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O alcoolismo é uma doença crônica que afeta milhões de indivíduos em todos o


mundo, e está associado a diversos problemas de saúde física e mental.
O consumo de álcool está relacionado a diversos fatores. Segundo um estudo
realizado por alunos de enfermagem e publicada na Revista de Saúde e Ciências
Biológicas, o consumo de álcool está associado a diversosfatores de risco,
independentemente daclasse, idade ou sexo. Família, redes sociaise publicidadesão
três dos muitosfatores que podem influenciar o consumo de bebidas alcoólicas.
A Contribuição do psicólogo em casos de alcoolismo:

Uma questão de Saúde Pública e mental

FREITAS, Marcos Paulo da Silva¹

GOUVEIA, Sônia Mariê Lohrana da Silva²

MIRANDA, Gabriel Salvarez Pancoto ³

SILVA, Ronaldo do Espirito Santo

CARETA, Thaynara

INTRODUÇÃO
Tendo como base um estudo realizado pela Dra. Delma Neves Pessanha, no ano
de 2003 acerca do consumo de bebidas alcoólicas e as prescrições sociais, pode-se
ressaltar que o conhecimento por trás deste assunto é de suma importância, visto
que é considerada como um hábito social que é passado entre gerações, tendo
ocupado uma posição de destaque entre a sociedade, de forma a ter se tornado
costume sociocultural hegemônico. Como cita a Dra;

Em decorrência, a teoria da gênese cultural do alcoolismo tornou-se


rapidamente reconhecida. O beber moderado e o beber responsável
se elevaram, assim, ao status de ideais culturais; a abstinência
passou a ser considerada um sectarismo peculiar; o abuso foi
confinado sob o termo alcoolismo. (NEVES, Delma Pessanha. P. 74)

¹ Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – marcospaulo_s@live.com


² Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – lohranaferreira@outlook.com
³ Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – esronaldosilva@gmail.com
Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES –
Professor orientador. Titulação. Centro Universitário São Camilo-ES – e-mail@email.com.
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Segundo Gilberta Acselrad, Mestra em educação pelo IESAE/FGV (2014), os


“Usos e costumes se modificaram ao longo do tempo, mas as substâncias
psicoativas continuam fazendo parte da vida dos povos, em todos os países e
em todos os tempos. A aceitação cultural do uso foi sendo construída ao longo
dos séculos”. Em vista disso, o álcool foi sendo incluso em situações
cotidianas sociais que envolvem interações interpessoais e
consequentemente, a superioridade do ato de beber bebidas alcoólicas e o
nascimento de um ciclo interminável acerca do costume social de beber álcool.
Nesse momento, o contexto sociocultural pode funcionar como reforçador para
o consumo de bebidas alcoólicas.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é
uma doença que se destaca pelo uso compulsivo do álcool, e desde 1967 é tida
como doença crônica e como um problema de saúde pública. Conforme as normas
da Associação Psiquiátrica Americana, em 1994 houve a conceitualização da
dependência química como a necessidade excessiva e compulsiva de ter e utilizar
alguma substancia. A partir destes mesmos dados da Organização Mundial da
Saúde, realizou-se um levantamento de informações que mostram que o uso
abusivo do álcool é responsável por 2,8 milhões de mortes por ano no mundo,
sendo 100 mil delas só no Brasil, informações estas recentes do ano de 2022.
Apesar das consequências negativas sociais e ocupacionais serem um grande
problema de cunho social que atinge todos os níveis de classes sociais e que causa
danos irreversíveis ao organismo do indivíduo que o usa, continua sendo
considerado uma droga lícita, o que reforça o uso continuo da substancia pela
maioria das pessoas, que buscam nessa bebida a desinibição seguida da função
mediadora da sociabilidade, assim, estimulando as relações interpessoais, desta
forma, o consumo de bebidas alcoólicas é sinônimo de alegria, lazer e relaxamento.
(Pádua, 2010)

A atenção e cuidado a indivíduos dependentes de álcool é de extrema importância.


De acordo com as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) em
Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas publicada pelo CFP em 2019, há uma
experiência bem-sucedida de política pública de saúde envolvendo psicólogos que

¹ Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – marcospaulo_s@live.com


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desenvolveram práticas acolhedoras e amigáveis ao longo do tempo. Essa prática


A posição do psicólogo nesse esquema é construída.
está
desdepautada na proteção
o momento em quedosé direitos
colocadohumanos e nos referenciais
como profissional dentro éticos
do e políticos
contexto pessoal de cada sujeito que sofre com esta dependência.
da profissão.
Essa posição deve ser criada por meio da educação, com isto, a
intervenção Por muito será eficaz
tempo, a única e
opção de atenção desenvolta.
para usuários de álcool e outras
Dito isso, afirma-se.
drogas foi dada pela prática asilar através da internação em grandes
hospitais psiquiátricos com características manicomiais ou clínicas
particulares. (CFP. Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) em
políticas públicas de álcool e outras drogas. P. 30. 2019)

Desse modo, não cabe aos profissionais da Psicologia, envolvidos na equipe


profissional, nenhuma forma de julgamento ou censura moral aos
comportamentos dos indivíduos, seja com relação ao uso de substâncias
psicoativas ilícitas ou a condutas antagônicas à moral e costumes tidos como
aceitáveis. (CFP. Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) em
políticas públicas de álcool e outras drogas. P. 36. 2019)

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O desafio dos profissionais é o acesso direto a segmentos que muitas vezes estão à
margem da saúde e das redes sociais por medo do estigma e da rejeição. Aceitar
cada um desses usuários como sujeitos e respeitar o lugar que ocupam na
sociedade é potencialmente uma abordagem construtiva para a redução de danos.
Um vínculo de confiança dentro do qual o trabalho será desenvolvido. O tratamento
abrangente para usuários de álcool centra-se em uma rede de terapia psicossocial
que culmina na noção de integralidade. Nesse sentido, as medidas de saúde e apoio
social aos usuários de álcool e outras drogas se distanciam do centro da lógica
biomédicas, onde as pessoas buscam soluções prontas para suas dores físicas, e
vão de encontro ao conceito de subjetividade e autonomia. Para tanto, a rede de
atenção psicossocial aos usuários de álcool e consequentemente outras drogas,
deve agir de forma multidisciplinar, integrando além dos sistemas de saúde, as
entidades comunitárias, de assistência social, de educação, desta forma para lidar
principalmente com casos que envolvam crianças e adolescentes. Com isso, é
necessário elaborar uma estratégia de atendimento aos usuários de álcool e drogas
que envolva a construção de alternativas por meio do diálogo.
É importante levar em consideração o papel central dos usuários dos serviços e
mobilizar as redes de cuidado disponíveis nas comunidades. O tratamento
especializado para álcool e outras drogas não é sempre necessário para atender as
necessidades dos usuários. Alguns indivíduos podem não ter problemas
relacionados ao próprio uso de substâncias, mas podem apresentar outras questões
clínicas e emocionais que precisam ser abordadas. Por esta razão, o tratamento
involuntário não deve ser considerado aceitável, uma vez que acreditamos que
apenas dentro do contexto da autonomia e da liberdade é possível lidar com a
experiência de sofrimento.
Em vista disso, se torna claro que discutir o alcoolismo é uma pauta altamente
significativa, as redes de atenção ao usuário dependente de álcool e a contribuição
do profissional de psicologia é de extrema importância, e o objetivo deste trabalho é
ressaltar a importância e necessidade das redes de atenção ao usuário e do
acompanhamento psicológico como forma de intervenção a casos de alcoolismo.

¹ Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – marcospaulo_s@live.com


² Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – lohranaferreira@outlook.com
³ Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo-ES – esronaldosilva@gmail.com
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Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo, composta a partir de


Conselho Federal de Psicologia: SAF/SUL. Referências técnicas para atuação de
estudos, livros em
psicólogas(os) e registros
políticasdisponíveis,
públicas de havendo o levantamento
álcool e outras drogas. P.de dados e
30-36.
CREPOP.
referencias,Brasília/DF. 2019.abrangendo a análise e a interpretação na leitura de
desta maneira,
estudos e livros, avaliando o resultado por meio destes. Utilizou-se como
parâmetro para escolha dos artigos, trabalhos relacionados ao uso compulsivo de
álcool, a dependência química, a construção social formada ao redor deste
comportamento proveniente do vicio, além, dos males que o alcoolismo causa no
sistema nervoso central. O método aplicado foi o dedutivo, tendo como objetivo
confirmar a importância e necessidade das redes de atenção ao usuário e do
acompanhamento psicológico como forma de intervenção a casos de alcoolismo,
desta maneira, auxiliando o leitor a expandir o saber e priorizar a sua própria
saúde.
METODOLOGIA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACSELRAD, Gilberta. Consumo de alcool no Brasil (Org.). Série Cadernos Flacso,


nº 12. Rio de Janeiro, 2014.

NEVES, Delma Pessanha. O Consumo de Bebidas Alcoólicas: Prescrições


Sociais. P 74. São Paulo, n° 55. 2003.

Organização Mundial de Saúde; Organização Pan-Americana de Saúde. Álcool.


2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/alcool. Acesso em 21/03/2023.

PÁDUA, Aline Ferreira. Causas e consequências do consumo excessivo do


álcool. Revista Toque da Ciência, Bauru - SP, p. 1 - 1. 2010.

ALVES, Poliana dos Santos; ARAÚJO, Jeferson Santos; CUNHA, Mariana Farias da;
FREITAS, Karina de Oliveira, SILVA, Silvio Eder Dias da; VASCONCELOS, Esleane
Vilela; VASQUES, Jéssica Stephanie da Silva. Representação social de sujeitos
alcoolistas acerca da atração e da dependência do uso de álcool. Revista de
Saúde e Ciências Biológicas. V. 3, n. 2. Centro Universitário Christus. Fortaleza,
Ceará. 2016.

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