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Atenção e Hiperatividade
Atualização e Revisão
Paulo Verlaine Borges e Azevêdo
Setembro/2023
• Caso clínico
• Introdução
• Nota histórica
• Epidemiologia
• Etiologia
• Quadro clínico
• Comorbidades
• Diagnóstico
• Tratamento
Caso clínico
30/07/2007 – Luiz foi atendido pela primeira vez por
um médico psiquiatra infantil quando tinha 7 anos e
meio. Hoje, ele está com 23 anos e 6 meses, ainda
em acompanhamento com o mesmo médico.
A primeira consulta foi motivada por queixas quanto
ao comportamento inquieto em sala de aula, embora
com bom desempenho acadêmico.
Em casa, os pais referiram que Luiz sempre fora
inquieto, “não conseguindo ficar parado sequer para
comer” e “muito estabanado”. Machucava-se com
frequência.
Caso clínico
Luiz era “muito apegado aos pais, principalmente à
mãe”, com pesadelos todas as noites.
Era “muito medroso”, não indo sozinho no banheiro
e atemorizado por insetos (“gritava e chorava”).
Sofria muito com medo da morte.
Queixava-se constantemente de dores na cabeça,
nos membros inferiores e superiores e no abdome.
Caso clínico
No último ano, antes daquela consulta, vinha
apresentando “crises de explosões de raiva e choro”,
mas rápidas e se acalmando.
Ao mesmo tempo, excitava-se facilmente e de forma
exagerada quando se sentia alegre.
Caso clínico
Luiz nasceu a termo, parto cesáreo, com 3.500g e
49cm, apresentou icterícia na primeira semana de
vida, tratada com berço de luz.
Leite materno até 7 meses de vida, andou com 11
meses e falou “enrolado” com 2 anos de idade. Sem
qualquer outro problema médico.
Fazia o 1º ano do ensino fundamental.
Caso clínico
Na história familiar, mãe tratava de depressão,
ansiedade e enxaqueca, ao longo de um ano, sem
melhora e muito disfuncional. Foi diagnosticada,
posteriormente, com TB tipo II, TAG e TDAH.
O tio materno estava em vida “vegetativa” havia 5
anos, após sofrer um acidente automobilístico.
Quando era criança e adolescente o tio deu muito
trabalho para os avós do paciente, em casa e na
escola (“custoso”) (TDAH?).
Caso clínico
A avó materna era extremamente ansiosa e
preocupada com tudo (TAG?). O bisavô materno
“perdeu tudo que tinha com mulherada e apostando
em jogos de azar” (TB?).
O pai era muito ansioso e “preocupado demais com
doenças” (TAG?). O avô paterno tinha crises de
pânico e quadro clínico sugestivo de TB do tipo II.
Uma tia-avó paterna (irmã da avó paterna do
paciente) era alcoolista. O bisavô paterno (pai do avô
paterno do paciente) era “muito mulherengo e
violento” (TB? TDAH?).
Caso clínico
O exame físico, com neurológico abreviado, estava
normal. Pesou 32,5kg (percentil 97) e mediu 1,34m
(percentil 97), com IMC 18,7 (percentil 93 = em risco
de sobrepeso).
O exame psíquico apontava uma criança com leve
inquietude e desatenção, mas cooperativa,
aparentando ter boa inteligência e ser afetuosa.
No SNAP-IV a mãe marcou 8/9 + 6/9 (2/3) e o pai 8/9
+ 8/9 (3/3), respectivamente sinais de desatenção +
hiperatividade (impulsividade). O SNAP-IV
preenchido pela professora apontava 9/9 + 9/9 (3/3).
Caso clínico
As hipóteses diagnósticas formuladas foram de TDAH
do tipo combinado, fobia simple (insetos) e de TAG.
Inquietos Sentimentos
Inquietos ou
Hiperatividade “Furacão” quando se subjetivos de
nervosos
espera calma inquietação
Intromete entre
pares, acidentes
(Taylor e Sonuga-Barke, 2008)
Quadro clínico
• Fundamental:
• Desatenção, hiperatividade e impulsividade,
isoladas e ocasionais, resultam de muitos
problemas na vida relacional de crianças ou
adolescentes (p.ex., com pais, amigos ou colegas),
de sistemas educacionais inadequados ou
associação a outros transtornos comuns na infância
e adolescência.
• Para diagnosticar o TDAH é necessário
contextualizar os sintomas na história de vida da
criança.
Comorbidades
• Presença de comorbidades:
• Processo diagnóstico mais complexo
• Impacto significativo:
• Na história natural
• No prognóstico
• No manejo dos transtornos psiquiátricos
Comorbidades
• Presença de comorbidades:
• Populações clínicas = 80% (Biederman e Faraone, 2005)
• Populações comunitárias = 50% (Jensen e Steinhausen,
2015)
Comorbidades
• Principais comorbidades (MTA Group, 1999; Souza et al.,
2004; Steinhausen et al., 2006) são os transtornos:
• Disruptivos (opositor desafiante e de conduta) –
50% a 80%
• Humor e ansiedade – 10% e 30%
• TBH – sobreposição de sintomas (Galanter e Leibenluft,
2008)
• Evolução temporal indispensável para diagnóstico
(episodicidade)
• Aprendizagem – 25%
Comorbidades
• TDAH é fator de risco ao uso problemático de
substâncias:
• Uso mais precoce na adolescência.
• Maior prevalência na idade adulta (Harstad et al.,
2014).
Comorbidades
• TDAH coocorre em 50% dos casos de
transtornos de tiques, incluindo síndrome de
Tourette.
• Maioria dos indivíduos com TDAH não
apresenta tiques associados (El Malhany, 2015).
Comorbidades
• Sintomas de TDAH e TEA coexistem (Reiersen et
al., 2008).
• 2º estimulante • 2º estimulante
• Atomoxetina • Atomoxetina
• Guanfacina/Clonidina • Guanfacina/Clonidina
Tratamento – resumo das recomendações
Severidade Leve a moderado Severo
• 2º estimulante • 2º estimulante
• Atomoxetina • Atomoxetina
• Guanfacina/Clonidina • Guanfacina/Clonidina
Obrigado!
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