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Fome Fisica x Fome Emocional

Se você ataca a geladeira sem pensar duas vezes quando se sente ansioso
ou deprimido, fique atento: compensar a solidão, estresse, tédio e tristeza
com comida são os principais sintomas da fome psicológica ou fome
emocional.
A compulsão gera crise rápidas, de três a oito minutos, em que a pessoa
sente uma necessidade compulsiva de comer em grandes quantidades,
mesmo que não esteja de fato com fome. A fome psicológica é a grande vilã
das dietas e, em casos mais graves, pode levar à problemas de saúde por
conta da má alimentação.
Segundo a terapeuta Erica Aidar, todos podem passar por momentos de
fome emocional, mas quem apresenta quadros de ansiedade e depressão
tende a enfrentar a situação com mais frequência. Pessoas que não
apresentam sobrepeso também podem passar por episódios, a diferença
com o indivíduo obeso é a frequência em que ocorrem as crises e a
quantidade de comida ingerida.
Se a compulsão se torna cada vez mais frequente e intensa, a vítima deve
procurar o tratamento adequado: o acompanhamento de um nutricionista e
terapeuta.
A primeira atitude a ser tomada é identificar as causas da compulsão, quais
são as situações que antecedem as crises e aprender a tomar outras
atitudes para lidar com o estresse, ansiedade ou tristeza. A comida deve
deixar de preencher a vida emocional:
Fome física, ou do estômago, é a fome fisiológica; nossa necessidade de
reabastecimento. É a fome que sustenta a vida.

Fome emocional, ou psicológica, é a fome que não tem ligação com a


sustentação da vida. Implica em comer "apenas por que a comida está lá";
"porque alguém se preocupou em prepará-la"; "porque paguei pela comida",
"porque tenho pena de jogar fora"; "porque me sinto ansioso"; "porque estou
triste, frustrado, feliz, etc...". Por fim, a fome emocional é a que nos faz
comer mais e mais, apesar de já estarmos satisfeitos ou até passando mal.
É ela que nos faz engordar.

Aprendendo a reconhecer cada uma.

Para ajudar em seu emagrecimento é essencial aprender a reconhecer a


diferença entre fome física e fome psicológica, e passar a comer apenas pela
fome do estômago. Geralmente as pessoas compulsivas alimentares comem
pela fome emocional e por isso engordam. Se sua mão, ou sua mente,
movem-se em busca de comida quando você não está com fome, você é
considerado uma pessoa compulsiva alimentar.

Para curar seu problema alimentar e emagrecer, é preciso que você


restabeleça a ligação entre o alimento e a fome física, ou do estômago, ou
seja, parar de procurar comida quando não estiver com fome, e se permitir
comer quando tiver fome física, sem restrições alimentares (sem dietas
proibitivas).

A cada vez que se alimenta quando seu estômago exige, você está
realizando duas tarefas importantes: você nutre-se fisiológica e
emocionalmente. Para isso: a cada vez que quiser comer, deve-se
perguntar: "Estou com fome?"

Por mais simples que pareça essa pergunta, para as pessoas compulsivas,
ela é muito complexa, pois, em geral, a última coisa em que pensam
quando procuram comida é na fome.

Muitas vezes, a sensação de fome do estômago significa, para as pessoas


que passaram muita privação na vida (principalmente as que já passaram e
passam por dietas proibitivas) uma lembrança dos tempos ruins. Não
conseguem sentir fome sem lembrar de todas as outras emoções que
sempre acompanharam essa sensação.

Abandonando a compulsão

Para comer "normalmente", deixar de ser um compulsivo e emagrecer, você


precisa agir como uma pessoa que se alimenta de maneira normal e colocar
a comida, de novo, em seu devido lugar.

Toda criança sabe pedir comida quando tem fome e parar de comer quando
satisfeita. Crianças seguras aprenderam, através de incontáveis seqüências
de sentir fome e serem alimentadas, que o mundo responde às suas
necessidades de maneira confiável. Na verdade, cada vez que uma criança
faminta chora e é alimentada, reforça-se a mensagem de que suas
necessidades serão satisfeitas e, em conseqüência, ela se torna um pouco
mais forte psicologicamente.

Infelizmente, em determinado ponto do caminho entre a infância e a idade


adulta, (existem várias causas para a compulsão alimentar), sua
capacidade de reconhecer e aplacar a fome do estômago foi vencida pela
compulsão de comer.

O primeiro passo a dar para retomar o antigo esquema de alimentar-se


por necessidade é:

 Esperar sentir a fome do estômago, e não seguir um horário pré-


determinado para se alimentar (ex.: hora do café da manhã, almoço
ou jantar). O que de fato importa é que você se alimente de acordo
com a fome, e não, de acordo com o relógio.
 Não pensar em "dieta" quando sentir a fome física. Não se privar. A
privação leva à compulsão alimentar.
Por enquanto, seu objetivo deve abandonar qualquer interferência externa
como tabelas calóricas e horários de refeição. Sua referência deve ser
interna (se perceber), e assim, o seu corpo o encaminhará nesse processo.

Alguns compulsivos temem iniciar esse processo, pois temem a intensidade


da fome, e que essa os levem ao descontrole alimentar. "E se a minha fome
não for saciada?". A única fome insaciável é a psicológica.

Muitos compulsivos não se permitiram esperar sentir fome física, pois


ressentem ter de confiar em si mesmos para sua nutrição, o que é normal,
pois quantas dietas eles já iniciaram e não foram capazes de chegar ao
final, ou quando chegavam, voltavam a comer compulsivamente e a
engordar? Na verdade, os compulsivos não têm base para confiar em si
mesmos como provedores.

Se você está entre aqueles que temem a sensação de fome do estômago,


deve enfrentar este medo e observá-lo de forma objetiva. De maneira
realista. A fome fisiológica é uma sensação fácil de ser cuidada com
a quantidade adequada * de comida. A cada vez que você se alimenta pela
fome do estômago, demonstra a si mesmo que é capaz de satisfazer suas
necessidades e ir adquirindo a autoconfiança.

Não se recrimine, não se xingue, não se culpe se acontecer (o que é


provável) de você comer por emoção. Apenas perceba que o fez e se
proponha tentar novamente esperar a fome física. Saber que pode contar
com alguém tão atento e carinhoso quanto você mesmo irá diminuir sua
necessidade de recorrer à comida quando estiver com problemas. Quanto
mais comer pela fome física, menos precisará comer pela fome emocional.

O número cada vez maior de experiências da alimentação pela fome do


estômago terá um efeito cumulativo, e com isso, a cura para a sua
compulsão, o que resultará em seu emagrecimento, manutenção definitiva
de seu peso e melhor qualidade de vida.

* Para saber a quantidade necessária, experimente o seguinte:

a. Espere a fome (física) para comer (perceba-se);


b. Coma devagar. Mastigue bem. Dessa forma a saliva pode cumprir o
seu papel na digestão (a digestão se inicia na boca, e não no
estômago). A mastigação lenta aciona o mecanismo de saciedade, que
funciona assim: quando a quantidade necessária de comida chega ao
estômago, esse envia mensagens químico-elétricas através de
neurônios e hormônios até o hipotálamo (região do cérebro que
responde pelo comando das principais atividades do metabolismo). A
mensagem de "chega" dispara, então, a sensação de satisfação plena
do apetite. Como todo esse processo leva algum tempo (minutos),
recomenda-se comer devagar. Assim, atinge-se a saciedade com
menos comida. Se você acha difícil, passe a repousar os talheres no
prato a cada garfada.

Não é novidade para ninguém: manter uma alimentação saudável e regrada,


sabendo dizer não aos alimentos calóricos e comendo nos horários certos, é
o segredo de qualquer processo saudável de emagrecimento. Mas como lidar
com a fome repentina ou aquela vontade enorme de devorar uma guloseima?
Como recusar um doce depois de um dia estressante e cansativo?

Confira algumas dicas para identificar a fome psicológica e como lidar com
as crises:
Beba água
Segundo a terapeuta, o simples gesto de ingerir o líquido pode saciar a
vontade de comer fora de hora.
Distraia-se
Procure outras atividades que lhe proporcionem prazer. Quando a vontade
de comer uma guloseima bater, leia um livro, converse com amigos, ouça
música ou faça uma caminhada. Os exercícios físicos podem ser grandes
aliados.
Coma
Isso mesmo: ingerir um alimento que agrade o seu paladar, em pequenas
quantidades ao longo dia, pode aumentar a consciência sobre a alimentação
e gerar escolhas mais equilibradas. Antes de comer, dê uma nota para sua
fome, após dois minutos alimentando-se, dê nova nota e ao terminar repita o
gesto.
Mude os hábitos
Fica muito mais fácil não comer um doce se você não tiver um doce! Evite
comprar e encher a geladeira de guloseimas e carregue lanchinhos saudáveis
com você.
Pense duas vezes
Por mais difícil que seja, quando a vontade compulsiva de comer chegar,
reflita se você realmente está com fome e se precisa de determinado
alimento.

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