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~
8'l li> .;
FADIGA DE
ESTRUTURAS SOLDADAS
2. a edição
BELO HORIZONTE
..
;r .•·.
1999
: :~ .
:i;; Dep6sito Legal N. o 138 598/99
ISBN: 972-31-0139-4
'. :
Aos nossos paIs,
mulheres
e filhos
PREFÁCIO
.Iulho 1986
CAPiTULO 1
INTRODUÇÃO À MECÂNICA
DA FRACTURA
1,1 INTRODUÇÃO
(I. I)
( 1.2)
( 1.3)
a = a,_2rr ~ = ElO = E x ib
À "
( IA)
e portanto
a !Fi
=V~_I- ( 1.5)
l b\)
o que é geralmente duas ordens de grandeza maior do que a resistência prática real.
16
I I
I
-0--0-
I
I
I
bo
I
io
I ..c
-0- -0--0
I I I
I I I
-0--0-
I IC
-olé b)
a}
No
F
bo
-
..c
u..
b
11
b E= x/bo
d)
c)
1 Teoria de Griffith
Por volta de 1920 Griffith teve a notável ideia de que a discrepância entre os
valores teóricos e reais da resistência à rotura se explicar pela presença de fissu~
raso porventura muito pequenas. no material. Em das suas
Griffith pôde provar que garantindo a (ou o mínimo
suras ou externas) a aproximava-se da
então explicar como a presença de fissuras justifica a menor resistência à rotura, o que
Griffith fez como se segue:
A introdução de uma fissura de comprimento a na placa solicitada pela tensão (J
I determina a de uma de que intuitivamente deverá
17
2
estar associada à zona tracejada na figura 1.2, isto é, deverá ser proporcional a a • O
cálculo exacto de Griffith dá, para o caso de uma placa traccionada de espessura unitária,
em estado plano de tensão, contendo uma fissura central de comprimento 2a perpendi
cular à direcção de a: (U correspondendo ao semi-comprimento a)
( 1.6)
Fig. 1.2 - Modelo intuitivo, aproximado, de região (a tracejado) onde o estado de tensão se anu
lou devido à existência da fenda a.
( 1.8)
2
18
Energia SUperficial
W: 2ra
a
Energia Tohl.W.U
Energia Potf.!tlcial
(1.9)
sendo Const.» 2y. Orowan sugeriu, por volta de 1950, que a energia libertada na pro
pagaçãode 'uma era consumida não só como energia de superficial mas
tanlbém e sobretudo na deformação plástica ao processo de fractura(energia yp).
Importava então definir o valor crítico da taxa de libertação de energia, a u/a a = G,
sendo neste caso:
(1.11)
19
ó"P
I
áU= -uáP ( I. 12)
2
áU=~CPáP ( I. 13)
2
1 I
ÓU=PÓu- -PÓu= -PÓu ( I. 14)
2 2
G=-'
2
?,(ÔC)
ôa
(1.17)
G= I
2 B
(Ôôa ( 1.18)
(
da
,
, : Comprimento da
a1 1/ fissuranoprovete
a
Fig. 1.7 - Representação esquemática da relação C = f (a), mostrando como determinar dCj da para
o provete usado na determinação da tenacidade.
Vemos assim a grande importância da equação 1.18. Notar que, embora deduzida
para um caso particular - propagação da fissura em condições de carga constante :-' a
equação 1.18 traduz um resultado absolutamente geral, conforme mostraremos seguidamente.
O critério energético, devido a Griffith, especifica que a propagação de uma fis
sura, de a para a + da, terá lugar se a energia necessária for fornecida pelo sistema. No
caso de uma placa com exuemidades fixas, a carga externa não realiza trabalho, e assim
a energia necessária para a propagação tem de resultar de uma· libertação de energia
elástica. Se as extremidades da placa se podem mover durante a propagação da fissura,
. a(s) força(s) exterior(es) realizam trabalho, porém neste caso a energia elástica V acumu
lada aumenta, em vez de diminuir.
Consideremos uma placa de espessura B sujeita à carga P (ver figura 1.8). Sob a
acção da carga, os seus pontos de aplicação na placa sofrem um deslocamento u. Quando
I
2
_, (PC ap aC _ I 2PC a P _ _I p1
p1 âC
(I
B a aa 2 2 2B âa
Djstáncia segundo o
eixo
L1 U / t L1 a ~ Gc . (1.21)
Ora, sendo D o diâmetro médio do tubo, é:
I (J •
-(J. - ·nDtL1a
( 1.22)
2 E
resultando a condição:
(1.23)
a
r
9
z x
Y - li
0',
K,
= - - cos -
8 ( I-sen -8 sen 38
2 2 . 2
O'y--
K,
cos ~ (I· + sen 82 sen
3e
2
!,y =
K, e
cos - sen cos
e
2 2 2
Cos 2 e ( I - 2v + sen- e
7
epd (1.24)
u
cos - e (l-V
--+ ept
2 I +v
e
sen
2
(2 2v-
~) epd
v
sen
e (_2_ -cos1 ~) ept
2 I+v 2
No modo n teremos:
-K·
__ " sen -
e ( 2+ cos 8
cos -.2
)
,/brr .. 2 2
25
KII O O. 30
(TI = - - sen - ·cos - cos - ( 1.25)
J2m 2 2 2
. J2nr 2 2 2
-K O
T" = - -1I1 sen
J2m 2
( 1.26)
KIII O
T\'l =
-- cos
. vf).m 2
(J .27)
b
=0'
0,4
3,5
t t t
h 0,5
2a
I I
0,6
h 2b
/ / ./ /' 0,7
~ ~,.... ~ -'
"" " " 0,8
0,9
1J O
-"""" ro
~ Ko=CJVfiQ
Ko
6,0
t tO" t
.
h
O
h b
"5
~o
20'
J
.. .. . ..
.. ..
- _
~5 00
...
__ .,. .,.
tO~----~----~----~----~----~----~----~--~
0,,0 0)1 Q,2 O) Oi. 0.,5 q6 01 b
Fig. 1.14 - Factor de intensidade de tensão, placa traccionada contendo uma fissura lateral [7].
A curva a tracejado diz respeito à situação de flexão impedida (ver ref. [7]).
28
Flexão pura
Flexão em 3 pontos
p
P /2 i---'----1----.!'---j
uma fissura
1,2
1,0
---
0,8
~ - - - - - --------------------
-- - -- - - - ....... - - ---'-------
0,6 ... t
,a
OC(J
0/. !.(J
' .....
r--€Ji
0,2
~
.. , 'O- ,"
00 1 I I I I I I I I I
, 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 ~o a IR
Fig. 1. 16 - Factor de intensidade de tensão. Furo' circular com fenda(s) radial(ais) [7]. N
\O
30
0,5
0,4
....
~ 0,3
lO
0,2
0,1
O
0,7 1,0 1,5 2)0 2,5
O
1.17 - Factor de intensidade de tensão. Fissura semielíptica. ou fissura embebida.
Q = [cp2-O,212 (a/O"ccd)2J, sendo cp o integral elíptíco de segunda ordem. (Meio infinito
ou semi-infinito) (1).
cry-- (1.28)
v= (1.29)
(1.30)
(I) No capítulo 5 será apresentado um tratamento detalhado deste problema, referindo as soluções mais recentes.
31
Q.
x
a ~a
(1.31)
(1.32)
(J _ _K
__
- - -- --- - lf"iTiX
V~f(da- x )
x
- --
( dx (1.33)
e substituindo x = ao cálculo do
oU=-~-.:......oa (1.34)
E
G (I
E
G (1.36)
E
1 Importância do conhecimento de K:
Notar as aplicações práticas do conhecimento de K.: e da =
K (j.J;;a:
para uma tensão de serviço (j e de comprimento a (por exemplo, o limite mínimo
dos de exame· não é então possível escolher o mate-
isto é, o valor de K.: necessário para a da estrutura.
para um determinado material (K.:) e tensão de serviço, é possível determinar o
mento máximo da fissura, llc, e finalmente, para um determinado material e comprimento
de fissura, é possível a tensão de trabalho crítica, (jn (figura 1.20).
O;;
a
Fig. 1.20 - Relação f (a).
33
As equações 1.24 são soluções puramente elásticas, que predizem valores infinitos
de tensão na extremidade da fissura. A e~tensão da zona de deformação plástica, e = 0,
pode ser avaliada admitindo que
( 1.37)
rv = I
2rr
(K)2C ctXI
(1 .38)
Porém rv estima a extensão da zona plástica por defeito, pois despreza-se a área
de tracejado horizontal que facilmente se vê ser de valor igual ao do rectângulo Cc<d rv
f 'v c ydr=f'v
o o
K
~
dr = 2 C ccd rv ( 1.39)
A extensão total é então dada por d y = 2rv. o que implica valores de c,. mais
elevados que os previstos pelo valor de K associado ao comprimento real da fissura
(compare pontos A e B na figura 1.21). Se considerarmos, porém, urna fissura elástica de
comprimento a + rv , esta nova fissura (teórica) apresenta, na vizinhança da sua extremidade,
uma distribuição de tensões semelhante à realmente observada (figura 1.22). Define-se então .
a fissura elástica equivalente ou efectiva,
( 1.40)
onde rv é habitualmente designado por correcção de zona plástica de lrwin.
34
; I
, I
I \
\
\
I \
rtedr--~--...
----
-.... -
(lAl)
2a
cr
(1.42)
( 1.43)
As considerações acima são válidas para o estado plano de tensões, isto é, cr, = O.
Consideremos e= O; cr, é então a menor tensão principal, e do critério de Tresca é pos-
I
sÍvel concluir que a tensão tangencial máxima actua em planos através da espessura,
inclinados 45° relativamente ao plano (XY) (v€r figuras I. 12 e 1.24). Em breve veremos
implicações deste facto.
aced~--","
x CT'y
= = = =
Em estado plano de deformações, E, 0, ecr, v (cr, + cr~) 0,5 (cr, + O"~), pois v 0,5 .
para plasticidade, devido à condição de invariância de volume. Do círculo de Mohr cor
respondente a esta situação (Fig. 1.25) conclui-se que O"y = 0", + 0",,:<1, gerando-se na fronteira
e1astoplástica tensões 0", de valor superior ao da tensão de cedência O"<~"<.I •
Considerando a deformação plástica como resultante das tensões de corte, torna-se
evidente que os diferentes planos de tensão de corte máxima correspondentes a estado
plano de tensões ou de deformações implicam modos diferentes de deformação, como se
represema esquematicamente na figura 1.26.
36
ux
x
a b
1.26 - esquemática da deformação plástica, (a) estado de tensão plano;
(b) estado de deformação plano.
(1.44)
resulta
ou
(1.46)
37
equação que permite calcular alla Ced em qualquer ponto da vizinhança da extremidade
da fenda . Das equações que definem as tensões principais (modo I)
ai = , KI COS~ ( l + sen~)
~ 2 2
K, cos
a2 = - - 8 ( I-sen
8) (1.47)
~ 2 , 2
(ou a} = O, ept)
resultã
I -sen (8 / 2)
n ( 1.48)
1+ sen (8 / 2)
2v
m= - - - - - (ou m = O, ept) ( 1.49)
1 + sen (8 / 2)
=
No plano 8 = O vem n = I e m = 2v, e sendo v 1/3, resulta ai 3actd • No caso de =
estado plano de tensão, temos n = I em = O, resultando ai = a ced conforme previsto.
A figura 1.27 indica, para os três casos de deformação, o lugar geométrico dQs
pontos nos quais o critério de von Mises seria verificado, se a distribuição elástica de
tensões não fosse afectada pela deformação plástica. A diferença entre os casos de estado
plano de deformações ou de tensões não se deve às componentes de tensão no plano
x, y, que são idênticas, mas à existência ou não de tensões segundo z. É óbvio que a
deformação plástica afecta a distribuição de tensões fora da região plástica, e portanto
modifica a forma da região plástica também. Para modo III é relativamente fácil obter
a solução exacta representada a cheio na figura 1.27.
De sublinhar que a legitimidade das considerações feitas, no estudo do modo I, a
propósito do conceito de fenda elástica equivalente, assenta numa analogia com a solução
para modo III que acabámos de referir.
rly = _I
67t
( ~)2
a ced
( 1.50)
0,5
\
I
\ I
/'_#
ES!<lGO Plano MODO II ,, Estado Plano
de IPmr'm~r,,, de Teílsão
--Ds
0::!1! O
Ea
DEz~O
u
<..?
u O z .
__::-:_~-------
- --------------- --_"::":
B
Fig. 1.28 ~ Dependência da tenacidade e da or,ientação da superfície de fractura com a espessura.
Centro L.
(Estado Plano de DEiformaçao)
Superficie
(Est~do Plano de Tensão 1
em da
indicado na isto é, falta de resistência à
suras, é um problema mais grave do que baixa rigidez ou à tracção.
possível tomar em ,baixa no projecto.
muito difícil tomar em e justifica numerosos
falhanços em construções (depósitos de pressão, navios, etc.) nas quais, aparen
temente, tudo estava certo (menos, a Daí a necessidade de procurar trabalhar
superior da curva I e de por todos os
os metalúrgicos, afastar a esquerda a transição representada.
De notar que para muitos aços estruturais os valores de Kk correspondentes ao
patamar superior da figura 1.30 são tão elevados que a espessura para satisfazer
1.5.1 no de é muito casos são tratados pela
1..1.<.\,,..'......, que estudada mais tarpe.
Nos aços estruturais de média ou baixa resistência, o nível de tenacidade do mate
rial de base é geralmente tal que não ser obtidos resultados de K", excepto
se os forem a baixa ou em provetes espessura elevada. ou
com elevadas velocidades de aplicação da carga. A capacidade de um provete para medir
a tenacidade aumenta com as suas e em particular com a espessura.
Fig.I.30 n"'ru>",,rip,,,..i,, típica da tenacidade KIc com a temperatura T, para aços estruturais.
41
Tabela l.l
-2
MATERIAL G c. kJm Kc. MNm- Ji 2
Metais puros dúcteis (ex.: Cu, Ni, Ag, AI) 100-1000 100-350
Aço A533 220-240 204-214
Aço HY 130 150 170
Aços de alta resistência l5-118 50-154
Aço macio 100 140
Ligas de titânio 26-114 55-115
PRFV (Plástico reforçado com fibra de vidro) 10-100 20-60
Ligas de alumínio 8-30 23-45
Plástico reforçado com fibra de carbono 5-30 32-45
Madeira comum 8-20 11-13
Aço ao carbono, teor médio de C 13 51
Polipropileno 8 3
Polietileno (baixa densidade) 6-7 I
Polietileno (alta densidade) 6-7 2
ABS Poliestireno 5 4
Nylon 2-4 3
Ferro fundido 0,2-3 6-20
Poliestireno 2 2
Policarbonato 0,4-1 1,0-2,6
PMMA (perspex) 0.3-0,4 0,9-1,4
Granito 0,1 3
Poliéster 0, 1-0,3 0,5-0,8
Cimento 0,03 0,2
Porcelana 0,01 I
(I) Os números apresentados são valores típicos. Para aplicações especificas. será necessário dispor de valores obtidos experimentalmente
nas condiç&s relevantes. A título de ilustração. refere-se que trabalho experimental realízado na FEUP relativo à inOuência das condíç&s
de cura na fractura' de resinas usadas em plásticos reforçados com fibra de vidro. revelou que o módulo de Young de uma resina poliéster
(Crystic 272) varia de 1.7 a 2.5 GPa confonne o penodo de cura varia de um dia a dois meses. e é de 3.1 GPa independentemente do
tempo de cura, quando o material é sujeito a tratamento de pós<ura. Quanto à tenacidade KIc' foi identificado para: este material o valor
de 0.77 ou 0.72 MNm-·l!2. para duas semanas ou dois meses de cura. seguida de póS<ura. (C.A.C.C. Rebelo. A. Torres Marques. P.M.S.T.
de Castro. "1ne inOuence of cure conditions on the fracture of non-reinforced thennosetting resins". EU ROM ECH Colloquium 204. Poland.
12-15 Nov. 1985).
42
Tabela l.l
E, GNm- 2
1000
450-650
406
289
214
70-200
196
200-207
inoxidáveis 190-200
196
170-190
124
116
titânio 80-130
Bronzes e latões 103-124
Ouro 82
Alumínio e ligas 69-79
Prata 76
Granito 62
PRFV 7-45
Chumbo 14
Poliésteres 1-5
Acrílicos [,6-3,4
Nylon 2-4
PMMA 3.4
Poliestireno 3-3,4
Policarbonato 2,6
0,9
43
Tabela 1.1
c) Tensão de cedência a ccd , tensão de ruptura aR' e ductilidade E: r de alguns materiais
(refs. [2, 10])
2W+5 mín
H
a
ro 0.1 max.
«
M
H:!:1%
!O,5%
F
!O,5%
H:!:1%
0+1.5%
O
W ! O 4 "/o
Largura útil = W
Espessura = B = 0,5 W
Semialtura = H 0,6 W
=
=
Oiâm, orifício pino 0,25 W
F= 1,60
Largura do entalhe = N = 0,065 W
=
Comp. efectivo da fissura a = 0,45 W a 0,55 W
onde (1"..d é a tensão de cedência do material nas condições do teste, isto é, 'para a mesma
orientação, temperatura e velocidade de aplicação da carga. Estas condições, que visam
garantir a existência de um estado de deformação plano, criam porém a necessidade de
fazer uma es.timativa do valor de I<tc com vista a definir as dimensões dos provetes.
(I) Notar que além destes provetes. únicos previstos na rer. [9]. a rer. [8] admite a possibilidade de utililação de proveles com outras
geometrias.
46
Após ter decidido quais as dimensões a partir desta estimativa. que naturalmente
deverá sobrestimar o valor real de Kk' o provete tem de ser sujeito a uma sollicitação
cíclica com vista ao desenvolvimento de uma fissura de fadiga. T~mbém aqui foram impos
tas limitações quanto à carga máxima. ou factor de intensidade de tensões máximo. a
usar durante esta operação. tendo em vista que a zona plástica na extremidade da fis
sura durante o processo de crescimento seja de dimensões reduzidas. O comprimento da
fissura de fadiga deverá ser pelo menos 1.25 mm. o que significa que do comprimento
total da fissura. a. (ver figuras 1.31 e 1.32) apel)as (a - 1.25 mm) podem corresponder a
um entalhe maquinado. F. Oliveira descreve na ref. [13] uma máquina que resolve muito
economicamente o problema de dotar provetes do tipo 3PB com umaJenda de fadiga.
O teste consiste em carregar o provete até à propagação da· fissura, a uma velo
cidade definida (I( = d Kj dt), registando a curva carga-deslocamento medido à face do
provete com um transdutor de alta precisão (c1ip-gauge), representado na figura J.33.
Ao contrário do . que sucede com outros ensaios de materiais, a validade de um
ensaio K lc só pode ser apreciada após a execução do ensaio e a análise dos seus resultados.
Ex tensómelm
\
Fig. 1.33 - TranSdutor de deslocamentos do tipo "c1ip gauge". com extensómetros TI. C I, T2 e ~.
P~in
" 11
~= (1.53)
onde S é a distância entre apoios (= 4W) e f (aj W) é dado na tabela 1.2, e no caso do
proyete CTS (figura 1.32),
K
~
P~ I '2
= BW f(a j W) ( 1.54)
[ ( Wa)12 (a)l2
2.9
W
-4.6- (1.53 a)
constante das versões iniciais da norma ASTM E399. A última versão, de 1983, apresenta outra
f (1.53 b)
Tabela 1.3
constante das versões iniciais da norma ASTM E399. A última versão, de 1983, apresenta outra solução,
f (1.54 b)
válida para qualquer ai W > 0,2, e portanto de interesse em estudos de u...<,~'''''u de de (ver'
norma ASTM E647).
49
..
=
Fig. 135 - Representação esquemática da deformação na extremidade de uma fissura .
No seu trabalho original, Wells recorreu à equivalência entre uma fissura real de
comprimento 2a e zonas de deformação plástica, supostas circulares, de raio r" e uma
fissura equivalente, puramente elástica, de comprimento 2 (a + rI')' Na figura 1.36 descreve-se
como o cálculo é feito: considerando a fissura elástica equivalente 2 (a + ry), para deter
minar o valor de ô apenas temos de conhecer o valor do deslocamento segundo a direcção
y do ponto definido por r = rI' e e = 180°. Resumindo : sendo v o deslocamento segundo
o eixo dos yy, sendo r = ry ee = 180°, o cOD é dado por
y
2a
---- --- -- -
------
-- - - x
----- -- --- -- - --
Fig. 1.36 - Modelo para cálculo do valor do COD (8).
4
50
Sendo a /acr:d « I, isto é, para uma tensão remota aplicada a substancialmente menor
que o valor da tensão de cedência a cod ' conclui-se que, em estado dê tensão plano, é
(1.56)
1) = ~ ae<d a ( I. 57)
.7t E
De notar que, desenvolvendo em série o lado direito da equação anterior, obtém
-se para a / a"'d « I,
(1 .59)
y y
I I ! y
I II
(a) , (b) (c)
Fig. 1.37 - Placa traccionada contendo uma fissura central de comprimento 2a. (a) modelo de
Dugdale. (b) cargas concentradas P por unidade de espessura. (c) cargas concentradas
P por unidade de espessura. à distância x = b e x = - b.
2P a
KI 'I =a= - - (1.61)
~~
Seja agora P = C1 db. ou, para o nosso caso, P = C1ccd db. Virá
K= 2CC1ccd f C db (1.62)
~ a Jc
2
-b2
~=sec(~)
a 2 C1ccd
( 1.65)
Da equação anterior podemos tirar dois casos limite. Quando C1--:C1ccd , a / c -O,
isto é, c- 00 e a pIastificação . estende-se a toda a secção resistente. Quando C1 / C1caJ « I, o
desenvolvimento em série do segundo membro da equação 1.65 dá
( 1.66)
TI:
(1.67)
8
0=
I + _I (a + z) (1.69)
r (W -a)
K2(I_v 2) Vp
o= + ---~----
20ccd E I + _1_ (a + z) (I. 70)
0,4 (W -a)
2.4
75mm
2.0
E
E 1.6
1.2
O. 6
O.L.
m
O~~~~-L--~--~~==~~~--~----L---~---L--~
- 200 -1
T, o C
L39 do COD com a Iprnnl"r" T e a espessura. aço BS 4360 50D. [
55
tura possam apareéer num determinado ensaio. Assim, numa fractura elástica, Vp = O, e
portanto,
(1.71)
expressão semelhante à vista atrás (equação 1.58) mas contendo um factor adicional cons
tante, que toma em consideração o estado plano de deformação.
No caso de um comportamento essencialmente plástico, Vp = Vg e a primeira par
cela do lado direito da equação 1.70 torna-se insignificante face à segunda. Por sua vez,
a segunda parcela toma um valor muito semelhante ao da antiga: expressão (equação 1'.69),
residindo a principal diferença na nova hipótese relativa à localização do centro de rota
=
ção (r = 1/2,5 em vez de r 1/3).
. Quando o comportamento do provete. é do tipo representado na figura 1.41 a), o
ponto característico do ensaio é o correspondente à súbita propagação da fenda preexis
tente, obtendo-se ~c. Quando o comportamento é do tipo representado na figura 1.41 b),
existem dois pontos característicos no ensaio,· ambos procurando caracterizar a tenaci
dade do material: ou é possível determinar o ponto de iniciação da propagação' lenta e
estável ·da ·fissura ~i' usando, por exemplo, diversos provetes carregados até valores dife
rentes da carga máxima (ver. por exemplo, Knott e Elliot, ref. [18])., ou então é obtido
o valor do CODçorrespondente ao ponto em que primeiro se atingiu a carga máxima
registada durante o ensaio, ~m ' .
56
20
15
, (a I
10
5
A-90°C,a/W
Provete 18mm x 18mm)C mm
OL-~----~------~--------~--~
0.5 1.0 1.5
Deslocamento medido pelo transdutor'mm
Fig. 1041 (a) Curva carga-deslocamento de ensaio COD a-90 aço BS 43QO 50D, [15].
15
z
~.10
(b)
c
0\
~
C
Ü
A 20°C, a/W=O.39
Provete 18mmx18mmx72mm
oL-------~--------~--------~--------~------~
2 3 I. 5
Deslocamento medido pelo transdutor, mm
Fig. 1.41 (b) - Curva carga-<leslocamento de ensaio COO a 20 °C, aço BS 4360 500. [15].
mente oxidada (as regiões (a) e (b), bem como todas as superfícies livres do provete
sujeitas ao aquecimento adquirem uma cor azulada) e (c) zona de fractura frágil , a - 196 °e
não oxidada.
Existem outros processos de determinação de 8;, recorrendo a um só provete,
designadamente métodos eléctricos, e métodos recorrendo à "compliance" elástica do pro
vete (ref. [19]), que não veremos aqui.
. Deve referi~-se que nas situações de rotura estável e dúctil existe grande contro
vérsia sobre qual o valor do eoo a usar para a caracterização da tenacidade, 8; ou 8", .
A mais recente posição do Welding lnstitute (Inglaterra) sobre este assunto é considerar
o valor de 8; excessivamente pessimista, e considerar 8m uma caracterização aceitável da
tenacidade (ref. [20]).
1.3.3 O integral J
Entalhe
maquinado
rlw-al
Centro de
rotat;:ão
aparente
f
I
I
f
I
I
I
I.
Cl
o
u
Fig. 1.44 - Curva COO em função da temperatura; (a) e (b) correspondem usualmente a valores
Ôe , e (c) corresponde a Ôi (ou Ôm ) ' .
p
V
Fig. 1.45 - Técnica para determinação de Ôi: carregar diversos provetes iguais até níveis diferentes
de carga.
Aa
Fig. t.46 - Técnica para determinação de ai : extrapolação para lla = O.
Entalhe maquinado
la) f~ de fadiga
Ibl Aa
J =l(' w - T u ds
ÔX
( 1.72)
p
descarreg~ento para material elástico não·linear
I
I
I
/
lí/ / plastico
descarregamento para material
I
I
Deslocamento
(1.74)
(1.75)
isto é J ex: u2 •
Consideremos agora o que se passa em regime plástico, e consideremos o modelo
de comportamento rígido-perfeitamente plástico (ver figura 1.50 a). A carga PGY é a carga
que provoca a situação de cedência plástica generalizada. Para ilustrar o que se entende
por cedência plástica generalizada considere-se o seguinte exemplo : no caso de uma viga
de secção rectangular WxB sujeita ao momento Oector Mr, a condição limite de solicita
ção elástica é
2
._ (jooj WB
M,- (1.76)
6
Devido ao gradiente de tensões, de compressão a tracção, ao longo de W, o valor Mr
dado pela equação anterior não corresponde à ocorrência de cedência plástica em toda a
secção resistente. Esta só se verifica para um valor mais elevado de M r
(1.77)
p
A
)~
1.50 - (a) Comportamento (b) a cedência
Podemos escrever
(1.78)
e
ôU ô
J u (I
ôa
I
isto é, J o: u, resultando então o comportamento descrito na 1.51, onde, para peq uenos
valores de u em regime J depende parabolicamente valores
de u a deformação plástíca J linearmente de u.
Naturalmente, conhecida a curva representada na figura 1.51 para a geometria de
a determinação de J a partir u é imediata:
Tal como se que o uma fissura
fica pelo valor crítico do . e Begley mostraram que
o mesmo se caracterizar por um valor crítico de J, Jc ' Regressando à 1.51,
notar que Jc o valor do deslocamento u correspondente ao ponto
do ensaio. representado na 1.5 , porém
que este processo de J não é
No caso de essencialmente de flexão, como por exemplo o 3PB e o
foi demonstrado que J é satisfatoriamente pela p.yrlrp.,,<::i:in
2U
J=---- ( 1.80)
B(W -a)
u
\
onde U é a área sob a curva carga versus deslocamento dos pontos de aplicação da
carga até ao ponto de interesse, W é a largura do provete e a o comprimento da fissura.
Tal como foi referido a propósito dos ensaios COD na região de mais elevada
tenacidade, onde é possível determinar Oi e 0111 também é possível determinar J i e J Ill ,
bastando para tal conhecer os valores de U (equação anterior) correspondentes ao ponto
de início da propagação, ou ao valor da carga máxima suportada pelo provete durante
o ensaio. Conforme está descrito na figura 1.52, o valor de Ji é · também obtido por extra
polação para ~a = O dos pontos J. ~a correspondentes a diversos provetes idênticos car
regados até pontos diferentes.
Notar na figura 1.52 d) que na técnica de ensaio representada. recomendada pela
ASTM, ref. [21], o ponto de interesse é a intersecção da curva definida pelos pontos
experimentais com a recta J = 2 ã ~a, e não com o eixo vertical. Esta escolha procura
tomar em consideração a deformação na extremidade da fissura antes do início da sua
propagação. Esta deformação é estimada como
( 1.81)
_.
Superfície de
6 dm
'vi -a
f ractur a
-
DESLOCAMENTO
a) bJ
'" FIs.sura
"------ preexis~nte
,
<{
l=:J
2 Area
.IX 'vi-a
,....
<{
- .
DESLDCAMENlO
c)
dt
Fig. 1.52 - Técnica de determinação de J i : (a) Carregar provetes idênticos até diferentes valores do
deslocamento (b) Medir a propagação da fissura (c) Calcular J para cada provete
(d) Representar J versus ~a e determinar Ji .
64
onde
( 1.82)
J =G 0"C\.'1:! o ( 1.83)
(I
corno tem ocorrido nalguns casos (ref. [25]), ã imposição de valores mínimos de eoo a
atingir nos ensaios. O eoo é, porém, mais do que isso: permite o cálculo, por métodos
tação em que o defeito foi detectado, ou se pensa que possa existir. Assim, é por exem
plo possível definir em que condições é ou não necessário reparar cordões de soldadura,
( 1.85)
E
-<0,5 (1.86 a)
. E""d
onde ã é metade do comprimento de uma fenda de penetração total (corno se viu opor
tunamente, o comprimento de urna tal . fenda é habitualmente designado por 2a), ou é o
valor de um parâmetro representativo das dimensões da fenda, no caso dos defeitos super
ficiais ou embebidos.
5
66
As figuras 1.53 b) e 1.53 c) indicam como obter o valor de a. neste último caso,
[26,27]. Assim, numa placa de espessura B, sendo o defeito sup~rficial caracterizado por
a e 2c, e o defeito embebido caracterizado por 2a, 2c e p, a figura 1.53 b) dá o valor de
a em função de ai B e a/2c para uma fenda superfiCial, e a fig'ura 1.53 c) dá o valor de
a para uma fenda embebida em função de ai (p + a) e de a/c.
De notar que a equação 1.86 a) resulta da equação 1.57, tomando o primeiro termo
do desenvolvimento em série e . multiplicando o resultado pelo coeficiente de segurança 2.
A equação 1.86 b) é de natureza semiempírica, e representa condições de segurança deter
minadas realizando numerosos trabalhos experimentais. A margem dç segurança com que
o defeito tolerável é determinado é discutida, por exemplo, nas referências [28, 29], sendo
tipicamente maior ou igual a 2.
O valor de E / Ea;d é obtido a partir da Teoria da Elasticidade ,( ou da Resistência
de Materiais) como E = (J I E, ou, se houver a considerar úm fact{)r de concentração de
tensões (FCT), E = FCT(J I E. No caso de construçÕes soldadas não sujeitas a tratamento
térmico de eliminação de tensões residuais, é necessário adicionar o efeito da tensão rasi
dual, avaliada como sendo igual a (Jccd' Virá, nesse caso, E = Eced + FCTcriE.
Na sequência de numerosos trabalhos anteriores (por exemplo, refs. [26-29]), a
British Stanqards lnstitution publicou em 1980 um documento (ref. [6]) descrevendo em
detalhe a aplicação destas considerações ao problema da determinação quantificada de
níveis de aceitação de defeitos em construção soldada. Burdekin discute nas refs. [30,31]
a filosofia destes procedimentos baseados no conceito de COD.
2,0
1,5
11
G
0,5
~Ot~~ __________~______~______~____________~
0,01 OJ 1 ã
1,0
001~
- ____________~________~~~__________~
J 001
~ OJ ~
8
Fig. 1.53 (c) - Determinação de ã, defeito embebido.
68
1.4.1 Fundamentação
K, (1.87)
cr
Sr=- . (1.88)
. 0'1 (a)
onde (J é a tensão aplicada e O'!(a) é a tensão de' colapso plástico, função do tamanho
da fenda.
69
K= [ -28
. TI S;
, (TI
- Insec -S,
2
)J-; ( 1.89)
K;(a) (/
K,c 0" , (a)
r f
onde K, (a), e O" representam valores correspondentes à rotura (figura 1.54). K, e S" ava
liados para uma estrutura fissurada carregada, representam as coordenadas de um ponto
do diagrama (K, s,). Se este ponto cai sobre ou fora da curva definida pela equação 1.89
então a rotura é possível (pontos A', A" e B'), figura 1.55; se cai dentro da curva, a
estrutura é segura (pontos A e B) . Como K, e Sr são ambos directamente proporcionais
à tensão aplicada 0", a distância do ponto A à origem é proporcional a 0". Assim, aten
são de colapso é simplesmente dada por Fa sendo F o factor de segurança relativo à
carga, F = OA' 10A. A sensibilidade da análise" relativamente ao comprimento da fissura ,
é facilmente determinada representando pontos Kr' Sr correspondentes a valores crescen
tes do comprimento do defeito, a carga constante (pontos A, B, etc.). A carga crítica
para cada comprimento de defeito é então facilmente calculada como Fa, onde F é a
margem de segurança para cada comprimento de defeito (F = OB' 10B, por exemplo).
A equação 1.89 resulta directamente, com alguma manipulação, do modelo de
Dugdale oportunamente referido. Torna-se assim evidente que o procedimento de inter
polação aqui descrito tem· a limitação de estar baseado num modelo correspondente a
uma fenda de penetração total numa placa infinita sujeita a uma solicitação remota de
tracção. Por outro lado, o modelo de Dugdale supõe um comportamento elástico-perieita
1.0
- r , !
i\
o I
o 0,5 1,0
Sr
Fig. 1.54 - Diagrama de colapso CEG.B R6.
70
tOr--__
- ---
1.0
Fig. 1.55·- Margem de segurança do ponto A: F = OA' jOA. Ilustração da sensibilidade da análise
CEGB R6 relativamente ao corpprimento da fissura. .
- às propriedades do material
Isto permite que seja fácil medir a variação da localização do ponto de análise
quando um dos parâmetros está a variar, mantendo os outros constantes, conforme se
pode observar na figura 1.56 (refs. [33, 36]).
.
1.4.2 Exemplo de aplicação
, Aume~to na
, pressao p
,
I
I
1,O r - - -__ /
Aumento de
CF
I
I
Aumento em K1c
I
. /
O~ ____________________L-______ ~
O 1,0
Fig. 1.56 - Variação da localização do ponto de análise com o aumento de cr, K,c' e na".
E
C>
".,
...."
e sendo, em geral:
Tensão aplicada
Kr =- ------------!...---------
Tensão de fractura, MFLE
Tensão aplicada
Sr = -------------!...---------
Tensão de colapso plástico
1,0
0,9
0,8
11.7
0,6
KrQs
0,4
0,3
0,2
a=6
0,1
. O 0,1 0,2 0,3 0,4 O,S 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Sr
1.58 -Análise CEGB R6: exemplo.
73
IA de análise CEGB R6
H
30 240 "
0,875 46,25 0.386
36 192 1.093 50,66 42
0
45 120 l,75 56.64 0.472
50 80 2,625 59,70 0,497
2
NOTAS: tensão de cedência plástica, ã = 480 MNm
tensão círcunferenciaL cri 210
tenacidade. KJc 120
[I] HOEPPNER. D. W.. KRUPP. W. E.. "Predi('(ion of' component lile by application offatigue crack growth
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n
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77
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pp. 227-257.
AP,ÊNDICE 1
DETERMINAÇÃO DE FACTORES
DE INTENSI DADE DE TENSÃQ
1. INTRODUÇÃO
2. FORMULAÇÃO DE WESTERGAARD
"~I 'lI
o
)(
. ----".2-a~
+-1
~~jjjll.
(J"
Fig. I - Placa com fenda central de comprimento 2a, solicitada pela tensão a.
80
A da
Z = dZ ; Z= dZ (2)
dz dz
ôR ô] ôl ôR d ô
=--,-- com--= (5)
ôx ôy ôx ôy dz ôx
(6)
resultando, no nosso
Gy = RZ + ylZ'
G, = RZ
=-yRZ'
I
E xx = -OU- = - (a x -va y) (8)
ox E
I
u = - [RZ (l-v) -yIZ (I + v)] (9)
E
e do mesmo modo
I - .
v = -[2IZ-(1 +v)yRZ] (10)
E
E em estado plano de deformação, *
( 11)
e do mesmo modo*
(14)
( 15)
az
Z = --::==2 ( 16)
Jt-a
6
82
x
2a
z ( 17)
e quando ~ - 0, vem
z (18)
(j x = e ( l-sen-
cos- 8 sen
2 2 2
{;.
sen- cos- cos
o 30
2 2 2
e.t.p.
das de comprimento. 2a, igualmente espaçadas, com distância W entre os centros das
fendas, numa placa infinita sujeita à solicitação cr (figura 3), vem
W I
IW W
I-
I
!
I
I
g -O O X
(J
Fig. 3 - Placa com fendas de comprimento 2a periodicamente distribuídas segundo o eixo xx.
cr
z= (20)
JI-( sen(rra / W))2
sen (rrz/ W)
resultando
que, conforme é sugerido por lrwin, é uma aproximação útil para ter em consideração a
vizinhança das superfícies livres de placas de largura W(I) .
Outro caso de interesse está representado na figura 4, que diz respeito a uma placa
infinita contendo uma fissura de comprimento 2a segundo a direcção x, com forças con
centradas P por unidade de espessura à distância x = b. É neste caso
z= Pa J 1-(b/a)2 (22)
rr(z-b)z 1-(a/ z)2
11) NOUtr 'Iue neste caso é. na notação da Cljuação 1.27 do I. " capitulo.
, Y= jw
- t g""
- (21 b)
"a W
Rerere.,.,. a prop"'ílO. 'Iue lima outrd aproximação para eSle caso. repulada como mais precisa. é:
K=oJSI!.c"a ~
W
84
y
\
P
b~~
-
I x
Za ip
Fig. 4 - Placa com fenda de 2a sujeita à carga P por unidade de' espessura.
resultando
resultando
a
K (25)
(26)
85
K=- I (P .)
--+(j~ (28)
2 vm;
f I Y
Fig. 6 - Placa com fenda solicitada pela tensão remota (J e carga P ·por unidade de espessura.
//////. ///.
=
+
2b
Fig. 7 - Carga P (por unidade de espessura) transmitida por um pino ou rebite de diâmetro d« 2a.
a 2apdb ~
K=[ =Pv1ta (29)
o v;;;. Ja 2
2
b
isto é, uma pressão unifonne aplicada às faces de uma fissura provoca o mesmo efeito
nas extremidades da fenda que uma solicita~o remota uniforme a, tal que p = a.
86
resultando
(31)
e
sen~
e + cos- cos
e
2 2 2
KII
a y = - - sen
e cos
6 cos- (32)
2 2 2
-
.,."'xy 6 36
sen sen
2 2
e.p.t.
a,
e.p.d.
xy::(;
Zxy
a; =a ~
a cos' ~ (33)
xy =a sen~ cos~
87
0
I
I I I I I I ler
Fig. 9 - Placa contendo uma fenda de comprimento 2a inclinada relativamente à solicitação remota (1.
resultando portanto:
KI = cr sen ~
2
..;:;;;.
(34)
KII = crsen ~ cos ~ ~
cr, 8 (
= -KI- cos- 8 sen -38 ) - -KII- sen-
l-sen- 8 ( 2+cos - 8 cos 38 )
J 21tr 2 2 2 J
21t r 2 2 .2
(35)
't"xy =
Considerando a solução anterior, expressa em coordenadas polares (ver figura 10), tere
mos, como é detalhadamente explicado por J. G. Williams [7]:
cos
o -3 COSO) O (37)
cot P (39)
3. MÉTODOS NUMÉRICOS
Owen descreve em [ 11] outras técnicas, designadamente as que recorrem ao uso de ele
mentos especiais que simulam as condições na extremidade da fissui~.
Exemplificando o primeiro método anteriormente referido; considere-se a figura 12,
que representa uma placa quadrada traccionada, contendo uma fenda central de com
primento 2a. Dada a simetria do problema, é estudado pelo método dos elementos fini
tos apenas um quarto da placa, especificando condições fronteira apropriadas segu"n do
os eixos de simetria. Simetria segundo um eixo implica que os nós ·aí existentes apenas
se podem deslocar segundo essa direcção. A fenda é simulada não atribuindo aos nós
correspondentes ao seu comprimento qualquer restrição, exceptuando o nó da extremi
dade que juntamente com os da região não fissurada no plano da fenda é sujeito à já
referida condição de simetria.
Conhecendo os deslocamentos do ponto de ;;tplicação da solicitação exterior para
um comprimento da fissura, ai' e os deslocamentos correspondentes a uma fissura de
comprimento a 2 = ai + /). a, obtida por libertação do nó existente em ai' teremos
(40)
(41)
onde .!:la = 3.;+ I -3.; é a diferença das coordenadas horizontais de dois nós sucessivos .
. A figura 13 ilustra uma rede de elementos CST usada por J. T. Monteiro [12, 13],
enquanto a figura 14 apresenta uma rede de elementos isoparamétricos de 4 nós usada
por J . F. Duarte[14]. A figura 15 compara os resultados obtidos por estes autores, para
o caso representado na figura 12, com o resultado descrito por Rooke e Cai-twr.ight [I].
Notar que nesta técnica o valor de G obtido não corresponde a ti; ou ti; + I, mas sim a
= =
a; +.!:l aj2, quando é t1 a ti; + I -ti; const.
x
~
2b
cr
. Fig. 12 - Placa com fenda central de comprimento 2a. Apenas 1/4 da placa é analisado, atendendo
à simetria.
91
b
.j
a
Fig. 13 - Rede de elementos finitos do tipo CST.
u=
K,
F-
-
6
cos -6( I - 2v + sen ) 2
Ej(2+2v) 2~ 2 2
(42)
v=
K, ~
- sen - 6(2 - 2v - cos-,6)
-
Ej (2+ 2v) 2~ 2 2
K* =u* v. (f;"
~-f(6,v, E)
r
(43)
92
J =l(WdY- T
r
I,ôx
oli: ds\
')
(44)
J
93
1,6 r - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,
• ref. [141
1,4
1,3
~
b
--
~
V
1J 1
o
1° .::>
02
. I q3 0,4
a Ib
Fig. 15 - Factor de intensidade de tensão para uma placa traccionada em função de a/ b; curva
contínua, ref. [I ].
(46)
A figura 17 ilustra os resultados obtidos para uma viga prismática sujeita à flexão pura
[ 12l, e sua comparação com o resultado apresentado para este caso por Rooke e Car
twright [I l, enquanto que a figura 18 ilustra os contornos utilizados para o cálculo, com
os quais se verificou a independência do integral J relativamente ao contorno escolhido
para o seu cálculo.
Outra 'técnica de cálculo de K que pode recorrer ao método dos elementos finitos
é a técnica das funções de peso. Este método é descrito em detalhe por Parker [15], e
resumidamente consiste no seguinte:
94
[1 1
OVi1a
\ a/b" O}S
8 11
\
\
,1 ,2 ,3 ,4 ,5
r*/ b
16 Exemplo de determinação de K usando o método da iJ'-',""'-<"o.1. baseado no deslo
camento v.
U =--1~p(x)v(x,a)dx (47)
2 a
(49)
y
M 6M
~ KO=7 I.fffã"
1,6
b
\5 4b
1,4
12
J
1,1
1,0
0.6
aI b
Fig. 17 - Factor de intensidade de tensão para uma viga de secção rectangular sujeita à flexão,
espessura unitária.
K= f p (x) m (x, a) dx
a
(50)
onde
_ E' ôv(x,a)
m (x,a) - - - (51)
2K ôa:
É então possível, a partir do conhecimento da função m para a geometria em causa,
obter a solução K para qualquer tipo de carregamento, desde que conhecida a distribui
ção de tensões que, no corpo não fissurado, actuam no plano da fissura. Para o caso
da figura 20, e a partir das considerações feitas no inicio deste apêndice, é:
96
Fig.18 Rede de elementos finitos para o estudo da geometria da figura 17, ilustrando dois con
tornos para cálculo do J (contornos I e
97
o
x
la I
m(x,a)=v-- ~ (52)
1'C a" -x" .
. De facto , das equações 13 e 16 deste apêndice resulta, com uma manipulaçãõ elementar,
que a abertura da fenda representada na figura 1 é, em estado plano de deformação
v= (53)
/ / / />
/ ///~
/ 1////
/ / l/I
l/I
m I rn
Fig. 21 - Rede de elementos finitos para estudo de uma com um furo circular
diâmetro/largura mn = 5 mm).
Outro ex\!mplo do uso da técnica das funções de peso é dado por J. F. Duarte [14],
para o caso de uma ligação 24. A cruciforme representada
contém uma fissura por c = 0,67. A rede de elementos finitos
isoparamétricos de 4 representada na figura a um quarto da "I',G''Ya\J.
dada a sua 'simetria. A figura 26 representa o resultado, obtido pelo método dos ",I",mp'nft),"
finitos, correspondente ao de concentração de K" ao longo da secção AA,
que o cálculo do de de incluindo aproxi
maçoc~.J:'(OIPos,tas por Albrecht [ 16]. o resultado apresentado na figura
As aproximaçõeS sl,!geridas por Albrecht respeito a efeitos de
possível fonna semielíptíca da fenda, e efeito de superfície livre no caso de com
99
Fig. 22- Variação do factor de concentração de tensões ao longo de mn (ver figura 21): b medido
desde o centro do furo.
fendas laterais, por exemplo. Este assunto é retomado no capítulo 5 deste livro, onde
serão apresentados diversos resultados de interesse no âmbito da construção soldada.
Antes de terminar esta referência a alguns métodos analíticos e numéricos de deter
minação do factor de intensidade de tensão convirá referir que alguns casos se podem
tratar com base em aproximações muito simples, e no conhecimento de soluções elemen
tares. Assim, no caso da figura 28, supondo 2b» 2a, O valor de K é dado pela figura l. 16
do capítulo l. Recordemos, porém, que o factor de concentração de tensões para uma
placa infinita com um furo circular é K, = 3, e que o factor de intensidade 'de tensão
para uma placa traccionada 'contendo uma fissura lateral é KJ = 1,12 (J y;;;;:
(ver figura 1.14
do capítulo I, quando a« b). No caso presente, poderemos então considerar a fenda
100
~ 4
b
3
o
Fig. 23 - Factor de intensidade de tensão para uma fenda ao longo de mn (ver figura 21) :
a medido desde n.
como pertencente a uma placa com uma fissura lateral, de comprimento a....., R, num
campo de tensões de tracção dado por K,o-, isto é
,, ,
-
__ ,__ J _ ~ _ _+_--~
>
A A
~~
\~~~
1'\ \ \ ~ ~
I
Fig. 25 - Rede de elementos finitos para estudo da junta, soldada cruciforme (ver figura 24): solici
tação de tracção a.
102
I, 2
I
I
~--
I
1 2 3 5 (mm)
26 - Coeficiente de concentração de tensões ao longo de AA figura
-
b 2
a/t
27 - Factor de intensidade de tensão em função da a/t 25).
103
o
::.:::
ref. [1 1
~
~o
0,6
4. MÉTODOS EXPERIMENTAIS
Conforme foi referido no capítulo I, G pode ser calculado com facilidade, atra
vés da relação
(55)
57 13
400 a=16mm 19 22 25 28 31 34 37
z 300
a..
200
100
O~~~ __ ~ __ L-~~~ __L-~________________. .
I O.5mm l u
2400
2000
'~ 1600
CJ'I
10
" 1200
u
800
400
15 20 2S 30 3S 40
-3
a><10(ml
(a) (b)
I,S
~b13' ~
~ ',2
',1 -
B
',0
O,, 0;3
Fig. 30 - Calibração do factor de intensidade de tensão para um tubo traccionado pela tensão cr
e comparação com a solução correspondente a uma placa de idêntica largura W.
106
[I ] ROOKE , D. P.. C!\RTWRIGHT. D. L "CoJl1!Jl'l1iliIlJl1 or Slre.l".\" Il7IeI1sill' fàclOrs': Her Maiesty's Stalionery.
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PARIS, P. C, SIH, G. C. "SI/I'.H Anall'sis or Cl'llck s". em: "FwcllIre Toughnl's.1 Tesling and ils A{J{JIi
calions", ASTM STP 381 , 1964, pp, 30-81.
[4 ] WESTERGA!\RD, H. M.. "Bearin,; Prl'ssurl's and Crar ks ". JOllrnal or Applied Mechan ics, ASME. JlIne
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[5] IRWIN. G. R.. " Fracture" em : " EI1Cl'c/o{Jl'dio oi Ph,rsics': S. Flugge, ed .. IiOI. VI. Sp ri nger Verlag,
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SIH, G. C, liEHOWITZ, H.. "Mtithl'lllatical 771eorie.\ or Brillle Fraclllre': em : " Frocture. 011 Ad,'ancul
Treatise': H. Liebowitz, ed .. vol. 11. Acadcmic Press. 1968, pp . 67-190.
[7] WILLlAMS, J. G., "Stress Anall'sis oI' Po/l'JI1l'rs': 2nd ed .. Ellis Horwood. 1980.
[8] ZIENKIEW,CZ, O. C, "Thl' Finitl' Ell'lIIelll Ml'tlu)(1': McGraw-Hill, 3rd cd .. 1977.
[9] FENNER , R. T.. "Finite Elelllelll Methotls/ár Enginl'ers': London, MacMillan Press, 1973.
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[11 ] OWEN , D. R, L FAWKES, A. L "EnJ{illel'fing FraCllIre MechOliiC.\: lI/umeril'G1 Ml'Ih ods and Applica
tions ': Pineridge Press, 1983.
[ /2] MONTEIRO, J. M. T.. "Determinação til' Factores de Imensidade de Tensão Usantlo o Métotlo dos
ElemenlOs FinilOs ", Tese de Mestrddo em Engenharia Estrutural. Faculdade de Engenharia da· Uni
versidade do Porto. 1984.
[13] MONTEIRO. J. M. T.. C!\STRO , P. M. S. T. DE, " Deterlllinação til' FaclOres dI' Ill/em/tlade dI' Tel1.\ão
Usando o MélOdo tios Elellll!l1Io.\' FinilO,I' : ÜIlIt/O Compara/h'o ele Di(erel1les TéC/licas ': 3." Congresso
Nacional de Mecânica Teórica e Aplicada, Lishoa, 24-21\ Ou!. 1981
[14] DUARTE, J. A. O. F.. " Estudo til' Alguma.\ Técnil'G.\. til' Prel 'isão do COIl1{Jortalllell/O til' ütrlllurus
Contendo De(eilOs': Tese de Mestrado em Engenharia Estrutural. Faculdade de Engenharia da Uni
versidade do Porto, 1984.
[15] PARKER, A. P., "The Mechallic.\' or FracllIre anti Fatigue ': E. & F. N. Spon Ltd .. 1981 .
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Structural Division, ST2, Feb. 1977, pp. 377-389.
[17] OLIVEIRA, F. M. r., CASTRO, P. M. S. T. DE, "Determinai'ão do Valo/' de G, de lI/II Plá.l·tim': apre
sentado no 1." Encontro da Sociedade Portuguesa de Materiais, Lishoa, Maio 1983.
[18] FERNANDES, A. A., BRANCO, C. M .. CASTRO, P. M. S. T. DE, OI.IVEIRA, F. M. F., "Fatigue Crack
Pmpagation in Thin Hol/OII' Steel Sectio/lS': Conference on Fraeture Prevention in Energy and Trans
port Syslems, Rio de Janeiro. /983 . .
[19] CARTWRIGHT, D. L ROOKE, D. P.. "E,'aluativn or Stfe.I'S Ill/emitl' Fac/C)fJ ", Journal of Strain Amilysis,
\01 10, (4), 1975, pp. 217-224.
108
[20] SEABRA PEREIRA. M. F. O., HEAD. J. L TURNER. C. E.. Dimensional Crack Using
Srandard Isoparamelric Elemems'~ EU ROMECH Colloquium 77. Paris, 60S Sept. 1976.
[21] SEABRA PEREIRA. M. F. O., "Three Dimensional Linear-Elas/ic FraclUre.Mechanícs Anafrsis ~r Thick-
Walled Pressure Vessel Componenls'; PhD thesis. Imperial of and Technology. Uni
versity of London, 1977.
CASTRO. P. M. S. T. DE. "Delerminaçãv de FaClOres de Imensidade de Tensão", TecnometaL n." 38.
Maio! Junho. 1985, pp. 5-17.
APÊNDICE 2
INSTABILIDADE PLÁSTICA
DE ESTRUTURAS FISSURADAS
1. INTRODUÇÃO
2 I da da fenda
J = K;c
k E' (I)
w>80 (3 b)
p>200 (4 b) .
112
(5)
ôJ '\ dJ R
(6)
ôa J. n ~ da
(7)
(8)
(9)
o critério de instabilidade definido pela equação (6) pode ser assim representado
por
(10)
113
(11 )
onde .r e ó.~ são as componentes elásticas baseadas no comprimento efectivo a., que
toma em consideração a extensão da região plastificada, e JP e ó.~ são as componentes
plásticas baseadas no coeficiente de encruamento do material (n).
Para pequena extensão da região plastificada a componente plástica nas equações
12 é pequena comparada com a componente 'elástica, . e assim esta equação reduz-se à
bem conhecida solução elástica ajustada por lrwin ao comprimento da fenda efectiva.
Por outro lado, no campo totalmente plástico a contribuição plástica é o termo dominante.
Análises que empregaram as equações (12) mostraram-se de acordo com os cál
culos baseados nos elementos finitos e com resultados experimentais.
Calculada a força condutora da fenda em termos do integral J (ver equação 12),
esta é comparada com a resistência do material ao crescimento da fenda (curva J R, deter
minada experimentalmente) para obter previsões de carga para a iniciação da fenda, cres
cimento estável, carga para a instabilidade, capacidade máxima de carga e comportamento
carga~eslocamento.
Confonne a aplicação pretendida, '(ários diagramas se podem gerar:
diagrama da força condutora da fenda
diagrama de análise da estabilidade
diagrama de análise de colapso (semelhante ao descrito a segUir quando se
tratar do critério CEGB R6).
(13)
114
n= 0,61>
"1=0,215 b
O"O,25b
d 0,251>
x
B =O.S b
B- E$llusum
'I"
d b
(14)
( 18)
(19)
J
E'
K; . ( P ,\+I
J = - , + IX (10 €o C h , (a; b, n) -) (20)
E P"
25p -.--------I'=::------,I----....,,--+------+-::--~----+-------,I---,
-j-
-;--
-
.a ---/--
----t--
-j--
10,0
1-
.- '-.
5,0
pelo método de Newton. Com os valores dea e P, calcula-se J a partir da equação 20.
Se se pretender a previsão P versus ~LT resta-nos combinar as duas famílias de curvas
como se mostra na figura 2.
De notar que no exemplo apresentado a condição de instabilidade definida na'
equação 6 nunca é satisfeita para esta geometria e carregamento. Observa-se isto facil
mente deslizando a curva J R ao longo das abcissas para corresponder a diferentes com
primentos de fenda. O crescimento da fenda é por conseguinte sempre estável. A carga
máxima é definida no ponto de tangência da curva J a carga constante com a curva J R •
A carga que produz a iniciação do crescimento da fenda é dada quando se determina P
fazendo J R = J lc •
O aspecto do diagrama da força condutora da fenda depende da "compliance"
do sistema de carga. No caso de o carregamento ser a carga constante (por exemplo
pressão interna sobre um cilindro fendido, eM = 00), a carga máximá coincide com a
carga de instabilidade, isto é, as curvas J a deslocamento total constante têm compor
tamento idêntico ao das curvas J a carga constante, sendo próximos os seus pontos de
tangência com a curva de resistência J R do material. No caso de o carregamento ser a
deslocamento constante, ~ = O (máquinas de ensaios) e ~I.T = ~I.' Neste caso jamais
haverá instabilidade.
Para sistemas de carregamento mais macios com C M ~ O desenvolvem-se condi
ções de instabilidade que não coincidem necessariamente coma carga máxima.
O diagrama da análise da estabilidade é baseado nas equações 8,9, 10 e érepre
sentado em termos de TJ função de J adimensionalizado, (EJ / c a~), (ver figura 3). No
exemplo apresentado, para uma máquina de ensaios com eM
variando de 10 a 100, TI
será sempre menor que T JR e nestes casos o crescimento da fenda será sempre estável.
Observa-se também que só utilizando máquinas extremamente macias ou fazendo o ensaio
a carga constante se obteria a instabilidade. De notar também que TI é maior em con
dições de EDP.
Estas considerações serão no presente exemplo aplicadas à previsão do compor
tamento carga-comprimento instântaneo da fenda, conhecidas apenas a curva de resis
tência obtida expÚimentalmente e a relação a/E (ponto 4. deste apêndice).
É portanto necessário recorrer à equação (12). Como o equilíbrio do crescimento
da fenda requer J (a, P) = J R (a -80), os valores de J e a são usados na equação (20) e
calculámos o valor de P numericamente, por exemplo pelo método de Newton. Notar
que a carga que se obtém é a carga por unidade de Espessura, a qual terá de sef'rnulti
• : . '; .. , ~.' , .~. . - ." , . :. " ! . ": _ ti',', . .: ',:'
phcada pela espessura real para obter a carga total. " .' . , . ':;; . .. ~ ; ir" '.
~ - -, .
:" f
. ~ I
Milne et aI. (refs. [16, 17, 18]) deram um contributo significativo para O' tratamento'
deste assunto quando generalizaram~' critério CEGB R6 (ref. [7]), à determinação da
carga total que a estrutura pode toierar quando a fenda cresce por um mecanismo dúctil
até ao ponto de instabilidade.
117
100
CM-oo
CM = EC M
AÇO A 533 - B
80 a/b = 0,75
EDP
---~ E T P eM
60 TJR Z 200
....,
~
LO
20
-20L-------~~--~--------~------~--r_----------~--------~
o 20 LO 60 80 100
Kr= K,{(1,(a+~a) / t}
(23)
K R (~a)
onde (1 é a tensão aplicada, (1, é a tensão de colapso plástico da estrutura que contém a
. fenda, K, é o factor intensidade de terisão em crescimento estável da fenda, t é a espes
· sura, e KR (~a) é a tenacidade associada ao crescimento da fenda de ~a e pode ser
obtida a partir da curva de resistência J através de
(24)
OB" 00"
=-
OB
(25)
2 ( . '
F - - arc cos exp
7t S,
Sr
Fig. 5 - Critério CEGB R6: ilustração da influência do valor de F.
..
. oq
. ~
ci
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'"'"cu
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E
... ~.
I
lO r-
a--
a- ob
Li:
"
ai
'"ti
o
122
(27)
Note-se que para além resultados, foi possível obter informações adicionais,
as curvas P versus e P versus ~L; para o caso do provete de espes
sura B 10 mm, ver 8 e 9, e para o provetede espessura B 100 mm, ver figu
ras 10 e 11.
B=9,98mm
850
750
100
80
70
'TE •
E
OI
~ 60
cri
--
a..
50
40
2 3 4
t:.L[mm]
B:; 99.5l. mm
65
•
0\
.x • •
....o
50
a..
o 2 3 l. aolmml
Fig: 10 - Previsão do comportamento Pj Â.a para o provete de 100 mm de espessura.
124
900
800
700
600
cn
:.:::
SOO
-- 400
a::'-
Cl...
300
200
100
O 2 3 4 5 ti 10
â [mm]
L
Fig. 11 Previsão do comportamento P/8 L para o provete de 100 mm de espessura. e comparação
com o resultado
Aa
B CARGA DE INICIAÇÃO CARGA MÁXIMA
(Pmáx)
mm kg kg
mm
I ~.t5
10 682 682
100 59223 63400
0,8
0 ,6
,0,1.
ai = 12.07 mm ~401.6 kg
0,2
0,8
° 0,2 0,1. 0,6 1,0
1',0 r-------~
0,8
0,6
0,1.
(ref. [7]), está limitado a aços ferríticos, não se devendo utilizar com aços que apresen
tam coeficientes de encruamento diferentes, e não toma em cOr;tta o sistema de carga e
geometria.
Constatou-se que a utilização do critério CEGB R6 conduz a resultados com maior
rapidez do que a utilização do critério GE/ EPRl, como consequência, designadamente,
' da utilização no segundo de métodos numéricos como o método de Newton. A maior
facilidade do uso do critério CEGB R6 parece aconselhá-lo para a realização de ahálises
preliminares.
Verificou-se que a precisão dos reSultados utilizando o critério CEGB R6 é alta
mente dep~ndente da expressão usada para a determinação da carga. de colapso plástico
da estrutura em análise, tendo-se obtido bons resultados recorrendo às expressões apre
sentadas por Haigh e Richards (ref. [19]).
Os resultados experimentais cuja previsão era pedida são (ref. [20]):
Tabela II\
lla
B CARGA DE INICIAÇÃO CARGA MÁXIMA
(Pmáx)
mm kg kg
mm
1600
77mm min o
~-~-. - -
o
de resistência K R (6.a) descrita na figura 15, em que cada ponto foi obtido a partir de
uma tabela de J R (6.a) pela equação 24 deste apêndice.
A fenda foi obtida a partir de um entalhe por um processo de fadiga, sendo de
forma semelhante a uma semielipse de semieixo maior (direcção axial) 100 mm e semieixo
menor (direcção radial) de 66 mm.
O reservatório foi pressuIjzado até ao seu colapso sendo o crescimento dúctil está
vel da fenda preexistente medido usando ultra-sons. Pretendia-se a previsão da pressão
correspondente ao início do crescimento da fenda, e a pressão máxima atingida.
Este estudo foi realizado utilizando a metodologia CEGB R6 rev.2 (ref. [7]), que
permite realizar o estudo do comportamento de rotura estável dúctil com base nos parâ
metros K, e S" ambos função de 6.a, para uma tensão arbitrária aplicada. O detalhe
dos cálculos encontra-se na ref. [4], e a sua representação no diagrama de colapso encon
tra-se na figura 16.
Esta análise permite concluir que o início do crescimento da fenda se dá a uma
2
pressão de 5,5kgmm- , enquanto que a pressão máxima prevista é de 6,6 kgmm- 2 , cor
respondente a um crescimento da fenda na direcção radial para 66,4 mm.
Registe-se que o comportamento do tipo rotura dúctil progressiva, até à instabilidade
e colapso da estrutura, de grande interesse no campo do equipamento de pressão funcio
nando a temperaturas superiores à do regime de transição, não pode ser avaliado peJo
método BS PD 6493 (ref. [21]), referido no ponto 1.3.4 do capítulol, que ape~as trata o
problema da fractura frágil. A aplicação de tal método ao presente exemplo conduziria,
evidentemente, a uma previsão excessivamente pessimista do .comportamento do equipa
menta (ref. [4]).
€E
€E
"
129
1,01----_ __
0,9
0,8
0,7
0,6
(J = 20 kgmm- 1
0,5 .
0,4
0,3
0,2
0,1 0,2 0,3 0,4 0.5 0,6 ·0.7 0,8 0.9 1,0
9
130
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• ES1CS relatórios (ref" [20J c [22]' serão publicados no Joumal or Pressurc Vcsscls and Pipi,,!!.
APÊNDICE 3
BIBLIOGRAFIA RELATIVA
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CAPiTULO 2
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA FADIGA
2,1, INTRODUÇÃO
Fronteira
de grão
IniciacÃo
I
Fig. 2.1 - (a) e fases I e II do crescimento de uma fenda de fadiga. (b) KI""rf>"l"nr
esquemática de intrusões e extrusões.
139
irt'cção dto
propagação
da ft'nda
(2.1)
e a amplitude da tensão é
(2.2)
140
Solicitatão
PURA
ONDULADA
...
Fig, 2.3 Solicitações de fadiga.
2
t
G's
n
2~ ~v v~ v~
·
T!!mpo
( -
2001000 2~
'!OO
"A f\ f\
O
Umáx, -
(frn
(fmín
220VCA
Fig. 2.6 - Representação esquemática de uma máquina de ensaios de fadiga.
700
600 ~
500 ~
'" \
~
a.
I I
:l: 400
~ L" "
b'
...... aço 18Cr 9 N
300
I
I
200
I
.~
~ .. ...........
r--
II
aço e;trutural
2024 T4
liga de alumínio
100
10 6 .107 lrfl
VIDA, CICLOS
corresponde a vida infinita do provete. Esta tensão é designada por tensão limite de
fadiga' crio' Os alumínios apresentam comportamento distinto, pojs: por menor que seja a
tensão cr. aplicada, o provete acaba por fracturar ao fim de um. determinado número de
ciclos. Nestes casos define-se 0"10 convencionalmente como a tensão correspondente a um
determinado número de ciclos de vida, tipicamente 5 x IO~ ciclos no caso do alumínio.
Regressando ao caso dos aços, verifica-se a existência de uma relação empírica
entre o valor da tensão de rotura, cr R , e o valor da tensão limite de fadiga, 0"1,," Para
aços com tensão de rotura O"R inferior a 140 kg/ mm~. é cr(" = 0.5 O"R (figura 2.8). Para valores
mais elevados da tensão de rotura, a relação deixa de verificar-se, e, à falta de informa
ção mais precisa, pode-se supor que 0"1,,= 70 kg/mm~.
1000~--~----~----~-----~----~----+-----+-~
750~--~-----+---- ~---
ro
CL
:I:,
!
I
~ 500 --~---~~~7F-----~--'r ---+--~
I iI
250~---+--~~~~+-- -t----
I
O~----~----~----~~--~----~----~----~~
O 250 500 750 1000 1250 1500 1750
OR ,HPa
1750r---~----~----+----4---'~~~
1~r----+----~----r----1~q+.~----1
ro 1250~----~---1-----1~~~~---4-----4
a.
1:
~1000r---~--~~--~~---41--~~--~
Forro fundido mal.á.el
i incluindo noau la r I
750r----+----~~r+----1_--~~--~
1500 f-----1------+-----j'-------+---t---_+_-__1
12 50~----~----~----+_----+_----+_----+_--__1
ro 1~~----+-----+------t-----+----~r_----t_--~
o..
L
~ 7'":IJ I-----I---+---+---t---=*~~~~~
Ferro fundido
,.}.r;o vazado
250r--~~~~~~-+----~~~-r~~_+_-__1
O~--~----~--~----~~~-----L __~
O 250 soo 750 1000 1250 1500
(TR,MPa
1,0
----
-
t5" 0,8 ...........
""
b
0,6
-.............
(J'"=.5 (J'"R'
~If
I CJfo
10 5
VIDA, CICLOS
200
I o o
lO o o o o
a. o •
~'100
o o .......... u
; --
o Ou> ~o q
b
~
o
o
~
100 200 300 400 500
CJR,M Pa
Fig. 2.12 Tensão limite de fadiga a 5 x IOx ciclos. ligas de alumínio [6].
500 ~;::=+=====l====+====+===::::::):=====1
400~~~~~~~--~1~=-~~~~~--~
300~~~~~~~~--r-~~r---~r---~
lO
a.
~
b'"
100k-~~,c~~~~~~~~~~~~
VIDA, CICLOS
145
Fundição em areia
501,r-----------t-----------+---------~
10 7
VIDA , CICLO S
o Magnésio
• Uga vazada
200 ~---+--~ ----~----~--~~
'"
Q.
1:
Õ
I:> 100
O
O 100 200 300 400 500
DR, Mpa
Fig. 2.15 Tensão limite de fadiga, ligas de magnésio ( 108 ciclos) [4].
OL-----~----~----~----~----~
O 500 750 1000
OR·MPa
8
Fig. 2.16 - Tensão limite de fadiga, cobre e ligas de cobre, e ligas de níquel (10 ciclos) [4].
10
146
,"",,--,"\.:7r-\ ACUMUlADA
Quando um provete é sUjeIto a um número de ciclos de solicitação cr", (cr," ::::; O),
inferior ao número necessário para causar a rotura para essa solicitação, é intuitivo que
embora não fracture, sofreu da sua resistência. Pode por-se a questão de
qual o número de ciclos de uma outra a que o provete poderia Finda
Este número é certamente menor para essa solicitação, pois
o já se encontra danificado.
O processo mais simples para avaliar este deve-se a Miner, e consiste em
admitir o dano pode ser expresso em termos quociente entre o número de ciclos
(n) e o número de ciclos para causar rotura para essa solicitação (N). Miner
p'ostuJou em seguida que a rotura de ocorre o dos incrementos
dano é igual à unidade. Isto é,
(
n )_1 (2.3)
i N i
em flexão rotativa
e elementos de estruturas levanta a o valor
de ar" tomar em conta a diferente geometria encontràda no caso prático, o tipo de
solicitação, o acabamento superficial e todos os outros que diferenciam
ocaso
2.5.1. Tipo
todo o material nessa secção está sujeito à tensão máxima do cicIo. Em ensaios de torção,
verifica-se que a tensão limite de fadiga em torção é aproximadamente 0,58 da tensão
limite em flexão rotativa, o que está de acordo com a teoria da resistência da energia de
distorção, que implica
T = 0,58 a (2.4)
~-
~
1,00
~ LCartja axial
I
,80
I
~ ~- ----
I Fl~xão I
N
I e torlio
I
LJpo I
I
I
I
I
I
,20 I
I
o 1
O 25 50 15
DIÂMETRO, mm
OUREZA,BHN
800 I-+----I--il---~+_-_+_:<'__+_l
,i'
600 H------lf--+---.4----::;.-~...
==------+_l
ro
a..
:L
G'
tf 4 00 H----l:h'~t-::.,.,.9---:-_t_-_ti
--
200~"--:::.""""=-
o
SOO 1~ 1750
750 1000~IM~~50
I I I I I ·1
120 200 280 360 1.1.0 520
DUREZA , BHN
I
(2.5)
==t:====::::.~ . ~::------I---
221 - "linhas de força" de uma barra entalhada à tracção.
r=O
'5máx.
2.22 Veio com entalhe para chaveta, sujeito à
151
$Ib
Z
a
K,= 1+2 - (2.6)
b
Esta equação, cuja dedução se pode encontrar nos manuais de Teoria da Elasticidade,
=
implica os seguintes casos de interesse: (a) para um furo circular, K, 3 (ver figura 2.24),
(b) para uma fenda perpendicular à carga, ai b - 00, e K, - 00, e (c) para um fenda para
lela à carga, a i b - O e K, - I, o que implica o resultado intuitivo de que não há con
centração de tensões neste último caso.
O caso (b) acima é discutido em pormenor no tratamento da Mecânica da Fractura
feito no capítulo I. A consideração dos casos (a) e (b) fundamenta a aÜtude prática de
fazer furos circulares nas extremidades de fendas~ na esperança de deter a sua propagação.
As geometrias não susceptíveis de análise pela Teoria da Elasticidàde são frequen
temente estudadas por medições em modelos fotoelásticos. Para este fim são feitos mode
los a escala conveniente num material transparente que se torna bi-refringente sob tensão.
Estes modelos são carregados e é examinada a imagem resultante sob luz polarizada.
Medindo o espaçamento relativo entre as franjas resultantes, é possível obter medições
quantitativas do gradiente de tensões.
Para numerosos casos -de interesse prático, a obtenção de valores de K, faz-se
recorrendo a gráficos publicados em livros. O mais completo tratamento do assunto é
dado por R. E. Peterson no "Handbook of Stress Concentration Factors", John Wiley,
1974, ref. [2 b].
10
cr
Fig. 2.24 - Distribuição ge tensão na direcção da carga aplicada, para uma placa com furo circular.
É em geral necessário ter em consideração os seguintes
(a) Os factores de concentração tensão são diferentes diferentes de
carregamento. Usar sempre, portanto, o valor de K, apropriado para a solici
tação em causa.
(b) Os factores de de tensão têm deser aplicados à
baseada na secção usada para a determinação de
confusões, muitos manuais dão os valores de e indicam a expressão que
dá a tensão nominal a usar.
(c) Em de cada solicitação deve ser pelo
valor apropriado de K,. Por se a tensão nominal num entalhe se
deve a tracção e flexão, a tensão de tracção é multiplicada'
para essa solicitação, e a tensão de flexão pelo valor de K, para
vimos como as "linhas de força" numa barra entalhada solicitada à tracção se
concentram na base do entalhe (ver figura Visto estas linhas estão traccionadas,
tenderão a tornar-se o que tende a aumentar a entre os
portanto a produzir uma tensão transverSal de perpendicular à
aplicada.
Como refira-se que a entalhado representado na
implica a ocorrência uma do
tensão axial, ref. [4]. Esta tensão o diâmetro
do entalhe. Esta está sumariamente na figura 2.26, onde é com-
com o caso do veio não entalhado..
A 2.27 o caso de um furo numa
(tensão nominal <1 = situação particular do caso do furo elíptico
mente. Neste caso, o valor de =
'nos pontos I é K, 3. A análise teórica indica que os
pontos 2 estão sujeitos a uma tensão de à direcção de aplica
da carga, de valor <1 -<1nom. o que é intuitivamente razoável se que
as "'linhas de força" na vizinhança do têm para tornar-se
A aplicação do princípio' da sobreposição indica que (a},quando a
à tensão exterior <1, as 11 e as tensões tracção em I e
2 e (b) as tensões segundo 11. e 22 de iguál valor absoluto e sinal
(estado de corte puro), as normais em I e 2 têm valor absoluto 40'.
Resultados deste tipo estão reunidos na figura 2.28.
0",
I
Elemen to de
volume
--
J2) ,, ".
~.
',
,
Oi-Axial
Elemento de
volume I
"i . (jrcunferencial
03 . Rddia i
Fig. 2.26 - Comparação do estado de tensão de provetes cilíndricos à tracção, não entalhado ou
entalhado [6]. .
Cf
0;:.=10
= r-
~--'\.I\-A -
r-
)[ '\,}(
- ""De Anc
? d ~ Ô
SuperfÍcie lisa Superfície rugosa
~
1
Concordância suav&
6 ?
·1
Sem concordància
6
? R=J , .-=1. Rosca de diâmetro baixo
Rosca de diâmetro grande
a) . b)
c) d)
Fig. 2.31 - Exemplo de redução da concentração de tensões; (b, c, d) reduzem a elevada concen
. tração de tensões de (a) [4,6].
156
3, Or - n r - - r - - - , - - - - - - - - - ,
t-t+\\+-----I M( [EI5D ) M
32M
(J :-
nom rrd 3
( aJ
D/d=6
3
:/':15
-1'1
-..,...-----4---1::::: 1:0 3
1, o'--_..l--._--'--_.....I-_---'--_----'-_--.J 1,01
° 0,1 r Id 0,2 0,3
2,6
2,2~-\l~~
1,4 Ir-_~~~""'"""-::b;::*......:~;;3_b/d=2
-1,5
~""t--....j...;.-~=:1 2
~"t---+--I-----J, __ ~05
1,01
0,1 r/d 0,2 0,3
1, 4 I--->r-+-~,...p!a......,..+----+-----+--l
-+--=t=::::::~*~~/d
-1,2 =2
1,0 '----'-----'---.....I-----'------L.---I'-1,O 9
O 0,1 r I d 0,2 0,3
Fig.2.32.,.-K, para um veio com mudança de secção (a) flexão. (b) carga axial. (c) torção [6.14].
157
rr: = _3_2_M
nom rldJ
2,2 !----\---lT---\---t-----,---,-----.----t
(a)
1,4,1----t~--r;;;:;::::::f'"-i~:::t:==:3:=- oI d ; 2
_1,1
~t--+--_I_1,03
1,0 1
1,0 o 0,1 0,3
r/d 0,2
3,0 ,......--:--"'T""T---,---------....,
P~J
2I 2 I---\-+-""r--+-~____r-__.---'--'--_.____--I
Ki ( b)
2,6
161'
6 nom = trd J ( C)
Fig. 2.33 - K, para um veio entalhado (a) flexão. (b) carga axial. (c) torção [6. 14].
158
Cargc axial
p
Torção
1,4 f---+--+--I---+---~=;-~
1,01.....-.........I.--'-_...L_-'-_.L-........I._--.J
O 0, 1 di D0,2
0,05 0,10
°115 0,20 0,25
r/h
3,0 r-----:-.--_,-----'.(..;:...al~_ _ _ _.......
2,61--+-~1r-+---I
2,2 i----".t----",O,....p..,,,--~
Kt
3
2.35 para de secção na barra prismática (a) flexão (b) carga [6, 14].
159
3,0 ...."'T"TV----,-----r- - - , - - , - - - - ,
(}nom=~
b h2
~ , ,S ~~+_~~~~~~--._-~
-+:=:::::::::$==::=I
-J.
HI h=co
15 (a)
',4t---I------=r-=:f===~:::t:=j
i 105
,',5
1;0 1
L ------:O""', 0~
1,0 O " 5 ---"O'-:-c,l0:--·- O S
=-",lC:- -"JO,""'20---:0.1:-;;'::-"5-""'O,ll
3, 0 ~-"'---'-""II""""---,----,--,---..,
Kt H/h=co
1,11 ~--'>r+---+,,,,,,,,,=~---j::::""'....::::--t---"=--od 1 5
,','5
(b)
,,4f---i
I
- i - 4 ::::::;=:F===í==j 1,05
1,01
Fig. 2.36 - K,: Barra entalhada (a) flexão (b) carga axial [6, 14].
3,0
2,2 ..... .
...
_ ---
-.QJ h =
, 0,25
"""' h.-d)h
-
-- -----
1""- 0,5
--- I-
t--_ 1-
1,0
~O
(a)
1,4 00 - --
0,1, 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
3,0
2,6
~ r--... I
2,2
I--r---.... lo-.
- (b)
Kt
1,6
I
Pl~h ~~
1,4
(Jnom=-P-
I (b-d) h
I l
\0
18 ,--,---,----,----,---.,...--.,.--..,.-, h
16
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4,0 .-~II-+---+-----+---+-----I
,2 ,4 ,6 ,8
r Ih
M~r h t
M
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162
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6M
Kt crnom =-w
120
I
1,10
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I
~3 1,0 10 100
r Ih
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1,10
1pO L _ _L _ _ _ _--.J--=::::::::===-_-.I
0,3 ',0 10 . 100
rI h
1,1 0
1,25,-----,- ------..,--------,
T
161'
1:'nom = Ti1'
T
10 100
rI d
~ _ 161'
nem - """Tf[)l
.lL
2,0 o ~8
~0
Fig. 2.46 - K" veio com entalhe para chaveta, sujeito à torção.
164
K f = I + q (K, - I) (2.7)
3 1,0.:-----._=-=-_-r-----;-----,--=--~-, 3
~ ".... ...... .......
z .......
~ ~8~-~~-+---~~~~~~--+---------1
"w
c
~ O,6~-----_+- .....,..._=--_t_--::::;..._""""'=---1_o_:=-----____1 ::.:::
g 2
~ 04~----~~~~~~_t_----~-~~~~----~
w
~
w
J ~_
--
c
~ ~2r-~~---+--------r-------T------~
õ
~:; CT
°1L-----~-------~3~----~4----~51
Kt
Fig. 2.47 -- Sensibilidade ao entalhe (aço temperado e revenido. dureza> 200 BHN) [5].
165
4
a}
Aços temperados
.1 ~
revemdos --"".
~ - .,.~
--..-
-- - b)
~~
<";;0 s r~cozidos
~
Ferro fundido cinzento
I -
----------- ..9R "OMP.
SIIOMP.
=== :-:.-:.':::.-:.-:.-:_ 1 270MP.
11 3 4 5 ID
Fig. 2.48 - Kr versus K" aço e ferro fundido (aço temperado e revenido, dureza> 200 BHN).
Valores máximos de Kr: situações a) e b), por exemplo [4].
5.------.-------.-------r------~~----------__,
4~-----+------~------~------+~------------_=
3 r------t-------r------~~ __ --t~r---------_-~~~
-------
2 3 4 5
Kt
2.7.1. Comportamento
Considerámos ate aqui apenas o caso das solicitações de valor médio nulo. A
maioria das situações práticas envolve porém ' a combinação de uma solicitação estática
com uma solicitação cíclica. como é representado na figura 2.50. .
As solicitações de fadiga caracterizam-se em geral pelo par de valores a a •. O f11
,
conjunto dos valores a m , a. correspondentes a solicitações de fadiga que não causam rotura
pode descrever-se num sistema de eixos a m , a" ver figura 2.51. Numa representação deste
tipo são conhecidos à partida três pontos. Se a solicitação é estática, Cr a = O, e a tensão
média a m deve ser menor que a tensão de cedência a ccd ou de rotura aR" Por outro lado,
se a = O. a solicitação é alternada pura, e a tensão a. não pode exceder a tensão limite
01
de fadiga a ro.
Na figura 2.51, que apresenta resultados experimentais obtidos em aços e alumí
nios. estão desenhadas curvas correspondentes a três critérios diferentes: parábola de Gerber
(proposta por volta de 1870), recta de Goodman (proposta por volta de 1900) e final-
o
\«
'-' '"EtO
<:( o
I '-" e
u x
::J . ",
o E
Vl
o
.§
c:
E
b
<r,
max.
TEMPO '
um ciclo de solicitacão
mente recta de Soderberg (proposta pot volta de 1930), e que é o critério mais seguro,
evitando designadamente·a ocorrência de deformação plástica.
Outra versão do critério de Goodman, que visa impedir a ocorrência de defor
mação plástica, consiste em combinar a recta de Goodman com a recta resultante da
imposição de
(2.8)
como se representa na figura 2.52. Nestas condições, todos os pontos abaixo de AED
não causarão fractura por fadiga nem deformação plástica.
Para valores negativos da tensão média, a resistência à fadiga aumenta substan
tialmente, conforme se oberva na figura 2.53. O caso geral (cr m maior ou menor que
zero) correspondente ao critério de Goodman representa-se na figura 2.54.
Cfced (Jm
( CJCed
Fig. 2.54 - Diagrama 0". -O"m' cargas axiais ou de flexão, metais dúcteis [6].
?8~O~--~60~--~--~--~~~2~O--~~~--6~O--~OO·
crlll;n, Ksi
I 200 MPa I
Fig. 2.55 - Diagrama de resistência à fadiga para ligas de alumínio 2024-T3,2024-T4; e 2014-T6,
carga axial [6]. (I ksi = 6,9 MPa).
Ó
Fig. 2.56 - Diagrama de Goodman para cargas axiais, metais dúçteis [6].
169
$~tmJ:tfttll
Fig. 2.57 - Diagrama a. -a m para ferro fundido. vida infinita. cargas axiais [6].
(2.9)
(2.10)
cr m + cr a = cr ced
aa = crfo (I _crcr m
ced
) (2.[2)
I
13)
N
e portanto
0". O"m
--+--- (2.14)
O"~ol N
SOLICITAçõES COMBINADAS
. (2.15)
171
o-m
Jst
Ueq
(2. 16)
(2.18)
Fig. 2.59 - Exemplo do comportamento à fadiga, com controlo de deformação, do cobre; (a) endu
recimento cíclico, (b) relativa estabilidade, (c) amaciamento cíclico, material originalmente
sujeito a endurecimento, ref. [8]. .
ENDURECI~TO cíCLICO
b AM ACIAMENTO C[CUCO
<J
N 0.1 Nf N
Coffin apresentou, por volta de .1960, uma relação empírica entre o número de
ciclos até à rotura (Nr) correspondente a ciclos de deformação plástica
I
(Nr) i Doe: p = const. (2.19)
crced
A
Ll.e: p = cx A
Ll. T- 2 - (2.20)
E
-- aco CMn
1,0 ----- aço NiCrMo
_.- liga AI-Cu
-- liga Al-Mg
UJ
Q. 0,1 .
<l
~
0,01 ~
~
0,001
10 102 10 3 1()4
VIDA CICLOS
que da lei de Coffin resulta que tudo o que reduza Oe!lelICO para a
vida à neste tipo de solicitação são valores de cr ced e
condutividade e valores baixos de ex. e E.
Um nr(...r""~~"" frequentemente usado, no contexto
a este tipo de
do Admitindo
um '-'UI11IJ''''' casos
! 0,05
Detalhe A
se podem apresentar, conforme o cálculo elástico da tensão local a nos indica um valor
= =
a < a ced , a ced < a < 2 a ced ' ou a > 2 a ced ' Assim, supondo R aminJ a max . O, considere-se a
figura 2.65.
O caso a) foi visto em pormenor nos parágrafos anteriores deste capítulo. O caso
b) corresponde a uma situação em que, não obstante ser a > a ced , O ciclo de solicitação é
elástico, sendo no entanto de notar que a m não é a / 2, mas sim (a ced -a / 2). Finalmente,
em c), temos um ciclo contendo uma componente plástica ô'E p , com a m = O. Refere-se
finalmente que estas considerações são integradas em alguns códigos de reservatórios de
pressão, como está descrito em [18].
C{ed
(a) (b) (c)
Fig. 2.65 - Representação esquemática da influência da deformação plástica nos ciclos de fadiga
R = O'min' O' tnax = O. (a) Tensão nominal < O' a:d (b) O'ced < tensão nominal < mced' (c) tensão
nominal > mccd •
2.10.1. Generalidades
Nos parágrafos anteriores foi feita uma análise do fenómeno da rotura PO( fadiga,
considerando o processo divisível em três fases - iniciação de urna fissura , propagação
estável e rotura final - e foram discutidos diversos ensaios mecânicos que procuram
caracterizar este fenÓmeno.
176
(2.22) .
condição que examinada no capítulo anterior. Notar que a rotura final, no caso
de materiais elevada ductilidade e tenacidade, pode vir a dar-se por um fenómeno de
instabilidade plástica, simplesmente por a secção remanescente após o crescimento estável
do ser insuficiente transmitir os esforços a
177
TENSÃO NOMINAL
al o
a
bl
c)
d)
e) o
a +!J. a
A sequência (a I a (el é repetida ciclo a cic lo
do número de ciclos N (ver figura 2.67). A informação básica do ensaio é a curva a ver
sus N representada, a partir da qual se obtém os valores da / dN, e:'da calibração K do
provete, os correspondentes valores ~ K .
(2.23)
da =C(~Kt (2.24)
dN
~
~
.!!!
....
.
"O
o
1: ~:,(~ •.• IC>
e"
'
o..
-- - ------ -
eo
....
Número de ci dos. N.
a-m,l,.
...
o
1I(f, <0;;,1,. (Jmõ")
'"~
lEMPO
l!.K::;:Yàrr~
Fractura ou
instabilidade
plástica
10-1
.9 10-2
'-'
.~
I
"'z
"tJ"tJ
1 O-J
~=CItJ.KJm
dN
10-'
10- 5
G
1Õ
I
li K 10 50 100 t.K MN,;,ln
lf
(2.26)
ou ainda
N= (2.27)
expressão válida desde que m seja diferente de 2. Notar que, quando a aproximação
Y = constante não for aceitável, a integração da lei de Paris terá de ser feita por proces
sos numéricos, e dividindo o intervalo ar-ao em vários intervalos menores.
As considerações feitas dizem respeito ao caso mais simples, de solicitações de
amplitude constante. Solicitações aleatórias, bem como aquelas que correspondem a blo
cos de ciclos, correspondentes a diversos níveis de amplitude de solicitação, exigem alguns
refinamentos das considerações anteriores, conforme será visto em capítulos seguintes.
180
~
I: (a)
~1000
ttl
210
t..J
o..
"l
100
o
'ttl
VI
c::
10
<ti
f-
: ao
I
0,01 0,1 1,0 10
( b)
acfO,26mm
1~------~--~--~------
1
0,01 0.,1 10 (mm)
provoca uma aparente diminuição do valor de Ó.K 1f (ver figura 2.69 b). Idêntico compor
tamento seria observável para outros materiais, mas os valores dos parâmetros conside
rados (cr fo , Ó.K\f> ao) variarão de caso para caso.
2.11.1. Introdução
2.11.2. Macrofractografia
no entanto, por vezes, marcas ou outros elementos identificadores que as distinguem daquele
tipo de fracturas. Uma fenda de fadiga inicia-se, como foi referido; em pontos de con
centraÇão de tensões cuja origem pode ser diversa : inclusão não,i metálica, microfendas
de proveniência diversa, marcas de maquinagem, variação de secção; etc. Uma vez iniciada,
a fenda propaga-se lentamente. Em geral, a propagação da fenda não é uniforme proces
sando-se normalmente dum modo intermitente com zonas de crescimento rápido e zonas
de crescimento lento. Este modo de propagação descontínuo origina o aparecimento, na
superficie de fractura, de marcas, designadas "linha~ de paragem" ou "linhas frontais",
que se formam quando se verificam variações da velocidade de propagação, paragens ou
aceleràções, por efeito de alterações da tensão aplicada motivadas por factores internos
ou externos vários [19,20]. Estas marcas têm normalmente uma forma em meia-lua como
é ilustrado nas figuras 2.70 e 2.71. As linhas frontais constituem uma das características
morfológicas macroscópicas duma superficie de fractura por fadiga. Uma fenda pode ini
ciar-se em diversos pontos dum mesmo componente, propagando-se no mesmo plano ou
em planos paralelos que poderão ligar-se entre si, formando degraus como está ilustrado
na figura 2.72. As linhas de paragem, quando presentes, são em geral côncavas em rela
ção à origem (figura 2.71), facilitando assim a identificação do ponto de iniciação da
fenda. Notar contudo que a presença de tensões residuais ou a sensibilidade do material
à presença dum entalhe pode alterar o modo como se propaga a fenda, podendo em
materiais sensíveis ao entalhe as linhas de paragem ser convexas em relação à origem [21]. .
Uma característica macroscópica comum a muitas superficies de fractura por fadiga
são as "linhas radiais ou nervuras" ilustradas na figura 2.72. As linhas radiais têm a sua
origem no ponto de iniciação. Tanto as linhas de paragem como as linhas radiais são
Fig. 2.71 - Aspecto macroscópico duma superfície de fractura por fadiga, sendo visíVfis as linhas
de paragem e nervuras.
radial ou nervura
Fig. 2.72 """"-- Representação esquemática de linhas de arrancamento radial ou nervuras e propagação
duma fenda de fadiga em planos paralelos que se ligaram através dum degrau de corte.
184
Dir<.'CÇão f''''!'il'
!!lição da renda
45'
(...thio cur1~'
Fmctllnl" 45'
. . .
Fig. 2.73 - Propagação duma fenda de fadiga numa liga de alumínio sob estados de tens~o dife
rentes [19].
185
2.11.3. Microfractografia
A identificação macroscópica duma fractura por fadiga podé ficar seriamente com
prometida se não forem evidentes características como as linhas de paragem. O advento
da microscopia electrónica, principalmente a Microscopia Electrónica de Varrimento (ou
SEM, Scanning Electron Microscopy), v~io revelar novas características das superfícies
. de fractura de fadiga que tomam possível a sua caracterização rigorosa, mesmo na ausên
cia de marcas macroscópicas. Com a ajuda daqueles microscópios descoh~u-se uma carac
terística comum a muitas fendas de fadiga, principalmente aquelas que se desenvolvem
em planos a 90°, que são as' estrias [24-28]. Verificou-se que uma marca macroscópica
do tipo línha de paragem podia conter milhares de estrias. Cada estria' é produzida por
um ciclo de carga, embora nem todos os ciclos produzam necessariamente, uma estr,ia [24].
Na figura 2.74 são ilustradas estrias detectadas na superficie duma fenda de fadiga ocor
rida numa junta de canto duma liga de AI-Zn-Mg. J. Duarte et a!. descrevl!m em [29] a
análise da rotura do olhaI de uma máquina, baseada na identificação das estrias recor
rendo ao SEM.
Embora a presença de estrias na superficie de fractura constitua prova irrefutável '
duma fenda de fadiga, pode verificar-se crescimento de fendas de fadiga sem formação
de estrias [8]: para valores muito elevados de b. K pode ocorrer a formação de microcavi
dades características de fracturas d úcteis (ver figo 2,75), para valores de b. K baixos, podendo
ocorrer fracturas por um mecanismo de c1ivagem com formação de facetas de c1ivagem
(figura 2.76). Para valores intermédios de b. K e particularmente em materiais com tena
cidade baixa o mecanismo de crescimento duma fenda por fadiga pode ter contribuição
de modos de fractura diferentes do mecanismo de fractura por formação de estrias [24]:
Fig. 2.75 - Fractura dúctil duma liga dé alumínio, Óa = 200 N.mm- 2 [19].
Fig. 2.77 -'- Superfície de fractura por fadiga duma junta de canto executada· com uma liga de
Al:-5% Mg [19].
189
Avanço da fenda/ciclo
T€n'ãkvv
•
TonSâ0b;\A Temp o
TemDO
•
Ten'â0Vvvy
Tempo
Fig. 2.78 - Representação diagramática da formllção de estrias do tipo "dente de serra ~ [31].
(2.30)
190
D.K sendo estimado a partir duma expressão do tipo da equação 2.29, ou, preferivelmente,
com base em correlações experimentais de calibração espaçamento entre estrias/ ~ K. Estas
considerações podem ser úteis na análise de fracturas ocorridas em serviço, conforme é
Ilustrado por V. Antunes et aI. na ref. [33].
Deve acrescentar-se ainda que, por vezes, o mecanismo de' formação de estrias é
acompanhado de fissuração secundária com início na base da estria como é ilustrado na
figura 2.79. Como se pode ver nesta figura, algumas estrias .abrem, sendo as fendas secun
dárias normais à fenda de fadiga' principal. Ramificação secundária defendas de fadiga
tem sido associada a velocidades de propagações elevadas (maiores que 10- 3 mm/ciclo)
[19]. O mecanismo de formação envolveria plastificação acentuada do material na extre
midade da fenda. A presença de zonas de material plastificado é induzida por valores de
factores de intensidade de tensões elevados, aumentados provavelmente pela presença de
tensões residuais ou tensões secundárias de flexão. Verifica-se que estas fendas secundá
nas se propagam como fendas de fadiga secundárias, criando uma rede de estrias de
fadiga secundárias [34].
Fig. 2.79 ~ Ramificação secundária duma fença de fadiga. Liga de alumínio. ~K = 308.5 N.mm- J / 2,
. 2000 x [19]. . '
REFERÊNCIAS
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1950.
[2a] PETERSON. R. E., "Stress Concelllration Design Factors '; John Wiley, 1953.
[2b] PETERSON. R. E.. "Slress ConcemrGliun FaClors"John Wiley. 1974.
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[5] AS.M .E. Handbook : "Melais Engineering, Design". (O. J. Horger, Editor). McGraw-Hill. 1965.
[6] J UVINALL . R. c.. "Engineering CO/1sideralions of Slress.. Strain and Strenglh'; McGraw-Hill. 1967.
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[7b] OsGOOD. C. c.. "Faligue Design". 2nd edition. Pergamon Press, 1982.
[8] HERTZBERG . R. W.. "Deformation and FraClUre Mechanics of Engineering Ma/erials'; John Wiley,
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[9] DUGGAN. T. V.. BYRNE. J., "Fatigue as a Design Criterion '; lhe Macmillan Press. 1977.
[10] ROLFE, S. T.. BARSOM. J . M.. "FraclUre and Fa/igue Conuol in Stnlctures': Prentice Hal\, 1977.
[11] SANDOR. B. I.. "Fundamemals of Cvclic Slress and Slrain ': lhe University of Wisconsin Press. 1972.
[12] POOK. L. P.. SMITH . R. A , "Theoretical background to elastic fracture mecJwnics", em : "Fraclure Me cJw
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[13] SMITH. R. A . "An imroduction to fra clUre meclwnics for engineers. Pan 11: Using the stress intensity
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[14] COLLlNS. J. A.. "Failure of Materiais in Mechanical Design: Anazvsis, Prediction, Prevention ", John
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[15] BATHIAS. c., BAILON. J . P.. (Editores), "La Fatigue des Matériaux et des Structures'; Paris, Maloine,
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[16] International Journal of Fatigue, 1.0 vol. publicado em 1980; IPC Science and Technology Press Ltd
até 1981 inclusive, e Butterworth Scientific Ltd desde 1982.
[ 17] Fatigue of Engineering MateriaIs and Structures, I. o vol. publicado em 1978. Pergamon Press. O título
é "Fatigue and FraclUre of Engineering Materiais and Structures ': d~de 1985.
[18] ASME, "Criteria of the ASME Boi/er and Pressure Vessel Code f or Design by Ana/ysis in Sections
111 and Vil!, Division 2': ASME, 1969.
[19] FERNANDES, A A,"Fa/igue Performance qf Filiei Welded Joims of Al-Zn-Mg AlIoys Containing Root
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[20] KOCANDA, S., "Faligue of Metais ': Sijthoff & Noordhoff Int. Pub., 1978.
[~t] Mcli'ITYRE, D .. "FraclOgraphic Analysis of Fatigue Failures'; ASME J. Engng. Materiais and Techno
[24] LINDLEY, T. C, "Mechanics and Mechanisrns of Fatigue Crack Growth in Metais: a Revivew", Metal
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[25] BEACHEM, C D., "Electron Fractographic Studies C?f Mechanical FraClure Processes in Melais'; ASME
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[26] ASM, "Fatigue and MicroSlructure': ASM Seminar, Out. 1978, St. Louis, Missouri.
[27] VIDAL, G., LE Roy, P. Y., "Rapport entre la VÍlesse de Fissuration par FaTigue et le Facies Microfrac
tographique d'un Al/iage d'Alluminiurn': Memoires Scientifiques de la Revue de Metallurgie, Sept.
1974. Vol. 71, pp. 549-553. .
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[30] ASM, "Fractography and Atlas of Fractogr.pphs", ASM Metais Handbook. Vol. 9,8th ed .. 1974.
[31] PELLOUX, R. M., "Crack Extension by Alternating Shear", Engineering Fracture Mechanics, Vol. 1,
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[32] BATHIAS, C, "Mecanique et Mecanismes de la Fissuration par Faligue': na ref. 15, pp. 163-199.
[33] ANTUNES, V. T. A., CASTRÔ, P. M . S . T. DE, "Fractura por Fadiga : Estudo de um Caso", Materiais
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[34] GAUTHIER, P ., "Secandory Cracking Process During Fatigue Crack Prop'agation", Engineering Frac
ture Mechanics, Vol. 5, 1973, pp. 977-981.
CAPíTULO 3
APLICAÇÃO DA MECÂNICA DA
FRACTURA À FADIGA
3.1 INTRODUÇÃO
Já foi refe,rido que nas juntas soldadas sujeitas à fadiga a fase de propagação da
fenda tem uma importância significativa. É evidente que se torna difícil quantificar a
fase de propagação da fenda sem estabelecer previamente um critério dimensional que
defina o início dessa fase. Como se viu anteriormente (capítulo 2), a nucleação e propa
gação das fendas de fadiga verifica-se em duas fases que foram denominadas Fase I e
Fase 11. Na Fase I a fenda tem dimensões microscópicas, atingindo um comprimento de
alguns mícrones cobrindo um ou vários tamanhos de grão. A fenda da Fase 11 é já visí
vel à vista desarmada ou com baixa ampliação e caracteriza-se por apresentar uma direcção
de propagação perpendicular à tensão principal máxima no caso de o estado de tensão
ser uniaxial(Jl. O período de propagação da fenda corresponde assim essencialmente à
Fase 11 e pode ser estudado aplicando os parâmetros e as equações da Mecânica da
Fractura definidos no capítulo I.
Nas juntas soldadas, a iniciação e propagação das fendas de fadiga é bastante
facilitada pela concentração de tensões induzida pelo cordão de soldadura. O cordão de
soldadura provoca uma descontinuidade geométrica que é responsável por essa concen
·tração de tensões. Como se referiu anteriormente no capítulo 2, a resistência à fadiga
depende da concentração de tensões existente numa determinada localização. Este efeito
foi descrito e quantificado tendo-se concluído que a resistência à fadiga numa peça com
concentração de tensões é inferior à da mesma 'peça lisa e é geralmente tanto menor
quanto mais elevado for o factor de concentração de tensões da descontinuidade. A resis
tência à fadiga de uma junta soldada que induza uma descontinuidade geométrica será
portanto menor que a da mesma peça lisa (sem descontinuidade). Este fenómeno será
descrito e quantificado em pormenor no capítulo seguinte.
A introdução de uma descontinuidade geométrica Gunta soldada), mima peça ou
estrutura sujeita ' à fadiga provoca portanto uma intensificação das tensões na vizinhança
da descontinuidade. As tensões localizadas podem provocar plastificação nessas zonas que
(1) Se o eStado de tensão não for uniaxíal. a direcção de propagação da fenda não é constante.
13
podem atingir dimensões macroscópicas se a intensidade da tensão nominal ej ou o fac
tor de concentração de tensões da soldadura forem suficientes para causar uma tensão
máxima superior à tensão de cedência do material. Mesmo que a deformação plástica
não seja atingida a nível macroscópico, a intensificação das tensões numa zona tão pequena
toma mais operantes os vários mecanismos microscópicos de nucleação e iniciação de
fendas de fadiga que foram referidos no capítulo 2. A fase de iniciação da fenda será
assim mais curta e a fase de propagação toma-se mais importante. '
A fenda de fadiga inicia-se geralmente no cordão de soldadura, numa zona em
que a concentração de tensões seja mais elevada, ou num local ond~ haja defeitos de
soldadura. A propagação da fenda faz-se pelo metal de base, metal depositado ou zona
afectada termicamente, dependendo da geometria da junta, estado metalúrgico do mate
rial, tensões residuais e condições de solicitação. Tratando-se de uma fenda submetida a
um determinado estado de tensão, a Mecânica da Fractura pode também ser utilizada
para caracterizar as tensões e deformações na vizinhança dessa fenda sujeita a solicita
ções dinâmicas. Com este procedimento é possível relacjonar a tensão aplicada, a dimen
são da fenda, a geometria da junta e componente pelas curvas S-N expostas no capítUlo
anterior. A Mecânica da Fractura constitui assim a "ferramenta" mais importante de análíse
do comportamento à fadiga sempre que a fase de propagação da fenda tenha grande
importância, como sucede nasjuntas soldadas.
Neste capítulo será feita uma descrição breve da aplicação da Mecânica da Frac
tura à fadiga referindo-se as técnicas de análise e os parâmetros mais importantes que
influenciam a propagação das fendas de fadiga. Como é evidente, o estudo será essen
cialmente perspectivado para as juntas soldadas, incluindo-se no fim os respectivos exem
plos de aplicação. No fim do capítUlo apresenta-se uma lista bibliográfica de trabalhos
especÍficos sobre este assunto que vão sendo citados no decorrer do texto.
3,0
2,5
E
o
t:5 2,0
......
.
8' istribuição
de tensõ"s
',5
No caso representado na figura 3.1 as secções críticas são as que passam pelo pé
do cordão de soldadura. A tensão máxima é cerca de três vezes superior à tensão nominal
(j e decresce muito rapidamente aproximando-se da tensão nominal para pontos que dis
a,V)
~~--------~-------------B
Kt
(I) Isto significa que li tensão máxima na descontinuidade é a tensão nominal multiplicada pelo fador K..
197
factor de concentração de tensões menor será a tensão nominal que fará iniciar a fenda.
A linha horizontal B faz a separação da zona do diagrama em que se dá iniciação e
propagação da fenda (Zona I) da zona em que se dá iniciação sem propagação (Zona
lI). Na Zona III (abaixo da curva A) não há rotura possível porque nem sequer se ini
ciam fendas.
A utilidade do diagrama representado na figura 3.2 já foi demonstrada em mui
tos casos práticos [4,5] tendo-se verificado uma boa correlação de resultados quando
representados nesta forma. Sendo conhecida a tensão nominal alternada, tensão limite
de fadiga do material e factor de concentração de tensões, é possível obter a curva A e
defini~ a posição do ponto representativo do estado de tensões. Se este ficar abaixo da
curva A, não se verificará a rotura por fadiga. Contudo, se o ponto ficar acima da linha
A, dois casos se poderão dar:
i) ponto representativo entre a curva A e linha B, o que significa que se iniciam
ii) ponto representativo acima da curva A e hnha 13, em que se verifica iniciação
'"
( a ced) P1/2
0
terá de ser superior à constante que figura no 2. membro da equação 3.2 que é especí
fica do material e da geometria do componente.
. (I) Este factor de intensidade de tensões é o faetor inicial obtido com a equação K = Ya v7a. em que a é a profundidade do entalhe.
198
Nj -
Fig. 3.3 - Representação esquemática da variação do parâmetro ~ K/ p l/2 com a tensão de cedência
e o número de ciclos de iniciação da fenda. [ 6 ].
logN r -
Fig. 3.4 - Representação esquemática das curvas S-N de iniciação, propagação e total para uma
junta soldada.
3.3 DE PROPAGAÇÃO DE UMA FENDA: CRESCIMENTO SUBCRrnCO DE
UM DEFEITO
Denomina~se curva de propagação de uma a função que I1P<:rrl'\Ip
,..,.,,,,,,.nA (aumento de de uma fenda com o número de
da carga. função pode ser obtida experimentalmente (medindo o cOlnpnrrlenllO
fenda em função do número ciclos) ou analiticamente seguindo o procedimento
ficado no exemplo 3.1. a curva de propagação ser obtida no
laboratório seguindo o referido em 3.5 e em que se ' provetes nos
se abre entalhe a do a fenda de fadiga se '
facilmente (ver figura
já foi referido, a fenda , geralmente numa zona
tensões e devido à aplicação das cargas a pode nas con-
dições descritas no diagrama da 3.2. em que o
facto r de intensidade de tensões aumente com o comprimento da fenda (K aumenta
com a) as curvas que de forma esquemática descrevem o crescimento da fenda em fun~
do número de de da carga em a de tensão
constante o andamento na 3.5. A curva I corresponde a um
delo com gama de tensão ar enquanto que a curva 2 seria a obtida para um ciclo com
gama de tensão az em az < ar. contudo que em ambos os casos a
se iniciou a partir do mesmo ou inicial ai, propagando-se
com uma crescente da/dN(1) até uma dimensão crítica a., em que se
a rotura ou propagação instável. O valor ao pode ser a espessura, ou outra
Q,J[L-__X_-_ __________i_n_s_tá_v_e_I________-L!N_r_l______________
'N
~i_N_r_2~
3.5 - esquemática do crescimento de uma fenda de considerando duas
tensões O" I e 0"2 (o I > o:z).
(I) Por definição. daldN é o avanço da fenda por ciclo de aplicação da carga e portanto exprime-se em unidades de comprimento/ciclo
(mm!ciclo ou m/ciclo),
201
(I) A espeSsura pode influenciar a função da/dN, ÁK do modo que será bremnente referido em 3.6.6.
202
-º-ª
dN
= f (Ll K). (3.6)
riais de alta resistência com valores válidos de tenacidade . KIc ou K .dentro das normas
de ensaio da MFLE (ver capítulo 1).
Para determinar a curva da/ dN, ~K realizam-se ensaios em provetes com uma
geometria em que se conheça a formulação do factor de intensidade de tensões (equa
ções 3.5 (a), (b)). Como já foi referido, o provete dispõe de um entalhe bastante severp
com uma concentração de tensões elevada a partir do qual é fácil fazer propagar uma
fenda de fadiga. Obtém-se a curva (a, N) para uma dada tensão (fig. 3.5), medindo-se o
comprimento da 'fenda utilizando vários sistemas que serão descritos em 3.5. dai dN é a
tangente à curva (a,N) em cada ponto (fig, 3.5) e substituindo o valor de a correspon
dente nas equações (3.5) obtém-se para cada ponto na curva de propagação um par de
valores (da/dN, ~K) que permitem traçar o diagrama da figura 3.6.
Ma1.riais
z / ' dúch is
~ I
y" "
"" / )
I
'"o
...J I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
II Im:
: I
, I
Log / ; K -
Fig. 3:6 - Diagrama esquemático da/dN, ~K mostrando os três regimes de propagação (R = O).
r -____ ~----~-----------W-,~,_7-s-m-m----------._----~----~~
~--~~--------~~------~--~--~-r
Ii I B
Fig. 3.7 - Provete para ensaios de propagação de fendas de fadiga (norm'a ASTM E 647-81).
Fig. 3.8 - Instalação experimental para um ensaio de propagação ds: fendas de fadiga (Laborató
rio de Ensaios Tecnológicos da FEUP).
Técnicas directas
As técnicas sempre que possível observar a fenda com nitidez,
o que em muitos casos não é por dificuldades de acesso ou quando existem
ambientes corrosivos. último caso, a acumulação dos produtos da corrosão toma
em certos sistemas observar e medir a com o mínimo·rigor.
p'n,,,,·:.t" microscópica é a e para medição
fendas de Com esta geralmente um microscó
pio ou uma luneta de baixa ampliação (10 a 40x de aumento) montados
numa base deslizante, que se desloca devido à rotação de um parafuso micro métrico.
O deslocamento da base é medido ou um comparl\ldor mecânico ou por um trans
dutor de deslocamentos. isso a luneta é
a progressão da fe.nda, que o
na ponta da fenda. A 3.9 é um esquema
trando também o aspecto mais habitual da fenda através luneta ou microscópio.
que se ver bem a ponta da fenda é necess4rio que a superfície do
provete devidamente limpa e e que boas de iluminação. - O .
grau de da depende do e do da fenda,
normas gerais de aplicação. Assim, em muitos casostem~se que o
207
Cordõo de
soldadura
Base deslizante
Ftovete
I +
Fen-da vista alravés do luneta
Fig. 3.9 - Esquema de uma montagem para medir a propagação de uma fenda de fadiga .
polimento com lixa fina é suficiente, enquanto que para outros materiais e outras condi
ções de ensaio é necessário fazer um polimento súbsequente com pasta de alumina ou
até com pasta de diamante. As condições de iluminação da superfície do provete devem
ser de modo a evitarem-se os reflexos e (ou) sombras. Para isso a iluminação exterior
deve ser boa e a fenda deve ser iluminada com uma fonte de luz estroboscópica de
intensidade regulável.
A técnica de observação microscópica tem o inconveniente de não poder ser automa
tizada. Permite a detecção da iniciação da fenda, para o que se torna necessário a pre
sença constante do operador que deve observar permanentemente a localização onde a
fenda se vai iniciar. Quando esta técnica é utilizada em estudos de iniciação de fendas
faz-se um ataque metalográfico ria região em que a fenda se irá iniciar, de modo a reve
lar o grão e a microestrutura do material. Torna-se assim possível relacionar a dimensão
e as características da microfenda com os parâmetros mícroestruturais do material.
Desde que a superfície do provete esteja devidamente preparada e as condições
,de iluminação sejam boas, a observação microscópica é a técnica que mede com mais
rigor a progressão de fendas de fadiga -com frentes rectas. Por ,esse motivo é utilizada
como técnica d~ calibração e pode ser sempre empregue para verificar leituras de com
primento de fenda quando outras técnicas estiverem a ser utilizadás. Um inconveniente
- da observação microscópica é a de apenas poder medir o comprimento da fenda à super
fície do provete e não no interior. Portanto, só pode ser utilizada com rigor suficiente se
a fenda tiver uma frente bastante direita, o que dá um comprimento sensivelmente cons
208
T
Espessura
~
Fre-ntp da fenda
Espe-ssura
Fig.3.IO IP'T11""I"'OIl"\ do comprimento para uma fenda com a frente direita e outra com a frente
curva.
grafias ou no filme obtido e a iniciação da fenda pode ser detectada se o sistema for
automatizado. A automatização do sistema permite, no caso da fotografia, que a máquina
tire fotografias automaticamente com intervalos de tempo predeterminados. De todas as
técnicas experimentais aqui descritas, é a mais indicada para estudos de iniciação de fendas
se for devidamente automatizada. Tem a desvantagem de só medir fendas à superfície
das peças e, além disso, é uma técnica trabalhosa.
14
210
Curvei de
calibração
e
-;
E
.~
c
.!
)(
61
o
"C
Õ
.S
<fl
Comprimento da fenda
. Ext~nsómQtro elictrico
Fig. 3.11 - Utilização da extensometria eléctrica para medição de fendas de fadiga e representa
ção de uma curva de calibração.
vete e na localização onde a fenda se irá propagar. Quando a fenda se propaga pela
rede os filamentos são quebrados e a rotura desses filamentos, que funcionam como fios
fusíveis, indica a posição da fçnda. A rotura dos filamentos provoca um aumento de
voltagem que é proporcional ao número de filamentos quebra.dos. ou seja, ao compri
mento de fenda, e que é lido num aparelho de leitura.
A fig'ura 3.12 representa esquematicamente este sistema de medição que também
p04e ser utilizado para a detecção da iniciação da fenda (a rotura do primeiro filamento
indiCará a iniciação da fenda). O sistema tem a vantagem de ser económico, de fácil uti
lização e montagem e permitir automatização da leitura e registo' de dados. Tem como
inconveniente principal uma precisão da leitura dependente do espaçamento entre os
filamentos da rede (0,1 ou 0,5 mm), e portanto o grau de precisão é inferior ao dos
métod0s anteriores. Tem ainda outro inconveniente importante, que limita o emprego
desta técnica em trabalhos de investigação e que é o faCto de não haver garantia de que
o filamento se parta assim que a ponta da fenda o atinja. Muitas vezes sucede que os
2JI
PROVETE
Fig. 3.12 - Representação esq uemática da técnica da rede de filamentos para medir a propagação
de fendas de fadiga.
( I) A possibilidade de ocorrência" dc~tc fenômeno é grande em fendas de fadiga com corrosão que têm normalmente um raio de curvatura
clcyado na ponta.
212
o método baseia-se no princípio de que o fluxo magnético criado num corpo condutor
metálico pela passagem duma corrente eléctrica é alterado pela introdução de um defeito
plano que provoca uma desconti_nuidade no valor desse fluxo magnético. Neste caso,
após a iniciação da fenda dá-se Uma queda de potencial entre dois pontos situados um
em cada lado do plano que contém a fenda e que vai aumentando à medida que a
fenda se propaga. A figura 3. 14 mostra em esquema a aplicação do método a uma
junta soldada indicando a localização das sondas ou detectores que são utilizados para
medir a queda de potencial.
Duas posiçõt's
pa,a a .anda
Mt'tcij dto
1
adiçao
~ Ft'nda dQ
fadiga
A queda de potencial é lida num aparelho de leitura que pode vir já calibrado
para fazer leituras directas do comprimento da fenda. Porém para maior rigor é conve
niente ter uma curva de calibração que deve ser obtida nas mesmas condições do ensaio
real e em que o comprimento da fenda deve ser medido com o maior rigor.
O único inconveniente do sistema de queda de potencial é a pouca sensibilidade
para a detecção da iniciação de fendas , pois só começa a detectar fendas que tenham
atingido um comprimento superior a 0, I - 0,2 mm. Por conseguinte, as microfendas não
podem ser detectadas facilmente com este processo, o que poderá conduzir a erros ele
vados de previsão do número de ciclos de iniciação pelos motivos apontados anterior
mente. De resto, as restantes características dos sistemas de queda de potencial são bas
tante vantajosas, designadamente:
(i) Versatilidade - pode ser utilizado para medir fendas superficiais de qualquer
tipo permitindo a traçagem do contorno da frente da fenda, como se repre
senta esquematicamente na figura 3.15. .
214
Feonda direoita
rf Sonda móv~l
I ........!::::::::::::::~~::::::;:::::::::=+- Fe'n da
[
e' Iíp tica
c~ntral
Fig. 3.15 - Vários tipos de fendas que podem ser medidos com o sistema de queda de potencial.
Sonda anl~s
do plano da Sonda a
atravessar
Icmda o plano da
(leitura A)
lenda
(leitura B)
E
D
Fmda de
prolundidaqe D .,
Trajectória
do
fluxo
PROVETE
Fig. 3.16 - Método comparativo para medição de ,fendas superficiais empregando o sistema de
queda de potencial. [ 20 ].
- espessura
- história de carga
- deformação plástica
- tenacidade
Rotura
final
Regime I
I
I
l e- Regime II
• IKc
I
I
I I
I
I
I
I I
I . I Rl'gime TII
I I
I
I
I -2 48A= mffior
I distôncia em re
dois átom·os de
10'" L--_ _~!.....-_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ___J Fe na fase ferrite
log li K, M N m -Yz
Fig. 3.17 - Representação esquemática da variação da velocidade de propagação da fenda dai dN,
em função de ôK no caso geral dos aços, apresentando-se os diferentes regimes de
mecanismos de fissuração ..
217
Os valores foram:
C m
Microestrutura martensÍtica
i
1,35 X 107 2,25
(Aços de alta resistência)
I
3.18 apresentam-se num gráfico bilogarítmico as rectas correspondentes
de C e m no domínio de validade da de Paris (10.5 a mm / ciclo).
que se resultados é que a microestrutura
dos aços de alta não provoca uma
significativa na resistência à fissuração.
I - Microestrutura austenítica
2 - Microestrutura ferntico-perlítica
3 Microestrutura martensítica
\
\
\
\
\
\
Ofo
-~
- y líTO
a•
0
Fig. 3.19 - Variação esquemática da tensão limite de propagação com o comprimento da fenda .
Em pode que a tensão limiar de
tensão limite de fadiga para comprimentos de fenda inferiores ao \falar
na figura 3.19, e dada pela equação (3.8) quando a d a fenda for superior
a a*. Voltando ao da 3.2 e como referido na altura, é agora possível
definir a posição da linha horizontal B que será o valor da tensão limiar Llap para um
determinado entalhe de profundidade conhecida (Y e a conhecidos). É claro que
não será de um modo geral constante, pelo que o valor de Llap a usar na figura 3.2
deverá ser o valor de Llap a cri>f\,..,." .. t
O da figura 3.19 pode ser construído para cada caso que se
conheçam os valores apropriados de 0'[o, Ll K1f e Y. Os resultados experimentais publica
dos na literatura têm confirmado a validade [ ] , e consistem
na de valores de g e comparação com valores A
título exemplificativo, é importante ter uma ideia da gama de valores de Q* que se
podem obter. Por num aço macio em que =6,6M aro =
240MPa e
numa em que Y = 1,12 largura submetida à tracção com uma
fenda de canto) vem a* = 0,2 mm.· Porém num aço de alta resistência em que o valor de
ôK~ é mais baixo (tipicamente 3,4MPaVrn) e a tensão limite de fadiga mais alta (690MPa)
obtinha-se a* 0,006 mm. Estes resultados indicam que num aço de alta resistência a
à defeitos é muito menor que num aço macio (bastava um
defeito inicial de 0,006 mm conjuntamente com a tensão limite de fadiga para
propagação da fenda). Portanto o limite de dos materiais é bastante
afectado pelo acabamento superficial do que o dos materiais macios. É de referir
que os valores encontrados para Q serão os encontra':fos a riível rugosi
dade em peças lisas. Esta metodologia pode também ser aplicada nas juntas soldadas,
como se verá mais ,,111,~n'lf'
A (3.8), por ser uma equação da M é estritamente se o
material for homogéneo e contínuo e se a propagação da fenda se der num campo
tensões elástico, não se I de propagação e
para fendas de muito pequena (da ordem de dos de a
dos atrás). Com efeito, no regime I a propagação da fenda é geralmente transgranular e
descontínua. A rotura no interior dos próprios grãos e a da zona plás
que como se sabe está sempre associada à é muito
inferior ao tamanho de do material). Na figura 3.20 este "''''J''<>n,
de propagação mostrando-se a fronteira da zona plástica cíclica cuja dimensão ryc segundo
o eixo dos xx (8 = O) 3.20) será dada conhecida (ver capítulo I)
rvc (3.9)
em que Cf. é uma constante de proporcionalidade, que depende do material, meio ambiente,
frequência e estado de tensão na ponta da fenda, e a"" é a tensão cedência cíclica do
material obtida a partir da curva tensão-extensão a amplitude de extensão cons
tante capítulo 2).
221
Fig. 3.20 - Mecanismo de propagação e defonnação plástica nQ regime I da curva da/dN, LlK
(perto do valor de Ll K1r).
(I) Como se $8.bc. em volta dum entalhe pod~ criar uma lona de plastilicação devido à conccntmção de tensôes.
Material elasticamente deformado
FrOnteira do
corpo
Cordão de
. soldadura
\
Zona na
ponta da fenda
Fig. 3.21 esquemática das zonas de plastificação n() entalhe e na ponta da fenda.
i Propagação na zona
plástica do entalhe
z
~
o
u
Q-
a t.Krr
Fig. 3.22 - Variação da velocidade de propagação da fenda. da jdN, com o comprimento da fenda .
camente deformado sobre a zona plástica do entalhe e da fenda . . Deste modo a propa
gação toma-se mais .lenta à medida que a fenda ,vai avançando no interior da zona plástica
porque as tensões de compressão aumentam também. A velocidade de propagação poderá
decrescer continuamente, e se o valor das tensões residuais de compressão for suficien
temente grande a fenda poderá parar(l ) (dai dN = O).
No exemplo representado na figura 3.22 não se verificou paragem da fenda. Para
isso basta que a ponta da fenda atinja a fronteira da zona plástica do entalhe com um
valor de ~ K superior a ~ K,r. A velocidade aumenta então seguindo a curva 2 represen
tada na figura 3.22, que descreve a propagação da fenda pella MFLE já fora da zona
plástica do entalhe e para valores de ~ K > ~ ~r. Entre as curvas I e 2 há uma zona de
transição em que se sobrepõem estes dois efeitos e que é a zona que define o início e o
fim da passagem da zona plástica da fenda pela zona plástica do entalhe (fig. 3.21).
Em conclusão, pode-se referir que num campo de tensões elástico (material elas
ticamente deformado) basta que o valor de ~K exceda ~~r para a fenda se propagar.
Existindo uma zona plastificada, o valor de ~~r não é suficiente para que a . propagação
da fenda se verifique sendo necessário uma tensão mais elevada para-conseguir- a propa
gação devido ao efeito das tensões residuais de compressão na zona plastificada. A pro
pagação da fenda torna-se deste modo mais difícil (é necessária uma tensão mais elevada
para conseguir a propagação) do que se não existisse a zona plástica do entalhe, o que
é bastante benéfico em termos de resistência à fadiga.
Desde que o material tenha suficiente ductilidade para permitir a formação de
uma zona plástica no entalhe, dificlllta-se a iniciação e a propagação das fendas de fadiga,
o que à primeira vista poderia parecer contraproducente. A formação de tensões resi
duais de compressão aumenta portanto a resistência à fadiga como se verá em mais
detalhe no capítulo 11.
(I) Este efeiio de desaceleração da fenda irá ser novamente considerado no estudo da influência da história de carga (3.6.7).
224
TABELA 3.1
Resistência ÃKIf
Material R =Kmín./ Kmax.
à tracção (MPa) (M?aTm)
0,13 6.6
0,35 5,2
Aço de baixo teor
430 0.49 4,3
em carbono (macio)
0,64 3,2
I
. 0,75 2.8
0.1 8,0
Aço A533B 0,3 5,7
(aço de baixa liga - 0,5 4,8
·para reservatórios 0,7 3,1
sob pressão) 0,8 3.1
Aço A508 0. 1 · 6,7
(aço ao carbono de 606 0.5 5.6
média liga) 0,7 3,1
O 6,0
0.33 5,9
Aço inoxidável 18 (8 . 665
0.62 4,6
0,74 4,1
Aço D6AC (aço de liga I
1970 0.03 3.4
de alta resistência)
Liga de. AI 7050-T7 497 0.04 2.5
I
0. 1 2.7
Liga de AI 2219-T8 - 0,5 1.4
0.8 U
Titânio 540 0,6 2,2
6,6 I
Liga de titânio 0.15
1035
Ti-6 AI-4 V 0.33 4.4 I
O 2.5 I
0,33 1.8
Cobre 215 0.56 1.5
0.69 1.4
I 0.80 1.3
O 3.5
0.33 3.1
Latão 60(40 325
0.51 2.6 I
0.72 2.6 I
O 7,9
I
0.33 6.5
Níquel 430
0.57 5.2
0.71 3.6
15
226
como se sabe, acontece sempre numa fenda submetida a solicitações mecânicas. A defor
mação plástica na ponta da fenda toma mais efectivos os mecanismos de aceleração da
propagação da fenda já referidos anteriormente.
(I) Esta tensão "CST dividida por um coeficiente de segurança apropriado será a .tensão admissível no material quando existe corrosão sob
tensão.
t
-
-
'O
o
"O
E
CI
I
I
11 '111
I
I
I
I
I
logK
TABELA 3.2
Valores de K ICST em vários materiais*
Meio. Orientação a"", K'CST Tempo de
Material
ambiente do provete''' (MPa) (MPav'ni) ensaio (h)
liga> de alumino
2014 - T6 Água do mar sintetica S - L 420 18
2014 - T6 Solução de NaCl S - L "" 8 =10000
2024 - TI51 3.5% NaCl S - -L 325 11
2024 - TI51 Solução de NaCl S - L '" 9 = 10000
2024 - T852 Água do mar S - L 370 15
2024 - T852 Solução de NaCI S - L = 17 = 10000
2024 - T851 Água destilada L-T 410 24
7075 - .6 3.5% NaCl S - L 505 21
7075 - T6 Solução de NaCr S-L = 8 = 10000
7075 - T7351 3.5% NaCl S - L 360 23
7075 - T7351 Solução de NaCl S - L .;; 22 = 10000
7075 - T7351 3.5% NaCl S - L 365 26
7075 - T66 3.5% NaCl 525 .;;6.6
7075 - T66 Solução de NaCl S- L 7 = 10000
7175 - T736 Solução de NaCI 455 <21 1029
Aços
18 Ni (300) Sol ução {je NaCl T - L 1960 8 > 150
4340 Solução de NaCl T-S 1335 9 > 333
4340 Solução de NaCI L - T 1690 17 > 58
4340 Água do mar T-L 1550 6 > 20
4340 Água do mar T - L 1380 11
4340 Água do mar T-L i205 30
4340 ~gua do mar r-L 1035 65
4340 Agua do mar T - L 860 77
300M 3.5% NaCl . L - S 1735 22
300M 3.5% NaCl T - L 1725 30
liga> de lüânio
Tí-6AI-4V 3.5% NaCl L - T 890 39± la
Tí-6AI-4V 3.5% NaCl L - S 890 45 ± 8
Ti-8 AI- IMo -IV 3.5% NaCl T-S 825 25
Ti 8 AI I Mo - I V 3.5% NaCl T - S 745 31
Ti-8 AI- 'I'Mo -IV Água T - L 855 29
T,- 8 AI- I Mo - I V Metanol T - L 855 15
Ti -8 AI-IMo-IV CCL. T- S 855 22
Ti 8 AI IMo - I v Água + 21000 ppm T-L 1035 15
Ti 8AI I Mo - I V Cloreto 1035
Ti- 8 AI-IMo -IV Água + clareIO(100 pprn ) T-L 1035 25
Ti 8 AI I Mo I V Água + clareIO (0.1 pprn ) T-L 1035 27
• Speidel. M. D.. Hyau. M. W. Advances in Corrosion Science and Technology. Plenum Pre:ss. New Yo rk. p. 115. 1972.
Fig. (a)
(I) A tenacidade Ktc c paniculannente o limiar de propagação K'CST dependem bastante da orientação do proveIo na placa . As ICIr"' S.
T e L representam as direcçõcs da espessura. largura e comprimento da placa. respcCli\lImCnlc. em 4\1e a direcl"io L coincide eom a direc
ção da laminallem. elltrusão 011 forja menta (lill-- a). Nesta figura indicam.,., as orientaçõcs dos prm'ctcs na placa de acordo com um código
em 4"c a primeira letra indica a direcção de solicitação do provete em relação à placa (S. T ou L) e a segunda Ictrd " direcção di: propa
gação da fenda também em relação à placa (S. T Oll L). .
Os resultados da tabela mostram que a orientação do provete na em
relação à direcção processamento tem grande influência nos de K1CST e tam
bém na tenacidade à . Nas de alumínio alta e média' a direc-
S-L é a quç produz valores mais de porque 'a se propaga na
de alongamento do grão a solicitação aplicada segundo a Também
existem diferenças entre as orientações T-L e L-T~ o que depende do sistema material-meio
ambiente. Nos aços alta (não que são os mais susceptíveis à
corrosão tensão, também que a éa
Os utilizados na dai dt, K
utilizados nos ensaios de Mecânica da Fractura e de propagação de fendas de
Ainda não existe nenhuma norma para a realização destes ensaios, mas o procedimento
habitual em iniciar uma fenda de fadiga a partir de um entalhe bastante
severo utilizando o mesmo de entalhe e procedimento nas normas
a determinação K,c (BS5447 ou ASTM E-399). A zona do provete em
localizada a fenda é em posta em contacto com o meio ambiente e submetida a
uma carga de geralmente por um alavanca multipli
cadora que com pesos Noutras é introduzida
um de parafuso junto à linha da 3.24 rpnrpc'>n
esquematicamente uma balança estática para ensaios de corrosão sob tensão em flexão,
em que na linha da fenda se exerce um momento induzido carga colocada
no extremo do braço.
C OfflP~OtOd Of
t=L:::;==:====T
(3.10 a)
que deve ser resolvida em ordem ao comprimento da fenda ou tensão supondo que o
factor geométrico Y era conhecido.
234
(3.11)
Corte longitudinal
2c
Se a fenda for longa, a l 2c~ I, o factor cf> = I e numa localização onde haja
uma soldadura com tensões residuais é de esperar que 0=0=1' Nestas condições a equa
ção (3.11) resolvida em ordem ao comprimento da fenda e num caso de corrosão sob
tensão dá
É de referir que esta equação é absolutamente geral e aplica-se para qualquer fenda longa
e fina situada num componente de grandes dimensões, desde que a tensão aplicada seja
próxima da tensão de cedência do rriaterial, o que geralmente sucede com as tensões
residuais de soldadura.
É conveniente representar graficamente a equação (3.12) na forma de K1CST em
função da tensão de cedência considerando dois comprimentos de fenda, respectivamente,
2,5 mm e 0,25 mm. Estes valores foram escolhidos por serem representativos.
A representação está feita na figura 3.26 e para exemplificar a utilização do dia
grama, suponha-se um material que tem determinado conjunto de valores de K1CST e O ced
identificado pelo ponto A na figura 3.26 (na tabela 3.2 podem retirar-se valores numéri
cos) e localizado entre as rectas dos comprin:entos de fendas escolhidos. Neste material
uma fenda com 2,5 mm de comprimento será superior à necessária para propagar uma
fenda de corrosão sob tensão no mesmo ambiente e condições de-aplicação usados para
determinar K ,csr . Mas uma fenda com 0,25 mm de comprimento já não se propagaria
nas mesmas condições. Para determinar o comprimento de fenda aceitável bastava deter
=
minar a recta que passa pelo ponto A, o que deu a 0,6 mm que será o comprimento
de fenda aceitável.
A outra maneira de utilizar o diagrama é fixar um determinado comprimento de
defeito que não possa ser detectado e (ou) reparado e definir a recta correspondente a
esse valor (fig. 3.26). Obtém-se assim a gama de valores admissíveis de K 1CST e cr~ ou
seja define-se o material que deve ser utilizado.
No caso de não existir nenhum defeito de dimensão conhecida. na estrutura, pode
estabelecer-se a metodologia habitual de considerar que existiria na estrutura e na locali
zação mais crítica um defeito com dimensão equivalente aos limites inferiores da técnica
de inspecção não destrutiva mais apropriada à localização do defeito. A equação (3.10 a)
será então resolvida em ordem à tensão cr que funciona assim como tensão de serviço
ou admissível na estrutura. que não deve ser excedida sem que haja risco de rotura por
corrosão sob tensão. Esta aproximação dá uma margem de segurança relativamente ele
vada, porque não admite sequer a propagação da fenda, o que em certos casos pode
conduzir ou a tensões de serviço muito baixas ou a limites de inspecção muito aperta
dos (valores baixos de defeitos admissíveis para uma dada tensão).
A alternativa consiste em permitir a propagação controlada da fenda (valores de
K> K 1CST), o que permitirá tensões de serviço mais elevadas ou defeitos admissíveis de
maior dimensão para uma dada tensão já instalada.
A fissuração por corrosão sob tensão pode então ser admitida durante a vida da
estrutura se a propaga~o da fenda, desde um comprimento inicial a, até um comprimento
crítico a" se der num intervalo de tempo que não ponha em risco a integridade da estru
tura. Desprezando o tempo de iniciação da fenda o tempo necessário para a rotura será
apenas o tempo de propagação da fenda [ que pode ser calculado integrando a equação
~=f(K) (3.13)
dt
em que f(K) é a equação da curva (da/dt, K) obtida experimentalmente nas condições
já .referidas (fig. 3.23). Substituindo na equação anterior a equação de definição de K vem
(3.14)
t= _I
. cr
fac f(Y~)
ai
da
(3.15)
ülvel correspondente a K.:(K Ic) , É óbvio que para aplicar este método é necessário conhecer
também cr, Y, Kc e o vaior de ai a que terá de corresponder um valor de K> KICST sem
o quaJa fenda não se irá propagar.
INERTE I
-
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Iog ~ (ou log AKI log ~(ou log âKI log ~Jou log âK )
do. f.nÓG
lO
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u
" ~oo
300
~
~
u
" 250
O 50 100
em que O(t) é uma função da frequência ou tempo de aplicação da carga e que tradu
zirá a correlação dos valores de dai dN e. ~K para as várias frequências de carga (fig. 3.29).
Assim, no exemplo da figura 3.29 a função O(t) decresce continuamente quando a fre
quência aumenta ' e em outros casos pode ter um mínimo, como se referiu no ponto c)
anterior. A contribuição da função O(t) nos valores da i dN pode ser importante chegando
a alterar estes valores de uma a duas ordens de grandeza.
t
z
".....
o
".2
OI
Kc
logt:.K-
16
242
I
I
I
I
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,R=O I
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I /R=0,5
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+ - AÇO Modo laminoôo o fdo
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-- -----
I I
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~
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/ I
O 10 20 30 40 50 60
Km (MN/m
m)
e
para R> R,. (3.17b)
t 11
<I
Km~x.
AKo
o
t- R
(o) (b)
em que y é uma constante que varia geralmente entre 0,7 e 1,1. Muitos dos
experimentais obtidos em aços produziram uma melhor correlação' com esta equação do
com o modelo de Elber.
É o da tensão média e do meio
visto que os analisados anteriormente diziam a
Ínertes. Assim, para sistemas material-meio ambiente com comportamento do tipo A
(fig. 3.27) a influência de R na propagação da fenda é comparável com a sua inflüência
em ambientes (fig. I). No caso de ambiente que apre
sentam comportamento do tipo B ou do C. o efeito ser
que o valor deste parâmetro afecta o período (espaço de tempo) em -que K é
K1C'ST durante um ciclo de carga. Na 3.34 representam-se esquematicamente as
cUrvas da/dN, .6.K para valores R(R, > R) > indicando-se a traço
interrompido a das curvas corrosão sob do em que a veloci
de da em sob tensão é convertida para através
relação da/dN I/f(da/dt).
I
I
I
I
I
I
I
I
,.. -- -""
I
I
I
I
I
6K
Fig. 3.34 - Influência da razão de tensão R na propagação de fendas a fadiga. com cor
rosão com comportamento do tipo B.
1 1t na
N
(b)
(I) l'ium ciclo tota!mcnt~ em compres,;l1o. R também é positivo porquc "min. c "má.. :<ão ambas de compressão.
249
final
Para espessuras muito finas (inferiores a 4 mm) o estado plano de tensões é pre
dominante, como se sabe, e a propagação da fenda dá-se num plano inclinado em rela
ção à direcção da tensão. Neste caso a transição referida anteriormente ou não se veri
fica ou dá-se para valores muito baixos de ÔK (no regime I de propagação). Nas espessuras
muito elevadas já é possível assegurar um estado plano de defonnação em todos os regimes
de propagação, e a fenda propaga-se num plano normal à tensão aplicada, podendo a
propagação instável (rotura) ser caracterizada pela tenacidade KIc que, como se sabe, é
inferior ao valor K, do estado plano de tensões (ver capítulo I).
No estado plano de deformação para o mesmo valor nominal de ÔK, a fenda
propaga-se com maior velocidade do que no estado plano de tensões porque o meca
nismo de rotura é essencialmente contínuo e predominantemente no modo I (abertl,lra
das faces da fenda), enquanto que' em estado plano de tensões a propagação dá-se em
modo misto (I e lI), Deste modo reduz-se o valor de KI na ponta da fenda e a veloci
dade de propagação será menor.
Considerando que a lei de Paris traduz a relação entre' dai d N e Ô K, conclui-se
assim que o valor do expoente m nessa equação será mais elevado nas espessuras mais
elevadas (estado plano de extensões) e mais baixo nas espessuras baixas (estado plano
de tensões). A figura 3.37 traduz de forma esquemática esta tendência que é confirmada
de modo geral pelos resultados experimentais. Nos aços em estado plano de extensões
os valores de m variam de 3 a 4,5, enquanto que em estado plano de tensões m varia
de 2 a 3.
250
109 t.K
Z
'O
Estado plano
...... extensões
.g
~ I
:Estado plano I
:d~ t~nsões
B c o
109 t.K
t
x:
<l
K
K
11
~
.•
I ---------.
- - -- - - -.
I,N
Q Q
t,N
(a) (b)
de intensidade de tensões que por hipótese passou do nível do bloco I para o nível mais
baixo do bloco lI(l). A curva de evolução da fenda no bloco I1 será a indicada, assim
como o valor de dai dN que é constante porque a gama do facto r de intensidade de
tensões foi considerada constante. No instante em que a gama K baixa verifica-se uma
descida acentuada da velocidade de propagação da fenda que só retoma o valor caracte
rístico do bloco 11 após um determinado número de cicIos. Por conseguinte o abaixa
mento do valor de K foi benéfico porque retardou a propagação da fenda. O compri
mento final atingido pela fenda ficou inferior ao que seria atingido se se mantivesse o
bloco I, como se verifica na figura 3.40 a) comparando a curva a tracejado resultante da
extrapolação do bloco I com a curva real indicada a cheio.
No segundo caso da figura 3.40 inverteu-se simplesmente a ordem de aplicação
dos blocos de valores de K. ·A curva de propagação da fenda será a indicada, havendo
agora uma aceleração da fenda durante os primeiros ciclos do bloco II antes de a fenda
retomar a velocidade de propagação característica do bloco IL Portanto, em qualquer
dos casos (descida ou subida de carga) verificaram-se alterações na curva de propagação
da fenda.
O efeito das sobrecargas I'ocalizadas é também importante em termos de veloci
dade de propagação da fenda . A título exemplificativo, considere-se um determinado
espectro de tensões definido na figura 3.41 e éonstituído, para simplificação, apenas por
um cicIo de tensões definido pelo bloco I seguido de uma sobrecarga aplicada apenas
j urante um cicIo (\ I) retomando-se o cicIo de tensões inicial (bloco I) após a aplicação
dessa sobrecarga. Como se verificou, quando se aplica a sobrecarga na tensão ou no
valor de K, a velocidade de propagação aumenta no instante em que se aplica essa sobre
carga. Este efeito está ilustrado na figura 3.41 na respectiva curva (a, N), observando-se
assim um aumento significativo da velocidade da fenda no ponto correspondente à carga
máxima da sobrecarga (11). Contudo, quando se retoma o bloco de tensões inicial
(bloco I) a curva de propagação da fenda só retoma' O valor característico para a tensão
do bloco I (ver a parte da curva do diagrama correspondente ao bloco I) após se terem
passado um determinado número de ciclos Na (número de cicIos de atraso) (fig. 3.4 J).
Nesse período. definido por Na. a fenda propaga-se com uma velocidade bastante baixa,
Notar que este efeito de desaceleração da fenda também se observa na figura
3.40 b) quando se aumenta o valor de K do bloco I para o 11. Simplesmente naquele
caso o valor de K do bloco II é superior ao do bloco I para que a fenda no bloco 11 se
propague com uma velocidade superior à do bloco I, o que não acontece com a sobre
carga (fig. 34. J).
As considerações expostas anteriormente em 3.6.2 sobre o efeito da plastificação
na velocidade de propagação da fenda (fig. 3.22), servem para explicar o motivo da desace
leração da fenda após a aplicação da sobrecarga. Com efeito. a sobrecarga cria uma
zona de plastificação na ponta da fenda com maior dimensão e maiores tensões que a
zona plástica correspondente a I. Essa zona de plastificação equivale assim à zona de
(I) Se tJ.K não for constante. a cur\1l de evolução da fenda j{ não é u indicada (linear). mas isso não invalida as co nclusões que se reti
ram quanto aos efeitos de interacção.
254
cri . ;í\ .
I I
--I!_.--""-~.JL......
1
VVVv'j\NvV
. .__ I-JL_......... :....--N-_ _ _
--1I
N
I
N-
3.4l - Efeito das sobrecargas na curva de propagação da fenda.
fenda (ver figo 3.41), técnica que tem sido utilizada em vanos casos para diminuir o
risco ae rotura em estruturas com fendas. Contudo, a sobrecarga só produz efeito bené
fico quando, após um determinad,? número de ciclos a definir caso a caso, a curva de
propagação resultante estiver abaixo da curva de propagação que seria obtida se não
houvesse a sobrecarga. Isto seria o exemplo representado na figura 3.41 em que, pas
sado o número de ciclos correspondente ao ponto A, a curva de propagação da fenda
sem sobrecarga, representada a traceja'do, está acima da curva com sobrecárga.
Aplicando os modelos de interacção já referid o. '[5 J, 52] pode-se ter uma infor
mação quantitativa aproximada dos valores de N" traduzindo-se assim a influência das
sobrecargas na curva de propagação da fenda. É então possível prever a forma do dia
grama representado na figura 3.41, e definir o valor que a sobrecarga deve ter para que
se produza um determinado efeito de retardamento na propagação da fenda.
Os códigos de dimensionamento à fadiga de estruturas soldadas não consideram
geralmente o efeito da história de carga. Os espectros de tensões são tratados como se
não houvesse interacção, o que obviamente não traduz o comportamento real mas torna
mais fácil o cálculo e conduz a uma maior margem de segurança.
i
2)( (ÁrHj trac.Jada)
Bb
DESLOCAMENTO, cf
Fig. 3.42 - Método de cálculo de ~J proposto por Dowling. [53].
não considerando portanto a inHuência dos ciclos anteriores. Este autor obteve uma boa
correlação entre da/dN e 6J que foi depois confirmada por outros investigadores [54].
No caso da fadiga oligocíclica. a amplitude de tensão constante em [15.33] propõe-se
um parâmetro energético também designado por 6J igual à variação com o comprimento
da fenda da energia potencial acumulada no material ao fim de N ciclos de aplicação da
carga. Essa energia está representada por 6 U no diagrama carga-deslocamento represen- ·
tado na figura 3.43 e. como se verifica. é igual à área compreendida entre o eixo dos
deslocamentos e a parte de carregamento carga-deslocamento (anéis de histerese) corres
pondente às curvas referentes ao primeiro ciclo (OA) e ao ciclo de ordem N (CB). Como
se sabe. em ciclos a amplitude de tensão constante. quando a tensão máxima ultrapassa
a tensão de cedência do material observa-se uma acumulação de deformação plástica no
material [S4].A energia 6 U aumenta assim com o número decicJos de aplicação da
carga e demonstra-se [35] que o valor de 6J é dado pela equação
(3.20)
em que 68, é a extensão residual.no primeiro ciclo (= OD na figo 3.43). 681< denomina-se
extensão de fluência cíclica e é a extensão plástica acumulada ao fim de N ciclos de
carga (= DC na figo 3.43) e 68<1. é a extensão máxima obtida no carregamento durante
o ciclo de ordem N (= EC na figo 3.43). O valor de 681 inclui apenas a componente
plástica do deslocamento. .
Utilizando métodos aproximados é possível prever por cálculo o vallor de 6J
bastando conhecer as propriedades do material determinadas num ensaio ,de tracção e
em ensaios de fadiga oligocíclica realizados em provetes lisos (sem fenda) [16].
257
t
p
,
:(àJ),,- 2. d(àU)
: li 8 da
,
o o c E
~-
Fig. 3.43 Definição do parâmetro energético LU ao fim de N ciclos de carga. [15 , 16].
(3.21 )
A correlação da! dN, ~J (fig. 3,44) mostra que nos materiais dúcteis também se
observam três regimes de propagação, embora o regime III tenha características diferen
tes das do regime 111 de propagação da fenda nos materiais de alta resistência, Assim;
nos materiais dúcteis não se dá uma propagação instável ou súbita da fenda quando o
valor de K atinge o valor crítico Kc ou K,C" Nestes materiais, e como se verificou, a
. fenda pode propagar-se lentamente para tensões nominais já no domínio plástico do
material.
Nos materiais de alta resistência ou com ductilidade limitada, não existe suficiente
capacidade de deformação plástica para permitir uma propagação controlada da fenda
no domínio plástico. Atinge-se assim o valor crítico Kc ou K" para tensões nominais
dentro do domínio elástico do material. Portanto, nos materiais d úcteis os regimes I e "
correspondem aos mesmos regimes nos materiais que exibem valores válidos de Kc (K/c)
17
258
I
I
I
I
I : . ."''''
1 ",1L.t
_J..""
I
I -t.v
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I~
,~'"
J
b
I
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0&0 gP :
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-.. <60 I
E ,d' # l-
elastoplástico
E I
I
::z: I 0° I
"-8
"
I I
I
m
; 0° I
lOs
I I
01 I
I I
II
I
I
I
-7 __
10. ~I ~-b _ _~_ _ _ _ _ _ _ _~_ _- b_ _ _ _~~_ _ _ _ _ _~~_ _~
3
10 10
10
AJ, K7E (N/mm)
Zona plástica
Zona de monótona
processamento I
Fenda
• [r~ot(
Direcção de propagação o<
Fig. 3.45- Forma das zonas plásticas durante a propagação de uma fenda de fadiga.
de Se o ciclo (R =
Relações semiempíricas
As usam parâmetros para produzir
que os resultados Neste tipo de aparecem constantes
ou que se ajustam aos resultados e que servem para deduzir a
relação. As relações semiempíricas só são válidas para os resultados experi
em que foram embora relações deste tipo que têm sido
aplicadas com diferentes
Existem para cálculo das velocidades de propa
gação [55]. utilizada é a ou lei de (equação
3.7). Esta apenas é válida no regime II de propagação, não sendo váíida nos
I e UI. Porém, a lei
na secção
utilizada à sua simplicidade matemática e porque a sua extrapolação para, o
I, regime em que se verifica a maior parte do período de propagação. conduz a
velocidades de propagação reais, o que aumenta a margem de segurança
da do número de rotura. O da tensão média.e restantes
que afectam a velocidade de pode ser previsto na .lei de Paris
com os valores da constante C e
261
A equação de Forman [59] tem sido utilizada em alternativa à lei de Paris. Esta
equação considera a "aceleração da fenda no regime 111 de propagação e tem a forma
da
(3.22)
dN
(3.24)
da
dN
-o quando ~K ~K,r (Regime I)
e
da _ 00 quando (Regime III)
dN
262
-1
10 1-:7----'-:r----'-..,..-.......J....,----'---'
lu lOl 10
3.8 DE APUCAÇÃO
: I
, ° / I /
I 'I '/!/ /
o
Ü
--
'ü
E
E ''''//0' / I /
:J 'I
~,f ·1 íl /
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, ' 'I' I
1~ ~_-'-'C-LJ.."-'--'-.L...J...I..U.._--l
lO 20 SO 100 200
àK(MNm-Yz)
Fig. 3.47 - Bandas de resultados dai dN, ~ K para ligas de alumínio, ligas de titânio e aços. [61].
,
O expoente m da lei de Paris obtido em ensaios em ar e para R = O varia geral
mente entre 2 e 6. Nas juntas soldadas as fendas de fadiga durante a maior parte da
propagação estão em estado plano de extensão. Apenas na fase terminal de rotura, cuja
duração é bastante reduzida, é que se verifica estado plano de tensão. Para além disto, é
conveniente, em tennos de projecto, e sob o ponto de vista de segurança, considerar que
o estado plano de extensão também se verifica na região de estado plano de tensões
porque a exttapolação da curva de propagação para o estado plano de extensão dá
para o mesmo valor de ~K um valor mais elevado da velocidade de propagação do que
a curva do estado plano de tensões (ver figo 3.38). Do mesmo modo é também mais
seguro extrapolar a curva do regime 11 obtida em estado plano de extensão para o
regime I.
Em conclusão: a menos que a peça seja suficientemente fina para que se garanta
um estado plano de tensões durante toda a propagação da fenda obtém-se uma boa
margem de segurança utilizando a lei de Paris baseada em estado plano de extensão.
Para materiais ensaiados ao ar em tracção pulsante (R = O) existem publicados
na literatura [24, 28] bastantes valores do expoente m e da constante C. Alguns desses
valores foram indicados anterionnente em 3.6.1.
Nos aços de maior utilização em construção soldada grande parte da infonnação
disporuvel provém do Welding Institute na Inglaterra [62]. Assim, em estado plano de
extensão verificou-se [63] que existe uma relação linear entre log C e o expoente m
dada pela equação
c = (1,315 x l<t) / (895,4t ,(3.26)
Esta equação está representada graficamente na figura 3.48 incluindo resultados experi
mentais obtidos em aços estruturais, aços de alta resistência, metal depositado e Zona
264
• _ Cl~O$ de constru(:(lo
3,8
0- a,os. de alta resisté-nda
)C - m..t<>' <1""'>511<><10
• _ zona ch!\l!tcda teor-mic:amenbf
3,4
t -4 m
E C::: 1.315 J< 10 /895.4
3,0
2.6
2,2
1,8
lt11J.
1,315 x 10-4 ( ~K )m
dN 895,4
o que que, nos aços. todos os diagramas da/dN, ~K devem passar num ponto
de coordenadas (1,315 x 104 mm/ciclo; 895 N mm- J!) que indicado na figura 3.49.
portanto que, quando m aumenta, a velocidade de
inicial propagação da fenda (regime I), a mais importante em termos
Neste caso é conveniente ter então um valor elevado de m devido à
definida entre m e C (m decresce e C Se o valor de C não
é que ter um valor
265
Maddox [64] determinou curvas dajdN, ~K em placas com espessura de 12 mm
com a fenda a propagar-se em condições diferentes(I); num metal de base constituído por
aço ao carbono tipo BS968, em seis diferentes metais de adição e nas respectivas zonas
afectadas termicamente (ZAT). Os resultados obtidos [64] mostraram que o valor de
daj dN não é influenciado de modo significativo não só pela localização da fenda (metal
de base, metal de adição ou ZAT) como também pelo metal de base utilizado. Maddox
verificou que, enquanto m decresce se a tensão de cedência do aço for mais elevada, a
constante C em estado plano de extensão aumenta com a tensão de cedência. Para valores
cja tensão de cedência compreendidos entre 350 e 650 M Pa a constante C em estado
plano de extensão foi relacionada com a tensão de cedência através da equação
log C = 0,0107 O",cd - 15,055 IN,mml (3.28)
I
m = 3,6 I
I
I
-4 I
1,315)110 _ ,
-4
10
~
V
.....
E
E
-~
10
m =2
100 1000
t.K(N/mm'>
Fig. 3.49 - Influência do valor de m na velocidade de propagação da fenda em aços de constru
ção (equação 3.27).
Ao contrário do que acontece com as espessuras mais baixils (até 30 mm), nas
espessuras elevadas a velocidade de propagação da fenda varia do metal de base para a
ZAT. Se as tensões residuais forem de compreSsão, daj dN é mais baixo na ZAT do
que no material de base, como foi verificado por Truchon e Lieurade [65]. O mesmo .
efeito de distribuição de tensões residuais foi invocado para explicar a redução da velo
cidade de propagação da fenda em provetes orientados na direcção L-T quando compa
rado com os resultados obtidos na direcção L-S (tabela 3.2).
(I) Nesle tipo de ensaios os provele5 são ",!iradOs da placa soldada de modo a conseguir a propagação da fenda na região pretendida
(metal da base, metal depositado e ZA1).
266
Portanto, nas espessuras· elevadas em que se criam tensões residuais elevadas após
soldadura, a velocidade de propagação da fenda será afectada pelas tensões residuais. Se
as tensõ~s residuais na ZAT forem de tracção, a propagaçãoi' da fenda é mais rápida
nesta zona do que no metal de base. As tensões residuais constituem assim o factor
mais importante .que explica as variações da velocidade de propagação da fenda nas dife
rentes zonas do cordão de soldadura. Por este motivo, nas espessuras baixas não se
observa variação da velocida:de de propagação da fenda nas três zonas caracteristicas do
cordão de soldadura.
No IRSlD na França publicaram-se recentemente os resultados de um projecto
de investigação visando a determinação de velocidades de propagação de fendas em aços
utilizados na construção de plataformas marítimas "off-shore'" [66]. Obtiveram-se as
equações médias daldN, ~K em vários materiais de base e ZAT, sendo as variáveis dos
ensaios a tensão média (valor de R) e o meio ambiente. Os resultados confirmam as
conclusões referidas no parágrafo anterior sobre o efeito das tensões residuais. A título
informativo e dada a importância desta investigação, não só por nela estarem envolvidos
laboratórios de. vários países, mas também pelo volume de resultados· obtidos, dão-se na
tabela seguinte (tabela 3.3) as eq uações das curvas dai dN, ~ K.
Equações médias
R Meio ambiente Material
(mm/cic1o; MPav'm)
-,
10
-
Ü
U -4
10
E
Placa
-
Z
"O
ti
"O
-5
10
-I
10 Io4.Ial bau
(R=D,1
L - !>
5 10 20 30 40 50
t.K (MPo.fffi")
Para uma informação mais específica sobre curvas da / dN, ~K em aços utili
zados em construção soldada podem consultar-se as refs. [67 a 70]. Nestas referên
cias o leitor pode encontrar as curvas da/dN, ~K para cada material e para várias
condições de utilização.
Em materiais diferentes dos aços pode considerar-se sem grande margem de
erro uma relação de proporcionalidade inversa entre a velocidade de propagação e o
módulo de elasticidade do material. As bandas de resultados representados na figura
3.47 indicam que a constante C aumenta quando o módulo de elasticidade diminui.
268
c
<1
__ . _
'-'--'-
B
D
a
Fig. 3.52 - Influênc\a dos valores de ~K,r e Ko na propagação da fenda.
270
OCl - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
t
o
OiZ~------------~
N-
(I) Verificar 4ue idêntica conclusão se reli", da figura 3.51 comparando os pontos E com E' e F com F'.
271
t
r::J
N-
Fig. 3.54 - Influência do valor de Kc na duração à fadiga (Kc, > Kc~)' cr = constante.
tr----
10
(1) Como se sahe, 4,wndo a Icnacidadc aumenta a !cn,iío de cedência c a resistência à Ifacção decrescem g,cralmcntc.
273
priada entre nível de tensões, duração e dimensões de defeitos. Nestas condições, a ten
arbitrário, o que sucede no método tradicional da vida garantida, passa a ser defmida
. reflecte com maior rigor o comportamento à fadiga das juntas soldadas, despreza o período
viamente definidos.
As filosofias de projecto baseadas na Mecânica de Fractura estão a ~er um número
cada vez mais crescente de aplicações. aparecendo já em códigos recentes de dimensio
namento à fadiga de estruturas soldadás (ver capítulo 10) e na análise de muitos casos
práticos (ver exemplos no capítulo 5).
A relação entre duração, tensão e dimensões de defeitos pode ser obtida experi
mentalmente.seguindo o método descrito em 3.3, o que obriga a realizar ensaios destru
tivos na estrutura ou nos detalhes de soldadura mais significativos. Na secção anterior
analisaram-se de modo qualitativo as principais tendências de variação destas variáveis
detectadas experimentalmente. É possível contudo prever por cálculo a curva de propa
gação (a,N). o que constitui um processo mais simples do que a determinação experi
mental. Mesmo que a obtenção experimental d~ curva (a,N) seja possível, é sempre con
veniente determinar a curva teórica para efeitos comparativos. Acresce ainda o facto de
geralmente não ser possível. obter experimentalmente a influência de tod os os pafâme
tros que afectam a propagação da fenda, o que pode ser facilmente consegtlido com as
curvas teóricas, como se exemplificará a seguir.
O cálculo do numero de ciclos de propagação da fenda. desde um determinado
comprimento inicial a.; até uma dimensão final a.;. preestabelecida, faz-se por . integração
da lei de propagação de fendas do material. Determina-se assim a relação teórica prQcu
rada entre duração, tensão e dimensões de defeitos e que será válida para o caso em
estudo (uma determinada estrutura e localização da fenda. material e condições exter
nas). Obtém-se nesta integração o número de ciclos de rotura, quando se faz coincidir o
comprimento ar com o comprimento crítico a, correspondente a K" ou a outra dimen
são característica da peça ou estrutura (largura, espessura, etc.) se estas foram inferiores
a é1c. Para realizar este cálculo é necessário conhecer um conjunto de dados e parâme
tros do material que se indicam a seguir:
i) a lei de propagação de fendas do material obtida, tanto quanto possível, nas
mesmas condições de serviço da estrutura (estado metalúrgico, espessura, meio
ambiente, tensão média, frequência, temperatura. etc.)
18
274
vi) os valores do limiar de propagação Ó.K 1r , KICST (se for aplicável, e da tenaci
dade K lc ' (Kc) nas condições mencionadas em i).
É conveniente referir os aspectos mais importantes a considerar na interpretação
e análise dos dados referidos de i) a vi).
A lei de propagação de fendas deve ser obtida experimentalmente nas condições
referidas em i). Caso não seja viável essa determinação, pode-se recorrer a resultados já
publicados de que se apresentaram bastantes exemplos em 3.8.1 referentes à lei de Paris
para aços de construção soldada. Convém verificar se os valores das constantes da lei de
propagação foram obtidos em condições análogas às de serviço. De outro modo ' podem
obter-se resultados totalmente irrealistas, pois, como se viu anteriormente, a velocidade
de propagação da fenda pode depender de muitos parâmetros.
A equação do factor de intensidade de tensões pode ser obtida empregando os
métodos referidos no capítulo I.
Para as juntas soldadas existe uma formulação específica desenvolvida para cál
culo dos factores de intensidade de tensão para defeitos planares, e que será exposta no
capítulo 5 (5.4). Pode-se também recorrer a soluções já compiladas (ver os manuais de
. ('1
Rooke e Cartwright e de Tada) , .
O factor de intensidade de tensões pode ser também determinado empregando o
método da semelhança proposto por Schijve [73]. Este método, inicialmente aplicado
na indústria aeronáutica, baseia-se no estabelecimento duma relação unívoca entre da/dN
e Ó.K que se considera independente da geometria Parte-se da hipótese, confmnada experimen
talmente, de que o mesmo valor de ó.K aplicado em geometrias diferentes produz o
mesmo valor de dai dN, desde que todos os outros parâmetros'do processo de propaga
ção da fenda não sofram alteração. O método consiste então em determinar uma curva
básica da/dN, Ó.K num provete do material no qual se conhece a formulação do factor
de intensidade de tensões l2 \ e em seguida obter os valores de da/dN na peça ou estru
tura em estudo. Pode então estabelecer-se a correspondência entre os valores de dai dN
obtidos nos dois ensaios e determinar assim a solução para .o factor de intensidade de
tensões na estrutura (o mesmo valor de da/dN produz o mesmo valor de àK).
A figura 3.56 ilustra graficamente a aplicação do método da semelhança. Assim,
. na figura 3.56 está representada a curva da/dN, Ó.K obtida no provete e na figura 3.56 b)
a curva de propagação (a, N) obtida experimentalmente na estrutura. Pode então obter-se
por diferenciação gráfica ou numérica a curva (da/dN, a) da estrutura, representada na
figura 3.56 c). Finalmente estabelecendo a correspondência entre os valores de dai dN das
figuras 3.56 a) e c), obtém-se a relação pretendida entre K e a que é a equação do fac
tor de intensidade de tensões na estrutura e na localização ou detalhe onde se encontra
a fenda.
Considerando que o material segue a lei de Paris, pode obter-se uma equação
geral K em função de a válida para um determinado detalhe, e que traduz ~atematica-
~ o
frn ,Ilydo
--º-ª-
dN
= g (a) (3 .31)
geométrico Y. o que dá
a, _____________________ - _ - - - - Rolura
1
1
I
I I _
I, 1 L....Dura<;ao ulil < Nr
1/1 •
N, t
da=C
variáveis e estabelecendo os limites de integração já anteriormente, dá
dN=N
3.1 - Uma placa de aço construção (aço ao carbono) está submetida a um ciclo pulsanle (R O)
em ar a amplitude de tensão constante. As principais mecânicas deste aço são as seguintes:
Tensão de cedência: crced = 380 MPa
Resistência à tracção: 0R = 560 MPa
de rotura: ER 16%
N =:: - - ' - - I n (
Cy2"
279
b) as curvas comprimento inicial da fenda em função do número de. ciclos de rotura para os valores
dados de Kc e Cl max
Comparar os resultados obtidos nas alíneas anteriores e comparar as curvas (ai,N r) da lei de Paris com as
obtidas utilizando uma lei de propagação do tipoda lei de Branco (equação 3.24).
Resolução:
Antes de se obter as curvas teóricas de propagação da renda é conveniente determinar as dimensões
dos defeitos para o limiar de propagação. Assim, resolvendo a equação (3.8) em ordem a a, vem
LlK~f
2 '
y cr~ax7t
em que alf dá a dimensão destes defeitos. Deste modo, só os defeitos de dimensão superior a alf se propa
gam e vice-versa. Neste exemplo os valores de alf são
alf = 0,05 mm para a tensão de 280 M Pa
alf = 0,20 mm para a tensão de 140 M Pa
o que assegura a propagação da fenda para os defeitos iniciais considerados (0,5 e 2,5 mm).
a) Para obter a curva teórica (a.N) basta representar graficamente a equação (3.33) em que ar signi
fica aqui o comprimento instantâneo da fenda. Resolvend~ essa equação em ordem a a, vem
(a)
Numa placa de grandes dimensões, considerando que a fenda obteve a dimensão correspondente a
Kc para um valor inferior a 10% da largura, o factor Y pode considerar-se, sem gra~de erro, igual a t,l2
(ver solução do factor de intensidade de tensões dada no capítulo I). A equação (a) terá como limite supe
rior o valor de a c dado pela equação já conhecida
I (
a c = --;:r- Kc )2 (b)
1,12a m3x .
As figuras 3.58 e 3.59 mostram as várias curvas (a, N) obtidas resolvendo a equação (a) para os
valores de ai == 0,5 e 2,5 mm; Kc =
104 e 52 MpaVrn e crrnáx . =
280 e 140 MPa. Os valores de a c obtidos
com a equação (b) estão indicados na tabela seguinte com os valores respectivos de Nr. estes últimos deter
minados directamente com a equação (3.33).
cr Kc ac Nr Nr
(MPa) (MPaVrn) (mm) (ai = 0,5 mm) (ai == 2,5 mm)
280 104 35 67137 24986
280 52 8,75 58023 15873
140 104 140 573548 236346
140 52 35 537093 I
199892 I
Estes resultados servem para confirmar as conclusões já qualitativamente representadas nas figuras
3.52 e 3.54, isto é, a tensão aplicada e o comprimento inicial da fenda ai, são os parâmetros que mais
influenciam a propagação da fenda, enquanto que as variações de te·nacidade que neste exemplo atingiram,
um factor de 2 (I04MpaFrn para 52MPa~ causaram apenas pequenas variações nos valores de Nr (ver
a tabela anterior). Por exemplo, a tensão, estando levantada ao expoente m, contribui neste caso para variar
os números de ciclos de rotura de oito vezes.
As curvas de propagação obtidas (figs. 3.58 e 3.59) confirmam que existe uma variação muito acen
tuada do comprimento da fenda perto do número de ciclos de rotura. Grande parte da propagação da
fenda é assim gasta com a fenda ainda com uma pequena dimensão. Isso é particularmente evidente nos
280
120
100
E 80
E
d
60
40
20 A-ai =2,5 mm
N!! dQ ciclos
Fig. 3.58 - Exemplo 3.1 - Curvas teóricas (a. N) em função de Kc e ai para ama.. = 140 M Pa.
30
25
~ 20
o
15
o
N~ dt,> ciclos
Fig. 3.59 - Exemplo 3.1 - Curvas teóricas (a. N) em função de Kc e ai para ama•. = 280 MPa.
281
resultados para a fenda inicial de 0.5 mm e na tensão mais baixa. em que por exemplo para a tensão de
5
140MPa e Kc= 104 MPaVrn cerca de 4.75 X 10 ciclos são gaslOs a propagar a fenda de 0.5 a 5mm
enq uanto que o crescimento de 5 até a c = 140 mm leva os restantes 100 000 ciclos aproximadamente. As cur
vas para o ·valor de ai = 2.5 mm estão representadas a partir da origem para facilitar a leitura dos diagra
=
mas. mas estas são coincidentes com as curvas para a i 0.5 mm mas com origem nos pontos em que
a = 2.5 mm (ponlOs A das figuras 3.58 e 3.59). De modo análogo. as curvas para Kc = 52 MPaJm acabam '
nos pontos B de rotura representados. enqua.nto que as curvas para Kc == 104 M PaJm são coincidentes com
estas e prosseguem até aos pontOS C de rotura.
b) Para determinar as curvas (a,. Nr) é necessário pôr a equação (a) na forma
2
ai = [a~l-m 21 - N,Dt'm (c)
em que D é o factor que afecta N na equação (a). Esta equação só é válida para valores de ai superiores
aos valores de alf calculados anteriormente (N r tende para infinito quando ai tende para ala. As figuras 3.60
a 3.63 apresentam as curvas para as duas tensões e dois valores de Kc dados. Considerou-se apenas a gama
de valores de ai com maior interesse prático (valores máximos inferiores a 9 mm) . A utilização destes gráfi
cos e da equação (c) permite prever o número de ciclos de rotura na peça para um defeito inicial de dimen
são ·conhecida. O número de ciclos de rotura equivale assim ao número de ciclos residual ou restante que a
placa poderá ainda suportar se nela existir um dado defeilO com dimensão a;.
As curvas obtidas (figuras 3.60 a 3.63) confirmam as conclusões já referidas: pouca sensibilidade dos
resultados em relação à tenacidade do material e uma inl1uência acentuada da tensão nominal. Como é fácil
verificar pela equação (c). estes resultados equivalem a considerar na curva a. N. obtida a partir de valores
de ai > al f' o número de ciclos que vai desde o valor de ai considerado ao instante da rotura. Por exemplo.
E
E
Nr (ciclos )
Fig. :1.60 -- Exemplo 3. 1 - Variação de ai com o número de ciclos de rotura. 0má• . = 140 MPa e Kc = 104 MpaVrn:
282
5
~
ti
4
3
(Equação 3.24 )
2
oL-____~_____=~~~~~======~__~ 4
O S \0 1S 20 (x 10 )
Nr (ciclos)
E 5
E
o
4
3
Dl
da/dN=A" (Q-quação3.24)
2
O 2 4 6 - 8 (xl0 5 )
Nr(ciclos)
Os valores de A e ()( foram calculados pela equação (d) transformada do seguinte modo
(e)
em que
__
I ~)2) -16000
(
C dN
(f)
K! _ (+ :~ )2)
Para Kc = 104 MParm consideraram-se 22 valores de da/dN na equação (f) enquanto que para K,=52
MpaJffi foram considerados dezoito valores. Deste modo obtiveram-se os valores de A e ex aplicando uma
regressão linear à equação (e), entrando nesta com os respectivos pares de valores de cP e da / dN.
Os valores obtidos foram
A = 1.9732 X 10..1
e ex = 1,073 para Kc= 104 MpaVrn
A = 2,2633 X 10
4
e ex = 0,936 para K, = 52 MParm
Substituindo na equação (3.24) a equação de definição do factor de intensidade de tensões com Y
constante e integrando entre li; e ac dá
o 2 4 6 8 10
Nr (ciclos)
Fig. 3.6:1' ~ Exemplo :1.1 Variação de ai com o número de' ciclos de rotura.
(lm"."= 280 MPa c Kc 52
·2
10
Rog i m< JI[
.)
10 .4
O
B-5)( la m~Jcido
.~ 3
--
(-6 )l,Õ m.Tt!ciclo
u
E
IÕ'
z·
1:]
'O
-s
10
" ....... l.i
d. Pa ri s
lcf
"
,l'
lÕ'L.._ _ _.J..-_ -t,.--_ _ _ _-'--_--"-_ ---'
1 100
llK, ( MPa..rm )
Fig. 3.64 - Exemplo 3. 1 - Diagrama da : d N. t. K (log) mostrando a lei de Paris e a posição dos regimes 1.e 111 (R = O).
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[3] FROST. N. E.. GREENAN. A. F.. "E((ect 01' a tensile mean stress on lhe altemating stress required to
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CAPíTULO 4
COMPORTAMENTO À FADIGA
4.1 INTRODUÇÃO
(I) Aplica-se aqui a definição da norma portuguesa NP que con.<idera as juntas topo a tOpO quando as peças a ligar estão no prolonga
mento uma da outra e as juntas de canto quando as peças se sobrepõem Oll os respectivos cíx.os se interceptam.
292
tensões residuais
U'-l'-''''';) de soldadura
à da (modo 1).
As juntas topo a topo com cobre:iunta (fig. 4.2 d) usam-se quando o acesso a um
dos lados é difícil ou impossível, e nestas condições a chapa de ~obre-junta garante uma
boa penetração do cordão até à raiz. Este tipo de construção : também é aconselhável
quando a montagem não garante um bom alinhamento ou ajuste entre as peças e então
a cobre-junta permite o alinhamento das peças. Os modos de . rotura das juntas com
cobre-junta são os indicados na figura 4.2 d). A fenda de fadiga pode-se iniciar no pé do
cordão de soldadura, como na figura 4.2 a), na raiz do cordão, ou ainda na junção do
metal depositado com a ·cobre':'junta~ Este modo de rotura é o mais frequente, podendo
ainda haver um terceiro modo de rotura se a cobre-junta for soldada numa das extre
midades com um cordão de canto à placa principal (fig. 4.2 d).
Para ilustrar os modos de rotura apresentados esquematicamente na figura 4.2, a
figura 4.3, retirada de uma monografia da autoria de K. Richards [I]. mostra duas macro
-secções de juntas topo a topo transversais. Em ambas se conseguem distinguir claramente
o metal de base, a zona de metal depositado (distinguem-se vários cordões depositados)
e a zona afectada termicamente. No primeiro exemplo (fig.4.3a) a fenda de fadiga iniciou
-se no pé do cordão de soldadura e no segundo exemplo (fig. 4.3 b) na junção do metal
depositado com a cobre-junta.
- - .
(a)
f (d)
I
..!}--,
~FendO -
(c)
Fig. 4.2 - Modos de rotura por fadiga mais importantes nas juntas topo a topo: a) transversais;
b) longitudinais contínuas; c) longitudinais descontínuas; d) transversais com cObre-junta.
295
(a)
(b)
Fig. 4.3 - Exemplos de macro-secções mostrando fendas de fadiga em juntas topo a topo [I] .
F_
-
F
Fig. 4.4 - Distribuição de tensões numa soldadura topo a topo tf!losversal solicitada à tracção.
297
'.2.3,4 - exl~""Ó'""lr"s
OIklrleO$
A
I
:
f
I
I
I
I
I
I
I
:
t
I
I
I
I
I
:
I p"
EatrapolaçGo da distribuição
de d.'o,,,,,,çll...
I I t I
I I I I
cr
-
Fig. 4.5 - Determinação do factor de concentração de tensões numa junta soldada usando a exten
sometria eléctrica.
10
0,5
.YL,.
- p
·~l~
~t"
tuc x
~1~--~----~-----L----~~--~----~--~
0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 ',8 2,0 .
cr/O"cG'd -
Fig. 4.6 - Variação da deformação longitudinal E,u com a relação cr!crccd; E: (material de base); E.:'
(pé do cordão); EZAC' (zona afectada pelo calor) [2].
299
Na figura 4.6 a zona compreendida entre valores de 0,8 a 1,0 da relação cr / cr ccd
corresponde a tensões nominais inferiores à tensão de cedência, enquanto que para cr / crc;.-o -> I
entra-se no domínio da plastificação global ou generalizada no provete. É de notar que
efectivamente a soldadura aumenta de maneira acentuada os valores locais das deforma
ções que atingem valores perto de I % com tensões nominais ainda no domínio elástico.
A técnica dos vernizes frágeis permite obter de modo aproximado a distribuição
das tensões, medindo a densidade das fendas que aparecem no verniz quando este é
aplicado na soldadura. Contudo, o grau de precisão do método é reduzido e apenas se
consegue uma indicação qualitativa do grau de severidade dos vários detalhes existentes
na estrutura.
Apesar dos inconvenientes atrás referidos, que são comuns à grande maioriil das
juntas soldadas e não apenas às juntas topo a topo , as técnicas experimentais permitem
determinar valores aproximados do factor de concentração de tensões. Os resultados dos
ensaios fotoelásticos em provetes simulando juntas topo a topo e realizados por investi
gadores tais como Gregor [3], Kihara [ 4] e Trufyakov [5] revelaram valores do factor
de concentração de tensões a variar entre 1,2 e 3,0. Estes estudos mostraram também
que os parâmetros que mais influenciam a concentração de tensões são os indicados na
figura 4.7 : o raio de concordância, R do reforç9 no pé do cordão e o ângulo e,
da .tan
gente ao reforço também no pé do cordão. De um modo geral, verificou-se que o factor
K, aumenta quando R diminui e quando o ângulo de tangência e aumenta. Portanto,
numa junta topo a topo transversal, a eliminação do reforço do cordão (R - 00 e = 180°) e
dá o valor mais baixo da concentração de tensões, o que vai contra o conceito errado,
mas ainda de uso generalizado, de que a deposição de metal em excesso no cordão é
um dos processos de aumentar a resistência à fadiga da junta.
Mais recentemente o método dos elementos finitos tem sido utilizado na deter
minação de tensões em juntas soldadas. O método apresenta também inconvenientes sendo
o principal a sensibilidade dos resultados ao tipo de rede (malha) utilizada e à discreti
~ ______________________- r
~~ ~~ ____________ ~
- •
C1
Fig. 4.7- Raio de concordância R e ângulo de tangência e no reforço de uma junta transversal
topo a topo.
300
e R/ H h/ H
20 1,462 0,0882
30 1,0 0.1340
40 0.7778 0,1820
45 0,7071 0.2071
50 0,6527 0,2332
60 0.5774 0,2886
70 0.5321 0.3501
80 0,5077 0,4196
I h
2B=T
----'~
A
R
,,--C
O,1T
Fig. 4.8 - Modelo utilizad'o na análise por elementos finitos de uma junta topo a topo transver
sal [6, 7].
301
o _0_0
~
o~o~
o Cordão
o maquinado (o)
t
O~O'dÕO "m ...""semicircular (o)
10 20 30 50 60 70 60
Ângulo, e (graus)
Fig. 4.9 - Variação do factor de concentração de tensões com o ângulo de tangência no cordão [7].
(I) Notar que ",te ângul.o 6 (fig. 4. 10) e o ângulo 6 indicado nas figuras 4.7 a 4.9 não são iguai< ma< <uplementares.
302
300 PfaCQ do
mat.erial d ...
MS..
2
ti
Cl.100
o
'~
C
t!!
Ângulo. 9 (graus)
4, 10 ~- Influência do ângulo de tangência e na resistência à, fadiga de uma junta topo a topo
transversal.
14':1
P-I,-_ _:,~ !
(o) (c)
t -
Compressao r'OCÇã o
f ·-'-'-'-=Z?' _._j
f-'--E--'--f
(d)
(b)
Fig. 4.11 - Desalinhamento axial numa junta topo a topo; a) Desalinhamento construtivo; b) Desa
Iinhamento acidental; c) Deformação de um provete com desalinhamento sob a acção
de uma carga axial; d) Ligação de placas de espessura diferente sem desalinhamento.
(o)
1+ 3e (4.1)
tipo pode atingir cerca de 25% da reslstencia à fadiga da junta sem desalinhamento.
Para isso basta que o valor da excentricidade e seja sensivelmente igual à espessUra f.
Portanto, para que numa junta topo a topo não se dê redução significativa da
resistência à fadiga, é conveniente garantir um desalinhamento mínimo entre as peças a
soldar, o que se consegue geralmente com dispositivos de fixação adequados, concepção
correcta das juntas e parâmetros de soldadura apropriados de modo a reduzir ao máximo
as deformações causadas durante e após a operação de soldadura.
0,6
t:r
.~ 0,4
0,2
K, = I + 61 (I - ~)
2
(4.2)
Dt .D
Verificou-se ainda no mesmo trabalho ,[ 18] que a resistência à fadiga diminui de maneira
drástica quando o desalinhamento, traduzido pela distância h aumenta, isto porque as
deformações localizadas na vizinhança do pé do cordão de soldadura aumentam com o
valor do desalinhamento na junta.
A figura 4.14 representa de uma maneira esquemática a distribuição experimental
das deformações na vizinhança duma placa com uma junta desalinhada submetida a uma
carga axial de tracção. Observa-se que a deformação varia nos quatro cantos do cordão
de soldadura, o que não acontece numa junta alinhada. A deformação é máxima nos
pontos A e C, onde se sobrepõem a tensão de tracção aplicada na junta com as tensões
secundárias de flexão devidas ao desalinhamento. que nesses pontos são de tracção. Nos
cantos B e O as tensões secundárias de flexão são de compressão e portanto a tensão
total é menor. As tensões secundárias de flexão dependem da distância e (fig. 4.11 b) e
aumentam com esta quantidade. Na junta representada na figura 4.14, as fendas de fadiga
deverão iniciar-se preferencialmente nos cantos A e C, o que se verifica na prática.
( ,Di s ttibuj~õo
t , ,........ dQS d.formaçõ~,
.- . /
p
- - p
aT + as • ( aT - as
aT h"são d~ traq:ão
as - I.nsão d. f1 •• ão
Fig. 4.14 - Distribuição esquemática das deformações numa junta topo a topo desalinhada sub
metida à tracção.
Os parâmetros que foram referidos na introdução a este capítulo (4.1). e que são
os mais importantes do comportamento à fadiga das juntas soldadas, não incluem os
parâmetros ou variáveis exclusivas do processo de soldadura. Estas variáveis podem ser
307
importantes na resistência à fadiga da junta e por isso merecem uma referência. Os prin
cipais parâmetros a considerar são :
(i) tipo e método de preparação da junta e do material de base;
(ii) processo de soldadura e tipo de eléctrodo;
(iii) posição de soldadura;
(iv) tratamentos mecânicos após a soldadura;
(v) tratamentos térmicos após a soldadura.
Nesta secção será referida de forma breve, e apenas para os aços, a influência
que os parâmetros (i) a (iii) podem ter n~ resistência à fadiga das juntas de topo. A influên
cia dos tratamentos mecânicos após a soldadura será referida em pormenor no capítulo 11.
sobre técnicas de melhoria de resistência à fadiga. e aqui apenas será feita uma referên
cia breve à influênoia dos tratamentos térmicos após a soldadura. já que este assunto
será discutido em mais pormenor no capítulo que trata da influência das tensões residuais.
Existem poucos trabalhos publicados sobre a influência na resistência à fadiga do
tipo e método de preparação da junta. Em relação ao método de preparação da junta,
que será analisado em .primeiro lugar, sabe-se que este pode ser por maquinagem ou por
oxicorte (manual ou automático). A escolha do método de preparação depende da espes
sura, e do tipo de junta. Geralmente o oxicorte utiliza-se em juntas com bordos rectos,
não sendo fácil de empregar em preparações que envolvam superfícies curvas uunta em
U por exemplo).
Os resultados referidos no livro de Gurney [12], sobre a influência do método de
preparação, e que parecem ser os únicos disponíveis na literatura, indicam que a resis
tência à fadiga da junta não é afectada significativamente se os bordos da junta forem
.preparados por maquinagem ou oxicorte. Contudo, nos provetes preparados por oxicorte
verificou-se iniciação da fenda em vários locais. mesmo para tensões baixas.
Em relação à influência da preparação do material de base sabe-se que a resis
tência à fadiga depende, como se verificou no capítulo 2. da rugosidade da superfície do
metal de base. verificando-se geralmente uma diminuição da resistência à fadiga quando
a rugosidade aumenta. Se a superfície do metal de base for muito rugosa, a fenda de
fadiga pode iniciar-se no metal de base fora da junta e este apresentará uma resistência
à fadiga inferior à de uma junta soldada com bom acabamento superficiaL Resultados
obtidos na Suécia por Goldberg [19]. no aço de construção St 52-3, mostraram uma
relação linear entre a resistência à fadiga e a rugosidade da superfície do metal de base.
A mais baixa resistência à fadiga proveio de provetes com superfícies preparadas apenas
poroxicorte norma l, enquanto que os pro vetes com superfícies obtidas por maquinagem
e corte por plasma deram os valores mais elevados da resistência à fadiga .
Estes resultados servem para justificar a recomendação de que as estruturas sol
dadas sujeitas predominantemente à fadiga devem ter os seus componentes com bom
acabamento superficial. As superfícies das peças devem portanto ser rebarbadas após a
operação de oxicorte ou. se possível, ser obtidas por maquinagem. Não devem ser aceites
superfícies provenientes directamente da operação de oxicorte, porque apresentam geral
mente valores de rugosidade superiores a 200 f1.m, enquanto que uma superllcie maquinada
ou rebarbada tem rugosidades entre 50 a 100 f1.m .
308
300
1 - Soldadura "t.ctro
-escória (mau pt"rfil)
2 - Elt>'ctrodosronsumivf is
(bom por!il)
100 R =0
10'
Nr
Fig. 4.15 - Resultados dos ensaios de fadiga com o processo de electroescória em cordões com
reforço [20].
Este bom comportamento à fadiga das juntas soldadas por electroescória foi atribuído
ao reduzido número de defeitos que este processo provoca.
Pouca variação na resistência à fadiga se tem verificado utilizando eléctrodos de
rutilo ou básicos [21]. Os eléctrodos de penetração profunda produzem geralmente uma
forma de reforço irregular e portantol não devem ser utilizados em estruturas sujeitas à
fadiga.
A posição de soldadura também pode influir na resistência à fadiga porque pode
produzir fonna irregular no cordão. A probabilidade de ocorrência de cordões com forma
irregular é maior nas soldaduras de acesso difícil ou com cordões verticais.
A viscosidade da escória é outro factor importante, pois afecta a concordância
no pé do cordão. Resultados obtidos por Früs e Steneroth [22] mostraram valores mais
elevados da resistência à fadiga com um eléctrodo básico de zircónio, em comparação
com o eléctrodo vulgar básico, devido ~ o eléctrodo de zircónio produzir uma transição
mais suave no pé do cordão causada por uma escória mais viscosa.
Numa junta soldada topo a topo, particularmente se a espessura é elevada, as
tensões residuais podem ser elevadas. A distribuição destas tensões residuais e o modo
como estas podem influenciar a resistência à fadiga, são aspectos que serão analisados
em pormenor no capítulo 6 respeitante às tensões residuais. As tensões residuais podem
ser eliminadas por um tratamento de distensão após soldadura, que consiste em aquecer
geralmente a soldadura até uma temperatura de 650°C durante um intervalo de tempo
nonnalmente de I hora por cada polegada de espessura do material. Os resultados obti
dos nas juntas topo a topo transversais indicam que quando se aplica este tratamento de
distensão a resistência à fadiga para ciclos pulsantes e para 2 X 106 cicIos aumenta geral
mente de 17%, nas soldaauras maquinadas à face, e 12,5% nas soldaduras sem maqui
nagem no reforço. Porém, seo aquecimento for realizado durante um intervalo de tempo
310
o que prova que a resistência à fadiga diminui quando 'a tensão aumenta (redu
de I quando R aumenta de O para outras o efeito da ten
são média ainda é mais acentuado.
Os resultados compilados por Gurney referem-se a provetes relativamente pequenos
em que as tensões .são· . Na de tensões resid uais
de o efeito da média atenua-se e os resultados
da tensão média, o que está confirmado curvas S-N publicadas pela ESDU [23],
em que a espessur'l. é a variável principal que afecta a posição curvas. A n"",,,n>nr'
à fadiga diminui quando a espessura aumenta, apresentando-se as curvas paralelas entre
O efeito das tensões de compressão foi inicialmente por Wilson [24] que
em topo a topá aplicando -de tensão
com de R =- 1. Os resultados obtidos por Wilson, e posteriormente
por outros investigadores. mostram que a à para lOS ciclos e para2 x W6
311
ciclos, expressa pela gama de tensões (a máx -cr min ) , aumenta à medida que a tensão média
de compressão do ciclo de tensões aumenta. Portanto, nas juntas soldadas a existência
de tensões médias de compressão favorece a resistência à fadiga da junta.
Todos os resultados referidos até agora foram obtidos em ar, não estando por
tanto sujeitos à influência do meio ambiente. Como já foi referido no capítulo anterior,
o meio ambiente é um dos parâmetros mais importantes do comportamento à fadiga
das juntas soldadas, podendo provocar o fenómeno de fadiga com corrosão. Devido à
importância deste assunto, o seu estudo será feito separadamente e em mais profundi
dade na secção 4.4 deste capítulo.
A junta em K pode ser considerada uma j unta topo a topo transversal utilizada
para ligar duas placas localizadas em planos diferentes. O provete normalmente utilizado
em ensaios de fadiga neste tipo de j unta está representado na figura 4.16 a). A carga é
transferida entre as duas placas longitudinais através da placa transversal e por intermédio
das duas soldaduras directamente opostas. Est~ tipo de aigação pode também ser reali
zado com juntas de penetração parcial (fig. 4.16 b) ou com juntas de canto (fig. 4.16 c).
Fe-nda Fe-nda
- - - -
(a) (b)
-
(e)
Fig. 4.16 - a) Junta topo a topo em K com penetração total; b) Junta topo a topo em K com
penetração parcial; c) Junta de canto sem penetração:
312
Em qualquer dos exemplos. representados na figura 4.16 a aparência de;
soldadura é bastante semelhante, mas o comportamento· à fadiga'é diferente. Enquanto
que no caso a) o modo de rotura é . uma junta topo a topo, com a
a propagar-se a partir do do cordão, nos casos b) e c) ·:a fissuração pode dar-se
a~ravés do cordão de soldadura. O comportamento à fadiga das juntas b) e c) da figura
4.16 estudado na às juntas de canto, que estas não
como juntas topo a topo.
causada por uma junta em K é mais Importante
que a de uma junta topo a topo transversal Com efeito, ajunta topo a topo
transversal constitui uma parte integrante da estrutura e a concentração de tensões
aparece, como se viu anteriormente, se metal depositado em excesso ("reforço"
do Isso não acontece na junta em devido, por um lado, 'à interposição do
elemento e também à dificuldade de conseguir executar a soldadura
sem metal em excesso nas placas ou elementos longitudinais (fig. 4.16 a).
Apesar de os disponíveis na literatura em juntas em Kde penetração
não serem muitos, que este tipo de junta tem uma à
fadiga inferior à da junta topo a topo transversal, o que se deve a uma maior concen
tração tensões nas juntas em K. Por esse motivo nos códigos de dimensionamento à
de juntas soldadas (ver capítulo 10) as jllntas em K aparecem geralmente numa
classificação inferior à das juntas topo a topo trans~ersais (curva S-N mais
As juntas em K podem apresentar outro modo de rotura, na figura
4.17. que se obtém quando existe no elemento transversal, provocada pela carga
...,,,,""",,,.. na longitudinal. Para se. este modo de rÇ>tura basta que as ten
sões de flexão no elemento transversal sejam da mesma ordem de grandeza que as ten
sões de no elemento longitudinal. Nestas a nos
4.17 Junta topo a em K com flexão no elemento transversal (modo de roturà). Junta
emT.
313
pés dos cordões do elemento transversal. e propagar-se nesse mesmo elemento. o que
depende das tensões de flexão. Apesar da importância deste tipo dê ligação, que surge
com frequência na prática, existem muito poucos estudos teóricos e resultados experi
mentais publicados que permitam avaliar o comportamento à fadiga desta ligação em T.
Na figura 4.1 b) definiu-se uma junta topo a topo longitudinal contínua. Enquanto
que para as juntas transversais, e comó se viu anteriormente. existe uma grande quanti
dade de resultados de ensaios de fadiga. o mesmo não sucede com as juntas longitudinais.
O provete geralmente utilizado em ensaios de fadiga em juntas longitudinais con
tínuas tem a configuração representada na figura 4.18. O cordão de soldadura é deposi
tado no sentido longitudinal e nos dois lados do provete. Na zona de amarração do
provete o cordão de soldadura é maquinado à face e com uma transição suave entre a
região maquinada e a não maquinada para reduzir a concentração de tensões. Mesmo
com esta precaução, a rotura pode dar-se nessa zona, o que falseia o resultado do ensaio.
Para se obter o modo de rotura mais importante neste tipo de junta (fig. 4.2 b) o cordão
de soldadura deve terminar na zona estreita do provete, para que a iniciação da fenda
se dê no cordão no sentido transversal (fig. 4.2 b e 4.18).
Nas juntas longitudinais contínuas os entalhes nos cantos da soldadura são paralelos
à direcção de aplicação da carga, o que não acontece nas juntas transversais. Portanto;
nas juntas longitudinais os cantos do cordão não estão sujeitos a solicitações no modo I,
o que reduz significativamente a concentração de tensões tornando os resultados insensíveis
à existência de reforço no cordão, o que não acontece nas juntas transversais. Contudo
as ondulações do cordão de soldadura são importantes, porque criam entalhes orientados
transversalmente à direcção da tensão aplicada. A concentração de tensões é mais ele
vada e a fenda de fadiga inicia-se geralmente na ondulação mais pronunciada (fig.4. 18)
que pode ser causada por um ponto de mudança de eléctrodo na soldadura manual.
Os processos automáticos de soldadura que usam o arco submerso ou fluxo contí
nuo produzem geralmente uma superfície contínua e regular no cordão de soldadura com
Ferida
- - - - - - - - - .....'"".................,-,.--rn-,.--,,"",.
- '1 - --- - --I~"; ++-+4-) } - - - - - -_
Zona de
amar'ra~ão
soldadura
pequena ondulação. Verificou-se efectivamente [25] que a resistência à fadiga neste tipo
de juntas, usando soldadura automática, é cerca de 15% superior à soldadura manuaL
A penetração do cordão não influencia a à fadiga nestas porque
o entalhe criado falta de penetração é paralelo à da tensão o que
não se verifica nas juntas em que a falta de penetração é um defeito importante.
As considerações expostas concluir que a
fadiga das juntas longitudinais contínuas é superior à o
tivamente acontece. A principais resultados obtidos nos vários tipos de
será feita na secção seguinte, mas para já que para 2 X IO~
em ciclos pulsantes a à fadiga das longitudinais com o pro
cesso manual varia entre 165 e 198 MPa, podendo ir até 215 MPa com processos auto
máticos [12].
A à fadiga das juntas de topo ser em dois
casos:
(i) quando se usam cobre-juntas contínuas ou descontínuas;
(ií) o cordão de soldadura é descontínuo (o comprimento do cordão de
soldadura é inferior ao comprimento um ou dos dois elementos a ligar).
No primeiro caso, (i) a concentração tensões na da com a
do cordão é bastante A fenda de fadiga inicia-se nessa localização (fig.4.2
e tal como acontece nas juntas propaga-se na direcção da espessura. Para
cobre-juntas contínuas da soldadura) a à
6
2 X 10 se a cobre-
for descontínua, pois aí há a considerar o intervalo entre que
como um entalhe bastante severo. Obtiveram-se neste caso resistências à fadiga de 50 MPa
2 X 106 ciclos. É de a não de em soldaduras com
acesso um só lado torna o cordão bastante às de Pode
obter-se então uma deposição na raiz bastante irregular, prejudicial a existência
da ondulação na superfície ou que o efeito da própria cobre-junta, uma vez que neste
tipo de soldadura o entalhe entre a e a é paralelo à da tensão
I I
I~
- Ft'nda
\
\
'\1
I I
Fig. 4.19 - Provete simulando as juntas longitudinais descontínuas.
reduzida com um raio de concordância elevado nas extremidades, o que fará aumentar
a resistência à fadiga (fig. 4. 19).
Os valores de resistência à fadiga das juntas longitudinais descontínuas variam de
metade a um terço dos valores para as j untas' contínuas [12]. Os valores mais baixos
são para os provetes com dois cordões (fig. 4.19) e os mais elevados com um só cordão.
As juntas topo a topo longitudinais descontínuas têm assim uma baixa resistência à fadiga,
comparável à resistência à fadiga das juntas de canto que serão estudadas em 4.3. Em
conclusão, as juntas longitudinais descontínuas devem ser utilizadas com precaução, pres
tando-se especial atenção à concordância nos extremos do cordão que deve ser elevada
para reduzir a concentração de tensões.
20
Fig. 4.20 - Curvas S-N médias para juntas topo a topo definidas no código BS 5400 [26].
317
topo a topo transversais em K, juntas topo a topo com desalinhamento axial e juntas
longitudinais descontínuas serão referidas na secção seguinte das juntas de canto, visto se
considerar que apresentam o mesmo nível de resistência destas.
As curvas S-N indicadas são curvas médias estabelecidas para uma probabilidade
de rotura de 2.5% Em alternativa, o código define as curvas com um ou dois desvios
padrão .correspondendo geralmente ao limite inferior das bandas de dispersão dos resul
tados publicados. Optando-se por estas curvas aumenta-se a margem de segurança, visto
que se utilizam tensões mais baixas que as da curva média respectiva . .
Para além das curvas básicas referidas nos códigos, existem muitos outros dados
disponíveis na literatura referentes a resultados de ensaios de fadiga em juntas topo a
topo. No Reino Unido há a referir os resultados publicados pela ESDU [23, 27] que
apresentam também uma extensa variedade de curvas S-N que podem ser utilizadas para
efeito de projecto.
No Japão as publicações do National Research lnstitute for Metais apresentam
os resultados obtidos nos ensaios de fadiga em aços de construção fabricados no Japão.
Para as juntas topo a topo foram recentemente publicadas cinco monografias [28 a 32]
que tratam de per si da influência do material (três tipos de aço), da dimensão dos pro
vetes e do processo de soldadura. Na figura 4.2' apresentam-se as curvas S-N obtidas
em juntas de aço SM 50-B pelos processos de árco submerso e arco eléctrico manual, e
em que se verifica claramente que neste tipo de jUl}tas não existe variação significativa
da resistência à fadiga com o processo de soldadura.
Um extenso estudo comparativo da resistência à fadiga em vários tipo de aços e
juntas topo a topo (transversais e longitudinais) foi também realizado no Japão em 1973
[33]. Verificou-se que a resistência à fadiga das juntas é mais elevada nas juntas trans
700,---------,----------,----------,----------,
600
Aço SM 50 B (0.15·'. C )
500
eTc..,= 372 MA. ; (JR= S30MA.
400
li! 300
:l:
o'
<1200
100
500
50 _ _
8
lO' 10' 10
Nr - -
Fig. 4.21 - Resistência à fadiga de jluntas topo a topo em. aço SM 50 B. R = O. Espessura 20 mm.
Tracção. R = O [32].
318
versais com o reforço maquinado à Esta conclusão foi para todos os aços
ensaiados resistência à tracção estava compreendida entre 400"e 1110 MPa. Portanto
confirma-se que a classificação resistência das juntas topo a topo é independente do
tipo de aço, o que as curvas d e ' referidas.
Em Lieurade [34] estudou o comportamento à de topo a
no aço E (ver características princípaís em 4.3.3.3) tendo obtido várias curvas
para ciclos a amplitude de tensão constante e variável.
Maddox [35] recentemente os obtidos num extenso programa
de de fadiga em juntas topo a topo em que fez
váriar a da séries de ensaios realizados'correspondendo a
sete geometrias diferentes, em provetes cujas dimensões e modo de obtenção a partir de
soldadas de grandes dimensões estão definidos na figura
Os resultados dos ensaios de para as sete estão
tados na 4.23. A banda dispersão resultados compreendida nos inter
valos confiança a 95% da curva S-N F do código 540.0., o que indica
que essa curva é adequada para definir a resistência à destas juntas.
f\
Série 4 Cob,.-junla c ..... e",,,,
Série 7
4.22 Provetes utilizados por Maddox [35] e reslDOOWO modo de extracção a partir de
soldadas.
319
300.----.~r-~-----.------~~-,------~-------,-----.------,
_----~.Class. F (intorvalos d.
" ..... confion"a G 95,..)
t 180
"
.....
' .....
'
' •
'- o li.
'-
140 '
b' Símbolo SIri. '
'- •
<l 120
•
(Fig 4.ZZl
1
'-,
'-
o
, X
'-i.
10
)( 2 '-, o
o 3 '-
• ~o
'"
4 ' o
'-
.
5 . X o~
80 '
6 '-
'- ......
'-
'
'",
60 '
'
'
~L-~~L---~--~---L----~-L~~~--~------~-.....--~~~~~--~~~
lO'
Nr -
Fig. 4.23 - Comparação dos resultados obtidos por Maddox [35J com a curva da classe F do
código BS 5400.
Em aços de liga de alto limite de elasticidade temperados e revenidos 'll com resis
tência à tracção superior a 700 MPa. o comportamento à fadiga em juntas topo a topo
transversais foi estudado em profundidade por Rabbe [36]. Dois aços deste tipo foram
escolhidos para esta investigação; o aço 16 MNV6 normalizado com CJ",d 460 MPa e o =
aço 16 MNCD4 temperado e revenido com CJ<'Cd 819 MPa.
5
=
Na zona da fadiga oligocíclica (NR < 10 ciclos), Rabbe verificou que a resistência à
fadiga do aço 16 MNCD4 era bastante superior à do aço 16 MNV6 e ainda à do aço E36
(aço ao carbono com CJ ú.-d = 360 MPa). Neste domínio concluiu-se que a resistência à fadiga
depende essencialmente da resistência à tracção do material, e portanto deve escolher-se
o material com base na sua resistência mecânica determinada num ensaio convencional
de tracção.
Na fadiga de elevada duração (NR> 105 ciclos) não se verificou diferença sig~ifi
cativa na resistência à fadiga entre os dois aços. Os valores da resistência à fadiga encon
trados nestes dois tipos de aços de liga de alto limite de elasticidade variaram também
com a tensão média do ciclo de tensões, diminuindo com o aumento da tensão média.
Para valores elevados da tensão média, Rabbe [36] verificou que a resistência à fadiga
já depende da r:esistência do aço e portanto pode justificar-se utilizar um aço com mais
alto limite de elasticidade (por exemplo o 16 MNCD4). Este aspecto é particularmente
(I) Estes aços de allo limite de elasticidade tem tido uma utili2ação cada vr:7 mais frequente n8 indíistria de construção metálica pois per
mitem maiores cargas de serviço .. assim como redução de peso "" estrutura. O estudo destes aços será feito em mais pormenor no capítulo 7.
320
JUNTAS CANTO DE
(o) (b)
Fig. 4.24 - Juntas de canto transversais (cruciformes); a) Sem transferência de carga; b) Com trans
ferência de carga.
21
322
~~~~::~!::::::~:::~:::::::::~:::::::::~f-~==[="""!I~!~""""_'~""""~"~"""I~r
I
.. ,,, " ..... ",,\
-- -
,,, ,
..
(o) (b)
1..""""',,"',,'"'' 11 """",,,J
- -
(c)
Fig. 4.25 - a) Junta lon~tu~inal de canto sem transferência de carga; b) Junta longitudinal de canto
com transferencm de carga; c) Junta oblíqua sem transferência de carga.
tensões ao longo do cordão de soldadura também não é uniforme, porque a junta longi
tudinal tende a transmitir grande parte da carga perto das extremidades, e apenas uma.
pequena percentagem na zona do cordão.
As distribuições de tensões, que apenas foram apresentadas de modo qualitativo
nas figuras 4.24 e 4.25, serão estudadas em mais pormenor na secção seguinte em que se
faz o estudo da influência da descontinuidade geométrica.
Como se sabe, os modos de rotura estão intimamente relacionados com as dis
tribuições de tensão. Portanto, nas juntas transversais sem transferência de carga a fenda
de fadiga inicia-se geralmente no pé do cordão de soldadura e propaga-se na direcção
da espessura (modo I) (fig. 4.26). Nas juntas transversais com transferência de carga a
fenda pode iniciar-se no pé ou na raiz do cordão (fig. 4.26 b), o que depende da geome'::
tria 'da junta como se verá mais adiante. Nas juntas longitudinais a fenda de fadiga inicia
-se nas extremidades do cordão (figura 4.26 c) e d)e propaga-se no . sentido transversal
ou longitudinal no metal de base (fig. 4.26 c) ou para o interior do cordão de soldadura
(fig. 4.26 d). Em qualquer dos casos a frente da fenda avança também na direcção da
espessura da placa.
323
-
(o) (b)
- 1
- -
I
(c) (d)
Fig. 4.26 - Locais de iniciação da fenda de fadiga e modos de rotura nas juntas de canto; a) Junta
transversal sem transferência de carga; b) Junta:"transversal com transferência de carga;
c) Junta longitudinal sem transferência de carga; d) Junta longitudinal com transferência
de carga.
Existem imensos resultados publicados na literatura com curvas S-N obtidas nos
vários tipos de juntas de canto apresentados nas figuras 4.24 a 4.26. Os principais resul
tados obtidos até 1978 foram compilados também por Gurney [12]. No entanto, os estudos
versando a determinação da distribuição de tensões nas juntas e detecção da influência
da descontinuidade geométrica só a partir de 1978 é que começaram a ser realizados
. com frequência, devido à generalização do uso do método dos elementos finitos . Em 4.2
apresentaram-se os resultados mais importantes obtidos por este método em juntas topo
a topo. O mesmo procedimento será aqui feito para os diferentes tipos de juntas de
. canto apresentando-se exemplos das distribuições de tensões mais significativas, com os
valores mais característicos do factor de concentração de ' tensões. A determinação do
facto r de intensidade de tensões em juntas soldadas será referida no capítulo 5 respei
a
tante influência dos defeitos de soldadura.
324
(I) Também se podem utili:mr elementos tridimensionais ou elementos de fronteira que lêm a vantagem de permitir a determinação das
tensões segundo três eixos. necessitando porém de computadores com maior capacidade de memória,
325
0,2
r
co
r
""'\"""
...... DisI,ibuiçao d •
>
•
I .""
0,3
f 1
o
~
o,~
r
•
/"''';0 dO ...p~uu,a (y/B=O,5)
Fig. 4.27 - Distribuição das tensões longitudinais cru ao longo da espessura da placa numa junta
cruciforme sem transferência de carga. e=
45"- LG = 0,8 B [37].
Junta d. CClnto
4,0 ~ 1.6 =0,811
Junto .m K
LG=O,UJ
'(,o
Q. 30
O
'
C
2,0
70 80
. 9 (graus)
(a)
3,0
o
c:::
2,0
1.0':-_..L,-_...L_--L_ _L-_..l.-_-L_....J
O 0,6. O,S 1,0 1,2 1,4
LG/B
(b)
8 - f't.pQ'Ssura
COOIMnadQ Posição
• ~ do nó 188
0 .1 0.25
0.125 0.15 p
0.075 0 . 10 Q
~-+--0.05
0.5
0. 4
0.3
T =0.58
O.IS
0 .0
0.1
Fig. 4.29 - Rede de elementos finitos utilizada por Gumey na região do cordão de soldadura [39].
·328
2
3
t 4,0
o
c
1-lG/B=O,25
2 -lG/B=O.15
3 -lG/B =0,1
--
0,6 0,8 1,0
2
IIZ
Tabela 4.1 - Valores de B, BI' e e LG para a junta da figura 4.31 em tracção uniforme
e flexão encastrada com L = 70 mm. [40].
BI=IOmm BI = 20mm
B=4mm B= 12mm B= 24mm B=48 mm B=4mm B = 12 mm B= 24mm B=48mm
~-
• , v.,
m
". '" '"~
K'
n
In ,...
. n•
H2 tU
. A
lU
"
"
"
'"
•• ... I
1
F-----------------------------l------------------------~--~
4.32 Rede de elementos finitos isoparamétricos utilizada no estudo da junta cruciforme [43].
331
3,Or-------.---------r----,--~-___,
I
\ - .
t
5Kc;ao dI' calculo
da5 tI'I"ISÕ"S
E
o
b'
~
b~
1,5 + B=4mm
X B=12mm
• B=24mm
C B=48mm
',0
~5L---__--~~------~~------~~------~
° 0,02 0,04 0,06 0,08
y/B -
Fig. 4.33 - Distribuição das tensões longitudinais 0'.\, ao longo da altura )'/ B. Junta cruciforme
em flexão encastrada. {) = 45°, LG = \O mm. L = 70 mm. BI = 10 mm [43].
332
2.0
+ B=:4mm
)( B= 12mm
*' B: 24mm
[J B;; 48mm
1.5
em 0= LG = 10 mm. L 70 mm. B, = 10 mm
Portanto. neste tipo de juntas, para reduzir o faclor de concentração de tensões é impor
tante utilizar cordões baixos e de pequena dimensão (valores baixos de 8 e LG) e sem
pre que possível trabalhar com baixas espessuras na placa principal e no cutelo de ligação .
Ta bela 4,2 - Valores do coeficiente de concentração de tensões no pé do cordão de soldadura para as geometrias
indi cada, na Ta bela 4. 1 [40 c 43].
RI = IOmlll I ,KO 2.115 ~ ..'! .'! 1,'14 H, = IO mm 1.55 1.71 I.W 2.02
e == JS ': I.<i = S 1T1n; ~ . JK 2.M 2.1\2 .'! ..lx
o=..aS"; Uj = 5 111 m
1.71 2J)) .'! .4f1 ~A:;
i H. ;::. n1ln
Ar =J() mm I()
e = "1fl,5 T : LG :: 5 rnrn
1..19 1. 1.1
fi = 2~.5T: 1.(; = 5 mm
1.0M 1. 1.1
8 , =10rnm R. = 20mm
6 = 45": LG = 5 mm
2.7.1 .1.05 1.1'11
0= 45": I.G =5 mm 2.115 2.4<;1 ~.55
8 1=20mm I =
B, 10 mm
=5 mm e = ~.1.4:1": =5 mm
6 = 6.1.4.1" : LG
B I =~mm I :1.65 :1.0,1
8 , =20mm
LG
.:un 1.~
resultados da tabela 4.2. Verifica-se que aumenta com a relação LGI B sendo esse
aumento mais acentuado nas espessuras (24 e 48 mm). Mantendo-se constantes
as restantes no cordão de soldadura (8, e B), K,aumenta com
a B,I B. o que que a espessura do cutelo de deve ser mantida
no valor mínimo.
3.S~----~----~----~-----,----~
.0=&=4mrn
•'-"= 1=llmm
.0"8=24m,,,
•
'" *'= 1=48mm
.-
50 60 10
(J
4.35 - do factor de de tensões K, com o ângulo e em função da
espessura B da barra.S, lO mm. LO::= 5 mm [40].
Os valores do factor de concentração de determinados nestes estudos
[40. comparados com' os valores obtidos por em
tracção e para relações geométricas semelhantes. A concordância de resultados foi bas
tante boa, o que valida a aplicabilidade do elemento isoparamétrico e do método utilizado
para cálculo das t e n s õ e s . ' .
.as juntas longitudinais não existem resultados disponíveis na literatura para \
factores de concentração de tensões. Porém é de prever que os valores de K, no pé do
cordão de soldadura elevados do que nas porque a Junta
longit udinal equivale a uma junta transversal com uma B,I B elevada. O trata
mento por elementos ·finitos desta junta pode ser feito de modo análogo ao. junta
transversal. considerando. elementos bidimensionais no plano longitudinal médio que passa'
335
.6-8=12mm . 81/8=·833
Á U -8=24mm , 81 / 8=·417
** -8=48mm , B1/8=·417
3
•
2.5
_. _____ --6
2
6
, ._6- ' -
1.5
..' pelo centro do cutelo, Este método. porém. só tem i'nteresse no caso de a rotura se dar
por propagação da fenda segundo a espessura e com iniciação no pé do cordão (fig. 4.26 c).
Neste caso o método dará a distribuição de tensões na secção crítica que é equivalente à
da junta transversal com o mesmo modo de rotura. Se a fenda for longitudinal, iniciada
junto de um dos cordões longitudinais da junta. o método já não pode ser aplicado. a
di~tribuição de tensões é mais complexa e só poderá ser obtida com elementos tridimen
sionais.
336
Os dois tipos de provete mais utilizados no estudo das juntas de canto com trans
ferência de carga são a junta cruciforme da figura 4.24 b) e a junta sobreposta que se
apresenta na figura seguinte (fig.4.37). A principal diferença entre estes dois tipos de
junta é a de que no provete da junta sobreposta, a distribuição de tensões nas placas de
cobertura é aproximadamente uniforme junto da soldadura, enquanto que na junta -cru
ciforme a distribuição de tensões na placa central ni'lo é uniforme (fig. 4.24 b). Do ponto
de vista da resistência à fadiga existe outra diferença entre estes dois tipos de junta que
se pode tornar importante. Assim, enquanto que na junta sobreposta parte da carga pode
ser transferida por atrito entre a placa principal e as placas de cobertura, reduzindo deste
modo a carga suportada pelas soldaduras, nas juntas cruciformes os cordões de solda
dura suportarão inevitavelmente toda a carga.
No projecto destes dois tipos de junta é necessário considerar cuidadosamente a
determinação do tamanho da soldadura. Como já foi referido, a fenda de fadiga tanto
se pode iniciar no pé do cordão de soldadura como na raiz (fig. 4.26 b). O local de iniciação
da fenda depende da geometria do cordão e da placa e será definido pela distribuição
de tensões na junta. O tamanho crítico da junta é o que conduz a igual possibilidade de
rotura na soldadura e na placa. Para efeitos de projecto o tamanho ideal da junta é o
que conduzir à rotura pela placa. Quando ,esse ponto for alcançado. um aumento do
tamanho da soldadura não aumentará a resistência à fadiga, enquanto que um decréscimo
de dimensão pode conduzir à rotura pela soldadura e, consequentemente, a uma resistência
inferior à óptima. Para as juntas cruciformes o tamanho crítico da junta pode ser calculado
teoricamente usando a mecânica da fractura. como se verá mais adiánte em 5.5.
Em juntas cruciformes Gurney [37] determinou a distribuição de tensões e o facto r
de concentração de tensões no pé do cordão de soldadura. utilizando o mesmo tipo de
elementos e malha das juntas sem transferência de carga cujos resultados foram apresen
tados nas figuras 4.27 e 4.28. A figura 4.38 é um resumo dos resultados obtidos e mostra
a influência do ângulo de tangência a, da espessura do cordão. LG e da penetração do
5,0
."
Q.
o
c
I
x
2,0
P - p~n~tração
P=O (junta de canto)
B=2P(junta .mK)
1,0 1,2
22
338
Junta d .. canto
4,0 ! <Ilra".I. d. <0'9")
tG =0,8 B
'J.mtG.m li
LG= 0,$8
o 3,0
c:
2,0
e (graus)
4.39- de valores de K, para vários de junta em do do
cordão 6.
339
-
Fig. 4.40 - Modelo fotoelástico para o estudo das juntas sobrepostas com transferência de carga.
5,0
~
- T I
.-
_
J,O
2,0
1,0 '----''----L_---L_-'-_--'-_--'-----'
o la 20 JO 40 50 60 70
9 (graus)
Fig. 4.41 - Valores do factor de concentração de tensões obtidos por fotoelasticidade em juntas
sobrepostas com transferência de carga [12].
340
4.3.2.3 Juntas canto longitudinais com transferência carga
,I I,
,, ,
)
I
,,, ,,
-
I
H"
,, ,,,
I
'1
I
r"" '"
-
(o) (b)
4.42 - Provetes rpnrP",~n!l,nrl longitudinais com transferência de carga: a) com placa
de cobertura; b) com cruzadas,
Nas juntas com placas cruzadas (em 90") não se conhecem ou não foram publi
cados resultados de estudos teóricos de distribuição de tensões. Os resultados de ensaios
de fadiga indicam também um aumento da resistência à fadiga com a relação 1/ w.
Junta transversal sem transferência de carga 66 a 165 54 108 a 135 270 ± 41 a ± 103
Junta longitudinal sem transferência de carga 68 a 114 56-112 a 94 188 ± 42 a ± 71
Junta sobreposta transversal com transferência de carga 85 a 150 70-140 a 123 - 246 ± 53 a ± 94
Junta transversal com transferência de carga
66a 151 54 108 a 124.., 248 ± 41 a ± 95
(Junta cruciforme)
( I) Foram excluídos alguns resultados excepcionalmente elevados ou baixos em relação aos restantes.
342
que não aconteceu pois os resultados da tabela 4.3 foram obtidos em juntas com geome
trias diferentes e ensaiadas por um número muito elevado de investigadores. Por outro
lado, também se desconhecem os intervalos de variação das curvas ;S-N, o que não per
mite tirar conclusões em relação a valores de resistência à fadiga para durações diferentes
6
de 2 x 10 ciclos.
A segunda conclusão a tirar dos resultados da tabela 4.3 é a redução da resistência
à fadiga com o aumento da tensão média do ciclo de tensões. Assim, em comparação
com o ciclo pulsante, para o qual todos os resultados anteriores têm sido referidos, veri
'fica-se uma redução média de 0,82 (82%) na resistência à fadiga para o ciclo repetido
com R = 0,5, e um aumento de 1,25 (125%) para o ciclo alternado (R = -1). A existência
de tensões de compressão no ciclo de tensões faz aumentar a resistência à fadiga, o que
também já se tinha verificado nas juntas de topo. Contudo, o facto de se, ter verificado
uma variação da resistência à fadiga com a razão de tensões não significa necessaria
mente que numa estrutura soldada de grandes dimensões venha a ter essa influência.
Como será demonstrado mais adiante (capítulo 6), em estruturas que contenham eleva
das tensões residuais não há influência da razão de tensões. Os resultados indicados na
tabela 4.3 foram obtidos em provetes de pequenas dimensões, em que as tensõ~s residuais
são geralmente reduzidas, o que justifica a influência da razão de tensões.
À excepção das variáveis geométricas do cordão, os parâmetros que podem influen
ciar a resistência à fadiga das juntas de canto são comuns aos das juntas de topo. No
diagrama da figura 4,43 indicam-se os quatro parâmetros mais importantes e as respecti
vas variáveis.
Geometria da Processo de Tensão Meio ambiente
junta soldadura
Parâmetros geométricos
6. B. BI' LG. LG/B. B/BI
Modo de rotura
Penetração
I
Modo de solicitação I Fadiga com corrosão
(a estudar em 4.4)
I/li' nas juntas 'longitudinais Lisura do cordão
Penetração. P C oncord â ncia Nível de tensões I
. Nível de defeitos
Resistência mecânica
Tensão méd ia
Fig. 4.43 - Representação esquemática dos principais parâmetros 'da resistência à fadiga das juntas
de canto. .
sões nas localizações críticas. Assim, quando se tem alterado um determinado parâmetro
geométrico os resultados obtidos nos ensaios indicam maior ou menor resistência à fadiga
consoante a alteração desse parâmetro produzir, respectivamente, um valor mais baixo
ou mais elevado do factor de concentração de tensões. Este facto tem sido sistematica
mente verificado nos vários programas de ensaios realizados.
Os trabalhos publicados sobre a influência da geometria da junta na resistência à
fadiga são relativamente reduzidos, o que se deve por um lado à multiplicidade das dimen
sões a estudar, e por outro lado ao grau de interação que existe entre elas. Na maior
parte dos casos os ensaios limitam-se a estudar a influência de um ou dois parâmetros
mantendo os restantes constantes. De q"ualquer modo, as principais conclusões obtidas
podem ser resumidas como segue:
4oo~-----------.----.---~-------r----.------------r--~
350 Ângulo a
'300
200
150
100
Nr - !
(a) (b)
4.45 Modos de rotura em juntas longitudinais sem transferência de carga: a) cordões longi
tudinais apenas; b) cordões longitudinais e transversais.
345
B - Juntas transversais
-
t
1000
cf
:l: 500
100
50
5
10 10'
Nr -
Fig. 4.46 - Curvas S-N em função da espessura para juntas transversais sem transferência de carga
carregadas à flexão [52. 53].
346
500
400
300
t 200
b"
<2
2
100
3
80
4
5
1 - B .;. 10 a 15 mm
2-B:20 mm Aços ao carbono
50
3-9 = 25 mm Rotura peb pé
4-9 = 30 mm
5-B + 30 a40mm
10
,
10
5 , 1
10 10
Nr -
Fig. 4.47 - Curvas S-N médias em juntas transversais à flexão com a fenda a iniciar-se ·no pé do
cordão [54].
347
da espessura na resistência à fadiga deverá ser maIS acentuado nas juntas com tensões
residuais do que nas juntas sem tensões residuais.
A influência do modo de carregamento (tracção e flexão) e do modo de propa
gação da fenda (pelo pé ou pela raiz do cordão) estão ilustradas na figura 4.48, que
representa as bandas das curvas S-N para estes quatro casos. Apesar de as bandas terem
uma variação considerável, uma vez que correspondem a resultados obtidos em condi
ções variáveis dos restantes parâmetros, pode concluir-se que em flexão a resistência à
fadiga é mais elevada que em tracção, e que as roturas pela raiz do cordão conduzem a
valores mais baixos da resistência à fadiga do que as roturas pelo pé do cordão.
A diferença entre o comportamento à flexão e tracção pode ser facilmente expli
cada pelo gradiente de tensões nominais na secção do cordão de soldadura. que existe
em flexão, enquanto que em tracção a distribuição da tensão nominal é constahte. Como
a concentração de tensões é mais elevada em tracção que em flexão (ver resultados na
500
400
t 300
~
::1 200 " .... Roturas
.... .... p.lo p. :
b .... ....
4 .... .... Roturas
.... .... p.lo p,;: .... ....
c. axial
..... ,",oturos
.....
pf'la roiz:
.... fI •• QO
....
100 ....
.... ....
RolutaS
....
..... .... Pf'lo raiz ~
60 ....
.....
....
....
....
....
"- .....
FI~xõo ....
50 Carga axial
.....
....
" ....
.....
10~ 10
6
10'
Nr -
Fig. 4.48 - Comparação de curvas S-N médias em tracção e flexão em juntas cruciformes [54] .
348
- -
Fig. 4.49 - Representação de uma junta longitudinal com transferência de carga.
4.50 - Placa encastrada nos quatro bordos com juntas de canto submetida a cargas laterais.
~(J= -
I C,35 EDO./»
(J
-'-+-- (4.4)
IX Nr
O, I2 N°'r/>
em que D=/n(l / (I-~)), sendo ~ a redução de área, IX uma constante de forma que
considera a Goncentração de tensões no cordão de soldadura, E o módulo de elastici
dade do material, (J a tensão nominal e ~a a gama da tensão referente a uma dada
variação da pressão interna do reservatório a que corresponde um determinado número
de ciclos de rotura , Nr . A representação gráfica desta equação encontra-se na figura 4.52,
que no eixo das ordenadas tem o número de ciclos de rotura para um valor de IX = 3,
representado em função da tensão admissível estática no material do reservatório (tensão
de cedência a dividir por um coeficiente de segurança em geral 1,5). , Verificou-se que a
equação (4.4) passava pelo limite inferior dos resultados experimentais, o que é conve
niente em termos de segurança.
Os nós' de soldaduras de canto em estruturas metálicas reticuladas constituídas
por perfis metálicos diversos (cantoneiras, barra, perfil U, etc,) também têm sido estuda
dos, quer sob o ponto de vista da análise experimental de tensões (com extensómetros
eléctricos), quer através de ensaios de fadiga realizados em condições diversas de solicitação
e geometria da ligação. Dado que estes ensaios são bastante dispendiosos por serem rea
\i zad os à escala natural ou aproximada, a análise experimental de tensões, que é executada
para solicitações estáticas, tem o interesse de fazer uma selecção prévia dos tipos de nós
e geometrias que devem ser ensaiados posteriormente à fadiga, o que poderá reduzir de
352
a) b)
c)
d)
400000
300000
200000
100000
M
50000
lS
~
'OOOO~
... 30000
Z
20000
D=ln(1I1-Y)
10000
Fig. 4.52 - Número de ciclos de rotura em função da tensão admissível estática [59].
23
354
são constante realizados em pro vetes pequenos maquinados e juntas topo a topo tam
bém maquinadas (cordões à face), constituíram a base das curvas' S-N de projecto à
fadiga dos códigos inglês e americano de reservatórios sob pressão.i Para obter estas cur
vas aplicou-se um procedimento que será descrito em mais pormenor no capítulo 10 na
secção referente aos códigos de projecto de reservatórios sob pressão.
A fadiga oligocíclica é portanto importante no projecto à fadiga de reservatórios
sob pressão. Refira-se para já que, segundo estatísticas provenientes dos registos de várias
companhias de seguros inglesas, durante o período de 1967 a 1972, 8~% das causas de
ruína em reservatórios sob· pressão foram devidas a fissuração em soldaduras de canto
ou nas tubuladuras. Desse valor de 84%, 20% foram devidas a fadiga mecânica ou tér
mica e 4% a fadiga com corrosão. Toma-se portanto importante conhecer o comporta
mento das juntas de canto no domínio da fadiga oligocí~lica. A informação recolhida
nestes ensaios permite complementar a informação de cálculo dos códigos e avaliar a
influência na resistência à fadiga dos parâmetros já referidos.
Como se viu anteriormente no capítulo 2, no domínio da fadiga oligocíclica utiliza
-se em vez da tensão a gama de extensão plástica ou gama de extensão total (elástica +
+ plástica) do ciclo de histerese imposto ao provete. Para provetes soldados obteve-se
uma melhor correlação com o número de ciclos de rotura, usando a gama de extensão
total, ~e:" em vez da gama de extensão plástica, ~e:r' Um exemplo encontra-se na figura 4.53
que representa a curva média (~e:t, Nr) obtida por Harrison[60] em ensaios em juntas
longitudinais de canto sem transferência de carga submetidas à tracção. Repare-se (fig. 4.53)
que os valores de ~e:t começam em 2% (0,02) e vão até 0,1% (0,001) aproximadamente.
5
Os valores de duração estão compreendidos entre 2 X 102 e 10 ciclos, aproximadamente.
5
A partir de 10 ciclos aproximadamente iniciar-se-ia a região de fadiga de alta duração
(a que tem sido considerada até agora) esta já no domínio 'elástico, uma vez que a exten
são total é inferior a 0,2%, valor que define geralmente a tensão de cedência no material.
.:;'5
<I 4
3
2
-J
10 ~----~~------~----~~----~
m 1~
Nr -
Fig. 4.53 - Relação Âe:(, Nr em juntas longitudinais de canto sem transferência de carga. Tracção
alternada. R = - I [60]. .
355
-~-
Aço macio E36
O" = 570 MPa .0;,,,,=
420MPa
500
o
o..
:l
-
t:I
lO
275
50
o
a) t ( °I. ) b)
=const. . R =0, I;
°
Fig. 4.54 - a) Ciclos de histerese mecânica numa junta soldada de canto. Llcr
b) Ciclos de histerese mecânica para LlE = Ema,. = const. R = [61].
356
600
Aço A70-"
400
300
Nr -
Fig. 4.55 Influência do de aço na resistência à fadiga oligocíclica em de canto. Aço A 70
com aR 660MPae0 ccd 5l5MPa;AçoE36como R 570MPaeo Wd =420MPa[61].
~ 120
o
.ç:
E
o 90
c
o 60
10
.
1/1
C
..... lO
Prnsão pullGntf
T,nNao d. m.mbrana
o
11)' 5 6
10 10
N~ de ciclos de pressão
Fig. 4.56- Resistência à fãdiga de ponnenores de soldaduras de canto em reservatórios sob pres
são [64].
a 6). Com esta informação é possível comparar o nível de
pormenores e a mais adequada dos mesmos para uma r!p!",rrn,
Nos mesmos trabalhos de Diez e Salkin [64J podem encontrar-se também resul
tados de um estudo comparativo no domínio da fadiga oligocíclica realizado em porme
nores de vigas soldadas(ll.
500
400
300
1200
If
::r
150
b'
<C
100
80
-o
r
Aço F~E355
50
3 4 5
10 10 10
Nr -
Fig. 4.57 - Resistência à fadiga em juntas transversais em função da tensão média. Tracção [65].
t 400
"
a..
L
300
-- - - -
200
150
da tensão
de cedência para
R= 0;-1; -2 e-I.
R=O
Nr
Fig. 4.58 - Curvas S-N para valores de R negativos. Junta sem transferência de
carga
cr ( 1-0,6 R (4.5)
l-R
tensões para R = O.
LIL.I~Llva. calculada no limite
VUI....... " " nos ensaios de valores o que prova
que se pode usar esta tensão efectiva com uma boa margem de segurança. A metodolo
de cálculo em calcular a tensão efectiva pela equação (4.5) entrando com o
valor de R em questão, e essa tensão efectiva na curva projecto para
°
R = que seja
Os
àjunta em causa.
referidos no anterior e ilustrados resultados da
figura 4.58 mostram que se a junta soldada estiver submetida a
componentes elevados de compressão a à fadiga
a equação (4.5) conduz quarido R é
~.,.., .....__ que se uma tensão e portanto
Mesmo que o de tensões tenha componentes de podem induzir-se
tensões de na região do cordão soldadura, utilizarydo várias técnicas que
serão descritas e comparadas no capítulo 11.
361
"". .
260
2'0
•••
t
200
ISO
"" x
•
-c}~"
O
n.. 150
:l:
b
<l
120
BO
111
Nr -
Fig. 4.59 - Resistência à de transversais cruciformes sem transferência de carga pelo
processo semiautomático de fio fluxado
~r------------.. __ .................................'~---'------------~------------~
500
<
300 Posição 0.0
baixo
2::r
,;
200
150
~
>. "'--.
Posição "-.....
.
" vl.'rlical
E
b
100
BO F F
SO
R=:0.1
Aço FE3!i!i
40
10' 10~
, 7
Irl 10 10
Nr -
Fig. 4.60 da técnica de soldadura ná resistência à fadiga. Junta transversal sem trans-.
ferência de carga
363
posição vertical. Com este processo a deposição e a geometria dos cor.dões são mais
irregulares, o que provoca uma concentração de tensões mais elevada. Por conseguinte.
em estruturas soldadas sujeitas à fadiga é conveniente utilizar posições de soldadura ao
baixo, e com acesso para se obterem formas regu'lares nos cordões e boas condições de
deposição.
4.4.1 Introdução
No capítulo 2 fez-se uma referência muito breve ao fenómeno de fadiga com cor
rosão e no capítulo 3 apresentou-se o tratamento geral da propagação de fendas de fadiga
com corrosão com especial ênfase nos aços utilizados em construção soldada. Após a
apresentação destes conceitos introdutórios e gerais vai-se tratar do problema particular
da fadiga com corrosão em juntas soldadas que traduz a influência do meio ambiente
no comportamento à fadiga das juntas soldadas (fig. 4.43).
A revisão bibliográfica apresentada nesta secção procura clarificar qualitativamente
e quantitativa mente a influência das variáveis mais importantes da fadiga com corrosão
em juntas soldadas de aço [71, 72]. Como já foi referido, os resultados considerados até
agora neste capítulo foram obtidos em ar ou ambientes considerados pouco agressivos
(ambientes de pouca reacção química com a superfície do meta l). Contudo a influência
do meio ambiente é deveras importante em estruturas soldadas que trabalham em ambien
tes corrosivos, como é o caso das plataformas marítimas off-shore, estruturas de navios
e até equipamento de movimentação portuária . Em muitos casos as roturas por fadiga
são devidas a fadiga com corrosão e poderiam ter sido evitadas se a influência do meio
ambiente tivesse sido tomada na consideração devida. Efectivamente, no sentido rigoroso
do termo, só pode haver fadiga sem corrosão se o meio ambiente for totalmente inerte,
o que só acontece em vácuo. É facto conhecido que a resistência à fadiga duma peça
exposta ao ar (mesmo em ar seco) é significativamente mais baixa que a resistência à
fadiga em vácuo.
Nesta secção vão referir-se os principais parâmetros que influenciam a rotura por
fadiga com corrosão em juntas soldadas, apresentando-se os resultados mais importantes
que quantificam · a influência desses parâmetros na resistência à fadiga da junta. Final
mente apresentam-se e discutem-se os resultados de fadiga com corrosão nos vários tipos
de juntas soldadas consideradas neste capítulo.
Os parâmetros que condicionam a rotura por fadiga com corrosão estão agrupa
dos em quatro grupos cada um com uma variável considerada predominante. As variá
veis escolhidas foram a tensão, relações tensão-tempo, intensidade da corrosão e mate
A 4.61 lista os parâmetros pertencentes a cada um destes grupos e a figura
que deve para que numa estrutura de aço não . a rotura por fadiga
Parâmetros da
Distribuição dos
Forma da onda
elementos de liga c de carga
impurezas
Modo de carregamento
(axial ou nexão)
Tempo de permanência
Pressão do meio
ambiente
Fig. 4.61 - Parâmetros mais importantes da rotura por com corrosão (segundo J. W. Knight
[72] ).
365
Nível de tensões
Fig. 4.62 - Condições dos parâmetros da fadiga com corrosão para uma resistência mínima à
fadiga com corrosão (segundo J. W. Knight [72]).
Para completar a informação contida nas duas figuras anteriores o diagrama da'
figura 4.63 indica o modo de variação de alguns dos pa~âmetros já referidos, para que
se verifique um aumento na duração à fadiga num determinado aço e meio ambiente.
Nessa figura, considerou-se os parâmetros que causam efeito benéfico na duração identi
ficados por uma seta apontada para a direita. Os vários parâmetros do processo de fadiga
com corrosão (fig. 4.61 a 4.63) serão em seguida analisados em mais pormenor com basc
nos resultados de trabalhos de investigação mais importantes publicados na literatura.
ÁGUA AR VÁCUO
Material de base
Carga de flexão I
Redução na tempCrdlllra >J
Aumento do pH >J
Revestimentos superficiais XI
ITensão média de compressãõ)J
Juntas soldadas
I
Redução no tempo de exposição I
J untas de ângulo
cruciformes com
transferência de carga
LEGENDA
~ Efeito benéfico
EB Efeito prejudicial
Figo 4063 - Diagrama esquemático ilustrando o efeito de algumas variáveis na duração à fadiga
com corrosão (segundo Jo Wo Knight [72])0 o
367
ti
<I
111 Curva em af
~
'0
\1\
C
~
----~--------~--2
Curve .m ar pora um prO'lf'1G'
pr~yiom.nl. corroído
~----3
Curvo dI' fadigo com corrosão
10~
Nr
Fig. 4.64 - Diagrama esquemático mostrando o eJeito da corrosão na resistência à fadiga.
Reparar que estas duas curvas (curvas I e 2 da figura 4.64) são paralelas, o que indica
que a resistência à fadiga não está a ser inOuenciada pelo meio ambiente porque ambos
os ensaios foram realizados em ar.
Comparando a curva S-N obtida em ar com a obtida no ensaio de fadiga com
corrosão (com exposição simultânea ao meio corrosivo) verifica-se que estas não são para
lelas porque a diferença de resistência à fadiga aumenta com o número de ciclos até à
rotura. O efeito da corrosão na resistência à fadiga aumenta assim com o tempo de
4
exposição (maior número decidos). Portanto, nas baixas durações (10 a 105 ciclos) a
influência da corrosão não é significativa mas vai aumentando à medida que as dura
ções aumentam.
O efeito da corrosão produz uma redução da resistência à fadiga, mas' é impor
tante referir que quando a fadiga e a corrosão ocorrem simultaneamente (curva 3 na
figura 4.64) a redução na resistência à fadiga é maior que a soma dos efeitos individuais
da fadiga e da corrosão actuando separadamente (curva 2 na figura 4.64). Os resultados
publicados na literatura e compilados por Knight [72] indicam que em provetes de aço
6
(material de base) ensaiados em água salgada a resistência à fadiga para 2 x 10 ciclos
pode ser até 85% inferior à resistência à f~diga em ar. .
A tabela 4.4 faz uma comparação entre os valores de resistência à fadiga em ar e
em ambientes corrosivos para os principais aços e tipos de junta usados em construção
soldada. Verifica-se qU(!, com excepção dos aços inoxidáveis, cuja resistência à corrosão
e fadiga com corrosão é reconhecidamente elevada, todos os· r~stantes aços têm valores
368
de resistência à fadiga com corrosao. 0" que variam de 19 a 77% dos valores da resis
tência à fadiga em ar (comparar os valores de ar/ a; para 2 x 10' ~ - 107 ciclos indicados
na tabela 4.4).
Tabela 4.4 - Comparação. entre a resistência à fadi ga de provetes d~ aço ensaiados em ar e ambienles corrosivos [72].
0I eM' ur pam
o; no amo~nlc
a;If1, r'Jll·mar~r.t
n; no ôlmhicnfl' tf;/",
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Matcri... ) TII' " de R=~ 2. • Irt cido"
2.. IClt. tidu"
12 . ]Crcic!u,\) 101 ciclu),
corrOSi\ll parJ
107 ,ido...
(W} c:ich;....
rm 1\'CIC carrq!aml'nlO
"n.. . ' amhicnll'
(MPa) Iri) IMPa) (l "i)
IMPa) IMPal
Â~LJil ::',ill~ada
Aço dI! HOO MPa L i~1l TrJcçàu 4.10 2.'5 55
(imc~ I )}
Aço de XIIO MP. Li)ou Flt::dll À~'1a ~Il:!ifda 4/-11 ISO" .\2 4.'\U · XIJ 19
t{!ot;! a ~t)(al
Ál!-llêt curn:nlc
Aço de KOO M Pu I.i:. o f-lcxân .120 2]5 70
(1!tllil <I !;uus)
Aço do: 500 M Pil Li:w fk.'.'ltão Ã1!ua ."11~í:ldíl .\011 IN) 5.\ 275 IiX)
I ~()lU :t ~ota)
.1h
Aço C OJ5 I '; C I IM) fl...."Üll -I A!,!ua corrc:nh: 4j.l 42--' 9.\ 454 .ISO 77
Aço de KOO M Po! Junta
Tnu;,Ju Á~lla ~11!'Ida
de rl.'!'iisl::ncia I~lpo IIIUI"0 'l<O 1/0 ~I
limcr~nl
â Ir-oI C(ã~l (arco n\.uw:l l)
Aço de: HOO M Pu Junla Água corrente
de: lcsisl':nc.ia tupo a IOPO FIc:< ão 1~7 1.\0 7X
(~()til a g~lta)
if tr-..Icçio (arco manual)
,A,ç(l de XOO M Pol. Junl.õl Ág.ua corn:nle:
de: T'l.-SL'1éncia fopO li 10pc.l FkXUt\ 22.1 1~5 74
(gota a 1:!0tal
a lracção (;:IifCO subme'f~o)
Junl~
Aço d,-, KOO MPa Ápm CMrcnlC'
10p03i fOpo Flc .d t\ 72
de rtsislcncia 26t> 192
(areu manu;J1 (~OUI l1li gnlal
j IIli CçliU
com cordõl,."
rl,.-clifícado ~ l
M~io ambjent~
Superfície
da P~C;Q
-
(mal~rial dissolvido)
--
-- conc~nlração d~
tensõ~s
senta de forma esq uemática picadas de corrosão. Nas picadas o material é retirado por
dissolução, o que origina as cavidades características. Estas cavidades ("picadas") são zonas
de concentração de tensões onde se irão nuclear as fendas de fadiga. As picadas têm
dimensões variáveis, mas a dimensão crítica (que provoca a iniciação da fenda) em muitos
casos basta atingir de 0,2 a 0.5 mm de profundidade ou comprimento. Esta dimensão é
suficiente para criar uma concentração de tensões necessária para activar os mecanismos
de nucleação da fenda.
A formação das "picadas" de corrosão é um fenômeno dependente do tempo ou.
o que é o mesmo, do número de ciclos de aplicação da carga. Sabe-se que a densidade
(quantidade) e dimensão das picadas aumenta com o tempo de exposição ao meio cor
rosivo, o que significa que as zonas de concentração de tensões são mais numerosas e
extensas à medida que a duração aumenta. Por outro lado. nas baixas durações a for
mação e extensão das picadas é mais reduzida. o que faz com que. nessa lona e para a
mesma tensão, as fendas se iniciem ao fim de um número de ciclos semelhante ao obtido
em ar (fig. 4.64).
Em comparação com o que se passa em ar. pode concluir-se que num meio cor
rosivo o número de ciclos para a iniciação da fenda será menor e afasta-se tanto mais
do valor em ar à medida que a densidade das "picadas" aumenta. o que. como já foi
referido, acontece nas durações elevadas. O número de ciclos de propagação também é
menor no meio corrosivo. porque a fenda propaga-se com maior velocidade neste meio.
o que já foi comprovado no capítulo anterior. A sobreposição destes dois efeitos justifica
a menor resistência à fadiga com corrosão em relação à fadiga em ar. e também a diver
gência das respectivas curvas S-N com o aumento das durações.
24
370
Aços ao carbono
Ensaies f1fl'i flexão rotativa;
fll'xõo plana fi' trQc.çQo - (;ompnnSa~
~~8--~----L---~--~O----~2---4·b----6L-~
O"m/O"oc
4.66 resl=ntaçãio esquemática do efeito da tensão média na resistência à com COf
rosão de lisos de aço [73].
corrosivo pode depender bastante do tipo de aço utilizado, desde que os limiares de
propagação ~Klf e K1CST sofram alteração. A comprovar este facto há a referir os resulltados
apresentados anteriormente na tabela 3.3 em que se obteve a mesma curva da i dN, ~ K
em vários aços de construção de baixo teor em carbono.
Para os aços de alta resistência há a referir os resultados obtidos por Knight [74]
em cinco aços soldáveis temperados e revenidos com resistência à tracção entre 800 e
950 MPa. Trata-se de aços com teores em carbono entre 0,17 e 0,20% e que contém
elementos de liga como C" N i e Mo para facilitar o tra[amento térmico. Estes aços, cuja
aplicação será considerada em mais pormenor no capítulo 7, apresentam valores elevados
de resistência mecânica e ductilidade, ó que os torna aconselháveis nas aplicações em
que a redução de peso é importante. Verificou-se também que nestes aços a velocidade
de propagação da fenda não variou de aço para aço, e para o mesmo valor de ~ K
obtiveram-se em água salgada valores de da i dN apenas três vezes superiores aos valores
obtidos em ar, o que revela a boa resistência à fissuração em ambientes corrosivos dos
aços soldáveis de alta resistência temperados e revenidos.
rosão em função dos parâmetros da intensidade da corrosão. Para completar essa infor
mação, vão referir-se aqui os principais resultados e as conclusões r:náís importantes dos
estudos realizados sobre a influência da intensidade da corrosão, e que justificam a infor
mação indicada nessas figuras.
Assim, no que diz respeito à velocidade de corrosão, os resultados obtidos em
juntas soldadas expostas a soluções de sais mostram que a extensão da corrosão não é
afectada pelo modo de aplicação do meio corrosivo [72]. Porém, a resistência à fadiga
com corrosão já depende do modo de aplicação do meio corrosivo, nomeadamente com
os períodos de molhamento e secagem e as condições de oxigenação do meio.
A influência da alternância dos períodos de molhamento e secagem está ilustrada
na figura 4.67, em que se mostra que a duração à fadiga com corrosão em provetes
entalhados de aço macio expostos a uma solução de 3% NaCl e para a tensão de 276 MPa,
diminui à medida que o tempo de molhamento na solução aumenta em relação ao tempo
de secagem. A duração à fadiga é mínima quando a exposição ao meio ambiente é con
tínua (sem interrupção ou período de secagem). A duração à fadiga tende para o valor
máximo, obtido em exposição ao ar apenas, quando o tempo de molhamento é pequeno
(da ordem de alguns minutos). Estes resultados são muito importantes, pois indicam que
a duração à fadiga com corrosão de uma junta soldada de aço é mais elevada se essa
junta tiver apenas sido molhada por períodos curtos.
A influência da oxigenação do meio está tipificada na figura 4.68 que tem resul
tados obtidos em ensaios de fadiga num aço soldável com 0,18% C. Nos aços, observa-se
~~U~Q~a~ ~ .!.Q~~...!~ ~r _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _
2x1O~
t
l')(tO~
Provetes c/entalhe
Flexão rotatíva
o 10 20 30 40 50 60 70
Tempo de molhamento, minutos
Fig. 4.67 - Influência do tempo de molhamento na duração à fadiga com corrosão. Aço macio [76}
. 373
400
3 Provetes lisos
Aço .c/O"=533 MPo
Flexão rotativo{R=-I)
350.
.f Teonsõ.o limít.
:l: 300 ~!.~a~i~a_ ._m_ ai ____ _
1 - c/oxigénio (3 0 1o Noel)
250 1
2-s/oxigênio(3°/. Noel)
3 - c/ ox i gén io ( H2 o )
4 - s/oxigénio (H 2 O)
5 7
5xl0 10
Nr -
Fig. 4.68 - InfluênCia do oxigénio dissolvido na resistência à fadiga com corrosão em água destic
lada e numa solução de 3% de NaCI. Aço ao carbono com 0,18% [77].
t....
z
273MI\
. ~-:-..---
450,-----------,------------,-----------,-----------,
t .300
tf
~
o
<1
150
4 5 6 7 8
10 10 10 10 10
Nr -
Fig. 4.70 - Efeito da tel1?peratura da solução no comportamento à fadiga do aço mació em água
do mar artificial [80l .
Há materiais, caso dos aços inoxidáveis, que possuem uma elevada resistência à
fadiga com corrosão devido à sua composição e estrutura. Os restantes aços têm, como
se viu, uma baixa resistência à fadiga com corrosão e são geralmente utilizados por ques..:
tões de custo e soldabilidade. Na maior parte das aplicações em que há riscos de fadiga
376
400r-------~-----------r----------~---,-.
300
200
f
1
180
i.
~
CO
100
ZOA f =1450 cp m
80 Aço macio
O'c.d =250MPo
0" =410 MPa
Nr
Fig. 4.71 - A influência do revestimento metálico na resistência à fadiga com corrosão em juntas
topo a topo de aço macio. R == -1 '[82].
378
300
200
á!.
~ 180
d'
ZOR
100
80
4 5
2)(10 10
Nr -
Fig. 4.72 - A influência do revestimento plástico e do tratamento de granalhagem na resistência à
. fadiga com corrosão em juntas topo a topo de aço macio. R = - I [82].
(I) A granalhagem é um tratámento mecânico superficial que consiste na projecção de esCeras de aço ou Cerro Cundido contra a superficie
da peçII. Este tratamento será discutido em mais pormenor no capítulo lI.
379
rosão das juntas (flg. 4.72) era superior à resistência à fadiga em ar sem tratamento. Isto
significa que se conseguiu neste caso eliminar por completo o efeito do meio corrosivo.
aproveitando-se o efeito benéfico do tratamento de granalhagem.
A influência dos revestimentos superficiais foi também estudada por De Back [83}
que realizou bastantes ensaios de fadiga em estruturas soldadas reticulares de aço macio
de tamanho natural (escala I: I) e submersas em água do mar. Nestes estudos foram uti
lizados vários revestimentos protectores, tais como zinco. alcatrão e resina epóxica com
binada com zinco. Todos os revestimentos produziram melhorias importantes na resis
tência à fadiga em relação aos valores da estrutura sem revestimento. Os melhores valores
de resistência à fadiga foram obtidos com o revestimento epoxy com zinco aplicado em
duas camadas com uma espessura total de 0,08 mm. Com este revestlmentb consegue-se
uma resistência à fadiga de 265 MPa para 6 x IO~ ciclos (valor bastante elevado). em
compara~o com o valor de 165 MPa para o revestimento de alcatrão-epoxy com 0,2 mm
de espessura, e apenas 76 M Pa para a estrutura sem qualquer revestimento. Estes resul
tados são importantes porque indicam que os revestimentos de zinco em dispersão (spray)
e os revestimentos de alcatrão, resina epóxica ou combinação destes dois materiais. mesmo
aplicados em camadas finas, podem reduzir drasticamente o fenómeno da fadiga com
corrosão em estruturas soldadas, permitindo vplores de resistência à fadiga equivalentes
aos obtidos em ar.
Os revestimentos aplicados pelo sistema de galvanização profunda com zincd ll são
também muito utilizados para proteger estruturas de aço contra a corrosão. A resistên
cia à corrosão destes revestimentos é boa e os custos de manutenção são geralmente
reduzidos. Infelizmente, a resistência à fadiga é inferior à do metal de base sem o reves
timento. conforme foi comprovado num trabalho de investigação realizado na Suécia
por Larsson [84]. A resistência à fadiga em ar nos provetes galvanizados, constituídos
por juntas topo a topo de aço calmado da classe de 440 a 520 MPa, baixou de 35% em
comparação com a resistência à fadiga dos mesmos provetes sem o tratamento de gal
vanização. Este efeito foi atribuído à existência de uma camada frágil que se forma à
superfície da peça, resultante da difusão do revestimento para o interior do aço, e que é
constituída por uma liga de zinco e ferro. Nessa camada frágil as fendas iniciam-se mais
facilmente, o que explica a mais. baixa resistência à fadiga das peças revestidas. Esta redu
ção de resistência à fadiga é suficientemente elevada para não aconselhar o emprego deste
tipo de revestimento em juntas soldadas sujeitas à fadiga, apesar da boa resistência à
corrosão do revestimento.
(I) E,te tratamento de lll'lvani7.ação consiste geralmente numa imersão durdnte quatro minutos num banho de 1inco a uma tempera(u~ de
480 a 485 "c. O peso da camada depositada varia de 100 a 1200 g/m 1 .
380
7
à fadiga foram de e 130 MPa para 10
respectivamente, em salgada e ar.
Na figura 4.74 estão os resultados obtidos também por Ohuchida [82J em
em T de 4,5 mm de =
dum aço de baixa liga com O"R 780 MPa e ensaiadas em
1) em ar e numa solução 3% NaCL A resistência à
variou entre 59 e 43% à fadiga em ar. con~
7
a mesma gama de duração (entre 2 X 106 e 10 ciclos). Os
7
de resistência à fadiga e 285 MPa para 10 e 183 e 310 MPa
2 X lOó ciclos, V<:UU~l""", em NaCl e ar. Como se "",,·>tu-"
níficativamente ..,""""'"",, que os representados na
381
1::2000 cpm
a' .
R "'In· _o
- CT",áx .
150
b
100 '--
<l
80
7
10' 2xl0
Nr
Fig. 4.73 - Curvas S-N em ar e em água salgada em juntas de canto cruciformes de um aço
com aR = 500 MPa. R = 0[86].
dever ao tipo de solicitação (flexão em vez de tracção) menor espessura (4.5 para II mm).
maior resistência do metal de base, ou menor agressividade do meio ambiente.
Em juntas de canto cruciformes com transferência de carga, Serizawa [86] também
obteve resultados em ar e água salgada. Os ensaios foram realizados em juntas da mesma
espessura e no mesmo aço (aR = 500 MPa) dos resultados da figura 4.73, o que permite
uma comparação directa dos resultados. As curvas respectivas estão representadas na figu
7
ra 4.75, e os valores característicos de resistência à fadiga para 2 X 106 e 10 ciclos são,
respectivamente, 86 e 152MPa e 54 e 130 MPa em água salgada e àr. Verifica-se que
estes valores são praticamente coincidentes com os obtidos na junta topo .a topo cruciforme.
382
400
300
3'/. Noel
gola a gota
200
ISO
t 150
AçO de baixa liga
~
~ O'ced =664 MR:!
'00 O'R=780MPo
100 f = 1450cpm
SO P.-çQ d. ap.rto
400
300
200
1 180
-;; 150
n.
~
b'
- <I
100
80
50
Aço
I 1=2000 cpm
R= O",rn. =0 c/aR =500 MPa "
40
amá•.
2x10' 10'
Nr
Fig. 4.75 - Curvas S-N em ar e em água salgada em juntas de canto cruciformes com transfe
rência de carga. aR = 500 MPa. R = 0[86].
(I) Uma interpretação quantitativa e mais "pormenori7"da deste fenóme~o será depois feita "no capítulo 5. quando se referir "a aplicação "da
Mecãnica da Fractura à propagação de defeitos planares de soldadura. .
A obtidos por Ohuchida [85] nos
provetes já anteriormente (flexão em três pontos, espessuril de 50 mm e juntas
topo a toro de aço de alta resistência,O'R 800 MPa). Verifica-se, pelas curvas S-N apre
em ambos os a com o processo
à obtida com o processo de árco manual, sendo a
diferença maior em do que em ar. A resistência à fadiga com corrosão (em água)
com o processo de arco eléctrico manual varia de 70 a 78% .resistência à fadiga. no
mesmo ambiente com o processo de arco submerso. Dado que a se propagou
pelo do de soldadura, é de concluir que os melhores resultados obtidos com
o processo de arco submerso se devem ao perfil mais regular do cordão de soldadura
que geralmente se consegue obter com este processo ..
de os resultados obtidos em com corrosão pelo de arco
submerso terem sido superiores aos obtidos por outros processos de não se
deve inferir daqui que o processo de arco submerso· dará sempre melhores resultados.
Tal como nos resultados obtidos em ar, a melhor à fadiga obtém-se
sempre quando se tem o melhor de soldadura (mais e contínuo) e esse
tor não é, como se sabe, processo soldadura mas depende
das operatórias, que podem provocar grandes variações de perfil, independen
temente do processo de soldadura.
400
t
...... 200
~ 160
150
100
80
Nr
Fig.4.76 Influência do processo de soldadura na resistência à fadíga em ar e . Juntas topo
=
a topo. B = 50 mm. aR 800 MPa. Flexão em três pontos. R = 0[85].
385
350
300
e.
:l: 150
,"rellam.nlo
d. dl.t.nlão
'''."'-."'-.
~- I
F1~"
r J
100
80
Água do mar
50
A~o as 4360: 500
4
10
Nr
· 477
F 19. . Curvas S-N ' de fadiga com corrosão mostrando a influência das tensões residuais em
ju~tas de canto cruciformes. B = 38 mm. R = O [87].
(I) Esta temperatura foi escolhida por ser a temperatura da água do mar naquela zona.
25
386
(I) A resistência li fadiga tende para 7.ero e a rotura dar-se-;a sempre para um número linho de ciclos.
387
Um outro processo que pode ser utilizado para estabelecer uma curva S-N em
fadiga com corrosão, conhecendo apenas a curva S-N da junta obtida em ar, consiste
em considerar ou uma curva S-N em ar com maior probabilidade de rotura, ou a curva
S-N com dois desvios padrão abaixo da curva média. Qualquer uma destas curvas pode
8
ser extrapolada até 2 X 10 ciclos garantindo tensões mais baixas que as da curva média.
Este método pode ser aplicado para as curvas S-N de projecto dos vários códigos de
fadiga de estruturas soldadas que serão analisados no capítulo 10, mas só deve ser utili
zado quando existem sistemas de protecção ou revestimentos na estrutura que reduzam
o efeito da fadiga com corrosão. Nos casos em que a fadiga com corrosão não possa
ser evitada, ou reduzida drasticamente, a redução de resistência à fadiga será maior. e
deve-se conhecer a curva S-N da junta obtida, tanto quanto possível, no mesmo meio
ambiente e condições de serviço da estrutura.
4.5.1 Introdução
Uma solicitação do tipo sinusoidal representa um dos casos mais simples de solici
tação dinâmica. Um espectro sinusoidal fica perfeitamente caracterizado como já referido
pelo grupo de parâmetros (O'm;i,' R, f). Na prática das construções mecânicas e metálicas a
frequência f não é tida em conta, dado ter-se verificado experimentalmente que frequências
na gama 200 a 7000 c.p.m. têm uma influência diminuta no comportamer.to à fadiga,
desde que não haja variação de temperatura e o ambiente não seja corrosivo [88,89].
A maior parte dos resultados de ensaios clássicos de fadiga são obtidos sob con
dições de carga de amplitude constante do tipo sinusoidal. e como taL o seu uso na
definição de curvas de projecto do tipo S-N só será, em rigor, válido no caso de cons
truções sujeitas em serviço a espectros de carga sinusoidais de amplitude constante, como
é o caso de mecanismos. No caso de estruturas soldadas, os espectros de carga a que as
mesmas estão sujeitas em serviço não são em geral simples, podendo as cargas de ser
viço variar dum modo mais ou menos aleatório. Assim, os resultados de fadiga , para
serem relevantes, deveriam ser obtidos para condições de carga semelhantes às que ocor
rem em serviço. A realização de ensaios deste tipo no entanto não só não é prática,
dado exigir equipamento sofisticado, como pode também revelar-se de interesse limitado
dado não permitir a generalização dos resultados obtidos. Daí o interesse dos ensaios
clássicos realizados sob espectros de carga sinusoidais de amplitude constante apesar das
suas limitações evidentes.
Dum modo geral pode dizer-se que para ter em conta a influência dum espectro
real de carga .no comportamento à fadiga duma estrutura soldada é necessário por um
lado saber como evoluirá a sua resistência à fadiga, isto é, conhecer os danos provoca
dos pela aplicação de sucessivos ciclos de carga, e por outro lado conhecer os espectros
de carga sob uma forma que facilite a sua análise. Estes dois aspectos, definição de
danos por fadiga e análise de espectros reais, serão tratados em parágrafos posteriores.
388
1.01------------'------..
Dano,D
4.78 - Representação esQiuel:nàll1ca dos danos de fadiga no decurso dum ensaio dé fadiga [90].
389
Das teorias de danos acumulados propostas, aquela que tem tido maior divulga
ção e a mais simples é a regra linear proposta por Miner [88] . Miner considerou que o
fenómeno dos danos acumulados, ou seja a deterioração da resistência sob aplicação duma
tensão cíclica, é proporcional à energia absorvida pelo material, sendo expresso pela rela
ção seguinte,
n
D=~=
N
para condições de carga de amplitude cçmstante; ~ é a fracção da vida gasta pela aplicação
de um certo número de ciclos a um dado nível de amplitude de tensão, sendo igual à
razão entre o número de ciclos aplicados n e o número de ciclos total que provocaria a
rotura total N. Se W representar a energia total efectiva dispendida na rotura temos que
sendo W W 2 , '" , W n a energia dispendida durante n n 2 , ... ,nn ciclos para n níveis de
" "
tensão. Dado que
W,+ W2 + ... + Wn = W
W, W2 Wn
-+ -+···+-=1
W W W
ou
ou
N cr' = 0,63 x I
Na tabela 4.6 são apresentados os ",,",""'LU'"'' dos danos acumulados sob espectro
de carga
4.6 - Cálculo danos acumulados
(4.7)
(4.8)
""I rvv-v-C
1\ f\ Â 1\ I
t1.ecanismos
'4
~
""~
Veículos
_.~~ Vento
Ondulação marítima
""p
~
Aviões
fi ,
-w-w I
"l~1i
Pontes
a)
T
O~~~~~~~~HH~~HH+rflr~r+~~~Hr
C
b) Transmissão
Fig. 4.79 - a) Exemplos de espectros de carga de vários tipos [98]; b) Espectro real de carga
duma transmissão [97].
393
rio" [98] um processo em que o valor médio u, e o desvio padrão (J, permanecem cons
tantes com o tempo, sendo u, e (J, dados pelas expressões
I
U, = -f
T o
s(t)dt
T
(4.9)
1 T ,
[ s (t) - u, l dt
Tf
1
(J- -
:. : - - (4.10)
o
a a
_A
", ~t\ : ,~
a.. ~\ '\=
-1
am
~F-i1:J..-Q-" '~-l~~-
'W
Ca) Cb)
a a
11
a
(e)
- 'MI
a",
~M' ,t
~
~
-,
pontos sucessivos de alternância da tensão (fig. 4.80 d); os ciclos serão formados contanto
os pares de gamas ascendentes e descendentes da mesma ordem de grandeza. No método
da passagem de nível de tensão são fixados vários níveis de tensão,' sendo contado o
número de vezes que cada tensão, no sentido ascendente, passa por determinado nível
de tensão (fig. 4.80 e).
, ' Uma variante' do método de contagem de gamas de tensão que está ' a ganhar
grande aceitação é o chamado método "rainflow" ou gota de água [88,98, 102, 103] que
se admite conduzir a previsões do comportamento à fadiga melhores que os métodos ,
atrás descritos [98] _ ,
O método "rainflow" determina o número n e a grandeza Si das gamas de tensão
dum espectro reaL Na figura 4.82 é ilustrado ó modo comO 'é aplicado este método ao
estudo de espectros reais. O método recebe Q seu nome da analogia com queda duma a
gota de água ao longo dum telhado de pagode.
395
Cl'm f--------+-:-----~~~
cru
Fig. 4.8\ - Curva de frequência da amplitude de tensão [99].
20 O
40 - BC. HJ CD. JK 2
G 60 QR PQ 1
80 NS MN 1
100 EF AE I
120 O
140 OG 12
160 O
180 O
200 O
220 O
240 O
260 O
Hão acabado
280 O
Fig. 4.82 - Uso do método "Rainflow" na análise dum espectro de carga [88).
De modo a visualizar ma is facilmente o método. o registo é colocado na posição
vertical. substituindo os picos e vales do espectro por um espectro com a forma em den
tes de serra.
Os picos são numerados com números pares e os vales com números ímpares.
A água pode escorrer tanto da direita paIa a esquerda como da esquerda para a direita.
O início e fim de cada caminho de escoamento definem as extremidades de metade dum
cic'lo; podendo o caminho iniciar-se tanto nos picos como nos vales. Para ilustrar a apli
cação do método será feita referência à figura 4.82. A gota inicia o seu movimento no
ponto O. percorrendo o primeiro telhado até atingir um pico ou um vale; neste momento .
a gota cai verticalmente até atingir outro telhado e o processo é repetido até que uma
das duas condições seguintes é satisfeita :
Uma gota movendo-se ao longo dum telhado pára se se cruzar com uma gota
que caia dum telhado acima; por exemplo, o percurso CO intersecta o per
curso da gota ·que cai do pico B e o percurso EF intersecta o percurso da
gota que cai de AF;
396
Uma gota que cai da ponta dum telhado termina o seu percurso se a gota ao
cair passar do lado oposto a um pico que é mais positivo do que o início do
volve numa direcção negativa. Exemplos de gotas caindo do pico (C) ou dum
minado em E);
Tempo
i---
que nos dá o número de vezes que cada tensão ou gama é atingida ou excedida . Na
figura 4.81 é ilustrada uma distribuição de frequência dum espectro de carga aleatório.
A distribuição de frequência mostra que no período de tempo considerado os limites de
tensão a mú .\. e a lllin são excedidos H, vezes. A forma da distribuição pode ser expressa
analiticamente em determinadas circunstâncias por determinadas runções de distribuição
estatística~ das quais as mais usadas são talvez a normal ou gaussiana e a log normal.
O valor H é, como se disse, proporcional ao tempo de operação considerado, podendo
sempre ser adoptada uma escala igual ao número total de ciclos de vida esperado para
a estrutura. Um modo habitual de representação das curvas de distribuição consiste em
considerar em ordenadas a razão a / am~x. ou a -am / a m " " como é ilustrado na figura 4.84;
o parâmetro p caracteriza a forma da distribuição ao fixar ó valor mínimo que a tensão
pode assumir em relação a uma distribuição normal (p = O). Uma utilização destes espec
tros será referida no capítulo 10 de projecto de estruturas sujeitas a fadiga. Uma vantagem
do conhecimento de espectros de carga sob aqueía forma, necessariamente convencional
por resultar de uma análise estatística de dados reais, reside na facilidade de utilização
na realização de ensaios de fadiga sob carga variável. De facto a distribuição contínua
das amplitudes de tensão atrás referidas poderão ser substituídas por distribuições em
degraus correspondentes a espectros parciais ou blocos sinusoidais nos quais a amplitude
de tensão se mantém constante, variando a amplitude de bloco para bloco como é ilus
trado na figura 4.85.
Notar que a distribuição adoptada ou espectro eonvencional poderá referir-se à
duração total em serviço da estrutura em causa ou somente a um período limitado, por
exemplo um ano, se se admitir um determinado período de retornd ll .
o
Orná.. l,Or"'~::::===:::::::::::=====~---------1
0,75
0,50
0,25
(') Por período de retorno entende~ a repetição dum dado fenómeno com características semelhantes.
398
-cr
era
,
0,8
0,6
0,4
0,2
°10
Núm~ro de citlos
o)
b)
A regra de Miner pode ser usada para prever a duração à fadiga (usando
(I) Calculado a partir de Ó."C4 == [f fi (Ó."i·~] I ~. sendo fi a frequêncía de ocorrência de Ó."i e ~ uma constante empírica que pode to~r
I .
da peça. as tensões a que a estrutura irá estar sujeita em serviço variarão na me~ma pro
porção. Gurney [106, 107] propôs uma metodologia de cálculo quê torna bastante expe
a utilização da regra de Miner nos casos em que não é conhecida a carga máxima
que a estrutura durante a vida e que passamos a descrever.
um constituído por de .carga e P2 ori
ginam as gamas de tensão SI e se a do componente AI. sendo aplicadas
durante n l e nl ciclos, respectivamente. Na 4.86 é representada a curva S-N básica
do componente em causa, a partir da qual calcular as N I e N, para a
rotura do componente se submetido gamas de tensão SI e S2' A regra de Míner é
então
nl n2
+ 11)
NJ N2
log SI
s, i-: ----_'\.,!
521------+_-1--~
Log N
Fig. 4.86 Aplicação da regra de Miner nos casos em que não é conhecida a carga máxima.
(4.12)
401
(4.13)
dado que~ ~ = I então ~ ::::: DI; a qu~stão reside então em relacionar ~ e 'Y).
N
A equação da curva S-N pode ser escrita
N; S~ 'Y) SI
log - = m log - = m log-
NI SI SI
log~ = m 10g'Y)
ou para
_(.l.lim_ Ol.m
.'Y)-r-- - I (4.16)
do limite de fadiga, pode calcular-se uma razão DI = ~ ~. Usando a equação (4.16) podem
N
26
402
n
e as tensões "",.,,,,,'.,.,, poderiam ser aumentadas de 1,14, obtendo-se 1: L
N
A definição dum limite de <l!Jll\..<l'''a.V da
de Miner é importante na
O de fixar o limite de à tensão ou gama tensão corres
7
pondente a uma de 2 x 10 já não é usado nos códigos modernos de dimen
sionamento à fadiga (ver capítulo 10).
Para ter em conta as tensões pequena do espectro
7
tensão de correspondente a 10 a da qual a
passa a ser menor, sendo permitida a extrapolação para superiores a 107
As tensões do a So não como se
considerado um limite de mas antes admite-se que provocam danos de fadiga,
embora pequenos, como explicado no capítulo 10.
ESTRuruRAS
4.6.1 Introdução
Nos veículos de transporte os perfis tubulares de parede fina são largamente utili
zados nos chassis, carroçarias e outros elementos da estrutura. Por exemplo: as carroça
rias de veículos de transporte de passageiros são formadas, exclusivamente, por perfis
tubulares de secção rectangular.
A partir de 1947 as estruturas tubulares soldadas tiveram outra aplicação impor
tante, que consistiu na sua utilização como o elemento estrutural mais importante das
plataformas oceânicas de exploração petrolífera (plataformas "offshore"). Nestas estrutu
ras utilizam-se geralmente tubos de secção circular, com valores elevados de diâmetro e
espessura de parede.
Nas estruturas referidas anterionnente os principais problemas de fadiga surjem
nos veículos de transporte, aparelhos de elevação e plataformas de exploração petrolí
fera, porque as solicitações são essencialmente dinâmicas. o que não sucede nas restantes
aplicações, em que as solicitações são predominantemente estáticas.
Este subcapítulo inicia-se em 4.6.2, descrevendo a nomenclatura e classificação das
estruturas tubulares soldadas de secção circular e rectangular. A seguir, em 4.6.3 e 4.6.4,
referem-se, respectivamente. e de maneira sintética, os principais aspectos e conclusões da
análise elástica e rotura, por carga estática, com especial ênfase nos problemas da con
centração de tensões nas soldad uras dos tubos e condições de plastificação da secção.
Estes aspectos são, como se sabe, bastante importantes na fadiga e merecem uma refe
rência prévia antes de iniciar propriamente o estudo da fadiga nos perfis tubulares. A
fadiga nos perfis de secção circular será considerada em 4.6.5, incluindo-se os parâmetros
principais do comportamento à fadiga e ainda os resultados experimentais mais impor
tantes e curvas de projecto. A mesma metodologia será seguida na secção 4.6.6 em rela
ção aos perfis tubulares de secção rectangular.
A complexidade do tema e a elevada quantidade de estudos e trabalhos já reali
zados obrigou a um trabalho de síntese e revisão, que constitui o estado da arte neste
domínio. Para o desenvolvimento de aspectos específicos o leitor deverá consultar as refe
rências que acompanham este subcapítulo. A bibliografia sobre perfis tubulares foi com
pilada por Wardenier em 198 J [109) no âmbito das actividades do IIW. O mesmo inves
tigador publicou. em 1983. o único livro de texto do conhecimento dos autores, que
trata exclusivamente de juntas tubulares analisadas do ponto de vista estático e dinâmico
[110] e que constitui elemento de consulta importante para estudos mais aprofundados
neste domínio.
As estruturas tubulares são constituídas por perfis ocos de secção circular ou rec
tangular, convenientemente soldados. As juntas, nas estruturas tubulares, designam-se por
nós, que são formados pela ligação soldada de um ou vários tubos, designados por pila
res!I), travessas! I ) ou diagonais!'), a um tubo contínuo designado por longarina. O nó pode
(I) o pilar trabalha essencialmente na venical e é perpendicular à longarina . As travessas são sempre perpendiculares às longarinas. embora
Jlo..... m estar inclinadas em relação à venical. 'As diagonais estão sempre dispostas obliquamente em relação à longarina.
404
ser reforçado por ou anéis, embora a solução mais habitual seja a de aumentar a
espessura das paredes dos tubos. <'
KT
K
.Nós com sobr.posição
4.87 Exemplos de juntas tubulares simples.
405
~
.• ___ Irav. . . a
x/;:- .
_ .
----
-- - _
-----
._ . . _No
No - - _ - - ___ _
---longarino
Nó em T Nó ~m Y
I
I N,
No No No
x
x
N'~g , %,,/Nl
9, ~~ , ,%, e
No
-----
-
- - - - - - - -
-
-
- -
---
- -
-
No No
K K
Nós mistos (exemplos)
Tubos ci[~l.,Ilar~ _~ . .w.QQ~ectangulaH·.~
Circular
bo
No
Secção
ectangular
~._ .
. ---~========~====~
Longanna ~
~
S41cção H Grey
b)
d.
Separação 50breposição
Tubos rectangulares
SObr.posiçào =J! .100·,.
P
Separação
Sobreposição
Comprimento da longarina L
ex
Raio médio do cilindro da longarina R
Raio médio do cilindro da diagonal r
~ =
Raio médio do cilindro da longarina R (4.17)
Raio médio do cilindro da longarina R
y
. Espessura da parede da longarina T
Espessura da parede do cilindro da diagonal t
T -
Espessura da parede do cili'ndro da longarina T
407
Nas juntas tubulares as tensões são de três tipos, normalmente designadas por
tensões nominais, tensões geométricas e tensões de entalhe. As tensões nominais são as
calculadas na estrutura, como se os tubos fossem vigas ou colunas e não consideram,
portanto, efeitos . localizados de ordem geométrica ou de concentração de tensões, devi
dos à geometria das ligações. Deste modo as tensões nominais existirão em pontos sufi
cientemente afastados das ligações. As tensões geométricas são devidas à necessidade de
manter compatibilidade geométrica entre tubos contíguos sob a acção das cargas aplica
das. É o caso das tensões locais de flexão, geradas nas paredes dos tubos devido a dife
renças significativas de rigidez, eventualmente existentes entre travessas, diagonais e lon
garinas. Nestas condições, como um dos membros se deforma bastante mais que o outro,
aparecem essas tensões de flexão para manter o contacto, através do cordã.o de sokjadura,
entre as travessas e a longarina. As tensões de entalhe são devidas, exclusivamente, ao
efeito geométrico de concentração de tensões do cordão de ~oldadurae foram as consi
deradas anteriormente nas secções 4.2 e 4.3. Estas tensões provocam um pequeno aumento
na rigidez à flexão dos tubos na vizinhança da ligação, que é particularmente depen
dente do tamanho do cordão.
Neste tipo de juntas a tensão nominal que gerâlmente consiste numa sobreposi
ção de tensões axiais e de flexão, não é, normalmente, utilizada no cálculo da estrutüra.
(l) Se os lubos forem quadrados 'r e R correspondem ao lado médio do quadrado do tubo.
408
Dia onol
Longarino
Distribuição da,
tensão de corte
/
No No
--Ir--'--' .----.--_.~~---
em que T é o parâmetro definido na equação anterior, cr" e crr são as tensões nommalS,
axial e de flexão, respectivamente, na diagonal e K" e Kh são as relações entre os perí
metros verdadeiro e módulo da secção da longarina e diagonaL respectivamente. Os valores
dos parâmetros K. e Kh foram obtidos por Marshall [11 2J e estão incluídos sob forma
gráfica no código da API de projecto de plataformas de exploração petrolífera [113].
Existem bastantes estudos publicados sobre análise de tensões em juntas tubulares.
Alguns dos resultad9s mais importantes obtidos até 1979 foram revistos em pormenor
por Gumey [12]. De entre as técnicas numéricas de análise de tensões destaca-se o método
dos elementos finitos, que permite calcular a distribuição de tensões e o factor de con
centração de tensões na junta. As soluções analíticas baseadas na teoria das cascas finas
também podem ser utilizadas com a mesma finalidade [I 14], e foram-no inicialmente,
mas têm limitações consideráveis em termos de geometria a analisar, e grau de precisão
dos resultados. Com efeito só o método dos elementos finitos é que permite obter a dis
tribuição local de tensões na junta, com um grau de precisão suficiente para o projecto
à fadiga .
O método dos elementos finitos tem a desvantagem de ter geralmente um ele
vado custo, especialmente para geometrias mais complexas. Nas juntas de secção circular,
para se obter uma precisão satisfatória, é necessário utilizar elementos tridimensionais de
casca, que podem assumir várias configurações (triangulares, isoparamétricos, etc.). Estes
elementos requerem computadores com grande capacidade de memória e necessitam de
tempos muito elevados para preparação de dados. Daí advém o custo elevado da utili
zação destes elementos . Existem programas desenvolvidos em várias instituições e que
utilizam os tipos de elementos já referidos [115, 116J. .
Os elementos finitos para cascas finas ou espessas reproduzem com fidelidade a
distribuição nominal de tensões na longarina. Porém, segundo Marshall [117], junto do
cordão, que é a zona de maior interesse, do ponto de vista da fadiga, os elementos de
casca espessa dão os melhores resultados. A figura 4.90 mostra uma malha isoparamé
trica, característica de uma junta em K. Na secção A-A pormenoriza-se a discretização
da rede junto ao cordão de soldadura. Os elementos finitos não têm capacidade para
analisar efeitos de entalhe, localizados junto ao pé do cordão de soldadura. Esses efeitos
serão analisados posteriormente em 4.6.5.
De entre os métodos experimentais para análise de tensões em juntas tubulares,
incluem-se a fotoelasticidade e a extensometria. A extensometria eléctrica pode ser apli
cada nos próprios tubos de aço, ou em modelos à escala natural, construídos em vidro
acrílico. A fotoelasticidade e os modelos acrílicos são técnicas mais económicas que os
extensómetros aplicados na estrutura, mas têm a desvantagem de ser realizadas em mode
los, em vez da junta real. Por outro lado, a extensometria na estrutura não permite
determinar, com rigor, a distribuição de tensões na vizinhança do pé do cordão devido,
como se , sabe, ao tamanho dos extensómetros e ao elevado gradiente de tensões exis
. tente nessa zona (ver figo 4.5).
A figura4.91 apresenta as distribuições das tensões longitudinal (fig. 4.91 a) e circun
ferencial (fig. 4.91 b) na longarina de uma ligação em K. Estes resultados obtidos com
diferentes métodos numéricos, experimentais e analíticos, diferem claramente de método
410
Fig. 4.90 - Malha de elementos finitos isoparamétricos de casca espessa para uma junta em K [117].
1ensÕes em ACB
Zona do cordão
~lO
C
Q.
·ü
C
·C
Q.
O
'0
UI
C
{!! - 70
a) Tensão longitudinal, superflcie da longarina
1cmsões em CO
GE"Ometria
~lO Zona do cordão do nó
ti.
::t:
íu
C
·C
Q.
O
'51C
-11.0
"
I
para método, embora as tensões mais elevadas sejam as obtidas com os elementos iso
para métricos para cascas espessas. Notar, em todos os casos, um considerável aumento
das tensões na região junto ao pé do cordão de ligação das diagonais à longarina, que
constitui, deste modo, a zona mais crítica da junta.
Pelos motivos atrás apontados a tensão nominal não é utilizada como tensão de
projecto à fadiga . Em alternativa, os códigos de projecto à fadiga para este tipo de estru
turas tubulares, utilizam uma tensão de cálculo. que se pode designar por tensão críticd ' l
no pé do cordão. Segundo o código da A WS [118] esta tensão crítica é a tensão na
superfície exterior do pé do cordão de soldadura. que faz a ligação dos elementos do
nó. O código prevê que esta ten~ão ",ossa ser medida experimentalmente num modelo
ou ligação protótipo. ou calculada com a melhor teoria disponível no momento. Esta
definição de tensão crítica conduz a valores bastante diferentes. consoante seja determi
nada teoricamente com um modelo de elementos finitos ou experimentalmente na estru
tura, com extensómetros eléctncos. No primeiro caso (fig. 4.92 a) a tensão crítica é bastante
mais elevada que a obtida pela extrapolação para o pé do cordão da curva de distribui
ção de tensões dada pelos extensómetros (fig. 4.92 b).
Na tensão crítica estão incluídas apenas a tensão nãminal e as tensões locais de
compatibilidade geométrica no nó já atrás r~feridas . As tensões de entalhe não apare
cem, portanto. na definição da tensão crítica, mas devem aparecer na curva S-N a utili
zar na comparação.
Assim, por exemplo. se os cordões forem afagados, a tensão crítica deve ser com
parada com uma curva S-N obtida em juntas afagadas. A curva S-N deve, portanto. ser
a adequada ao acabamento e geometria do cordão em estudo, tendo intrinsecamente ó
-Ttnsão
critica
Exirapolação das
ttns~s para o
/ Distribuiçào
/ / dt tl1n~s pi" do cordão
(a) (b)
Fig. 4.92 - Tensão crírica determinada por dois métodos diferentes. a) Modelo de elementos finitos .
b) Extensómetros eléctricos no nó.
Travessa
°0
IOu
c=
111 '
11'
f-U
Longarina
Legenda :
I - Distribuição da tensão nominal.
2 - Distribuição de tensões com o efeito da compatibilidade geométrica no n6, mas
excluindo o efeito de entalhe do cordão.
3 - Distribuição real de tensões, incluindo o efeito de entalhe do cordão.
Como se viu anteriomente (fig. 4.92 b), o valor da tensão no pé do cordão obtido
por extrapolação da leitura de extensómetros pode conduzir a erros consideráveis na deter
minação da tensão crítica. Esta tensão aparece geralmente expressa na forma de um fac
tor de concentração de tensões, baseado na tensão nominal na longarina. Contudo, a
tensão máxima pode não ocorrer na longarina, mas sim na travessa ou em qualquer
ponto na circunferência do cordão longarina-travessa.
Pelos motivos expostos, ' o método dos elementos finitos é o que dá valores razoá
veis da tensão crítica. . O seu custo elevado impede uma utilização no projecto de todas
as juntas. Geralmente obtêm-se resultados para algumas juntas e utilizam-se esses resul-'
tados para deduzir relações semiempíricas, que permitem calcular a tensão crítica em
outras juntas semelhantes. Segun90 Gurney[12], as expressões do facto r de intensidade
de tensões têm a forma geral .
(4.19)
413
tRotura
o
(]
a) b) c) Aecho
Fig. 4.94 - Comportamento estático até à rotura de uma ligação tubular circular.
414
til
i../mi1~ do mobriol ."
J
->">'"' 0,5
Va :=
O
O I() 20 :/O LO !Il 60 70 ao
Ií = R/I
4.95 Resultados f"YT,,>rimf"'nt~,,~ e curva empírica de projecto para perfis tubulares soldados [117].
metro ovalizador (1., é calculado separadamente, para cada travessa ou diagonal. em que
se pretende verificar a tensão de corte de arrombamento e para cada situação de carga.
A equação a utilizar é (fig. 4.97)
Fig. 4.97 - Notação utilizada para o cálculo do parâmetro ovalizador IX, segundo a A WS [120].
416
a de limitação da gama
modelos analíticos de estão des.
417
4 ~~~
---------/~-~-~~--~
"
""
, -limit~ oló.tico
"(;
01
2- Limit. clt' dl'formaçõo
U 3 -Limitf' d. d.formoçào ,,,,,dual
4 -Iniciação dO f.nda
5 - Carga máxima
3 De-formação
Fig. 4.98 - Diagramas esquemáticos carga-deslocamento numa junta tubular de secção rectangular.
~ <>
Mt:~]-
I
.~
~-~ ~ .
-E-~::::1-
..
M~ . .
. _ . -'l<- - -
,• __
\
•
M _- ---- O
d : InuabihCfaCl.na lon90rino e: Rotura po r corl. na long.arina I
Inslabilidad. nal diogonoi5
Fig. 4.99- Representação esquemática dos modos de rotura em perfis tubulares de secção rectangular.
vezes empregam-se métodos analíticos simplificados, que são considerados como funções
de limite inferior. Os modelos analíticos que têm sido mais I:Itilizados [lIO, 121, 122] são :
- modelo das linhas de cedência
- .modelo da tensão de corte de arrombamento
- modelo da largura efectiva das diagonais
- modelo da encurvad ura local
- modelo de cedência por corte
- modelo da capacidade de carga e estabilidade das paredes dos tubos.
27
418
em que N iu é a força axial de rotura na travessa (fig. 4.100) e t" , ler d3 i são parâmetros
geométricos identificados nessa figura.
b) S,fCçÔO transw'fSal
a) Cort.. longitudinal
c) PlQn~Q
250 -
•
g c Longarinas
~150 il • 50)(50
.~ -60)(60
S. • ·'lOx'lO
°8:)xll)
•
)(
(4.22)
em que
(!) o conceito e a teoria dos esw:!os limites aplicados no projecto de estruturas soldadas serão expostas. com mais detalhe. no capítulo 10.
421
na duração à parâmetros:
tensão
Fig. 4.102 - Banco de ensaios de fadiga em nós tubulares soldados de estruturas off-shore<ll [13.5].
(/) Existem Olltro, hollCllS de e",aio eom Glfl'deidade rard ensuiur lllbo, até IHJO mm de diâmetro." 76 mm de esressura de parede [1361.
424
Fig. 4.103 - Localização dos extcnsórnetrosnul11 ensaio de ladiga num nó tubular soldado.
(I) Como se sabe. a existência de uma fenda causa uma redução de flexibilidade. 4ue se manifesta por umà redução da extensão na loca
lilação da fenda.
425
Fig. 4.104 - Superfície de fractura por fadiga num nó tubular soldado [135].
426
(I) As primeiras regras de. projecto consideravam a tensão de corte de arrombameHt~. que foi substituída pela tensão critica.
427
1000r--------,--------,--------,--,------,--------,--------,
AP! x / 85 6lJSI<urva T)
500 / D~V
200 AP! x
~
~ 100
b
<l
50 AW5 Xl
20 as 67JS
(turvo l)
AP! X
Nr
Fig. 4.105 - Comparação das curvas S-N de projecto para juntas tubulares de secção circular.
S-N designada por X, que segue de perto a línha da curva Q do cód ,igo inglês, mas
apresenta um patamar para 2 X IO~ ciclos (fig. 4.105). A A WS apresenta duas curvas de
7
projecto, designadas por XI e X 2 , ambas com patamar perto dos 10 ciclos (fig.4.105).
A curva XI é aplícável a cordões com perfil controlado, em que o perfil do contorno do
cordão foi melhorado por afagamento'lJ. A curva X 2 é a curva normal para cordões sem
controlo de perfil. Como se nota, uma melhoria no contorno do perfil permite usar ten
sões mais elevadas.
Como se verificou em 4.6.2, um dos problemas mais importantes na utilízação de
curvas S-N de projecto para estruturas tubulares deste tipo consiste na determinação da
tensão crítica. Para reduzir ao máximo o efeito de enta'lhe, os códigos americanos reco
mendam que a concordância entre o cordão e o metal de base seja o mais gradual possível.
Nestas condições, o efeito de entalhe ~ntre a localização do extensómetro mais próximo
do cordão e o pé do cordão é comparável ao que existiria numa junta topo a topo,
colocada na mesma localização do cordão original de ligação entre os tubos. lida [140]
reviu recentemente os critérios fixados por estes códigos, para a determinação da tensão
crítica com extensómetros eléctricost2J , tendo concluído que a tensão crítica pode ser definida
de duas maneiras: 1) a gama da extensão máxima num ponto provável de iniciação da
fenda ou 2) a gama de tensões num ponto tão perto quanto possível do pé do cordão,
sem sofrer a influência da geometria do cordão (fig. 4.92).
(I) o afagamento do pé do cordão é uma das técnicas de melhoria da resistência a fadiga. que será analisada em pormenor no capítulo 11.
(2) Os códigos indicados na ,figura 4.105 definem a localização dos pontos de colagem dos extensómetros em ",lação ao cordão.
A utilização de elementos finitos ou equações paramétricas. para a determinação
da tensão ou crítica, tem a vantagem de determinar o valor do factor de con
centracção de tensões disso,' a distribuição de tensões
em toda a zona de não dá, como se viu, a tensão
no do cordão, porque esse depende da malha e do de rede utili
zada. Contudo, a definição de extensão considera apenas a tensão geométrica no
pé cordão. Wardenier [141], concluiu-se no programa europeu de investigação
atrás referido, que o método dos elementos é o que permite um cálculo
satisfatório da tensão Os resultados dos elementos finitos apárecem sob a
forma de equações paramétricas. do tipo da equação (4.19).
Os cordões com melhor contorno geométrico
valores de à fadiga, redução
do
Para as estruturas tubulares as curvas X do código AP! e XI do A WS
(fig. 4.105) são as de resistência à fadiga e correspondem a cordões com perfil
côncavo, que devem ter um raio próximo do raio de cujo diâmetro não
ser inferior a 16 mm ou à espessura da principal, se este valor maior que 16 mm
4.106). A entre o e o disco não pode I mm e a rl1n,,,,nd
defeito (por exemplo, mordeduras) não pode exceder 0,25 mm.
encontram-se actualmente em vigor e foram pelas
petrolíferas, para o controlo do perfil cordões em plataformas
mas de """r",'"" petrolífera. recentemente obtidos e rpt,~I"1(1""
por Marshall [I mostraram que a à fadiga cordões, que passaram no
controlo do era superior aos valores previstos pelas de projecto X e XI da
mm)
Folga <:lmm
._-~.-""",,::......._-
no f12ce cb
.r;; 0,111 011 0,15 IM'I
figura 4. \05. Portanto, existe uma vantagem em conseguir um perfil do cordão que satis
faça as imposições do teste do disco (fig. 4. 106) e que é o ter uma resistência à fadiga
mais elevada .do que com um cordão normaL sem perfil côncavo (comparar as curvas X
e X' ou XI e X 2 da figura 4. lOS).
As curvas de projecto da figura 4.105 resultaram da análise de resultados experi
mentais obtidos em ensaios de fadiga em juntas tubulares. Grande parte dos resultados
foram obtidos em tubos de pequena dimensão JlI , em consequência do elevado custo dos
provetes e dos sistemas de ensaio. As referências [ .12, 110, 132, 133 e 141] apresentam as
curvas S-N obtidas no programa de investigação europeu EOSRP e a referência [117]
indica resultados obtidos nos EUA para espessuras até 75 mm. Resultados recentemente
obtidos na França, em juntas tubulares com espessura maior que 80 mm, indicaram uma
redução significativa da resistência à fadiga. em comparação com a curva básica T da
figura 4. \05, válida para espessuras de 22 a 32 mm [142].
Em face destes resultados foi proposta a utilizaÇão de curvas S-N em função da
gama de espessuras. Um exemplo está na figura 4.105 e constitui a curva T do código
BS 6235 para as espessuras superiores a 80 mm. Esta curva foi considerada parale.la à
curva básica T, dando valores da tensão cerca de 37% mais baixos que os da curva
básica. As respectivas equações encontram-se na tabela 4.7.
As figuras 4.107 e 4.108 são dois exemplos característicos do efeito do tamanho
ou da espessura da parede dos tubos na resistência à fadiga. No primeiro exemplo (fig.
4. 107), que se refere a nós em T. ensaiados no âmbito do programa europeu EOSRP.
nota-se que a resistência à fadiga!2i diminui acentuadamente quando os diâmetros da tra
vessa e da longarina aumentam e quando a espessura da parede do tubo aumenta tam
bém. Em qualquer dos casos analisados. incluindo mesmo os tubos com maiores dimen
sões (O = 914,4 mm, t = 32 mm), a resistência à fadiga ficou sempre acima da curva de
projecto A WS':'X, o que significa que existe segurança na utilização desta curva de projecto.
lOOO,------.------r------.----~
..-.
...'5? 1000
~
cf~ .sp.ssura
w
500
n = 0,5
Z =0,5
Nr
(I) ~ nós ensaiados tinham g.cntlmcntc diâmetros entre 100 c n50 mm c CS!"L.....suras de parede ínfcrilm~~ l.l 50 mm.
(2) 1\esta curva a resistência à fadiga eSlà expressa em função da c:~tcn'\Üo nominaL l.jllt: se consid~r.J. clú~(icíJ.. Logo ~(J = 6.E E.
430
(I) Esta influência será quanlincada em mais pormenor no Cipítulo 5, na secção respeitallte à innuênçia dos defeitos
(2) Como se ilustra no exemplo 3.1. cerca de 80% da duração de propag;lção t g;lSI& na fase de microfenda Icornnri:mento menor que
25mm),
431
habitual dos ensaios de fadiga com corrosão em juntas soldadas (ver 4.4). Deu-se uma
redução na resistência à fadiga, que variou de I j3 a 1/2 do valor correspondente obtido
em ar. Nas juntas tubulares verificou-se que a protecção catódica (ver 4.4.2.6.) pode, em
certos casos, acelerar o crescimento da fenda. Portanto, não se pode garantir, à priori,
que neste tipo de estruturas a protecção catódica conduza a um nível de resistência à
fadiga semelhante ao obtido em ar.
As características mecânicas do metal de base, e metal depositado, e bem assim a
geometria do cordão, têm uma influência análoga à encontrada nos restantes tipos de
junta.
No âmbito do programa europeu EOSRP realizaram-se bastantes ensaios a ampli
tude de carga variável, aplicando os espectros de tensão mais importantes das estruturas
off-shore. Estes resultados obtidos e analisados na Alemanha por Schütz [ 144] , revela
ram que a Lei de Miner produziu uma boa correlação, mas com um somatório de danos
de 0,5 em vez do valor unitário postulado por Miner. Isto significa que a Lei de Miner
pode não conduzir a nenhuma margem de segurança no projecto a amplitude de carga
variável.
4.6.6.11 Introdução
A - Longarina
B - Juntas em K cl
sobreposição
C - Juntas em N cl
sobreposição
D - Juntas em K t N
cl sobreposição
50
40
30~ ______~L-_ _ _ _ _ _~_ _~~_ _~
4.109 Curvas S-N (95% de probabilidade de sobrevivência) para juntas ernK e N feitas de
secções quadradas ocas [146].
433
em que
~ limite t,.I t,
em que ~O', é a tensão nominal total na longarina. com o significado referido anterior
mente. As curvas S-N da figura 4.109 são válidas para valores de R compreendidos entre
-I e 0,2 .
. Outro método de cálculo, que se pode designar por método do critério de rotura,
foi desenvolvido inicialmente em 1981 por Mang [ 147], tendo sido aplicado a secções
rectangulares e circulares. Neste método, os factores de concentração de tensão são tam
bém considerados, de forma indirecta, através de uma tensão nominal admissível para
uma dada duração (por exemplo: 2 x 1010 ciclos). Esta tensão é dada em diagramas e
tabelas para R'= - I, e em função dos parâmetros da junta. A curva S-N é então defi
nida pelo valor da tensão para N = 2 X lOh ciclos, pelo valor da inclinação e por uma
função de influência para o valor de R. Este método constitui a essência da proposta do
Eurocode : Parte 9 [145], documento que será analisado brevemente nos parágrafos seguin
tes, com base num trabalho recentemente publicado pelos seus autores [147].
28
434
Tabela 4.8 - Equações das curvas S-N admissíveis para estruturas tubulares da proposta
do Eurocode 3
~(I) ~ [~~~l--r-,-]
57 ( 8)
1"0
51
(9 ) (8) '.Imm
( 9)1.lmm
~8 r:: r=]
(12)'.lm01 Jun\j'
57 !15)l :1::1 ~. b) 64
:C) 72
[S:J-ob)~ Junlo I fl Y
(14 ~ c~~~~~: 1~1 ~Qnto
72 [~ ! 916 ) I 51
[d::J
(15 ) -E::)
~
~
Junta 1/ 2 Y
Junto. d. conto
(r::;; :n
90
~ ~ (7)
I 80 (I" )
[] '1=1j
Fig, 4. 110 - Classificação de alguns detalhes de perfis tubulares segundo a proposta de Eurocode 3
[ 145].
300
o
11.
~ 20 0
b
<l
100
80
>;0
1 1O' lOS
10
Nr
Fig. 4. 1,11 - Correlação de resultados experimentais com curvas de projecto para m = 4.0 e m = 5.0
[ 147].
rimentais, pois ainda se encontra abaixo da curva experimental com 97,5% de probabili
dade de sobrevivência. Para os restantes detalhes verificou-se também que o expoente
m = 4.0 produzia uma melhor correlação com os resultados experimentais do que m = 5,0,
como se pode comparar na figura 4.111 , em que se representou a curva da classe 80
=
para m 5,0, .proposta inicialmente no código. A curva de projecto com m 4,0 per =
mite tensões admissíveis mais elevadas. o que conduz a um projecto mais económico
(com menores dimensões).
436
Com base nestes resultados os autores [147] que nos detalhes não
,""a,,,,,,",",,,'uv~ directamente como nós tubulares em
X, K ou N, sejam utilizadas as curvas
de projecto de Eurocode (tabela 4.8), com o exponente m 4,0 .
de veículos de de os de
aço de parede fina (espessura inferior a 4 mm) são utilizados. Os nós
habituais assumem as configurações da figura 4.87, utilizando-se, por vezes, chapas de
contorno nas concordâncias entre os localizados junto' a portas e janelas.
A 4.112 é uma da da de um autocarro urbano
de transporte passageiros, em que as barras representam os tubulares.
No nosso país um grande número destes veículos urbanos revelaram problemas de
fadiga, meses de entrada em A fissuração por fadiga 11."_'VC,-"....
no nó superior na 4.112, e _em pormenor na 4.113. O
pilar da 4. 113 é o de uma das do veículo e o faz a UI4"""'.V
uma das travessas que define a localização da janela contígua.
Travessa superior
,
2 ,.-
I
I
I I
, I
,I Pilar
,,
I
I - 1S2)( 38)( 2 )
I
I
82
/,
, :
I I
,
I I
,
I
I
. I
r
I I
:
- V :.
r---------------~:
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~
\1! '''1'
PORTA LJ~~--~~--~~-~~
,
I
JANElA
~
Fig. 4.1 13 - Localização da fenda de fadiga num nó da carroçaria representada na figura 4. 112.
Uma análise estrutural.realizada nestes veículos com o método dos elementos fini
tos indicou que as barras mais solicitadas da carroçaria foram aquelas em que se iniciou
a fenda de fadiga [148]. Posteriormente, uma leitura das extensões em serviço com exten
sómetros eléctricos revelou efectivamente tensões bastante elevadas, também com valor
máximo nas zonas indicadas na figura 4.113. A análise experimental de tensões indicou
também que o espectro de tensões era predominantemente a amplitude de tensão cons
tante, com uma frequência que, em certos casos, atingiu os 10 Hz [148]. Estas solicita
ções são transmitidas para a estrutura devido essencialmente às reacções provocadas por
pavimentos em mau estado de conservação.
Em face do problema proposto era necessário estudar o comportamento à fadiga
dos nós soldados das carroçarias dos autocarros (fig. 4.113), focando, essencialmente, os
seguintes aspectos:
JJIL\.\.Ir.\.\J':' .',J' \.~ ... \,~.J~:.:.",...Io~."'~'_. I~ -------------- - - -------.- -- - -- - ------ - - - -- - - - - -- - - - - - - - - - - - --- -----
-... i ,_,.......-1......._,..
Fig. 4.114 - Provete utilizado nos ensaios de fadiga em perfIs tubulares de secção rectangular [149].
439
As figuras 4.] 15 a 4.117 são as curvas S-N obtidas para os vários aços e geome
trias dos tubos. Em todas estas figuras esta indicada a tensão de cedência dos tubos .
obtida num ensaio de tracção nos próprios tubos. e também a tensão admissível estática,
definida com um coeficiente de segurança de 1.5 em relação à tensão de cedência. A
figura 4. 115 refere-se aos resultados obtidos no aço St 37-2 (DIN 171 00) para as dimen
sões nominais de 82 X 38 X 1.5 e 82 X 38 X 2,0, incluindo-se nessa figura a curva S-N para
os cordões afagados. em que o comprimento do cateto de soldadura foi aumentado de 6
para 20 mm . aproximadamente . Verifica-se que a resistência à fadiga dos provetes tubu
lares de St 37-2 é bastante baixa. Com efeito. as curvas S-N não revelaram indícios de
tensã o limite de fad iga. com excepção. da dos tubos afagados, em que se pode definir
uma tensão limite de fadiga, próxima dos 100 MPa.
A maior resistência à fadiga dos tubos afagad os deve-se a um melhor acabamento
superficial do cordão e red ução da concer.tração de tensões, por abaixamento do ângulo
8 do flanco do cordão. A quantificação deste efeito de concentração de tensões será feita
no capítulo seguinte em 5.6 (exemplo 5. 1).
A figura 4.116 refere-se às curvas S-N dos provetes tubulares rectangulares (82 X
ll
X 38 X 2) dos aços St 44-2, St 44-2 com tratamento de distensãd e St 46-2, enquanto que
a figura 4.1 '7 se refere aos mesmos materiais, mas em tubos quadrados (38 x 38 x 2). Na
500,-------~----=r==============~====~------_.------~
400 ----- - ----- -- ---- O'e'd
1 - Tubo 82)( 38 )( 1,5
2 - Tubo 82)( 38 )( 2,0
3 - Tubo 82)( 38 )( 2,0
(cordõ~s afagados)
200
2
100
t:)
<l
50
l---_u uum uni
~ -------------------
lO'
Fig. 4. 115 - Resistência à fadiga de proveles tubulares de aço SI 37-2. Flexão encastrada. R = I
[149] . .
( I) o tra lamento de distensão consislÍu num aquecimento dos provetes a 650 0c. durante I hora.
440
400
350
X eom dislmsQo
300
aOd'm
250
o
O ! 44-2
a..
6200
----~---
150
Nr
5144-2
~
~ 200
1
15+
___ re:.:-_____
referência [150] encontram-se as tabelas com todos os resultados experimentais das figu
ras 4.115 a 4.117. Na tabela 4.9 estão indicadas as curvas S-N médias e os respectivos
coeficientes de correlação e na figura 4. 118 encontram-se representadas todas as curvas
S-N médias desta tabela e retiradas das figuras 4. 115 a 4.117.
500
300
éi 200 9
~
I - ~\ 44 - 2 Ildxlhll clTr
2 SI 44 1 (3a x 38 x 1)
100 ) SI 44-2 (B1~Jax2)
4 - SI 44 - 1 (81' l h 2l ,/ Tf
5 - 51 45 1 (82 x la • l )
• SI 46 - 2 (38.38 x 2 I
70 7 - SI F 2 !S2x311x 2 I Cordõ.. afagados
- SI 31 - 1 (Slx 3ax I)
SI 37 - 1 (82'38.1,5)
eliminar o período de iniciação da fenda abriu-se um entalhe aguçado num dos cantos
do tubo, com 0,65 mm de profundidade, como está esquematizado na figura 4.119. Nessa
figura mostram-se algumas das curvas de propagação obtidas, que permitiram também a
determinação do factor de intensidade de tensões nas faces laterais dos tubos, usando o
método da semelhança e segu,indo a metodologia que será descrita, em pormenor, no
exemplo 5.1 (5.6).
40r-----~~---r------------.-------------r-----------,
• - CJ: 205 N/mm 2; 5144 . 2 c/disl.nsão
• -CJ=220 N/mm 2 ;5146.2 •
•
•
~ :t{r~l·'
•
• •
• -
Ô
20 • •
15- • •
10- • • -
•
•
• •
• •
OL·____________ ••
A-··____________ ____________ __________ ~ ~ ~
4
io 15 20 25 30x(10 )
450
li 82 ,,38>: 2 ; Aço SI 4& - 2
400 - 0- 82"3h2; k;o SI 44-2
350 l1li - 82>< ; Aço St 44 -2 cI dist
Á 38><38,,2; Aço St 41í-2
300 o
o 250
a.. m~dia
~
rllctangular )
200
Curva
150 ( Tubo
,oo~------------------------~------~------------~~------~
A ·figura 4.121 revela porosidades interiores nos cordões de soldadura, com dimen
sões da ordem dos 0,3 mm. Na fotografia é possível det~ctar a iniciação das fendas de
fadiga a partir de várias zonas: superfície interior e exterior e porosidades interiores. Este
tipo de defeito apareceu com muita frequência nos tubos de St 37-2 e St 46-2, o que jus
tifica os baixos valores de resistência à fadiga encontrados nestes materiais.
Fig. 4. J.21 - Superfície de fmctura com ampliação de 35 x. mostrando porosidades interiores [153].
Dada a pequena espessura dos tubos a tensão ao longo da espessura das paredes
horizontais é praticamente constante. o que origina a possibilidade da fenda não possuir
. pontos preferenciais para iniciação. A iniciação dependerá. entao, da existência de defei
tos localizados, que originem uma elevada concentração de tensões.
. As figuras 4. 122 e 4.123 mostram duas das localizações mais frequentes para a
iniciação da fenda; no canto dos tubos, devido a mordeduras eventualmente existentes
no cordão (fig. 4.122), ou defeitos de clivagem, originados na fissuração do material depo
sitado durante o arrefecimento no ciclo térmico de soldadura (fig.4.123). Em qualquer
dos casos forma-se uma fenda predominante. geralmente nucleada a partir da superfície
exterior próxima de um dos cantos, com uma frente elíptica de relação de eixos bas
tante elevada (comprimento. 2 cf profundidade, a = 8 a 10) (ver figo 4.122).
A propagação da fenda nas paredes laterais dos tubos deu-se com a frente da
fenda inclinada. Este facto é previsível. pois nessa zona a propagação dá-se em estado
plano de tensões, comprovada pela observação das superfícies de fractura. inclinadas em
446
.. .
Fig. 4.122-'- Fenda nudeada no canto do tubocom a frente marcada com tinta.
Fig. 4. 123 - Superfície de fractura com ampliação de. 35 x . mostrando uma clivagem no material
depositado [154].
447
relação ao eixo do provete, com um ângulo próximo dos 45°, em contraste com as super
fícies de fractura nas faces horizontais, a 90°, características do estado plano de defor
mação. Em termos microestruturais a propagação deu-se por um processo transgranular
(fig. 4.124) ou, mais frequentemente, um processo misto de fractura intergranular e trans
granular (fig. 4.125). Em qualquer destas fractografias identifica-se perfeitamente a pro
pagação da fenda pelo mecanismo de estriação dúctil que, como se sabe (ver capítulo 3),
é característico do regime II de propagação na curva da / d N, ó. K.
Fig. 4.124 - Superfície de fractura na face lateral do tubo mostrando um modo misto de propa
gação. Provete de aço 5t 46-2 ensaiado a 154 M Pa. Ampliação 500 x [155].
448
Fig. 4: 125 - Superfície de fractura' na face lateral do tubo, mostrando fractura transgranular com
estriaçãodúctil. Provete de aço St 46-2 ensaiado a 272 MPa. Ampliação 10 000 X [ 155].
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CAPfTULO 5
A INFLUÊNCIA DOS DEFEITOS
DE SOLDADURA
5.1 INTRODUÇÃO
Numa construção soldada podem surgi~ defeitos, quer produzidos durante a exe
cução das soldaduras, quer iniciados por fadiga ou corrosão. A avaliação da gravidade
desses defeitos depende, como já se ,viu, de vários factores, tais como a sua posição e
orientação na soldadura ou na zona afectada pelo calor, a espessura e propriedac!es dos
materiais que constituem a junta, a geometria da junta, o nível de tensões aplicadas e
tensões residuais, tipo de serviço da construção, etc. Para além das dificuldades de detec
ção e caracterização dos defeitos, surge uma outra dificuldade, que é a de determinar se
o defeito é ou não aceitável. Note-se que um dado defeito pode, em certas condições,
ser aceitável e noútras não, o que dependerá do custo e do nível de segurança exigido
para a construção.
Na generalidade, pode dizer-se que os códigos presentemente em vigor para as
estruturas soldadas são demasiado severos nas suas exigências em relação a critérios de
aceitação de defeitos. Este aspecto será discutido com mais pormenor no capítulo 10,
mas a tendência actual em matéria de aceitação de defeitos é sair dos conceitos empíri
cos dos actuais códigos, que são necessariamente conservativos, para a aplicação de cri
térios mais racionais, com base científiC&., e que atendem à especificidade do serviço. Com
essa finalidade recorre-se aos métodos da Mecânica da Fractura, como será exemplifi
cado em 5.6 e mais adiante no capítulo lO.
. Genericamente, e sem considerar os defeitos produzidos por fadiga ou por corro
.' são, os defeitos de soldadura criados durante a execução da construção, são devidos a
uma ou mais das seguintes causas:
- Ligados ao próprio processo de soldadura adoptado;
Ligados à "execução do processo de soldadura;
Ligados a factores estruturais de natureza metalúrgica, característicos da compo
sição química dó metal;
Ligados à forma da soldadura.
458
Fendas
Df{feilO.I' deforma (mordeduras, sulcos, conca\'idade.l' na
Defeitos planares
rai::, etc.)
Defeitos dh'ersos não incluídos nos anteriores
12) [)"lCul1lcnw IIS IIW-.'I40-69.1l1mhém puhlicado ~m COl1strucliol1, VIlI, l :'\(), 2, p. 7H. 1970.
459
Fig. 5.1 - Dibentes tipos de porosidade. I) ninhos de poros; 2) poros uniformemente distribuídos:
3) alinhados.
Nos actuais as inclusões metúlicas não são aceites. por poderem provocar
localmente fragilização (tungsténio) ou fissuração (cobre). As inclusões de escória são acei
tes de acordo com limites dimensionais fixados nos códigos. como se verú adiante
em 5.3.
Defeitos planares
anteriormente
as soldadura podem ter uma
localização diferente da das fendas de fadiga e são roturas de comprimento que
resultam de tensões elevadas e modificações estruturais associada~ à operação de solda
dura. Podem no melai depositado. na zona pelo calor~ e no metal de
base. Estas fendas podem ser longitudinais. irradiantes. ou constituírem gru
pos de d como se cxemplífica na parà topo a topo e de
canto.
Nos aços os lipos de com dimensão suficiente para uma detecção
não destrutiva são a durante a solidificação, que ocorre no metal base enquanto
quente e deformado e a induzida pelo hidrogénio. que se
verifica na zona afectada pelo calor, após o arrefecimento da junta. A utilização de
aquecimento nas . e um aumento na quantldade de calor fornecida duas
que'reduzem.o de
As grave e, por não são
nos códigos.
Falta fusão é a de ligação, à escala atómica, entre o metal depositado e
o metal de base não participou na fusão) ou entre duas camadas contínuas
461
Fig. 5.3 - Tipos de fendas provocadas na operação de soldadura: I) fenda longitudinal: 2) fenda
transversal: 3) fenda numa cratera (irradiante): 4) fenda na mil.
metal depositado . Podem distinguir-se três tipos de falta de fusão: falta de fusão no
flanco (fig. 5.4 a). falta de fusão entre passes e falta de fusão na raiz (fig. 5.4 b).
\Z ..... '
1 a)
§)
i
b)
a)
h)
Su/c()S
Mordeduras (b) e (c)
de meral (d)
463
r :
<------l1--->..
]
(0)5U ),0
I
\ (1),,,....._.
pf'nrlraçao
Qr-----
. (g)
/ / ~oncord~n(io
~o~=
(b) Mordl!'duro __
(h) Ouborda
\
(t' )
Con .... uidodf
uct's~iYQ
B~~
lL---------O~-----'(
Concordância imperj'eira
(h) e (i)
EscorrimenlO ü)
imperf'eilO (I)
Até 10 5 X 30
10 a ~O 10x 50
Maior que ~O 15 x 70
30
466
60
ao carbono
2 4 6 lO \2 14
Sllvuidodt: da df:fllíto ('/.)
de arllo}
100
90
o
ao
o 70
01
"O
S
60
'o
'ü 50
'~
<li
<li
(O
Banda dOI
~ r,sultodos
o 30
"O
'Ó
4W Aço macio
a: 20
Juntas topo Q. topo
o
lO
Fig. 5.8 - Variação da resistência à fadiga com a severidade dos defeitos de porosidade [4}
tos definidos nos códigos, com as curvas S-N determinadas nos ensaios e, deste modo,
avaliar o. grau de segurança destes limites.
Os resultados experimentais analisados por Harrison [5] puderam ser classificados
em cinco oandas no diagrama S-N, designadas por V, W, X, Y e Z. A banda V é a
superior e a Z a inferior, sendo a localização das bandas definida por quatro curvas S-N
paralelas e com inclinação igual a (- 1./ 4), conforme se representa nas figuras 5.9 e 5.10.
Cada uma destas rectas define a localização dos pontos representativos de resultados obti
dos em provetes contendo defeitos até um determinado volume de porosidade ou com
primento de inclusão de escória. Verificou-se assim que a mesma banda servia para definir
limites de porosidade e comprimento de inclusão de escória. As bandas V a Z são, por
tanto, bandas de nível de qualidade, em que a classe V define a qualidade mais elevada
e a classe Z a mais baixa. A tabela seguinte (Tabela 5.1) indica os valores admissíveis de
porosidade obtidos nas diversas classes.
Tabela 5.1 - Valores máximos admissíveis de volumes de porosidades [5].
Nível de qualidade V W X Y Z
Volume admissível
O Até 3 Até 8 Até 20 Até 20
de porosidade (%)
468
600, ---------------,---------------,--------------.
d
a..
~
b'
<l
Nr
figo 5.9-- Resultados dos ensaios de fadiga para volumes de porosidade até 20o/c [5].
600r---------------,----------------,---------------o
500
., ..,••.••.J.
•
D
•Dlo.
.. · •
.. .
••.,..~:. I •
~.
••• •><.
><t
b'
<l
100
R=O
Aços ao carbono
~4~----~---------L·5----------------~~--------~--~·7
10 10 10
Nr -
Fig. 5. 10 - Resultados dos ensaios de fadiga para volumes de porosidade até 3% [5].
469
Para ilustrar o modo como os valores desta tabela foram ·obtidos representam-se
na figura 5.9 os resu ltados obtidos nos ensaios de fadiga para níveis de porosidade até
20% e na figura 5.10 apenas os resultados obtidos para níveis de porosidade até 3% No
primeiro caso a curva Z defme o limite inferior dos resultados, enquanto que no segundo
caso a curva W serve. .
Outro processo de prever o efeito da porosidade na resistência à fadiga é através
de gráficos análogos aos da figura 5.8. Angres [6] demonstrou que a relação entre a resis
tência à fadiga de uma soldadura com poros e sem po r s podia ser dada por u~a equa
ção da forma .
que traduz a correlação dos resultados experimentais representados na figura 5.8. Na equa
lô
ção anterior cr é a razão entre a resistência à fadiga de uma soldadura com defeito (cr io)
cr to
e a área total da secção
e sem defeito (crio), Ad é a razão entre a área projectada dos poros
Ao
transversal e x é uma constante, coeficiente angular da iecta representada na figura 5.8 .
Para os aços obteve-se uma boa correlação com os resultados experimentais fazendo
.\"=8.
Os resultados apresentados nas figuras anteriores referiram-se a porosidades uni
formemente distribuídas, existentes no interior do cordão de soldadura (defeitos enterra
dos) . Contudo, os poros localizados à superfície são mais prejudiciais que os enterrados,
embo~a não atinjam a importância das fendas.
As porosidades superficiais, no caso de haver fadiga com corrosão, const ituem
um defeito grave, peJos motivos vistos anteriormente em 4.4 e devem, portanto, ser repa
rados.
Os resultados dos ensaios de fadiga realizados em provetes com poros superficiais
indicaram uma redução da resistência à fadiga, em comparação com a obtida em prove
tes com poros enterrados. Assim, para o mesmo valor de severidade de defeito (percen
tagem da área da secção transversal) a resistência à fadiga é menor com poros superfi
ciais do que com poros enterrados, embora para valores de porosidade superiores a 8%
a 10Galização dos poros não tenha influência nos resultados. Para valores inferiores de
porosidade os resultados indicaram que quando existe porosidade uniforme localizada à
superfície. a percentagem admissível de porosidade para a classe W deve ser red uzida de
3 para 2% [7].
Para além da distribuição dos poros, definida pela porosidade, e da sua localiza
ção, o tamanho individual dos poros também pode ter infl uência na resistência à fadiga,
isto é, o mesmo valor de severidade pode produzir valores diferentes de resistência à
fadiga, se as dimensões dos poros forem diferentes. Torna-se assim extremamente difícil
determinar a dimensão máxima admissível para um poro isolado, uma vez' que essa dimen
são iria depender de muitas variáveis. Como critério de segurança é melhor considerar
470
200
18 o
160
o 140
!l.
~
120
b 100
<l Rutilo com
linha
80 contínua do. fscória
6
Nr:' 2xlO ciclos
~ços QQ carbono
oQ
'O 4 10
Comp mlÍdio do dClf~i\o (mm)
Juntas com
tratamento
de distensão
o o
5mm 5mm
25mm sem limite
sem limite sem limite
sem Iímite sem limite
Tabela 5.3 - Valores de resistência à fadiga em MPa para vários comprimentos de inclusões
de escória e para I~ e 2 x I(f' ciclos [5].
C:ompriment o de defeito
Método ..
Eléctrod os de
ruti lo si tratamento 310 147 - - 205 97 - - 170 80
de distensão
Eléctrodos de
ba ixo teor em H 2
Si tratamento
- - 310 147 - - 205 97 162 77
de distensão
( I) os resultados em reservatórios sob prCS$ào a4ui mencionados fizeram pane de um extenso programa de investigação reali7ado na Bél
~ica . sobre a inOllêneia dos defeitos de soldadura no componamento csrático e dinâmico de juntas soldadas. Este programa de ensaios
incluiu cn~ ios estáticos c de fadign em placas de g.randl.~ dimen.'iõcs. estruturd.S reticuladas e reservatórios so b pressão.
474
.. •• ,IéfI • o
• •• e:-;..:...
·oxx • o -_..
•••
--1."'.r. ••x'x- A_~ cE,,,
· . , ...
O
XX • _./
.~ ~ - .. •
O~ • •,,-- ~Xe w..~J< x'" .,
.~.ü-~ , ~
b
<l
...iN
tP • " ....... ~.,~
t"1.:t~ ·
~~.......
.~.'.
100
.,••
.'.,
R =O
60 Aços ao carbono
Nr
Fig. 5.12 - Resultados dos ensaios de fadiga com eléctrodos de rutilo e inclusões de escória com
comprimento até 10 mm [5].
600
b'
<I
100
R=O
Aço ao carbono
60
'O~ lO'
Nr
Fig. 5.13 - Resultados dos ensaios de fadiga com cléctrodos de baixo teor em hidrbgénio e inclu~
sões de escória com comprimento até 25 mm [5].
475
Verificou-se que os pontos representativos dos resultados dos ensaios nos reservatórios
ficaram no interior das bandas de qualidade da tabela 5.2 para o comprimento da inclu
são de escória observado. Apesar de não haver confirmação desta conclusão para outras
estruturas de grandes dimensões. é convicção que estas bandas de qualidade podem ser
aplicadas com segurança na análise de inclusões de escória em estruturas soldadas.
Na zona de fadiga oligocíclica a amplitude de carga Oll tensão constante. os resul
tados disponíveis [5J mostram que as inclusões de escória têm pouca importância na
resistência à fadiga, para durações até 10· ciclos. Portanto, neste regime. a fadiga pode
ser desprezada e o projecto será feito com base no comportamento mecânico do mate
rial obtido no ensaio de tracção. Porém~ na fadiga oiigocíclica a amplitude de deforma
ção constante. os resultados indicam uma redução na resistência à fadiga com o aumento
do comprimento das inclusões de escória. de maneira análoga ao observado na fadiga
de longa duração.
Para juntas de canto não são conhecidos resultados que refiram roturas por fadiga.
ou por qualquer outra causa. iniciadas em inclusões de escória. Conclui-se daqui que
nestas juntas o efeito geométrico do perfil de soldad ura cria uma concentração de ten
sões mais elevada do que a que seria obtida junto a uma inclusã9 de escória.
Os resultados dos ensaios de fadiga podem ser analisados com vista a definir a
probabilidade de rotura numa estrutura. resultánte da existência de defeitos com uma
determinada dimensão. Esta filosofia. que se baseia na Mecânica da Fractura probabilís
tica. adapta-se aos conceitos de projecto pelas teorias dos estados limites. Estes conceitos
serão expostos com mais desenvolvimento no capítulo 10. Harrison [14J determinou assim
os limites de sobrevivência ou probabilidade de sobrevivênCia numa estrutura contendo
um defeito de comprimento I e ao fim de N ciclos de duração, a uma gama de tensões
~cr. A equação obtida foi
(~cr)· N = [p + q / ( 1 + n)] 10
1
• (5.1 )
Limitcdc
Estado da
sobrcyiy':ncia p 4 n
soldadura
(' i)
A equação (5.1) indica que as curvas S-N são paralelas entre si com inclinação
(- 1/4) e deslocam-se para baixo. no sentido das tensões mais baixas, quando o com
. primento do defeito e/ ou o limite de sobrevivência aumenta. Quando as tensões resid uais
476
Estado du
975
99.5
97.5
99.S
em' comparar a radiografia obtida na placa com a carta de comparação para o mesmo
tipo de defeito e da placa. Nestas cartas de comparação considera-se a porosi
dade classificada em grande. média ou
são muito elevados corre-se o risco de haver
outros mais que não são detectados por ou por outras
de ensaio não destrutivo. Os poros "'tapam" esses defeitos e impedem ou dificultam \
a sua observação. No quadro (pág. 479) em função da espessura
da placa e do do poro, os valores da severidade expressa em de
projectada 'da ao valor de I de severidade expresso em
volume.
477
Tabela 5.5 - Níveis de aceitação de defeitos não planares previstos em códigos de cons
trução soldada.
I
Código BS 5500 ASME VIII-I ASME v; BS 2654 AP11104
Tiro de construção Rescn 'atorios soo Reservatórios sob Qucimadorcs e tan4ues Tubagens de
pressão rressã o de armazenagem rressão
As crateras tratam·se
como a porosidade
esférica isolada
As porosidades super
ficiais ou crateras super
ficiais não são permi· I
tidas
I
(I) Área < o produto do comprimento pela Iarl!ura de um rectànl!ulo. circunscrito ao volume de metal analisado. num plano paralelo à
face da soldadura.
478
Nota: (código BS 55(0) As inclusões no eixo maior do cordão devem estar separadas por uma distância igualou
maior que o comprimento da maior, e o comprimento do grupo não pode ser maior ljue o comprimento total.
479
6.0 3.175 [
2.0 1.0
10 2.5 4.~ 7.5 15.2
20 5.0 9.5 15.0 30.4
30 7.5 14.2 22.5 45.6
Verifica-se. por estes resultados, que existe um acentuado aumento quando se passa
a definir a porosidade em área projectada, em vez de volume. Portant.o. na radiografia,
uma pequena distribuição de poros em volume pode cobrir quase em 100% a área pro
jectada e im[Jedi li a observação de defeitos mais perigosos. Por este motivo os níveis de
aceitação definidos nos códigos são mais baixos que os estabelecidos a partir dos resul
tados dos ensaios de fadiga analisados anteriormente e. designadamente, os estabelecidos
nas bandas de qualidade V a Z propostas por Harrison.
No entanto. comparando os va lores admissíveis das dimensões dos defeitos dedu
zidos pela análise dos resultados dos ensaios de fadiga (tabelas 5.1 a 5.4) com os valores
dos códigos (tabela 5.5) constata-se q ue estes últimos não consideram sequer o fenómeno
da fadiga e a probabilidade de rotura da estrutura. São valores independentes da duração
prevista para a estrutura e da tensão de serviço e, portanto, não traduzem as condições
reais de serviço. Verifica-se assim que para algumas classes ou curvas de projecto os
valores dos códigos são demasiadamente seguros (caso das classes mais baixas), enquantõ
que para as classes mais elevadas os valores dos códigos não são aceitáveis. O código
PO 6493 já relaciona a dimensão aceitável dos defeitos com a curva de projecto da estru
tura (ver tabela 5.4).
Como já foi referido, a resistência à fadiga de juntas com defeitos planares pode
ser determinada teoricamente integrando a lei de propagação de fendas característica do
material e das condições de serviço. No caso de um componente de forma simples o
modo como essa integração é realizad a, e os principais aspectos a ter em conta nesse
cálculo já foram analisados no capítulo 3 (ver a secção 3.8.2 e o exemplo 3.1). Para as
juntas soldadas. utiliza-se um procedimento análogo transformando geralmente a equa
ção resultante da integração da lei de propagação de fendas, numa curva S-N simples
ou modificada.
480
obteve-se em
a que na forma de uma curva
constante (5.2)
c
em que I é o integral do primeiro membro da equação (3.32) cujo valor é
da
(5.3)
Para uma junta caracterizada por uma equação do factor de intensidade de ten
e para um .comprimento inicial e crítico de defeito. o integral I será
constante, e logo o membro da equação será Esta equa
ção portanto a eq de lima curva S-N num gráfico mIco
dará uma recta com inclinação igual ao recíproco do expoente (- II m) da lei de Paris. o
que se esq na figura 5.14.
Nr
Lei de Forman
"< \\ I
- d (ai c (w)~N (5.4)
\\ B
481
B= y m(rra / w)T
(5.5)
Kc -(Y~a J rra/w w 'p)
Lei de Branco
I =/ -BI d (a / w)
;~/ "
";/~
co.m B=( y~Kc/~a" rra l w - ~ K,rf w )'
w - Y" ~a : rra l w
(5.6)
em que C1. é o expoente da lei. Nas equações (5.4) a (5.6) considerou-se o comprimento
de fenda adimensionalizado (a / w) expresso como uma fracção da dimensão global w
que pode ser a largura ou a espessura da secção transversal.
A equação da curva S-N (equação 5.2) varia com o tipo de junta e com a dimen
são inicial e crítica do defeito, o que pode dificultar a análise dos resultados . A influên
cia destas variáveis pode ser eliminada normalizando os valores das tensões, dividindo-os
pelo integral I. Deste modo a equação (5.2) dá
I
(a*)'" Nr = - = constante (5.7)
C
a
a* = (5.8)
l '/m
A equação 5.7 também é uma recta com inclinação (- I I m) mas que depende
apenas do material, pois no segundo membro apenas aparece a constante da lei de pro
pagação de fendas . Portanto para um determinado material obtém-se sempre a mesma
recta independentemente da geometria da junta, do tipo de solicitação e dos valores defi
nidos para as dimensões inicial e crítica da fenda.
Se o período de iniciação for desprezáveL os resultados experimentais obtidos nos
ensaios de fadiga devem produzir uma boa correlação com as equações aqui apresenta
das. Verificou-se que em certos casos essa correlação é mais exacta usando leis do tipo
da de Forman ou de Branco que, como se viu anteriormente no capítulo 3, prevêem a
propagação da fenda de fadiga nos três regimes de propagação e incorporam nas suas
expressões analíticas o efeito da tensão média. Contudo, em muitos casos têm-se obtido
correlações satisfatórias com a lei de Paris, o que oferece vantagens atendendo à maior
simplicidade matemática desta equação. Efectivamente, a grande maioria dos trabalhos
publicados em que se fazem previsões teóricas da duração à fadiga de juntas soldadas
utiliza a lei de Paris, como se verá em pormenor mais adiante.
31
482
visíveis a de que o de
tem sido posta em causa por diversos "".,-'VI",,,. apesar das
com esta teoria, o valor de N, será menor nas durações ou tensões mais elevadas e vai
aumentando para as tensões mais baixas, uma vez que o factor de intensidade de ten
sões varia de maneira acentuada com a tensão localizada no cordão de soldadura.
Como se verifica, persistem dificuldades no estabelecimento de uma teoria ou for
mulação matemática que preveja o número de ciclos de iniciação da fenda numa junta
soldada.
Os principais problemas são:
I) a avaliação correcta do valor de N; que só pode ser determinado em boas
condições por fotografia ou filmagem da zona onde a fenda se vai nuclear;
2) o desconhecimento da distribuição de tensões na zona plastificada situada nas
extremidades do cordão de soldadura.
Para além das dificuldades atrás apontadas , constata-se que os estudos de inicia
ção de fendas de fadiga em juntas soldadas têm pouco interesse prático porque ao pre
ver a duração à fadiga duma junta soldada considerando apenas o período de propaga
ção obtém-se uma margem de segurança uma vez que as durações reais (que incluem o
período de iniciação) serão sempre inferiores a estas. Por outro lado, existe uma meto
dologia 'de cálculo da fase de propagação, já com larga aceitação e que se baseia, como
se sabe, na Mecânica da Fractura. '
Em conclusão: não parece importante incluir o período de iniciação da fenda na
previsão da duração à fadiga das juntas soldadas, bastando considerar o período de pro
pagação utilizando a metodologia que será exposta nas secções seguintes. No entanto,
tem muito interesse prático fazer a previsão da tensão limite de fadiga duma junta sol
dada e comparar os valores teóricos com os valores experimentais. o que será exemplifi
cado mais adiante na secção 5.6.
o:
.2'
"O
o
Aços
2B 2 B
(b)
K = cr 2B
~ ( -tan !ta )2 (5.9 a)
!ta 2B
e
K = cr J;a[I, 122 -0,561 ex -0,205 ci + 0,471 ex -0,19 ex
l 4
] (5.9 b)
A falta de penetração no cordão separada por regiões de boa ligação com compri
mento d; cria um problema de interacção de defeitos, que se encontra esquematizado na
figura 5.17. Se o valor de d; entre dois defeitos consecutivos for inferior a um determi
nado valor, existe interacção entre esses defeitos, que devem ser tratados como um único
defeito de comprimento igual a (3;+ I + a; + d;). Se o valor de d; for superior a esse valor,
não existe interacção e os dois defeitos devem ser tratados separadamente. Harrison [20]
determinou os limites de interacção em função da relação entre d; e a espessura da placa
(d; / B) e da relação entre o comprimento do defeito C e a espessura da placa (c;/B).
j
Estes limites são definidos na figura 5.18 em que se verifica que se o ponto repre
sentativo da localização dos defeitos ficar acima da curva traçada não há interacção entre
os defeitos, verificando-se interacção se o ponto representativo ficar abaixo da curva.
\
t:::::: -------
:--:
r-- . -- di :
-- - --
!'-.
."",
':>
r-- DE."fE."ito
ai ,Cj
:'--
cr
(J
m
~
r--
..
"'" ."" A. -""
t=t:- - ...-I
-
5.17 - Representação de defeitos de falta de penetração ao longo da espessura da
50r---.--r-r.----r----.-.-.-.---~
40
30
20
10
"
'õ 5 _'4- =4,5
4
Intfi'raq:ão
cr- B
-cr
f--r- - w -'------oool
A análise das fendas semielípticas é bastante complexa, porque, como se irá demons
trar a seguir, o facto r de intensidade de tensões varia ao longo da frente da fenda.
Maddox [22] utilizando o método dos elementos finitos obteve a equação do factor de
intensidade de tensões na fronteira da fenda, em qualquer ponto da elípse definido pelo
ângulo polar 6 (fig. 5.19) na forma
M SMI MP 26 a2 26
)1 /4 r=:
K = MK ( sen + -c
2
COS (jy7ta (5.13)
cJ>o
Esta equação é uma modificação da equação deduzida inicialmente por lrwin [23]
em 1962 e que determinava o factor de intensidade de tensões .numa fenda elíptica embe
bida numa placa de dimensões infinitas solicitada à tracção em modo 1. ·Nessa solução
básica de Irwin os factores MK,M" M, e Mp são todos iguais a um na' equação (5.13).
Portanto estes factores tomam em conSideração as dimensões finitas dô sólido, a forma
da fenda e a influência do cordão de soldadura sendo expressos por utria função "que 'no
caso mais geral terá a forma [24] . ,
. (aB ac Wc
MKM,M,Mp=f - , - , - , 6 0 (5.14)
488
em que F é a função. pretendida que pode ser obtida aplicando os vários métodos
cálculo de factores intensidade de tensão no capít·ulo I, em especial o
dos elementos finitos.
Particularizando agora o significado das variáveis da equação (5.13), vem
15)
e
em que o ângulo está representado na ftgura 5.19. valores do integral
elíptico encontram-se em tabelas de cálculo integral ou na figura 5.20, em fun
.da a! c da fenda, que $0 é mínimo e igual a I para a
penetrante (ale O, c -00) e e a rr:/2 uma fenda
semicircular, (a! c) = 1.
Em vez utilizar a 15), o elíptico pode ser caJculádo de modo
aproximado usando as equações
00
1.5
1.0
o 0.5 5 10
alc
I
I
~1"----
- I
a
5.21 Fenda semielíptica na fronteira de. um sólido com dimensões semiínfinitas
(modelo para cálculo do factor Ms).
para M. foi obtida por e Sih [26]; é o factor que entre
parêntesis na equação a)
B tan na
M.= na B
18)
(5.19)
491
em que K' é o factor de intensidade de tensões para a mesma geometria sem o cordão
de soldadura. No valor de K' estarão portanto incluídos os restantes factores definidos
atrás eo produto de todos estes factores(com excepção do factor M K) equivale ao fac
tor geométrico Y que surge na equação geral de definição do factor de intensidade de
tensões.
Para calcular K, usando a equação (5.13) ou (5 . 19) é necessário conhecer, para
além dos valores de MK'
(i) a expressão do factor geométrico Y
(ii) a forma da frente da fenda (relação ai c) durante o processo de propagação
por fadiga .
(iii) a localização da fenda em relação à espessura B ef ou largura W da placa.
Tabela 5.6 - Equações para cálculo de K' ou do factor geométrico Y em fendas seml
elípticas (fendas com frente não recta).
Placa à Iracção com fcnda dc 1.122 -0.561 IX -0.205 IX l + 0.47 1IX·I -0.19IX4 I
canto c para 6 = rr /2 [27]. y= x -
(I -IX),h <1> 0
Flexão simples (6 = 1': .2) com um Y = (0.Só2 .,. 0.61 SÓ" .,. O.7S57
\:
,,2) '< _I
<1>0
momento M na linha da knda
[29] para a ' B<O.n5 c a'c,,; I
=
Nesta equaçào o factor Q é dado pela relação Q <I>,i -0.212 (a 0"11) representada
0,5
0,4
u 0.3
N
.....
C
0,1
a)
O,,
O
o o,e '.0 I, I
',' ',6 ',8 1,0 1,1
a
1,0 -
0/2c
0,05
',8
',6
l:
',4
',I
b)
,,O
O 0,2 0,2 0,4 0,6 0,8 ,,O
O/S
Fig. 5.22 - Tabda 5.6 - a) Variação do factor Q com a/2c em runção de olo".,j (32).
b) Variação do factor M, com aI B em run,do de a/2c [32].
493
[33. 34.35].
,\)2
c' k = 1.3 ( 1-) . ( +)
x
a
para- > I
c
Nesta solução de Raju e Newman [33. 34] deve-se considerar. para além de outros
efeitos menos importantes. a influência da redistr,ibuição de tensões que ocorre na
pane da secção transversal do provete que ainda não está fissurada. Este problema
foi estudado em profundidade por Holbrook [35] que determinou um coeficiente
de correcção Aw que pode ser utilizado na equação do facto r geométrico Y em
vez do facto r M,. A. é dado pela equação
Aw = 1+
{+)-J( *)-
(0.0599)2
K( 1-)
em que I (a / c). J (2c 1W) e K (a / B) são funções polinómicas dadas pelas equações:
K (a/ 8) =0.0126-0.132 (a / 8) + 0.857 (a/ 8)2 - 1.182 (a/ 8)3 + 0.746 (a/8)4
494
Tabela - (continuação)
em que
Q== q;;, em que <1>0 é dado pelas equações 5.16a) e 5.16 b).
O factor F. que engloba os faClores M, eM" é definido de forma que para trac
(a)
(b)
Nas equações (a) e (b) os parâmetros MI • Mz' M3' Me, etc. são dados seguin
tes equações polinómicas
-0.54 + ---,0",,8:.:.9_
0.2+~
c
a (I -sen 6)2
0.5 - + 14(1.0 I g == I + [0.1 + 0.35
c
0.65 + 11
c
P Q2+~+06~
. c . B
G1 =-1.22-0.12 a
c·
495
Placa li t racção com fenda cen Solução aproximada apresentada na ref. [36] e que pode ser utilizada para cálculo
tral [36] do factor de intensidade de tensões para a ocorrencia de fractura frágil numa placa
à trncção com uma fenda semielíptica. A equação do factor de intensidade de ten
sões crítico foi deduzida a partir da equação geral anteriormente apresentada nesta
tabela {36] conSiderando as duas hipóteses seguintes:
(i) para a /c <0.6 o valor máximo de K dá-se no ponto A (ll =1t /2) que é o ponto
de maior profundidade na fenda (fig. 5.19)
(ii) Para 0,6 < ai c < 1.0 o valor máximo de K é o valor médio dos valores de K
compreendidos entre 6 == Oe 6 == TC I 2.
At equação de. Y é
Tabela (continuação)
em que
Nesta equação (h). Q == .p~ é calculado pelas equações (5.16 a.b) e os restantes parâ
metros dão dados pelas equações
a
M, 1.13 -0.1 O.03<aic< I
c
/1t a
\1 para c ,;;!: para >I
4 c
.=
f
Para ai c < 0.03 a fenda é bastante alongada e pode ser considerada como pene
trante com frente reeta. Neste caso pode com um erro muito pequeno a
solução já conhecida do factor de intensidade de tensões para uma fenda lateral
numa placa de dimensões finitas o que dá:
Fendas de canto e superficiais com forma circular ou semieliptica em placas e barras para solicitações de tracção.
flexão simples e/ou uma distribuição pi1rabólica de tensões no plano da fenda [38]. A geometria da fenda e da
placa. aplicável a esta solução encontra-se na figura 5.23.
H H
De acordo com a notação da figura 5.23. as equações obtidas para o factor ôe intensidade de tensões são válidas
Nesta equação Me M H = M, . F (a) é o factor que considera a distribuição de tensões nominais no plano da fenda
e q, é um parâmetro que é o quociente do integral <1>0 com o factor Me da equação 5,13, No ponto A. pontO de
à
maior profundidade da fenda. c = a. enquanto que superfície (ponto B). c = b,
Os factores de correcção MG. M R e Ms dependem da forma da fenda (de canto ou superficial), No ponto A e
para H/ W > I
M(,, =
1.1432 MA = 1+ 0.03x Ms = 1+ 0.05.\' ( O.; x';; 0.2)
M(;=O.lx tO.29x+ 1.081 MA =0.5x' -O.ló.\'+ 1.018 (0.2 < x < 0.5)
Ms = 0.65x - O.l35x + 1.0 II (0.2 < x < 0.5)
A função de tensão F (a) foi obtida para solicitações de tracção e flexão, No caso da tracção. F (a) é uma cons
tante igual à tensão de tracção remotamente aplicada, As figuras 5,24 a) e b) apresentam a variação da função de
tensão com o comprimento da fenda para as distribuições linear c parabólica das tensões de flexão , Note-se que
no último caso quer a aproximação polinominal quer a aproximação da flexão + tracção , são razoáveis para o
ponto A mas afastam-se significativamente dos resultados numéricos para o ponto B,
32
498
bl
a)
O,, F,,(.) F"to)
El.m."hH lin'tos ."
0,4
a/L a/W
Fig. - Tabela 5.6 - Variação da função de tensão F (0') com a relação (a/W) [38]; a) Distribuição linear de
tensões de l1exão; b) Distribuição parabólica de tensões de l1exão
O' O'ma,l(y/W)'-2(y/W)+II; ama, rensãoàsuperficie(y O).
Para flexão obteve-se a melhor calibração usando as equações da ref. [37] deduzidas no
Japão por Koterazawa e Minamisaka. Obteve-se também a melhor correlação com resul
tados experimentais de propagação de fendas aplicando os factores de correcção ~ e Br
propostos por Holdbrook e Dover [35].
As restantes equações apresentadas na tabela 5.6 fornecem apenas resultados apro
ximados para valores de ai c < 0, I. Por exemplo, para ai c = 0,2 os erros em relação às
soluções mais exactas atrás referidas variam de 10 a 60% e aumentam com a profundi
dade da fenda (aumento da relação ai B) [25].
. A menor complexidade matemática destas equações torna-as no entanto úteis para
obter um cálcu10 inicial e expedito do factor de intensidade de tensões.
As equações da tabela 5.6 aplicam-se para fendas pouco alongadas (ai c> 0,03 a
0,05) e que ainda não atravessaram totalmente a espessura ou largura da placa. Consi
derando esta última hipótese, o modo de propagação da fenda será o indicado esquema
ticamente na figura 5.25 a). A fenda propaga-se inicialmente com a configuração semi
elíptica, mas quando a ponta atinge a fronteira da placa, esta passa a propagar-se como
uma fenda penetrante com a frente recta, mas segundo a direcção da largura.
(a)
(b)
Fig. 5.25 - Modos de propagação de uma fenda semielíptica numa placa de espessura B e lar
gura W.
K cr .J;C(sec W)12
(I) A fenda pode ler a forma alongada em c>a (F1g.5,19) e nesse caso (alc< (l. As fendas profundas em que a>c ou a/c> I são
muÍlo menos frequentes e daí haver muito trabalhos realizados com fendas alongadas. "
(2) . A fenda pode ler uma forma alongada em que c> a e nesse caso (ai c< 1).
501
2.0 2.0
Tractão
u
a '.0
7111íivmmJ(/(í/!Z -
u
o '.0
05 0.5
O~ __- L_ _ _ _ ~ _ _~ _ _ _ _~ _ _ ~
0.2 0.4 0.6 O.i '.0 o 0.2 0,4 0,6 o.s '.o
aIS aIS
a) (a/c) j -Valor inicial de ale b)
Fig. 5.26 - Variação da fonna da fenda semielíptica de fadiga ao longo da espessura. a) Tracção
unifonne; b) Rexão pura [25].
ai B análoga à da figura 5.26 b). Neste trabalho, e bem assim nos que serviram de base
aos resultados da figura anterior, a profundidade da fenda foi medida com o sistema de
queda de potencial (ver 3.5) e o comprimento da fenda à superfície foi medido com micros
cópio. Obteve-se assim em cada provete a relação entre a e c durante a propagação da
fenda, de que se apresenta um gráfico exemplificativo na figura 5.27. A partir deste grá
fico pode construir-se o gráfico ai c em função de ai B que, neste caso, terá o anda
mento da figura 5.26 b), porque c aumenta mais rapidamente que a à medida que a fenda
se propaga ao longo da espessura (ai c decresce quando a i B aumenta).
Em resumo, pode concluir-se que nas solicitações de tracção a fenda tende para
a forma semicircular enquanto que em flexão cresce mais à superfície do que no interior
(ponto de profundidade máxima). Isto significa que em flexão o factor de intensidade de
tensões pode ser máximo à superfície e não no interior porque a tensão de flexão é
máxima à superfície. Este efeito dependerá da espessura da placa, porque o gradiente
das tensões de flexão diminui quando a espessura aumenta e portanto para a mesma
profundidade da fenda e tensão máxima ama:... a tensão no ponto A, aA será menor quando
a espessura diminui (figura 5.28) verificando-se que o gradiente das tensões faz com que
a diferença entre a tensão à superfície e no interior aumente com a diminuição da espes
sura e com '0' aumento da profundidade da fenda . Portanto, é de esperar que, em flexão ,
e para baixas espessuras, o facto r de intensidade de tensões vá aumentando muito mais
rapidamente à superfície do que no interior, o que explica o facto da dimensão c aumentar
mais rapidamente que a dimensão a à medida que a fenda se propaga (fig. 5.27).
Na tracção uniforme não existe gradiente de tensões na seCção transversal, e por
tanto o facto r de intensidade de tensões será máximo no ponto de maior profundidade.
502
16
- - - - Curvas t"óricas
o o o
14
11
10
6
Aço BS 4360 : 50 O
12 16 20 24 28 32 35 40 44 48
c (mm)
I
L
t
À
'til,
M M M M
~~~-----r-------~---~
Deste modo a fenda crescerá mais no interior do que à superfície e portanto a relação
01 c irá aumentar e tender paraI a que corresponde a fenda semicircular (fig. 5.26 a).
Estes modos de crescimento de fendas semielípticas quer para tracção quer para
flexão foram as escolhidas no documento PD 6493 [40] no tratamento da propagação
de defeitos por fadiga de acordo com uma metodologia que será exemplificada no capí
tulo lO.
Este método [41] , que se baseia numa sobreposição de soluções, permite uma
grande simplificação de cálculo e reduções significativas de tempo de computação em
relação aos métodos gerais de cálculo de factores de intensidade de tensões.
Para ilustrar o princípio da sobreposição das tensões em corpos com fendas consi
dere-se na figura 5.29 o corpo I contendo uma fenda. Usando a sobreposição elástiql o
estado de tensão no primeiro corpo pode ser considerado equivalente à sobreposição das
tensões no segundo e terceiro corpos. No corpo 2 a fenda é fechada pelas forças neces
sárias para tal podendo o corpo ser considerado como se não tivesse fenda e solicitado
pela tensão nominal a . Para obter o estado inicial do corpo I no corpo 3 não há carre
gamento externo mas as tensões no corpo são causadas por forças colocadas nas super
fícies da fenda, mas com valor igual e de sinal contrário às do corpo 2.
A aplicação do método requer portanto apenas o conhecimento dos valores das
tensões na linha onde se encontra a fenda mas considerando o corpo sem a fenda . O
valor final de K é em seguida calculado a partir dessas tensões normais à linha onde
está a fenda, considerando a solução já conhecida do factor de intensidade de tensões
para uma fenda central de comprimento 20 localizada numa placa infinita, e solicitada
por essas tensões normais aplicadas na linha da fenda.
As tensões normais atrás referidas podem ser já conhecidas através de soluções
da Mecânica dos Materiais ou da Teoria da Elasticidade que estão disponíveis na litera
504
2P a
K= I)
K= (5.22)
505
a) b)
Iy
Iy
'x
Fig. 5.30 - Fenda central numa placa de dimensão infinita: a) dois pares de forças traccionando
a linha da fenda; b) pares discretos de tensões na linha da fenda .
(5.23)
K = er V c-::
7t a -
~ -
2 ~
7t i=1 er
(h+1 a a
b)
er b' arcsen - '- - arcsen - ' (5 .24)
(5.25)
-a bi ( bi +-I - arcsen -b i
arcsen - )
(5 .26)
a a . a
equação que · permite calcular M K a partir das tensões abi calculadas pelo método dos
elementos finitos.
A equação (5.26) indica que quando a - O o factor M K tende para abJ a que é G
factor de concentração de tensões, K, no ponto de iniciação da fenda. Portanto o valor
máximo de M K é igual a K, e verifica-se na superfície para a = o. Em seguida M K vai
diminuindo com o aumento do comprimento da fenda porque as tensões decrescem ao
longo da linha da fenda como se viu no capítulo anterior. Quando <Jbi = <J, acaba o efeito
intensificador de tensões do ~ordão de soldadura e M K = I. A partir desse valor do com
primento da fenda pode utilizar-se a solução do factor de intensidade de tensões como
se não houvesse cordão de soldadura, e vem pela equação 5.19, K = K'.
Em rigor a aplicação do método de Albrecht requer que na equação (5.24) <J seja
uma tensão nominal uniformemente distribuída, o que só acontece nas solicitações de
tracção uniforme. Contudo, e atendendo à definição de MK' o método poderá ser apli
cado em casos em que as tensões nominais não sejam de tracção (caso da flexão). Assim,
se for conhecida, por outro método, a solução do factor de intensidade de tensões para
uma barra com a mesma geometria e submetida ao mesmo tipo de solicitação mas sem
o cordão de soldadura, o valor de M K será dado por uma relação do tipo
(5.27)
em que FG é o facto r equivalente a M K para a junta soldada e F'G é obtido para a barra
sem a soldadura, com uma solicitação idêntica.
A validade deste método, traduzida pela equação anterior, pode ser demonstrada
a partir da equação (5.19) válida para a junta soldada, e da equação seguinte válida
para a barra sem a soldadura
(5.28)
em que F~ é o facto r que considera apenas uma distribuição não uniforme da tensão
nominal na linha da fenda. Se K' for determinado com um dos métodos já referidos de
cálculo de factores de intensidade de tensões (ver capítulo I) da eqqação 5.28 retira-se o
valor do facto r M. M, Mp que será
507
(5.29)
que, substituindo na equação geral (5.13), mas em que M K é agora designado por FG'
dá a equação (5.27).
O método de Albrecht é um método aproximado que tem dado erros aceitáveis
em relação aos outros métodos mais rigorosos de cálculo de factores de intensidade de
tensões. Devido às vantagens que apresenta em relação aos métodos mais exactos, o
método de Albrecht é largamente utilizado no cálculo de factores de intensidade de ten
sões em juntas soldadas. Muitos dos resultados que serão apresentados nas secções seguin
tes foram obtidos com este método. Tal como sucede em relação ao cálculo de factores
de intensidade de tensão utilizando a equação (5.13), o método de Albrecht pressupõe
que os factores que surgem nessa equação são independentes uns dos outros, o que não
é rigorosamente exacto, como se sabe. Contudo, os erros são pequenos e bastante infe
riores ao grau de precisão da determinação dos valores experimentais de resiliência, tena
cidade, da curva dai dN, D.K ou os efeitos de fecho das superfícies da fenda. O aumento
de precisão que se obtém com as soluções I}uméricas mais exactas não justifica geral
mente o esforço adicional de computação e preparação d~ dados, e não é significativo
em termos de análise da propagação de fendas de fadiga.
(5.30)
A com a forma
teoricamente integração da lei de entre a e c
obtida por cálculo deve aproximar-se dos inicialmente considerados. Para calcular
teórica da fenda integram-se simultaneamente as duas equações da velocí
propagação da fenda nas do ponto da fenda com maior
a) e na à superfície (direcção c). A direcção a
do valor de a 5.19) e a c ao do valor de c
Considerando inicialmente o material isotrópico e escolhendo a: de Paris como
lei propagação, vem
da dc
C(~Kt e I a, b)
dN dN
j"f da
"i (M K
a a+~a ~a
c
--- = = const.
c+~c
~ =( (5.34)
Eliminando N entre as equações (5.35 a,b) obtém-se uma relação análoga à equação (5.32)
ar d r 'f d
f li;
a
(M K Yfl aL""
01
1 = 2(1tcrtl -"'2j
Cc Ci
c ""
(M K Yofl c T
(5.36)
Tal como no caso anterior os valores de a e c que verificaram a equação (5.36) definem
a geometria da fenda compatível com as leis de propagação consideradas (equações 5.35 a,b).
Depois de calculada a geometria da fenda pelas equações (5.32), '(5.34) ou (5.36),
substitui-se a relação obtida na equação apropriada do factor de intensidade de tensões
e faz-se a integração da lei de propagação para obter a curva a, N ou c, N ou as curvas
S-N de propagação que podem aparecer expressas para diferentes valores da dimensão
inicial da fenda.
As curvas (a, N) e (c, N) permitem traçar o contorno da fenda semielíptica em
função do número de ciclos ou de outra variável. Por exemplo, a geometria da fenda
. pode ficar representada graficamente durante a propagação, em função de números de
ciclos, de valores de a ou valores de c previamente definidos. Estes gráficos são geral
mente obtidos por computador num terminal gráfico, e na figura 5.31 apresentam-se dois
exemplos em que se obtiveram vários contornos teóricos da fenda ao longo da espessura
da placa estando indicados os respectivos números de ciclos para a última posição que a
fenda atingiu antes de se tomar visível na face lateral.
da = A,. dc
e (5.37 a, b)
dN dN
(5.38)
(5.39)
Lle pode ser obtido ou a partir de soluções fJla.;>Ll'''''';> com o método dos fini
ou a solução elastoplástica Neuber [44] que tem dado bons resultados
no cálculo das plásticas numa de entalhes. A '
de Neuber é
(5.40)
em que é a tensão nominal, 6.0' é a tensão local na ponta da fenda e é um coe
11'-''-11'1;;, denominado equivalente concentração de
511
(i) calcular lo com a equação (5.39), o que pressupõe conhecer o limiar de pro
pagação 6. K 1f e a tensão limite de fadiga crr;
k:
(ii) calcular q com a equação (5.41). o que obriga a conhecer a solução do fac
tor de intensidade de tensões para a junta soldada;
(iii) determinar (6.cr6.e:E)" 2 a partir da. curva cíclica tensão-deformação do material;
(iv) calcular E6.e: com a equação (5.40) entrando com os valores de ~ e (6.cr~e:E)I/2
calculados anteriormente;
(v) substituir o valor calculado de E6.e:' na equação (5.38) para obter finalmente
o factor de intensidade de deformação, para a fenda de comprimento 1 e
tensão nominal6.S.
(5.42)
Aço G40.11
400
topo a topo
Umm)
Fig.5.32 da tensão limiar de propagação de uma fenda de numa junta sol
dada [43]. .
o modelo de Lawrence [45] faz o cálculo pelo método dos elementos finitos do
campo de tensões no plano da fenda, para diferentes geometrias do cordão, utilizando os
parâmetros definidos na figura 5.33. Os resultados indicaram uma tensão máxima 1,2 a
1,8 vezes mais elevada que a tensão nominal de tracção. A distribuição de tensões revelou
um decréscimo muito rápido a partir do valor máximo no pé do cordão aproximando-se
da tensão nominal a pequenas distânciás do pé do cordão. A relação crx J cr nom foi obtida
com uma função polinómica do quarto grau dada pela equação
Fig. 5.33 - Parâmetros geométricos do modelo de Lawrence [ 45] em juntas topo a topo.
em que
f (y/a) =0,8 (y/a) + 0,04 (y/a)2+ 3,62x IO- b [e II. 18 (y!a)] (5.45)
Bousseau [46] propôs outro modelo simplificado em que calculou o fa~tor de con
centração de tensões K, no pé do cordão e adoptou a lei de fissuração
da ~ . m
- = C(I,I 0noro y7ta K,) (5.46) .
dN
33
514
Esta equação dá valores de K superiores aos reais, uma vez que considera sempre o
valor máximo de à na equação 5.46). Em ,cónsequência, os valores
de duração calculados com esta serão aos que obtidos utili
a real tensões.
Gumey [47] utilizou o método Albrecht para calcular o factor MK, em
com a geometria anteriormente 4.8. M K foi calculado em função
ai B os valores dos nessa figura. O
mesmo autor verificou que se obtinha uma boa correlação cornos resultados
utilizando uma exponencial entre MK, e (ai B) traduzida pela equação
em que p e q são parâmetros que dependem da geometria da junta mas que são cons
tantes para uma mesma (não com ai B).
Num a equação (5.47) dará uma linear, o que se
na figura 5.34 que mostra a excelente correlação entre esta equação e os resul
tados numéricos, obtidos por Gurney para juntas topo a topo com reforço forma
circular, em função do de ti que neste caso foi o
que MK ao de ai B e aumenta com o ti acompanhando
assim a anteriormente obtida para o factor de concentração de tensões. Para
valores de (ai B) > 0,4 acabou a do cordão de soldadura pois MK I.
Ângõlo 9
x 20"
• 30°
.... 40<>
.. 45<>
2,0
1,0
0,1 1,0
a/B
5.34 - Valores de M!( para juntas topo a topo à tracção com reforço do cordão de forma
circular [47].
515
,,O
X Tipo A, l3mm de espessura, s/ folga na raiz
• Tipo A, 25mn de espe~sura, s/ folga na raiz
+ Tipo A, l3mn de espessura, 2mm de folga na raiz
a/B
Fig, 5.35 - Factor geométrico Y em função da relação aI B para juntas topo a topo com cobre
-junta [48].
Os resultados da figura anterior são importantes pois indicam que com uma junta
de canto na ligação da cobre-junta à placa principal, se deverá obter uma maior resis-:
tência à fadiga.
Todos os resultados anteriormente referidos foram 'obtidos para solicitações de
tracção uniforme. O autor desconhece resultados publicados para solicitações de flexão,
embora para a flexão se devam poder usar com segurança os resultados de tracção,
porque o factor de intensidade de tensões na tracção deverá ser mais elevado, como
sucede nas juntas de canto.
516
1,2
1,1
1,0
0,9
0",8
0 ,7
~
o,t
:l:" 0,5
0 ,4
0,3
8=45
lG :0,48 a)
0,2 9: ~ii , 31'
o 0 ,1 0,2 0,3
a/B
LG= 0,8 B
3,2
],0
2,0
b)
',OO::-----:"'------'------I......J
0 ,1 0,2 0,3
aIS
Fig. 5.36-a) Relação entre MK / K, e a/ B para juntas sem transferência de carga à tracção [51].
b) Relação entre M K e aI B em função de 6 [51].
518
o método de Albrecht voltou a ser utilizado por Gurney{ 52J para calcular valo
res de M K num estudo mais aprofundado neste tipo de juntas em que se variaram as
relações LG/B e BI/R Gurney verificou que a equação (5.47) produziu também uma
boa correlação de resultados. Todos os valores das constantes p e q encontram-se na
ref. [52]. Para calcular M K utilizaram-se elementos finitos triangulares de deformação cons
tante usando a rede representada anteriormente na figura 4.36 que serviu para determinar
a distribuição de tensões. Como exemplo, mostra-se na figura 5.37 a relação obtida 'entre
log M K e loga/B para três valores da relaçao LG/B (0,25; 0,15 e 0,1). M K decresceu
quando a/B aumentou e aumentou com a relação LG/B (fig.5.37). Para a/B>0,3, M K
tend€: para um. Em todos os casos analisados verificou-se uma boa correlação entre os
resultados numéricos e a relação exponencial (5.47), como se mostra na figura 5.37.
4,0,---------,---------------------,-----' ------------,
LG
• 0,258
À 0,15 B
x 0,1 B
2,0
1,5
•
li. •
1,0 L-~
li.
_ _ _ _ _ __'__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ L __ _ _ _~-=- ! ______ __J
Num outro trabalho, Gumey [53J obteve uma relação empí~ica entre M K e alguns
parâmetros geométricos.da junta dada pela equação
( LG )0.06,1 ( a ;0.279
MK=0,8479~ - -- (5.48)
B B.
Utilizando esta equação de M K na equação simplificada do factor de intensidade
de tensões, Gumey [53] determinou, por integração dá Lei de Paris, relações entre a dimen
são inicial do defeito ai e a espessura B da placa. Com essa fmalidade resolveu a equa
519
ção 5.2 em ordem a ai entrando com as tensões e durações das curvas S-N de projecto
do Código BS 5400 para as classes F, F2 e G. Determinou assim as dimensões iniciais
de defeitos aceitáveis considerando o defeito com a forma penetrante ou semielíptica, em
ambos os casos a propagar-se a partir do pé do cordão de soldadura.
Na figura 5.38 a) e b) apresentam-se dois exemplos de entre os muitos gráficos
(aj, B) obtidos por Gurney [53] fazendo variar os parâmetros geométricos da junta. A
figura 5.38 a) mostra a influência da constante C da lei de Paris que quando aumenta
provoca uma diminuição significativa do compriment inicial do defeito no pé do cor
dão. Para defeitos existentes numa placa sem soldadura (M K = I) a influência de C não
é tão evidente, como se verifica comparando os dois pares de curvas localizados mais
acima na figura 5.38 a). Notar que a influência da forma da fenda (penetrante ou semi
elíptica) não se tornou importante neste caso porque se considerou a fenda semielíptica
com uma relação a/c baixa (2c< 6,71 + 2,38a) e constante durante a propagação, o que
se traduz em valores do facto r de forma perto de I (ver tabela 5.6).
A figura 5.38 b) serve para ilustrar a influência de LG nos valores de a j. Assim.
para todas as espessuras consideradas a dimensão inicial de defeito aumentou quando a
relação LG/B diminuiu, o que se deve aos valores mais baixos de M K (equação 5.48).
Todas as curvas da figura 5.38 apresentam uma tendência de valores crescentes
de ai até um determinado valor da espessura.' A partir desse ponto máximo a função ai
tem um decréscimo aceIJtuado atingindo valores bastante baixos (inferiores a 0,1 mm)
nas espessuras elevadas. As dimensões dos defeitos iniciais toleráveis aumentam da classe
F para a G como consequência das menores tensões admissíveis desta última classe.
Os resultados anteriores indicam que se a rotura por fadiga se der apenas por
propagação da fenda (sem 'período de iniciação) a resistência à fadiga diminui quando a
espessura aumenta. Este facto pode parecer à primeira vista errado, já que tudo levaria
a crer que quanto ' maior fosse a espessura maior seria a duração porque maior seria o
trajecto que a fenda teria de percorrer até provocar a rotura total. No entanto, e como
se viu anteriormente, grande parte da propagação da fenda é realizada com a fenda de
pequena dimensão (microfenda) que se propaga num campo de tensões em que o factor
M K (e K,) têm uma importância decisiva. Como M K aumenta de forma acentuada com
a espessura (ou relação LG / B) a fenda terá uma velocidade de propagação bastante maior
nas espessuras elevadas, e por conseguinte, irá atingir a dimensão crítica mais cedo. A
figura 5.39 ilustra de forma esquemática as considerações aqui expostas, mostrando duas
curvas de propagação típicas para uma espessura baixa e outra elevada.
Gurney [54] estudou também em pormenor a influência da espessura nos valores
de M K e em face dos resultados obtidos, relacionou as constantes p e q da equação (5.48)
com os parâmetros geométricos da junta, tendo obtido as seguintes equações:
E
E
a)
10 lQO
e,mm
b)
B.mm
Fig.5.38 " . . ,_,'"""'" entre ai e B para as tensões da classe F com dois desvios do Código
b) Influência de LG na relação entre ái e B para as com dois
do código BS 5400 [53].
521
o x- Rotura final
N-
2,0
t c/cordão
>
1,122
1,0 s/cordão
a/B -
.11 -9=26,57 0
.[J -9=45 0
.0-9=63,43 0
1,5
Fig. S.41 - Variação de M K com o ângulo do flanco do cordão 6 para juntas com B = 12 mm.
BI = 10 mm e LG = 5 mm [56].
- - Tracção : ---. - . - - Flexão.
MK I em para ai B 0,245
I LG 5
I
5 5 5 5 5 5 I 5 5 I5 5
'. 5
B 4 I 4 4 12 12 12 24 24 24 i 48 48 48
i BI
10
I
la 10 la la la 10 la 10 la /O . i la
I !l 26,57 I 45 I 63,43 26,57 45 63AJ 26,57 45 63.43 126. 57 45 1 63AJ
TRACÇÃO
I 0.66
~
I
0,876 0.81 1 0,771 0.808 0,718 0,757 0,673 I 0,621 10.650 0.553 • 0,494
0,136 0.203 I 0.248 0,17 0.236 • 0.28 O,l74 0.23 I 0,266 I0,169 0.224 I 0.261
r 0.987 0,988 1 0,988 0,994 0,992 I .0,990 0,993 0. 990 1 0,988 1°.995 0,995 0.995
FLEXÃO
I e 45 45 45 45 45 45 45 45 45 26,57 45 63,43
TRACÇÃO
P 0,8360,7410,6950.5520,7860,6910,6510,611 0,7260,7650,6800,618
0,222 0,265 0.262 0,224 0,243 0, 187 0,288
0,989 0,992 0,979 0,993 0,993
525
FLEXÃO
p 0.776 0.676 0.608 I 0.60 I 0.711 0.611 0.550 0.521 0.657 0.673 0.584 0.518
q 0.142 0.194 0.218 II 0.204 0.173 0.232 0.259 0.255 0.209 0.187 0.239 0.284
B, 20 20 20 20 20
I 20
e 26.57 45 63.43 26.57 45 63.43
(5.50 a)
e
K = (pl (a i 8)4) (0,862 + 0.619ex + 0,78(0 2) a.J;a (5.50 b)
Nestas equações, e' como se pode verificar, pela tabela 5.6, escolheram-se para a
solução básica de K (K' na equação 5.19) as equações de Tada [26] para a tracção e de
Murakami [29] para a flexão. Os valores de p e q foram retirados da tabela 5.7 em face
da geometria da junta e da placa.
. Nas equações anteriores pode calcular-se o factor geométrico Y KI (a .j;;ã) em =
função de ex = ai 8 para cada uma das geometrias descritas na tabela 5.7 entrando com
os valores apropriados de p e q. A figura 5.43 apresenta para dois casos os valores de Y
calculados por este processo. Estão representadas na mesma figura. e para comparação,
526
.- LG/B:::O,21
B1/B;:083
(81=10.8='2; LG::2,5)
o-lG/B=O,25
B1/B=O,6
Gurney [531
2,5
o
2 ..
1,5 .
.. .
(I
. .
IL-__~____- L_ _ _ _~_ _ _ _~_ _~L-~~~"__~
O 0,1 0,15 0,2 0,3 0,35
a/B
Fig. 5.42 - Comparação dos valores de MI( com resultados publicados por Gurney [53] para
tas em
as curvas do factor geométrico Y para placas com a mesma espessura mas sem o cordão
de soldadura (MI( = I). Torna-se evidente que o factor de intensidade de tensão é bastante
mais elevado em do que em embora esta diferença diminua com o aumento
da B. Na o de tensões no pé do cordão o de
intensidade de tensões uma distância bastante maior que em flexão. Contudo, a
espessura de 48 mm a distância que o efeito de perturbação do factor de intensi
dade de tensões no pé do é semelhante em ' e
Os resultados na 5.43 estão obtidos por
Mitsui [55] 5.40) que válidos para juntas com uma geo,metna C:l1"~lv,:;a e solicitadas
à flexão.
Da análise de todos estes resultados para o' factor intensidade de tensões em
juntas de canto sem de carga pode ,""v.,"',,,,,
(i) a existência do cordão de soldadura. provoca, quer em flexão quer em trac
do factor de de em relação
influência é tradu
527
3 ~----'------r-----'------~-----T-----'
2,5
~ I
~ 2
=
'o
.
"-
lC
11
>-
Tracção c/SOld.
1,5
.12
Trac~o s/ soldo
O,5~ ____~____ - L_ _ _ _~ _ _ _ _ _ _~ _ _ _ _- L_ _ _ _~
N = N +N =
eam11 +B(m2
1
2
! I 2 I)
(5.51)
em que 11 e 12 são integrais de propagação que para a tracção são dados pelas equações
(5.52 a)
12 =1
"o
0.65 ~ 2 3 4
[v1t1X.(1,122-0,5611X.-O,20Slx +0,4711X. -O,l91X.)(l-ct)·
-05]-m
dct (5.52 b)
529
1I =;:"0 [-v;;. M K
2
(0,7857oc + 0,6186oc + 0,862) r n
doc (5.53 a)
, O,~5
12 = f >"
[~(0,7857oc 2 + 0,6 I860c + 0,862)r doc
01
(5.53 b)
34
530
10r-----------~----------~------------.
... 0 ....
E
E
0,1
--9=4mm
·----B=l2mm
0,01
.. o - a =2.,51"
.. o - e ="5'
.111 -!l=&3,43'
--
0-.-... .........
0,1
8::....... ·.. . . 0
."
, '," "
....... ,
. ~
\. .\
o \
. .\
0,01 ~ \
\. \ \
\. ,
'o
0,001
.0 -8:26,57·
.o-e=4~·
.0-8:63,43·
-·_·..:-CI05'. E
- - - C l a ••• F
400
300
~200
:l:
b
<l
100
Ftg: 5.46 - Gamas das curvas teóricas tensão-duração de propagação para juntas com LG = 5 mm:
B, = 10 mm; 6 = 26,57° a 63,43°. Flexão e tracção. ai = 0,2 mm [56, 57]. .
533
extrapolação linear, para essa espessura, das funções p-Iog 8 e q- log 8, com os valores
de p e q retirados da tabela 5.7 para as espessuras de 4, 12, 24 e 48 mm. Apesar de este
método de extrapolação ser aproximado, e portanto sujeito a erros, pensa-se que quali
tativamente as conclusões não devem ser alteradas.
Como seria de esperar, as bandas das curvas S-N das figuras 5.46 e 5.47 são para
lelas entre si, com uma inclinação igual ao recíproco do expoente m da lei de Paris (3, I).
Nota-se que para ambas as dimensões do defeito inicial as curvas S-N dependem pouco
da geometria do cordão (as bandas são estreitas) em especial para o defeito inicial de
2,4 mm em que a influência da geometria é praticamente nula (fig. 5.47). No entanto, em
mm,
flexão e para o defeito inicial' de 0,2 observou-se uma variação acentuada das curvas
S-N com a espessura, verificando-se que a resistência à fadiga baixou de maneira signifi
cativa com o aumento da espessura. Uma indicação em relação a este comportamento
também se nota na figura 5.45, em que se verifica que a influência da geometria do cordão
só se faz notar quando o defeito inicial tem uma dimensão inferior a 0, I mm.
Em tracção (fig. 5.46) não se notou efeito significativo da espessura e para o defeito
inicial de maior dimensão (2,4 mm) obteve-se, quer em flexão quer em tracção uma dimi··
nuição da resistência à fadiga quando a espessura foi reduzida de 100 para 12 mm (fig. 5.47).
400
=~
f
200
a
Q..
:l:
b
<I
4 5 6 7
10 10 10 10
Fig. 5.47 - Gamas das curvas teóricas tensão-duração de propagação para juntas corri LG = 5 mm,
BI = 10 mm, 6 = 26,57° a 63,43°. Flexão. ai = 2,4 mm [56, 57]. ."
534
Q
li
10Q
~ • A
::E
o
b
. .,
<I Q
i o
~=" ~
B(mm)
""
5.48 Gama da tensão nominal em função da espessura B em juntas cruciformes à flexão.
a; = 0,2 mf\l. Nr' 2 X H1' ciclos [56]..
535
obtidos em flexão para vanas geometrias do cordão. Os valores mais baixos da tensão
e
(linha 5) foram os obtidos para os valores mais altos de K (LG ::; 5 mm; = 63,43° e
B, = 10 mm). Os valores mais altos da tensão (linha I) foram obtidos quando K é mínimo
e
(lG = 5 mm; = 26,57° e B, = 10 mm).
Com este diagrama pode seleccionar-se para um dado defeito a geometria da junta.
No diagrama está repr~sentada a tensão da curva média da classe F (95 MPa) que encontra
a linha 5 mais abaixo para uma espessura de aproximadamente 48 mm. Este valor da
tensão de projecto pode então ser considerado como o limite inferior da tensão para
juntas cruciformes sem transferência de carga à flexão e pode, por conseguinte, ser usado
com segurança no projecto à fadiga deste tipo de juntas. A tensão mais elevada corres
pondente à classe E (a::;:::: 118 MPa) está fora das gamas das tensões que dão a, = 0,2 mm,
como se verifica na figura 5.48, o que significa que com esta tensão e na gama de espes
suras da figura 5.48 não podem ser admitidos defeitos com dimensão superior a 0,2 mm.
A análise das curvas S-N de propagação (a, N em função de a;) será feita a seguir.
Na figura 5.49 comparam-se, para a espessura de 24 mm, as bandas das curvas S-N defi
nidas pelos limites indicados na figura 5.46 e para os defeitos iniciais de 0,012, 0,2 e 0,6 mm
com as curvas médias das classes E e F do código BS 5400 e com uma curva experi
mentaI para a espessura de 25 mm proposta pela ESDU [59]. Verifica-se que a correlàção
dos resultados teóricos com os experimentais é boa, passando a curva da ESDU entre
defeitos iniciais compreendidos entre 0,012 e 0,2 mm. Para este valor de espessura as
curvas da classe E e F corresponderam a defeitos iniciais toleráveis próximos de 0,012 e
0,2 mm, respectivamente, e têm a mesma inclinação das curvas teóricas (mesmo valor do
expoente m da lei de-Paris).
500,------.---.--,_~~~,-r-----_r--_.--._~,_""------~--~_.~
450
400
350 ---- - - -
300
250
~
:::r
;; 200
<l
150
Nr
Fig. 5.49 - Comparação das bandas das curvas S-N de propagação teóricas para B = 24 mm com
curvas experimentais [56].
536
300
Curva experimental
de Walker [60 I
200
100
a; =0,2 mm
70 •L --------------~------------~------------~
4 5 fi 1
10 lO lO 10
Nr
5.50 Comparação das bandas das curvas S-N de propagação teóricas para B 48 mm [58J
com a curva experimental obtída'por Walker[60].
.,. ~.~ ~ .. . .
...
Fig. 5.51 - Vista geral da superfície de fractura de um dos proveles. Ampliação 5 )( [56, 5H].
Fig. 5.52 - Micrografia da regmo lateral do material na ponta da fenda . Junta cruciforme. Aço
St 52-3. Ampliação 200 x [56. 58].
500,-----~----,--r-._,_.._"------,_--_.--._._.-,,,_r_----_.----,__r_,
450
400
350
300
=15mm
250
200
o
~ 150
b
<l
,,
100
B=JOmm ' .....
,
B:l5mm/""
_ o_. _ Curva •• p.rim.ntal
- - - - - - - ESDU 7I02l
C!an. F .....
, ....
....
70~ ______~__~__~~-L~~~.-~__~____~~~~~~-L~______~__~__~""~'
4 105 6 6
10 . Nr 10 5)(10'
Fig. 5.53 - Curvas S-N da ESDU em flexão [59] Curva S-N em flexão para a espessura de
12 mm [57]. Curvas S-N médias E e F do código BS 5400.
539
principal. Por exem pio, para a duração de 2 X 10" ciclos verifica-se que a resistência à
fadiga baixa de 224 M Pa para 100 M Pa quando a espessura aumenta de 15 para 35 mm.
A curva experimental obtida pelos autores [58] para R=O e espessura de 12mm ficou
próxima da curva da ESDU para a espessura de 15 mm.
As curvas médias E e F do código BS 5400 têm uma inclinação diferente das
restantes curvas (fig. 5.53). A curva da classe E está sempre abaixo da curva da ESDU
para a espessura de 20 mm e a da classe F está sempre abaixo da curva da ESDU para
a espessura de 25 mm. Esta comparação indica portanto. que para espessuras inferiores
a 20 mm (classe E), ou 25 mm (classe F), a utilização no projecto das curvas da classe E
ou F dará uma margem de segurança· muito elevada, atendendo ainda mais ao facto de
que as curvas da ESDU já consideram o efeito da tensão média e tenslies residuais.
A figura 5.54 permite fazer .uma comparação entre as curvas S-N teóricas e as
curvas S-N experimentais para a espessura de 12 mm (fig. 5.53). As curvas S-N teóricas
de propagação foram obtidas pela solução das equações 5.5\ a 5.53. tendo-se escolhido
valores de ai = 0,0012; 0,012; 0,3; 0,6; 1,2 e 2,4 mm. Nota-se que estas curvas dependem
grandemente da dimensão inicia!1 do defeito e, entre os valores extremos de ai dão varia
ções· de mais de uma ordem de grandeza na duração. Comparando com os resultados
apresentados nas figuras 5.46,5.47,5.49 e 5.50, r;>ode ver-se que para a espessura de 12 mm.
a redução da resistência à fadiga com o aumento do comprimento inicial do defeito é
maior que nas espessuras de 24 e 48 mm.
Constata-se qUe os resultados experimentais da figura 5.54. quer para R
para R = 0,4, ficaram bastante acima das curvas teóricas de propagação. A diferença deve
quer = °
-se ao período de iniciação da fenda que deverá ser maior nas durações mais elevadas. o
que parece ser confirmado pela divergência entre as curvas. Para R = 0,4 a resistência à
fadiga é menor, o que se deve a um menor período de iniciação da fenda.
500r-----~--~~~-._r~,_----~--~----~~~,,------r_--r_._--_,
450
- · - - -Cur'<l'O .ICp.rirn.nlol
400 - - Curva t.orica
.-R:O
_-R:O.4
350
250
[I
c..
::I: 200
b
<I
150
100 , =~ t
6
10 5 .. 10
Nr
Fig. 5.54 - Curvas S-N teóricas em flexão para a espessura de 12 mm e curva S-N e1Cperimental
(fig. 5.53) [58]. Curvas S-N médias E e F do código BS 5400.
540
m:::3,1 i C=I,33x
1000
t
500
100
Banda dos resultados
e'xperimt'ntais t' numéricos
Nr
Fig.5.55 Representação 0''' em função de Flexão.
(1) Admite.... que num cordão não afagado existirão defeitos de soldadura. Um cordão afagado considera.... isenl~ de defeitos superficiais
no pé.
541
sivelmente a meio da banda onde ficaram localizados todos os resultados numéricos ante
riormente analisados, e obtidos pelo cálculo dos integrais I I e 12 (equações 5.52 e 5.53) e
os resultados experimentais representados na figura 5.54. Para os resultados experimentais
consideraram-se no cálculo de (1* valores de ai compreendidos entre 0,0012 e 0,12 mm
(fig. 5.54) e os valores de N r obtidos experimentalmente. De acordo com a definição de
(1*, dada anteriormente em 5.4.1, a representação da figura 5.55 será comum a qualquer
tipo de junta soldada com rotura pelo pé do cordão, desde que os valores de m e C
não sofram alteração.
A influência do desalinhamento, ou do deslocamento da junta, foi estudada na
Noruega por Berge [61], que usou o método dos eiementos finitos sobrepondo modos de
carregamento de tracção e flexão.
Os carregamentos a amplitude variável foram analisados por Benoit e Lieurade
[62,63], que utilizaram na análise dos resultados uma expressão simplificada para o cál
culo de K.
Outras análises de tolerância de defeitos foram realizados em detalhes estruturais,
contendo juntas deste tipo. São exemplos as soldaduras de longarinas em cascos de navio
[64] e os cordões longitudinais interrompidos em travessas de cascos de navio [65]. Em
[64] fez-se um estudo comparativo dos resultados obtidos nas estruturas e em modelos
geometricamente semelhantes, tendo-se constatádo que os níveis de tolerância de defeitos
nos modelos ficaram bastante acima dos valores para as estruturas à esca1la natural. Esta
conclusão é importante, pois indica que nestas estruturas a dimensão dos defeitos aceitá
veis será inferior aos valores obtidos em ensaios laboratoriais.
Como já foi referido no capítulo 4 em 4.3.1 a rotura por fadiga nas juntas crucifor
mes, com transferência de carga, pode ocorrer pelo pé do cordão ou pela raiz (fig. 4.26),
o que depende das relações geométricas da junta. Em 4.3.2.2 referiu-se que a Mecânica
da Fractura podia ser utilizada para definir o local mais provável de iniciação e rotura
(raiz ou pé do cordão), permitindo também uma optimização do projecto da junta. Para
aplicar esta metodologia utiliza-se o parâmetro (1* depois de definir uma solução conve
niente para o factor de intensidade de tensões na junta.
Existem várias soluções na literatura para o cálculo do factor de intensidade de
. tensões neste tipo de juntas. A geometria da junta, relevante na análise da propagação
da fenda. pela raiz do cordão, está representada na figura 5.56, em que H é a altura do
cordão,e o ângulo do flanco, W a distância do eixo longitudinal da placa até à extre
midade do cordão, e Tr e Te respectivamente, a espessura da placa principal e do cutelo
ou elemento transversal. A dimensão da falta de penetração na raiz do cordão está repre
sentada por li; e equivale a metade da dimensão inicial de uma fenda que se poderá
propagar pela raiz do cordão até atingir, na rotura, a dimensão W, quando tiver atra
vessado todo o cordão.
542
_.
O'p
'-
O'p
Uma das primeiras soluções de K para a junta da figura 5.56 foi obtida por Har
rison [66]. Tratava-se de uma solução bastante aproximada. dada pela equação
(5.54)
-se, pela figura 5.57, que M K é sempre inferior a I( e vai descendo continuamente com o
aumento do comprimento da fenda. até atingir um valor perto de I para a ! B = 0,3.
Neste modo de rotura (fenda a propagar-se a partir do pé do cordão) MK não variou
significativamente com LG, apesar de o valor de LG ter sido duplicado.
1,2
1,0 9 =45°
~
0,8 - fi
:......1
0,6
-
lIC
:l:'"
0,4 ,
LG=0,6 B
0,2
° 0,1
a/H
0,2 0,3
Fig. 5.57 - Relação entre M KI Kt e ai B em juntas transversais, com transferência de carga [51] .
Para o caso da fenda a propagar-se a partir da raiz do cordão, Gurney [51] tam
bém obteve valores de K pelo método dos elementos finitos . A figura 5.58 apresenta alguns
dos resultados que mostram a variação do factor geométrico Y com a/ B, em função de
e e LG. Neste caso, o facto r de intensidade de tensões aumentou de maneira acentuada
com ai B e apresenta variações significativas com a e LG, que são opostas às verificadas
nas juntas sem transferência de carga. Assim, K aumentou quando os valores de e LG e
foram diminuídos (fig. 5.58). As expressões analíticas para o cálcuJ'o de K, e que tradu
zem as curvas das figuras 5.57 e 5.58, podem ser encontradas no trabalho de Gurney [51] .
As soluções consideradas até agora para o facto r de intensidade de tensões na
raiz do cordão foram deduzidas para modo I de propagação, em que a fenda se propaga
numa direcçãoperpendicular à tensão principal a. Contudo, na raiz do cordão, O estado
de tensões é complexo e a tensão principal máxima não terá a direcção da tensão apli
cada. Segundo Usami et aI. [68] a fenda propaga-se na direcção amáx , em que a tensão
principal é máxima, e quando essa tensão atingir um determinado valor crítico. Portanto,
a propagação da fenda não é controlada pelo factor K., mas sim pelo valor máximo do
544
alB
5.58 Valores de K em juntas com transferência de carga e rotura pela raiz do
cordão [51].
~máx .
= cos -e~K, cos - 2e 3
- -~, sen6) (5.56)
. 2 2 2
em que
(5.57)
As equações de K, e K" foram obtidas. por Usami [68J e Hijika~a et aI. [69J usando o
método dos elementos finitos. Designado por F o factor adimensional dado pela relação
(5.58)
(J Tp~ Te
.I. 0,6 -.....
M Tp ~ Te
~ ~
A=Zo;"p
2, Lei õ l=Lei/Tp
u..
u..
ItI
IJp
y
0,2
(a) (p)
0,5
À- ).-
Fig. 5.60 Relação entre o factor adimensional F e a geometria duma junta cruciforme. a) Tracção:
. b) Flexão [69].
35
546
com
(5.60)
com
(5.62)
Para juntas sobrepostas as equações (5.59) e (5.61) também foram aplicadas [70] consi
derando a geometria da junta definida na 5.61 e entrando com as seguintes equa
para K,. , '
Tracção:
a)
Na junta sobreposta (fig. 5.61) torna-se bastante difícil obter uma solução rigorosa
para o factor de intensidade de tensões na raiz do cordão, devido à complexidade da
distribuição de tensões na junta. Em primeira aproximação a equação de Frank pode
ser utilizada neste tipo de juntas {70].
Depois de escolhida a solução do factor de intensidade de tensões pode calcular-se
o parâmetro a* para as duas localizações prováveis da fenda (pé ou raiz do cordão). Na
prática, os resultados experimentais indicaram que a máxima resistênci;:t à fadiga se obtém
quando a fenda se inicia no pé do cordão, provocando rotura na placa principal [7 J]. O
tamanho do cordão parece não influenciar a resistência à fadiga e quanto maior for a
relação entre a área da garganta do cordão e a área da secção transversal da placa,
menor será a probabilidade de haver rotura pelo cordão, com fenda a iniciar-se pela raiz
[22]. Daqui se conclui que o projecto óptimo destas juntas é aquele que determina uma
igual probabilidade de rotura na raiz e no cordão [22].
Para definir estas condições basta igualar as equações de a* para ambos os modos
de rotura. Assim, considerando valores de m e C iguais, para o material da placa e do
cordãd ll , vem:
(5.64)
Simplificando, vem
(5.65)
em que I é o integral de propagação para a fenda a partir da raiz do cordão (fig. 5.56)
e C I é a constante do segundo membro da curva S-N para a rotura pelo pé do cordão.
Maddox [22] calculou, para m = 3, o integral I, usando a solução de Frank para
o factor de intensidade de tensões (equações 5.54 e 5.55), o que deu a equação
J
"f/w
d (a/ W) (5.66)
1=
fita sec -
v~-
W
1ta
- ( AI + A 2
2W ~)
em que, na rotura, a,/W = 1. e AI e A2 são os polinómios dados pelas equações (5.55 a, b)
respectivamente. A solução da equação (5.66) está representada graficamente na figura 5.62,
com o integral I expresso em função de H/ r;, e ai / W. Este diagrama permite calcular
facilmente o integral I numa junta com uma determinada geometria (valores de H, T p e
W) e com uma determinada falta de penetração na raiz (valor de aJ
(I) Como se viu no capítulo 3. os valores de m e C não variam signifICativamente com o tipo de aço.
548
1=_1_ (5,67)
1= (5.68)
25 19 12,5 &,25
1,2
Roturas
',0 no placa
.,p-0,8
.....
r
0,6
no cordão o
'8
0,4 .•
~
c
,o.
0,2 '"
I
1,0 1,2 1,4
° 0,8
2o j /T p
1,6 1,8
Fig. 5.63 - Relações geométricas para a optimização do projecto de juntas cruciformes com trans
ferência de carga em aços de construção [22].
óptimo destas juntas em aços de construção deve ser feito escolhendo os valores de H, Tr
c a; que estejam na curva correspondente à espessura Tr da placa. Obter-se-ão roturas
pelo pé do cordão (na placa) nos pontos acima da curva, referente à espessura conside
rada, e roturas no cordão para pontos abaixo dessa curva. Quando 2a;= T", a junta
não tem penetração na raiz, e quando 2ai = 0, dá-se a penetração completa do cordão e
a junta cruciforme transforma-se numa junta topo a topo em K. Valores de 2 a./ 7;, > I
(falta de penetração maior que a espessura da placa) não devem ser utilizados.
Os resultados experimentais obtidos por vários investigadores [72] confirmaram,
pelo menos qualitativamente, o diagrama teórico da figura 5.63.
Ouchida (73) desenvolveu um método experimental que permite determinar a dimen
são crítica destas juntas. A figura 5.64 esquematiza o método, que consiste em determi
nar a duração à fadiga da junta em função do tamanho do cordão. A dimensão crítica
ou óptima, definida por Ouchida, é o tamanho mínimo de cordão que para IOf> ciclos,
passou a dar uma rotura pelo pé. A partir deste ponto a dimensão do cordão aumenta
continuamente e não depende da duração. Até à dimensão crítica a duração aumentou
lll: maneira LJuasc linear com o tamanho do cordão (fig. 5.64).
A equação 5.67 foi utilizada por Fernandes [74] para estabelecer a dimensão óptima
de cordões em ligas de alumínio de alta resistência e comparar a resistência à fadiga de
duas ligas de adição (NG 21 e NG 6:1).
550
o
10
"O
'- TamanM crItico
O ----------------
u
O
"O
O
.c
c:
O
E
~
Nr-
Fig. 5.64 - Método de Ouchida para a determinação experimental da dimensão crítica ou óptima
do cordão de soldadura [73]. -
Recho [75J desenvolveu uma fórmula para cálculo da duração à fadiga de juntas
cruciformes, aplicáveis aos dois modos de rotura considerados. A equação é:
(5.69)
300
200
~ 150
:l:
S/Tp =O,62
b
<I
p
100 --;t---""""'IT'" ,,"----'--I • P
__---,r--ti
70
50
40 4 ~ 6 1
10 10 10 10
Nr -
i(2N;)' /a; TI
I Ni Ea; /~a / 2) (I -am b dN = 1 (5.70)
15oor-----------~--------------r_----------~
c- R~sultados ~xp~rimentais
900
~ 600
~
::I
b 300
<I
150
60 Aço 1020HR
Tp =12,5mm; Tc =10mm
NT
Fig. 5.66 - Curva S-N teórica e resultados experimentais para juntas sobrepostas com rotura pelo
pé [70].
a equação 5.70) para juntas sobrepostas com rotura pelo pé do cordão. Como se pode
ver, a concordância com os resultados experimentais é bastante boa. Correlações análo
gas a esta foram obtidas p<.lra as juntas cruciformes e para todos os modos de rotura
(pela raiz e raiz + cordão) [70].
De acordo com Lawrence(70] , o período de iniciação da fenda, N j , calculado
com a equação 5.70, tem importância na duração à fadiga, como se evidencia na figura 5.67,
que mostra, para as juntas cruciformes, a variação em percentagem de N j com o número
loo~-----------.-------------r--~--------'
11111;#;111
';' 60 .;jllf,
i:.
z
40
20
O~--------~--~------------~----------~
4
10
NT
lO' ld
Fig. 5.67 - Relação teórica entre a percentagem do número de ciclos de iniciação N j na duração
total Nr em juntas cruciformes [70].
554
Exemplo 5.1
(fig.5.68) uma representação esquemática do modo de propagação da fenda. que se dá a partir de um dos
cantos do tubo, na face sujeita a tensões de tracção do ciclo pulsante aplicado'l).
Vários modelos se podem aplicar no estudo deste modo de rotura. O modelo a escolher deve aproxi
mar-se da realidade flSica, ser fácil de trabalhar matematicamente e ter uma precisão satisfatória. Como os
modelos tridimensionais não são ainda muito acessíveis, na resolução é prefenvel escolher um modelo bidi
mensional, mais simples, e cuja precisão pode ser sempre comparada com os resultados experimentais já
existentes. Escolheu-se então um modelo que considera a propagação da fenda no tubo em três estágios
diferentes e consecutivos, descritos a seguir :
estágio I, que corresponde à propagação de uma fenda lateral elíptica numa barra à tracção
(R = O), sob a acção do gradiente de tensões provocado pela descontinuidade no pé do cordão;
estágio 11. semelhante ao estágio I, mas com a fenda já fora da zona de influência do gradiente
de tensões provocado pelo cordão de soldadura;
estágio 111, correspondente à propagação duma fenda lateral penetrante em flexão numa barra
encastrada.
:,: <__ _
bf------ ----------
m ___ ~_
------------
n u ______ _
de soldadura
i
111
....,.,~-------
A
Distribuiçao
d~ t~nsões
Seoccao A-A
Fig. 5.68 - Exemplo 5.1 - Modelo de propagação da fenda de fadiga em provetes tubulares de secção rec
tangular.
Nos estágios I e 11 a fenda está a propagar-se nas faces horizontais (superior ef ou inferior) do tubo.
enquanto que no estágio III a propagação dá-se já nas faces laterais dos tubos. Nos estágios I e 11 pode
admitir-se a distribuição de tensões uniforme (fig. 5.68), como se o tubo estivesse submetido à tracção longi
tudinal, o que não é totalmente válido, pois o tubo está sujeito a flexão encastrada (fig. 4. 113). Porém, dada
a pequena espessura da parede do tubo (= 2 mm), a distribuição uniforme de tensões dará um erro despre
zável, devido à muito pequena variação das tensões de flexão ao longo da espessura do tubo (fig. 5.68).
(I) Se o ciclo de lensões for allemado as fendas iniciar-se-ào nas faces superior e inferior do tubo. porque. neste caso. existirão tensões de
tra~o nas duas faces. O modelo da figura 5.68 também será aplicável. fieste caso. bastando considerar outra fenda na face inferior a
propagar-se nas mesmas condições.
556
114 -
l
__________~114~______- -__~g~
IZI
!L_.!t__-!.!!!!~____-!ln1.3------J120
~~~1l2-----J
11'
1I8
111
j.-_.:.;14'---!:_...:l4;;:......-tt-....::54;;:....J~ro~69~~14'--~].'---A!!.S~'_-"9~7_-.JI!:IO~2_ _ _ _-:-_I:.:.II'--_-------j1l6
1
B
21
l= 250 -----~.----'-----.., a)
LG
- I
2
linha da fenda
B
B-espessura da do tubo
de reforço b)
B, - IÓ'spessura da
(I) Os elementos finitos tri<;limensionais necessitam de' muito mais capacidade de memófÍa,o computador que os bidimensionais.
557
Os elementos da face direita da rede (entre os nós 116 e 124) são solicitados por uma tracção u nitá
ria e o encastramento do tubo é simulado restringindo os deslocamentos horizontais e verticais na linha de
nós I a 13.
Para determinar o facto r M K o gradiente de tensões deve ser conhecid.o ao longo das linhas I e 2 da
figura 5.69 a). que têm intersecção no pé do cordão de soldadura. O programa de elementos finitos dá as
tensões nos pontos de integração de Gauss dos elementos (fig. 5.69 a) e na figura 5.70 representa-se a varia
ção do coeficiente de concentração de tensões ' l) K,. no pé do cordão, em função da espessura B da parede
do tubo e das dimensões LG e BI' indicadas na figura.
1,7
1~
1,
''
:lIi: \3
\2
r-
....
•
• ..•
•• - LGLG ..=12mm
6mn I
I
B,
B,
=3mn
= 6rrm
1,t I
, .-
• - LG =20mn i B, = 3mm
LG = 4Omn; B, = 6mm
O 2 3 4 5
B,mm
Fig. 5.70 Ex emplo 5.1 ~ Variação de K, com a espessura B. em função de LG e BI '
Analisando os valores de K, da figura anterior conclui-se que estes diminuem significativamente quando
a relação LG / BI aumenta. e têm apenas um ligeiro aumento com a espessura B do tubo. Portanto. a depo
sição de um cordão mais alongado. que conduz a maiores valores de LG (para o mesmo B I). é favorável
para a concentração de tensões no pé do cordão. Por este motivo os tubos afagados. em que o valor de
LG passou. em média. de 6 para 20 mm. deram uma resistê'ncia à fadiga mais elevada. como se referiu em
4.6.6.3 (fig. 4. (14).
(I) o coeficiente de concentração de tensões aqui defi nido. e bem assim os do capítulo ante ri or nâo têm o significado teórico do racto r de'
concentração de tensões. pois este seria infinito na raiz do cordão e variável com o raio de concordância do entalhe. O coeficie nte de con
centração de tensões da figura 5.70 resulta da extrapolação para a origem (pé do cordão) da curva polinomial da distribuição de tensões.
segundo a linha 2 e os 'o<8lores obtidos ficaram próximos dos dados pela extrapolação. também para o mesmo ponto. da distribuição de
tensões da linha I.
558
o valor de M K será determinado com a equação 5.26, substituindo nesta as tensões "bi calculadas
na linha 2 com o programa de elementos finitos. O leitor encontrar na ref. todos os valores
obtidos, correspondentes aos pontos'de integração de Gauss dos elementos localizados na linha 2 5.69
e com estes valores, deve-se .determinar uma de correlação entre M K e a/ B, que. neste
caso. deu lima equação do tipo da equação 5.47. em que os valores das constantes p e q nessa
variaram com as dimensões B, BI e lG. Na tabela 5.8 indicam-se os' valores destas constantes .
.para todas as geometrias analisadas, assim como os valores dos respectivos coeficientes de correlação para a
5.47. Veririca-se que os coeficientes de correlação são bastante bons (perto de 0,999), o que vaJida a
exponencial. Em quase todos os casos a/ B 0,18. M K = I. assim a par
tir desse valor o efeito do cordão de soldadura.
6 6 3 3 6 6 6
3 4 2 3 4 2 3 4
12 12 20 40 40 40
0,1558 0,1657 0,0556 0,0632 0,0676 0,0695
P 0,7965 0.7478 0,7262 0,9124 0,9038 0.8864 0,876
0,994 0.998 0,999 0,999 0,996 0,999 i 0,999 0,997 10.999 0.999
t r- de correlação da exponencial.
em que IX ""a/B. Esta será válida até 11. 0,184 (tabela 5.8). No 11 pode usar-se a equação
anterior com MI( I e para valores de 11. entre 0.184 e 0,65.
Para obter uma do factor de intensidade de tensões no 111 (propagação da fenda nas
faces laterais dos usar-se soluções mais simplificadas, sem necessidade de recorrer a métodos
numéricos. Uma das hipóteses é usar os resultados experimentais do crescimento da fenda em função do
número de ciclos, em 4.6.6.3 e calcular o factor de intensidade de tensões o método
da semelhança. descrito no capitulo 3 (ver 3,8.2, 3.30 a 3.32). Outra alternativa é usar uma solução,
já existente na literatura para uma barra em com uma fenda lateral penetrante solicitada à flexão
(fig. 5.68), A de Murakami [29] pode ser utilizada, o que dá (quarta da tabela 5.6)
m C
Tubos rectangulares
4.26 3,494 x 10- 17
(82 x 38 x 2)
f (a/h) = I (I
r=;- --
da j,m (c)
o y7th C dN
e
K =0 ~ fia/h) (d)
,
As equações das funções f (a/ h) serão então obtidas entrando na c4uação (c) com os valores de m c C da
tabela anterior. e com os valores de da/dN. calculados a partir das curvas (a. N) determinadas experimen
talmente nos ensaios de propagação de fendas nos tubos (exemplo de uma curva a. N na figura 4.118. sec
ção 4.6.6.3). Aplicando este procedimento. as melhores correlações para as funções f (a / h) foram as seguintes:
1
f(a / h) =0,2632+ L848a: -6,172a: 2 + 10,l71a: -6.418a:
4
(f)
(g)
Nesta equação, 11 ,1 2 e IJ são os integrais de propagação para os estágios I, 11 e 111, respectivamente. Estes
integrais têni:obviamente. a forma da equação (5.3), o que dá, entrando com as equações a) e d),
(h)
(i)
.U>
560
em que C(í aJ B é o comprimento inicial do defeito. A CJUlIC.''''U do IJ está escrita para o método
da semelhança(ll. com f (a/h) dado pelas (e) e (O.
Os (h) a (j) devem ser resolvidos numericamente para vários válores da dimensão inicial do
defeito aj' Os resultados à solução da equação estão nas
5.71 a 5.73. A integração numérica 'utilizada foi a da regra de Simpson e os valores de ai escolhidos
foram 0,1. 0,2 e 0,65 mm. porque os dois valores são valores normais neste tipo de e o ter
ceiro (0,65 mm) foi a dimensão inicial do defeito nos ensaios de de fendas, que permitiram
determinar os valores de In e C (fig. 4.119) e a função f(a/h), A comparar a curva S-N
teórica, para aí = 0,65 mm, corri a curva S-N já rer:resentada na figura 4.1 19, obtida em prove
tes com um entalhe severo com este comprimento e em que a íase de da', fenda foi
diminuta, '
As curvas S-N teóricas e para o defeito inicial de 0,65 mm. apresentam uma correlação
bastante boa 5.73), o que valida o modelo teórico utilizado. Todas as curvas teóricas e
têm inclinações semelhantes o que. tendo em conta o natural desvio das curvas pvnp,'•...."pn'" na
elevadas durações. devido ao aumento da fase de da fenda nessa comprova que os valores
de m e C. escolhidos na análise teórica, estavam correetas.
As curvas S-N para o aço St44-2, com tratamento de distensão, e para o mesmo aço
no estado de ficam bastante das curvas teóricas para a, = 0,2 mm. Esta será, portanto, a
dimensão mais provável de defeito inicial nas soldaduras destes perfis tubulares, Para o aço St 46-2 a melhor
correlação entre as curvas S-N teóricas e experimentais verifica-se para valores de a, entre 0,5 a 0,7 mm, que
são defeitos bastante neste tipo de junta, o que está de acordo com a menor qualidade de solda
dura obtida nos perfis deste tipo de aço (ver 4,6.6.3).
350
144.2 c/dist,msíi..
~ 300
& 5144.2
~ 250
b
<I
200
- Curvas S-N t.óricos
- Curvas 5-N I'xp.rtmt'ntais
Nr
5.71 - Exemplo 5./- Curvas S-N teóricas e experimentais, para tubos rectangulares (82 x 38 x 2) de aço
SI 44-2 e SI 46-2, Flexão encastrada. R == 0,
(I) Escolhcu...e esla solução por ler dado melhor correlação com os resultados expenmeruais do que a solução de Murakami.
561
450
400
350
300
~
~ 250 5t44.2 c/dist ..nsao
b"
<l
200
I:
______
--- ---
- _____
----
U __ ]
---
jP
100 L-____-L~----~~------------------~~-----~I~------
4
--LI~------~~
5
3xl0' 5xl0 lOS 5xl0 lO' 2xl0& Sxl0b
Fig. 5.72 - . E'(('IJI/)/U 5./ --- Curvas S-N teóricas e experimentais. para tubos quadrados (38 .x 38 x 2) de aço
St 44-2 e St 46-2. Flexão encastrada. R = O.
l
400 ----------.;;;..:------------, o:
- - - - - - - .:-.,., ~ - - - - - - - - - j ceod
-.............
350
-..............
&
300
Tubo quadrado (38x38><2 )------'::....;;....::- . Pnl vi são teórica (Tubos 82>< 3Sx 2 ) ~
~ (rIlSUI. Ilxpllrimlln1ais) I
b 250
<l
200
150L-________------------~~________L __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~
4
10 Si<10'
Fig. 5.73 -- Exemplo 5.1-- Comparação entre a curva S-N teórica e a curva experimental para tubos com
ai = 0.65 mm. R =0.
36
562
Para este estudo é conveniente fazer uma análise das dimensões dos defeitos toleráveis no
limiar de propagação. A equação a utilizar é
(k)
AKlf"
B=2mm
0I.=a/8
5.74 Ex,emolo 5./ Tensão limite de fadiga em tubos soldados em função da dimensão inicial do
defeito.
"'o''''''rtm" da figura 5.74 serve para estabelecer as tensões admissíveis nas soldadas de
soldados. em função da dimensão inicial do defeito de soldadura. Verifica-se que. se a dimensão
r<:l:U:lllgU"Ut:,
destes defeitos for mantida a um nível baixo. à custa de uma melhoria da qualidade das soldaduras. podem
utilizar-se tensões admissíveis mais elevadas. A zona de do diagrama serão os pontos de tensão .
. comprimento inicial do defeíto. que ficam abaixo da curva na
(I) A tensão limiar de propagação runciona aqui como tensão limite de fadiga. porque define as condições de niio propagação da renda.
563
Notar que a tensão limite de fadiga pode baixar de 180 para 100 MPa, se a dimensão inicial do
defeito aumentar de um décimo para quatro décimos da espessura da parede do tubo. Defeitos com estas
dimensões podem aparecer nestes tubos, causados por mordeduras ou outros fcnómenos análogos. É então
possível iniciar uma fenda de fadiga para tensões inferiores à tensão limite de fadiga, determinada nos ensaios
(fig. 4.117), desde que os tubos contenham defeitos com dimensões superiores às detectadas nos ensaios (entre
0,15 a 0,20'.). Da mesma forma, o tratamento de afagamento no pé do cordão, que elimina grande parte
dos defeitos de soldadura (ai"" O) fará aumentar a tensão limite de fadiga (fig.5.74), o que se verificou na
prática (fig. 4. 114).
Em conclusão, parece que o modelo de propagação proposto constitu i uma boa aproximação na
previsão da resistência à fadiga de perfis tubulares de aço de secção rectangular. com soldaduras de canto.
O modelo permite também fazer a avaliação crítica de um defeito existente. em face da duração prevista'
para a estrutura e é portanto adequado em análisés de tolerância de defeitos de soldadura nestas estruturas.
Exemplo 5.2
O suporte representado na figura 5.75 é constituído por duas peças ligadas por uma junta de canto.
O suporte está a ser solicitado por uma carga vertical pulsante p, aplicada por um pino introduzido no ori
ficio A. Após o arrefecimento, e devido a uma elevada contracção na soldadura. desenvolveu-se uma fenda
n
s
~~~~
~ ~~: ' ~~r----r,
'~
Fig. 5 .75 - Exemplo 5.2 - Suporte com uma fenda no pé da soldadura de canto.
(i) Material: aço de construção com 0,2% de carbono e com O'ced=210MPa; O'R=420MPa;
Kc = 110 MPa .;m
Lei de propagação de fendas do material: ~ = 2,3 X 1O-I J (~K)J
dN
Resolução:
Desprezando o período de da fenda. que neste caso deverá ser reduzido, por já
existir um defeito inicial, a determinação da resistência à fadiga envolve a obtenção das curvas S-N teórica
de e limiar de para o defeito inicial descoberto. .
O primeiro passo na solução consiste na escolha ou derivação de uma para o factor de
intensidade de tensões. Neste caso. como se trata de uma de forma simples (barra sujeita à trac
ção), pode directamente uma das da tabela 5.6 para fendas elípticas. A sexta solução
dessa tabela [3 I. 32] dá um grau de suficiente. considerando a aproximação com que se pretende
determinar a resistência à Como se traia de uma solicitação de lracção. o valor de K que mais inte
ressa (valor máximo) verifica-se, como se viu, no ponto da fenda com maior (6
A equação do factor Y será então
Y (I + OJ2(I-a/2c/) (a)
em que os factores M, e Q vêm dados nos da figura 5.22 al. b). O factor Q ê função da relação
que se desconhece. Contudo, para o mesmo a/2c a variação de Q com pequena. o que não arecta,
o valor de Y. Nestas é melhor escolher o valor médio de o que dá um
valor de Y mais elevado al .. permitindo um cálculo com maior segurança. Portanto. da figura 5.22 b),
=
vem para (012c) 0.2. Q = ! .2.
O facto r M, é constante, porque se admitiu que a a/2c da fenda se mantinha constante
durante a Substituindo valores vem M, 1.077. O factor M, está na 5.22 a) em
de (f. = aI B. tendo 012c como parâmetro. A equação de M" para substituir na equação (al,
obtém-se a partir dessa na curva para (0/2cl = 0,2. o que dá
o integral de propagação I é dado pela equação (5.3) que. neste caso. vem:
I
11 =----::
( 1.(028)'
1°·20.02
da
(3 - lDa)l a U
I~ II= .
-
I .
(0.983)-'
11
!l.2
d<x
(0.725a + 0.85)-' a U
No primeiro integral substitui-se no limite inferior o valor da dimensão inicial da fenda (a i: B = 1 50).
A equação da curva S-N de propagação (equação 5.2) será então
In +1
lI 2
(tia) Nr = --- = cons\. (c)
A
III m_ 1
em que A é uma constante igual a Crr! B! . Calculando os integrais pela regra de Simpson e a constant~
A. a equação (c) dá
.;
tia Nr = 3.075 X 10
II
MPa (d l
R=O
240
OCed B,,50mm
200
3 •
MJ Nr =3,075)( 10
ti (Q i = 1mm ; a /2 c =0,2 )
a. 100
~
70
50
Fig. 5.7ó -Exemplo 5.1 _. Curva de resistência 11 fadiga do supone para a, = I 111111 c' (li ~<"l = 0.2.
(I) C'onsiderou-sc o coml"rimento critico do defeito. a,. = I!. C'lm mais rigm de"ia ICr-...: considerado a c'\juaciio :1,.. = K;, (y! ,,2 "l.
Para tensõc:s inrerio~ n IM MPu verilica-se 'lUC i1< ficu muito peno de B. e. como a I~nda jú ~ propaga c'om gmnde ' ·d"....idadc
nessa l.una. u errp cometido é dcsl"n:~avd. .
Pelos resultados obtidos verifica-se que a resistência à fadiga do suporte, com este defeito inicial, é
bastante baixa. Por para a duração de 2 x lá' ciclos a tensão nominal do cordão não pode exce
der 53,5 MPa. A curva de resistência à fadiga está definida a 'partir do valor tensão admissível estática
(160 MPa), que será a tensão de projecto para inferiores a cerca de> 105 ciclos, e que foi obtida
aplicando um coeficiente segurança de 1,5 à tensão de cedência.
> Notar que a curva de projecto da 5.76 não tem nenhum coeficiente de segurança incorporado,
o que baixaria ainda mais as tensões. A utilizada no cálculo do factor de intensidade de ten
sões dá um projecto conservativo, o que neste caso a aplicação do coeficiente de segurança.
A curva limiar de propagação é dada peja 3.8. Substituindo valores na zona de IX";; 0,2
vem:
5x 31,623
(e)
(3 Uh) 1,0028 .,;;; v'B
A gráfica da (e) está na 5.77. Para este defeito inicial (IX 0,02) a tensão limiar
de seria 31,8 M Pa, o que dá uma força no pino a 95312 N 9,53 tonf, valor máximo da
força a aplicar para que não se a da fenda.
Fig.5.77 J:.x,~m,DIO 5.2 Tensão limiar de propagação em função da dimensão inicial da fenda,
7
Na figura 5.76 a tensão de 31,8 MPa corresponde a uma à de cerca de 10 ciclos,
valor que já se pode considerar na zona do limite de fadiga da junta. Portanto, esta tensão limiar de pro
funciona como tensão limite de da junta. Se a dimensão do defeito inicial fosse inferior
a ex =0,02, a tensão limiar de propagação seria superior a 31,8'MPa (ver 5.77). Contudo, é de notar
que, devido à do factor de intensidade de tensões, ~O'lf nunca é inferior a 20 MPa o
que se verifica apenas se o defeito inicial tiver um décimo da espessura.
Se o defeito irúcial for removido (por reparação) pode-se trabalhar com tensões mais elevadas 5.77),
ficando-se com uma maior margem de segurança. Restará saber se a não irá introduzir defeitos
análogos, ou ainda mais graves, podendo vir a também o material. Finalmente, haveria ainda a
considerar o custo e a exequibilidade dessa
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CAPiTULO 6
TENSÕES RESIDUAIS. INFLUÊNCIA NO
COMPORTAMENTO À FADIGA
6.1 INTRODUÇÃO
As tensões residuais podem ser definidas como tensões que existem num dado
componente ou corpo na ausência de qualquer solicitação exterior, sendo o resultado de
deformações de origem ténnica ou mecânica acompanhadas de cedência plástica do metal.
As tensões residuais podem ter causas diversas, tais como:
Operações de laminagem e forjagem
Operações de conformação e corte
Operações de soldadura
- Tratamentos térmicos, etc.
As tensões residuais podem ocorrer a uma escala macroscópica ou a uma escala
microscópica, consoante a área do componente afectada. A nível microscópico ou ató
mico podem incluir-se as tensões formadas quando se dá a transformação austenitejmar
tensite nos aços. Pelo contrário, as tensões geradas durante uma operação de soldadura
podem afectar áreas da estrutura de dimensões consideráveis. No presente capítulo ire
mos abordar unicamente as tensões formadas por efeito de operações de soldadura por
fusão.
o fluxo de calor numa junta soldada pode ser representado por uma família de
isotérmicas, como é ilustrado na figura 6.1, cujos contornos dependem de vários parâ
metros, tais como características físicas do material, energia térmica específica do processo
de soldadura, velocidade de soldadura, espessura do material, etc. O conhecimento do
regime de escoamento de calor permite determinar a distribuição de temperatura em
qualquer ponto da junta e através dela é possível predizer as deformações e tensões resi
duais geradas [ 1] .
Como se sabe, uma peça metálica dilata ou çontrai quando a sua temperatura
aumenta ou diminui. As deformações de origem térmica originadas poderão ser expres
sas em termos das dimensões das peças à temperatura ambiente. Se as deformações forem
permanentes e o metal for livre de se movimentar, ocorrerão empenos ou distorções,
mas caso o movimento seja restringido ocorrerão tensões residuais. .
Na figura 6.2 é dado, a título de exemplo, o registo dum ensaio dilatométrico
dum aço macio. Na figura pode observar-se que a dilatação é proporcional à tempera
tura até à temperatura de . 720 0e. Entre 720°C e 840°C a peça sofre uma contracção
sob o efeito da transformação alotrópica do aço, correspondente à sua transformação
austenítica, sendo a variação da deformação ocorrida influenciada pela velocidade de
aquecimento. Acima de 840 °C a dilatação segue uma lei quase linear, embora de maior
inclinação, função da temperatura. No arrefecimento verifica-se igualmente a variação da
contracção com a temperatura dum modo linear até à temperatura de início da trans
formação da austenite (710°C). No final subsiste uma deformação permanente que no
caso presente foi de 0,4%
("Ia)
1,8
1,4
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L- I I ,i
100 300 500 700 900 T( CC)
Numa peça soldada. como se disse já. os cid os térmicos da soldadura orIginam
gradientes térmicos importantes na zona da soldadura . O campo de temperaturas criado.
que varia com o processo de soldadura, não é uniforme e daí gerarem-se tensões de ori
gem térmica de grandeza etevada. As deformações originadas pelo ciclo térmico da sol
dadura poderão não ser acomodadas sem se exceder o limite elástico do material, do
que resultam por vezes deformações permanentes e tensões residuais nas peças.
Para se obterem numa peça deformações e tensões residuais é necessário que se
verifiquem as seguintes condições :
O material da peça deve ser deformável termicamente
O campo de temperaturas criado é não uniforme
O material deve atingir o domínio plástico por efeito das tensões de origem térmica.
Se os materiais não forem susceptíveis de se dilatar sob a acção do calor, não
poderão ser a sede de deformações e tensões residuais como. por exemplo, o quartzo .
Ao mesmo tempo, se o aq uecimento ou arrefecimento se der de um modo uniforme em
todo o seu volume e for livre de se dilatar ou contrair em todas as direcções , não haverá
lugar nem a deformações nem a tensões residuais. Sob o efeito dos gradientes de tempe
ratura a peça deve deformar-se plasticamente. As condições enumeradas são necessárias
e suficientes para a ocorrência de d istorção das peças, sendo as tensões residuais origi
nadas quando as deformações verificadas são total ou parcialmente suprimidas.
Consideremos na figura 6.3 a) uma barra de aço macio cujo comprimento é la à
temperatura ambiente T a. O diagrama da figura 6.3 b) dá-nos a evolução das deforma
574
r-------------~---,
I
Barra livre --...I
1,3 2
,r
Barra sem
aperto
2
I
:3
-
-
Barra soldada
2,3
, - Estado Inícial
.1.) arrefecimento
E 20
E
E
E
o'
10 15
~
o.
E
o
u
o 10
10
I.."
'oE...."
~ 5
b) Temperatura, °C
~I
Ex =~ = ~ TO( à temperatura T
lo
ia x I= E e x < E Ey = a ccd
a"'d - Tensão de cedência do material . E - Módulo de Young
Dado que as tensões introduzidas na barra são inferiores à tensão de cedência do
material durante todo o ciclo térmico, não é realizada a condição de plastificação do
material e portanto a barra retomará o seu comprimento inicial.
Se pelo contrário ~ T for supetior a 100 DC, e x> e ) . A deformação da barra ,
devido à dilatação ex, é assim constituída por uma componente elástica e uma componente
plástica
( I) No caso de um aço macio. o coeficiente de dilatação Cl"" IJ X Ia<' "Cl. enquanto que a deformação., correspondente ao inicio de
deformação plástica é - 1.2 X I(r'. Assim. uma variação de temperatura ~T "" 100 "( provoca uma \'Iriação 'de comprimento equivalente à
associada a uma deformação até ao limite elástico,
576
280 .
210
140 .\ o
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M M'
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Compressão tracção
/ ---
r - - --?
T
"
/
....
"
" 1 "
. --.,
x ~
x
~
a) b)
I'
y
c)
Fig. 6.6 - Distribuições típicas das tensões residuais em juntas soldadas
a) Longitudinais
b) Transversais: I - peça livre, 2 - peça encastrada nos extremos
c) Direcção da espessura.
(I) Em geral a e.<istência de rigidez externa elevada origillil uma distribuição de tensões linear que se adiciona às tensões residuais transver·
sais devidas a deformações plásticas não uniformes.
580
I1
Admitindo que estas tensões são Iguais à tensão de cedência do material da junta
[6]. a ra7.ão de tensão efectiva vai ser alterada como está representado na figura 6.9.
A razão de tensão efectiva vai ser igual para os três ciclos de carga considerados, verifi
cando-se uma nutuação da carga entre uma tensão máxima igual à tensão de .cedência
n
I'
n
11
11 I 11
11 11
~E ~
E
-~-
~=ff
11 11
1I I1
11 11
U U
F=
~
/
TE'nsõe-s
residuais
+)
0"+
R O
a)
0"+
b)
6.9 Influência das tensões residuais de tracção na razão de tensão efectiva na junta:
a) cíclica aplicada
583
zona onde existem tensões residuais de tracção, e mesmo nesse caso pode dizer-se que a
visão dada é bastante simplista, dado que à medida que a fenda se propaga irá verificar-se
uma relaxação das tensões residuais com alteração da distribuição de tensões na ponta
da fenda, que poderá alterar a razão de carga efectiva [7].
A redistribuição de tensões residuais provocada pelo avanço da fenda poderá
provocar um aumento ou diminuição da · tensão média durante a sua progressão [8],
dependente da orientação e localização da fenda na junta, podendo mesmo verificar-se
que à medida que a fenda entra na zona de tensões residuais de compressão a tensão de
compressão na ponta da fenda, por efeito da redistribuição operada, possa aumentar
atingindo a tensão de cedência e eventualmente provocar uma travagem da progressão
da fenda .
Uma primeira conclusão que pode ser retirada do exposto atrás é que a existên
cia de tensões residuais de tracção numa junta soldada vai alterar significativamente a
tensão média a que a junta efectivamente vai estar submetida ; assim, a tensão 'numa
junta soldada irá flutuar entre a tensão de cedência (jccd e uma tensão mínima igual a
(jcxd-~(j, sendo ~(J a gama de tensão aplicada. Deste modo, cargas a~licadas com gamas
de tensão iguais, independentemente da razão de tensão, conduzirão a resistências à fadiga
semelhantes, daí o considerar-se que o comportamento à fadiga de juntas soldadas con
tendo tensões residuais deverá ser expresso e~ termos da gama de tensão [9]. Daqui
decorre imediatamente que ciclos de carga! parcialmente ou totalmente em compressão
poderão produzir danos de fadiga equivalentes a ciclos de carga totalmente em tracção
desde que a gama de tensão seja igual.
Na ausência de tensões residuais na junta soldada, por exemplo numa junta que
sofreu um tratamento térmico de distensão de tensões, não haverá alteração da razão de
tensões aplicada e como tal o comportamento à fadiga dependerá da tensão média apli
cada [10]. Se um componente apresentar descontinuidades geométricas, portanto pontos
de concentração de tensões, podem ocorrer tensões iguais à tensão de cedência nesses
pontos se as tensões aplicadas forem elevadas e a razão de tensão real será diferente da
razão de tensão aplicada.
Como foi discutido em capítulo anterior, a velocidade de propagação duma fenáa
de fadiga da / dN é função da razão de tensão aplicada [5] como está ilustrado na figura
6. 10, verificando-se uma aceleração do crescimento da fenda com o aumento dos valores
de R, e um decréscimo acentuado do crescitnento para valores de R negativos. Este
facto tem sido explicado com base no conceito de "efeito de fecho da fenda", já abor
dado anteriormente e que basicamente consiste em considerar que só ocorrerá propaga
ção da fenda desde que esta se mantenha aberta, o que implica que só tensões de trac
ção com uma detenninada grandeza contribuirão para o avanço da fenda. sendo as compo
nentes de compressão totalmente inefectivas [5, 10]. Estes resultados, que derivam da
aplicação da mecânica da fractura ao estudo de fadiga, permitem retirar as conclusões
seguintes [5, 12]: .
Se ocorrerem tensões residuais de tracção de grandeza igual a (Jccd, a .propaga
ção da fenda será independente da razão R aplicada, dado que, como se viu.
a razão efectiva na junta será sempre positiv&. e com valor elevado (excepto
584
o
!!u
E
E
6.10 Velocidade de propagação de fendas de fadiga para diferentes razão de tensão, R [5].
(I) Aqueles valores que representam aproximadamente 10% da tensão de ced~ncia do material da junta podem- no entanto ser excedidos
-nos.casos de rigidez elevada (condições de triaxiaJidade severas)_
586
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. K.MN/m312
Fig. 6.12 - Comparação de · velocidades de propagação de fendas de fadiga em material base e
juntas soldadas dum aço [7]. (M. Dep. - Metal depositado; M. Base - Metal Base;
TI - tratamento térmico)
588
TenS-ao residual
+ , (
aI b/ . cl aI b/ cl
z
o'
200
\.
10
IJI iii) Curvas S-N teóricas para
C
.C1í
., .... solicitações em
"O
C1í l40
o
E
o
(!) 100
R(-)
•o o
0,1
li 0,25
60
Ciclos
fadiga, O efeito observado ilustrado na figura 6.13. O estudo desta figura mostra
que à que a gama de tensão aumenta, considerando R O (em com
pressão, a definição de R sendo feita em valor absoluto), verifica-se que a diminui
atingindo-se úma gama de tensão a partir da qual a resistência à fadiga permanece cons
tante, mesmo uma melhoria quando R> O(em
por Gurney é baseada nos ciclos de carga apresentados.
na 6,13, os quais têm em conta a presença eventuais factores de concentração
de tensões, K,. Verifica-se assim que da interacção duma carga em compressão com R O
com as tensões residuais de presentes vai uma totalmente em
que provocará danos de que foi também observado por outros
autores [12].
589
[4] ASM, "Contrai of dislor/ion and residual slresses in weldments': Proc. InL Conf. ASM
Nov" 1976.
[5] W. INSTITUTE. "Residual Slresses and lheir ". The Institute, 1981
[6] LAWRENCE, F. V. et aI.. lhe faligue crack inílialion li/é weltls': ASTM STP 648, 1978.
pp 134.
[7] OHTA, A, et aI.. "Effecl residual lensile stresses on Ilhreshold leveI for jàtigue crack propaga/íon in
welded joints SM50B slee/': IlW Doc. No X111-986-8 L Rep. Trans. Japan Welding Vol.
12. No I, 1981
[8] EL SOUDANi. S. M. et aI. "AnisOlropy of fatigue crack propagalion in aluminium alloy bUli welded
joims': Weldíng JoumaL Res. Supl., Maio 1975. pp 144.
[9] GURNEY; T. R., "Fatigue ofwe/ded slructures': CUP. 2.' Ed. 1979.
[10] MADDOX, S. J., "The of mean Slress on fatigue crack propagalíon. A /iteralure review': In!.
Joumal of Fracture, Vol. 11, No 3. June 1975.
[11 J MADDOX, S. J., "Some aspecls lhe inl7uence residual Slress on lhe fatigue behaviour Q{jillet
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[12] HORIKAWA. K. et aI, "Residual slress in welded members subjecled /O cyclic , IASSE Collo
quium. Lausanne 1982.
[ BOULTON, C. F .. "The influence residual stresses on lhe faligue slrenglh bUli welded joints';
Welding Institute report 33/ I977j E.
LlDBURY. D. P. G., "The significance of residual stresses in relation [O lhe imegrily LWR pressure
vessels': Im. J. Preso Ves. & Piping, vo. 17,.No. 4, 1984, pp 197-328.
CAPíTULO 7
AÇOS PARA ESTRUTURAS SOLDADAS
SUJEITAS A FADIGA
38
594
UNI 7070 .- 72
ASTM
of ímproved toughness
rrRANçA IALEMANHA
F A 35-50 I OtN 17100
(1981) • (1980)
A 33 SI 33
A 34-2
E 24-2 St 37-2 Fe 360-B Fe 37-B 40 B (2)
-3 -3 U -c -C 40 C (2)
-4 -3 N -O -O
E 28-2 SI 44-2 Fe430-B Fe44-B 43 B (I)
-3 -3 U -C -C 4OC(I) . 573 gr 70 ( 1977)
-4 -3N -O -O 430
Tabela 7.4 - Equivalência de aços para reservatórios sob pressão segundo normas AFNOR, ISO e outras normas
estrangeiras [ I, 36] .
Tipo de aço França ISO 2ffi4.-11 Alemanha E."ados Unido,'tASTMj Reino Unido
A37CP NFA31r205 HI- DIN 17155 A285 Gr C & AS 15 Gr 55
A37AP .. Ast 3S-DI N 17135 A442 Gr 55 e A516 Gr 55
A42CP .. HII-DIN 17155 A515 Gr60 Gr21>-BS1501·161
A42AP . Ast 41·DIN 17135
.. ...... .......
A442Gr6O& A516Gr6O Gr 21>-B1501-221
....... ........ .. ..... . . .... ..
I
TUJ7b NFA49-112 TS4 A53 Gr A
TUJ7c NFA49-212 TS5 AI06GrA
TUJ7c NFA49·213 TS5 AI06GrA
TU42b NFA49-112 TS9 A53 Gr B
TU42c NFA49·212 TS9 H AIObGrB
TU42c NFA49·213 TS9 H AI06GrB
A48C P NF A31>-205 H IV ou 17Mn4DIN 17155 A515 Gr 70 Gr 30-BS 1501·221
A48AP .. ASl4S-DIN 17IJ5 A516Gr70 ~
A52CP 19 Mn S-DIN 17 155 A 299 Gr 32·BS 1501-221
A52AP .. " Ast 52·DIN 17135 A 612
'.
lia ..... ...... .... ............. ...... 0' 0 •• •• ... . ..... ...... ..... ... .... . ....... ... ........
TU48b NFA49· 112 TS13
TU48c NFA49-212 TSI4 AI06 Gr C
TU48c NF A49·2 13 TSI4 AI06GrC
TU52c NFA49-212 TSI8
TU52c NFA49·213 TSI8
1503 NFA31>-206 15 Mo3-DIN 17155 ASTMA 204 Gr A 240- BS 1501 '
Ilb ASTMA 335 Gr PI
TU 1503 NFA49-213
IBM 04-05 NF31>-206 ASTM A 302 Gr A
15MDV~5
!lc ASTM A 387 Gr 2
15CD2-05 620Gr A BS 1501
TU 15CD2-05 N FA49·213 TS 33 ASTM A 335 Gr P2
15CD~5 NFA31>-206 13CrMo4-4DIN 17155 ASTM A 387 Gr 12 620Gr27 BS 1501
IV.
TU IOCD5-OS NFA49-21 3 TS J2 ASTM A 335 Gr PII
IOCD9·10 NFA31>-206 IOCrMo9-WDIN 17155 ASTM A 387 cfr 22 622 Gr 31 BS 1501
IV b
TU IOCD9·10 NFA49·21 3 TS J4 ASTM A 335 Gr P22
A42FPNFA31>-205 TI St 41N SEW 680 A516 Gr 60& A300 & A593 224 Gr 26 BS 1501
A48FPN FA31>-205 A516 Gr 70 & A300 & A593 224 Gr 30 BS 1501
A52FPNFA31>-205 A612 & A537 di & A593 224 Gr 32 BS 1501
0.5 Ni 285 NFA31>-208
355
1.5 Ni 285 NFA31>-208 14 Ni6SEW 680
V
355
15 Ni 285 NFA31>-208 A203 Gr E&. AJoo 503 B BS 1501
355 16Ni 14SEW680 A203 Gr E & AJoo
5 Ni 390 NF A31>-208 12 Ni 19 SEW 680
9 Ni 490 NFA31>-208 X8 Ni 9 SEW 680 A353 & AJoo
9 Ni 585 NFA31>-208 A553 Tipo I 510 BS 1501
16MND 5 NFAJI>-210 A302 GrC
14MND V5 A533 Tip<> B CII
VI
2OMND5 20MnMoNi 5.5 SEW 640 A511 Tiro B CI2
12CD9.10 A542 CI4
Tipos I. lia - Aços ao carbono e carbono-manganês,
IIb. !lc. IV•. IVb - Aços de baixa liga
V - Aços para serviço. baixa temperatura
VI - Aços de baixa liga tratados com tensão de cedência elevada
597
é obtida através do do
e meio de endurecimento estruturaL precipitação de par-
de Nb N). A composição nominal deste tipo de aços, do sistema Mn Mo - Nb,
< 0,06 C, 1.6- 2,2 Mn, 0,0 I Si. 0,25 -OAMo. 0.04 0, I Nb, ° 0,05A!.
0,01 máx. N. 0,02 máx. 0,02 máx. P. A utlização deste tipo aços está limitada de
momento até da ordem 25 mm.
Os aços de alta do tipo perlite reduzida (PR) são aços com teores de
carbono reduzidos « 0, I propriedades de .e obtidas
por afinamento do por de laminagem controlada e por estru
tural através da adição de Nb ou V. aços conter Mo Nb, V Nb ou
Mo - V Nb. Estes aços têm teores de carbono superiores aos dos aços de ferrite acicular.
assim tensões de de 480 para até 27 mm.
Algumas típicas de aços deste tipo são [3]:
AI
0,03 0,006 0,016
0,05 0,005 0.016 0.01
0.005 0.010 0.013
0.03 0.006 • 0.016 0.011
Quando as espessuras necessanas forem superiores a 25 mm. os tratamentos ter
momecânicos não permitem obter propriedades de tenacidade e elevadas. Desenvol
veram-se assim aços cujas são por tratamenta térmico, dos os
comercialmente são os aços temperados e Estes aços contêm
normalmente como elementos liga o Cr-Mo-Ní, apresentando tensões de cedência entre
400 700 N/mm". Os aços temperados e em relação aos
aços de alta com tratamento nos
Tabela 7.6 - Aços de alta resistência temperados e revenidos para fins estruturais [2T Il .
awl para esp. 30 mm
Qualidade Norma 2 Elementos liga
Nf mm
I
A 678/ B ASTM 414 Mn
55 F BS 4360 430 Mn Nb V
-.
StE 500. XABO 500 - 500 Cr Mo / Ni Mo
HY 80 MIL-S 550 Ni Cr Mo
STE 690. N-A-XTRA 70 - 690 CrMoZr/ NiCrMoB
TI - 690 NiCr Mo B
HY 100 MIL-S 690 Ni Cr Mo
7.2.1 Introdução
A escolha dum aço para fins estruturais deverá obedecer a vários requIsitos que
se prendem por um lado com a resistência do :componente e por outro com o seu com
portamento e facilidade de fabrico.
Assim, em termos de resistência é necessário garantir:
Propriedades de resistência mecânica adequada: tensão de rotura e tensão de
cedência. Quanto mais elevadas forem, menores serão as espessuras de parede.
com a consequente redução de peso.
Propriedades de tenacidade com vista a garantir resistência à fractura frágil,
em condições de serviço a baixa temperatura, ou fractura dúctil.
Resistência à fadiga adequada se o componente estiver sujeito a cargas cíclicas.
Os aços a utilizar devem ser fáceis de trabalhar, isto é, as operações de fabrico
não podem originar defeitos graves.ou provocar degradação das propriedades originais
dos materiais base utilizados. Assim, os aços devem possuir boas características de con
formação e soldabilidade [ 6 - 12].
7.2.2 Conformação
A conformação dos aços pode ser efectuada a frio ou a quente, conforme a capa
cidade disponível das prensas. As espessuras em jogo ou a tensão de cedência do mate
rial podem implicar que a confonnação tenha de ser efectuada a quente, o que pode
. excluir a utilização de determinados tipos de aços, como os aços temperados e revenidos
ou aços com tratamento termomecânico. A operação de conformação é normalmente
efectuada a temperaturas superiores a \065 °e no caso dos .aços ferríticos, podendo ter
(I) Nonnas de outras qualidades de aços deste lipo : ASTM A 537. A 533. A 782. A 543 C. A 517. EUR 137[38).
600
minar a temperaturas da ordem dos 540°C. Por outro lado. a operação de conforma
ção a frio é realizada à temperatura ambiente, embora possa ser feifa a temperaturas da
ordem dos 100 a 200°C a fim de minimizar o perigo de rotura frágil.
A potência das calandras ou prensas necessária para efectuar a dobragem ou confor
mação das chapas é proporcional à resistência do material à temperatura de conforma
ção e diâmetro interior.
Na expressão a seguir é apresentada uma relação entre a espessura do material
que pode ser conformado -a uma dada temperatura e a tensão de cedência do material a
essa temperatura [13]:
, ,
crcetJ , ti = crc:cd2 t2
de ·ser sujeita após ' fabricação a tratamento de relaxação de tensões, deve ter em conta
que o tratamento pode degradar as propriedades de tensão de cedência e tensão de rotura
[6, 9]; como tal, deve especificar que as propriedades a indicar no certificado de recep
ção devem ser as obtidas após a realização dum tratamento de distensão de tensões(I).
Em geral o aço deve ser elaborado de tal modo que as suas propriedades não sejam
afectadas pela realização dum tratamento térmico de distensão de tensões. Já são produ
zidos aços cujas tensões de cedência e tenacidade permanecem inalteradas mesmo após a
realização de tratamentos de distensão de tensões a 600 De com estabilização de tempe
ratura até 10 horas [2]. No caso .particular dos aços temperados e revenidos, ainda é
possível a realização de tratamentos de "distensão de tensões, dado que a temperatura de
revenido é superior à temperatura do tratamento que é da ordem dos 580 - 620 De.
7.2.3 Soldabilidade
Todos os aspectos relacionados com a soldabilidade dum aço são de especial rele
vância no projecto de qualquer estrutura soldada e nomeadamente numa estrutura sujeita
a esforços dinâmicos. O conceito de so'ldabilidade engloba a resistência mecânica, tenaci
dade e ausência de defeitos. '
De facto, a filosofia de projecto duma estrutura é baseada no pressuposto de que
não existem na mesma defeitos susceptíveis de iniciarem mecanismos de fractura a ten
sões nominais inferiores às tensões adoptadas como base de dimensionamento. Assim. as
juntas soldadas devem estar livres de defeitos significativos. A escolha de um aço por
parte do projectista deve ser feita tendo presente sempre os aspectos de soldabilidade.
Tratando-se duma área especialiiada que poderá estar fora da gama de interesses do
engenheiro projectista, normalmente preocupado com o cálculo de tensões, deverá recor
rer-se a um especialista de soldadura sempre que surgirem dúvidas sobre o grau de sol
dabilidade do material e sempre que sejam usados materiais de que não há experiência
de utilização, nomeadamente quando se trata de aços de alta resistência.
Dos inúmeros potenciais defeitos que poderão ocorrer durante uma operação de
soldadura destacamos pela sua importâcia os defeitos de fissuração, nomeadamente o
arrancamento lamelar. flssuração induzida pelo hidrogénio e fissuração na solidificação.
(I) o tempo de patamar à temperatura de tratamento térmico deve ref1ectir a eventualidade de durante o fabrico o material seI
sujeilO a tratamentos térmicos múltiplos com tempos acumulados que podem atingir várias dezenas de horas .
602
i - Presença de inclusões
A presença de inclusões pode apontar-se como o factor principal que condiciona
a acorrência de arrancamento lamelar. Os principais tipos de inclusões associados ao
fenómeno de fissuração são:
- Sulfuretos: MnS (predominantemente)
- Silicatos : Si~
- Aluminatos: A~O)
Arrancamento ,lamelar
feita com Si-AI, o tipo de inclusões é variado e com composições complexas (silicatos
-aluminatos-manganês) e uma mistura de inclusões do tipo I e m. .'
No entanto, se se realizar a qesoxidação com AI antes do Si, as inclusões serão
predominantemente do tipo sulfuretos (tipo IlI). Assim, o arrancamento lamelar ocorrerá
de preferência quando há inclusões do tipo silicatos (caso dos aços calmados e aços semical
mados com Si) e quando as indusões são do tipo sulfuretos, como nos aços calmados
ao AI.
ii - Tensões na direcção z
Existem situações em que o arrancamento lamelar tem sido provocado pela pre
sença de outras fendas (por ex.' fendas induzidas pelo hidrogénio) ou até por operações
de limpeza da raiz realizadas com"Arc-Ai r" (1\
(I) Arc-Air é um processo de cone de metais que utiliza um arco .eléctlÍco, clÍado .com um eléctrodo de Carvão. assistido
por um jacto 'de ar comprim:do para fundir e remover o materiaL
605
económica podem ditar que não seja possível usar em todas as situações materiais com
baixa susceptibilidade àquele fenómeno.
Existem numerosos ensaios, destrutivos e não destrutivos, destinados a avaliar a
susceptibilidade de um material ao arrancamento Jamelar. O parâmetro mais difundido
hoje em dia é a "redução de área (R. A)" medida num provete de tracção retirado na
direcção da espessura. Valores entre 15-20% de redução de área foram propostos pelo
11 W como valor mínimo para aços de construção resistentes ao arrancamento lamelar.
No mercado podem, no entanto, encontrar~se aços com valores muito superiores, embora
de preço mais elevado. Já foram afloradas técnicas q ue poderão contribuir para a melhoria
do comportamento dos aços. Assim, verifica-se que uma redução do teor de S usando
técnicas de dessulfurização por adição de carbonatos de cálcio traduz-se em ganhos apre
ciáveis da redução de área, como se pode concluir da figura 7.2. Técnicas de desgasifica
ção no vácuo são também usadas para obter aços de elevado grau de "limpeza", uma
-vez que o nível de ir.clusões do tipo SiO, e AbO, será granc;jemente reduzido.
A distribuição das inclusões no aço pode exercer também uma influência pronun
ciada. Na figura 7.3 pode verificar-se a variação da R. A do aço obtido a partir de
2
diferentes zonas do lingote; o caso presente refere-se a um aço de 50 kg / mm de carga
de rotura sujeito a tratamento de dessulfurização e desgasificação.
Já foi também referida a influência da 'adição ao aço de aditivos do tipo "terras
raras" na alteração da morfologia das inclusões, principalmente os sulfuretos do tipo 11.
BOr---------------------------~
~
-:. 60
~
'-
'o 40
0
'0
u
:J
-o 20
~
o::
Teor S,Xl0-3
7.3 Variação da redução de área do aço com a 'V,""'''L.a."",U do material no lingote [28].
Faclores Remédios
Concepção dajunta
Chanfro
Tensão na
direcção 7.
---------- Butlering
Usar material de adição
menos resistente
soldadura
de
1"..."""""" Procedimento apropriado
outras fendas { soldadura
607
A fissuração induzida pelo hidrogénio pode ocorrer tanto na zona afectada pelo
calor (ZAC) como no próprio metal depositado. Pode dizer-se que a sua ocorrência se
verifica quando se conjugam simultaneamente os quatro factores seguintes:
.- Presença de hidrogénio
- Tensões de tracção actuando na junta
- Microestrutura susceptível
- Temperatura baixa
Este fenómeno de fissuração ocorre predominantemente na zona afectada pelo
calor, mas em determinadas circunstâncias pode ocorrer também na zona do metal deposi
tado, principalmente quando aumenta o teor de elementos de liga no metal base e no
metal depositado, sendo responsáveis pelo seu aparecimento os factores atrás referidos.
608
fenda de
ra1z
(.,
Nível de hidrogénio
Durante a operação de soldadura, o banho de fusão absorve hidrogénio da atmos
fera do arco. Durante o arrefecimento da junta, o hidrogénio absorvido pelo banho de
fusão difunde-se não só para a atmosfera mas também para a 70na afectada pelo calor
e material base, ficando parte dissolvido no metal depositado. A quantidade de hidrogé
nio que se difunde depende de vários factores, tais como, quantidade de H~ absorvido
inicialmente, tamanho da soldadura, grau de solubilidade e condições de arrefecimento.
A solubilidade do H: no ferro e no aço no estado líquido é relativamente ele
vada, mas decresce rapidamente com a- temperatura, como está ilustrado na figura 7.5.
O decréscimo é menos acentuado quando se dá a transformação austenítica. A diminui
ção é novamente brusca quando da transformação austenite-Cerrite.
- dquiclofe
f""
1/
!l
:.c;
o
:::l
V)
10
VYFI I
I ./
I
o
8<F'
-I
500
I
1000 1500 2000
Temperatura oc
39
610
~=D'V;
Ôt
c - concentração de H2 no aço
t -tempo
Nível de tensão
pode ser originada por diversos No caso dos aços, tem sido expli
cada em termos dos produtos da
4H+C=
ou noutros casos, acumulado em ou
poros durante a de arrefecimento e da solubilidade do
A pelo depende de vários
Nível de
Susceptibilídade do material à à sua composição ou micro-
estrutura,
Nível de tensão.
e velocidade de
As tPT'.CA,~C actuantes numa soldada dependem de vários tais como
dimensão dos tensão de do
metal depositado! metal base. Além disso, intensificadas em pontos
onde existam defeitos ou descontinuidades àp"rn,pt
Tipo de
Dum modo geral, pode no caso dos aços ao Carbono! C-Mn e aços
maior for a dureza da microestrutura do material base ou deposi
o risco do de
modo é possível definir um
críticos de dureza" na ZAC. nível de dureza f1",npr.f1 no entanto de factores como
teor de H 2 e nível de tensão.
A microestruturaproduzida num aço depende:
Velocidade de arrefecimento
Composição química e temperabilidade
A lV\.-lU"'U\" de arrefecimento é controlada calor fornecido durante a opera-
input), temperatura inicial (pré-aquecimento), espessura e geome
tria das partes.
A tPITlnp'r::l da sua
têm-se usado ,traduzem a contribuição dos
diferentes elementos de liga em termos de igual de carbono. as
das fórmulas do carbono equivalente (CE), das quais a mais utilizada é a proposta pelo
IIW:
C+ +
6 5 15
Dado que, em geral, a susceptibilidade à fissuração induzida pelo H 2 é relac,io
nada com a dureza da microestrutura e o teor de carbono, é de esperar que o metal
depositado não seja muito susceptível àquele fenómeno (devido ao baixo teor de C).
Quando aquele fenómeno ocorre no metal depositado, ele é devido a teores de H 2 e ten
sões residuais mais elevados.
Temperatura
A fragilização dos aços, devido à presença de H2' é largamente influenciada pela
temperatura, ocorrendo predominantemente a temperaturas próximas da temperatura
ambiente. Assim, é possível evitar a fissuração numa estrutura dura mantendo a tempe
ratura a um nível suficientemente elevado para o H 2 se poder difundir ou amaciar a
estrutura. É este o princípio subjacente à soldadura com controlo de temperatura entre
passes ou com tratamentos após a soldadura.
Um aumento de temperatura vai aumentar a taxa de difusão do H 2 ; este efeito é
particularmente marcado na gama de temperatura 20 - 150 °C. O uso de temperaturas
de pré-aquecimento tem o mesmo efeito.
+ _N_i + ~~~~ + Mo 5B
30 60 20 15 15
Pem = 60
+
40000
sendo
fórmula de Ito-Bessyo
l
H difusível (cm ; 100 g metal determinado pelo teste de
Ks Intensidade da rigidez da junta (kgl igual a 40 X t, espessura da
Pw Susceptibilidade à
~ (t,)çr - há fissl:lração
615
-
Composição metal base Energia do processo
Pem kJ j mm
,
Teor de H2
- r Pré-aqueci men to
H
-
Rigidez -
r- Espessura
Ks
... Parâmetro
H '"* Procedimento
~
(tJcr (t.).c
I I
COMPARAR
quanto mais espessa for a junta a soldar (passes de raiz e chapas espessas) e quanto ,
mais elevada for a razão profundidade I largura da junta. Assim, preparações em U são
preferíveis a preparações em V estreitas.
É ainda importante limitar a ocorrência de descontinuidades que introduzam concen
tração de tensões, tais como desalinhamentos ou introdução de esforços secundários devidos
à geometria da junta.
6J7
7.3.1 Introdução
Foi já referido que as propriedades de tenacidade e de resistência à fadiga são
importantes como propriedades fundamentais dos aços para fins estruturais, dado que
condicionam a resistência das construções à fractura instável a baixa temperatura ou
fractura frágil, bem como a fissuração por fadiga seguida de colapso da construção por
. fractura frágil ou d úctil.
A escolha dum aço com nívei~ de tenacidade apropriados reveste-se da maior
importância, mesmo no caso de estruturas sujeitas a solicitações cíclicas, dado que o
crescimento do defeito presente numa construção peide criar condições de instabilidade
que originem um colapso total da construção. A prevenção de fracturas catastróficas
implica que tanto o material base como o material da junta soldada (zona de metal
depositado e zona afectada pelo calor) possuam tenacidade adequada. O nível de tenaci
dade exigido a um aço depende do nível de performance pretendido, ou seja, do estado
de tensão instalado no componente, como está ilustrado na figura 7.7.
A tenacidade dum aço, como se sabe, pode ser definida como a resistência do
aço à fractura (medida em termos de energia absorvida).
Tenacidade = / (J dE (J - tensão
" E - deformação
[actores. que condicionam a tenacidade nessa zona poderá .ser útil nesse caso.
que os controlam a na zona 1 são:
Nível microinclusões, tanto no metal base como no metal depositado.
Tamanho de
de inclusões dos processos de desoxidação e
adaptados na do aço, é, dos teores O2 e S
As características de ductilidade do aço são directamente influenciadas
volúmica inclusões.
Por outro lado, que, à que aumenta a do aço (teo
res mais de elementos de liga) há uma diminuição da de
do pelà diminuição do coeficiente encruamento do aço, n, dado
pela relação
n
cr, K e
cr, - tensão real
e- real
n - coeficiente de encruamento
n=ln(l+ 100)
A - alongamento,
A de transição para a maior parte dos aços ferríticos no
a !O °C e portanto para condições de serviço a baixa temperatura
as propriedades à que condicionam o comportamento da
FRACTURA
OOCTIL
domínio
, plástico
...,
ai
16 dom!nio
:2 elaSloplástico .
. ~
~
II
de oorormaçao plana
Temperatura, DC
7.7 Relação Tenacidade Temperatura para diferentes modos de "'1.1l1"""''''''V· da carga e
solicitação.
619
K,
cri - tensão de fractura por clivagem
G- módulo de corte.
Y", - energia de deformação plástica
K, - parâmetro da teoria das desiocações
d- tamanho de grão ferrítico
Daquela relação conclui-se que a resistência à fractura aumenta com a diminui
ção do tamanho do grão.
Foram já enumerados diversos modos de afinamento do grão (através de trata
mentos térmicos ou termomecânicos apropriadós, adição de microligas etc.) que conduzi
ram ao aparecimento de aços, já apresentados, com características elevadas de tenacidade
a baixa temperatura.
Os critérios usados para a seleccção de aços para serviço a baixa temperatura
são variáveis consoante'o tipo de construção, as especificações de projecto. as exigências
de códigos de construção aplicáveis, etc.
O modo clássico de seleccionar um aço para serviço a baixa temperatura consiste
em comparar a tenacidade do material. avaliada através da realização de ensaios Charpy
V com valores mínimos fixados de acordo com a tradição ou experiência de construções
anteriores, sendo um valor clássico, por exemplo. 15 libras-pé de energia absorvida à
temperatura de serviço (20 Joules) [30]. A escolha dos aços feita nesta base não tem
em geral em conta as condições reais de serviço, exceptuando a temperatura. No entanto,
mesmo neste caso os critérios não são uniformes ria fixação dos valores mínimos de
tenacidade (energia absorvida Charpy V) exigidos. O caso mais 'típico é o da construção
de reservatórios sob pressão. Na tabela 7.8 são apresentados os factores tidos em consi
deraçã.o em diversos códigos de construção de reservatórios sob pressão.
Mais recentemente e principalmente em construções críticas, tem vindo a ganhar
grande incremento a aplicação dos conceitos de mecânica da fractura já estudados no
capítulo I e que permite fazer a escolha dos aços em bases mais científicas. dado que
são tidos em conta além das condições de serviço, o estado de tensão a que a constru
ção está sujeita, bem como a presença de descontinuidades geométricas ou metalúrgicas
susceptíveis de criar pontos de intensificação de tensões.
A mecânica da fractura permite fazer análises quantitativas da resistência à frac
tura dum componente para determinadas condições de serviço. A análise pode ser feita
em condições elásticas ou elastoplásticas.
620
K=Ycr~
cr - tensão nominal aplicada
a - comprimento da fenda
Y parâmetro que depende da geometria do corpo onde a descontinui
dade está presente.
No caso duma placa de dimensões infinitas sUjeita a uma tensão uniforme a,
contendo uma fenda de comprimento 2 a que atravessa toda a espessura, a expressão de
K toma a seguinte forma
K=(J~
Segundo esta teoria, a fractura ocorrerá quando o valor de K na ponta da fenda
atingir um valor crítico, K(". Em condições de estado plano de deformação, o valor crí
tico do factor de intensidade de tensões é designado Klc, Assim, K 1c representa a carac
terística intrínseca de o material resistir à fractura, sendo considerado como uma medida
da tenacidade do material.
O valor de K1c de um material pode ser medido experimentalmente para uma
determinada espessura, temperatura e velocidade de aplicação de carga, como já estudado.
A medição do valor da tenacidade através de ensaios baseados na mecânica da
fractura, em particular a medição do valor K1C ' permite comparar directamente K,c com'
os valores do facto r de intensidade de tensões K, calculados para o detalhe da estrutura
em estudo.
Usando os dados obtidos nos outros tipos de ensaios, não é possível tal compa
ração, restando unicamente a possibilidade de comparação com valores empíriCOS defini
dos em função da experiência de construções anteriores.
62/
Aumento da
'y
tenacidade
o
-10
c
'E ..... ......
--- --
o
c
o .............. Zona de fractura
'10
cn CT
C f
Q)
t- Oó
Dimensão do efeito, a
Sendo assim, a razão K1c / O"ccd pode ser considerada um bom índice para compa
rar diferentes materiais, dado que sob o ponto de vista de fiabilidade em serviço é dese
jável que· uma estrutura possa tolerar o máximo defeito possível sem fracturar. Razões
de ordem econórriica ditam qual o valor máximo daquela razão. A escolha final, como
é óbvio, dependerá de vários factores, como tipo de estrutura, qualidade de fabrico, inter
valos e tipo de inspecção, consequências do colapso da estrutura, etc.
. Para muitos materiais não é possível medir valores de K1c válidos para determi
nadas condições de temperatura e velocidade de aplicação da carga.
Neste caso, o parâmetro que caracteriza a tenacidade do material é o valor do
COO (CTOO), õC ' Verifica-se que, em condições de instabilidade,
Do mesmo modo que a razão K1C/crCCd , também a razão Õc/Eced pode ser usada
como parâmetro na selecção de materiais. Assim, decorre imediatamente desta relação
que o valor óptimo de tenacidade do material resulta da combinação da resistência
mecânica do material e das suas características de ductilidade.
N=f
a N H, há na
aço A de maior resistência tendo presente que mesmo numa estrutura sujeita a
esforços cíclicos é necessário garantir a .sua estabilidade os esforços aplicados.
Poderá no aumentar-se a à duma soldada
se se diminuir a probabilidade de duma fenda de fadiga ou, em termos
625
LogO"
LogN
Fig. 7.9 - Comparação do comportamento à fadiga de juntas soldadas em dois aços com tensões
admissíveis estáticas diferentes :
a A - Tensão admissível estática do aço A
aH- Tensão admissível estática do aço B
40
626
[27J UEURADE, H, p, ET AI." "Lo", CIcie hehol'íour li'elded joints in high sleels';
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CAPiTULO 8
DIMENSIONAMENTO À FADIGA DE
ESTRUTURAS EM LIGAS DE ALUMíNIO
8.1 INTRODUÇÃO
Meio ambiente
Concentração de tensões introduzida (tipo de junta. geometria externa e interna.
efeito de escala)
Muitos destes factores podem ser controlados a nível de projecto. outros poderão
ser controlados durante o processo de fabrico. A influência daqueles factores no com
portamento à fadiga de juntas soldadas tem sipo muito estudada. como revisto por San
ders [I]. Podem salientar-se várias conclusões principais. As propriedades mecânicas das
ligas de alumínio só afectam o comportamento quando os provetes não são entalhados.
verificando-se que a um aumento da resistência mecânica não corresponde um aumento
de resistência à fadiga quando existem entalhes severos (como é o caso das juntas sol
dadas). O efeito da concentração de tensões é primordial no contexto de ligas de alumí
nio, desempenhando papel idêntico ao referido para o caso dos aços.
A forma geométrica da junta é factor determinante no comportamento à fadiga.
A geometria exterior da junta é particularmente importante (configuração da junta e estado
superficial).
O efeito da geometria interna (qualidade da soldadura. presença de defeitos inte
riores) só é significativo, como se verá. quando a concentração de tensões introduzida
pela junta é pequena. isto é. nos casos em que a soldadura é afagada.
630
Tabela 8.1 - Principais qualidades de ligas de alumínio para fins estruturais [35].
Composição nominal %
Classiricação AI Cu Mg Mn Si Zn Cr Zr
1050A 99.5 - - - - - - -
1200 99.0 - - - - - - -
:1103 BaL - - 1.2 - - - -
5251 Sal. - 2.1 0. 3 - - - -
5154 Bal. - 3.5 O•. - - - -
5454 BaL . 2.7 0,75 - - 0.12 -
5083 Bal. - 4,7 0.7 - - 0. 13 -
6063 Bal. - 0.5 - 0.5 - - -
6061 8al. 0.25 1.0 - 0.6 - - -
6082 BaL - 0.8 0,7 1.0 - - -
7020 Ba L - 1.2 0.3 - 4.5 0.!5 0.10
termicamente
Estas obtêm a sua máxima resultado de tratamentos precisos,
os quais promovem fenómenos de precipitação que endurecem as mesmas. Os elementos
de que são normalmente adicionados para. o são Cu, Mg, Si e Zn.
temente em O tratamento varia' com o de liga mas consiste sempre
num "tratamento" a (450-500 "C durante 1-2 horas), de "têm
até à temperatura e dum de precipitação" durante, por
exemplo, 16 horas a temperaturas elevadas (' à temperatura ambiente.
As ligas de alta usadas na dos AI-Cu-Mg.
e Al-Zn-Cu com tensões de rotura até 500 Ni mm' são apenas
muito e podem considerar-se como "não . No entanto,
ligas de média deste grupo são perfeitamente soldáveis e têm numerosas apli
cações. Na tabela 8.' são ind algumas deste grupo.
As deste grupo são soldáveis, com as referidas: no entanto. as
propriedades mecânicas da junta soldada degradam-se durante a de soldadura,
eomo ilustrado na 8.1, o que implica que o "dcsign" das estruturas dcvc ser
feito tendo em esse facto, como indicado no A.
O efeito do tratamento térmico é anulado por uma operação de
soldadura por dado que produz lima redistribuição dos precipitados na do
que resulta uma da mecânica. Esta ocorre só numa zona
muito estreita próxima da junta, a sua largura da do processo e da
IV,","""";"- de soldadura (ver figo 8, I).
125p-----------------------------~
> 110
I
ZAC
Resistência à rotura
Solda bilidade
Facilidade de conformação
Resistência à corrosão
Dado que nenhuma liga ou material possui cada um daqueles factores com valor
óptimo. tem de fazer-se a escolha numa base de compromisso entre as propriedades reque
ridas para uma dada aplicação e as propriedades que é possível obter.
Quando se selecciona uma liga de alumínio para uma construção soldada. deve
ter-se presente que as melhores propriedades da !iunta soldada são obtidas com ligas do
tipo "tratáveis termicamente". principalmente quando sujeitas a um tratamento de enve
lhecimento artificial após soldadura.
Mesmo com tratamento térmico após soldadura. a ductilidade de juntas soldadas
de ligas de AI tratáveis termicamente é inferior à das ligas endurecidas mecanicamente.
As ligas da série 5000 são óptimas neste aspecto. principalmente a liga do tipo 5051 .
conhecida pela sua resistência. ductilidade. boa formabilidade e resistência à corrosão.
Por exemplo, ligas do tipo 5086. 5083 e 5456 possuem eficiências de junta da ordem dos
85 a 90%, enquanto que ligas do tipo 6061 não ultrapassam 701/c; as ligas tratáveis ter
micamente são mais severamente afectadas pelo ciclo térmico da soldad ura . No entanto.
com as ligas do sistema AI-Zn-Mg (X7004. 7005 e 7039) podem obter-se juntas soldadas
com elevada resistência mecânica, devido à recuperação de propriedades na junta por
envelhecimento.
Quando se pretendem soldar as ligas de alumínio. a escolha do material de adi
ção é fundamental, de modo a obter as melhores propriedades (resistência. resistência à
corrosão, etc.) nas melhores condições operatórias (ausência de fissuração, etc.). .
Os processos usados industrialmente na soldadura das ligas de alumínio são os
processos TIG e MIG. A definição do procedimento de soldadura deve fazer-se de modo
a reduzir o efeito da diluição.
Determinadas aplicações das ligas de alumínio. como por exemplo construções
sujeitas a ambientes corrosivos ou serviço a alta temperatura. podem implicar que se
devam tomar precauções especiais na escolha dos materiais de adição. Estas podem tradu
zir-se na escolha de materiais de adição com teor de impurezas mais baixo ' ou com
composição . idêntica à do material base, ou ainda na impossibilidade de utilizaçãO de
com teor de magnésio supe
para serviço a temperaturas a 70 "c).
Por exemplo, quando é polimentos ou anodizações das juntas
também o problema e do da junta: este. facto
pode levar a que tipos de de adição não devam ser
por ligas silício (tipo 4043), preferindo-se ligas de magnésio
5356) ou de alumínio (tipo 1100).
Verifica-se que a resistência à fadiga duma junta topo a topo longitudinal é supe
em I a juntas menos superiores a I ciclos). O
preparação da junta de topo (bordos rectos, em V ou em X) não em
o comportamento à fadiga, excepto nos casos em que a preparação possa facilitar
a da soldadura e, portanto, obter juntas com qualidade superior, como parece
ser o caso de em X. A do material base não parece influen
o comportamento à das juntas topo a topo para durações
res a 105 ciclos), como está ilustrado na 8.2 [ 43]. Verifica-se no entanto,· como
nos aços, um efeito isto é, provetes com espessura menor apresentam melhor
que de Como se
a externa da junta é o importante no ao
comportamentó à fadiga. Assim, o comportamento da junta será diferente quando o reforço
da soldadura é ou não ou quando a sua é alterada. Este u,,~'....,",.v
com mais detalhe no ponto 8.4.
AI Zn 4.5 Mg I
(A 7020)
200 110 45
635
8.4.1 Introdução
Os defeitos de soldadura pela sua natureza formam concentrações de tensões e
como tal podem influenciar significativamente o comportamento à fadiga d uma junta.
Como já foi referido, as concentrações de tensões mais importantes resultam da forma
geométrica do cordão. Assim, a maior parte das roturas por fadiga ocorridas em serviço
estão normalmente associadas à presença, nos componentes, de juntas de canto que apre
sentam resistências à fadiga baixas, verificando-se que só um reduzido número de fractu
ras foi provocado pela presença de defeitos [9].,
A influência dos defeitos poderá no entanto ser mais significativa nos casos em
que é melhorada a geometria externa duma junta, como é o caso da remoção do reforço
duma junta topo a topo. Por outro lado, a quantificação da sua influência em termos
de red ução da resistência à fadiga permite definir esquemas de controlo de qualidade
mais racionais e económicos, pois pode verificar-se que a sua remoção não se justifica,
isto é, que podem ser tolerados níveis de defeitos mais elevados.
8.4.2 Porosidade
Quando uma junta não é afagada. isto é. o reforço não é removido, a porosi
dade tem pouca influência na resistência à fadiga da junta. As fendas iniciam-se no pé
das soldaduras [10, 1,1]. Porosidade até 7%111 (redução de área da superfície de fractura)
não introduziu redução significativa da resistência à fadiga. Assim, verificou-se que a concen
tração de tensões introduzida pelo reforço é' mais severa que a introduzida pela presença
de poros.
Pelo contrário. quando a soldadura é afagada e eliminado portanto o efeito de
entalhe do reforço, verifica-se que a posição das porosidades é mais importante do que
a sua dimensão. A resistência à fadiga é influenciada pela presença de poros que emer
gem à superfície [8A, I, 10,12]. Na figura 8.2 é ilustrada a influência da porosidade
numa soldadura duma liga de Al-Zn-Mg quahdo o reforço é afagado: 10% de porosi
dade reduz a vida à fadiga duma ordem de grandeza [13]. O efeito da localização da
porosidade é ilustrado pela figura 8.3 e para soldaduras duma liga de ·titânio: porosidade
(I) Notar qoc um nível de porosidade com esta grande7a não e admissível por qualquer código de construção.
636
7039-T6151
\ Envelhecimento natural
..f
5 \ 30 dias
• R O
"~ \
.
removido
l',li •
Z
\
O"
E I., "
•
\ •
o I., 8 12 16 20 21., 28 32 36
POROSIDADE,"I.
140 ---------~----.
120
oros 690
. .". ..
,E
z
40
Porosidade
superficial
20
Ti -6AI-4V
R".06 6.9
O~~~~"~~~~~-JO
4
N
8.4.6 Fendas
Não existem dados publicados da presença de
numa junta Geralmente uma um defeito planar, um
efeito semelhante a uma falta de penetração.
Sob de carga dinâmica as na junta propagar-se.
a maior parte de alumínio soldáveis possuem
cidade. a tolerável será elevada antes de ocorrer uma fractura
8.5 COMPORTAMENTO À COMO CI,(ITÉRIO A
DUM DEFEITO INICIAL
"'-="",-"",-,
Processo de
Dimensão da fenda, ar
duma fenda por fadiga ser expresso matemati
camente por uma
'f[ (~K)"']
639
- 3 , : - - - - - - - -....
.2
~ -4 u
u
:Q
..':: E.
<5 E
o..
O)
.9
Z -5
"C
-.õ(!
-o
-6 ..............~.........~.........~-I-5
10 20 40
um terço).
Devido ao efeito combinado dos factores atrás indicados. vão criar-se durante a
operação de soldadura tensões de térmica elevadas que originam elevadas tensões
resíd uais nas j untas soldadas [32, 33 O da sobreposição de tensões e
tensões aplicadas depende da e do plano da : tensões resi
duais de ao plano da fenda tendem a acelerar o crescimento da
fenda. enquanto que tensões residuais de compressão tenderão a retardar a propagação
da fenda (provocando eventualmente a sua ou dar à da fenda
com da inclinação da reeta da/dN f LlK) 17]. A presença de ten
sões uais representa outro factor que propagação simples do tipo da lei de
Paris, determinadas para de alumínio, não têm em conta.
de todas as é possível usar -em
de cálculo de previsão do comportamento à de estruturas de alumí
nio soldadas. contendo defeitos. que se têm revelado não só como bastante fiáveis.
Uma é a proposta no documento PD6493 [ Esse método de
cálculo será descrito para o caso de soldadas de aço no 10, ser
usada de modo similar para as ligas de alumínio
1II Subsliwido pclo códi"" IlS xIIH. ainda sob a forma dé proJec!<i para di,c"ssil" pública.
41
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644
COMPORTAMENTO À FADIGA
9.1 INTRODUÇÃO
topo a topo devem estar situadas em secções onde as tensões sejam mínimas e a secção
a soldar seja red uzida. como está ilustrado na figura 9.2.
Numa estrutura mais complexa. as juntas devem estar situadas fora de zonas de
mudança de direcção. delimitando troços com formas equilibradas e transportáveis (ver
figo 9.3).
~ .
L
I
.4~ i ~~
I
_1 .~ I
I
I
i I
j l
.4t. r -: .4 •
Fig. 9.2. - a) Junta situada na secção mais solicitada e de maior área: solução pouco recomendável.
b) Solução mais favorável que a).
Na figura 9.4 é ilustrada uma situação em que a substituição duma junta topo a
topo por uma junta de canto executada sobre uma placa de ligáção, soldad~ a um dos
elementos para evitar uma soldadura em posição, pode acarre~kr complicações na solda
dura em estaleiro, bem como um comportamento em·serviço menos adequado:
possibilidades de ocorrência de arrancamento lamelar na chapa@
pior comportamento à fadiga (se as solicitações forem cíclicas)
introdução de esforços secundários de flexão resultantes de desalinhamento, que
poderão ser difíceis de evitar.
Fig. 9.4. - Alteração do tipo de junto de ® para ®, que se traduz em pior comportamento
global da junta.
11 11
II
Fig. 9.5. - Soldadura de reforços ou nervuras opostas.
~1!i.II4LII.ll:1lllL-~ ~/"~lllllll.lll;Wllllll.ll
o I d 11 'd ! c
IL""""","""., um
1
Para terminar, deve referir-se que é essencial prever na fase . de projecto dispositi
vos de montagem auxiliares das juntas a efectuar em estaleiro. de mod? a garantir:
apresentação das partes a soldar precisa
alinhamento correcto
e ainda permitir regular o afastamento dos bordos da preparação para facilitar a pene
tração da soldadura.
'J))) )))JJ
2 3
T i IPO A
T
TIP O 8
~
li ~-
fi
TIP O C TIP O O
Quando as vigas são formadas por diversos troços, a soldadura entre troços é
efectuada do modo descrito anteriormente. A fim de evitar a intersecção das juntas,
poderão eventualmente realizar-se aberturas na alma, como 'está ilustrado na figura 9.10.
A execução de tais aberturas poderá influenciar no entanto o comportamento à fadiga .
Deve ter-se sempre em atenção a ocorrência de contracções transversais das jun
tas dos banzos e da alma, bem como soldadura de reforços e contracções longitudinais
das juntas de ligação alma / banzo, pelo que, para garantir a tolerância dimensional ao
comprimento, se deve deixar excesso de comprimento para acerto finaL após a realiza
ção da soldadura. Como valor guia pode estimar-se que a contracção transversal duma
junta topo a topo é da ordem dos 20% da largura da junta [4].
As vigas em I possuem normalmente reforços transversais para evitar o enfuna
mento da alma por efeito das solicitações de compressão ou corte localizadas ou não.
A forma e posição dos reforços pode ser variável. podendo adoptar-se diversas
soluções construtivas, principalmente quando a viga está sujeita a solicitações cíclicas, como
será explicado posteriormente. Os reforços poderão apresentar aberturas em arco de cír
culo para permitir a soldadura contínua da alma aos banzos, evitar intersecções das sol
daduras ao longo de todo o contorno do reforço para não ocorrerem crateras na extremi
dade do cordão, como está ilustrado na figura 9.10.
654'
~t='
.~
.,'
l
esp ,
12mmj ·I
1
esp
'12 mm
,, - - - - -- ,, - -
1
l.·"""""é",J
.
I
+._ . _-J-
I
,
i I I I :
k - -f
i I,
\ I i:
j: , I 'li
I
~
I l=J I
,
.
Fig. 9.11. - Diferentes soluções construtivas que visam aumentar localmente o momento resistente
e simultaneamente diminuir a concentração de tensões.
657
(j)
~r
II
V @[ ~ I
I
I
G)
--U---R- i:<:
OI I
CD diafragma r:;CV I
f:> I
-12
G)
r 12
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I
I
12
n-- i'
f'
I
I
©
® O I
I
I
I
~I ~~ ®[ @ ) I.
i
i=~
I
350
neste caso são em elevado número. o que poderá exigir instruções especiais para a mon
tagem e fabrico, nomeadamente no que se refere ao procedimento de soldadura utilizado
(cuja energia térmi~ deverá ser controlada) e sequência de soldadura. Se a viga for simé
trica. a tarefa ficará simplificada, nomeadamente no que se refere à localização das jun
tas em relação ao seu eixo neutro. Se a viga tiver de ser fabricada com "camber", embora
este possa teoricamente ser introduzido por efeito da operação de soldadura efectuada
com uma sequência apropriada, é mais correcto, principalmente se a viga for de grande
porte, introduzir o "camber" por traçagem prévia das almas (caso, por exemplo, das vigas
principais duma ponte rolante que normalmente têm de vencer grandes vãos).
Tratando-se de vigas cujo elevado momento de inércia é obtido fundamentalmente
por efeito da sua forma e não da espessura dos elementos construtivos, que é normal
mente pequena. é necessário ter em conta que as deformações introduzidas por efeito da
soldadura poderão ser mais elevadas, o que poderá dificultar a obtenção de dimensões
com tolerância, conforme os limites especificados, que poderão ser apertados (ver tabela 9.1).
Tolerâncias de fabrico
A fabricação duma viga soldada deve ser planeada e preparada de modo a obter
elementos estruturais dentro das tolerâncias dimensionais fixadas pelo projectista. A fixação
de determinadas tolerâncias dimensionais visa garantir · a funciona lidade do componente
para as condições de serviço impostas. Notar que o fabrico fora de tolerâncias pode
. 42
658
à
mesmas. A ensaios em vigas de
na optimização concepção da viga para
palmente cargas de flexão.
São à fadiga
DIMENSÃO NOMINAL. mm
A ± 0.1 ±I
I ±2 ± 3. ±4 ±5 ±6 ± 7 I ± 8 ±9
c;,. ' -1 g, c
r
~ e/
/
sLV
~Y{~1V0
~r -
~~./L
DIMENSÃO NOMINAL. mm
(comprimento da aba mais cuna)
B ± 45'
I ± 30' ± 20 '
VARIAÇÃO ADMISSÍVEL
t.e~
B ± 13
I ±9 ±6
e 4 . =t=
(2z e
;t e OI~;' += e+-
.
660
.lO
a
120
a
4000
i1
8000
a
12000
a
I('~OO I
120 315 1000 2000 4000 'o ROOO 12000 16000 20000 20000
2 :I 4 5 6 7 l!
F 4.5 (, l! 10 12 14 16
Distorção: Grau F
Paralelismo: Grau E
4. Tolerâncias de planel.a
e ~O,75 mm/metro
d - diâmetro da furação
~2mm
662
-
,
-
aiO
H (+ 6)
+0
COMPRIMENTO L
-6
+2
ALTURA H
-O
LARGURA B Tab. 9.1. parte I
4. Tolerâncias de rlanc7.a
250
1(
I 1"
~ t
'í Ban/.o slIfTcrior na dirccção transvcrsal:
I ~ll11m
100m
B
664
6. Tolerância de torção
c ;§; O,75!l1l1l'l11ctro
;§; 10 111111 .
~~u; lO.
d - uiftl11dnl de I'ura,ào
;§;21ll111
- I - -:t:
Lb2 I/b, L
1 / 'I
--
I
t
8
Tipo caixão
Viga em I
!l ~ ± 2 mm pard B e H
!l ~± 2mm para H
!l ~ ± 3 mm pard DI e D~
!l = bl -b2 ~2mm
665
r-' -+i
r=30
ot;
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-+-~~ia.--"
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I
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130
T]'I
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I
,
I-~I
I I I
®
Fig. 9. J 2. - Ligações de reforços transversais ao banzo em tracção.
667
..
T
:
I
I
I I
1 1
I
Soldada
/ ' ou I
I
I
I
~ nã.o I
l
L
I
II
J
l
BANZO
EM
TRACÇÃO
CD CD
Fig. 9. 12. - (continuação)
(J !,,'OIn n. ==
pelo que a tensão principal máxima actuante a mesma para esforços
de igual Uma solução que tem proposta
em a alma na zona da carga concentrada [9], modo a redistribuir a carga
aplicada, nomeadamente o esforço de corte. O modo prático de realízar o reforço é ilus
trado na figura 9.13. O reforço soldado topo a topo à alma e' com uma dupla
da alma numa extensão de 3/10 da altura da alma a ocorrência de naquela
zona [9]. Por outro lado, verifica-se que nestas circunstâncias é
ção da alma ao banzo em compressão seja feita por meio de soldaduras de penetração
ou pelo menos com encosto perfeito a fim de evitar fissuração por fadiga no sentido do
comprimento da junta. O mesmo se aplica à ligação dos reforços transversais ao banzo
em compressão, principalmente quando os esforços de compressão são elevados. Em
conclusão, no que concerne à melhor solução quanto ao modo de ligação dos reforços
transversais, não é evidente qual dos tipos se comporta melhor. O detalhe tipo e), pela
sua simplicidade e facilidade de execução, surge como uma boa alternativa apresentando
um comportamento à fadiga aceitável, tanto na zona. dos banzos em tracção como em
compressão, principalmente quando os cordões longitudinais de ligação da alma ao banzo
são executados correctamente, e a alma" é reforçada nos pontos de carga concentrada.
De notar que, de acordo com a classificação das juntas a apresentar no capítulo
10, o detalhe e) seria classificado na classe 80, de acordo com a classificação do IIW,
correspondendo-Ihe uma resistência à fadiga (gama de tensão) de aproximadamente
90 N / mm' para uma duração de 2 X 10~ ciclos, o que a situa do lado da segurança em
relação ao valor obtido experimentalmente, maior que 167 N / mm2. Estes valores expe
rimentais, no entanto, devem ser tidos em conta unicamente para efeito de comparação
da resistência à fadiga relativa dos diversos detalhes construtivos, dado que o número de
resultados obtidos não permite fazer uma análi~e estatística dos mesmos.
Não foram encontrados dados relativamente às juntas de ligação de reforços lon
gitudinais à alma do perfil. No entanto, tratando-se de cordões que não transmitem directa
mente o esforço, poderão assemelhar-se no seu comportamento aos cordões de ligação
da alma / banzo. Deverá ter-se em conta que as tensões de corte poderão ser mais eleva
das, embora as tensões normais sejam menores.
Assim, os factores que influenciam o comportamento da junta de ligação banzo / alma
deverão ser igualmente relevantes neste caso, nomeadamente o aspecto exterior do cor
dão (cordão executado manualmente ou com processo automático) e a existência de
pontos de paragem / arranq ue do arco.
Existem no entanto alguns resultados publicados respeitantes à influência do cru
zamento de reforços transversais e longitudinais [10]. Os modos de ligação ensaiados
estão representados na figura 9.14.
No caso de cruzamentos do tipo I, as fendas de fadiga iniciaram-se sempre na
extremidade dos reforços longitudinais e sobre a alma: os valores de resistência à fadiga
obtidos variaram entre 110-145 N / mm' . Nos cruzamentos do tipo 2 as fendas iniciaram-se
nos cordões de ligação dos reforços longitudinais aos reforços transversais, sendo a resis
tência à fadiga obtida de 50-104 N / mm'. Nas vigas em que os cruzamentos eram do
tipo 3 as fendas iniciaram-se no mesmo ponto que no caso anterior, apresentando uma
resistência à fad ,iga que variava entre 42-95 N / mm2. Comparando estas três disposições
construtivas, parece realçar-se o facto de que o aumento de rigidez introduzido pela sol
dadura dos reforços longitudinais e transversais nos cruzamentos conduziu a pior com
portamento à fadiga da viga. poderão ser consideradas outras soluções construtivas, como
a ilustrada pelo tipo 4 da figura 9.14 em que o reforço longitudinal cruza o reforço
transversal através duma abertura feita neste. Não havendo dados disponíveis para este
tipo de ligação, admite-se que o comportamento à fadiga será pelo menos igual ao do
l. Na ligação do tipo 4 o início de fissuração no
na figura 9.14.
A resistência à fadiga de vigas la minadas é superior à ;)Vl:ua.ua.i>, verifican
do-se que o seu comportamento à fadiga representa o a vigas
11 Pc.
jlPO 2
llPO 3
TIPO 4
soldadas. Por outro lado. verifica-se que uma viga laminada é mais sensível à presença
dum defeito inicial do que uma viga soldada. dado que esta contém entalhes mais seve
ros introduzidos pelas juntas soldadas que normalmente conduzem a que a presença de
defeitos só em raros casos seja o iniciador dum mecanismo de fadiga. Tem-se verificado
que a presença de tensões residuais devidas a processos de arrefecimento e de desempe
namento dos perfis laminados não conduz a alteração do comportamento à fadiga.
Observa-se no entanto, que vigas laminadas contendo reforços transversais solda
dos apresentam um comportamento à fadiga idêntico ao de vigas soldadas, dado que se
verifica que os pontos de iniciação de fendas de fadiga estão situados no pé da solda
dura de canto de ligação dos reforços trahsversalS à alma [22].
200
I ., Ir
L
I W
1
I
I I I
I
I
I I I i
I I
I i I I
:
i
I
I
,r !
I I
100 50 1001
~
I
I
A sequência de soldadura adoptada na' execução das juntas nos banzos e alma
da viga podem exercer alguma influência no comportame~to à fadiga da viga. A prática
normalmente seguida, como já foi referido anteriormente, consiste em soldar total ou
parcialmente as juntas dos banzos e só depois executar a soldadura da alma [20].
Esta sequência de soldadura evita, que a alma fique sujeita a um estado de tensão
de compressão que, se fosse elevado, poderia 'provocar a encurvadura da alma.' Quando
a junta da alma é executada em último lugar, os banzos vão ,ficar sob influência de tensões
residuais de compressão, que se verificou melhorarem o cOmportamento à fadiga da viga [23].
673
f"jjj,j'"!"'HI"jjjjjjlljjjjjj,njjJ,j,,Jjjj"""'""!"""""1
REFORÇO
COBREJUNTA
.......'
.....
REFORÇO
I"
I
I
I
• I
I
• I
_.-1
TIPO TIPO 4
espira
TIPO 2 TIPO 5
Robinson
TIPO 3 TIPO 6
2O
150- -
1
éd
~~~~~~--+
1 I
-11-. lI 25
-L._.. _.-1.
N. B.: A resistência estática pode ser 5 vezes superior
oi b 10 d - - a um pemo cf 025 mm e 100 mm de altura
: [,0 20
50 (material cf 0ttd = 385Nfmm). Ver 8S5400: Parte 5
, 25 ' 25 12
~-,----- 1
I í
~- ----~
Por exemplo, no código BS6235 [24] a junta pode ser classificada como classe
C, O ou F conforme a junta é contínua e executada com o processo arco submerso,
manual com pontos de paragem afagados, contínua contendo pontos de paragem ou
descontínua respectivamente. A cada classe, como se verá no capítulo 10, corresponde
uma resistência à fadiga cada vez mais baixa.
! i i ': I
CARRIL
REFORÇO
TiPo E
Fig. 9.20. - Tipos de fendas de fadiga que podem ocorrer em vigas de caminhos de rolamento.
Tabela 9.3 -:- Nível de qualidade de superfícies de oxicorte segundo o código sueco
StEK-N2 [21].
TRATAMENTO
CLASSE APLICAÇÃO QUALIDADE
DA SUPERFíCIE
Profundidade da Tratamento das
rogusidade em mm arestas
SK3
(Classe superior) a ~0.2 S~2
a
400
,, "-
300
c- Classe F (soldadura de canto)
200
d Metal base decapado e com nnrn",,()
150
e- Resultado de ensaios de oXlcortadas
100
90
80 Curvas teóricas
10' 10' 10' N ciclos
mm" a 108
17300
9900
JSOx 25 x f9800
I .I
36 WF 230 ---1
-1
c
_--TI
I
L-.
r~
I
d
:::
L 635
Ponto
cri li co
BANZO EM TRACÇÃO
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Fitness for Purpose Validation of Wclded Construclion. Thc W. L London Nov. 1981.
[30] PIRAPREZ. E.. "Fa/igue smngi/1 ol/lame ('til fila/r,,': lABSE Colloquium. Lausannc 1982.
CAPiTULO 10
VER'IFICAÇÃO À FADIGA NO PROJECTO
DE ESTRUTURAS METÁLICAS. CÓDIGOS
10,1 INTRODUÇÃO
a "rI. ~ _f...O;(p,-r_o...!.p_r_ie_d_a_d_es_m_eca__01_'c_a--,-s)
A
(v> I) (10.1 )
v
v - coeficiente de segurança
( 10.2)
:~~:~;.d.l
probabiti
dClda
R
Q.
44
690
Introdução
(I) Eurocode 3.
692
soldadas que a compõem. Por outro lado, admite-se que a resistência à fadiga depende
essencialmente da:
gama de tensão aplicada b.cr = cr máx -cr min
concentração de tensões ou efeito de entalhe, devido . à geometria da junta ou
a outras imperfeições presentes na soldadura.
A resistência à fadiga das juntas soldadas é expressa sob a forma de diagramas
tipo S-N, relacionando b.cr e o número de ciclos, N, de duração.
As curvas S-N referem-se exclusivamente a juntas soldadas que não sofreram qual
quer tratamento superficial, considerando-se que estão presentes na junta tensões residuais
elevadas devido à operação de soldadura.
As recomendações não têm em conta o efeito benéfico de tratamentos de relaxação
de tensões residuais, particularmente no caso de ciclos de carga com partes em compressão.
A metodologia de verificação à fadiga proposta é ilustrada na figura 10.2.
A verificação à fadiga duma estrutura soldada pressupõe que as juntas foram execu
tadas de acordo com códigos de prática ou segundo as regras da arte. A realização de
operações de inspecção visual ou de ensaios não destrutivos visa garantir que uma junta
soldada não possui defeitos internos e a sua forma geométrica é compatível com a cate
goria ou classe em que a junta é classificada.
Cátculo de tensões
Fadiga
A verificação à fadiga é baseada em resultados experimentais obtidos em prove
tes soldados de pequenas dimensões em ensaios de amplitude constante.
As curvas S-N são representadas por uma equação do tipo
N =~ (10.6)
ó'a m
694
,. r - - - t - - i - i - - j - -
'" 1--+--1--1-+-
l' ,iI'
I,!
Dura~ão. ciclos
r'l Duração,ciclos
N/mm
não é a verificação à fadiga. A estrutura conSlaelra-~se ,,,.I,,,.,,,,,,,,,,,
mente.
3
durações superiores a 10 ciclos, e para estruturas no
cado·... a a ter em conta é a gama de tensões
a tratamento de relaxação de tensões deve ter-se em conta a, razão
(I) Não existe consenso quanto 11.0 valor de' m li usar, Por isso são dados dois de curvas, O escolher um ou
outro os casos. tendo presen!~ que para uma mesma classe as curvas se inlersecUlm para
N 2)( ciclos.
695
da Classe
Configuração da junta
Tipo mostrando direcção de Descrição da junta Classe
propagação da fenda e tensão
9
~
Juntas longitudinais de penetração. oe canto ou inter
mitentes com goteira (baseada na gama de tensão no 71
banzo na extremidade do cordão)
.
10 Junta longitudinal de canto dum reforço :
1111111111111,l
_1 ::J
- Comprimento < 150 mm 71
!
Comprimento > 150 mm 63
-<:::::::::::: :::t Próximo do bordo 50
\
Ii 1l,
- I i
I oT
Junta de canto transversal dum reforço. 80
L
12
~
13
Elemento coneClOr (perno) que não transmite directa
80
mente a carga
14
~
Reforço soldado à' alma duma viga (gama de tensão
( ) rrincipal na .alma na extremidade do reforço)
80
15
1 ][ L
Reforço soldado aos banzos (gama de tensão nos ban
80
zos no pé da soldadurà)
I
.
16 r-
Configuração da junta
mostrando direcção de Classe
da fenda e tensão
19
Junta de canto sobreposta longitudinaL que transmite 50
carga dírectamente.
21
Junta de topo transversal entre com 'largura ou
espessura diferentes e com Ir"n~,,'''''' suave como indi
cado na figura (END):
'Como junta n" 2
como junta n.o 3
100
80
22
Tipo
Conliguração da junta
mostrando direcção de Descrição da junta
I Classe
I
propagação da fenda e tensão
24
r--l
li!
I
- Cobrejunta em viga. extremidade não soldada (gama
de tensão no ban7.o na extremidade da junta)
50
l
25
26
/~
J(/~ Cobrejunta com largura superior ao ban70. não soldada
na extremidade (gama de tensão no banzo)
50
27 /
I~~
Material base com superfícies de oxicone. Arestas alaga 125
das. Sem fendas quando inspeccionadas
., -
28 r
/ ~ Metal depositado de juntas de canto. que tmnsmitem
/ I
-\ earga d ireetamcnte. Fendas na ra il. (Baseada na ten 45
V
" L-
são na garganta do cordão). Ver junta n." 17
700
m =3.0
LIMITE FADIGA
C na eqllação (I)
N:mm'
125 3,91 X JOI2 92 125 X 10 11 96
12
112 IX 10 82 112 2.,97x 101' 86
100 2,00 X 1012 74 100 191~ 77
90 1,46X 1012 66 90 1,38X 10)) 69
80 1,02 X 1012 59 80 9,16XI012" 62
71 7,!6X 10" 52 71 6,OJX 1011 55
63 5,OOX 1011 46 .63 3,97 X 101l 48
56 IX 10 11 41 56 2,63 X 1012 43
50 2,50x 1011 37 50 1,77 X 10" 38
45 1,82X 1011 :n 45 1,22 X 10" 35
( I)
ou
Llcr > 26 N/mm"
- N / , gama de tensão
A duração à fadiga de um elemento estrutural é função de:
de tensão aplicada,
classe detalhe
As tensões devem ser calculadas por meio de uma da estrutura
nas cargas com que a estrutura é solicitada. Devem ser
ou corte, tendo em conta factores de concentração de tensÕeS introduzidos
. pela forma do componente e não pelo detalhe em si.
As curvas de projecto propostas e na 10.4 às
curvas BW. As curvas representam as curvas menos 2 desvios padrão correspon
a uma probabilidade de sobrevivência de 97,3%. As curvas de inclinação variável
701
1000
~ 500
<l
I~
V\
w m =5
~
100
1
«
!-'
50
--
5 5 10
7
5 \0 •
CICLOS, NR
Fig. 10A -- Curvas de fadiga da ECCS (curva média menos 2 desvios padrão) [21].
(I) Rcprodu7ida com a devida aUlori7ação do Arncrican In"ilule ar Stecl Conslruclion (AISC). The Wrig.lcy Building. 400 Nonh Michi
gan .Avenue. Chicago_ Ulinois 60611-4185. USA.
702
I - Chapas, barras
2 - Perfis lamínados
160
Não maquinado -' arestas vivas, defeitos superficiais e
de laminagem removidos por esmerilagem,
(1)
Material base com bordos oxicorte maquinados e
inspeccionados.
LiKações aparafusadas
127
8
~~ - (B)
Chapas soldiula.\· e \'iXas caixão - Juntas con(ínua.\'
8,9 -
lonXÍludinais
~("
9 executadas automaticamente e ou juntas de topo
executadas dos dois lados sem pontos paragem
I
. arranque.
~[10~
I'
114 10 10 - Zonas de juntas topo a topo contínuas execu
tadas só dum lado sobre cobrejunta e sem pon
tos de paragem arranque.
~
II - Zonas de juntas longitudinais contínuas de canto
' ~ ou topo a topo executadas dos dois lados mas
1/4 /I
II contendo pontos de paragem arranque.
Juntas decanto ou de topo longitudinais con
(11) tínuas feitas manualmente.
~
12 - Zonas de juntas longitudinais executadas só dum
90 lado. principalmente vigas caixão. É importante
12 (12) um ajuste apropriado entre os ban7.0s e a alma.
O talão da preparação deve ser adequado à
obtenção de penetração na raiz do condão.
~~
80 13
Juntas de canto lonKitudinais intenilitentes
(n)
",~i
14
72
14 - Zonas contendo goteiras em juntas longitudinais
- ou juntas em T.
704
~
-:
._ ( 17)
I .
(20)
incl. > I :4
80
~ 21 - Emcndas transvcrsais como em (20) com transi
ção (em secção ou cSrt:ssufaj > I : 4.
r=-: :
(21)
72
A~ ~'--:-'
.~ (23)
22 - Emendas transversais topo a topo com cobrejunta.
Extremidade da junta de canto da cobrejunta deve
/~
estar a urna distância > 10 mm do bordo da
(22) 'ilO mm,;. . chapa sob tensão.
I..
DIT
.
II
-I-'-i
I
MlIlm 'I
'~ - '
23 - Juntas topo a toro transversais como em 22. mas
. com transição (secção ou ·espessura).
SI
~ ~lomm
24 - Juntas topo a topo transversais como em 22 com
extremidade das juntas de canto da cobrejunta a
(24)
~
&(27)
25 - Cordões de canto longitudinais. Classe do porme
nor varia com o comprimento do elemento .
72 .I r
45
706
Soldaduras Ifansl'ersais
HO t..~ 12
mm
28 - Cordões de canto transversais com extremidade
a uma distância superior a 10 mm do bordo da
chapa.
mm
Juntas sobreposTas
b b < 8t
57 35 35 - Junta de canto sobreposta com cordões e chapa
principa l ais resistente que elementos sobrepostos.
t ';;
51
25mm
Cohrejul1las em \'igas (' \'igas soldadas
101
=v 40 - Parafusos em corte
80
41 Elementos conectores sob corte, Rotura no COt
dão, Tensão de corte calculada com base na secção
m 5
nominaL
t t
42 Parafusos ou elementos roscados sob tensão de
36
11+ O
J(42)
(tensão calculada na mínima),
fenda no
dãO ~ 49 - Semelhante a 48 mas com espessura de parede
51
i ~
(49),
<8mm.
72
. ~~-_
.
nW I
*
(50), - , 50 ·- Perfil circular ou rectangular soldado com cordão
-
•
- - .
de canto a outro perfil tubula r.
. .
,I .
710
52
(2) t: .. 8_ 52 Semelhante a 51 mas t < 8 mm.
51
53 53 Perfil tubular rectangular. Junta de topo com
intercalar e em V.
;;;'8mm.
(53) t: l: 8 I11III
(SI.) t c 8 I11III
54 Semelhante a 53. mas com espessura t < 8 mm.
45 54
Di')
meio de intercalar. em meio V
(59 ) Límites: diâmetro:;;;; 200 mm
esp. da chapa:;;;; 20 mm
59 Semelhante a 58. mas com junta de canto.
(60 )
59
45 60- tubol chapa. Extremidade do tubo
entalhado.
58
61- tubo/chapa. Extremidade do tubo com
entalhe.
Limites: espessura:;;;; 20 mm
diâmetro do tubo:;;;; 200 mm
36 60
711
~
com ou sem cordão (se a cobrejunta for mais
larga que a . viga,é essencial -a execução de um
I> . cordão na extremidade (ver classe 45 para a verifi
36 15 Illm cação à fadiga do cordão).
712
72 ~."
t;
1.2
Geral
I 20 ood' IOOOOOb
2 100 000 500 000'
.\ 500 000 200000d
4 > 2 000 000
I
b Ap rox imadame nte igual a dez apl icações diárias 'd urante 25 anos.
Introdução
Metodologia de Análise
Classe Exemploi21
Tipo Tip0111 N."Croquis
Locali7.ação de tensão
Pormenor Tensão Figs.
(Ver tab. 10.6) 10.6 e 10.6
i-
Material
Matt:rial bas<.: com suped1cic dt: larninagt:rn ou limpa. T ou Al.T. /\ 1.2
base
Membros Material base e metal depositado em mcmbros s.::rn T ou ALT. '8 :1.4.5.6
soldados reforços. fabricada com chapas ou pcrlis ligados por
juntas de topO corn penetração total ou parcial conti
nuas ali juntas de canto paralelas à dirccção de apli
cação da carga.
Clas~
Exempl o")
Tipo Tipo " ) N."Croyuis
Localização de tensão
Pormenor Tensão Figs .
I (Ver tab. 106) 10.5 c 10.6
Juntas com Metal base e metal depositado de juntas de topo com T ou ALT B 10
chanfro penetração total em emendas de componentes com a I
mesma secção transversal. afagadas. com esmerilagem
na direcção da tensão. Juntas inspeccionadas com raios
X ou ultra-sons de acordo com código A WS D 1. 1. I
Metal base e metal depositado de juntas topo a topo T ou ALT. B I 12. 1:1
com penetração total com em transições (secção ou espes
sura). Cordões afagados de modo a produzir inclinações
inferiores a I a 2'/2. Afagamentos na direcção da ten
são. Juntas inspeccionadas com raios X e ultra-sons
de acordo com AWS D 1.1.
Metal base e metal depositado de juntas topo com r o u ALT. C ro. It 12.
penetração total com ou sem transição com inclinação 1:1
não superior a I a 2' /2. Reforço não removido. Junta
não inspeccionada com raios X ou ultra-sons de acordo
com A WS D J. I.
Classe Exemploh
Tipo Tipo "
Locali7ação de tensão N."Croquis
Pormenor Tensão
(Ver tab. 10.6) Fig. 5.6
.
-~\ \-- -O~
O
O
8
p=
c$ t?
cj ~)
2 --\ O
O ~~ \-
,
9
--\ \--
3
--1 l-
~)
lO
C1.:!:oo -l<
4
B )" E ,
7
(i 1 ~)
C] I
),) Ii
7--
5
--( 71 \2
ct: G
~) --! C 13
7
7\8
24
26
-o::
27
719
tensões residuais
exc~ntricidades não superiores às tolerâncias de fabrico
(I) Reprodw:ida com a autoriz.ação da British Standards Institulion. 2 Park Slr«l . London. WI A 2BS. UK .
Tabela 10.7 -a) soldados na do elemento estrutural [ I).
Produ/o 'Aço em chapa t perfis taminados: elementos çompo;\tO--'i Varão para
FOTmo betão
POIencwis Elemento secund::Õjrio longo (na direcção de ar) Elemento sccundá Em Em intcracção
PumCU(/f no elemento de juntas ou
JnÜ"itJràu (ie entre barra~
Afastadil'l da: c:tttrcmidadc do Cordão lon
Fen(IQ"~ dI'
cordão gilUdinal tO
lli"IÍR" Próximo da
extremidade
do membro
pontOs Evitar
SLoP/s1311
IIt.Vffll'iio Isento de
ddeitos
si~nificati'Yos
Tf',lW() de I Sea;iio tramiVcrsal mínima onde se situa pontO provável dt: inicíavão da fenda
,'ti!cu/Q'(.w-<'riWj
Ttnsàv th- etil·
('u/o. Parômetro
Fi.Jrma
fi,
P(m((J,~dt'
Iniciarão
elas/miJas (;I(l rcmidadc
\ il.rJo c 3 ~ur('r·
com terceiro membro membro à r~ne
Irans~\:rsalrTl\:nIC C fiei!:: de Chi:lp'd
lateral doutro
c atraves da junta
Usar facto .. de
-....I
N
iniciação
a)
0-:=
N
t =espessura
garganta
f
iii) de
Nos casos em que não se dispõe do espectro de carga. o código permite o uso
do "método Rainflow" ou "método do Reservoir" para a contagem dos ciclos.
Deve referir-se de passagem que este código coloca maior ênfase na definição de
espectros de carga e não de tensões. A mudança de ênfase deve-se ao facto de uma
dada carga. por exemplo. um comboio. originar diferentes espectros de tensão quando
aplicada a uma ponte com um vão pequeno ou grande. Assim para uma dada ponte. os
espectros de tensão a considerar poderão ser diferentes para os diferentes detalhes em
estudo.
(10.10)
N - número de ciclos previstos até ocorrer uma rotura
K" - constante relativa à curva S-N média (50% de probabilidade de rotura)
~ - inverso do antilogaritmo do desvio padrão do log N
Classe Ko 6. m
( I) Rcprndm.ida com a autllrilaçãll da Britis" Standilrds InstitUlion . 2 Park Stn",. London W I A 285. UI(..
724
Probabilidade de colapso d
50% 0*
31% 0,5
16% 1,0
2,3% 2,0**
0,14% 3,0
.. Curva média
.... Curva projeclO standard
Estes considerandos são ilustrados na figura 10.9: quando C1( < a" a curva S-N é
modificada diminuindo a sua inclinação que passa a ser - 1/ m+ 2.
Quando se efectua a aplicação da Lei de · Miner, se L nl N > I podem tomar-se as
seguintes acções:
Reforçar a junta ou detalhe com vista a diminuir o valor de ar
Alterar a junta ou detalhe de modo a que possa ser classificado numa classe
_de categoria superior.
725
o
10
oO
~ ~
i L LL
I I 1 L'1 li 1
I / '
, I' li 11 L
1
I
I
I
IL / I
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Ii Ii I Ii V/ ! i
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V I ,
j
I
..
o
~
' o o o 000 o o o o o o <ll o
o o..n OC7UD ~ \O Ln..z M N -
r-l N - ....
ZWW/N'~
Fig. 10.& - Curvas de projecto a r - N (curvas médias menos 2 desvios padrão) [I}.
726
Limite
;f no ar
___ 1________________ _
curva efectiva obtida eob
carga de amplitude variável
,,'~ equivalente a alterar a in,lina9ão
" da curv3 ac~ma de N=10
1~----------------~----------------~----~--
I 107
N, ciclos
10.2.1.4.1 Introdução
11) Rcproou1jda com a devida aUlori1.ação da AmericlIl Welding Society. 550 N, W. Lejcunc Road. Miami. Florida 33126,
727
carga.
I
Tensão de flexão no pé de cordões de reforços transver- C 6
silis em almas ou banzas de vigas.
a) R ~ 600 mm B B C E 13
b) 600 > R ~ 150 mm C C C E 13
c) 150 > R~50mm D D O E 13
d)50 > R~0 E E i E E 12, 13
I
Juntas com Metal depositado e metal base em juntas com penetração C 8,9, 10. \I
chanfro tota( com ou sem transição ou com inclinação não supe~
rior a 2 1/ 2. Reforço não removido e junta ensaiada com
END.
728
Classe Exemplo
Locali,ação
ver figo 10.10 ver figo 10.10
a) R:;:a:600mm B 13
b) 600> R:;:a: 150 mm C 13
c) 150> R:;:a: 50 mm D 13
Reforços
IVIl1:;ILlJUIlIaI> por cordões de canto intermi
tentes.
Pemos
Tensão de corte em elementos conectores. tipo pemo. F 14
c
)
'"''''---·E-Metal base
F - Metal depositado
Para cada detalhe da estrutura deve ser definido o espectro dt: carga para um
período de serviço de 20 anos, sendo a resistência à fadiga obtida pela aplicação duma
lei de danos acumulados expressa pela relação
(10.13)
730
--- --
&0
..
S~
'O
r- r
r- 1-1
-I-- r-..
30
r--::: t r-
r- 1'--1
------ at"9 0ria ""-1
-- - 9,
I--r--...
20
t--. r- r-. t-...-- 1-1'- r r- atQ'9oria
\5
Vl
::c - - t-
f-...r ~ ~ F:: r-:.
I'-
........-
Cal<;Q·) r ia r-Cal"goria C (oulros r"for~os'
O
10
10
9
B
~
. r-. - F;:
~
Vl
C
7
Ó
r-. ~
Cat"aor ia D~
Q,I
5
...... Cal"9oria E
O
,
E
O
~
• Re prços ram ·cr aI. s Ic fl"( ti à alma OL banl. s de v ig~s
Duração
Fig. 10.11 - Curvas de projecto para éategorias A-F - estruturas redundantes [23].
60
50
I
1,0
r--
---
,
-
30
r- Cat"9 oria A'l
20
r--..
t--- t-- r- ..... cat"goria 81
--- - - -
Vl IS t-
::c r- r- I c· I
~ t-
éattgoria
t- I- r:~ f - - f ,.... ....... -I... . ~ -, __
- ~-
--.
- --I
O lO o.~gorlQ C
10 .......:
9 I
Vl 8
C t- I 1-1
7
I-- I
~ 6
I -........ ~t
CQt"9 .>r ia F
.1
IL
5
o
E I,
r--.. Calqqoria o ~
o f ' 1--1
~ 3
t---r
.R forço trar ~ve rsas .~ ~ à alma ( u ban bs kI, VI as Calroaria E..J
I 7
. I, x lO
Duração
Fig. 10.12 - Curvas de projecto para estruturas não redundantes [23].
731
com A ~ I. N pode ser obtido usando a figura 10.13 . Em áreas onde coexistam tensões
normais e de corte deve user-se no cálculo a gama de tensão correspondente às tensões
principais máximas.
O código propõe um tratamento diferente para juntas tubulares e juntas não
tubulares. Pela sua especialidade não será abordado o caso das juntas tubulares remeten
do-se o leitor interessado para a ref. 24. O cálculo da resistência à fadiga para o · caso de
juntas tubulares do tipo T e K é feito usando o método "punching shear". O código
propõe duas curvas tipo S-N para cada tipo de junta .T e K e uma terceira curva para
. juntas situadas nos membros tubulares que não sejam intersecções de membros ou nos
casos em que as juntas do Tipo T ou K (intersecções) são sujeitas a tratamentos superfi
ciais de acabamento (ver tratamento mais detalhado em capítulo anterior).
~ 1
~~ 1
~~ ".....,
1'-1'
I'- r'-r- ~
100
9
tS:f:::: t:::
.......
~
.......
I'
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~ f". K
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........ '"" o
1 8 ....... I' ........... .......... C- f'...
E 1
Z .......... 1'- "'; A
Õ
~ S ~ ........... bel'-, 1:'-" J".
~ ..........
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A
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l' ~ 1"'-...; f '
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r--.. AI'
~ ~
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....., IA' 5 ...
s...
~ ~t'- ~ , 5'" 1
~
A'Af< ~
5W,ÀGUi'. DO 1"1:.12 5 ...
10
9
8
N,ciclos
(I) Reprodu/ida C{1m li ulIlorilllçi!o da Ilrilish Slandard Inslillltion. 1 I'llrk Slrcc!. I"ndon WI /\ 11lS. lIK.
732
D=L~
N
menor ou igual a I ou em aplicações críticas D = I! 3. O código prevê a utilização de
métodos de melhoria do comportamento à fadiga, a que correspondem as cuvas XI e KI'
(I) -Rcl'mdu~ida com a devida aU!Ori7.ação da British SllIooards Irt,ti!ution. 2 Park S!n."L'1. l.cmdon. W I A 2BS-.
(2) "Rcproduúdll do AWS DI.I~I co", allwri,aç50". '
Tabela 10.11 - Classificação de pormenores [24].
a) Superfícies maquinadas e polidas; sec A Não deve ser usada a classe B para um mem
ção uniforme ou variando uniformemente. bro susceptível de adquirir pontos de conoentração
de tensões durante a sua vida ex.: por efeito de
b) Material base no estado de laminado•.
corrosão por picadas. Neste caso é mais seguro
ou com superfícies limpas mas sem bor B --~-
escolher a classe C.
dos oxicortados ou cantos reentrantes.
Cantos reentrantes em superfícies oxicortadas
c) Como em b) mas com bordos oxicor
devem possuir raios superiores à espessura da
tados afagados ou maquinados de modo B
chapa.
a remover todas as linhas de corte. (f:Jt)
I A presença de cantos reentrantes originará COIl
d) Como em b) com superfícies de oxi
centração de tensões ,de modo qUe a tensão de
corte obtidas com procedimento contro C cálculo é igual à tensão nominal multiplicada
I lado. As superf1cies devem estar isentas de
pelo facto r de concentração de tensões respectivo.
fendas.
NOTA : Modos pOlenáais de colapso. Em material base não soldado as fendas de, fadiga iniciam-se à superfície normalmente em irregulari
dades superficiais ou cantos. Em construção soldada só raramente se iniciam no material base,dado qlle a resistência à fadiga do pormenor
soldado é muito menor. Em aço com furos de rebites ou parafusos ou outros pontos de concentração de tensões introduzidos pela fomla
do membro, as fendas iniciam-se nos pontos de concentração de tensões.
I
- --
--J
W
W
Tabela 10.11 - Classificação de pormenores [24]. (Continuação)
a) Juntas de topo eom penetração total. O método EN () deve ser escolhido tendo em
com rerorço aragado à racc. com acaba vista a detccção de ddeitos signifiC<.\ti\'Os. A impor
mento deetuado na dirccção da tensão. B tância de defeitos eventualmente detectados poderá
A junta dcve cstar isenta dc dcreitos com ser avaliada com base cm metodologias basea ~
c) Como em b), mas junta contcndo para D Para o caso de soldadura de cobrejunta , ver
gens não aragadas. parte 6.
NOTA I : Modos potenciais de colapso. Com o rerorço da soldadura as rendas de radiga iniciam-se em dereitos existentes na junta..,No
estado de soldado as rendas iniciar-se-ão nos pontos de paragem. ou. se não existirem. nas irregularidades da superrície da soldadura.
b) Di.l"lância ao.\' hordo.\". A fixação dum valor mll1uno para a distãncia da soldadura ao bordo do elemento soldado tem como objcctivo
limitar a po~~ibilidade de ocorrência de pontos de concentração de tensões nos bordos do elemento como resultado de mordeduras. salpicos
ou outros (ver também parte 4). Embora se fixe esta distância normalmente em relação à largura do elemento é igualmente importante
assegurar que não ocorrem ddeitos de mordeduras em cantos não soldados de cobrejulltas ou ban7.0s de vigas soldadas. Se estes dcreitos
ocorrerem devem ser aragados.
I
Talfela .10./1 - Classificação de pormenores [24]. (Continuação)
Tipo - Descrição
Classe Comentários Exemplos
b) Soldadurd.~ cfcctuadas em oficina. manual Soldaduras crCctlladas elll posição ou com o arco ~
mente ou por processo automático (sem D sllomerso possuenl em geral um reforço com,
ser arco submerso). desde que na posição forma menos ravorú\'c!- soo o ponto de vista de
ao baixo. t~ldiga. Assim ,essas juntas são classificadas na
classe E e não na D.
c) Soldaduras cfectuadas por outros méto Nos casos o) e c), os cantos da secção tranS\"l~ r
IQ
______~ ---::T
dos que não os referidos nas alíneas a) e E s,1I do elemento soo tensão l1a 1011:1 do pé do
b). cordão. de\'em ser afagados de modo a forma r
uma transição sua\'e.
~ .
Notar que \'ariações oruscas de espessura não
,, .' '
sào permitidas em mellloros sujeitos a tildiga. . ,J.' ,
3.2 Metal base adjacente ou metal depositado, Notar que, se a cobrejunta for soldada com cor
a juntas topo a lOpo com peneIração tOlal dão de canto ou com cordões de montagem aos
. efectuadas sobre cobrejunta entre chapas elementos principais, a ·junta poderá ser reclassi
@--Qp
com igual espessura e largura; caso exis licada na classe G (ver 4.2).
F
tam diferenças de espessura ou largura
devem ser maquinadas de modo a formar
uma transição com inclinação inferior a
1: 4.
3.3 Metal base adjacente ou metal depositado Variações bruscas de secção podem ser evitadas
. de juntas de topo com penetração total pelo recurso a elementos com uma forma de
soldad.as pelos dois lados entre elementos modo a assegurar uma transição suave entre os
F2
com largura desigual, com extremidade da dois elementos e de modo que a junta de topo
junta maquinada para um raio de curva é efectuada entre chapas com a mesma largura .
tura não inferior a 1.25 vezes a espessura. Notar que para este pormenor a concentração
de tensões introduzida já é lida em conta na
classificação.
NOTAI : Modos potenciais de colapso. Com as extremidades do cordão afagadas à face dos bordos da chapa, as fendas de fadiga iniciam-se
normalmente no pé da junta quando no estado de soldado. Assim, a resistência à fadiga depende em larga medida da forma do reforço da
soldadura. Se o reforço "for afagado à face, a concentração de tensões por ele introduzida e a fractura estará então associada à presença de
defeitos. · Em Iuntas com cobrejunta permanente as fendas de fadiga iniciam-se na ligação metal depositado cobrejunta e em juntas com
penetração parcial (que não devem ser usadas em condições de fadiga), na raiz da junta. . . '.,
A menos que executadas sobre cobrejuntas permanentes (ver 3.2) juntas executadas inteiramente só dum lado não são classificadas para
efeito de fadiga, dado que é possível controlar dum modo adequado a forma do perfil do cordão da raiz que é o local onde é provável que
se iniciem fendas de làdiga.
. NOTA 2 : Tensões de cálcu/o. No cálculo das juntas do tipo 3.1 e 3.2 que apresentam desalinhamentos, deve ter-se em conta a excentrici
dade introduzida. Um método aproximado de ter em conta a excentricidade na direcção da espessura consiste em multiplicar a tensão
nominal por (I + 3 eft), sendo:
.e- distância entre linhas neutras dos membros soldados; se um dos membros tiver sido maquinado para fazer urna transição suave, considerar
a linha neutra do membro não maquinado.
: ~. E,f!1juntas,com suporte Jateral, comop~rexerpplobanlOs dumaviga que são suportados pela alma, pode desprezar-se a excentricidade.
.t.1:.',
~ Tabela 10. 11 - Classificação de pormenores [24] . (Continuação)
I
I
4.1 - Metal base (do membro sob tensão) adja
cente ao pé ou extremidade dos elemen
I
tos soldados de topo ou de canto inde I
4.2 - Metal base (do membro sob tensão) no Notar que esta classe é aplicável a elementos ou
pé ou extremidades de juntas topo a topo reforços de todas as dimensões. Incluirá assim
ou de canto em elementos secundários sol por exemplo, a ligação em ângulo recto de dois
G
dados nos bordos ou cantos, ou a menos de banzos. Em tais casos pode evitar-se uma clas ~-
10 mm, de elementos sob tensão, independe0 sificação baixa recorrendo ao uso de chapas de:
temente da forma do elemento secundário. transição (ver 3.3).
_ . _-
-...J
W
-...J
--.J
'..;.J
4 - ELEMENTOS SECUNDÁRIOS SOLDADOS À SUPERF'fClE DUM MEMBRO SOB TENSÃO (continuação) 00
4.3 Metal base (dum membro sob tensão) no Notar que esta classificação não é aplicável a
pé duma junta de topo ligando um membro juntas com cordões de canto (ver 5.1 b» . No
sob tensão a outro membro que o atravessa. entanto é aplicável a cargas tanto na dirccção
L ou T no croquis ao lado.
NOT A.: Modos potel/ciais de ./i'acllIra. Quando o cordão é paralelo fi d irecçiio da tensão aplicada as rendas dc lad iga. iniciam-se normal
mente na extremidade do cordão. mas quando é trans\'ersal à direcçiio da tellsão iniciam-se normalmente no pé da soldadura: para elemcll
tos secundários que envolvem juntas executadas só de um lado as fendas podelll iniciar-se Ilil rail da soldadura. As fendas propagar-sc-ão
então para o membro sob tensão. Quando os cordiks estiio num bordo ou nas pro"imidades dUIll membro traccillnado. a concentração de
tensões aumenta c a resistência à radiga diminui: por esse mmi\"() se especilica lima "distiincia ao bordo"lllínima.
Tabela /0.11 - Classificação de pormenores [24]. (Continuação)
5.1 - Metal base adjacente a juntas cruciformes O membro Y pode considerar-se como junta que
ou juntas em T (membros com a referên não transmite o esforço directamente (ver 4. 1).
cia X). Notar que neste caso a limitação da distância
ao bordo é aplicável. --4ffJ
a) Juntas executadas com penetração total
sem mordeduras nos cantos do membro. F ~
afagado por esmerilagem local.
b) Juntas de canto ou com penetração Neste tipo de junta a fractura ocorre de prefe- I
-~
parcial e sem mordedura nos cantos do F2 rência na garganta do cordão, a menos que a
membro afagado localmente por esmerilagern. sua dimensão seja suficientemente elevada (ver 5.4)
-~
-~~
--~
5.2 - Metal base adjacente ao pé de juntas de A tensão no membro X deve ser calculada supon
canto que transmitem o esforço directa do que a sua largura efectiva é igual à largura
mente, que são predominantemente trans do membro Y
versais à direcção da tensão (membro X
no croquis).
5.4 Metal depositado de juntas que traflsmi Esta classe inclui juntas com esforços cíclicos de
tem directamente o esforço, de canto ou contacto, como na ligação de reforços em vigas,
com penetração parcial. com os cordões soldadas aos banzos. Neste caso devem calcular-se
W os cordões admitindo que o esforço não é transmi
siluados transversalmente ou paralelamente
à direcção da tensão (com base na ten tido por contacto
são nominal de corte na garganta do
cordão).
NOTA: Modos potenciais de fractura. A fractura em juntas cruciformes ou juntas em T com penetração lotai inicia-se normalmente no pé
da soldadura, mas em juntas de canto ou de penetração parcial as fendas podem iniciar-se no pé ' da soldadura e propagar-se através do
metal base ou na raiz da mesma propagando-se através da zona de metal depositado. Em cordões paralelos à tensão aplicada, no entanto,
as fendas iniciam-se na extremidade dos cordões propagando-se no metal base numa direcção perpendicular à direcção da tensão; fracturas
através do metal depositado não são vulgares. Quando um cordão está localizado sobre ou na proximidade do bordo dum membro sob
tensão o facto r de concentração aumenta, vindo reduzida por isso a resistência à fadiga.
TábeJa /0:1 J - Classificação de pormenores [24]. (Continuação)
I .
I
6- PORMENORES EM VIGAS SOLDADAS
6.2 - Metal base na extremidade duma solda Esta classe inclui todos os reforços ligados à alma
soldados.
midade.
cruzamento da soldadura transversal, ao mesmo
tempo originando uma concentração de tensões
(~)
elevada na ligação da soldadura longitudinal ao
banzo, a qual está precisamente locali7-3da no
bordo do banzo.
6.5 - Extremidades de soldaduras descontínuas; F Inclui cordões de montagem não cobertos por
ex : soldadura ligação alma/banzo intermi passes contínuos, por exemplo 1i0 caso da sol-
/
tente, cordão de montagem a menos que
dadura de cobrejuntas.
I cobertos por passes subsequentes contínuos Notar que esta classificação permite a existência
ou adjacentes a goteiras.
de goteiras não devendo portanto ser vistas como
concentradoras de tensão adicionais. ~ 1
NOTAI : Modos potenciais de FaC/ura As fendas de fadiga iniciam-se geralmente no pé da soldadura e estão especialmente associados a -...I
I .j::>.
concentração de tensões locais na extremidade de cordões, soldaduras de retorno de pequ.e no comprimento e mudança de direcção.
NOTA 2: Comentário geral Muitas das juntas ilustradas nesta tabela são também apresentadas dum modo mais geral na tabela 10.11-4.
Elas são anresentadas Dor serem aqueles que ocorrem com mais frequência em vigas soldadas.
I
Tabela 10.11 - Classificação de pormenores [24]. (Continuação)
o
i?~;i:j:;1l1~~k~.:v.J.~~~i;'::~;~ ~.;. ~ .t ' : .. .- : .J "
743
100
1000
50
20
~-
, O
111 ~ 10
:s:: v
O
10 E
O
lO
111
]
c: Go
O
1\1
> K1 200
O
Kl O
E
E
O
(!)
'f 100
O
(!)
Ciclos, ,N
Fig. 10. 14 - Curvas de projecto para estruturas tubulares redundantes em serviço na atmosfera [23] .
Introdução
19N
° 1/ 6 2/ 6 )/ 6 4/ 6 1/ 6 6/ 6
~
5) 1 I I '. I I I I
e I 0,975 0,944 0,906 0,856 0,787 0,666
t ~
~
tl 52
Om = 1/ 2 (Omá'. +Omin)
0 0 = Tensão máxima que é atingida ou
o 1/6 2/6 3/6 1./6 5/6 6/6 <10 = Tensão máxima do espectro convencional
IgN
-",-
ao= Tensão mínima do espectro convencional
tgN
N= 106
Fig. 10.15- Espectros de tensão convencionais [28].
..tr'.) Reprodu7.ida com a devida autori7ação da OIN OeulSches Institut fúr Normung. Cópias da norma podem ser obtida~ da Beuth Verlag
':GmbH. Burggrafenstrasse 4·10. 0-1000 Berlin 30..
745
cr., O, cr,.D
. - tensões admissíveis normais correspondentes às tensões cr.\ e crI.
, - tensão de corte
023
~
Componentes soldados longitudinalmente.
p
III Componentes ligados por juntas de topo )P P 100
de qualidade normal. transversais à direcção
P
de aplicação da tensão X PIa0
.......... .... ................ ..... • ..... ..• . ........... ................. , ..... ............ ...... " ...
F-',
~~
154 Alma e banzos curvos ligados por juntas
')}L'C
em K de qualidade especial (penetração
total).
~
Componentes de perfis laminados. ligados
211
por juntas transversais à direcção da ten c\)W P 100
são. de qualidade especial (junta de topo)
qxp. P 100
... .......... . •••• 1. .., .. . ......... ........ ..... .....................
'
.. ..... ,..... ............ ... ........... .... ..... ................................. ..... .-.- ............. ........... ............................
).
1" .•••
r.. ················"f· • . ................. ........ . .. ___ _ o ••••••••••••••• _ ••••• • • • ••• • •• - • • - ••••• • • 0'0 --- • ••••• • • •
···T··· ···.. ·
747
Cálculo da razão
de tensões, R
NÃO NÃO
Resistência à
Tabela 10.15 - Equações para a determinação das tensões admissíveis para diferentes
valores de R em função do valor de a lll _ I , [28 ].
5
Tracção ai ), -- • 0'1)1_1)
3-2R
-I < R < O
Compressão (j [ )tI -- 2
. 0'1 ){-I'
-
l-R
cri ) / ( 111
a lll =
I
Tracção 1_ ( 1 all" II)
0.75a ll '
) R
0< R < + I
(J1)d = (J J ) d(O )
Compressão I- ( I_ alld,O ,
0.90a H'
)- R
Tabela 10. 16 - Tensões admissíveis ao corte Til para juntas soldadas [28].
As regras de cálculo do código ASME VIII - Div. 2 [29] são baseadas numa
curva do tipo S-N. representada na figura 10.17 para aços ao carbono e de baixa liga
cuja temperatura de serviço é inferior à gama de Ouência. São propostas curvas diferen
tes para outros tipos de materiais . As curvas de projecto foram obtidas com base em
ensaios de fadiga de amplitude de deformação constante (fadiga oligocíclica), As curvas
representam a amplitude admissível Sa (igual a 1/ 2 da gama de tensão alternada) em
função do número de ciclos. A amplitude de tensão foi calculada na suposição de que o
regime de tensão é elástico. As deformações impostas em ensaios uniaxiais de fadiga
!I:r '
foram multiplicadas pelo módulo de Young (cr = € E), de modo a permitir uma compara
ção mais fácil entre as tensões calculadas e as tensões admissíveis assim definidas. Como
é óbvio,se as tensões no reservatório excederem a tensão de cedência do material,já não
serão aplicáveis (neste caso a = K €n, n coeficiente de encruamento do material).
......
\.Jl
:::>
T-
Húm~ro dIZ ciclos, H
Inl~rpolQr
o;; 80 -115 ksi
t
1<f
UI
:s:.
o
11)
. . . . . . . /CJR • 80 ksi E = 30
J
x 10 ksi
.......
la .::--...
C7Ã 115 - 130 ksi
-- --
'Cf, I ' I2
'.J...L .
103 _-L_...L-_~~~_I-I-l~~-L- --L-L lOS
' I 10I6
II
10 10
Ciclos
Fig. 10. 17 - Curva de projecto à radiga para aços ao carbono. baixa liga I: ligados a temperat li
ras inreriores a 400 "C aprox. [29].
751
11) RI.'rr nUllliua com iJ tI~\'ida iJutori/i.u;iio da Hril i.... h Sl<mdêjrtl~ InstiHltion. 2 Park Slrccl. I.nndon. \\' 1 J\ 2BS. U K.
-..J
Vl
N
10~i·\...i::;::ijiliW;i;:k~~ffili:ii:~i~liMmmw.i!mijitii~jiilli:iiiiii;jl;~jil.i1~liilli
".I. " ..".
d .. .. . ........, ,.... . . . . ." ... " •• • , .. , . . ..
E - , ! ; ' ii . • I . ,;r~,I~:: .: : :~, : : : ;: ., i ' I ·.:I ~ I , . .;· .". , i " ; . ; - I ;; ; 1 :, ; T:!~;i . : "i"',!l;,, "):,.
E
Z
li)
I .
Fig. 10.18 - Curva de projecto para aços para temperaturas até 375 °C e ligas de alumínio para
753
Os códigos referidos [29. 30. 31. 31 A] propõem regras que permitem ao projec
tista determinar se é llecessário proceder a uma análise por fadiga .
A análise à fadiga é feita no caso do código ASME VIII - Div. 2 e BS 5500.
recorrendo-se, em ambos. a curvas S-N para diferentes materiais. Serão discutidas em
seguida as bases em que foram definidas as regras de projecto dos códigos ASME e BS.
para o que se recorrerá com frequência ao trabalho publicado recentemente por Harri
son e Maddox [42]. O código ASME VIII - Div. 2 propõe curvas para diversos tipos
de materiais; revestem-se contudo de especial interesse as curvas S-N para aços ao car
2
bono e de baixa liga com crR::::;; 550 N/ mm •
As curvas S-N apresentadas na figura 10.17 são baseadas em resultados experi
mentais obtidos em ensaios de provetes de pequenas dimensões não soldados, polidos.
realizados sob deformação constante em flexão .
Na determinação das curvas S-N de projecto foram usados coeficientes de segu
rança 2 em relação à tensão ou 20 em relação à duração (tomando o valor menor).
Embora os ensaios tivessem sido efectuados em condições de deformação contro
lada. a gama de deformação total, ~EI' é convertida numa gama de tensão pseudo-elástica,
Sa. pela expressão
48
754
=0,5
E
E
z
Ifl
5ME 1 VlI1 - DIV 2
102~
9 .5 . 5500
-
855500-
~dod. t.opo t
I -
canto
,,::- . _
- T'::::-":'
nao afagada 5 . ::-
ASME VIII IV. 2 --- - "--.....--.;;;: .-_
soldaduras d
canto não fogadas
~ ~ ~ ~ ~
10L'
2
______________
3
________________
~
________________
--'-
________________i -______________
7
10 10 10 w1 1<f 10
Fig.10.19 - Comparação das curvas S-N dos códigos 8 .S. 5500 : 1982 e ASME VIII - Div.
2 : 1977.
-....J
VI
VI
756
'(1) Notar que () código A~Merkblat! na secção S 2. referida; tcm em coma a diferença de severidade dos dctblhcs pn.'SCntcs nos r"'Scr
vatórios allllv6> da consideração de faClores de corrccção da classe da junta.
757
Dado que na maior parte das estruturas soldadas as tensões são essencialmente
axiais e de tracção, e sendo normalmente a resistência à fadiga controlada por juntas de
canto e juntas com níveis de tensões residuais elevadas, parece ser mais seguro usar no
projecto curvas S-N com inclinação maior (tipicamente -1 / 3).
No caso das regras de cálculo alemãs [26, 28]. a metodologia adoptada prevê
níveis de resistência à fadiga diferentes conforme a razão de tensão aplicada e a resistên
cia estática do material usado na estrutura, o que representa uma diferença fundamental
em relação aos códigos ingleses e americanos descritos. No entanto, como se verá nO
exemplo apresentado na parte final do capítulo, as diferenças mais significativas da resis
tência à fadiga, em relação aos valores calculados pelos códigos ingleses, ocorrem preci
samente para as situações de fadiga de curta duração (durações típicas da ordem dos 10;
ciclos) e detalhes de soldadura que introduzem graus de concentração de tensões baixos
que são exactamente aquelas situações onde a influência do material escolhido e da fase
de iniciação poderá ser mais significativa em termos de diferença das tensões admissíveis
à fadiga.
No que se refere ao cálculo à fadiga nas situações em que a carga aplicada é de
amplitude variável. ou seja, em condições de danos acumulados, os códigos considerados
variam bastante. Assim, em determinados códigos, como por exemplo a norma DtN 15018
[28], são fornecidas ao projectista tabelas de tensões admissíveis deduzidas tendo em conta
determinados espectros de carga convencionais que são efectivamente tensões de ampli
tude constante equivalentes. Os códigos ingleses, como por exemplo o BS 5400 [I], apre
sentam métodos de cálculo simplificados que usam aquela metodologia, embora em geral
se recomende o uso de regras do tipo Miner. Quando se analisam os danos provocados
pelos vários níveis de tensões aplicados é proposto um método de tratamento de tensões
758
LOGS
m=3
,,
, ÁGJA DO t-1AR
7 7 •
10 2 x 10 2x 10 LOG N
Fig. 10.20 - Limites de fadiga para aplicação da regra de Miner.
Alguns aspectos que não são contemplados nas regras de projecto descritas e que
são susceptíveis de vir a produzir alterações nas curvas S-N de projecto são [47]:
Enunciado do problema
Solução
Cálculo estático
(I) o efeito da espessura pode ser avaliado por meio das seguintes eKpressões (ref. 90) :
N = No . ( ~
-t-
)34 ou S = s.,. ( -t
~ )14
\, e So são a duração e resistência à fadiga duma chapa de referência com espessura ~ =22mm para juntas planas e 32mm para juntas
tubulares.
760
Momento máximo:
\
tw = 15mm d w = 1800 mm
tf
\A
= = 1,35 X 104 mm" " f
~
Ar d;,
2K
tw dw
tr=30 mm
W b = 450 mm
W
b
dw '\ tw d ~
1= 2 Ar ( 2 ) x - ---"-------"----
12
10 4
1= 2,916 X 10 mm
7
I/v = 3,1354 X 10 mm' na fibra extrema do banzo
a = ~ = 175 4N/mm2
l /v '
2
a'd m'ssivcl = 0.6 a)' = 216 N/ mm (St 52,3)
2
144 N/mm (St 37,2)
As dimensões finais 'da viga são apresentadas na figura 10.21. Na viga são indi
cadas as juntas soldadas e demais detalhes, nomeadamente os reforços transversais desti
nados a assegurar a estabilidade da a,lma. Não foi verificado se os reforços transversais
são suficientes. Em princípio não devem ser necessários reforços longitudinais, pois a -relação
altura / espessura da alma foi escolhida de modo a não necessitar desse tipo de reforços
[43]. . .
761
s
!
y
" -.....
" .
-
-
b~ I
ti I - I . I I
1 ~I I I X I I~ ~I
6000
.1 ~ I I I
8000
10000
.1
"',
I
a ~ c.
2000Ó
J
A-A _LA'--"~'-I..::1I..-=~--L
Wb =450mm · Vista X
t, =30
t", = 1 5
d w =1500
d, =1560
Verificação à fadiga
__4_,4_
X_I_0_~_ = 135,8 N / mm 2
10
2,916 x 10
900
- detalhe c:
Me = ~= 1,1 X 10h x 6000 = 3.3 X 1O~ mmJ
2 2
M 3,3 X 109
= ar = ~=------= 105,2N/mm
2
ar
I/ v 3,1354x 107
- detalhe d:
5,5 X IO~
~= = 169,8 N / mm
2
I/v 2,916 X 10 10
900
iii) Classificação dos detalhes (ver tabela 10.7 e tabela 10.11), tendo em conta que
a soldadura é a arco eléctrico manual com eléctrodo revestido
detalhe a:
detalhe b:
- comprimento do reforço na direcçào de aplicação da carga
(t-. = 15 mm) < 150 mm
- distância pé soldadura de canto à extremidade do banzo < 10 mm
Classe G
763
detalhe c:
Soldadura no bordo da chapa
Classe G
- detalhe d:
Soldadura manual com paragem/ arranque
Classe D
Curvas de projecto S-N correspondentes às classes dos diferentes detalhes em análise:
Equação geral da curva S-N: N X a~= Ko ~ d
Das tabelas 10.8 e 10.9 podem escrever-se as curvas S-N para as diferentes classes:
classe D: NX a: = 3,99 X
1 1
10 X 0,617'
"
12
= 1,519x 10
classe E: Nxa;=3,29x 10"xO,561"
= 1,035 X 10 12
classe G: NX a; = 0,57 X 12
J0 X 0,662"
= 2,498 X 10"
ó
Para a duração pretendida de 2 xJO ciclos com uma probabilidade de
colapso por fadiga de 2.3% verifica-se que as tensões admissíveis para os dife
rentes detalhes são
K= 140
tw
t. 18 mm ~. 36mm
2520mm Wh 630 mm
Momento de
I = 9,6 X 10 mm
10 4
a 74,3 E íSO,J
)7,:
.
b G 50
c 44,6 G 50
d 7"..., D 91,2 [
I I
~
I
11
-6 30
a)
r=1.25t=45
b)
o
a ma- x
N cr l a rn;i.'I(
I
°
10,
lO'
0,927
0,836
10.1 0,723
10~ 0,576
10l 0,372
10' LogN IO~
Número de cicl os aClM'IIula.do °
°mú'\ n; 0';
I I 2 x 10 57,X
2 0,')27 2 x 90 5.\('
:I 0.!n6 2 x 900 4X, .'
4 0,72:1 2 x 9000 41,X
Cálculo do número de ciclos que originaria rotura para os níveis de tensão considerados
57,8
) = 1,58 X 1O-5
29
~= 8 32x 10-4
NJ '
767
~ = 2.73 x 1O- ~
N,
A conclusão que se pode retirar é que o espectro de carga neste caso é menos
severo que no primeiro caso considerado. em que se admitiu a aplicação da carga máxima
ao longo da duração prevista.
Se fosse aplicada a regra de Miner à análise do detalhe b. considerando as dimen
sões originais da viga. para as quais a tensão máxima calculada para o detalhe b era
0- ",:;, = 135,R N I mm' obtinha-se
o detalhe neste caso seria considerado inadequado. sendo necessário proceder a um redimen
sionamento da viga de modo que a tensão máxima instalada na zona do detalhe esti
vesse compreendida entre 122 e 128 N/mm'·
. detalhe a - K I
b-K3
c-K4
d-K!
R I I R 6
Detalhe Classe St 37 St52,3 I SI 37/S1 52,3
11 KI 75 75 125
b K3 45 45 I 75
c K4 27 f27 45
d KI 75 75 i
125
~a(R=-I)
3
Conclusões:
o desenho original da não era aceitável
Após que o detalhe b é segundo
esta metodologia, ao contrário que acontecia no cálculo BS
54(){). O detalhe critico neste caso é o detalhe c que necessitaria ser melho
dado a ser marginalmente O desenho do detalhe
. conforme a tensão 105 N/mm 2 (para
R=O).
R=-I R=O
Detalhe Classe
St 37 St 52,3 St 37
a KI 180 212,1 ~OO
b K3 127,3 212,7
c K4 76,4 127,3
d KI 180 212, 1 300
10.3.1 Introdução
A implementação duma filosofia de projecto do tipo "filosofia de danos tolerá
veis" ("damage tolerant'') implica que o projectista terá de prever o crescimento duma
fenda a partir dum defeito inicial hipotético ou real bem como a resistência residual do
componente sob diversas condições de carga. A Mecânica da Fractura Linear Elástica
proporciona uma base analítica de tratamento do comportamento à fadiga de corpos
contendo fendas [34]. Os seus princípios foram apresentados em capítulos anteriores .
.'\. aplicação dos princípios da Mecânica da Fractura permitiu identificar e quan
tificar os principais f,~pores que afectam a integridade estrutural, tais como, tenacidade,
tensão aplicada, velocidade de propagação duma fenda, dimensão de defeito, etc.
Embora aquela teoria possa ser aplicada em muitas situações e com vantagens,
como demonstram os exemplos apresentados a seguir, existem ainda dificuldades que
têm de ser ultrapassadas antes que os conceitos definidos possam ter uma aplicação mais
generalizada, nomeadamente na previsão do comportamento à fadiga de construções
soldadas. Tais dificuldades estão associadas a faclores como:
=A(~Kt ( 10.16)
dN
para valores de ~K a
CllM",ru,r"'c propagação do defeito. sendo da/dN' O
~K<Ll.K.:Il. valores de A e m são constantes do material, dependendo de
(I) Em rigor. a lei de propagação só é \'lilida para uma limitada de valores de àK. No enlamO. tratando-se de uma lei exponencial.
11 maior parte dos ciclos de vida do .serão aes~lenalaOS quando o comprimento das fendas ainda é relativamente pequeno e
portamo para valores de lJ. K na gama de
771
tores como a temperatura. o meio ambiente, frequência de aplicação da carga, etc. Por
outro lado.o valor de óKo pode ser calculado a partir da expressão
m=4
A = 7.4 X 10- 16 para uma probabilidade de rotura de 2,5% ou
A : : : ;: 1.7 X 10-15 para uma probabilidade de rotura de 0,5%
com da / dN em mm / ciclo e ÓK em N .mm-) 2.
Os valores m = 4 e A = I. 7 X 10- 15 definem uma linha próxima do limite superior
.da banda de .dispersão dos resultados experimentais de velocidade de propagação obti
dos em aços, sendo características de ensaios em que o crescimento das fendas de fadiga
ocorreu por um mecanismo de clivagem ou quase clivagem. Quando a propagação se
processa por um mecanismo de estriação, os valores de m e A sugeridos em alternativa
são:
m=3
A = 3x 10-1)
a
altura do
!:::./jm
gama da componente de tensão de tracção
gama da componente de tensão de flexão
Qo, Mm' Mb são constantes a determinar que dependem das dimensões e
localização do defeito, espessura da chap~etc.
de tensões usada no cálculo é determinada a do conhecimento das
cíclicas Pm (tensão de tracção), Ph (tensão de flexão), Qm secundá
rias - tensões residuais), F (concentração de tensões). foi referido, no caso de
estruturas soldadas não tratadas a reSISrt:nCH:1
pelo valor de sendo de a gama de tensões. Em
a tratamento térmico de distensão de tensões. deve ter-se em conta o valor de R (como
é previsto no método de análise simplificado e no caso de defeitos volumétricos).
Uma vez os parâmetros m. !:::. as actuais
ou do defeito em estudo, conhecida a dimensão crítica do
são de!:::. K é possível crítica do defeito em condições de fadiga.
se !:::.K>!:::. pOIS caso caso o defeito
se.
o do U .....''''H.V um método n!'r·"",,,,,t,, : calcula-se
o crescimento do defeito resultante de um
( 10.20)
Quando o defeito (fenda) atinge a superficie sem atingir a forma circular (verifica-se
quando t + 2 P < I), o defeito é tratado como defeito superficial de comprimento I e altura
t+ 2p,
Para defeitos penetrantes em componentes curvos, o factor de intensidade de
tensões deve ser multiplicado por O-I ", O é função do raio de curvatura e
das dimensões do defeito
Erndefeitos superficiais no pé duma soldadura de canto, o efeito de concen
tração de tensões da soldadura deve ser tido em conta até uma profundidade
de 15% da espessura da chapa.
774
A escolha do nível de qualidade requerido para uma dada estrutura pode ser
feita de diversos modos [39],dependendo do tipo de estrutura e das condições de serviço.
6
W
t< .
li)
I 40
Z
<
:l: 30 __ 11
0<
<
l!) 9 :l:
8 <
7 (.!)
20
6
5
4
10 I ! I I I , I " . . . . . . ! ....... . '" I
4 6 7
10 lO 5 10 10 lO'
N, ciclos
Fig. 10.23 - Níveis de qualidade Q I a Q 10. Aço e ligas de alumínio não sujeitas a tratamento --J
--J
térmico [37]. Vl
_______ Limite de laCllga para aços ao
C e C-Mn em ambiente não
corrosivo. Para outros aços
linearmente.
101 , _.,
4 5 lOS 7
10 10 10
N, ciclos
qualidade para o qual o defeito é avaliad o pode ser fixado não só pela juntas
em que o defeit0 se encontra como por juntas adjacentes. que poderão ter
associado um nível de qualidade inferior. Em termos práticos isto significa que
a fadiga a ocorrer poderá verificar-se no pé d uma soldadura de canto e não a
partir dum defeito mais ou menos longo situado numa junta topo a topo cuja
resistência à fadiga intrínseca é mais elevada.
S = (0.25 R + I) SR (10.21)
b.2 ~ Solicitação de amplitude variável
Quando a solicitação de fadiga é constituída por um. espectro de car
gas de amplitude variável consistindo en n l ciclos de gama de tensão SI' " nj
ciclos a Sj etc., é aplicada a 1ei Miner. O documento adapta uma técnica que
consiste em substituir o espectro de tensões por um bloco de 105 ciclos de
amplitude constante e gama tensão equivalente S12) dado pela expressão seguinte
(no caso de estruturas não tratadas termicamente) :·
S= ( L 1~5S;1 )J ( 10.22)
(I ) Reproduzida com aUlorÍ7.ação da Brilish Standard Institution. 2 Park Str..:t. London. WI A 28S. UK.
(2) A lei de Miner pode ser expressa por uma gama de tensão equivalente dada pela expressão [90):
ÓOequi\ =S = [ ~n;~]lm
IN .
sendo N o número lOtai de ciclos e n; o número de ciclos à gama de tensão ~; m constante da lei de Paris.
778
1 = I ou 1-'---'-
ZI Z
,----.:_ == sm
(10.23)
" ~I
==!t::~~-~~~~~
Enunciado do problema:
Foram detectados defeitos nas juntas verticais e horizontais dum tanque, que foram
executadas com o processo da soldadura por arco eléctrico manual com eléctrodo reves
tido. Os defeitos detectados estão orientados paralelamente à direcção de soldadura. Na
junta horizontal foi detectado um defeito com 5 mm de comprimento e 2 mm de altura
situado a meio da espessura. Nas juntas verticais o pior defeito era superficial e tinha
10 mm de comprimento e 2 mm de altura. Os defeitos encontram-se afastados dos. refor
ços e situados na primeira virola do corpo, como é ilustrado na figura 10.26.
O tanque está sujeito a flutuação de pressão, não se conhecendo a sua grandeza
exacta. Considerando que a rotura se verifica se houver perda de estanqueidade, consti
tui a presença dos defeitos um perigo ou não? É necessário removê:-los? Não existe gra
diente de tensão na zona onde estão situados os defeitos.
Solução:
A primeira etapa consiste em determinar o nível de qualidade Q, correspondente
à resistência à fadiga requerida, sob a forma de uma curva S-N. Dado que não são
conhecidas as tensões de serviço, irá ser inferido a partir da geometria da estrutura.
O tanque contém tipos de juntas que poderão ser classificados segundo referência 24.
IDe-fe-ito A
i )
B
_ . - 1De-te-ito
-'
t~ "'I
ia! ~I
I~
t ~ ~
~
I
ali -
; I
~ ~
I
.....
I "
'"
"
,.
'" '
------
.... ___
.....
.....
',
'" " "\
I / , "// ',""
I " 1,.----- . . \" \ Cordõo
r"'~-"\\\
I I I \ horizontal
\ I \ !; r
\ \ \1\ ~ - - - - - '/)1 I I
Defeito A
Cordão
vertical
De-feitQ B
a) horizontal
Para proceder à análise é necessário transformar o defeito num defeito 'equiva
de infinito de altura a 17 do documento
PD6493)
tI e
10 = e
=0,07
2ã.,=0,7mm
10
=0,16 L6mm
e
10
tje=--=I
10
Usando a figura 18 (a) do mesmo documento, determina-se
Sm (ej2 = 5 mm, =0,8 mm)
Sm= 185Njmm
783
b) Cordão Vertical
Segue-se um raciocínio idêntico ao anterior
/ lO '
ii - Determinação de S"
ao= 0,7 mm
e= 10mm
a,,, = 1.6mm
e= JOmm
v- Determinação de S
o
nível de qualidade requerida para o defeito é Q4, dado que o nível
requerido para o componente era Q 3,0 defeito não é aceitável.
da referência 41.
Enunciado do orC)blierrlO
Pretende-se avaliar a resistência à fadiga de um reservatório sob na pre
sença de um superficial situado no duma junta longitudinal. com 6 mm de
profundidade e mm de comprimento. O mate~ial do reservatório é um aço HU com
tensão de O""d = 240 N/Admite-se que o reservatório vai estar
uma flutuação de que uma variação da tensão de
0', - 24 Nj a de R == 0,833. A tensão de serviço é de 120
A espessura calculada é foi tratado termicamente, no entanto
admite-se que a tensão é ainda de 24 (l O""d)' O critério de
rotura adaptado é a (t =:: e)
Pm+ Q = 120
A lei de é:
da _ 4',12x
dN
~K" 190-144 R N 70 N
ou
~ K = V6 X 24 X 1,11 = 101,2 N mm 32
0,645
785
30
11
t / e= - - =0,22 M",= 1,1
50,5
0:7725
da -I~
= 4 ,12 x 10 (113.3)- = 17,2 x 10 mm/ciclo
1' 1 -K
-
dN
17,2 x 10-'
50
786
Dados a introdu:éir
Va/vr"s c/a tensiio (1('1111111111
Tensão da membrana
Tensão de flexão
Tcnsões sccundárias
Tensão residual
Factor de concentração de tensões
de tensão variável
de carga
Dados do material
Tensão de cedência
Tensão de rmura
Módulo de
de material
COD crítico ou
Parâmetros da lei de Paris
Declive
Intersecção (ordenada na
Dados
(altura)
Distância mínima à superfície
pretendida
Número de anos de serviço ou número de ciclos de vida
Critério de rotura
..
são os usando um programa U<:1::'C<JlUU na meto
dología lu,...aua na tabela 10.17.
Solução
Na análise do problema vai ser usada a metodologia proposta no documento
PO 6493 [37] - método simplificado; assim. as figuras e tabelas indicadas são referentes
àquele documento que deverá ser consultado.
2
ar = 74,3 N/ mm
ó
N = 2 X lO ciclos
D~f~íto
t
36
Di?f\2ito
mm :. -=0.16
e
e mm 2t/'= 2x 36 = I
72
mm
789
ã." = 5,76 mm
Considerando que
S = (So,, - S·IO
,,,).
S =2l8N / mm~
0.4mm
---=0,011.1
e 36
t = 36 mm :. 2ã.ll =0,16
e
e =36mm t/ I = 1.0
~=2.88.mm
790
a ", =2,88 mm
S", = 130
~= 18mm
2a"
e
= 0.02977 = 0,03 mm
Da figura 17 podemos calcular as dimensões reais do defeito inicial :
t/ I =0,01 t/ I =(l4
t/ e=0,034 t/e = 0,094
=1.2mm = 3,4 mm
I = 122mm =8.5 mm
(I) Um mecanismo de rotura por fadiga depende essencialmente da geometria da peça (e portanto da concentração de
tensões criada). .
791
10A.1 Generalidades
Tradicionalmente, o dimensionamento duma estrutura é feito recorrendo a coefi
cientes de segurança que tenham em conta a variabilidade das cargas em serviço e das
propriedades dos materiais utilizados no seu fabrico . A sua utilização deriva da percep
ção de que tanto a dos materiais como as cargas presentes não possuem um
valor bem determinado. filosofia pode ser através dum simples.
a um esforço Conside
remos que a resistêncía da é controlada da
barra suportar uma carga P dada pela
A=
a garantia contra' eventual variabilidade ou incerteza da P e tensão de
rotura do material crI< usa-se um coeficiente de segurança \) e portanto
(10.25)
duração, N)
A aplicação duma filosofia de cálculo baseada em admissíveis tem o
da simplicidade, no entanto a à priori dos factores segurança não garante um
nível uniforme de cargas
[54,55]. A são
mente como se na permite a limitação da filosofia
baseada em de segurança constantes. Consideremos então que tanto a
R dum elemento estrutural (dependente propriedades do material), como a Q
a que o mesmo sUjeIto em são variáveis tendo em conta que os
seus valores não ser fixados com exactidão. Essas variáveis são rp,'rPC:P>.,t
das por duas estatísticas na 10.27, sendo e R os valores
critério de dimensionamento clássico em determinar a
de segurança
Frllquência
f(q)
f( r)
Q R
Q a,R
Função
Densidade
de probabi
lidadl'
f (r)
......... (j)
,,
,,
,
"
" ...
ã q,r
Fig. 10.28 - Funções de densidade de probabilidade. Probabilidade de colapso.
uma estrutura correctamente projectada, istQ é, há sempre uma possibilidade quão pequena
quanto se queira de Q> R e portanto de se atingir um estado limite. É possível, usando
uma filosofia que recorre a conceitos probabilísticos, quantificar o risco de se atingir um
estado limite, isto é, quantificar a probabilidade de se verificar um colapso (colapso enten
dido como "atingir um estado limite'). Conhecidas as f. d. p. f(r) e f(q), a probabilidade
de colapso, Pc, admitindo que R e Q são estatisticamente independentes pode ser expressa
[59, 60, 65]:
Pc = P (colapso) = P (R:;;;; Q)
= f o
x Q
f(q) dqf f(r) dr =
. o
f o
x
F R f(q) dq (10.26)
- Nível 3: Códigos que adoptam uma análise totalmente probabilística, usando funções
de densidad~ "exactas" para todos os parâmetros susceptíveis de controla
795
O nível I é aquele que foi adoptado na maior parte dos códigos de projecto de
estruturas que adoptaram a filosofia dos "estados limites'" [I, 55, 56, 7 L 73], admitindo-se
que venha a ser adoptada pela maioria dos códigos de projecto. Como foi referido atrás,
o critério de dimensionamento, usando o conceito de estadci limite, resume-se à verifica
ção da desigualdade
( 10.27)
( 10.28)
( 10.29)
796
sendo
0 11 - peso próprio
Lo- carga aplicada
WII - efeito do vento
Til - carga devido a deformação imposta
YIl Y- factores de carga
~- facto r que reflecte a pequena probabilidade de duas ou mais solici
tações actuarem simultaneam é'~nte.
Em relação às resistências pode ser adoptada metodologia . idêntica, isto é, usar
factores parciais que poderão ter em conta diversas causas de incerteza, tais como varia
bilidade das propriedades do material, variação das dimensões (tolerâncias) e imprecisão
nos métodos de cálculo. A seguir são dados, a título de exemplo, alguns valores dos fac
tores de carga, para diversas combinações de solicitações presentes (peso próprio Dn, carga
rcal L", neve Sn' vento W n, sismos Eo,) que traduz prática corrente nos Estados Unidos [2]:
1,4 0 11
1,2 Dn + 1,6 L.
Q = 1,2 O" + 1,6 Sn+ (0,5 Lo ou 0,8 W II) (10.30)
11
(X - (XI>' (XI' (X()' (XI- factores que têm em conta a possibilidade de as soli
Vejamos a aplicação desta metodologia atavés dum exemplo muito simples: preten
de-se dimensionar uma viga simplesmente apoiada que faz parte dum edifício usando o
conceito de estado limite e usando a etjuação (10.31) como critério de dimensionamento:
As solicitações a considerar são :
J"'llllllllllllllllllll
I 5000 T
Aço SI J7.2
CJ,~u =
240 N mm' '
a) Dimensionamento clássico
~ ) =~=
7
( 6,25 x 10 = 3,9 x 105 mm'
\. cr;,"m 160
= ~ = 148 N/mm
2
cr
l/v
< cr'ad m
L== KN/mm
D =0,36 N/mm
de
y= 1,0
~ 1,0
(XI) 1.25
01'.1.= 1,5
cP == 0,9
Efeito das cargas
OI'.IlD + 01'.1 L = 1,25 x 0,36 + 1,5 x 20 = mm
7
Mm'" (centro) = 9,51 X 10 N.mm
8
cP R~ 7
I X 10 N.mm
R~ 1,056X to N.mm
Resistência da
ou
"
R-Q (10)2).
d
Z= (10.35)
f . d .p.
R-Q
f. d. p.
[Ln(Rt.Q)] d'
m~ la
R<O R>Q
Colapso Sobr~vivincia
Sendo [In (R/Q)]", C 0"011{ QI o valor médio e desvio padrão. Deste modo a
(10.36)
(I
[3= (10.38),
ser expresso
(10. J 5)
In (RIO.)
o modo como os factores cf> e y são calculados está fora do âmbito deste traba
lho, no entanto o leitor interessado poderá consultar diversa literatura publicada sobre o
assunto [55, 56, 60, 61, 70, 74].
Notar que o índice ~ só é uma medida precisa do risco de colapso se se assumÍr
que R e Q têm uma f.d .p. normal. Para outras funções de distribuição ~ pode ser rela
cionado com o risco de colapso, embora o seu significado não seja tão evidente.
51
802
5
ser ou não afectada do coeficiente de segurança apropriado. Neste tipo de análise conside
ra-se que o nível de tensão e o de de carga são conhecidos exacta
mente e. disso, são de amplitude constante, é, a é em
ao nível de tensão .
. Considerando que a duração N ou vida é uma variável aleatória com uma
normal para um nível de tensão pode também neste caso o "índice de
<Ju.'u .... ,.~ ~"definido e dado
(10.40)
(I) NOIar que a equação 10.10 do e N = log a - p 101', S - m 101', ó.<J sendo lo-g., o desvio padrão de 10g 1'\ e f3 o indiCl! dc !iabili·
dade. Para uma determinada curva que fi medida que aumenta o índice f3 diminuí a probabilidade de fraclura. Ao mesmo
tempo uma redução da razão de danos acumulados D. conduz a uma redução da probabilidade de fractura [90 1
803
Colapso
- Para um dado
nív~1 de tensOo
f10N'
da f dN = C (ÔK)'" (IOAI)
A equação que define o estado limite duma estrutura na presença dum defeito é
dada por
( IOA2)
( IOA3)
f. d.p.
_ P. F. para t::O
Profundidade
do defeito
Fig. 10.34 - Probabilidade 'de fractura resultante da f.d .p. dos defeitos presentes e da sua dimen
. são crítica [86].
805
(10.45)
sendo aI. = - 2.67 (média) e SI. = -0.69 (desvio padrão) dos defeitos críticos. A função
atrás está já expressa em termos de dimensão crítica e não de valor de tenacidade. A
metodologia usada para transformar a distribuição de ten.acidade numa distribuição de
dimensões críticas de defeitos é baseada no uso da curva COO como está descrita no
documento PO 6493 [37]. Considerou-se ainda que o factor de forma dos defeitos era
igual a aj2c = 0,2.
Substituindo as expressões de n (x) e g (a) no algoritmo da equação (10.43) obtemos
a probabilidade de fractura que no presente caso foi a seguinte [86]:
Pc = 3.4 X 10'
supondo que o nível de tensões residuais presente era praticamente nulo (cr,~, = 24 M Pa).
isto é. que o reservatório foi submetido a um tramento térmico de alívio de tensões.
A probabilidade de fractma calculada, com as limitações atrás referidas, corres
ponde ao risco de colapso no momento da entrada em serviço do reservatório. Conside
remos agora que o reservatório estava sujeito. em serviço. a flutuação de pressão suscep
tível de induzir o crescimento do defeito por fadiga. O crescimento por fadiga dos defeitos
vai ter como consequência a alteração da distribuição dos defeitos presentes no reserva
tório no momento da entrada em serviço. Consideremos que o crescimento dos defeitos
pode ser caracterizado pela lei de Paris:
mm j cic!o
1-Dislribuição ir"ic:ial
Z-Of'pois df' 10anos
o 3-0..pois dct 20onos
'uc
.~
ou .4
o
.3
"o
'O
:!;!
"".oo
.2
.o
o .1
à:
O 5 10
Dt'leito ã (mm)
Fig. 10.36 .. Influência do crescimento dos defeitos por fadiga na e\olução da distribuição dos
defeitos [iS6].
lU
:;;;I
~
..::: 10'"2
"t:I
...
OI
-o
Anos de serviç o
Fig. 10.37 - Efeito do crescimento de defeitos por fadiga na probabilidade de colapso [86].
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Nov. 1982.
810
[88] SALDANHA PERES, J" FERNA'.;Df.S, A A" weld melai n()[ch 011 lhe reliahí/i/!'
or an s/ruc/ure", Im, ConL on ofTubular Structures, Boston. USA. Julho 1984,
[89] ROGERSON, j, H, et aI.. "Weld stntc[ures and [hei!' on struc
RESISTÊNCIA À FADIGA'
11.1 INTRODUÇÃO
Nos capítulos anteriores ficou amplamente demonstrado que a resistência à fadiga
das juntas soldadas é geralmente baixa, em comparação com a resistência à fadiga do
metal de base. O projectista pode contornar esta dificuldade escolhendo o tipo mais
adequado de junta (com maior resistência à fadiga) e colocando as juntas em zonas da
estrutura em que as tensões nominais sejam baixas. No entanto, nem sempre é possível
recorrer a estas soluções, já que, por exemplo, em muitas estruturas é impossível elimi
nar as juntas de canto. É portanto desejável utilizar outros métodos que permitam melhorar
o comportamento à fadiga das juntas soldadas. Alguns dos de maior aplicação e tam
bém de maior interesse prático, serão considerados neste capítulo.
Os códigos de projecto destinam-se a projectar estruturas para evitar roturas por
fadiga . Com essa finalidade as tensões de cálculo ou instaladas nas estruturas são limita
das pela resistência à fadiga dos vários detalhes, cujo comportamento foi estudado em
pormenor nos capítulos 4, 5 e lO. Porém, em certas circunstâncias, pode ser necessário
ou desejável aumentar a resistência à fadiga de uma determinada junta. É o caso, por
exemplo, de haver necessidade de aumentar a capacidade de carga da estrutura ou de
aumentara margem de segurança do projecto. Esta última hipótese pode justificar-se em
face de alterações nas condições de funcionamento da estrutura, tais como modificações
no ciclo de tensões, condições ambientais, sobrecargas, etc.
Pode também ser necessário áumentar a resistência à fadiga em consequência de
roturas observadas em serviço. As acções a tomar dependerão de existirem estruturas ,d o
mesmo tipo em construção ou na fase de projecto ou de se tratar de roturas em estru
turas de um tipo cuja construção ou projecto já foi abandonado. No primeiro caso, o
projecto teria de ser reestruturado modificando-se a concepção das juntas criticas para
conseguir um melhor comportamento à fadiga. No segundo caso, em que se trata basi
camente de estruturas que se encontram em serviço e para as quais não interessa fazer
modificações de projecto, é geralmente difícil (ou até impossível) executar reparações que
podem não se justificar em termos económicos. É nestes casos que as técnicas de melho
ria de resistência à fadiga, descritas neste capítulo, são utilizadas com mais frequência,
pois podem ser aplicadas directamente na estrutura, sem necessidade de executar reparações.
812
400.-----------------------r---------------------~
350
~ Ih'pafação plasmo
~
;;;: 200 Co ntorno r~ctificQdo
<l
150
C/disco
100~5-----------------------L._--------------------~·,
m w
Nr _
(o.a
A
(a) (b)
(I) Apesar de haver uma pequena redução na área da secção transversal resistente. isso não .reclll a resistência à radiga. a não ser que a
espessura da placa seja pequena (inrerior a 6 mm).
815
Fig. I U - Ferramentas utilizadas no alagamento com lima e lixa de cordões de soldadura [2].
BerbClquim
PrÍ do cordão
Fig. liA - Disco abrasivo a ser utilizado no afagamento do cordão de soldad ura [2].
816
Afagamento do pé
.0,9 0.3
com lima e lixa
Afagamento
3.0 1,0
com lima e lixa
Acabamento TIG
0,25 5
e plasma
Martelamento com
0,083 O
4 passagens
817
52
818
ij,ama ti.
utilizctç'ão
.
" ';0
.
c:
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o 1.0 80 '20 '60 280 120 u" o 60
Vl)iociood~ áf dQ?Osição. (mm/mln)
(al (bl
(a)
~>
(b)
~>
(c)
~>
Fig, 11.7 - Condições de execução da passagem suplementar TIG e perfil esquemático da con
cordância em função da distância entre a torcha e o pé do cordão,
poucas vantagens se conseguem obter com o tratamento. De um modo geral, pode dizer-se
que nos cordões com forma convexa o eléctrodo TIG deve estar orientado para o metal
de base. e nos cordões com perfil mais plano o eléctrodo deve estar mais próximo da
concordâ ncia.
A refusão TlG provoca um aumento da dureza na zona afectada pelo calor e
perto da zona refundida. Em alguns aços foram obtidas durezas superiores a 400 HV
(Vickers). [8], o que constitui um problema importante porque, em construções maríti
mas, não são geralmente autorizadas durezas superiores a 300 , HV. Haagensen [9] veri
ficou que a dureza pode ser substancialmente reduzida com uma segunda passagem a 3
ou 4 mm de distância da primeira e com o arco a incidir no flanco do cordão, fazendo
um ângulo entre 30 e 45° com a direcção longitudinal (fig. 11.8).
A redução de dureza da segunda passagem deve-se ao revenido da martensite
que se formou na primeira passagem.
Um dos problemas desta técnica é a paragem e arranque de eléctrodos, que pro
vocam perfis irregulares. O processo mais simples que se encontrou para evitar este pro
blema foi o de reiniciar o arco cerca de 6 mmapós a cratera formada pela' paragem
amerior(fig. 11.9 a»). Outros processos que podem ser usados em alternativa consistem
em reiniciar o arco na superfície do cordão a tratar e em seguida retirá-lq para a cratera
existente (fig. 11.9 b)) ou ' levar o arco do pé para a superfície do flanco do cordão
(fig. 11.9 c)).
820
k...,o·
I--L
de resistência à fadiga muito mais elevados nas juntas de canto do que em juntas topo a
topo, isto porque nas juntas topo a topo a concentração de tensões é inferior à das jun
tas de canto e, portanto, as melhorias conseguidas pela refusão TIG são menos significa
tivas. Nas juntas de canto, o aumento na resistência à fadiga para 2 X 106 ciclos variou
de 20 a 50% nos aços com tensão limite de elasticidade inferior a 400 MPa, enquanto
que nos aços com tensão limite de elasticidade mais elevada (> 400 M Pa) esse aumento ultra
passou 60%, crescendo sempre com a tensão limite de elasticidade do aço e atingindo
valores superiores a 150% (fig. 11.10). .
200 1 1 1
I. 1 /
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160 I- , /
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Juntas cruciform.s
,.) R=O
20- ./ .-RQfusão TlG
/
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/__
1 __-L__-L__-L__
~
1 ~ -L~
~.d (MR::!)
6
Fig. 11.10 - Variação, em percentagem, do aumento da reslstencla à fadiga para 2 x 10 ciclos
em função da tensão de elasticidade do aço [11].
Na figura 11.11 mostram~se duas das curvas S-N (sem e com tratamento) obtidas
em aço ao carbono por Booth [12] e que indicam precisamente um aumento na resis
6
tência à fadiga próximo dos 100% nas durações superiores a 2 x 10 ciclos. O aumento
ó
de resistência é contudo bastante menor nas durações inferiores a lO ciclos, o que se
deve, como se sabe, à ·existência de um período de iniciação da fenda muito curto. As
juntas tratadas aparentam ter uma tensão limite de fadiga próxima dos 150 MPa (perto
da tensão admissível estática do aço).
Para aços de alta resistência, as curvas S-N apresentam a mesma tendência da
figura lU I. A figura 11.12 é um exemplo retirado da ref. [7] e que mostra as curvas
S-N obtidas no aço de alta resistência HT SOA (a Ccd 382 MPa, aR 530 MPa) em = =
juntas cruciformes sem transferência de carga. Notar que, neste caso, a resistência à fadiga
1\22
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Fig. 11.11 - Influência da passagem suplementar TIG na resistência ~I fadiga de .iuntas crucifor
mes. Aço ao carbono [12].
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soo
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a.: 12:'1"tr1
600
J~nla. ,rue i'orm.
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a.. 400
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b.
<l
200
Nr -
Fig. 1I .12-Curvas S-N com e sem tratamento de rassagem surlementar TIG . Aço HT SOA [7].
para 2 x 10~ ciclos aumentou de 110 M Pa para 270 M Pa.com o tratamento de passa
gem suplementar. O .mesmo autor [7] obteve valores da tensão limite da fadiga após
tratamento entre 350 e 400 MPa e em juntas do mesmo tipo em aço HT 80A (crc,'\! = 824 MPa:
crR == 853 MPa).
Os resultados obtidos no Japão (ver figo 11.12) estão de acordo com os obtidos
nos programas europeus de investigação atrás referidos [11] e indicam que este trata
mento poderá conceder a uma junta de canto uma resistência à fadiga que .aumenta
COm a resistência: do metal de base, com valores muito próximos da que seria obtida em
prO\etes lisos do material de base sem o cordão de soldadura. A compro\ar este facto
\'l~rifica-se
em muitos ensaios LJ ue as mtmas se dera m no ma teria I de base fora d o cor
dão de soldadura. o que significa que se obtiveram as máximas condições de resistência .
Portanto com este tratamento. a intluência do cordão de soldadura é muito reduzida .
Em ambientes corrosi\()S (úgua do 111 a r) parece não ter havido melhorias signili
cati\as na resistência à fadiga [11]. o que dC\erá ser atribuído à não eliminação das
"picadas" de corrosão. LJue são lonas de concentração de tensões mais elevadas que a do
perfil do cordão.
Até agora os resultados analisados referiram-se exclusivamente a próvetes de labora
tório de reLJ uenas d irnensiks. Intercssa obviamcnte veri fica r se os grandes a umentos de
resistência ú r'adiga obtidos nos prO\etes de laboratório também são \-álidos em estrutu
ras reais de grandes dimensões. Com essa finalidade têm sido realizados programas de
ensaios de fadiga em \igas soldadas c\ escala natural. Por e.,\emplo. na Suécia ensaios
reali/ado~ em detalhes dc chapas de cobertura de \'igas em aços ao carbono e aço de
alta resistência re\l~laram um aumento na resistência à fadiga de 40Ç( . correspondente a
UIll aumento de duração de cerca de três vezes. LJuando se aplicou a passagem suple
mentar TIG [13]. Mais recentemente. os ensaios realizados na Alemanha. por Minner e
Seeger [14]. em \igas de grandes dimensões. com alma reforçada . fabricadas com aços
de alta resistência STE 460 ou STE 690. re,cllHam aumentos de 40 a 50Ç( na resistência
à fad iga com a passagem suplell1cnta r TI G.
POl1anto. os resultados parecem indicar que em estruturas reais de grandes dimen
sões não se conseguem. com a técnica suplementar TIG. aumentos na resistência à fadiga
tão elcnldos como os obtidos em prO\etes de peq uenas dimensões. Esta diferença deve
ser atribuída. por um lado. a uma maior dificuldade de controlo do processo em esta
leiro. e ainda. ao efeito de escala intrínseco da resistência à fadiga. em especial a influência
da esrcssura. De qualquer modo . existe uma possibilidade segura de aumentar as ten
sões de projecto numa estrutura . se as soldaduras forem dc"idamente tratadas com a
passagem suplementar T1G .
R..... ostimtmto
I
Mt4al
r.fundido
._9_._._.1
Fig. 11.13- ESlJlIcma do proccsso de rcfusão plasma (passagcm suplcmentar plasma).
300
100
~/ tratamento
50
Nr
Fig.. 11.14 ~ Influência da posição do eléctrodo na resistência à fadiga de juntas de canto de aço
ao carbono-manganésio, com preparação plasma [15].
X25
ração. apesar de o eixo do eléctrodo se ter desviado de 3 mm. Uma variação desta ordem
de grandeza com a passagem TIG teria causado resultados diferentes . Note-se. contudo.
que o eléctrodo deve incidir na ?Ona de concordância do cordão. pois a incidência no
flanco (posição C figo 11.14) dá um menor aumento da resistência à fadiga [15].
Do trabalho de Booth e Baxter [15). donde foram retirados os resultados da
figura 11.14. apresentam-se na figura 11. 15 exemplos de um cordão. que levou a passa
gem suplementar plasma. e outro. que não sofreu este tratamento. Como se nota. a
diferença de aspecto entre os dois cordões é bastante visível. apresentando-se o cordão.
tratado com um aspecto muito mais regular e uniforme. Do mesmo trabalho. a figura 11.16
é uma macrografia da secção de um dos cordões tratado e que revela a ?Ona de altera
ção metalúrgica provocada pelo tratamento e a transição suave que ficou no pé do cordão.
Booth e Baxter [15] verificaram ainda nos ensaios de fadiga que as roturas (fen
das nas juntas tratadas com plasma se iniciavam nas três posições esquematicamente indi
cadas na figura 11.17: parte superior do pé do cordão e parte inferior do pé do cordão.
Estas posições definem a largura do arco de plasma (fig. 11 . 17).
As condições operatórias desta técnica também íoram revistas em pormenor por
Bignonnet [11], que indica valores dos parâmetros de soldadura para a optimização do
tratamento. Por exemplo. os resultados obtidos na literatlira indicam que se conseguem
:\l<Icro1!ralia Lia seeç,io lk um corLliio Lle solLlaLlura trataLlo com [llasl11a. Am[lliaçào
5 X [10].
X27
I
/
/ "," ' '"',
Largura do
arco de plasma
"-.
Pe do cordâo /
/
/
(superior) /
/
/
/
/
/
/
/
/ /
/ /
/ Face do cordão /
I I
/
I
/
/
/ ~ Pé do cordão
/~ (Inferior)
//
Fig. 11.17 - . Diagrama yue representa os três ponto~ de rotura em .i untas tratadas com plasma [ 15].
2
c
Co
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so
250
200
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t 150
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_ _ Ar
b
<l _ . Água do mQr
100 O- R"'u.a,, pla.me (4')
...... Rtef'!Jsão' plasma
.(ógua do mar)
R::O,l
lO'
~
passagem s4>temQ!itcr,
11.10 Repre~cntação eSllucmiÍtica da lonna do ri: do cordão de soldadura com lima ras
sagem suplementar.
11.3.1 Introdução
Como se viu no capítulo 4 (4.5). a introdução de tensões residuais
de é benéfica. porque as tensões efectivas resultantes, da sobreposição de qual
quer ciclo de tensões aplicado com as tensões de serão mais peque
nas. Para além deste efeito. a criação de tensões residuais de compressão cm entalhes
onde provavelmente a impedir a dessas fendas. No
caso de haver é retardada. como se
de tensões residuais de compressão. O mecanismo de fecho das faces da fenda. exposto
em pormenor no capítulo 3 (3.6.3). pode ser utili7.ado para explicar este' fenómeno.
Qualquer de deformação plástica de cria tensões residuais de
compressão na vizinhança da região deformada plasticamente. porque o material defor
mado. ao sofré o constrangimento do restante material. elasti
camente deformado. que a deformada. Essa deformação pode
ser conseguida por trabalho a frio na superfície do metal (exemplos são a martelagcm c
a granalhagem). por pré-esforço de tracção (sobrecargas). compressão localizada ou aquc
locali7ado.
As técnicas que envolvem a criação de tensões residuais de compressão. por tra
balho a frio, só se aplicam em concentrações de tensão superficiais. As sobrecargas. porém.
produzem efeito para qualquer tipo de concentração de (superficial ou
As técnicas a considerar neste subcapítulo serão basicamente as seguintes:
marte/agem supel:tida/;
granalhagem supel:liciaJ;
RJI
!Jré-es!CJrí 'a I} 110'/1 {() ;
CO/llfJres,IÚo /om/ó/(/a;
As três primeiras técnicas são as mais utilizadas e, pOl isso, serão estudadas em
mais profundidade, As duas últimas são pouco utilizadas na prática e, por esse motivo,
apenas se farü uma breve referência na secção II '],5, designada ror outras técnicas,
o manelamento com um único martelo (fig, 11.21) é mais eficiente q,ue o disrosi
U\o de agulhas, porque permite maiores profundidades de deformação e, portanto. ten
sões residuais de compressão mais elevadas [10].
Para se obterem todas as vantagens da oreração de martelagem é necessário que
toda a superfície aonde potencialmente a fissuração por fadiga irá ocorrer, seja marte
lada, Os martelos pneumáticos são pesados e de difícil manejo, o que exige ao operador
832
- c{PR~O
Aço macio
5~0
400
-
o 6 passag<ms.
o 300
a..
L
100 3 passogons
h
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N~ a. Prol. mtdia
paSSQgli'ns ( 1lYT\)
100
0,1
0)5
0,50
. I PQs s ag~m
4 0.S9
6 0,61
40 8 0.63
5 6 6 7
10 10 2_ 10 10
Nr
Com base nos resultados da figura 11 .22 e em outros semelhantes pode concluir-se
que, em juntas de canto em aços ao carbono, conseguem-se as condições óptimas do
tratamento de martelagem com quatro passagens, o que. dá uma profundidade de defor
mação entre 0,5 e 0,6 mm . Para outros aços e materiais não ferrosos as condições ópti
mas podem ser diferentes. Por exemplo, para juntas de canto em ligas de Al-Mg-Zn,
Webber [22] obteve resultados bastante satisfatórios com três passagens, o que deu uma
profundidade média de 0,3 mm.
Em termos de resistência à fadiga, os resultados obtidos com esta técn!ca têm
sido bastante bons. Como exemplo pode ver-se pela figura 11.22 que com quatro passa
gens de martelamento se conseguem aumentos de resistência à fadiga superiores a 100%
na zona de durações superior a 2x 10b ciclos. Com uma única passagem o aumento de
resistência na mesma zona é bastante menor (cerca de 25%). A eficácia do tratamento
vai diminuindo à medida que a tensão aumenta, e na região de 10 5 ciclos não se notam
diferenças significativas entre as juntas tratadas e não tratadas, independentemente do
número de passagens de martelamento. Notar que, com as quatro passagens de marte
lamento, se conseguiu obter nestas juntas uma tensão limite de fadiga próxima dos 200 MPa,
valor superior à tensão admissível estática do material de base.
Em comparação com a técnica de refusão TIG, as melhorias do tratamento de
martelamento são em média duas vezes mais elevadas. Tal como nas técnicas anteriores
os aumentos de resistência à fadiga aumentam com a tensão limite de elasticidade do
6
aço (fig. 11.23) com valores, para 2 X 10 ciclos, que variam de 50% nos aços ao carbono
de baixa resistência, até cerca de 150% para os aços de alto limite de elasticidade (fig.ll .23).
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~art.IQ9~m
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Juntas cruciform.s
li =O
o~ __- L_ _ _ _L _ _- L_ _ _ _L _ _ ~ ____ ~ __ ~~
Fig. 11.23 - Aumento da resistência à fadiga para 2 X 101' ciclos. em função da tensão limite de
elasticidade do metal de base [3].
53
834
11.3.3 Gronolhogem
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70
7
5x lO· 2xl0
Nr -
Fig. 11.24 - Influência da granalhagcm na resistência à fadiga de juntas cruciformes. Aço macio.
R = 0[26].
-~-
~R=O
20
o Grl\,lialhado
tl..
:x
~
I::i' 150
<I ""
""
"
100
plástica
Distribuição das
tt!nsõt!s residuais
-
Fig. 11.26 - Representação esquemática da distribuição das tensões residuais num cordão de canto.
após o descarregamento de uma carga de tracção.
838
839
ProvQ'Us c om c ut~los
3,2 l ong i tud i nais
""
3,0
2,8
ProvqlllS com
2,&
c ut~ lo s IronsvC1r!loa i s
o 2,'
Õ .
in 2,2
b
2,0
1,8
1, •
1, 2 1, 1. I ,. 1, 8 1,0
Fig. 11.27 - Influência das sobrecargas na resistênciá à fadiga de juntas de canto de aço , R = O [27l
c om~'~.'.mido
cor<1ão
(a)
Distribuição ~
das t"nsõ"s r~!.idua i s
mais facilmente introduzidas, porque geralmente as estruturas soldadas por pontos são
mais leves e, portanto, mais fáceis de transportar para a máquina ou dispositivo que faz
a aplicação das cargas de compressão.
Na soldadura por pontos as matrizes são concêntricas em relação ao ponto de
soldad ura e, deste modo, a carga de compressão é aplicada directamente no ponto de
soldadura após o arrefecimento deste (fig. 11.29). As técnicas de aplicação destas cargas
encontram-se bastante mais desenvolvidas que na soldadura por fusão, existindo vários
sistemas no mercado que diferem no modo de aplicação da carga (estática ou por impacto),
processo de fixação das chapas e construção da matriz.
d.
soldadura
(I) Na ' lOna aquecida as tensões resid~-is são de tracção, provocadas pela dilatação. A equilibrar estaS tensões de ti"acção terá de haver
tensões de compressão fora da lona aquecida (fig. 11.30). .
842
- -
Distribuição das
l.,nsÔos rcníduo.is
Fig. 11.30 - Posicionamento dos pontos de aquccimcnto em provetcs com .iuntas longitudinais
descontínuas.
aquecer deve ficar ligeiramente à frente da ponta da fenda, para que esta seja atingida
pelas tensões residuais de compressão criadas pelo aquecimento (fig. 11.30).
300
Mart~lagem
Alagamrnto do pr'
SI tratarrqnto c I disco abrasivo
5 6 6 7
5 x10 10 2x 10 10
Nr
Fig. 11.31 - Comparação da resistência à fadiga em juntas de canto cruciformes de aço macio.
R=O[1.2].
(I) J\l~un1as destas CUn",L" S-:\i jú !"tlffim uprcscnladus em ligums antcriort!s dc..-stc capitulo.
845
(I) 'a análise cstalisrica destes resultados utilizou,"", o mctodo da banda de dispersão uniforme,
846
300
ce
~ 240
t:>
<l
200 '\
'\
'\
100~4----------------~5~----------------~----~~--------~~7~
lO lO lO
Fig. 11.32 - Comparação das técnicas de melhoria em juntas dt canto num aço macio e num
aço de alta resistência temperado e rcvenido [l. 2].
aos obtidos no aço de alta resistência (temperado e revenido com aC\.1l = 685 MPa). O posi
cionamento das curvas S-N referentes ao aço de alta resistência, com cordões tratados,
está bastante acima das curvas S-N correspondentes para os cordões de aço macio, o
que não se verifica nos cordões não tratados.
Nos tratamentos de martelagem e granalhagem os maiores aumentos de resistên
cia à fadiga, observados nos aços de mais elevada resistência, também .são devidos aos
valores mais elevados das tensões residuais de compressão do tratamento obtidas nos
aços de mais elevada tensão de cedência.
Nas juntas tratadas por martelagem e granalhagem notou-se que a resistência à
fadiga depende de maneira acentuada ' da razão de tensões, o que não acontece geral
mente nas juntas com cordões não tratados. A figura 11.33 a), b) confirma esta tendên
cia, mostrando as curvas S-N obtidas em juntas cruciformes de aço macio tratadas por
martelagem (fig. 11.33 a) e por granalhagem (fig. 11.33 b) ensaiadas com ciclos de tensão
a
a vários valores de R (- I ; O e 0,5). Notar que resistência à fadiga nas juntas tratadas
aumenta quando o valor de R diminui, o que se deve a uma diminuição da compo
nente de tracção do ciclo de tensões. Efectivamente, nas juntas tratadas existem tensões
residuais de compressão após o tratamento, que se vão sobrepor ao ciclo de tensões
aplicado à junta (fig. 11.34). Portanto, quanto menor for a componente de tracção do
847
(a)
100
7
( b) 10
Fig. 11.33 - a) Influência da razão de tensões na resistência à fadiga de juntas de canto martela
das [ I, 2].
b) Influência da razão de tensões na resistência à fadiga de juntas de canto grana
Ihadas [ L 2].
K I - laelor dr c:oncrnlroc:ôo
de IImsôes
T~mpo
~ T4lnsão
r~su\~~nt"
4t1f'ctiva
da
sobrtposição
1."'1'0
r41sidual
Fig. 11 .34 - Representação esquemática da sobreposição das tensões residuais de compressã6 com
ciclos de tensão com R = - I ; O e 0,5.
848
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DIMENSIONAMENTO DE·
JUNTAS SOLDADAS SUJEITAS A
SOLICITAÇÕES ESTÁTICAS
1. INTRODUÇÃO
853
ção parcial não é recomendado, mesmo em juntas solicitàdas estaticamente, porque pode
dar origem a problemas de fissuração durante O fabrico ou a umentar o risco de rotura
em serviço.
As recomendações ECCS [2] admitem uma falta de penetração de 1/5 da espes
sura da junta ou 3 mm, desde que a espessura total de metal depositado seja superior à
espessura do material base (ver figo A.2).
Para muitos materiais (caso dos aços ao carbono) é em geral possível, através
duma escolha criteriosa do material de adição e procedimento de soldadura, obter juntas
. topo a topo com resistência igualou mesmo superior à do material base e, portanto, as
tensões admissíveis para os cordões de soldadura serão as mesmas que para o material
base. No entanto, em certos tipos de materiais (materiais em que as suas propriedades
mecânicas são obtidas por efeito de encruamento durante a laminagem a fr,io. têmpera
ou revenido. ou tratamento de envelhecimento artifIcial ou natura!) podem obter-se. por
efeito duma operação de soldadura, propriedades mecânicas inferiores, o que deve ser
tido em conta, principalmente em juntas que transmitam directamente os esforços. como
sejam juntas topo a topo transversais. onde a cedência da junta pode dar lugar à rotura
do componente. Noutras juntas. a ductilidade e resiliência do metal depositado c zona
afectada pelo calor pode ser mais importante do que a sua resistência à rotura (zonas de
concentração de tensões que possam iniciar mecanismos de rotura por fadiga ou roturas
frágeis) .
b+d > t
c~3mm
ou
c~ !;smm
b c d
2.2.1 Generalidades
As juntas de canto, ao contrano das juntas topo a topo, podem ter formas e
orientação variadas relativamente às solicitações em jogo, () que torna a análise de ten
sões complexa.
Para efeito de determinação das tensões numa junta de canto define-se como secção
resistente do cordão o "plano da garganta", a garganta ou espessura do cordão "a" é,
em geral, definida como a altura do maior triângulo inscrito na secção do cordão; desde
. que haja penetração adequada na raiz do cordão, como é ilustrado na figura A.3.
854
3' - 126 a
a' - aumento 26%
Are3 d o corda o - aumento 100 %
w[~
GClfg3nta- aumen t.o 26%
,6,rea do co rdãO-Olument c 59 %
! W
126(.1.) j 1;
Fig. A.S - Aumento da secção resistente duma junta de canto.
~ b
Fig. A.6 ~ InOuência da geometria do componente na dimensão e rorma do cordão.
Ad mite-se que:
- t é a espessura da chapa mais fina que constitui a junta (no caso de juntas
entre chapas de espessura diferente).
No caso de juntas de aço, a soldadura terá resistência superior à das chapas que liga . .
856
Dum modo geral. deve ter-se sempre presente que a dimensão duma soldadura
deve ser o mais pequena possível, compatível com as solicitações presentes, de modo a
minimizar a distorção das peças e evitar problemas de fissuração (ex. arrancamento lamelar).
4J.. .. + . ._.._
+-aI +
Fig. A.8 - Juntas topo a topo com penetração parcial.
1- ao eixo do cordão
.
T J.. T 11- tensões de cone
\' l' l
Til 11 ao eixo da soldadura
Quando numa junta soldada actuam tensões do tipo indicado atrás, pode definir-se;
uma tensão equivalente dada expressão:
o critério de dimensionamento é:
e (I)
~=0,7 O'ced~
240
~ =0,8
859
Cí,é igual à tensão de cedência do material quando o cálculo é feito com base num cri
tério de estado limite; Cí, será igual à tensão admissível do material base se o cálculo é
baseado num critério de tensões admissíveis.
O valor de ~ ou coeficiente de red ução pode ser considerado como um factor de
eficiência da junta. O valor de ~ pode ser obtido por interpolação quando a tensão de
cedência do material é diferente da indicada atrás.
Em ge~al as tensões admissíveis são calculadas a partir da tensão de cedência ou
tensão de rotura do material base. O critério mais seguido é o uso da tensão de cedên
cia, de acordo aliás com o critéri o de rotura por deformação plástica generalizada . O
recurso à tensão de cedência tem como desvantagem. no entanto, encorajar o uso de
materiais COtn uma razão tensão de cedênciajtensão de rotura elevada, o que pode levar
a usar materiais com resistência à fractura baixa .
O coeficiente d~ segurança adoptado varia com o tipo de aplicação, solicitação.
ambiente, qualidade de fabrico ou tipo de material utilizado: em geraL é usual utilizarem-se
coeficientes de segurança de 1,5 a 1.8 sobre a ten.são de cedência.
Valores típicos:
para esforços primários
para esforços combinados
Compressão
Cf
a=-Pt'
aw
a w -tensão no 1""'''''''' o critério ( I)
t do elemento a
X61
2.2.4.3 Exemplos
P =L (a.l. O'w)
com valores de 0'" para os dois tipos de cordões
postular qual a do esforço total absorvido por cada
A introduzida peIasoldadura é tida em conta no dimensio
namento o que não quer dizer que em conta no dimensio~
namento na A.I
2 - Juntas de
são ilustradas na figura A.13.
pode decompor-se a tensão normal na em com
ponentes O' L e 1:' L' a secção resistente do cordão I.a e o absorvido
2 a tensão normal na junta é dada por:
P P
2 2 La 2 "fil.a
A tensão equivalente
=
863
~ Regime plástico
UllllI:nIIlUJ
~~:::::::::::;:::::~
Regime elástico
~ 1'~c~::::~:::::I_-==r--
7 ~p
I ~
Fig. A.II - Junta de canto. Cordões paralelos ao esforço aplicado.
Corre c to
Jl IL I
Fig. A.12 -
J;b
o esforço máximo que a soldadura pode transmitir é como está calculado a .seguir
p=
J21 a cr c
f3
864
ou
Pm:i.,. =
{3
Portanto
___ F
T
Outro método que poderia ser seguido consiste em admitir que a cobrejunta actua
como um corpo rígido. rodando em torno de um centro de rotação que poderá ser
escolhido arbitrariamente. Cada cordão transmitirá. neste caso. o esforço que é perpen
dicular ao raio definido pelo centro de rotação escolhido e o centro de gravidade do
cordão em causa.
,=~
Ib
Q=Ay
v - esforço de corte
Q - momento estático em relação ao eixo neutro, da secção
situada acima do plano A-A em que se pretende calcular
a tensão de corte
b- espessura da secção ao nível do plano A-A
I- momento de inércia
t A- área da secção acima do plano A-A
y- distância do centro de gravidade da secção A. ao eixo
neutro
A única tensão existente no cordão é a tensão, li
ac = f3.J3 ' n.
Considerando como material base um aço com a «d = 240 N / mm", f3 = 0.7
f3 J)'iI = 240 1' 11 = 198 N / mm"
a. ='1I = 198 N/mm"-tensão de corte máxima que cada cordão pode suportar
ar - tensão de corte real no componente (alma. ao nível da ligação)
_ S
a p =' = S/, ou em cada cordão 1''''''I-----:2t
O critério de dimensionamento é: a= ~t
55
X66
5 - Ligação viga-coluna
Método de cálculo dos cordões de soldadura: que os dos
banzos suportam o momento e que o de corte é tomado da alma.
método de embora so e se a coluna for de refor
ços que transmitam os dos banzas das vigas à alma da coluna.
Quando não existem reforços. o que por vezes é a solução o
cálculo tem de ser baseado num comprimento efectívo dado
AI5
T- 50 I i c i t Gl ç: a o à t r a c ç ã o
C 50 I i c i t a o à co
São indicadas a seguir algumas regras práticas a ter em conta quando se dimen
sionam juntas de canto ou juntas topo a topo com penetração parciaL que devido a
contacto insuficiente entre as partes possam estar sujeitas a esforços de compressão [3]:
c) Se o afastamento 0,5 < g < 2 mm. não é necessário verificar as soldaduras, aesde
que estas tenham boa capacidade de deformação. Se a deformação requerida
para fechar a junta for considerada excessiva , podendo pôr em causa a estabi
lidade da ligação, deve verificar-se a resistência do cordão tomando como ten
são admissível a tensão de cedência do metal depositado.
Supõe-se que as soldaduras estão calculadas para suportar os esforços existen
tes na junta.
3 DIMENSIONAMENTO DE JUNTAS SOLDADAS DE LIGA
Introdução
As ligas de podem agrupar-se em dois grupos:
(í) - Ligas não termicamente (ligas de A1Mg), que são no estado
recozido ou por deformação.
Oi) - Ligas tratáveis termicamente (ligas de ou AIZnMg), são usadas
após tratamentos adequados que envolverr, operações de e
envelhecimento natural ou artificial.
As propriedades no grupo, dependentes da
trabalho deformação '-1'-'_'1,.1"\..1 e. no segundo. do tratamento térmico
num caso e no outro propriedades obtidas quando as
somente recozídas(ll.
Quando se efectua uma de soldadura. o ciclo térmico da
produzir modificações de tipo que vão as propriedades
metal na zona afectada calor. Na figura A 18 é o como essas
neíJa(leS mecânicas variam ao da junta.
·Eixo do cordão
Fig. A.18 - Efeito do ciclo térmico da soldadura nas propriedades mecânicas de soldaduras
de alumínio.
Nestas condições, quando se calcula a resistência duma junta soldada duma liga
de alumínio, é necessário ter em conta a variação da tensão de rotura ! tensão de cedên
cia do material ao longo da junta. Assim, e para efeito de cálculo, define-se uma zona
de resistê ncia reduzida [5] na qual as propriedades mecânicas a considerar são as do
metal depositado. A largura da zona de resistência reduzida é tomada em geral igual a
25 mm contada a partir do eixo da soldadura no caso de soldaduras topo a topo e a
partir do pé da soldadura em juntas de canto. A largura real está dependente do proce
dimento de soldadura adoptado, estado do material base e geometria da peça a soldar.
41 I f§&
Dum modo geral e como regra de boa norma, a concepção duma construção
soldada numa liga de alumínio deve ser tal que o número de juntas soldadas deve ser o
mínimo compatível com um fabrico económico. O recurso a elementos extrudidos pode
revelar-se extremamente vantajoso sob o ponto de vista económico e de facilidade de
construção.
s
e
ai a,.. ,
< O'c = __ cu_
S
cr ced tensão de do metal
S factor de segurança
A Convenção Emopeia de Construção Metálica (ECCS) produziu recomendações
onde é proposta uma metodologia de cálculo de de alumínio [ 5 ]
ainda ser usadas do tipo:
S
em que 0:, ~, Y que I) factores que têm em conta a da solda
dura, Uof1ow" da tensão ao longo da junta e dos campos de tensões
em juntas de canto. Este tipo de fórmula é usado principalmente na literatura francesa [6].
A metodologia na literatura inglesa e ' é ligeiramente diferente
no que diz ao dimensionamento de juntas de canto. Dado que se admite que as
soldaduras de canto fracturam os planos de tensão de corte o seu
dimensionamento é feito tomando como tensão admissível a obtida a partir da tensão
de corte ITÚnima do material, de segurança que, no caso do
inglês I 969 [7T Ii , é a 3. É corrente, no caso de o uso de jun
tas de canto, tipo junta cruciforme ou em T. Como se vê na figura A. 20. a
deste tipo de junta pode ocorrer de três- modos distintos:
I- Rotura através do metal depositado pelo plano correspondente à espessura
mínima "a" (garganta).
2 Rotura por um plano irregular "q'" que segue a linha de fusão da soldadura
(portanto rotura da zona pelo calor).
(I) Este código está acmalmeme a ser revisto. Será substituído pelo código BS 8118.
871
Fig. A.20 - Modos de rotura duma junta de canto numa liga de alumínio.
A
Um tratamento mais detalhado da verificação da estabilidade de componentes solda
dos em ligas de alumínio é descrito nas rer. 6 e 9.
!I I I I I ! ! I _~B
~cor~o
[ \ _ I]
~ L
A - Zona. n:ã.o afeclada
I ·
B - Zon,;, resistênci. redu-zicJ.a
l!~111111
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[3J Doc. IIS/IIW-534-77, "Regias para el calculo de uniones soldadas con separacíon de bordos someli
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ANÁLISE ESTATíSTICA DE
RESULTADOS DE FADIGA
1. INTRODUÇÃO
É feita uma descrição da metodologia de análise estatística que pode ser seguida
no tratamento de dados experimentais de ensaios de fadiga. A bibliografia disponível é
extensa; no entanto, no presente apêndice limitar-nos-emos a um tratamento simplista
do assunto, fazendo referência a alguns trabalhos relevantes. Chamamos desde já a aten
ção para a especificação da ASTM E 739-80 [5] sobre este assunto.
ao - ordenada na origem
ai -inclinação
Na figura 8.1, a linha de regressão da população é representada com duas distri
buições de probabilidade de Yi para XI e X 2•
Quando se define uma linha de regressão duma população, assumem-se normal
mente as seguintes hipóteses:
- os valores X são constantes conhecidas controladas pelo experimentador e Y é
uma variável aleatória distribuída normalmente e independente com valor médio
." • 2 .
U y / x e vananCla 0y /x
876
x
8.1- da Distribuição de Yi para e
a'H aI são constantes que podem ser calculadas pelo .....""A,.,'r. quadrados:
1: Yi = 1: ao + ai 1: Xi
1: XiYi = ao 1: Xi + ai 1:
y média de y;
(8.4)
obtidos estarão dispersos, dispersão que é variável conforme os casos. O grau de disper
. são pode ser expresso calculando um parâmetro estatístico r)\ - factor de correlação. A .
correlação entre os resultados previstos e os reais pode ser medida pela razão :
variação explicável
variação total
----''----'---- = ± (8.6)
0,
" =2:-x~ -x"
r
n
r n número de (8.7)
n
a[ = ---...........,---- (B.8)
(8.9)
r = ( 8.10)
Se o termo ~ (y - y) ' for grande relativamente ao termo ~ (Yi - y)'. di7-se que a regressão
é estatisticamente significativa . Os graus de liberdade de cada termo da eyuação (B.5)
são
Seja
sendo
MS , = L (Yi-Y)' = -I - (~'''' ~
""' Yi -a"..... Yi -ai""' Yi x,)
n-2 n-2
O critério de decisão é:
a o + a1x +( t. ll -
)
2. n- 2 ·
(S y x ) 1 + -+
I (Xo-X)2)
2
n :E (Xi:"" x)
Sendo:
Sy , - variância de Y dado x, calculada por
y I-------,~
x. x
da linha de linear.
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data ':
íNDICE DE ABREVIATURAS
CA corrente alterna
Offshore Research
EPT
ESDU (Reino
Europeene de Manutentio'h
Faculdade de da do Porto
IlW
lMechE Institution
IRSID de
NP Norma
stress corrosion
USA
VDI
WI
WRC
pelo calor
íNDICE DE ASSUNTOS.
AJuminatos. 602
. Classes de vigas reticuladas. 712
Alumínio, 629
Classificação de juntas. 695
Arrancamento lamelar, 60 I
fadiga. 386
270,271
Carbonitratos, 597
Comprimento do cordão (cateto), 329, 339
888
Conectores, 675
Desalinhamentos axial, angular, 302, 303, 304
Conformação, 599
Desborelo, 463. 464
Contracção, 576
Diagonais, 404
Inst., 65
Elementos finitos. 300. 327. 329, 330, 409. 410.
271
Emissão acústica. 212
538
Endurecimento. 630
Decapagem, 837
Energia potencial. 256
Deformação, 571
Envelhecimento artificial. 633
33,37,38
EquivalênCia aço estrutural, 594, 595,
889
Esrectro de carga sinusoidal. :IX} Fadiga oligocíclica (juntas topo a topo). 319
Estado plano de tensões. 249. 26:1 Fail safe- \u: rupt ma controlada
Estrias. 186
Falta de penetração. 337. 637
Eurocode . 700
Falta de penetração (penetração incompleta).
305. 326. 328. 333. 334. 335. 337. 338. 339. Fenda intergranular. 615
164
Fendas. 461. 638
489.490.493.494.495.564
Ferramentas de afagamento. 814. 815
518.524.543.546.558.564
Filosofias de projecto. 794
244
Fluência cíclica. 256
890
Fractogralia.445
Junta de canto. 646
Frcljuência. 3il7
348.349 .
Juntas em K. 311
293
Guteira. 654
Grimth. A. A .. 15. 17
Hidrogénio. 609
Lei de Fick. 61 1
Inclusões. 602
Lei de Paris. 178
460
ligações tubulares. 709
559. 565
limiar de propagação. 587
891
178. 180
Modelo de face da fenda. 244
Longarina. 404
Módulo de Young (valores típicos). 42
Mordeduras. 463
Macrofractografia. 181
Morfologia de uma superfície de fractura. 181'
Macrografias. 826
Matriz. 841
Níveis de qualidade. 774
M icrocavidades. 188
Oxicorte. ti 78
Microestrutura. 217.538
Oxigenação. 373
Microfractografia. '186
Parábola de Gerber. 166
417.418
Perfil. 651
892
PH . 374
Recomendações lI W. 691
Pilares. 404
Rccta de Goodman. 166
Porosidades. 445
Relação tensão de ruptura / tensão limite de
465
749
Porosidade. 635
Resinas epóxicas. 378
384
Resistência à fadiga com corrosão. 366. 368. 430
362. 384
Resistência característica da junta tubular. 420
anisotrópicos. 509
RMS (raiz quadrada média). 399
Provcte tipo compacto (CTS). 48 SEM. scanning electron microscopy. 186
Significância. 879
Radiografia. 465.479
Silicatos, 602
est<Ítica. H51
Tensões residuais de 57/\
sólida. 630
Teste do disco. 421l
Sulcos. 46:1
Teste F. 879
Sulfuretos. 602
Tipo dejuma. :108
da solução. 315
Tratamento de precipitação. 6:12
Tenacidade típicos). 41
Tratamento termomecànico. 595
Tensão de
Tratamentos vibratórios. 5HO
43
Verificação à fadiga, 687
858
Vida garantida. 689
Tensão 407
em caixão. 655
370,430
Tensão 356
u,,,,,,,av. 247
afeetada termicamente. 265
Tensões 194
Zona de plastificação do entalhe. 221. 222
íNDICE
plano. KIc' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.3.3 O integral J . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
1.4 Análise da integridade de estruturas contendo defeitos. usando o critério CEG B R6. . . . . . 68
1.4.1 Fundamentação........... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
896
2.· Critério General Electric Electric Power Resarch Institute EPRI) ....... 109
4.2 Resultados obtidos usando o critério CEGB R6 .... ...•..... .. ... .. ............. 122
5. Previsão do comportamento de um reservatório de pressão .... '" .... ;. ... . .... . .. . 126
2.7.3 Aplicações a casos práticos ................ ,..... . ... .. ...... .. . .. . .... . 169
2.9 Fadiga em elastoplásticas. ou fadiga oligodclica ("low cycle fatigue') .•....... 171
897
3.2 Condições de iniciação e propagação de fendas de fadiga ........... .. ..... . " . . . . . . 194
3.3 Curva de propagação de uma fenda. crescimento subcrítico de um defeito ......... . ... 200
3.5 Técnicas experimentais de detecção e medição de fendas de fadiga . .. ........... ..... 205
3.5.2 Técnicas indirectas ... .. ... ... ... . ... . ..... . .......................... 209
3.6. 1 Influência do material e tratamerno térmico ...... .. .... . .............. .... 216
3.6.3 Influência do meio ambiente (fadiga com corrosão) ... ... .. . .. ..... . ...... .. 216
3.6.8 Influência da deformação plástica . ..... ..... ..... .. .. . .... . ......... . . .. 225
3.7.1 Re[ações analíticas ou teóricas . ... ....... . ............. ... ..... . . . . . . . .. 259
Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 387
4.2.3 A influência dos parâmetros de soldadura nas juntas transversais .............. 306
4.3.1 Classificação das juntas de canto; principais modos de rotura ..... . .... . ....... 320
898
4.3.2.2 J untas de canto transversais com transferênciade carga. '. . . . . . .. ....... 336
4.3.3 Resultados de ensaios de parâmetro mais ........ ... ... ... 341
4.5.2 Danos por ...... ...... . .... ..... .... .... ...... .. ...... ..... ... 388
4.5.4 Cálculo dos danos acumulados usando a regra de MineI' .. . . ... . . . . . . . . . . . . . . 399
4.6,3 Comportamento elástico e rotura estática das juntas tubulares de circular. .. 407
416
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 449
5.3.1 Influência das .... .. ...... ..... ... .. . . ........ ..... ... ..... 465
899
5.4 Influência dos defeitos planares: previsão da resistência à fadiga .... .. ..... .. ........ 479
5.4.4 Formulação do f'actor de intensidade de tensões em juntas soldadas ........ . ... 486
semielíptieas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 499
5.5 Resultados obtidos na análise de defeitos planares . ... ..... ....... ................ 513
5.5.1 Juntas topo a topo .................. .. ........ ...... ......... ... .. ... 5 t]
5.5.2 J untas de canto sem transferência de carga ........ . ....... . .............. . 516
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 567
6.2 Formação das tensões residuais em juntas soldadas .................. . ............ 571
Referência's . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 591
7.2.3 Soldabilidade......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 60 I
7.3 .2 Influência das propriedades mecânicas dos aços no comportamento à fadiga ..... 622
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 627
900
8.2 Selecção de ligas de alumínio para fins estruturais ................•... . .......... " 630
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 627
10.1 Introdução .. ,." .. ""., ....... " .... , .... ,.,.,." ...... ,.,." .. ,., .... " 687
10.2 Códigos e especificações de projecto ..... , , , ........ , . . ... , .. . .. , ... , , . , ..... , . 691
10.2.1.1 Estruturas em geral ., ..... , .. , .. ,., .. .... , ... . .. , .... ,.,.,.". 691
10.2.1.1.1 Recomendações do lIW .... " .... " " . " . , . , ... " . " , . 691
10.2.1 J.I' Código ~S 5400 , .. , .... ,., .. , ... "., ... , ....... ,.... 713
10.2.1.4.2 Código BS 6235: 1982 " , ... , ... ,., ... ", ...... , .. ,." 728
10.2. 1.5 Normas de projecto de aparelhos de e.levação e movimentação ... , , ... ' . 743
IÓ.2.1.6 Códigos de reservatórios sob pressão .. , .... ".".,., . , .. ,. , ... ,., 749
10.2.1.6.1 Código ASME VIIl-2 ...... , .. , .. , ' .. , ... , ... ,', , , : . , ,', 749
901
r 1.2 Redução da concentração de tensões ... ......... .. . ........ . . ... ........... , .. 812
11 J Técnicas de introdução de tensões residuais ........... ....... ....... .... ... . .. , , ,'o 830
I 1.3.3 Granalhagem ... . , .............. . . . , .... . ... ............ ... .... . . .. 834
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 849
2.1 Análise de juntas topo a topo .... . ................. .......... ............. , 852
902