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Prática clínica em Terapia

Cognitivo-Comportamental:
TCC NO TRATAMENTO DOS
TRANSTORNOS ALIMENTARES

10 Congresso Academia SerPsi


Conteúdo licenciado para Carlos André Emerick de Oliveira - emerick.vivian@gmail.com
TCC NO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas que geralmente surgem na


adolescência ou no início da idade adulta e cursam com graves complicações
psicológicas e clínicas, graves prejuízos na qualidade de vida e alta mortalidade.

Os transtornos alimentares são caracterizados por:

uma perturbação persistente na alimentação


ou no comportamento relacionado à alimentação

Essa perturbação resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que


compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial.
Uma vez desencadeados se tornam doenças autossustentadas em um contexto
sociocultural que promete benefícios para magreza e alteração na forma do corpo.

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TRANSTORNOS ALIMENTARES SEGUNDO O DSM-5-TR

1. Pica: Caracterizado pela ingestão persistente de substâncias não nutritivas, não alimentares, como
terra, sabão, cabelo, etc., por um período mínimo de um mês. Esse comportamento é considerado
inapropriado para o estágio de desenvolvimento do indivíduo e não faz parte de uma prática
culturalmente aceita.

2. Transtorno de Ruminação: Caracterizado pela regurgitação repetida de alimentos, que são


posteriormente remastigados, reengolidos ou cuspidos, após um período de desenvolvimento
normal. Esse comportamento não é atribuível a uma condição médica e não é mais bem explicado
por outro transtorno alimentar, como anorexia nervosa, bulimia nervosa ou transtorno da compulsão
alimentar.

3. Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo: Caracterizado por uma perturbação persistente na


alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na
absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o
funcionamento psicossocial. Esse transtorno não está associado a preocupação excessiva com peso
ou forma corporal, como na anorexia nervosa.

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TRANSTORNOS ALIMENTARES SEGUNDO O DSM-5-TR

4. Anorexia Nervosa: Caracterizada por uma restrição persistente na ingestão de alimentos, levando
a uma baixa ingestão calórica que resulta em um peso significativamente baixo para a idade, sexo,
desenvolvimento e saúde física. Além disso, há um medo intenso de ganhar peso ou se tornar obeso,
mesmo estando significativamente abaixo do peso normal.

5. Bulimia Nervosa: Caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos por
comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos autoinduzidos, uso indevido de
laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos. Os episódios de
compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inadequados ocorrem, em média, pelo
menos uma vez por semana durante três meses.

6. Transtorno da Compulsão Alimentar: Caracterizado por episódios recorrentes de compulsão


alimentar, sem os comportamentos compensatórios inadequados associados à bulimia nervosa.
Durante esses episódios, a pessoa come uma quantidade maior de comida do que a maioria das
pessoas comeria em um período semelhante, sentindo uma falta de controle sobre a alimentação.

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CONCEITUAÇÃO COGNITIVA — PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

“Ainda acho que sou gorda” (Autoimagem).

“Estou comendo sem controle” (Impulsividade).

“As pessoas vão notar que não tenho autocontrole e me achar inferior”.

“Agora que comi um doce, vou engordar muito”.

É muito comum o pensamento dicotômico, “tudo ou nada”, por exemplo: “já que comi e
quebrei a dieta, vou continuar comendo o que quiser porque amanhã volto com foco total”.

“Já que vou vomitar, posso comer tudo que eu quiser sem engordar”.

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CONCEITUAÇÃO COGNITIVA — CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

“Se eu não tiver um corpo magro, então não serei aceito” (Pressuposto).

“Tenho que ter um corpo muito magro para ser aceito” (Regra).

“Eu não tenho autocontrole” (Regra).

“Nunca vou emagrecer” Regra).

“Estou triste, tenho que comer” (Pressuposto).

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CONCEITUAÇÃO COGNITIVA — CRENÇAS NUCLEARES

Os pacientes mais restritivos apresentam características egossintônicas.


Por exemplo, pacientes desnutridos podem referir estar se sentindo bem
mesmo quando estão sob riscos médicos graves.

Já pacientes com predomínio de sintomas compulsivos e purgativos


tendem a ser mais egodistônicos e, portanto, mais dispostos a receber
tratamento.

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CONCEITUAÇÃO COGNITIVA — ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento atuam como fatores de manutenção da


cognição, ou seja, são padrões comportamentais que contribuem para
manutenção do transtorno.

Um fato importante na manutenção dos Transtornos Alimentares é o uso de


métodos compensatórios como, por exemplo:

1. jejuar no dia seguinte depois de uma compulsão;


2. fazer muito exercício físico;
3. induzir o vômito;
4. usar laxantes e diuréticos.

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PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES

1. Psicoeducação sobre o transtorno e sobre a TCC;


2. Entrevista Motivacional;
3. Registro de Pensamentos;
4. Diálogo Socrático;
5. Seta descendente;
6. Descatastrofização;
7. Cartão de Enfrentamento;
8. Biblioterapia;
9. Resolução de Problemas;
10. Experimento Comportamental;
11. Cartão de Enfrentamento;
12. Automonitoramento da Alimentação;

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A maneira como comemos reflete como nos sentimos
sobre nós mesmos e sobre o mundo. A alimentação é
uma janela para nossa psiquê.

Marc David

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