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AVALIAÇÃO 2 DE INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA

ALUNOS: Rafael de Moraes Gogolla (GRR20224430) e Tarso José Stroiek


(GRR20221413)
TURMA E

QUESTÃO 1
R: O autor alemão Max Weber é responsável por sua contribuição a respeito da ideia de
burocracia, na qual segundo o autor, o tipo ideal de organização seria pautada por leis
racionais, organização essa que ele denominou de burocracia. Para Weber, a burocracia teria
algumas características; como a impessoalidade, o funcionamento a partir de regras e as
pessoas em plano secundário, sendo a burocracia um processo de dominação. Em relação a
dominação, o autor nos apresenta três tipos de dominação: a carismática, na qual a dominação
se daria por meio da confiança da sociedade em um líder ou “herói”; a dominação tradicional,
que se baseia num processo de crença nas tradições e nas autoridades designadas por essa
tradição e, por último, a dominação de caráter racional que, possui como característica, a sua
fundamentação a partir de leis e processos de adequação dos meios para se obter uma
ordenação. Para o autor, esse tipo ideal de burocracia e a dominação presente na mesma
seriam ideais para se substituir o processo carismático e tradicional presente anteriormente na
sociedade, além disso, o tipo ideal de organização para Weber, deveria possuir como
características a impessoalidade, formalidade e profissionalismo.
Analisando o texto e o gráfico da OCDE, podemos notar um processo de burocracia –
e consequentemente da dominação racional- presentes no aparato estatal brasileiro. Um ponto
interessante de se analisar é de que essa nova forma de organização do serviço público veio
justamente para reestruturar a forma na qual o Estado brasileiro se organiza; muito mais
pautado em nepotismo e indicações de viés político. A partir da criação do Departamento
Administrativo do Serviço Público e da Constituição de 1988, o Brasil rompeu com os
antigos aparatos de dominação tradicional e carismática e deu um passo importante para
aquilo que o Weber idealiza como uma organização burocrática ideal.
Outro ponto importante que o gráfico nos permite analisar e que gera um amplo
debate político na sociedade brasileiro é a questão do “estado inchado” devido a um suposto
grande número de funcionários públicos. Podemos analisar, a partir do gráfico, que o Brasil
possui menos funcionários públicos do que países como a Suécia (que possui uma população
infinitamente menor que a nossa) e, até mesmo que dos Estados Unidos, um dos pilares dessa
ideia de Estado mínimo. A partir dessa análise e sabendo da realidade material do país, o que
temos no Brasil, na verdade, é a falta de funcionários e de um serviço público que atenda a
população de maneira universal e satisfatória, e que essa ideia de estado desinchado e
mínimo, como alguns circuitos políticos pregam, na verdade já se faz presente na realidade
brasileira e evidencia as contradições de imaginar que um Estado ausente resolveria os
problemas sociais e melhoraria o bem-estar da população quando na realidade esse ideia já se
faz presente no dia a dia e é a responsável pelas mazelas que juram resolver

QUESTÃO 2
R: O mercado econômico é amplamente considerado como um dos principais motores
da economia moderna e tem sido alvo de intensos debates e críticas por aqueles que
argumentam que ele é incapaz de promover justiça social. Embora o mercado possa ser uma
ferramenta eficaz para o crescimento econômico, a criação de riqueza e um suposto
“desenvolvimento”, ele é frequentemente acusado de perpetuar desigualdades sociais e de ser
insuficiente para garantir uma distribuição justa dos benefícios da economia, sendo
ineficiente na produção de justiça social.
A justiça social é entendida como a igualdade de oportunidades e a distribuição
equitativa de recursos e riqueza na sociedade. No entanto, o mercado econômico é baseado na
oferta e demanda, e não leva necessariamente em consideração questões de justiça social.
Nesse panorama, o mercado econômico é frequentemente considerado como um
sistema "neutro" que produz resultados "justos", mas na verdade, ele é fortemente
influenciado pelas relações de poder e desigualdades sociais e econômicas existentes. Assim,
é possível traçar um paralelo com Karl Polanyi e o seu livro “A grande transformação”, onde
o autor defende a tese de que a crença na autorregulação do mercado é uma ilusão, não é uma
entidade natural, mas sim um fenômeno social construído ao longo do tempo.
A experiência histórica mostra que o mercado é, na verdade, altamente regulado e
influenciado por instituições políticas e sociais , sendo, fundamentalmente, incompatível com
a justiça e igualdade social, uma vez que visa o lucro antes da manutenção das relações
sociais. Portanto, a falta de justiça social no mercado econômico é algo sistêmico e
estrutural, resultado de uma série de transformações históricas e culturais, e não é,
necessariamente, uma falha ou anomalia isolada separada do meio social.

Sob essa ótica, é impossível falar em uma economia independente do meio social. O
sistema econômico é uma parte integrante da sociedade e é influenciada pelos aspectos
sociais, ao mesmo tempo em que tem um impacto significativo sobre eles. Por um lado, a
economia é influenciada pelos valores, normas e leis que servem como instituições sociais
para guiar o comportamento econômico, como por exemplo, as normas éticas e morais da
sociedade influenciam a forma como os negócios são conduzidos, o que é considerado justo
ou injusto em termos de distribuição de renda. Por outro lado, a economia também tem um
impacto significativo sobre o meio social, a distribuição de renda e riqueza pode influenciar
as relações sociais, as estruturas políticas e a qualidade de vida da população.

É nesse ponto que o sociológico italiano Giovanni Arrighi vai argumentar em sua
obra, "Ilusão do desenvolvimento", que o papel das instituições sociais é de guiar o indivíduo
a como se comportar no capitalismo, para que assim, seja possível alcançar o pleno
desenvolvimento econômico. No entanto, Arrighi vai criticar essa ideia de desenvolvimento,
acreditando ser uma visão distorcida da realidade que superestima a capacidade das
sociedades de alcançar um progresso econômico e social constante ao longo do tempo, para
Arrighi, economia é uma arena dinâmica, caracterizada por mudanças constantes e conflitos
sociais, e que a estabilidade econômica e social é uma utopia, assim como a separação do
meio econômico do meio social.

Em suma, é necessário reavaliar a natureza e o papel do mercado econômico e buscar


formas de equilibrar as necessidades do mercado com as demandas por justiça social,
desenvolvimento sustentável e estabilidade econômica. A crítica ao mercado econômico e sua
falta de justiça social é justificada e merece atenção imediata.

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