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CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

Nutrição
Sindrome do Óvario Poliquístico

Diva Maria Amaral da Silva


Fábio da Silva Torrão
Francisca Sofia Lopes Santos
Joana Margarida Rodrigues Duarte
Juliana Gonçalves Lopes
Lara Baleizão Gonçalves

Coimbra, 2022
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

Nutrição
Sindrome do Óvario Poliquístico

Diva Maria Amaral da Silva


Fábio da Silva Torrão
Francisca Sofia Lopes Santos
Joana Margarida Rodrigues Duarte
Juliana Gonçalves Lopes
Lara Baleizão Gonçalves

Trabalho subordinado ao tema


“Nutrição” realizado sob orientação
da Prof.ª Dr.ª Irma Brito, Prof. Dr.
Hernâni Zão Oliveira e Prof. Dr. Sílvia
Manuela da Silva. no âmbito da
unidade curricular de POC do 1º ano
do curso de licenciatura em
enfermagem, a realizar na Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra.

Coimbra, 2022
AGRADECIMENTOS

Aos Exmºs. Prof.ª Dr.ª Irma Brito, ao Prof. Dr. Hernâni Zão Oliveira e à Prof. Dr. Sílvia
Manuela da Silva pelo apoio prestado durante a realização deste trabalho e por se
mostrarem dispostos a esclarecer todas as dúvidas relativas à realização do mesmo.

A elaboração deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração, estímulo e
empenho de diversos docentes que nos lecionam esta unidade curricular. Gostaríamos,
por este facto, de expressar toda a nossa gratidão e apreço a todos aqueles que, direta ou
indiretamente, contribuíram para que esta tarefa se concretizasse.
ABREVIATURAS E SIGLAS

Exmºs- Excelentíssimos

Prof.- Professor

Dr.-Doutor

SOP- Síndrome do ovário poliquístico

HPG-Eixo Hipotálamo-Hipófise-Gonadal

LH-Hormona Luteinizante

5-HIAA-Ácido 5-hidroxiindolacetico

GnRH-Hormona Libertadora de Gonadotropina

AMH -Hormona Anti-Müllerian


ÍNDICE

INTRODUÇÃO……………………………………………………………….…………..…….12

DESENVOLVIMENTO………………………………………………………….……..………15

CONCLUSÃO………………………………………………………………………….……….23

BIBLIOGRAFIA……………………………………….……………………..………..25
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INTRODUÇÃO

No âmbito da unidade curricular de Pesquisa e Organização do Conhecimento lecionada


no primeiro semestre do primeiro ano, do curso de Licenciatura em Enfermagem,
decidimos realizar uma apresentação baseada em estudos relacionados com a Nutrição.
Neste trabalho iremos abordar a nutrição mais especificamente relacionada com a
Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP) e discutir a sua corelação.

Os objetivos da realização deste trabalho contemplam aplicar tecnologias de recolha de


informação por observação, conversação e documental, reconhecer princípios éticos no
uso da informação, aplicar normas de referenciação com recurso ao aplicativo de
referências Mendeley, recolher e organizar informação sobre o tema para fazer uma
síntese de artigos científicos e outras fontes credíveis, organizar documento escrito e
elaborar diversas formas de apresentação, e ainda uma síntese de informação sobre uma
sub temática escolhida.

Com este trabalho pretendemos, então, demonstrar a influência da nutrição num tópico
feminino pouco abordado neste contexto e que é uma das patologias endócrinas mais
frequentes nas mulheres Esta síndrome tem especial importância uma vez que pode ser
causadora de infertilidade entre outros processos “comuns” na mulher fértil.

Durante a nossa discussão acerca do tema que nos foi atribuído -a nutrição- surgiram
algumas doenças influenciadas por esta, assim, efetuámos a nossa pesquisa e surgiu um
assunto pouco falado no contexto da nutrição- a Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP)-
mas diretamente relacionado com esta pelo que nos pareceu interessante abordá-lo
segundo esta perspetiva.

Aliado a estudos dinâmicos, percentagens e artigos pesquisados em contexto Pubmed,


iremos introduzir a doença referida acima contextualizando com estados femininos acerca
da menstruação e afins. Assim sendo, passamos a apresentar a nossa frase boleana:
(nutrition) AND (chronic deseases) AND (adolescence). Para encontrar este artigo
selecionámos a opção “Free full text” e escolhemos apenas artigos a partir do ano de
2020.

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Como complemento ao trabalho lançámos ainda um questionário que divulgámos entre
os alunos do primeiro ano do curso de Licenciatura em Enfermagem no qual obtivemos
76 respostas. A partir destas respostas pretendemos comprar os dados estatísticos com a
realidade do nosso contexto.

Ao longo deste projeto iremos abordar os seguintes aspetos: a importância da nutrição na


saúde da mulher tendo como principal foco a Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP); as
principais características desta síndrome; a influência da nutrição na SOP e, por fim, a
relação com o artigo selecionado pelo grupo como base para a realização do trabalho.

Para a elaboração deste projeto seguimos rigorosamente o Guia de elaboração de


trabalhos escritos desta instituição. Conselho Pedagógico. (2016). Guia de Elaboração de Trabalhos
Escritos. In Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (pp. 01 51).
https://www.esenfc.pt/pt/download/1162/hvifZZkO1OsUWHAAFRdh

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DESENVOLVIMENTO

Inicialmente, com o intuito de abordarmos uma síndrome característica do sexo feminino


relacionada com a reprodução, e a influência que a nutrição tem neste aspeto, é necessário
apresentar uma linha base acerca da interferência dos nutrientes na saúde hormonal da
mulher (ciclos menstruais e funcionamento dos ovários, sendo que estes tópicos estão na
base da síndrome e de outras doenças relacionadas aos órgãos femininos).

Brevemente, sendo o ciclo menstrual a regulação para toda a atividade hormonal


feminina, este necessita de alguns nutrientes específicos que lhe fornecem energia e
permitem o seu normal funcionamento.

De acordo com o artigo selecionado, “as mulheres devem, comparativamente aos homens,
atentar ao consumo de alguns nutrientes específicos, como o ferro, ácido fólico e cálcio”.
Maioritariamente, estes nutrientes específicos são necessários para o amadurecimento dos
óvulos, como a vitamina B6, B12, o cálcio e o folato que gerem o equilíbrio das hormonas
sexuais, do ferro, zinco e magnésio: “Alguns nutrientes são mais relevantes no que diz
respeito às questões da fertilidade, entre eles: ácido fólico, coenzima Q10, vitamina D,
vitaminas do complexo B, ferro, ômega-3, vitamina E, zinco e selénio. Além disso,
atentar-se para a saúde intestinal é de suma importância para a absorção de todos esses
nutrientes descritos e para uma melhor qualidade de vida.”

“Ajustar a ingestão calórica de macro e de micronutrientes é um dos principais passos


para uma influência positiva na fertilidade feminina.” No entanto, muitas das vezes, a
sociedade sobrevaloriza estes nutrientes e associa-os à compra de suplementação que não
garante uma alimentação regrada ou dieta planeada (na qual a ingestão de cafeína,
alimentos à base de soja e bebidas alcoólicas tem de segregada).

Referindo alimentação regrada, o défice desta pode ser causa de obesidade, doenças
cardiometabólicas, e ainda alterações na resistência à insulina ou até mesmo
hiperinsulinemia. Além das anteriormente referidas, uma variedade de doenças mentais

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podem também estar relacionadas à alimentação que, como refere este trabalho,
influência a Síndrome do Ovário Poliquístico.

Esta síndrome, de acordo com o artigo escolhido, é uma condição endócrina associada a
doenças reprodutivas e psiquiátricas, à obesidade e aos distúrbios alimentares como
bulimia e dieta recorrente. Estes, segundo especialistas, podem levar à desregulação
epigenética do eixo Hipotálamo-Hipófise-Gonadal (HPG), impactando, assim, na
foliculogénese ovariana.

A SOP pode surgir então induzida por angústia psicológica e episódios de


sobrealimentação/dieta durante a puberdade e adolescência. “Propomos que a ativação
não premeditada do eixo central do HPG durante este período pode ser epigeneticamente
alterada por stress psicológico e por bulimia/alimentação recorrente, que são comuns
durante a adolescência e que podem levar à SOP. Esta hipótese baseia-se em eventos que
ocorrem durante uma fase largamente negligenciada do desenvolvimento reprodutivo
feminino.”

Como abordado anteriormente, a SOP está relacionada a distúrbios alimentares. Estes


provêm de doenças mentais como ansiedade, depressão, entre outras. Assim, as mulheres
com SOP são mais frequentemente afetadas por perturbações psiquiátricas, como
perturbações do humor e da alimentação.

Um dos poucos estudos que investigam esta associação indicou que, entre as mulheres
com SOP, 20% desenvolveram uma desordem depressiva em dois anos. Sintomas, como
irregularidade menstrual e subfertilidade, podem contribuir para o sofrimento psicológico
resultando, eventualmente, numa perturbação psiquiátrica. Do mesmo modo, alterações
na aparência como ganho de peso, acne e perdas de cabelo podem contribuir para
alterações na imagem corporal e diminuição da auto-estima.

O stress é então um dos grandes obstáculos que desencadeia distúrbios alimentares, como
é o caso da bulimia nervosa (este distúrbio ocorre como um mecanismo de combate ao
stress já que traz alívio temporário). As situações quando se revelam stressantes
conduzem à produção de diversas hormonas (cortisol, epinefrina e norepinefrina), que se
encontram correlacionadas a uma resposta de fugir ou até mesmo de luta.

Já quando surgem grandes níveis crónicos de hormonas relacionadas com o stress estes
tornam-se extremamente prejudiciais para a saúde e desencadeiam potencialmente um

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descontrolo de percursos neuroendócrinos, exacerbando o desenvolvimento da Síndrome
do Ovário Poliquístico.

Quando é verificada uma elevação de testosterona, esta pode induzir a uma procura
compulsiva por alimentos, proporcionando assim uma explicação para a ligação entre os
distúrbios alimentares e a SOP.

Seguidamente iremos explicar melhor todo o processo que relaciona a obesidade à SOP
e a importância acrescida da nutrição nas mulheres diagnosticadas com esta síndrome.

A sobrealimentação é o principal ponto de intervenção dos nutricionistas uma vez que


provoca um aumento dos níveis de insulina por diminuição da concentração de hormonas
sexuais. Como consequência desta diminuição, a testosterona livre, por sua vez, aumenta,
impactando negativamente a maturação do folículo e comprometendo a ovulação.

Um outro ponto importante a considerar é o sistema de recompensa no cérebro. Este está


envolvido na regulação da compulsão alimentar e desejos por gordura e açúcar, resultando
numa sensação de satisfação por ativação de neurónios dopaminérgicos. No entanto, o
consumo de calorias em excesso promove o ganho de peso e aumenta os níveis de
insulina. Assim, origina-se um ciclo vicioso em que a insulina elevada estimula a
produção de androgénio ovariano conduzindo à obesidade.

A alimentação em excesso eleva ainda os níveis de cortisol segregados pelo córtex que é,
por sua vez, ativado pelo stress (o gatilho para a compulsão alimentar). Esta relação
poderia então explicar o aumento dos níveis de cortisol observados nas mulheres com a
SOP.

Os níveis de serotonina são outro ponto importante a considerar nas mulheres com SOP
uma vez que estes se encontram reduzidos, inibindo, assim, a libertação da gonadotrofina
LH (hormona luteinizante). A serotonina apresenta-se como um neurotransmissor que
modula o apetite, o humor e o ritmo circadiano. Os distúrbios alimentares surgem ligados
a genes envolvidos na regulação deste neurotransmissor. Por fim, a investigação em
doentes com anorexia nervosa mostrou níveis baixos de ácido 5-hidroxiindolacetico (5-
HIAA), indicativo de baixos níveis de serotonina. Este facto pode ser resultado da
ingestão alimentar restrita, uma vez que a serotonina é feita a partir de triptofano- um
nutriente essencial. Um dado interessante é que após a recuperação, estas mulheres
mostraram níveis mais elevados de 5-HIAA do que mulheres saudáveis.”

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Deste modo pudemos comprovar a relevância de falarmos da SOP em contexto de
nutrição bem como a significativa importância de discutir este tema que ainda é pouco
disseminado.

Dados do nosso formulário comprovam esta afirmação uma vez que 60,5% dos inquiridos
revelaram não saber o que é a SOP sendo 76,3% mulheres. Esta síndrome, por definição,
caracteriza-se como um estado normal-gonadotrofico, normo-estrogénico e está
frequentemente associado à anovulação (a anovulação ocorre quando há a ausência de
ovulação, ou seja, quando o óvulo não é expelido pelo ovário), sendo a desordem mais
comum nas mulheres durante o período fértil, representando cerca de 80% da
subfertilidade anovulatória.

No que diz respeito ao diagnóstico de SOP, a sua sintomatologia abrange ciclos


menstruais irregulares, acne e ainda o hiperandrogenismo, que consiste no aumento dos
níveis de hormonas masculinas no corpo da mulher. Como consequência, desenvolvem-
se sinais masculinos, como o crescimento excessivo de pelos e alopecia (queda de cabelo).

Segundo dados estatísticos, a prevalência estimada de SOP nas mulheres em idade


reprodutiva varia entre 9 e 18%, com maior prevalência nos países ocidentais. No nosso
questionário em 60 mulheres, 6 afirmaram ter sido diagnosticadas com esta patologia pelo
que a percentagem obtida-10%- vem comprovar dos dados estatísticos.

Assim, os critérios para diagnosticar a SOP, essencialmente durante a adolescência, são


controversos. Esta dissonância deve-se ao facto de muitas das características da síndrome
se encontrarem em grande parte das mulheres adultas e que, no entanto, possam ser
características fisiológicas normais da puberdade.

Embora se apresente em numerosas mulheres durante a adolescência (coincidentemente


com a puberdade e subsequente ativação de HPG), esta síndrome pode afetar as mulheres
em qualquer fase do curso de vida- “Sinais de puberdade precoce e hiperandrogenismo
adolescente com ou sem obesidade, e resistência à insulina podem indicar as fases iniciais
de SOP. A SOP tem sido há muito considerada uma síndrome primária de disfunção
ovariana. No entanto, provas recentes começaram a esclarecer as deficiências neuro
endócrinas associadas à patofisiologia desta síndrome. Nas mulheres com SOP, a função
do gerador de impulsos da hormona libertadora de gonadotropina (GnRH) é perturbado,
dando origem a uma sobreprodução de hormona luteinizante (LH) e a um relativo
estímulo folicular escassez de hormonas (FSH). Esta sobre-secreção de LH aumenta ainda

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mais a produção de androgénio pelas células que rodeiam o folículo.” Historicamente,
estas manifestações têm sido atribuídas a uma falta de feedback negativo da progesterona
como resultado da virilização pré-natal hipotalâmica. Um outro indício de SOP é que nas
mulheres com esta síndrome, os níveis séricos de hormona anti-Müllerian (AMH) são
frequentemente encontrados 2 a 3 vezes mais elevados do que nas mulheres com ovários
saudáveis.

Além disso, a severidade do fenótipo SOP correlaciona-se com a produção de AMH, que
é mais elevada em doentes com SOP anovulatório do que em doentes com SOP
ovulatório. “Embora a sobreprodução de AMH seja central para a nossa compreensão da
fisiopatologia da SOP, propomos uma hipótese nova e complementar que considera a
SOP como uma condição psicológica adversa que se desenvolve nas mulheres no início
da puberdade e durante toda a adolescência como consequência do stress, problemas de
humor e baixa autoestima, juntamente com distúrbios metabólicos decorrentes de
distúrbios alimentares, que constituem um confundidor secundário. Além disso,
propomos que a exposição intrauterina à angústia psicológica e a distúrbios alimentares,
em parte mediada pela AMH, pode predispor a descendência a SOP.”, refere e explica o
artigo selecionado. Por fim, podemos afirmar que esta informação é particularmente
visível nas mães que podem ser elas próprias poliquísticas ou que sofreram períodos de
stress psicológico, que possam ter levado ao aparecimento de distúrbios alimentares
durante a adolescência.

Posto esta caracterização do que é a síndrome, percebemos que a alimentação não


regrada, e particularmente os distúrbios alimentares, são provenientes de doenças
mentais.

Quando abordamos a alimentação associamos automaticamente a nutrição, que por vezes


é confundida com o termo “comer”.

O termo alimentação é a definição do processo de ingestão de alimentos. Alimentos são


as substâncias que são levadas para o tubo digestivo, e consequentemente degradadas com
o intuito de serem posteriormente usadas para formar ou manter tecidos corporais, regular
processos orgânicos e fornecer energia.

Por outro lado, nutrientes são todos os componentes químicos que constituem o alimento
e que são metabolizados pelo organismo (sendo indispensáveis ao funcionamento normal
dos processos realizados por cada sistema). Assim, os alimentos são digeridos para que

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os nutrientes sejam absorvidos (processo através do qual os nutrientes chegam ao
intestino onde, posteriormente, são absorvidos e passam para o sangue).

Em todas as faixas etárias é importante seguir uma alimentação saudável. Esta tem que
contemplar 3 princípios básicos: Variedade, Moderação e Equilíbrio.

Podemos definir Variedade como a inclusão de alimentos pertencentes a diversos grupos.


Por outro lado, a Moderação consiste no respeito pela quantidade certa de alimentos, com
especial atenção aos sinais que o corpo nos dá. Já o equilíbrio engloba a quantidade e
variedade dos alimentos. Assim sendo, o respeito pelas porções recomendadas de cada
grupo é crucial em qualquer idade.

As formas de tratamento do SOP variam de caso para caso, de acordo com os sintomas
da paciente. Muitos tratamentos são mais estéticos que terapêuticos já que síndrome não
tem cura. As formas de tratamento mais comuns da SOP são a prática regular de exercício
físico, dieta e emagrecimento específico para a síndrome, o uso de pílula anticoncepcional
adequada, de hipoglicemiantes ou outros fármacos indicados, o uso de fármacos
específicos para limitar o excesso de testosterona ou ação existente, uso de estimulantes
de menstruação e psicoterapia para controlar o stress e reduzir a ansiedade causada pelas
mudanças corporais. Todas estas medidas são essenciais para um bem-estar físico e
psicológico contínuo.

Hipóteses e Conclusões

Relativamente ao artigo, concluímos que a exposição a uma variedade de fatores de stress


psicológico durante a puberdade e adolescência induz perturbações psiquiátricas crónicas
que podem resultar em repetidos episódios de sobrealimentação e dieta, contribuindo
coletivamente para o desenvolvimento de SOP. Os fatores de stress psicológico, tais como
dificuldades na escola ou em casa, baixa autoestima ou intimidação, são determinantes
proximais da ansiedade, depressão e distúrbio disfórico pré-menstrual, que são
frequentemente observados em mulheres jovens. Propomos que a angústia psicológica e
as perturbações alimentares associadas durante estes períodos conduzem à desregulação
epigenética das (neuro)hormonas envolvidas na regulação pubertária do eixo HPG, o que
contribui para o desenvolvimento de SOP e outras morbilidades associadas.

Os dados para apoiar as origens fetais de SOP são convincentes, e o papel central da HMA
e da androgenização pré-natal está bem estabelecido. Nas mulheres com SOP, talvez com

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origem durante a adolescência, os desequilíbrios hormonais/metabólicos durante a
gestação podem contribuir para um aumento do risco dos seus filhos adolescentes
desenvolverem um amplo espectro de condições psicológicas (incluindo ansiedade e
distúrbios alimentares) que, por sua vez, podem aumentar as suas hipóteses de
desenvolver SOP.

Os estudos mecanísticos devem considerar o papel da microbiota intestinal e das


perturbações do metabolismo intermediário, na regulação epigenética das
(neuro)hormonas. Finalmente, os clínicos devem considerar a importância da angústia
crónica e dos distúrbios alimentares na etiologia de SOP, tanto durante a gravidez como
durante a puberdade. No entanto, isto não impede os clínicos de implementarem uma
avaliação dietética e intervenções comportamentais baseadas em provas como parte dos
cuidados pré-concepcionais e reprodutivos. Em particular, o tratamento pode ser
justificado em caso de obesidade ou problemas emocionais graves, com ou sem uma
componente de estilo de vida centrada na perda de peso.

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CONCLUSÃO

Por fim justificamos a relevância da escolha do nosso tema com um último dado do
nosso formulário que diz que 86,8% dos participantes no estudo têm curiosidade em
saber mais acerca desta síndrome.

Com a realização deste trabalho subordinado ao tema da nutrição conseguimos de forma


sublime aplicar tecnologias de recolha de informação por observação, conversação e
documental, reconhecer princípios éticos no uso da informação, aplicar normas de
referenciação com recurso ao aplicativo de referenciação Mendeley, recolher e organizar
informação sobre o tema de forma a fazer uma síntese de artigos científicos e outras fontes
credíveis, organizar documento escrito e elaborar diversas formas de apresentação e uma
breve síntese de informação sobre uma subtemática escolhida.

Consideramos pertinente destacar o facto de termos seguido á risca o Guia de Elaboração


de trabalhos escritos da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Conselho Pedagógico.
(2016). Guia de Elaboração de Trabalhos Escritos. In Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (pp.
01–51). https://www.esenfc.pt/pt/download/1162/hvifZZkO1OsUWHAAFRdh

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BIBLIOGRAFIA

Steegers-Theunissen, R. P. M., Wiegel, R. E., Jansen, P. W., Laven, J. S. E., & Sinclair, K. D.
(2020). Polycystic Ovary Syndrome: A Brain Disorder Characterized by Eating Problems
Originating during Puberty and Adolescence. International journal of molecular sciences, 21(21),
8211. https://doi.org/10.3390/ijms21218211

Conselho Pedagógico. (2016). Guia de Elaboração de Trabalhos Escritos. In Escola Superior de


Enfermagem de Coimbra (pp. 01–
51). https://www.esenfc.pt/pt/download/1162/hvifZZkO1OsUWHAAFRdh

https://gedeonrichter.pt/wp-content/uploads/2017/07/Miniatlas-Sindrome-do-ovario-
poliquistico.pdf

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