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Manhã Tarde
➔ Introdução à Teoria do Apego; ➔ Teoria do Apego como ferramenta para
➔ Teoria do Apego como base para a entender e lidar com demandas de
Teoria Cognitiva da personalidade; relacionamentos;
➔ Sistema de apego; ➔ A clínica do apego: o terapeuta e os
➔ Estilos de apego (infância); processos de vinculação.
➔ Para além da infância: estilos de apego
na vida adulta.
Teoria do Apego:
Aspectos introdutórios
Com o desenvolvimento das pesquisas em
Esses estudos estão apenas
neurociências, cada vez mais vem se
discutindo a importância das relações. confirmando aquilo que já vem
Somos seres sociais, dependentes desde sendo discutido:
o nascimento de outro indivíduo para
a necessidade não só de olharmos
nossa sobrevivência. Nosso cérebro é
as relações, mas também como
moldado a partir das interações com outro,
em que fazemos conexões e redes para elas são construídas desde a
podermos processar informações. infância.
Teoria do Apego
➔ Teoria do Apego foi formulada por Jonh Bowlby, psiquiatra e psicanalista britânico;
➔ Primeira teoria consistente sobre vinculação precoce e como o ser humano reage às
experiências de perda e separação;
➔ Afirma que a estrutura da personalidade do adulto é construída a partir das ligações
precoces e socioafetivas da criança e que estes vínculos repousam sobre necessidades
fundamentais biológicas. A base do desenvolvimento humano saudável, estaria na
sensação de confiança.
➔ Altamente corroborada por diferentes estudos neurocientíficos atuais.
Mendes, 2021.
Influências
➔ Psicanálise: aproximações e críticas
Aproximações - Relações infantis como fundamentais para se compreender o desenvolvimento e os
sintomas na vida adulta; Freud: ansiedade de separação (observação de sofrimento em bebês quando estes
se afastavam de suas mães).
Críticas - “Como explicar a natureza dos fortes vínculos afetivos entre as crianças e suas mães sem perder a
objetividade científica, sem recorrer a modelos baseados em conceitos excessivamente obscuros e ao
mesmo tempo aproveitando o aprofundamento proporcionado pela escuta psicanalítica?” - Pouca ênfase
na observação do real
➔ Etologia
➔ Psicologia Cognitiva - Seres humanos organizam suas crenças sobre si e sobre o mundo nas suas relações
com os outros em modelos mentais ou esquemas. Modelos internos de funcionamento.
Mendes, 2021.
Estudos observacionais com bebês - Fases da separação
Mendes, 2021.
Evolucionismo e Etologia: conceitos centrais
indivíduo tem em uma figura particular, protetora e de apoio, que está disponível e
exploração. Quando uma pessoa está apegada ela tem um sentimento especial de
segurança e conforto na presença do outro e pode usar o outro como uma “base
•Envolvimento emocional e
afetivo: muitas das emoções mais
intensas surgem durante a
formação, manutenção,
rompimento e renovação de
relações de apego.
Principais características do
comportamento de apego:
•Ontogenia: o comportamento de
apego desenvolve-se durante os
primeiros nove meses de idade de
vida dos bebês humanos. Quanto mais
experiências de interação social um
bebê tiver com uma pessoa, maior são
as probabilidades de que ele se
apegue a essa pessoa. Por essa razão
torna-se a principal figura de apego
bebê aquela pessoa que lhe dispensar
a maior parte dos cuidados maternos.
O comportamento de apego
mantém-se ativado até o final do
terceiro ano de vida; no
desenvolvimento saudável, torna-se
daí por diante, cada vez menos
ativado.
Principais características do
comportamento de apego:
•Aprendizagem: recompensas e
punições têm um papel limitado na
formação do vínculo de apego. Mesmo
sofrendo punições e tendo uma relação
que não seja muito saudável, uma
criança pode desenvolver uma relação
de apego com a figura cuidadora.
•Organização: no início da vida, o
sistema de apego é mediado por
respostas simples (ex. chorar).
Gradativamente, a diminuição do
funcionamento do sistema envolve
modificações que estão relacionadas
ao aumento do desenvolvimento
cognitivo e da capacidade reflexiva.
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE APEGO
FASE 1: Pré-apego 6-8 sem O bebê ainda não reconhece a figura do cuidador.
Prefere estímulos humanos (rosto). Reconhece a voz
e o cheiro da mãe, mas geralmente não apresentam
reações intensas ao serem deixados com outros
adultos.
FASE 2: Formação do Apego 6/8 sem - 6/8m Geralmente recusa estranhos e prefere pessoas que
está familiarizado. Possui privilegiada interação com a
figura de apego, sorrindo e chorando e produzindo
vocalizações especiais para esta.
FASE 3: Apego bem definido 6/8m - 18m - 24m O sistema de apego já esta bem desenvolvido e o
bebê passa a apresentar ansiedade de separação
quando a figura de apego se afasta. Comportamentos
para manter a proximidade. Medo do desconhecido.
FASE 4: Formação de relação recíproca 18m - 24m Interação com a figura de apego evolui graças às
em diante novas capacidades mentais e linguísticas adquiridas
pela criança. Há uma diminuição dos protestos na
separação. Determinada previsibilidade no tempo e
espaço
Modelos internos de
funcionamento
“As relações de vinculação preconizam efeitos
futuros negativos. É evidente que um
determinado estilo não é em si mesmo uma
condenação definitiva, mas podemos afirmar
que é por meio dessas relações que a pedra
fundamental é posicionada, dispondo assim os
elementos necessários para a edificação de uma
construção futura.” (Abreu, 2019)
NECESSIDADES
EMOCIONAIS
BÁSICAS
➔ Bowlby contou com a importante contribuição de
Mary Ainsworth, considerada por muitos, coautora da
Teoria do Apego. Por meio de experimentos simples e
impactantes, as pesquisas de Ainsworth permitiram a
observação e a classificação da qualidade da relação
entre as mães e seus filhos.
Apego Seguro
● Dado pela segurança com que a criança pode recorrer aos seus pais em busca de apoio e cuidado, de modo
acessível, frente a circunstâncias diversas.
● Favorece a exploração do entorno, o contato com os pares e as atividades sociais, sem apresentar a
necessidade de proximidade contínua.
Tipo de cuidado:
Tipo de cuidado:
Tipo de cuidado:
Tipo de cuidado:
fazê-lo.
1. Procure me dar uma ideia de como era o ambiente na sua casa. Era uma casa feliz, alegre? Fria e triste? Seus
amigos frequentavam sua casa? Você ia brincar na casa de outras crianças?
2. Feche seus olhos por um instante. Imagine-se de volta à sua casa da infância, mais especificamente em seu quarto.
Se você tiver morado em mais de um lugar, procure escolher um com o qual quer seguir. O que acontece com você
quando você está aí? Procure observar o seu corpo e deixe palavras descreverem o que você sente neste momento.
3. Se você pudesse definir a sua infância em poucas palavras, quais seriam elas?
4. Coloque agora a imagem da pessoa que mais estava presente com você e que deveria cuidar de você na sua
infância. Deixe aparecer esta imagem. O que acontece com você quando olha para esta pessoa?
5. Fale sobre situações marcantes da sua infância.. Podem ser boas ou ruins.
6. Como é paa você, hoje, ficar sozinho? Você precisa sempre de companhia? Sente-se inseguro quando está só? Ou
sente como se não precisasse de ninguem? Procura ajuda quando necessita? Quem você procura?
IDENTIFICANDO OS ESTILOS DE APEGO
APEGO SEGURO:
Siegel, 1999
APEGO EVITATIVO:
Siegel, 1999
APEGO ANSIOSO:
Siegel, 1999
Pacientes com diferentes tipos de apego diferem na visão do que é:
● Intimidade e união;
● Em como lidar com conflitos;
● Na capacidade de comunicar desejos e necessidades;
● Nas expectativas que nutrem a respeito do outro.
Comum no início do processo terapêutico. E quanto maior a fragilidade nos vínculos iniciais a dependência pode estar
presente por mais tempo.
Como o terapeuta deve agir?
➔ Forma mais ativa Flexibilidade
➔ Aos poucos vai incentivando a autonomia uma vez que tem o papel de base segura
Características centrais para que alguém se torna uma figura de apego seguro:
● manutenção da proximidade;
● distresse na separação;
● base segura;
● porto seguro.
“As condições sob as quais o bebê desenvolve um apego seguro são extremamente
semelhantes às condições para uma terapia eficaz. Podemos, então, interpretar o terapeuta
como aquele que satisfaz as funções de sensibilidade e segurança que foram originalmente
buscadas na mãe.”
Pistole, 1989.
Diz-se que em uma região do sul da África, as
pessoas se cumprimentam com sawabona, que
significa “eu te vejo, eu valorizo”. Em resposta,
tem-se shikoba: “então, eu existo para você”.