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BULIMIA

Psicologia Aplicada à Nutrição


UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
NÚCLEO DE NUTRIÇÃO

Andreza Suêna | Letícia Dias | Paloma Santana


Paulo César | Rayssa Ivo | Sheylla Lewinsks
1 Transtorno Alimentar x Compulção Alimentar
3 O que é bulimia
4 Como funciona

5 Consequências

6 Dados 9
Relatos fictícios para fins didáticos
7 História de uma celebridade Critérios para diagnóstico 10

Caso clínico 11

Abordagem da Psicanálise e da TCC 16


TRANSTORNO ALIMENTAR X COMPULSÃO ALIMENTAR
O transtorno alimentar é
caracterizado por uma A compulsão alimentar é
perturbação persistente na considerada um distúrbio
alimentação ou no alimentar caracterizado
comportamento relacionado
à alimentação que resulta
pela ingestão exagerada de
alimentos. Essa ingestão
01
no consumo ou na absorção ocorre mesmo sem a
alterada de alimentos e que presença de fome ou
compromete necessidade física do
significativamente a saúde alimento. Em geral, a
física ou o funcionamento pessoa compulsiva perde o
psicossocial. controle sobre o que está
ingerindo e em qual
quantidade.
OU SEJA.... Mas normalmente o
transtorno de bulimia é
precedido de episódios de
compulsão com sentimentos
de perda de controle aliados a
Nem todo transtorno
compulsivo vai se tornar um
preocupação com
aparência/imagem e o medo
a 02
transtorno de bulemia, de ganhar peso.
normalmente nesse caso, a
pessoa irá desenvolver a
obesidade.
A compulsão alimentar pode andar sozinha.
Já a bulimia anda junto com a compulsão.
Estamos aqui hoje para criar um espaço seguro e
ajudar caso você esteja passando por alguma
dificuldade. Seja de cunho alimentar ou não.

O que é?

03

Fonte: Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares e da Ansiedade


Estamos aqui hoje para criar um espaço seguro e
ajudar caso você esteja passando por alguma
dificuldade. Seja de cunho alimentar ou não.

Como funciona?

04
Estamos aqui hoje para criar um espaço seguro e
ajudar caso você esteja passando por alguma
dificuldade. Seja de cunho alimentar ou não.

Consequências

05
DADOS

06
07
EU TIVE OS RECURSOS E O APOIO
NECESSÁRIOS PARA ME TRATAR EM
UMA INSTITUIÇÃO DE QUALIDADE.
INFELIZMENTE, MUITOS

08 AMERICANOS, DE TODOS OS TIPOS DE


VIDA, NÃO OBTÊM AJUDA – SEJA
PORQUE TÊM MEDO DO ESTIGMA,
SEJA PORQUE NÃO PODEM PAGAR”.
Demi comia de forma compulsória desde
criança, quando sofria bullying na escola, o
que a levou a desenvolver depressão e
automutilação.
Relatos fictícios e suas pressuposições
para fins didáticos
Tente identificar do que se trata...

"VEM TRAZIDA PARA UBS POR SEU NAMORADO, FERNANDO.

"SEMPRE FOI UMA PESSOA PREOCUPADA COM SUA APARÊNCIA". "MUITO FIXADA NA
ALIMENTAÇÃO". "TER O CORPO QUE ELA DESEJA, E ASSIM ELA FINALMENTE PODERÁ
FICAR FELIZ E TRANQUILA".

09 "FICA FRUSTRADA E COME DEMAIS". "PERDE O CONTROLE E COME DEMAIS UMA OU


DUAS VEZES NA SEMANA".

"NESSES MOMENTOS, SEMPRE PASSA MAL DEPOIS DE COMER". "VOMINTANDO TANTAS


VEZES". "NÃO SE DEIXA VENCER PELA COMIDA, BOTANDO TUDO PRA FORA OU TOMA
LAXATIVOS PARA TIRAR AQUILO DE SEU CORPO". "EXERCICIOS SEMPRE QUE QUEBRA A
DIETA".
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO
Episódios recorrentes de compulsão alimentar;
Sensação de falta de controle sobre a ingesta alimentar;

Comportamentos compensatórios inapropriados;


Auto avaliação depreciativa 10
Deve-se levar em conta a frequência em que ocorrem para especificar a
gravidade que pode ser: leve, moderada, grande e extrema

Leve: 1 a 3 episódios
Moderada: 4 a 7 episódios
Grave: 8 a 13 episódios
Extrema: 14 ou mais episódios
11 CASO CLÍNICO
Sheila, 32 anos de idade, era uma menina com valores muito fortes, herdados do seu pai. Uma
menina que acreditava na lealdade, na sinceridade, na importância do conhecimento... Adorava os
animais e gostava de aprender: escrita, leitura, matemática, informática... Seu pai é engenheiro e
trabalha para uma empresa americana. Sua mãe é bióloga, mas há muito tempo não exerce a
profissão. Para o seu pai, as coisas iam bem no âmbito profissional. Quando era criança, iam
mudando de casas pequenas para outras cada vez maiores à medida que ele ia prosperando na
carreira. Cada uma dessas mudanças significava estudar em uma nova escola. Quando sua família
12 se mudou pela primeira vez, estava na metade do ano letivo. Tinha 11 anos e não foi fácil se
adaptar. Foi estudar em uma escola pública. Na sua turma, havia apenas sete meninas, e os
meninos eram muito grossos. No segundo dia de aula, eles pegaram o seu caderno de ditado e
ortografia, que era importante para ela, que estava limpo e com a caligrafia perfeita, e pregaram,
literalmente pregaram, na mesa da escola. No início, ela ficava muito mal com essas coisas.
Chegava todos os dias chorando em casa. Seus pais não entendiam, e diziam que ela ignorasse
caso eles se metessem com ela, mas mesmo com o conselho dos pais ela enfrentou aqueles
meninos, e conseguiu marcar seu território e dessa forma, não teve mais problemas.
Quando fez 13 anos, Sheila mudou de escola novamente e também de casa. Agora na casa atual,
uma casa com cinco quartos, sete banheiros... (enorme) eles a colocaram em uma escola
particular bastante elitista. E naquela escola os valores que ela tinha, os valores que o pai havia
transmitido, não valiam nada. O fato dela cuidar dos seus hamsters ou ter sido indicada para as
Olimpíadas de matemática, nada disso importava lá. Era motivo de chacota. O que valia, na
verdade, era ter peitos, roupas de marca, ser a mais bonita e estar magra. Foi nesse momento que
tudo começou a desandar para Sheila. Porque ela só tinha duas opções: se adaptar ou morrer. E

13 ela decidiu se adaptar. Renunciou a tudo aquilo em que acreditava para ser aceita. Suas
prioridades a partir daquele momento passaram a ser roupas de marca e estar magra e foi então
que começaram os problemas com a alimentação. Sheila começou a comer excessivamente e, em
seguida, enfiar os dedos na garganta para provocar vômitos. Sheila sentia literalmente "fome de
boi", e era isso que acontecia e infelizmente continuava acontecendo, embora em menor escala:
comer "como um boi" e depois vomitar. Sheila passou a comer em quantidade que alimentariam
quatro pessoas, além de comer comida de cachorro, comida do lixo e até seu próprio vômito.
Sheila sentia-se calma em comer quando sentia ansiedade e o comer a tranquiliza.
É como se a comida fosse seu refúgio. Aos 16 anos, Sheila teve sua primeira internação hospitalar por
estar com um peso abaixo do que é considerado saudável e, portanto, um risco para a saúde.
Apesar de tudo o que Sheila vivia, conseguiu se formar em Direito e se tornou advogada. Conseguiu
um emprego aos 24 anos em um banco e, no mesmo dia em que assinou o contrato e começou a
trabalhar, foi morar sozinha e tudo parecia ir bem, mas vivia uma mentira: nunca parou de se
“empanturrar” de comida e vomitar. Na verdade, a razão pela qual foi viver sozinha era poder fazer o
que quisesse com a comida sem ter a mãe e o pai vigiando. Aos 28 anos, Sheila conheceu Davi. Ele
14 trabalhava na área de informática e era muito bonito. Começaram a sair e Sheila se empenhou ao
máximo para que o relacionamento fosse perfeito, mas não contava a ele sobre seus problemas com
comida e não lhe dizia que vomitava. Quando jantavam e comia demais, dizia a ele que estava com
frio e que ia tomar um banho quente e então abria o chuveiro e, protegida pelo barulho da água que
caía, vomitava em uma bacia e depois, com cuidado, jogava o vômito na privada e limpava tudo.
Sheila ligava para Davi várias vezes por dia, enviava um monte de mensagens e devido a sua
obsessão por Davi, o seu relacionamento chegou ao fim. Com o fim, Sheila sentiu que seu mundo
tinha acabado. "Como vou sobreviver a isso?"
Já fazia quatro anos que Davi a deixou e ainda tinha dificuldades de lidar com isso.
Esses quatro anos foram uma droga. Antes de Davi a deixar, ela vomitava muito,
mas só usava drogas de vez em quando, muito de vez em quando. Mas seu caso
piorou depois que ele terminou, e as drogas foram ocupando cada vez mais espaço.
Sheila se deu conta de que estava gorda, de que estava morando com seus pais, de

15 que já não tinha mais o Davi, de que tinha 31 anos de idade e não tinha nada na sua
vida além da única motivação de vomitar. Sheila, já não mais aguentando a situação
em que se encontrava tomou 20 comprimidos de analgésico, sabendo que destruiria
seu fígado e então faria com que esse tormento e angústia passassem de vez. Enviou
uma mensagem de despedida para sua irmã e sua mãe. Sua irmã, que é médica,
disse que sim, que ela iria morrer, mas que ia demorar uma semana e seria uma
morte muito dolorosa.
16 ABORDAGEM DA
PSICANÁLISE E DA TCC
• O psicanalista irá analisar o contexto • O TCC favorece o diálogo entre
dos sintomas que pode estar terapeuta e paciente, uma vez que o
relacionado com vários contexto propósito das estratégias que permite
explorados pelo inconsciente, que melhor a compreensão sobre causas e
precisam ser tratados isoladamente consequências do comportamento
para que o paciente consiga retomar disfuncional, em seus múltiplos aspectos
que um comportamento natural no seu até chegar no objetivo o terapeuta
dia a dia. apresenta recursos que permitem a
• Irá entender como que é usado esses
sintomas de bulimia para proteger das
interrupção
disfuncionais.
dos pensamentos
15
inseguranças e das imperfeições são • Com o objetivo na mudança estrutural
inventadas diariamente,podendo de pensamentos, o que garante
assim abrir um caminho para o resultados a longo prazo. Essa premissa
tratamento terapêutico, a partir daí as vale para qualquer situação na qual a
consultas serão de escuta das histórias TCC seja aplicada.
e momentos de sua vida para
encontrar o gatilho que está ativando
• A diferença entre elas é que o TCC irá ser trabalhado os
esses episódios.
sintomas do problema ou seja o comportamento e na
psicanálise será trabalhado as causas que levaram ao
comportamento e a história de vida da pessoa .
REFERÊNCIAS
GRUPO DE APOIO E TRATAMENTO DOS DISTÚrBIOS ALIMENTARES E
DA ANSIEDADE. Bulimia. In: Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios
Alimentares e da Ansiedade . [S. l.], 2018. Disponível em:
http://gatda.com.br/index.php/category/bulimia/. Acesso em: 5 set. 2022.

OLIVEIRA, Andressa Battigaglia. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


16
Mentais. 5. ed. rev. Porto Alegre: American Psychiatric Association, 2014.
Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5393141/mod_resource/content/1/
Transtornos%20alimentares.pdf. Acesso em: 7 set. 2022.

BRISTOW, Sydney. Cómo volé sobre el nido del cuco. 1. ed. [S. l.: s. n.],
2018.
Como voei sobre o ninho
do cuco
em tradução livre

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