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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVERSO GOIÂNIA

ROTEIRO DE ESTUDO DIRIGIDO


PSICOPATOLOGIA I

Profª Drª JANETE CAPEL

Livro: DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. –


Porto Alegre: Artmed, 2019.

CAPÍTULO 2 - DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DOS SEUS FENÔMENOS

Questão 01 – Escreva alguns conceitos de Psicopatologia.


- Conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. É um conhecimento
que se esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante.
- Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença ou transtorno mental (Campbell)
- Psicopatologia para a Gestalt-Terapia é o estudo da qualidade e da funcionalidade da evitação do
contato.

Questão 02 – Explique o que é patogênese e patoplastia.


Patogênese é o processo de como os diferentes sintomas se formam e se estruturam, ou seja
como se dá a forma dos sintomas. Já a patoplastia é o que preenche, é o conteúdo dos sintomas,
dependentes da história de vida singular do paciente e da cultura em que vive.

Questão 03 – Explique os três tipos de fenômenos humanos para a Psicopatologia.


1. Fenômeno semelhante em todas ou quase todas as pessoas: é o plano dos fenômenos psicológiocs,
fisiológicos, daquilo que é normal, por exemplo: sentir fome, sede, sono ou medo de um animal
perigoso.
2. Fenômeno em parte semelhante e em parte diferente: plano psicológico e psicopatológico se
sobrepõem, ou seja, o ser humano normal apresenta e em partes está presente também no indivíduo
com transtorno mental. Por exemplo, sentir tristeza é normal, mas sua alteração de intensidade e tempo
acomete um paciente com depressão psicótica.
3. Fenômeno qualitativamente novo, distinto das vivências normais: campo específico das ocorrências e
vivências psicopatológicas. Aqui estamos falando de alucinações e delírios, alteração de memória
(demências), turvação de consciência. Nenhum desses fenômenos se apresenta em uma pessoa
normal.

CAPÍTULO 3 - OS PRINCIPAIS CAMPOS E TIPOS DE PSICOPATOLOGIA

Questão 01 – Explique a diferença entre Psicopatologia descritiva e dinâmica.


A psicopatologia descritiva se interessa pelas características e descrições da vivência patológica
como sintoma mais ou menos típico. Já a psicopatologia dinâmica foca no conteúdo das vivências, na
experiência individual, não necessariamente classificável em sintomas descritos.

Questão 02 – Explique a diferença entre Psicopatologia médico-naturalista e existencial.


O profissional com perspectiva médico-naturalista centra a sua atuação no biológico, no
funcionamento do corpo e na disfunção do sistema natural e universal. Já a perspectiva existencial o
indivíduo é visto como um ser relacional que se define na sua dimensão elementar, fundamentalmente
histórico e particular.

Questão 03 – Explique a diferença entre Psicopatologia comportamental cognitiva e


psicanalítica.
A diferença está na forma de visão de homem, ou seja, para a psicopatologia comportamental o
ser humano é um conjunto de comportamentos observáveis, verificáveis e respondentes ao meio. Tal
visão se aproxima da que é dada na perspectiva cognitivista, que entende o sintoma como
comportamentos e representações cognitivas disfuncionais. Em um outro polo, se encontra a visão
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psicanalítica da psicopatologia, onde o ser humano é visto como ser “sobredeterminado”, dominado por
forças desejos e conflitos INCONSCIENTES. Aqui, o sintoma e os transtornos são uma expressão do
conflito, de desejos que não foram realizados.

Questão 04 – Explique a diferença entre Psicopatologia categorial e dimensional.


Para a psicopatologia categorial há limites bem definidos de um transtorno para o outro. Já para
a psicopatologia dimensional há o que chamamos de espectro, onde se compreende o fenômeno com
diversas variáveis, intensidades e características específicas para cada indivíduo.

Questão 05 – Explique a diferença entre Psicopatologia biológica e sócio-cultural.


A psicopatologia biológica enfatiza os aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos
das doenças e ddos sintomas mantais. Já a perspectiva sociocultural investiga o transtornomantal a
partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração estresse ocupacional,
desmoralização sociofamiliar, ou seja, no contexto simbólico e histórico.

Questão 06 – Explique a diferença entre Psicopatologia operacional - pragmática e fundamental.


Na visão operacional-pragmática o que fundamenta a definição básica de transtornos mentais
são suas funcionalidades e utilidades pragmáticas, clínicas ou orientadas à pesquisa. Esse modelo é
adotado pelo DSM-V e pelo CID-11. Em contrapartida, a psicopatologia fundamental busca, a partir de
tradições literárias, artísticas e de outras áreas humanas dar atenção aos fundamentos históricos e
conceituais.

CAPÍTULO 4 – A QUESTÃO DA NORMALIDADE E DA MEDICALIZAÇÃO

Questão 01 – Explique o conceito de normalidade


O termo normalidade é atravessado pela dificuldade de não valoração. Historicamente ele é
enviesado pelos costumes culturais, políticos e históricos daquilo que é desejável ou indesejável, certo
e errado, bom e ruim. Além disso, quando se fala de normalidade dentro da saúde mental tem que se
levar em consideração a subjetividade e a complexidade humana.
O conceito de normalidade está ligado à norma, o que está dentro de uma média ou parâmetro. Mas
como definir a norma de um espectro de comportamentos e estados mentais que são construídos
individualmente e formados através de experiências humanas singulares?

Questão 02 – Cite as áreas que são envolvidas nos debates sobre normalidade em
psicopatologia.
As áreas que estão envolvidas no debate sobre normalidade em psicopatologia são:
- Psiquiatria e psicologia legal ou forense
- Epidemiologia
- Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria
- Planejamento em saúde mental e políticas públicas de saúde
- Orientação e capacitação de profissionais
- Prática clínica

Questão 03 – Apresente os principais critérios de normalidade utilizados em psicopatologia.


01. Normalidade como ausência de doença: define-se a normalidade não por aquilo que ela supostamente é,
mas por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta.
02. Normalidade ideal: Tal norma é, de fato, socialmente constituída e referendada. Depende, portanto, de
critérios socioculturais e ideológicos arbitrários e, às vezes, dogmáticos e doutrinários. CRÍTICA: enviesado e
utópco.
03. Normalidade estatística: O normal passa a ser aquilo que se observa com mais frequência. Os indivíduos que
se situam estatisticamente fora (ou no extremo) de uma curva de distribuição normal passam a ser considerados
anormais ou doentes.
04. Normalidade como bem-estar: a saúde como o “completo bem-estar físico, mental e social”, e não
simplesmente como ausência de doença. CRÍTICA: coceito amplo, impreciso e utópico.
05. Normalidade funcional: o fenômeno é considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional e
produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para seu grupo social.
06. Normalidade como processo: consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos
etários. (Psicologia do desenvolvimento_adolescência)
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07. Normalidade subjetiva: é dada a partir da percepção subjetiva do indivíduo.


08. Normalidade como liberdade: a partir de visões fenomenológicas e existenciais a doença mental
está ligada à perda de liberdade existencial.
09. Normalidade operacional: Trata-se de um critério assumidamente arbitrário, com finalidades pragmáticas
explícitas. Define-se, a priori, o que é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com esses
conceitos, aceitando as consequências de tal definição prévia. (exemplo: DSM-V)

Questão 04 – Aponte os problemas que estão envolvidos na medicalização, psiquiatrização e


psicologização dos comportamentos em psicopatologia.
No campo da psicopatologia, medicalização é um conceito que se refere mais especificamente à
transformação de comportamentos desviantes em doenças ou transtornos mentais, implicando
geralmente a ação do controle e poder médico sobre as condições transformadas em entidades
médicas. A definição de um conjunto de comportamentos como normal ou anormal, como transtorno
mental, transgressão legal ou anormalidade social, tem implicações marcantes sobre a economia (p.
ex., a indústria farmacêutica), a vida política, o sistema judicial e, enfim, sobre a vida concreta, muitas
vezes, de milhares de pessoas. Assim, o que está em jogo na crítica que o termo “medicalização” implica é o
processo ideológico e político de rotular comportamentos desviantes, moralmente repreensíveis ou mal-adaptados e
transgressivos como doença, como transtorno mental, e, assim, monitorar, regular e controlá-los melhor, ou
desqualificar as pessoas que recebem tal rótulo.

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