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CENTRO UNIVERSITÁRIO AGES

BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

BULIMIA:
PERFIL PSICOLOGICOS E IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS

ROBERTO DE DEUS SILVA

Texto dissertativo apresentado no curso de


Enfermagem do Centro Universitário AGES, como
um dos pré-requisitos para obtenção da nota parcial
nas disciplinas de Nutrição e Metabolismo (Igor
Brandão), Bioquímica (Daniel Queissada),
Microbiologia (Igrind Borges), Psicologia aplicada à
Nutrição (Ariany Magalhães), Empreendedorismo
em Nutrição (Augusto Teixeira),
Orientador(a): Dr. Daniel Delgado Queissada
Tuma: 4º período
Turno: Noturno

Paripiranga/BA
Maio de 2017
1. INTRODUÇÃO
Amy, 27 anos, desenvolveu a bulimia no final da adolescência aos 17 anos, onde tinha
um grupo de amigas da escola que influenciavam para praticar uma “dieta”, onde comia
compulsivamente e depois vomitava tudo. Muitas vezes ela estava sentada em uma mesa cheia
de comidas, e sempre dizendo que se sentia como uma porca de tão gorda. A mãe de Amy,
Janis, certa vez falou que Amy tinha contado para ela sobre essa nova dieta que ela tinha
descoberto. A dieta era comer muito e logo depois forçar o vomito ou tomar laxantes. A mãe
dela achou que era algo passageiro, que Amy iria esquecer, mas estava totalmente enganada,
pois Amy estava desenvolvendo um distúrbio alimentar que só agravou ao decorrer dos anos.
As amigas dela depois de alguns anos pararam de fazer o que elas chamavam de “dieta”, mas
Amy nunca parou realmente.
Amy amava cantar e depois de compor algumas canções ficou muito conhecida pelas
pessoas e também pela mídia. Ela não estava preparada psicologicamente para lidar com a
fama, mas ela não tinha escolha. O amigo e empresário dela cada vez mais exigia para que ela
compusesse mais musicas. Logo Amy tornou-se uma grande estrela devido ao seu segundo
CD, fazendo grandes tunes e participando de grandes premiações.
Toda essa fama a fez levar uma vida mais corrida e passando longos períodos longe da
família e dos amigos, além do estresse e da pressão exercida pela mídia. A vida de Amy
estava tornado-se um inferno, pois os transtornos psicológicos causados por ela não está
pronta para viver nesse “mundo da fama” só aumentaram, fazendo com que a bulimia
agravasse e para piorar ainda mais a situação, ela começou a usar drogas depois que começou
o namoro com Blake Fielder, ele era viciado em heroína e cocaína e apresentou essas drogas
para ela.
As drogas vieram como uma válvula de escape, pois Amy viu nas drogas uma forma
de anestesiá-la de todos os problemas. Não fazia ideia de que o problema dela só estava
aumentando. Alguns anos depois de começar a usar drogas, Amy foi internada, ficou em
coma por alguns dias depois do abuso de drogas e por estar muito fraca e debilitada devido ao
distúrbio alimentar.

2. DESENVOLVIMENTO
Em um mundo onde diariamente as pessoas são influenciadas com padrões de beleza
imposto á sociedade pela mídia. Ela abusa do seu poder de influência para atingir ambos os
gêneros, adultos e crianças que se rendem ao consumismo para chegarem ao corpo padrão, e
muitas vezes ultrapassando os limites para conseguirem. As crianças já crescem sendo
influenciadas a serem mulheres magras, com cabelos e pele perfeitos, é com esses padrões
que as pessoas acabam fazendo dietas rigorosas sem orientação de um nutricionista e
causando os distúrbios alimentares. Foi assim que Amy começou o distúrbio junto com as
amigas, sempre estavam preocupadas com o corpo e queriam ter um corpo perfeito.
(ROMARO, Rita; ITOKAZU; FRANCISCO 2002).
A bulimia é uma doença que consiste em uma compunção por alimentos, onde as
pessoas que tem a doença comem grandes quantidades de alimentos em um curto período de
tempo e depois provocando o vomito ou tomando laxantes para eliminar toda a comida
ingerida e achando que estão livrando-se das calorias ingerias para não causar o aumento do
peso. Normalmente essas pessoas que desenvolvem o quadro de bulimia são mulheres que
estão entrando na fase adulta, estão totalmente preocupadas com o corpo e com o peso, nunca
estão totalmente satisfeitas com sua forma física. São pessoas muito inseguras, elegem
padrões de beleza muito altos, praticamente inatingíveis, na tentativa de corresponder à
tendência da sociedade em eleger a magreza como símbolo de sucesso e beleza. Ao perceber
que não atingiu suas metas, sente-se deprimida, fracassada e retorna à compulsão, com
consequente culpa e depressão. (SOUZA, Amanda et.al. 2011).
Amy tinha uma baixa autoestima, um nível elevado de ansiedade, cada vez mais
estava frustrada com a vida, principalmente depois da prisão do seu namorado, e não tinha
controles dos impulsos por perceber que não podia fazer nada para tira-lo da prisão, ficava
frustrada e comia compulsivamente e depois vomitava tudo, além de estar sempre abusando
das drogas. (ROMARO, Rita; ITOKAZU; FRANCISCO 2002). Segundo a Sociedade
Brasileira de Psiquiatria (SBP, 1993), as pessoas portadoras dos transtornos acima citados
apresentam tendências impulsivas que podem influenciar um comportamento suicida, sendo
que o índice de mortalidade nos transtornos alimentares é de 10%.
O ambiente familiar pode ser um fator que pode influenciar bastante sobre os
transtornos alimentares, pois em diversos casos a família sempre estava ajudando na
contribuição da doença tanto no desencadeamento quanto na manutenção do transtorno a
influência do ambiente familiar sobre os transtornos. Um desses fatores é a falta de limites
diante dos membros familiares, com formas inadequadas de lidar com certas situações, trata
os problemas de uma forma harmônica aparente que na verdade, ocultaria graves conflitos e
problemas. Foi isso que a mãe de Amy fez, não deu importância a doença, achou que ao longo
do tempo ela ia parar com o distúrbio alimentar. (OLIVERIA, Érika; SANTOS, Manuel 2006).
Pacientes com bulimia nervosa apresentariam pensamentos e emoções desadaptativos,
autoestima variável, sendo comum encontrar aqueles que apresentam atitudes caóticas, não
somente no que diz respeito aos hábitos alimentares, mas também em outros aspectos da vida,
como os estudos, a vida profissional e as relações amorosas, incapacidade de encontrar formas
de satisfação, alta exigência e incapacidade de ser feliz. Amy mesmo com a carreira
profissional indo bem, shows sempre lotados, com toda fama e sucesso ainda se sentia infeliz
por sentir um vazio dentro de si, a vida amorosa não ia bem os “amigos” só queriam tirar
proveito da sua fama, os paparazos estavam sempre perseguindo ela devido a internação no
hospital e devido aos problemas com as drogas. Todos esses problemas emocionais deixou
Amy ascendente e de coração partido, com despreparo emocional somado a um coração
entregue a um relacionamento intenso e abusivo. Somando esses problemas a bulimia e as
drogas só deixaram Amy cada vez mais fraca. Algumas pessoas demonstraram ter uma
consciência dolorosa acerca de seu empobrecimento afetivo, ressentindo-se da falta de uma
bússola empática para se orientar no mundo das relações afetivas. (OLIVERIA, Érika;
SANTOS, Manuel 2006).
Existe um processo psicodiagnóstico pode ser caracterizado como uma situação de
psicólogo e o paciente, de duração limitada, cujo objetivo é a descrição e compreensão da
personalidade do paciente, utilizando-se para alcançar este objetivo as seguintes técnicas:
entrevistas semidirigidas, técnicas projetivas e entrevistas de devolução. O psicólogo, ao
planejar uma bateria de testes, deve escolher os que captem o maior número de condutas e
problemas encontrados nos pacientes, todos esses processos buscam trazer as melhores
formas e instrumentos de avaliação psicológica deverão ser aplicados para fazer o tratamento
da bulimia. Amy passou por vários tratamentos e por clinicas de reabilitação para tratar os
vícios das drogas, mas não passou por nenhum tratamento psicológico e nutricional para
tratar a bulimia.
As pessoas que tem bulimia a capacidade intelectual encontra-se dentro da média,
apesar de não haver prejuízo do potencial intelectual, notou-se um comprometimento da
capacidade produtiva devido à interferência de fatores indicativos de imaturidade emocional.
Além disso, constatou-se pouco dinamismo entre as pessoas a sua volta, proporcionando
menor produtividade. Desse modo, apesar de apresentarem a função lógica preservada, a
capacidade produtiva encontra-se prejudicada pela afetividade. Pessoas com bulimia tem
problemas ou falha no controle da impulsividade em meio os relacionamentos tornando-se
agressivas. (OLIVERIA, Érika; SANTOS, Manuel 2006).
Normalmente as pessoas que tem bulimia, possui um perfil que é caracterizado com
sentimentos de solidão extrema e desamparo. Alguns atormentar-se com os fracassos que
ocorreram na vida amorosa e não conseguem se orientar no mundo das relações afetivas. De
uma forma geral, o estado emocional está sempre comprometido devido a vários problemas
que vão juntando ao logo dos anos. Todos esses problemas interferem nos impulsos, gerando
agressividade que colocam em risco a integridade física da própria pessoa como das pessoas
que estão à sua volta. Todos esses problemas relacionados ao afeto além de prejudicar nos
recursos intelectuais, prejudica também a qualidade dos relacionamentos interpessoais,
provocando extrema insegurança e por medo de não ser aceito pelo outro. Amy sempre estava
em conflitos e brigando com seu marido, devido a todos os problemas psicológicos causados
depois de ter sido trocada no passado, ela sempre temia perder o grande amor da sua vida.
Devido a esses acontecimentos ela não conseguia ter um relacionamento saudável, sempre
estava deprimida e triste. Amy sempre estava rodeada de pessoas, mas mesmo assim ainda
sentia-se sozinha. Aquele vazio só contribuía para que ela buscasse refugio nas drogas,
principalmente bebidas alcoólicas, além de comer compulsivamente e vomitar tudo depois.
(OLIVERIA, Érika; SANTOS, Manuel 2006).
Todos os conflitos que começam desde a adolescência até a vida adulta são os
principais percursores que vem a desencadear os distúrbios alimentares e quando não são
tratados podem causar sérios danos. Pessoas com bulimia possuem dificuldades de estrutura
psíquica, por isso é fundamental um suporte psicoterapêutico para proporcionar um
amadurecimento emociona, também para contribuir no tratamento dos problemas psicológicos.
Não só os problemas psicológicos casam essa doença, a alimentação de forma incorreta
também tem grande envolvimento com os casos de bulimia, onde as pessoas têm péssimos
comportamentos alimentares e com dietas desequilibradas, mesmo assim querem ter o corpo
em forma a qualquer custo. Não buscam ajuda de um profissional nutricionista para adequar
todas as suas alimentações, e usam artifícios prejudiciais a saúde para não engordar.
De acordo com estudos encontra-se associação da bulimia, com transtornos de
personalidade, transtorno de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, sintomas
depressivos ou transtornos de humor como a depressão maior e a distimia, abuso ou
dependência de substâncias (álcool, estimulantes). Foi o que aconteceu com Amy, devido a ao
transtorno alimentar e os abusos de drogas durante vários anos que o organismo ficou muito
debilitado e causou a morte dela aos 27 anos. (SOUZA, Amanda et.al. 2011).
3. CONCLUSÃO
Como pode ser observado, está na moda ter um corpo escultural e em ótima forma, já
é um tipo padrão. Com isso as pessoas acreditam que para ser bem aceitas pela sociedade têm
que ter um corpo “perfeito”, e muitas vezes essas preocupações em alcançar essas metas
inatingíveis geram grandes conflitos psicológicos. Essas pessoas que desenvolvem esses
problemas na maioria das vezes não procuram a orientação de nutricionista para prescrever
uma dieta equilibrada e começam a fazer dietas malucas indicadas por amigos ou encontradas
na internet é onde acabam desenvolvendo os distúrbios alimentares.
Podemos observar que Amy faleceu devido às complicações causadas principalmente
pela bulimia e também pelo abuso de drogas. Tudo isso poderia ter sido evitado se os amigos
e a família tivessem atentos e tivesse dado mais atenção aos sinais de alteração no
comportamento alimentar desde o início do distúrbio e procurado os tratamentos corretos com
ajuda de profissionais da saúde. Indicaria um Psicólogo para fazer as psicoterapias
comportamental e cognitiva que são as mais eficazes no tratamento da bulimia, com a
associação das terapêuticas psicoterápica e medicamentosa, também com ajuda de um
Nutricionista para fazer acompanhamento nutricional para orientar a melhor forma de fazer a
redução alimentar, através de dietas adequadas com quantidades equilibradas de nutrientes,
mostrando como fazer escolhas alimentares saudáveis para favorecer o controle e a perda de
peso sem colocar a saúde em risco e no caso de Amy encaminharia para uma clínica de
reabilitação para tratar o vicio nas drogas. (SOUZA, Amanda et.al. 2011).

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Érica A.; SANTOS, Manoel A. Perfil Psicológico de Pacientes com Anorexia e
Bulimia Nervosas: a ótica do psicodiagnóstico. Medicina, Ribeirão Preto, 39. (3): 353-60,
Jul/Set. 2006.

ROMARO, Ritan A.; ITOKAZU, Fabiana M. Bulimia Nervosa: revisão e literatura.


Psicologia: Reflexão e Critica, São Paulo, 15 (2), pp, 407-412, 2002.

SOUZA, Amanda S. et. al. O Comportamento Alimentar e os Distúrbios Psicológicos.


Revista Brasileira de Psicologia. São Paulo, 2012.

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