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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO

CURSO PSICOLOGIA

JANICELMA FERNANDE DE SOUSA GUALTER

O USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES E REDE DE ASSISTÊNCIA


DISPONÍVEL PARA ESSE PÚBLICO EM SÃO LUÍS-MA

SÃO LUÍS
2021
Janicelma Fernandes de Sousa Gualter

O USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES E REDE DE ASSISTÊNCIA


DISPONÍVEL PARA ESSE PÚBLICO EM SÃO LUÍS-MA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Psicologia do Centro Universitário
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, como
requisito para obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia.

Orientador – Dr. Jomar Diogo Costa Nunes

SÃO LUÍS
2021
JANICELMA FERNANDES DE SOUSA GUALTER

ATENÇÃO MULTIPROFISSIONAL À ADOLESCENTES USUÁRIOS DE DROGAS


E FLUXO ASSISTENCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Psicologia do Centro Universitário
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, como
requisito para obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia.
Orientador: Prof. Dr. Jomar Diogo Costa Nunes

Aprovada em _______ de _______ de 2021.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
1º membro da banca – Dr. Jomar Diogo Costa

______________________________________________________________
2º membro da banca
EPÍGRAFE
AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida.


Família que está sempre presente em todos os momentos, especialmente meus
pais, irmãos, marido e filho.
Aos professores pelos conhecimentos compartilhados e construídos.
RESUMO

Segundo dados da Agência de notícias Matraca, nos últimos 10 anos os municípios


de São Luís e Imperatriz estão entre os que apresentam os maiores índices de
homicídios, aumento da letalidade da ação policial, maior número de mortes por
armas de fogo entre jovens com idade 13 a 21 anos, além da expansão do tráfico e
luta pela disputa de pontos de venda de drogas entre as facções criminosas. O
projeto de intervenção será desenvolvido com adolescentes usuários de substâncias
psicoativas que estão em acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial
Infanto Juvenil de São Luís-MA. Um grupo de 25 adolescentes serão selecionados
pelo seu risco de vulnerabilidade social e clínico em decorrência da situação de
drogadição. Uma equipe multiprofissional avaliará o adolescente e conduzirá para o
projeto de intervenção objetivando a inserção dele em atividades terapêuticas e de
convivência comunitária no território. Aliado a isso retorno e ou frequência a vida
escolar buscando resignificar suas vidas com ou sem as substâncias psicoativas.
Pretende-se com a execução desse projeto de intervenção mudar as condições dos
adolescentes que dele farão parte, colher dados epidemiológicos e com esses
dados orientar políticas públicas confirmando que a situação de abuso de drogas
necessita de uma intervenção biopsicossocial que garanta outras possibilidades
fora das drogas

Palavras-chave : usuários, dependentes químicos, toxicômanos


LISTA DE ILUSTRACOES E TABELAS
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO..............................................................................3
1.1 Tema.......................................................................................................................3
1.2 Delimitação do tema.............................................................................................3
2 PROBLEMA DE PESQUISA.....................................................................................3
2.1 Hipóteses...............................................................................................................3
3 OBJETIVOS...............................................................................................................3
3.1 Geral.......................................................................................................................3
3.2 Específicos............................................................................................................3
4 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................4
5 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................4
5.1 Tópico secundário................................................................................................4
5.2 Tópico secundário................................................................................................7
6 METODOLOGIA........................................................................................................8
6.1 Tipo de pesquisa...................................................................................................8
6.2 Local do Estudo....................................................................................................8
6.3 Coleta de dados.....................................................................................................8
6.4 Análise dos dados.................................................................................................8
6.5 Aspectos éticos.....................................................................................................8
7 CRONOGRAMA........................................................................................................9
REFERÊNCIAS.............................................................................................................9
7

1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
3 CONCLUSÃO

Uso de drogas entre adolescentes e o fluxo de atendimento disponível para


esse público. Uso de drogas entre adolescentes e o fluxo de atendimento disponível
para esse público no município de São Luís em serviços de saúde mental.

O uso e abuso de drogas sempre se encontra presente em todas as culturas


ao longo da História da humanidade. Substâncias psicoativas capazes de alterar as
sensações, a consciência e o estado emocional do sujeito sempre foram usadas por
diferentes sociedades com finalidades tanto medicinais quanto religiosas, recreativas
ou hedonistas, para alívio de dores ou sofrimentos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde há uma tendência mundial


em direção a um uso cada vez mais precoce dessas substâncias pelos indivíduos,
indicando que cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo
contemporâneo fazem um consumo abusivo de substâncias psicoativas. Elas
ocupam um papel central na dinâmica social, presente em vários cenários e distintas
classes com os mais diversos níveis de escolaridade (OPAS, 2018).

Apesar de fazer parte da história da humanidade o consumo e o abuso de


substâncias se modificam ao longo dos tempos, aliado às transformações sociais
ocorridas em vários momentos da história das civilizações. Nesse contexto de
constantes mudanças do padrão de consumo é necessário também considerar a fala
do sujeito, os significados atribuídos ao uso abusivo e a história de vida de cada
pessoa como também a relação estabelecida com a droga (LIMA, 2018).

A compreensão do abuso de substâncias psicoativas como um fenômeno


complexo e mutável exige cuidados com os usuários que precisam mesclar
diferentes concepções. Sendo importante entender que o cenário de violência
urbana, de conflitos psicossociais, a falta de trabalho e renda, aliado a diversos
outros aspectos da dinâmica social implicam na construção da situação do abuso de
8

drogas, exigindo um olhar mais plural e abrangente das políticas públicas


principalmente quando falamos de adolescentes e jovens.

No caso dos adolescentes envolvidos com o uso abusivo das drogas esse
cuidado exige das instituições uma rede específica para realizar esse atendimento.
Segundo o Estatuto da Criança e Adolescente (1991), no seu artigo nº81 fica
assegurado que permitir o acesso, vender, entregar ou estimular o uso de
substâncias pelos adolescentes é caracterizado como uma conduta delituosa que
deve ser fiscalizada e coibida pelo Estado com os meios legais disponíveis no
sistema judiciário brasileiro. (ECA,1991).

Essa rede é garantida na Lei 10.216 de 04 de Junho de 2001 que dispõe


sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e
redefine o modelo assistencial em saúde mental, como também garante serviços
especializados para cuidar de pessoas em diversas faixas etárias com uma variada
tipificação de transtornos.

O cuidado destinado aos usuários de drogas deve acontecer na Rede de


Atenção Psicossocial que é destinada às pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e com necessidade decorrentes do uso de álcool e outras drogas , conforme
Portaria GM/MS nº3.088 de dezembro de 2011. E, no caso específico de crianças e
adolescentes usuárias de drogas, temos a Portaria GM n° 336 de 19 de fevereiro de
2002 que define os serviços específicos para cuidar de crianças e adolescentes com
transtornos mentais e usuárias de drogas.

A importância desses espaços de cuidado organizado em rede são


corroborados por estudos que tem demonstrado que quando os adolescentes
começam a beber antes dos 15 anos tem quatro vezes mais chances de se
tornarem alcoolistas na idade adulta. Entre esse público, a fiscalização das leis que
proíbem a venda de cigarros, bebidas alcoólicas, medicamentos e drogas inalantes
é quase inexistente e, esse fácil acesso combinado a diversos fatores coloca os
adolescentes entre o grupo etário como maior potencial de vulnerabilidade
(ALENDE, 2020)

Pois, pesquisar o fluxo do atendimento dos serviços de saúde do município de


São Luís voltados para atender e cuidar da população entre 12 e 18 anos, usuárias
de drogas é mais que o cumprimento de Leis nacionais e internacionais é garantir e
9

qualificar as condições de vida em uma fase tão peculiar do desenvolvimento,


conforme o Estatuto da Criança e Adolescente.

Diante desse cenário, a cidade de São Luís tem garantido um fluxo de


cuidado em saúde mental para os adolescentes usuários de drogas regulado e
definido conforme as portarias, legislações e estudos que garanta o direito à saúde
dessa população?

Como hipótese para a ausência de um fluxo de atendimento regulado e


definido com base na politica nacional de saúde mental disponível aos adolescentes
usuários de drogas, entende-se que possivelmente esteja relacionado com a
concepção adultocêntrica da sociedade que não reconhece as crianças e
adolescentes como sujeitos de direito que devem ser protegidos e cuidados pelo
Estado.

Também a fragilidade da articulação e efetivação do Sistema de Garantia


de Direitos-SGD pode ser uma outra hipótese provável da ausência dos cuidados
fundamentais destinados ao público em questão. Vez que, o SGD é de
responsabilidade de diversas instituições que atuam de acordo com suas
competências para garantir direitos fundamentais de crianças e adolescentes, pois é
possível inferir que o funcionamento adequado do Sistema pode garantir a
implementação, articulação e efetivação das políticas públicas de saúde para os
adolescentes usuários de drogas.

3 OBJETIVOS

3.1 Geral
Analisar o fluxo de atendimento destinado aos adolescentes usuários de
drogas nos serviços de saúde mental do município de São Luís.

3.2 Específicos

a) Levantar prevalência e perfil sociodemográfico de adolescentes que usam


drogas no município de São Luís;
b) Descrever a rede assistencial e analisar o atual fluxo de atendimento de
adolescentes em uso de drogas no município;
10

c) Propor possíveis intervenções qualificadoras dos fluxos assistenciais para


adolescentes em uso de drogas no município.

4 JUSTIFICATIVA

A Cidade de São Luís, Capital do Estado do Maranhão, localizada


geograficamente na região do Nordeste Brasileiro conta com uma população de
1.014.837 hab., sendo que deste total, 63,87%, ou seja, 555.709 hab. possuem idade
inferior a 29 anos de idade. (IBGE, 2018).

Segundo o Mapa da Violência (2016), dentre as capitais nordestinas, São


Luís está classificada como a 6ª capital entre aquelas com os mais elevados índices
de homicídios juvenis ligado ao abuso de drogas. Entre a população jovem com
idade entre 15 e 29 anos, o indicador também piorou no mesmo período, passando
de 46,7 mortes a cada 100 mil habitantes para 95,8, um crescimento de 105%.
(WAISELFISZ, 2016).

Além da violência, a compreensão dominante sobre o fenômeno, os


cuidados e os problemas relacionados ao abuso de drogas, mesclam diferentes
variáveis e diversificadas concepções, já que envolvem diversos outros aspectos da
dinâmica social implicado na construção da situação do abuso de drogas, e isso,
exige um olhar mais plural e abrangente das políticas públicas em caráter
emergencial.

No caso dos adolescentes soma-se as condições peculiares dessa etapa do


desenvolvimento situada entre a infância e idade adulta. Essa etapa apresenta o
processo de maturação social, mental, emocional, biológica que, gradativamente vai
ocorrendo e essa transição para o estado adulto que é acompanhada por uma
ampla variedade de reações que se acrescida do abuso de substâncias, prejudicará
as demais etapas da vida de maneira muito violenta (LICKER, 2015)

Diante da situação apresentada é oportuna a realização da pesquisa para


apontar e qualificar o fluxo dos cuidados ofertados nos serviços de saúde do
município de São Luís destinados aos adolescentes usuários de drogas, além de
subsidiar políticas públicas que qualificarão o atendimento destinado ao público alvo
da pesquisa.
11

2 DESENVOLVIMENTO

A Organização das Nações Unidas (ONU) por meio das Convenções


Internacionais, dentre elas a Convenção Única sobre Entorpecentes- de 1961, a
Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas- de 1971, a Convenção contra o Tráfico
Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas-1999, juntamente com os
organismos regionais orientam a política dos países em relação à questão das
drogas.
As referidas Convenções estabelecem princípios que regem os caminhos que
os países membros da ONU devem seguir em suas políticas de combate ao tráfico e
uso problemático das drogas. É consenso entre documentos legais e estudos
acadêmicos que o uso abusivo das drogas é um grave problema social e de saúde,
como também apontam que a melhor forma de cuidar não se resume a repressão ou
abstinência, mas que é necessário o envolvimento de diversas políticas públicas
com ações integradas, interligadas e coordenadas entre os entes federativos. (LIMA,
2015).
Historicamente crianças e adolescente, vivenciaram muitos momentos e
mudanças de concepção em relação a essa etapa do desenvolvimento. Foram
ignorados do convívio social, para Lock (1690) foram entendidos como uma tábula
rasa, adultos em miniaturas, que poderiam produzir e vender sua força de trabalho
até serem entendido como sujeito de direitos garantidos na constituição federal e em
outros documentos nacionais e internacionais.
No caso de crianças e adolescentes esse envolvimento das diversas políticas
públicas para garantir os direitos fundamentais é apoiado pelo Sistema de Garantia
de Direitos-SGD. O Sistema surge da luta dos movimentos sociais organizados
pautados na perspectiva de compreensão das crianças e adolescentes como
sujeitos de direito e não como adultos em miniaturas a espera de favores do
Estado.
O Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes nasceu em
2016, segundo a Resolução 133/2006 do Conselho Nacional dos Direitos da
Criança do Adolescente-CONANDA é formado pela integração dos compromissos
entre sociedade civil, família e Estado. O SGD tem como objetivo assegurar a
implementação, operacionalização e garantia dos direitos fundamentais
12

preconizado pelo Estatuto da Criança e sela a concepção deles serem sujeitos de


direito.
Dentre esses cuidados destinados às crianças e adolescentes preconizado
nesses documentos, vamos nos deter aos cuidados destinados às crianças e
adolescentes usuárias de substâncias psicoativas. Esse trabalho se torna importante
pelo fato de estudos em diversas áreas afirmarem que iniciar o uso abusivo de
substâncias psicoativas na adolescência podem inferir em um volume de prejuízos
que marcarão a sua existência, caso não receba os cuidados necessários.

Nessa etapa do desenvolvimento o processo de aprendizagem acadêmica e


das habilidades sociais estão se consolidando e os prejuízos causados pelo abuso
comprometerão o rendimento escolar, a vida social, as interações e vivências
específicas da adolescência que podem se somar a problemas com a justiça e
comprometer diretamente as demais etapas da vida desse sujeito envolvido com as
substâncias (GAYA, 2015).

Para cumprir seu papel no cuidado em rede com crianças e adolescentes e


sua saúde mental, o Estado brasileiro editou a Portaria MS nº 336/02 que cria os
Centros de Atenção Psicossocial-CAPS e os define como espaços de saúde para
receber e cuidar da população em sofrimento ou transtorno mental com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
No entanto, em 2019 tivemos a alteração da Lei 11.343/2006 que trata
especificamente da política sobre drogas e, tal política, passou a ser regida pela Lei
13.840 de 2019. Essas alterações não representaram uma simples inclusão ou
retirada de artigos da Lei , mas a mudança completa do cuidado que perde o
caráter biopsicossocial e tem uma retomada da medicalização, da hospitalização e
assume um caráter contrário ao Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira 1.
Dessas mudanças o que mais chama atenção é a possibilidade da utilização
dos eletrochoques e a defesa da abstinência em detrimento da redução de danos.
Pontos esses que enfraquece a já fragilizada política de saúde mental Infanto
juvenil definida na Portaria MS/GM nº 1.608/2004 e outras políticas sobre drogas.

1
Movimento que buscou transformar o modelo de assistência de caráter manicomial para estabelecer
um modelo de atendimento em saúde mental com base territorial e comunitária que visa substituir a
lógica hospitalocêntrica e aproximar os usuários da vida cotidiana nos territórios.
13

Se mantém ao ordenamento jurídico da política sobre drogas a


descaracterização ao abandonar quaisquer tipo de encarceramento para os usuários
de drogas, essa possibilidade marca e mantém a necessidade do cuidado a da
manutenção dos dispositivos, com a atenção voltada à convivência social, mesmo
que esses espaços de cuidado vivam um momento de enfraquecimento do seu
espectro de atuação.
As políticas sobre drogas no Brasil vivem um retrocesso em relação aos
estudos científicos no mundo, pois os marcos legais, dentre eles a Lei 10.216/01 que
reorientou o modelo do cuidado, buscando garantir melhor tratamento,
preferencialmente em serviços de saúde mental, inserção na comunidade e tendo na
internação o último recurso terapêutico foram violentamente alterada, permitindo o
inverso do que defendido nessa Lei para as políticas sobre drogas.
Mesmo com esse entendimento de um projeto de governo manicomial,
demarcado na Lei 13.840 de 2019 os estudiosos sobre o fenômeno do uso de
drogas afirma que o uso abusivo delas não será superado com medidas meramente
punitivas, eletrochoques, internações e ou abstinência, mas com abordagens
holísticas e que encarem o problema numa perspectiva biopsicossocial envolvendo
família, escola, Estado e sociedade.
No caso dos adolescentes, ressaltamos nesse estudo a importância dos
Centro de Atenção Psicossocial Infanto juvenis como espaço ordenador desse
cuidado para a população entre 12 e 18 anos, organizado e definido pela Portaria
MS 3.088/2005 que foi editada para garantir a efetivação da proteção aos
adolescentes determinada por marcos legais e permanece inalterada.
Vez que a adolescência é um período da vida em que o corpo muda
radicalmente de proporções, a puberdade genital muda o corpo e a imaginação com
toda espécie de impulsos, a intimidade com o outro sexo se inicia e o futuro imediato
o coloca diante de um número excessivo de possibilidades e escolhas conflitantes
[...] ele deve fazer uma série de seleções cada vez mais específicas de
compromissos pessoais, ocupacionais, sexuais e ideológicos. (ERIKSON, 1968, p.
132-245 apud QUIROGA &VITALLE, 2014, p.864).
Nessa perspectiva da proteção e do cuidado destinado a essa fase tão
peculiar do desenvolvimento, não podemos deixar de falar da educação escolar,
espaço necessário para trabalhar a prevenção, os fatores de risco e proteção, vez
que, a escola faz parte da rede social do adolescente ocupando papel de destaque
14

pelas relações que lá são estabelecidas conforme preconizado na Lei de Diretrizes


e Bases da Educação nacional. (LDBN,1996).
Vale registrar que nenhuma medida de cuidado deve reduzir o adolescente
ao abuso, pois entendemos que o fenômeno da drogadição é biopsicossocial, pode
ter a presença de comorbidades e que existem várias formas de tratamento. Porém,
nenhuma intervenção se sobrepõe ou venha a ser mais efetiva que outra sozinha,
mas é preciso uma rede de cuidado para uma atuação mais efetiva.(GAYA et al
2015).
Nessa perspectiva do cuidado ampliado e em rede é fundamental que
tenhamos clareza do fluxo de cuidados ofertados nos serviços de saúde que
atendem os adolescentes usuários de drogas no município de São Luís, sendo este
o objeto dessa pesquisa acadêmica.
Assim, pretende-se com a pesquisa contribuir com os espaços de garantia
de direitos nessa área, apresentando elementos que possam mudar as condições
dos atendimentos ofertado aos adolescentes e jovens, colher dados epidemiológicos
e com esses dados orientar políticas públicas, confirmando que a situação de abuso
de drogas necessita de uma intervenção biopsicossocial que oferte outras
possibilidades fora das drogas e não somente o afastamento delas.

6 METODOLOGIA

Nessa sessão serão apresentados os procedimentos metodológicos


que conduzirão o presente trabalho de conclusão de curso-TCC com base na
literatura que fundamenta a área do tema estudado.

6.1 Tipo de pesquisa


Trata-se de um estudo de prevalência do uso de drogas entre
adolescentes, que quanto a natureza será básica, quanto a metodologia será
qualitativa, quanto aos objetivos essa pesquisa é de caráter descritiva e quanto aos
procedimentos, faremos uma revisão bibliográfica de conteúdo. Pode-se destacar
como vantagens para este tipo de estudo o baixo custo, simplicidade analítica, alto
potencial descritivo e rapidez de coleta acompanhada de facilidade na
representatividade de uma população.
15

6.2 Local do Estudo


A pesquisa será realizada em livros, artigos, periódicos, produções e
trabalhos disponíveis nas plataformas virtuais Scielo, Pub Med., Periódicos Capes,
dentre outras plataformas reconhecidamente validadas, utilizando os descritores a
saber: adolescentes, drogas e São Luís . Também utilizaremos acervos impressos
de conhecimentos historicamente acumulados, ligados ao tema objeto desse
trabalho de conclusão de curso.
6.3 Coleta de dados
A coleta dos dados será realizada através de pesquisa bibliográfica dos
dados disponíveis nos locais da pesquisa, os dados escritos em livros, artigos de
revistas especializadas, publicações de órgãos normativos, sistemas de informações
e bases da dados oficiais na tentativa de estabelecer novas relações entre o tema
estudado e estudos já consolidados.(CARVALHO, 2010).
Os métodos qualitativos devem ser utilizados quando o objeto de estudo
não é bem conhecido pela sua capacidade de fazer emergir aspectos novos, de ir ao
fundo do significado e de estar na perspectiva do sujeito, por isso são aptos para
descobrir novos nexos e explicar significados. (ABNT, 2002).

6.4 Análise dos dados


A análise dos dados será feita qualitativamente com os dados coletados
em trabalhos, publicações, periódicos e produções que tratam da temática desse
TCC, visando compreender o fluxo de atendimento em saúde mental no município
de São Luís destinado aos adolescentes usuários de drogas.

6.5 Critério de inclusão


Serão incluídos no estudo serviços de saúde que atendem adolescentes
usuários de drogas no município de São Luís-MA.
6.6 Aspectos éticos

A pesquisa, objeto desse estudo, não envolve pessoas, assim sendo não
necessita de submissão ao Comitê de Ética.
16

7 CRONOGRAMA

2021 2020
J F M A M J J A S O N D
ATIVIDADES
A E A B A U U G E U O E
N V R R I N L O T T V Z
Elaboração do Projeto de Monografia x
Pesquisa de Material Bibliográfico x
Submissão do Projeto à Coordenação de Curso x x
Elaboração do Plano Provisório do Assunto x
Leitura e Análise das Fontes Bibliográficas e/ou x x x
Documentais
Coleta de Dados x
Análise dos Dados x
Elaboração da Monografia x x x x
Elaboração do Capítulo 1. X
Revisão e reestruturação do Capítulo 1 e X
elaboração do Capítulo 2.
Revisão e reestruturação dos Capítulos 1 e 2. x
Elaboração do Capítulo 3.
Elaboração das considerações finais. Revisão da x
Introdução.
Reestruturação e revisão de todo o texto. x x
Verificação das referências utilizadas.
Elaboração de todos os elementos pré e pós- x
textuais.
Entrega da Monografia X
Defesa da Monografia x

REFERÊNCIAS

ASSOCIÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e


documentação: citações em documentos. Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

ALENDE, M. et al. Educação sobre riscos a drogas voltada a jovens e


adolescentes escolares: o lúdico como estratégia. Anais do Salão Internacional
de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNIPAMPA, v. 10, n. 3, 14 fev. 2020.
17

BRASIL. Plano Nacional de Políticas sobre Drogas. 23 de dezembro de 2011.


Disponível em www.planalto.gov.br. Acesso em 13/05/2020.

BRASIL. Lei n°13.840, de 05 de junho de 2019. Dispõe sobre o Sistema Nacional


de Políticas Públicas sobre Drogas e as condições de atenção aos usuários ou
dependentes de drogas e para tratar do financiamento das políticas sobre
drogas. Disponível em www.planalto.gov.br. Acesso em 08/06/2020.

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