traga à consciência a massa de ideias necessária
para criar interesse pelos novos conteúdos;
• • apresentação: o conhecimento novo é apresentado,
sem esquecer a clareza, que para Herbart significa sempre
partir do concreto;
• • assimilação (ou associação ou comparação): o aluno
é capaz de comparar o novo com o velho, perceber
semelhanças e diferenças;
• • generalização (ou sistematização): além das
experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando
a concepções gerais; esse passo é importante sobretudo na
adolescência;
• • aplicação: por meio de exercícios, o aluno mostra que
sabe aplicar o que aprendeu em exemplos novos; só assim a
massa de ideias adquire sentido vital, deixando de ser mera
acumulação inútil de informação.
Avaliação da pedagogia Herbatiana
• é preciso reconhecê-lo como o primeiro a elaborar uma
pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação.
• O caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o
rigor dos passos seguidos e a sistematização são aspectos que
determinam a sua grande influência no pensamento pedagógico.
• Os cinco passos formais marcaram de maneira vigorosa o ensino
expositivo da escola tradicional, que adquiriu um caráter de rigor
por emprestar do método científico a indução, isto é, o caminho
do raciocínio que vai do concreto para o abstrato. Os cinco
passos revelam também os pressupostos epistemológicos
do empirismo, subjacentes ao método de Herbart. Para ele, o
conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só
posteriormente o aplica à experiência vivida
Breves Conclusões
• Politica – consolidação dos Estados modernos e da burguesia no
poder
• Economia – consolidação do capitalismo de monipólios, do poder
dos banqueiros
• Sociedade – marcada pela divisão de classes: burguesia X
proletariado
• Educação - progressiva universalização do ensino elementar; a
intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola
elementar universal, laica, gratuita e obrigatória
currículo com ênfase na formação cívica, prevalece a dicotomia entre
a escola/ensino da burguesia e a escola/ensino dos proletários
• Filosofias que influenciaram a cultura, em geral e a Pedagogia
• Romantismo Alemão
• Positivismo – Augusto Comte
• Idealismo – Hegel e Fichte
• Socialismo Utópico Owen, Saint-Simon...
• Socialismo / materialismo histórico – Marx Engels
• Pedagogia com status de ciência - aprimoramento dos métodos
• Principais pedagogos/ educadores
• Pestalozzi; Hebart e Froebel ( educação infantil)

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