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Nome: Gabriele Alves

Questão 1 – Considerando o diagnóstico de Transtorno Obsessivo Compulsivo:


a) Dê 3 exemplos de obsessões
Pensamentos intrusivos de contaminação ao tocar uma maçaneta;
Pensamento de medo de pular da janela e morrer;
“Não lembrar”/Não ter a certeza que segundo atrás, fechou a porta, alarmou o carro ou desligou o fogão.
b) Dê 3 exemplos de compulsões que poderiam estar vinculadas às obsessões da questão (a).
Limpar a porta de casa de hora em hora, por acreditar que está contaminada;
Não chegar perto de nenhuma janela, mesmo sabendo que não irá pular;
Verificar muitas vezes, se realizaram tal fechamento.

Questão 2 – Explique o que é (1) disforia de gênero para o DSM-5; (2) identidade de gênero e (3) orientação sexual.
Dê um exemplo para cada.
(1) A disforia de gênero, é caracterizado pela pessoa que não se identifica com o sexo biológico que compõe seu
corpo. Sendo que a patologia, é advinda do sofrimento que essa não identificação pode causar no sujeito. Ex:
Uma criança que nasce com o corpo biológico feminino, mas se identifica como masculino, tendo muitos
sofrimentos psíquicos por não concordar com essa condição, rejeitando o seu órgão, sentindo vergonha,
gostando mais de brincadeiras e brinquedos do outro gênero e etc. Trazendo prejuízos na vida social e na
vida particular.
(2) Identidade de gênero: Como a pessoa se identifica, indiferente do seu órgão genitor. Ex: Pessoa que nasce
com corpo biológico feminino, mas se identifica, se veste e se sente um homem.
(3) Orientação sexual: é por qual sexo a pessoa é atraída. Ex: Mulher que se relaciona e sente interesse por
mulheres. O que diferecia da prática sexual, pois a pessoa pode ter em um determinado momento se
relacionar com pessoas do mesmo sexo, mas não sentir atração e interesse contínua.

Questão 3 – Explique o que é um transtorno da personalidade para o DSM-5.


O transtorno da personalidade para o DSM-V, são padrões persistentes de experiência interna (cognição,
afeto, funcionamento interpessoal) e comportamentos (impulsos) que se desvia acentuadamente das expectativas da
cultura do indivíduo, é confuso e difuso em muitos contextos. E se desvia do que se é esperado culturalmente na
vida. Começa na adolescência ou no início da vida adulta, é estável ao longo do tempo e causa sofrimento e/ou
prejuízos para a vida.

Abaixo, são descritos 4 casos clínicos. Faça o diagnóstico de acordo com o DSM-5 para cada um dos casos,
incluindo o uso de especificadores.

Questão 4 - Caso 1
João, jovem adulto de 21 anos, procurou atendimento psicoterápico. Seu medo de cães apresentou-se de forma mais
exacerbada a partir dos 14 anos de idade, quando foi atacado por um pitbull de sua vizinha, situação que João
considera traumática em sua vida. Questionado, João nega ter pesadelos, sonhos ou imagens intrusivas do evento.
Apesar do temor exagerado e desproporcional de cachorros, o ambiente em que vivia e as estratégias evitativas que
utilizava impediam que adquirisse um caráter de maior desadaptabilidade. Essa situação, entretanto, modificou-se
recentemente, época em que lhe foi proposta uma oferta de emprego considerada irrecusável. O maior problema
consistiu no fato de que o local onde João passou a trabalhar situava-se em uma região mais afastada da cidade,
região onde quase todos os moradores tinham cães de estimação. O paciente desembarcava do ônibus a cerca de
três quadras do local de trabalho, sendo que, nesse percurso, ele inevitavelmente se deparava com os moradores
passeando com seus animais, muitos deles sem coleira. A estratégia de desviar o caminho, fazendo trajetos mais
longos e por ruas menos movimentadas, logo mostrou-se ineficaz, pois provocou consideráveis atrasos na sua
chegada ao serviço e, algumas vezes, não impediu que ele se colocasse frente a frente com um cão, experiência que
era suportada com imensurável sofrimento. Além disso, o paciente sofria de ansiedade antecipatória, ao sair de casa,
pela manhã, e ao final do dia, quando aproximava-se o momento de deixar o locar de trabalho, diante da certeza de
que iria ter que “fugir” dos cães. Por duas vezes, teve ataques intensos de ansiedade ao ser confrontado com
cachorros. Suas mãos suaram, sentiu vertigem, náusea e tremores. Chorou muito depois de cada um dos episódios.
João também evita idas ao cinema ou assistir programas de TV que envolvessem cenas com cães, tanto em filmagens
como em desenho animado. Ele evita manter as janelas abertas diante de latidos de cães da vizinhança e, até
mesmo, passar em corredores de lojas ou supermercados onde estivessem expostas embalagens de alimentos ou
produtos para cães, com fotos ou desenhos dos animais.
Cinofobia (fobia específica) 300.29 (F40.218), sendo seus especificadores para diagnóstico - Fobia Específica com
animal (cães)
Transtorno de ANSIEDADE GENERALIZADA 300.02 (F41.1)
A – Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação: Medo e ansiedade a cerca de cães;
B – O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade:
Pensar, ver imagens, passar por perto dos cães provando medo e ansiedade;
C – O Objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento: Não
passar por corredores do mercado que estão postos alimentos para cães, pois normalmente tem fotos;
D – O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real importo pelo objeto ou situação específica e
ao contexto sociocultural: medo até mesmo de cães de estimação que relativamente considerados dóceis andavam
sem coleiras;
E – O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de 6 meses: Iniciou na infância e
ao longo do início da vida adulta permanece.
F – O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo: As estratégias utilizadas para a esquiva do medo,
causavam prejuízos como atraso no trabalho, sentimentos inesperados e etc;
G – A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, como TOC, TEPT, TAS, Fobia
Social, TP e agorafobia: Não se enquadra nos critérios para fechar outro tipo de diagnóstico.

Questão 5 - Caso 2
M., 25 anos, é internada pela segunda vez na sua vida. Abaixo, segue uma parte do registro do prontuário feita no
momento de cada internação
1ª internação (Idade, 14 anos).
(...) foi internada devido à preocupação da equipe com seu baixo peso. Ela está com 42 kg e mede 1 metro e 64
centímetros. Segundo relato de seus pais, há aproximadamente 1 ano, quando sua irmã mais nova nasceu, ela tem se
mostrado excessivamente preocupada com o peso. Se pesa todos os dias, conta todas as calorias de cada alimento
que ingere e faz dietas extremamente restritivas. Mais recentemente, nos últimos 2 meses, seus pais relatam ter
nãovisto a filha induzir vômito 2 vezes. Eles já haviam tentado levar a filha para tratamento, mas ela negava ter um
problema. Resolveram impor o tratamento depois que encontraram laxantes nos pertences de M.
Na entrevista, M. mostra baixo insight sobre a gravidade do seu baixo peso. Está com a menstruação irregular e está
com dificuldades de participar na educação física no seu colégio (já desmaiou uma vez e se machuca muito
facilmente). Acha que os pais exageram o tamanho do problema. Diz que vai se recusar a fazer qualquer tratamento
que envolva o ganho de peso. Sonha em ser modelo e acha que precisa se manter magra para isso (...).
Primeira internação:
ANOREXIA NERVOSA: 307.1 (F50.02) “ Se pesa todos os dias, conta todas as calorias de cada alimento que ingere e
faz dietas extremamente restritivas. Mais recentemente, nos últimos 2 meses, seus pais relatam ter visto a filha
induzir vômito 2 vezes.”
a) restrição de ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no
contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física: 1,64 de altura com 42kg (IMC 17,47 - baixo
peso);
b) medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso,
mesmo estando com peso significativamente baixo: segundo relato dos seus pais, ela tem se mostrado
excessivamente preocupada com o peso faz um ano, mais ou menos, se pesa todos os dias, conta calorias;
c) perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da
forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal
atual. É comum o indivíduo achar que apenas uma parte do corpo está gorda, ou seja, a pessoa se reconhece
enquanto magra, mas acredita precisar perder peso em lugares específicos do corpo: os pais já haviam tentado levar
a filha para tratamento, mas ela não reconhecia ter um problema, aixo insight sobre a gravidade do seu baixo peso.
Podendo ser classificada como:
Tipo Restritivo: durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão
alimentar ou comportamento purgativo. Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja
conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício físico.
Tipo Compulsão Periódica/Purgativo: nos últimos 3 meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de
compulsão alimentar purgativas, autoinduzindo vômitos, uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.
2ª internação (Idade 21 anos)
(...) há 4 anos M. consegue manter um peso adequado para altura. Atualmente mede 1 metro e 67 centímetros e
pesa 57 quilos. Apesar disso, ainda apresenta um medo intenso de engordar. Diz que precisa constantemente lutar
contra um desejo de emagrecer. Toda vez que se olha no espelho enxerga “uma pessoa gorda” (sic). Quando pensa
nisso, fica desanimada e tem uma sensação muito forte de desvalia. Sabe que tem um transtorno alimentar, mas
quando se olha no espelho não consegue deixar de achar que está acima do peso ideal.
Conversando com seu psiquiatra e sua família, resolveu se internar porque tem estado constantemente triste e faz 5
meses que tem vivenciado episódios intensos e recorrentes de hiperfagia, que são seguidos de culpa intensa e
comportamentos que visam reduzir o ganho de peso gerado pelo episódio (tipicamente vômitos autoinduzidos e uso
de laxantes). No último episódio, que levou à decisão de internação, comeu 7 fatias de pizza e três picolés de fruta
em uma hora (durante à tarde). Diz que só conseguiu parar de comer quando começou a ter dor estomacal.
Desesperada pelo episódio, foi ao banheiro e induziu vômitos. Nesse momento, chegou a pensar em se matar. Já
havia tido esse tipo pensamentos após episódios semelhantes.
(...) está com dificuldades na faculdade. Provavelmente vai perder o semestre. Não consegue se concentrar para
estudar, faltou a diversas aulas por se sentir cansada e está constantemente com sono (...).
Segunda internação:
BULIMIA NERVOSA: 307.51 (F50.2)
a) episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos
seguintes aspectos: ingestão, em um período limitado de tempo, de uma quantidade de alimentos definitivamente
maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes; sensação de
falta de controle sobre a ingestão durante o episódio, ex: sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o
que e quanto está ingerindo: comeu 7 fatias de pizza e três picolés de fruta em uma hora, só conseguiu parar de
comer após sentir dores estomacais
b) comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos
autoinduzidos, uso de laxantes, diuréticos, ou outros medicamentos, jejum, exercícios excessivos: uso de laxantes e
indução de vômitos
c) compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma
vez por semana durante três meses: ocorrência de 5 meses.
d) autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso do corpo: a jovem diz que toda vez que se
olha no espelho enxerga “uma pessoa gorda”;
e) a perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa.
O risco de suicídio é alto na bulimia nervosa. A avaliação completa de indivíduos com esse transtorno deverá incluir
determinação de ideação e comportamentos suicidas, bem como outros fatores de risco para suicídio, incluindo história de
tentativas de suicídio - ou seja, apesar da jovem fechar os critérios para TDM, é necessário que se leve em conta que
alguns aspectos depressivos podem ser secundários às sequelas fisiológicas causadas pela Bulimia. Sendo assim, é
necessário, também, que haja um acompanhamento da evolução desses sintomas, principalmente após uma possível
recuperação da jovem para que se possa diagnosticar ou descartar a possibilidade de TDM.
Questão 6 - Caso 3
Lilian buscou atendimento após o rompimento de um relacionamento, apresentando grave descontrole afetivo e
comportamental. Apresentava crises de choro, episódios de impulsividade, insônia e pensamentos ruminativos
relacionados ao ex-namorado. Relatava intenso medo de ficar sozinha pelo resto de sua vida e percebia-se incapaz de
permanecer em um relacionamento por um longo período de tempo, uma vez que seus namoros sempre acabavam.
Lilian apresenta um importante histórico de dificuldades interpessoais, como relacionamentos amorosos
conflituosos, marcados por momentos de extrema impulsividade, ciúmes em demasia, além de eventuais conflitos
com familiares.
Os pais de Lilian são empresários bastante ocupados e envolvidos com seu trabalho. Na infância, Lilian ficava grande
parte do tempo sentindo a ausência dos pais e sofrendo por um sentimento de abandono constante. Esse
sentimento era especialmente reforçado, segundo Lilian, porque os pais levavam a irmã mais velha à empresa,
enquanto a deixavam sob os cuidados de uma babá a despeito de seu sofrimento. Segundo Lilian, o seu
comportamento impulsivo é uma característica da sua personalidade e ela não sabe exatamente quando esse quadro
começou. Apesar de ser uma mulher sociável, com uma quantidade de amigos e uma qualidade de relacionamentos
de amizade bastante satisfatória, seus relacionamentos amorosos sempre foram conturbados. Seu primeiro namoro
foi aos 14 anos de idade. Depois desse namoro inicial, entre um relacionamento e outro, não permanecia muito
tempo sozinha. Em brigas de casal, mesmo após ser ofendida ou fisicamente agredida, era ela quem pedia desculpas
e implorava para que ficassem juntos, por medo de ficar sozinha. Ao mesmo tempo, era extremamente desconfiada,
não aceitando atrasos, entendo que o namorado havia passado na casa de uma amante ou que não iria mais buscá-la
porque pretende abandoná-la e terminar o namoro. Um outro exemplo foi de quando ela sentiu um cheiro diferente
nas roupas do namorado e considerou a possibilidade de traição, quando ele apenas havia utilizado um perfume que
não era seu, mas sim de seu pai.
Por vezes, quebra objetos em casa, bate a porta com força, grita e agride seu companheiro. Mostra marcas físicas
dessas condutas agressivas e relata que o namorado também havia ficado com marcas de suas agressões. O
namorado, inicialmente, tentava manter o controle da situação, contendo Lilian. No entanto, passou a ser
verbalmente agressivo e também a ter algumas condutas fisicamente violentas, mas que não chegam a configurar
uma violência doméstica. Ressalta-se que era sempre Lilian que iniciava as agressões, fossem verbais ou físicas.
BORDERLINE: 301.83 (F60.3)
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de
automutilação coberto pelo Critério 5.): mesmo em casos de abuso, ela que pedia desculpas e implorava para que
ficassem juntos, por medo de ficar sozinha;
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de
idealização e desvalorização: Lilian apresenta um importante histórico de dificuldades interpessoais, como
relacionamentos amorosos conflituosos, marcados por momentos de extrema impulsividade, ciúmes em demasia,
além de eventuais conflitos com familiares;
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo:
Lilian se enxerga como incapaz de ter relações saudáveis;
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de
substância, direção irresponsável, compulsão alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de
automutilação coberto pelo Critério 5.): quebra objetos em casa, bate a porta com força, grita e agride seu
companheiro.
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou
ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias):
descontrole afetivo e comportamental, irritabilidade.
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras frequentes de irritação, raiva constante,
brigas físicas recorrentes): brigas físicas recorrentes com aspectos de irritabilidade.
9. Ideação paranóide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos: “Ao mesmo tempo, era
extremamente desconfiada, não aceitando atrasos, entendo que o namorado havia passado na casa de uma amante
ou que não iria mais buscá-la porque pretende abandoná-la e terminar o namoro. Um outro exemplo foi de quando
ela sentiu um cheiro diferente nas roupas do namorado e considerou a possibilidade de traição, quando ele apenas
havia utilizado um perfume que não era seu, mas sim de seu pai.”

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