História da educação e da pedagogia: geral e do brasil.. (livro eletrônico) São Paulo: Moderna, 2012 Século XIX: A Educação Nacional • O fenômeno da urbanização acelerada, decorrente do capitalismo industrial, criou forte expectativa com respeito à educação, pois a complexidade do trabalho exigia melhor qualificação da mão de obra. • Desde o século XVII, Comênio preconizava “ensinar tudo a todos”, mas, apesar das tentativas de universalização do ensino no século seguinte, apenas no século XIX esse projeto começou a se concretizar, com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, laica, gratuita e obrigatória. O desenvolvimento do capitalismo industrial estimulou a criação de escolas politécnicas. A discussão sobre os metodologia intensificou-se Contexto Histórico • No século XVIII, a Revolução Industrial começou a alterar a fisionomia do mundo do trabalho: • .As máquinas modificaram profundamente as relações de produção, com o desenvolvimento do sistema fabril, em grande escala e a divisão do trabalho. • A introdução de novas técnicas e a aplicação de conhecimentos científicos ampliaram a produtividade na agricultura. • Revolução nos transportes, com o navio a vapor, a construção de rodovias e ferrovias. Novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade • Acentuação deslocamento da população do campo para as cidades, que passaram a concentrar grande massa trabalhadora • A partir de 1870, o aumento da produção alterou o capitalismo liberal, que substituiu a livre concorrência pelo moderno capitalismo dos monopólios, com a formação de trustes poderosos e eficientes no campo empresarial, bem como forte monopólio dos bancos. • Em busca de matéria-prima e visando a garantir mercado para a absorção dos excedentes da indústria, o capitalismo expandiu-se dando início ao imperialismo colonialista. Nessa fase, países como Inglaterra, França, Bélgica, Itália e Alemanha retalharam a África e a Ásia em colônias. • O século XIX representou o período da consolidação do poder dos burgueses, que até então tinham sido os opositores ao regime aristocrático e feudal. Após as revoluções, ainda na primeira metade do século XIX, eles lutavam contra as forças reacionárias da nobreza desejosa de restauração e só a partir de 1848 se instalaram no poder em toda a Europa. • O contraste entre a riqueza e a pobreza era cruel nesse século em que a jornada de trabalho se estendia de 14 a 16 horas, inclusive com mão de obra infantil e feminina. Para enfrentar essas dificuldades, o proletariado fortaleceu-se como a classe revolucionária, opondo aos interesses burgueses suas próprias reivindicações. Educação • A urbanização e a industrialização criaram o fenômeno das crianças na rua, portanto era necessário criar instituições para controlar/ guardar as crianças. • Apesar das críticas dos religiosos à educação laica, lentamente os governos conseguiam intervir, inclusive nas escolas particulares, mediante legislação que buscava uniformizar o calendário escolar, o controle do tempo, o currículo, os procedimentos, criando os “sistemas educativos nacionais”. Nesse período, verificou-se uma nítida separação entre os pedagogos, ou teóricos da educação, e os educadores propriamente ditos, que exerciam seu mister nas salas de aula. • Deu-se uma grande expansão da rede escolar, não só em número de escolas, mas na ampliação da escola elementar, da rede secundária e superior, além da novidade da pré- escola. • Na reorganização da rede secundária, mantinha-se a dicotomia que destina à elite burguesa a formação clássica e propedêutica, enquanto para o trabalhador diferenciado da indústria e do comércio é reservada a instrução técnica. No ensino universitário, ampliado e reformulado, foram criadas as escolas politécnicas para atender às necessidades decorrentes do avanço da tecnologia. • Iniciados por Froebel, surgiram os “jardins da infância”. O interesse pela educação estendeu-se às escolas normais, denominação genérica dada aos cursos de preparação para o magistério. • Os cuidados com a metodologia, que se acentuavam desde a Idade Moderna, tomaram contornos mais rigorosos em virtude das novas ciências humanas, sobretudo da psicologia. • Ao lado da expansão da rede escolar, outro objetivo dos educadores no século XIX era formar a consciência nacional e patriótica do cidadão. Até então a educação tivera um caráter geral e universal, mas agora se dava maior ênfase à formação cívica, certamente em razão das tendências nacionalistas da época. Educação alemã • Desde a época de Lutero (século XVI), a Alemanha dera atenção à educação elementar. Porém, a derrota infligida por Napoleão aos alemães, no começo do século XIX, prejudicou bastante a organização escolar, cuja reconstrução coube ao ministro da Prússia, Wilhelm von Humboldt (1767-1835), filósofo e linguista. Suas reformas enfatizaram a integração dos graus de ensino, visando a uma escola unificada, que deveria ser aberta e acessível a todos. • A reformulação da escola elementar sofreu a influência do suíço-alemão Pestalozzi, enquanto a secundária manteve o caráter nitidamente humanista e erudito. • Criação da Universidade de Berlim em 1810. Grandes pensadores, como Fichte, Schleiermacher dela fizeram parte, imprimindo-lhe forte tendência para a discussão filosófica e a cultura geral. • Humboldt esperava que todos tivessem direito e acesso à escola de formação geral e que a procura das escolas profissionais dependesse apenas da vontade de cada um. • Oferta de escolas profissionais, destinadas a preparar para as tarefas da oficina, do comércio e da agricultura. • Até o final do século XIX, inúmeras e efetivas reformas conduziram a Alemanha a um ensino secundário eficiente, rigoroso e disciplinado, com baixo nível de analfabetismo e invejável posição de progresso técnico e administrativo. Educação na França • Desde a Revolução de 1789, os franceses já defendiam a educação pública e gratuita. No começo do século XIX, porém, Napoleão adotou uma política autoritária e centralizadora do ensino. Voltou sua atenção sobretudo para a universidade e o ensino secundário (os liceus), deixando o ensino elementar a cargo das ordens religiosas e, portanto, sem a gratuidade tão defendida no século anterior • Após a queda de Napoleão, quando foram restabelecidas relações com a Inglaterra, os franceses aproveitaram-se das técnicas do ensino mútuo, ou monitorial, a fim de atender às reivindicações de educação para as crianças da classe trabalhadora. Essa experiência de ensino elementar de massa teve momentos de pleno sucesso (de 1815 a 1820, abriram-se mil escolas mútuas, reunindo 150 mil alunos). Depois de algum recesso e de novo florescimento, o projeto acabou por se extinguir por volta da década de 1870. • Uma lei de 1882 instituiu de novo a escola laica, gratuita e obrigatória, tendo como modelo a Alemanha. Além da atenção à formação de professores, foi reorganizado o ensino técnico, diante da necessidade de formar “chefes de oficina e bons operários”. • Naquele período a universidade liberou-se do monopólio instaurado, ainda no tempo de Napoleão e os cursos se tornaram mais didáticos (deixando o estilo de preleções para ouvintes, como era antes), com sensíveis mudanças pedagógicas e consequente aumento do número de estudantes . Educação na Inglaterra
• A partir de 1830 o Estado implantou uma série de medidas
para exercer maior controle sobre o ensino público, criando então as public schools, que de início foram mais frequentadas por crianças das classes ricas. Em meados do século XIX, o ensino passou a ser obrigatório e gratuito. • O socialista utópico Robert Owen (1771-1858), impressionado com as condições de vida dos operários ingleses, fundou escolas para os filhos dos trabalhadores. • Dada a necessidade de ampliar a alfabetização em uma sociedade em pleno crescimento industrial, surgiram propostas as mais diversas. É singular a experiência do ensino mútuo (ou sistema monitorial) aplicada pelo anglicano Bell (1753-1832) e por Lancaster (1778-1838), em suas respectivas escolas destinadas a crianças pobres. Adotaram o sistema de monitoria, em que o professor não ensina a todos os alunos, mas prepara apenas os melhores, que por sua vez, atendem grupos de colegas. A divisa de Lancaster era: “Um só mestre para mil alunos”. • O sistema consistia em reunir um grande número de alunos em um galpão – Lancaster chegou a reunir mil – e agrupá-los de acordo com o seu adiantamento em leitura, ortografia e aritmética. Antes das aulas, o professor ensinava os mais adiantados, que seriam os monitores e deviam se incumbir dos diversos grupos, de acordo com o seu nível de conhecimento. À medida que cumpriam uma etapa, eram transferidos para o grupo de grau mais elevado e assim por diante.. • Para que o sistema funcionasse, havia rígida disciplina A Educação nos Estados Unidos da América • A instalação da escola pública norte-americana, bem no início do século XIX, atingiu inclusive o ensino universitário, com a fundação da primeira universidade estatal de Virgínia, em 1819, exemplo seguido por outros estados. • Desde 1820 inúmeras instituições politécnicas destinadas ao ensino profissional orientado para a indústria, a agricultura e o comércio ajudaram o crescimento econômico do país. Na década seguinte, a atenção concentrou-se no ensino primário e, por volta de 1850, no secundário. Naquela época, vários estados possuíam departamentos para organizar e supervisionar a educação • Horace Mann (1796-1859), ao se tornar superintendente de educação no estado de Massachusetts em 1837, criou escolas urbanas e rurais, escolas normais, bibliotecas e incentivou a expansão da educação pública além do seu estado. • Segundo Mann, a empreitada abriria horizontes otimistas para as classes oprimidas: “A educação, mais do que qualquer outro instrumento de origem humana, é a grande igualadora das condições entre os homens — o eixo de equilíbrio da maquinaria social (…)” essas ideias divulgavam a crença na função equalizadora da educação, que mais tarde animou os adeptos da Escola Nova. Pedagogia • Apesar de o século XVIII ter apresentado uma virada decisiva nos estudos pedagógicos e nos processos educativos, O Século XIX viu-se diante do advento da sociedade de massa, da afirmação do industrialismo e do problema da conformação a novos modelos de comportamento de novas classes sociais, de povos, de grupos, realizáveis, apenas através da educação, mas uma educação nova, organizada de forma nova, regulada por teorias novas, por uma pedagogia consciente ao desafio a que ela deve responder. Um século bastante rico em modelos formativos, em teorizações pedagógicas, em compromisso educativo e reformismo escolar, em vista justamente de um crescimento social a realizar-se da maneira menos conflituosa possível O ideário do século XIX
• Além de sofrer a influência das alterações econômicas e
sociais, o pensamento pedagógico do século XIX precisa ser compreendido a partir do estágio em que se encontravam naquele momento a filosofia e as ciências, bem como da revolução cultural caracterizada pelos ideais românticos que se opunham, de certa forma, ao racionalismo iluminista. Enquanto na Ilustração a razão é tudo, para os românticos ela é apenas um dos aspectos da força espiritual humana, que se compõe também da imaginação, da incerteza, do contraditório. Romantismo foi um movimento cultural europeu e influenciou toda a cultura • Na pedagogia, o período romântico produziu uma profunda renovação teórica. Alargou a noção de Bildung, conceito complexo que representa mais do que o simples significado literal de “formação”. Bildung pode corresponder à ampla visão de um desenvolvimento espiritual por meio da cultura, ligada a uma nova concepção de espirito humano, da cultura e da história. • Há também, uma reafirmação da educação, da relação educativa , da escola e da família como momentos centrais de toda formação humana e que devem ser assumidos em toda sua complexidade formativa, relativa, justamente a uma formação do espírito. As grandes pedagogias do ramantismo, sobretudo o alemão se dispõem sobre essas duas frentes. • O grande mestre da pedagogia romântica, Pestalozzi é um exemplo • Positivismo e educação • O positivismo é uma corrente filosófica, que surgiu na Franca , no século XIX sendo Augusto Comte o principal filosofo. defende a ideia de que o conhecimento cientifico seria a única forma de conhecimento verdadeiro • O positivismo pregava o amor por principio, a ordem por base e o progresso por fim (lema da bandeira brasileira) • O positivismo permeou de maneira eficaz a pedagogia daí em diante, ora de maneira explícita, ora camuflada. Entre os seguidores mais próximos, dois se interessaram especificamente pela educação: Herbert Spencer e John Stuart Mill • O positivismo atuou de forma marcante no ideário das escolas estatais, sobretudo na luta a favor do ensino laico das ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa. No século XX ainda permaneceu viva essa influência. Por exemplo, a psicologia comportamentalista de Watson e Skinner (behaviorismo norte-americano) serviu de base a muita teoria pedagógica. No Brasil, o positivismo influenciou as medidas governamentais do início da República e, na década de 1970, por ocasião da tentativa de implantação da escola tecnicista. Idealismo • idealismo é o nome genérico de diversos sistemas filosóficos segundo os quais o ser ou a realidade são determinados pela consciência: são as ideias que produzem a realidade, porque “ser” significa “ser dado na consciência". Hegel (1770-1831), o mais importante dos pensadores idealistas do século XIX, desenvolveu a filosofia do devir (do movimento, do vir-a-ser). Ao explicar o movimento gerador da realidade, Hegel desenvolve a dialética idealista, em que a racionalidade “é o próprio tecido do real e do pensamento”. O mundo é a manifestação da ideia, e por esse movimento a Razão passa por todos os graus, desde a natureza inorgânica, a natureza viva, a vida humana individual, a social até as mais altas manifestações da cultura. • Para Hegel, a educação é um meio de espiritualização humana, cabendo ao Estado incentivar esse processo. Diz Hegel: “Só no Estado tem o homem existência racional. Toda educação se dirige para que o indivíduo não continue a ser algo subjetivo, mas se faça objetivo, no Estado”. • Contemporâneo de Hegel e conhecido nos meios intelectuais europeus antes dele, o filósofo idealista Fichte (1762-1814) valorizava sobremaneira a educação. Ele parte da ideia de que a natureza humana não nos é dada, nos humanizamos na medida em que nos afirmamos como sujeitos, capazes de consciência de si e de atividade livre. Por isso, a educação não se restringe a formar “alguma coisa no homem”, mas o “homem ele mesmo”. • As Ideias Socialistas • Com o desenvolvimento do capitalismo, a classe proletária cresceu em tamanho, mas sem acesso aos benefícios da nova ordem econômica. Ao contrário, eram terríveis as condições de moradia das famílias amontoadas nos arrabaldes das grandes cidades, depois de enfrentar extensa jornada de trabalho mal pago e em locais insalubres. (filme Olivier Twist) • No século XIX, surgiram as organizações de trabalhadores, criadas para defender seus interesses contra a exploração dos donos do capital. Esses movimentos foram fecundados pelas ideias socialistas, inicialmente pela produção teórica dos chamados socialistas utópicos (Saint-Simon, Fourier, Proudhon, Owen), que, embora percebessem o antagonismo das classes, propunham meios paternalistas para a emancipação da classe oprimida. Socialismo e educação • As ideias socialistas provocaram grandes alterações nas concepções pedagógicas. Do ponto de vista epistemológico, rejeitam os pressupostos idealistas e ao materialismo tradicional contrapõem a dialética. Do ponto de vista político, denunciam a exploração de uma classe por outra e defendem a educação universal e politécnica. • Marx não nega que o ser humano tenha ideias, mas as explica a partir da estrutura material da sociedade em que vive. Para ele, as ideias de uma sociedade, expressas na filosofia, na moral, na ciência, no direito, nas artes, na pedagogia, constituem a superestrutura e dependem da infraestrutura, as condições materiais ou econômicas dessa sociedade. • Do ponto de vista dialético, porém, os fenômenos materiais são processos (nada é estático), e o espírito não é consequência passiva da ação da matéria. A consciência humana, ao tomar conhecimento dos determinismos, pode agir sobre o mundo, transformando-o, inclusive pela revolução. • Segundo o materialismo dialético, é ilusório pensar que a educação seja capaz por si só de transformar o mundo, porém existem tarefas para os educadores enquanto não se realiza a ação revolucionária • São Questões fundamentais para os socialistas • a luta pela democratização do ensino (universal) e pela escola única (não dualista), isto é, sem distinção entre formar e profissionalizar; • • a valorização do pensar e do fazer, em que o saber esteja voltado para a transformação do mundo; • • a desmistificação da alienação e da ideologia, ou seja, a conscientização da classe oprimida. Principais pedagogos
• Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), suíço-alemão
nascido em Zurique, atraiu a atenção do mundo como mestre, diretor e fundador de escolas. Suas obras principais são Leonardo e Gertrudes (1781) e Gertrudes instrui seus filhos (1801). Embora as suas atividades tenham se iniciado no século XVIII, elas amadureceram no começo do século XIX • Pestalozzi é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Reconhecia firmemente a função social do ensino, que não se acha restrito à formação do gentil-homem. Além disso, ao povo não se destina apenas a simples instrução, mas sim a formação completa, pela qual cada um é levado à plenitude do seu ser. • Como bom discípulo de Rousseau, estava convencido da inocência e bondade humanas. Por isso, é tarefa do mestre compreender o espírito infantil, a fim de estimular o desenvolvimento espontâneo do aluno, atitude que o distancia do ensino dogmático e autoritário • Para Pestalozzi, o indivíduo é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde ao importante desenvolvimento da tríplice atividade conhecer querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica. Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e intelectual: segundo ele, deve-se partir sempre da vivência intuitiva, para, só depois introduzir os conceitos • A criança tem potencialidades inatas, que serão desenvolvidas até a maturidade, tal como a semente que se transforma em árvore. Semelhante a um jardineiro, o professor não pode forçar o aluno, mas ministrar a instrução “de acordo com o grau do poder crescente da criança”. Ou seja, o método para educar funda-se em Froebel • Friedrich Froebel (1782-1852) nasceu na Turíngia, região da Alemanha. Aprendeu com os filósofos idealistas e, no campo da pedagogia, seguiu muitas ideias de Pestalozzi. Uma visão mística marca seu pensamento e obra. • Sua principal contribuição pedagógica resulta da atenção para com as crianças na fase anterior ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira infância. Pioneiro, fundou os Kindergarten (jardins de infância), em alusão ao jardineiro que cuida da planta desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são básicos para a formação humana. • Froebel privilegiava a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. Estava convencido de que a alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranquila. • A fim de estimular os impulsos criadores na atividade lúdica, inventou cuidadoso equipamento, de acordo com a fase em que se encontravam as crianças. As construções da primeira série foram por ele chamadas dons. Os dons são materiais destinados a despertar a representação da forma, da cor, do movimento e da matéria. O primeiro e mais universal “dom” é a bola; o segundo, a bola, o cubo e o cilindro; o terceiro é formado pela divisão dos cubos desmontáveis. • destaca as ocupações, de modo especial a tecelagem, a dobradura e o recorte. O canto e a poesia são para facilitar a educação moral e religiosa. Hebart
• O alemão Johann F. Herbart (1776-1841) trouxe grande
contribuição para a pedagogia como ciência, buscando o maior rigor de método. Pode-se ainda dizer que Herbart foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Mesmo que essa psicologia apresentasse resquícios de metafísica e utilizasse uma matematização de valor discutível, constituiu um avanço sobre seus antecessores • Segundo Herbart, a conduta pedagógica segue três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina. • O governo é a forma de controle da agitação infantil, levado a efeito inicialmente pelos pais e depois pelos mestres, a fim de submeter a criança às regras do mundo adulto e tornar possível o início da instrução. Além da vigilância constante, caso necessário, pode-se recorrer às proibições, ameaças e punições, evidentemente com as devidas recomendações para evitar excessos contraproducentes. É preciso ainda combinar autoridade e amor, além de manter a criança sempre ocupada • A instrução, procedimento principal da educação, supõe o desenvolvimento dos interesses. O conceito de interesse adquire em Herbart um sentido básico e muito específico, a partir da já referida tendência íntima do indivíduo de trazer ou não um objeto de pensamento à tona. O movimento de retorno à consciência pode ser estimulado pelas leis da frequência e da associação, que levam à formação do hábito. Por isso, o interesse é um poder ativo que determina quais ideias e experiências receberão atenção. • Para Herbart, a instrução é compreendida como construção (aliás, é este o sentido etimológico do termo), o que o leva a não separar a instrução intelectual da moral, porque uma é condição da outra. • Além do governo e da instrução, a disciplina é o terceiro procedimento básico da conduta pedagógica que mantém firme a vontade educada no propósito da virtude. Enquanto o governo é exterior e heterônomo, mais usado com crianças pequenas, a disciplina supõe a autodeterminação característica do amadurecimento moral, que leva à formação do caráter proposta Método de Instrução • Herbart propõe os cinco passos formais, que propiciam o desenvolvimento do aluno: • • preparação: o mestre recorda o já sabido, a fim de que o aluno traga à consciência a massa de ideias necessária para criar interesse pelos novos conteúdos; • • apresentação: o conhecimento novo é apresentado, sem esquecer a clareza, que para Herbart significa sempre partir do concreto; • • assimilação (ou associação ou comparação): o aluno é capaz de comparar o novo com o velho, perceber semelhanças e diferenças; • • generalização (ou sistematização): além das experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando a concepções gerais; esse passo é importante sobretudo na adolescência; • • aplicação: por meio de exercícios, o aluno mostra que sabe aplicar o que aprendeu em exemplos novos; só assim a massa de ideias adquire sentido vital, deixando de ser mera acumulação inútil de informação. Avaliação da pedagogia Herbatiana • é preciso reconhecê-lo como o primeiro a elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação. • O caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos seguidos e a sistematização são aspectos que determinam a sua grande influência no pensamento pedagógico. • Os cinco passos formais marcaram de maneira vigorosa o ensino expositivo da escola tradicional, que adquiriu um caráter de rigor por emprestar do método científico a indução, isto é, o caminho do raciocínio que vai do concreto para o abstrato. Os cinco passos revelam também os pressupostos epistemológicos do empirismo, subjacentes ao método de Herbart. Para ele, o conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só posteriormente o aplica à experiência vivida Breves Conclusões • Politica – consolidação dos Estados modernos e da burguesia no poder • Economia – consolidação do capitalismo de monipólios, do poder dos banqueiros • Sociedade – marcada pela divisão de classes: burguesia X proletariado • Educação - progressiva universalização do ensino elementar; a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, laica, gratuita e obrigatória currículo com ênfase na formação cívica, prevalece a dicotomia entre a escola/ensino da burguesia e a escola/ensino dos proletários • Filosofias que influenciaram a cultura, em geral e a Pedagogia • Romantismo Alemão • Positivismo – Augusto Comte • Idealismo – Hegel e Fichte • Socialismo Utópico Owen, Saint-Simon... • Socialismo / materialismo histórico – Marx Engels • Pedagogia com status de ciência - aprimoramento dos métodos • Principais pedagogos/ educadores • Pestalozzi; Hebart e Froebel ( educação infantil)