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Transtornos Alimentares e de sono-vigília

quinta-feira, 19 de outubro de 2023 12:40

Anorexia Nervosa:

No DSM-5 temos dois tipos especificados de anorexia nervosa, eles são:

1. Tipo restritivo: os indivíduos fazem dietas para limitar a ingestão calórica


2. Tipo Compulsão alimentar purgativa: aonde eles contam com o ato de purgar , sendo
diferente da bulimia nesse tipo eles ingerem quantidades pequenas de alimentos e purgam
mais, e em alguns casos, todas as vezes que comem.

Indivíduos com anorexia nunca estão satisfeitos com o peso que perdem, para eles permanecer com
um peso de um dia para o outro ou ganhar algum peso já é um causador de pânico, ansiedade e
depressão intensa. Apenas a perda de peso continua a cada dia, durante semanas, é satisfatória.

Os critérios de diagnostico para anorexia são os seguintes:

A. Restrição de ingestão calórica em relação as necessidades, levando a um peso corporal


significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde
física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal
ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado.
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere
no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo
C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influencia
indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de
reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual.

Para se determinar o subtipo temos essas informações:

Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes
de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (vômitos autoinduzidos ou uso indevido de
laxantes, diuréticos ou enemas). Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja
conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo.
Tipo compulsão alimentar purgativa: nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios
recorrentes de compulsão alimentar purgativa (vômitos autoinduzidos ou uso de laxantes, diuréticos
ou enemas.)

Transtornos psicológicos associados a anorexia podem ser o de ansiedade e de humor, também


temos em muitos casos o transtorno obsessivo-compulsivo, indivíduos com anorexia tendem a ter
pensamentos desagradáveis recorrentes em relação ao ganho de peso e se envolvem em uma
variedade de comportamentos, alguns ritualísticos, para se livrar de tais pensamentos (TOC). Abuso
de substancias químicas também é comum, em conjunto com a anorexia, é um forte potencializador
para mortalidade, principalmente por suicídio.

Especificar a gravidade atual:

• Leve: IMC ≥ 17 kg/m2


• Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2
• Grave: IMC 15-15,99 kg/m2
• Extrema: IMC < 15 kg/m2

Bulimia Nervosa:

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Indivíduos com bulimia nervosa comem grandes quantidades de alimentos, esse ato acaba sendo
compulsivo e fora de controle, um outro critério é que o indivíduo tenta compensar essa compulsão
alimentar e o ganho de peso quase sempre por meio de técnicas de purgação (vômito, laxante ou
diuréticos), ou outras maneiras como se exercitarem excessivamente.

Os critérios de diagnostico para a bulimia são:

A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é


caracterizado por:
1 - Ingestão, em um período de tempo determinado (ex., dentro de cada período de duas
horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos
consumiria no mesmo período sob circunstancias semelhantes.
2 - Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (ex., sentimento de não
conseguir parar de comer ou controlar o que e quanto se esta ingerindo).
B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de
peso, como vômitos autoinduzidos; uso de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos;
jejum; ou exercícios em excesso.
C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em
média, no mínimo uma vez por semana durante três meses.
D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais.
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa.

Especificar a gravidade atual:

• Leve: Média de 1 a 3 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por


semana.
• Moderada: Média de 4 a 7 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por
semana.
• Grave: Média de 8 a 13 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por
semana.
• Extrema: Média de 14 ou mais comportamentos compensatórios inapropriados por semana.

Uma pessoa com bulimia tem o peso de uma pessoa considerada saudável (tem o imc de uma
pessoa saudável), diagnóstico feito com base na quantidade de episódios descritos acima.

Transtorno de compulsão alimentar:

São episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio é caracterizado pelos seguintes


aspectos:

1. Ingestão, em um período determinado (ex. entre cada duas horas), de uma quantidade de
alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período
sob circunstâncias semelhantes.
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (ex. sentimento de não
conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se esta ingerindo).

Os episódios de compulsão estão associados a três ou mais dos seguintes aspectos:

1. Comer mais rapidamente do que o normal.


2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio.
3. Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome.
4. Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo.
5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.

Temos também o sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar, e os episódios de


compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses.

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compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses.

A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório


inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia
nervosa ou anorexia nervosa.

Especificar a gravidade atual:

• Leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana.


• Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana.
• Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana.
• Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana.

Transtorno de insônia:

A. Queixas de insatisfação predominantes com a quantidade ou a qualidade do sono associadas a


um (ou mais) dos seguintes sintomas:

1. Dificuldade para iniciar o sono (em crianças, pode se manifestar como dificuldade para
iniciar o sono sem intervenção de cuidadores).
2. Dificuldade para manter o sono, que se caracteriza por despertares frequentes ou por
problemas para retornar ao sono depois de cada despertar (em crianças, se manifesta
como dificuldade para retornar ao sono sem intervenção dos cuidadores).
3. Despertar antes do horário habitual com incapacidade de retornar ao sono.

B. A perturbação do sono causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no


funcionamento social, profissional, educacional, acadêmico, comportamental ou em outras
áreas importantes da vida do indivíduo.
C. Essas dificuldades de sono ocorrem pelo menos três noites por semana.
D. Essas dificuldades relacionadas ao sono permanecem durante pelo menos três meses
E. E também ocorrem a despeito de oportunidades adequadas para dormir
F. A insônia não é mais bem explicada ou não ocorre exclusivamente durante o curso de outro
transtorno do sono-vigília.
G. A insônia não é atribuída aos efeitos fisiológicos de alguma substancia como abuso de drogas
ou medicamentos.
H. A coexistência de transtornos mentais e de condições medicas também não explicam
adequadamente a queixa predominante de insônia.

Por isso deve se especificar:

Com comorbidade mental causada por transtorno não relacionado ao sono, incluindo transtornos
por uso de substâncias.
Com outra comorbidade médica
Com outro transtorno do sono

Também se especifica a duração:

• Episódico: Os sintomas duram pelo menos um mês, porém menos que três meses.
• Persistente: Os sintomas duram três meses ou mais.
• Recorrente: Dois (ou mais) episódios dentro do espaço de um ano.

As causas de transtornos de sono podem ser: transtornos psicológicos, dor, exercícios insuficientes,
problemas com o relógio biológico e controle de temperatura corporal (a temperatura não cai para
que elas possam adormecer), uso de drogas, influencias ambientais (luminosidade, ruídos ou
temperatura), estresse, ansiedade, problemas respiratórios, vulnerabilidade biológica, questões
culturais e expectativas irreais sobre a quantidade de sono que precisam.

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culturais e expectativas irreais sobre a quantidade de sono que precisam.

Os tratamentos para transtornos de sono incluem: o medicamentoso (benzodiazepinas),


psicoterapia (redução da ansiedade), higiene do sono. A abordagem combinada desses tratamentos
geralmente é mais efetiva.

Transtorno de hipersonolência:

A. Relato do próprio individuo de sonolência excessiva (hipersonolência) apesar de o período


principal do sono durar no mínimo 7 horas, com pelo menos um entre os seguintes sintomas:
1. Períodos recorrentes de sono ou de cair no sono no mesmo dia.
2. Um episódio de sono principal prolongado de mais de 9 horas por dia que não é
reparador.
3. Dificuldade de estar totalmente acordado depois de um despertar abrupto.
B. A hipersonolência ocorre pelo menos três vezes por semana, durante pelo menos três meses.
C. A hipersonolência também é acompanhada de sofrimento significativo ou de prejuízo no
funcionamento cognitivo, social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do
individuo
D. A hipersonolência também não é mais bem explicada por e nem ocorre exclusivamente
durante o curso de outro transtorno do sono.
E. E também não é atribuída aos efeitos fisiológicos de alguma substancia (ex. abuso de drogas,
medicamentos).

Especificamos o diagnostico desse jeito:

Com transtorno mental, incluindo transtornos relacionados ao uso de substâncias.


Com condição médica
Com outro transtorno do sono

A duração também é especificada como:

• Agudo: Duração de menos 1 mês.


• Subagudo: Duração de 1 a 3 meses.
• Persistente: Duração de mais de 3 meses.

A gravidade é classificada como:

Leve: Dificuldade em manter o estado de alerta durante o dia por um período de 1 a 2 dias por
semana.
Moderada: Dificuldade em manter o estado de alerta durante o dia por um período de 3 a 4 dias por
semana.
Grave: Dificuldade em manter o estado de alerta durante o dia por um período 5 a 7 dias por
semana.

As causas podem ser genéticas ou por excesso de serotonina e o tratamento consiste em usar
medicamentos (drogas estimulantes).

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