Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH

CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO –


2022/7ºPERIODO

ARTIGO
INGESTÃO DE CARNE VERMELHA E LATÍCINIOS EM
MULHERES COM ENDOMETRIOSE

BARBARA LALESKA SOARES SILVA 1; RAYANE JENIFER RODRIGUES


MARQUES 2.

Belo Horizonte

2022
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO –


2022/7ºPERIODO

ARTIGO
INGESTÃO DE CARNE VERMELHA E LATÍCINIOS EM
MULHERES COM ENDOMETRIOSE

BARBARA LALESKA SOARES SILVA 1; RAYANE JENIFER RODRIGUES


MARQUES 2.

Trabalho apresentado à disciplina


de Trabalho de Conclusão de
Curso de Nutrição da Universidade
Salgado de Oliveira – Universo,
Para obtenção de título.

Belo Horizonte
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
2022

RESUMO
A endometriose é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pela
presença de endométrio (tecido que reveste o interior da cavidade uterina) além da
cavidade uterina. Essa condição acomete em cerca de 10% das mulheres, e está
diretamente associada à infertilidade. Sendo assim, o objetivo deste estudo é
investigar a influência da ingestão de carne vermelha e laticínios e a relação com a
progressão, prevenção e auxílio nutricional em mulheres que desenvolveram a
doença, ou que, possuam uma pré disposição para o desencadeamento da mesma.
Podendo assim, compreender melhor a influência destes alimentos no cotidiano das
mulheres e entender como estes alimentos podem auxilia-las durantante a vida.
Realizou-se uma revisão bibliográfica em revistas científicas para a construção deste
trabalho. Foram selecionados 12 artigos quais mostraram que dieta pode
desempenhar um papel importante a etiologia da endometriose por meio de efeitos
nos níveis de hormônios esteroides. Obtiveram-se resultados positivos para ingestão
de latícinios e resultados negativos para ingestão de carne vermelha. É possível
concluir que, inserir alimentos lácteos, na qual os estudos encontrados sugerem
que, laticínios agem de forma preventiva em relação a endometriose e reduzir a
ingestão de carne vermelha, que proporciona progressão e o agravamento desta
patologia, possa auxíliar mulheres portadoras da doença e previnir que novos casos
ocorram. A substituição total da carne vermelha não é recomendada, devido aos
seus nutrientes exclusivos.

Palavras-chave: Endometriose, Infertilidade e Nutrição.

1
Doscente do curso de nutrição da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO Campos / Belo Horizonte /
MG Brasil – junho/2022.
2
Docente do departamento de Nutrição Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO Campos / Belo
horizonte / MG Brasil. Nutricionista, Mestre e Doutoranda no curso de pós Gradação em Saúde Pública na
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

INTRODUÇÃO

A endometriose é um distúrbio ginecológico crônico dependente de


estrogênio que reduz significativamente a qualidade de vida das mulheres afetadas.
É caracterizada pela presença de endométrio (tecido que reveste o interior da
cavidade uterina) está localizado fora da cavidade uterina, mais comumente no
peritônio pélvico, nos ovários e septo retovaginal e, mais raramente, no pericárdio,
pleura e sistema nervoso central (NACUL; SPRITZER, 2011).
Sua etiologia ainda permanece desconhecida, atualmente a teoria mais aceita
é a da menstruação retrógrada, que é quando o endométrio migra para as trompas
uterinas até o abdome. No entanto, muitos fatores podem estar envolvidos na
progressão da patologia, tais como os fatores hormonais, inflamatórios, genéticos e
ambientais (CARDOSO et al., 2020).
Endometriose representa uma afecção ginecológica comum, atingindo de 5%-
15% das mulheres no período reprodutivo e até 3%-5% na fase pós-menopausa,
deste número em geral, grande parte está diretamente associada à infertilidade, dor
e aumento dos riscos de câncer de ovário, enfatizando a importância sobre a sua
etiologia, que por sua vez é complexa e multifatoria (BELLELIS et al.; 2010).
Os sintomas são variáveis, a mulher pode apresentar forma assintomática e
culminar na infertilidade ou sintomáticos como dismenorreia severa, dispareunia
profunda, dor pélvica crônica, dor ovulatória, sintomas urinários ou evacuatórios
perimenstruais e fadiga crônica (NACUL; SPRITZER, 2011).
Segundo Harris et al.; (2020), fatores de risco modificáveis, como a dieta,
podem ser importantes tanto na etiologia e progressão da endometriose quanto na
prevalência de sintomas de dor e infertilidade associados à essa condição. A maior
ingestão de laticínios tem sido associada a um menor risco de diagnóstico de
endometriose.
Além disso, sua natureza assintomática nos estágios iniciais pode atrasar
significativamente o diagnóstico clínico. As opções de tratamento estão atualmente
limitadas à terapia hormonal ou tratamento cirúrgico. Entretanto, esses métodos não
são curativos, podem não estar alinhados com os objetivos reprodutivos das
mulheres e frequentemente levam à recorrência após a interrupção do tratamento
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
(SIMMEN; KELLEY; 2018).
Os níveis de hormônios esteroides, são diretamente influenciados através da
dieta da mulher e na etiologia da endometriose, no entanto, ainda são poucos os
estudos publicados que direcionaram a atenção a dieta e o risco de endometriose
(TRABERT et al., 2010).
De acordo com Harris et al.; (2020), a etiologia da endometriose é pouco
compreendida e poucos fatores de risco modificáveis foram identificados até o
presente momento.
No acompanhamento ginecológico, o exame pode-se apresentar de maneira
normal, mas a presença de dor à mobilização uterina, retroversão uterina ou
aumento do volume ovariano é sugestiva de endometriose, embora não seja
específica (NACUL; SPRITZER, 2011).
Sendo assim, o objetivo deste estudo é investigar a influência da ingestão de
carne vermelha e laticínios e a relação com a progressão, prevenção e auxílio
nutricional em mulheres que desenvolveram a doença, ou que, possuam uma pré
disposição para o desencadeamento da mesma. Podendo assim, compreender
melhor a influência destes alimentos no cotidiano das mulheres e entender como
estes alimentos podem auxilia-las durantante a vida.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada uma revisão bibliográfica para a construção deste artigo. A


coleta de dados foi feita através da busca de artigos científicos publicados em bases
de dados e revistas científicas: Scielo; Google Acadêmico; World Wide Science;
PubMed e The Scientist.
Realizou-se um levantamento bibliográfico sobre a influência positiva da dieta
e a nutrição na prevenção e tratamento de mulheres que desenvolveram a
endometriose, tornando-se assim o universo deste trabalho: “Ingestão de carne
vermelha e laticínios em mulheres com endometriose”. Os critérios de inclusão
foram selecionados artigos em idiomas: Português (BR); Inglês e Espanhol; artigos
experimentais, foi exigido que já estivesse disponível os resultados; artigos que
abordavam diferentes temas sobre nutrição relacionadas a endometriose e saúde da
mulher; artigos escritos por qualquer profissional que possui ligação com nutrição,
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
medicina e patologia. Foram excluídos: revistas eletrônicas que não forneceram
referências bibliográficas válidas; pesquisas em andamento; pesquisas
desenvolvidas em anos inferiores ao ano 2010.
Ao selecionar os artigos, primeiramente, através das buscas utilizando
palavras-chave, foram pré-selecionados artigos nos quais, os títulos/temas estavam
associados ao universo deste trabalho. Em seguida, foram lidos os resumos dos
mesmos, caso os resultados e conclusões fossem coerentes com o objetivo desta
revisão seriam pré-selecionados. Realizou-se a leitura completa dos artigos pré-
selecionados para definir quais trabalhos se encaixariam com o objetivo da presente
revisão. A organização e análise dos artigos selecionados foi feita através da
construção de um fichamento no qual encontra-se no Apêndice A deste trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram selecionados para este estudo 12 artigos científicos. Apesar da


escassez de artigos direcionados a essa área, as pesquisas apresentadas pelos
autores e profissionais, agregaram de forma significativa para a construção do
presente artigo.
Harris et al.; (2020) investigou a ingestão de alimentos lácteos e sua
respectiva relação com a endometriose. Foi percebido que o déficit de nutrientes
concentrados em alimentos lácteos e os níveis plasmáticos baixos de 25-
hidroxivitamina D (25(OH)D) estavam associados a mulheres que desenvolveram a
endometriose, na qual, através de uma análise feita por laparoscopia, confirmou-se
o distúrbio entre 70.556 mulheres norte-americanas no Nurses' Health Study II.
O método de Harris et al.; (2020) foi avaliado através da aplicação de
questionário de frequência alimentar e hábitos diários. Por conseguinte, os achados
durante a investigação sugeriram que maiores níveis plasmáticos previstos de
25(OH)D e maior ingestão de alimentos lácteos estão associados a uma diminuição
do risco de endometriose.
De acordo com Simmen e Kellen (2018) apud Yamamoto (2018), um estudo
direcionado a ingestão de carne vermelha, processada ou não processada, mostrou
que este tipo de alimentação está entre um dos principais culpados na promoção do
risco do desenvolvimento e o agravamento da endometriose em mulheres que
utilizam com frequência esse tipo de alimento. O estudo sugere, que mulheres
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
portadoras de endometriose substituam a ingestão da carne vermelha por peixe,
marisco ou ovos foi associada a menor risco de endometriose.
Através de um estudo feito por Roça (2015) realizado na Universidade
Estadual Paulista (UNESP), é possível averiguar se a substituição destes alimentos
irá ou não causar danos nutricionais, para isso foi feita uma análise química
minuciosa dos alimentos (Tabela 1) e compara carnes bovinas, suínas, aves e
alimentos processados.
É possível perceber que a substituição destes alimentos de origem animal,
em relação ao déficit energético, não apresenta dano maior para a saúde da mulher.
Os valores de Kcal significativamente diferentes entre a carne bovina magra, peito
de frango e ovo cozido.

Tabela 1. Composição química (g/100g) e conteúdo energético (Kcal/100g) médio


de carne vermelha, branca e alimentos processados.
Alimentos Água Proteína Gordur Cont. energético
a
Carne bovina magra, 58,4 30,4 9,2 213
assada
Carne suína magra, 59,0 27,0 13,0 233
assada
lingüiça de carne suína 68,28 3,36 15,53 Não mencionado

Frango – peito 75,0 22,8 0,9 105


Queijo edam 42,0 24,8 28,3 369
Ovo cozido 74,6 12,1 11,2 158
Leite pasteurizado 87,6 3,2 3,5 63

Fonte Roça, 2015 UNESP

Na tabela 2, é possível perceber que a carne vermelha possuí uma


abundância maior de ácidos graxos e triacilgliceróis em relação a carne branca e
ovinos, na qual deve-se policiar ao profissional uma possível adequação destes
alimentos mediante ao déficit destes componentes. A substituição total da carne
bovina não é recomendada, pois ácidos graxos, trígliceróis a abundância de
proteínas são essenciais para a nutrição da mulher.
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

Tabela 2. Composição em ácidos graxos e triacilgliceróis em depósitos de gordura


subcutânea (em % do total de ácidos graxos ou % de triacilgliceróis).

Componente Frango Suíno Bovin Ovino


o
Ácidos graxos
Láurico - Traços 0.1 0.1
Mirístico 0.1 1.3 4.5 3.2
Palmítico – c16 25.6 28.3 27.4 28.0
Esteárico – c18 0.7 11.9 21.1 24.8
Saturados totais 42.7 41.5 53.7 57.7
Palmitoleico – c16:1 (9) 7.0 2.7 2.0 1.3
Oleico – c18:1 ( 9) 20.4 47.5 41.6 36.4
Linoleico –c18:2 ( 6) - 0.2 0.5 0.5
Linolênico – c18:3 ( 3) 21.3 6.0 1.8 3.5
Insaturados totais 67.3 58.5 46.3 42.3
Triacilgliceróis
Totalmente saturados
Tripalmitina 1 3 Traços
Dipalmitoestearina 2 8 3
Palmitodiestearina 2 6 2
Mono-oleo-dissaturados
Oleodipalmitina 5 15 13
Oleopalmitoestearina 27 32 28
Oleodiestearina - 2 1
Di-oleo-monossaturados
Palmitodioleína 53 23 46
Estearodioleína 7 11 7
Trioleína 3 0 0
Fonte Roça, 2015 UNESP
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

Porém, durante a pesquisa de Simmen e Kelly (2028) notaram-se resultados


inesperados, o aumento do risco de endometriose com o aumento da ingestão de
aves, embora isso não tenha sido tão robusto quanto o observado para a carne
vermelha. Ainda outra descoberta surpreendente é que o efeito da carne vermelha é
independente da gordura animal ou de seu ácido graxo saturado mais comum, o
ácido palmítico (Tabela 2). A pesquisa contou com 3.800 casos (mulheres),
representando 1.019.294 pessoas-ano de acompanhamento, forneceram uma forte
plataforma para defender influências dietéticas significativas no risco de
endometriose.
Embora a validade de um potencial relação bidirecional entre a endometriose
e a microbiota ainda não tenha sido confirmada em humanos, a noção de que
mudanças induzidas pela dieta no meio intestinal podem influenciar a endometriose
e vice-versa, pode levar a uma abordagem mais personalizada e novos
biomarcadores para reduzir o risco para esta condição (SIMMEN; KELLY, 2028).

Tabela 03: Especificação dos resultados obtidos através da pesquisa.

Autores Alimento Amostra Resultados obtidos Método da Efeito


durante a pesquisa pesquisa

Um estudo de Yamamotho Carne 81.908 Mulheres que 1991-2013 Carne


coorte et al.; bovina, participantes consumiram mais que questionário bovina:
prospectivo (2018) ovina e do 2 porções/dia de de 4 em 4 efeito
do peixe Prospecto carne vermelha anos negativo;
consumo de Nurses tiveram um risco de Peixes:
carne e ’Health 56% maior de efeito
peixe Study II ter endometriose em positivo.
associado ao comparação
risco de com aquelas
endometriose. que consumiram
menos que 1
porção/semana.
Consumo de Nodler et al.; Leite e 32.858 casos Mulheres que 1998-2013 Positivo
laticínios (2020) derivados de consumiram mais de coorte
durante a endometriose quatro porções/ dia prospectivo.
adolescência confirmado de laticínios
e o risco de 25-42 evoluíram
de anos com 32% menos risco
endometriose. completos. de ter
endometriose durante
a vida adulta.
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
A comparação é a
mesma para
produtos com baixo e
alto teor de
gordura. Iogurte e
sorvete foi a
principal associação.
O consumo de frutas
cítricas Frutas
diminui em 22% o cítricas
risco. Vegetais tem
Consumo de crucíferos, milho, efeito
frutas e 70.835 ervilha e feijão positivo.
vegetais e a Harris et al.; Frutas e mulheres na aumentam o risco de 1991-2013
associação (2018) vegetais pré- endometriose Laparoscopia Vegetais
com menopausa. em 13%. crucíferos
endometriose. tem efeito
negativo.

Ingestão de Harris et al.; Lacínios, 70.556 As mulheres que Laparoscopia Positivo


alimentos (2020) Alimentos mulheres consumiram mais de
lácteos, que norte- 3 porções de
cálcio, contém americanas laticínios totais por
magnésio e cálcio e dia tiveram 18%
vitamina D e Vitamina D menos probabilidade
endometriose: de serem
um estudo de diagnosticadas com
coorte endometriose do que
prospectivo aquelas que
relataram 2 porções
por dia
Fonte, Barbosa; Blanch 2021

É possível notar através do experimento feito por Nodler et al.; (2020) e Harris
et al.; (2020) que a ingestão de laticínios age de forma positiva, e também, é
recomendada na prevenção e contribui para uma evolução positiva da
endometriose.
Os resultados obtidos por Yamamotho et al.; (2018) foi possível notar que, o
consumo diário de duas porções de carne bovina, processada ou não processada,
estavam relativamente associadas ao aumento de 56% no diagnóstico de
endometriose em relação as mulheres que ingeriam apenas uma porção de carne
bovina ao dia.
Harris et al.; (2018) informa também que o consumo de frutas cítricas exerce
função positiva também em mulheres com endometriose, enquanto alguns vegetais
crucíferos (repolho e couve de bruxelas) apresentavam resultados negativos.
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

CONCLUSÃO

É possível concluir que, inserir alimentos lácteos, na qual os estudos


encontrados sugerem que, laticínios agem de forma preventiva em relação a
endometriose e reduzir a ingestão de carne vermelha, que proporciona progressão
e o agravamento desta patologia, possa auxíliar mulheres portadoras da doença e
previnir que novos casos ocorram. É essencial enfatizar que, a endometriose é
considerado um distúrbio patológico de grande incidência mundial, na qual, interfere
na capacidade gestacional e na saúde da mulher, causando a infertilidade. Nota-se
também que, a carne vermelha e vegetais crucíferos, estão relacionadas aumento
dos riscos para o desenvolvimento da endometriose. A substituição integral da
carne vermelha não é recomendada devido aos nutrientes exclusivos destes
alimentos, mas um plano nutricional bem elaborado pode contribuir para o equilíbrio
das refeições e proporcionar uma qualidade de vida ideal para mulheres que
possuem esta predisposição para endometriose.
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC

REFERÊNCIAS

1. BARBOSA, Alessandra; BLANCH, Graziella. Analise da influência de


determinados alimentos no controle da endometriose e os pontos positivos e
negativos do tratamento medicamentoso: uma revisão narrativa. Society and
Development. Goiás, v. 10, n. 15, 202p. 24 nov. 2021. Disponível em:
<https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22428> Acesso em: 07 de
fev. 2022.

2. BELLELIS, Patrik; DIAS, João; PODGAE, Sérgio; GONZALES, Midgley;


BARACA, Edmund; ABRÃO, Maurício. Aspectos epidemiológicos e clínicos
da endometriose pélvica . Rev Assoc Med Bras, [online] 56(4): 467-71 p.
2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ramb/a/Mq6n7NhkhNVGmdyNS79WHYv/?
format=pdf&lang=pt> Acesso em: 31 de mai. 2022.

3. CARDOSO, Jéssica; MACHADO, Daniel; SILVA, Mayara; BERNARDO,


Plínio; FERRARI, Renato; ABRÃO, Maurício; PERINI, Jamila. Perfil
epidemiológico de mulheres com endometriose. Revista Brasileira da Saúde
e Maternidade Infantil [online] 2020. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/VvLYZ9XdYDsLjYvYgh9GmgG/?lang=pt>
Acesso em: 12 mai. 2022.

4. HARRIS, Holly; CHAVARRO, Jorge; MALSPEIS, Susan; WILLETT, Wallter;


MISSMER, Stacey. A.Dairy-food, calcium, magnesium, and vitamin D intake
and endometriosis: a prospective cohort study. Am J Epidemiol. [online]
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
1;177(5):420-30, 2013. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23380045/> Acesso em: 08 abr. 2022

5. HARRIS, Holly; EKE, Anne; CHAVARRO, Jorge; MISSMER, Stacey. Fruit and
vegetable consumption and risk of endometriosis. Human Reproduction
[online] 2018. 33(4) 715–727. 10.1093p. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29401293/> Acesso em: 12 mai. 2022

6. NACUL, Andrea; SPRITZER, Poli. Aspectos atuais do diagnóstico e


tratamento da endometriose Rev. Brasileira Ginecologia e Obstetetria
[online] 2010; 32(6):298-307p. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbgo/a/8CN65yYx6sNVhjTbNQMrB5K.> Acesso em: 06
mai. 2022.

7. NODLER, James; HARRIS, Holly; CHAVARRO, Jorge. E; FRAZIER, Lindsey;


MISSMER, Stacey. A. Dairy consumption during adolescence and
endometriosis risk. American Jornaul of Obstetrics and Gynecology
[online] 2019. Vol. 222, Edição 3, p257.e1-257.e16,222(3)p. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31526789> Acesso em: 01 jun. 2022.

8. PRZONDZIONO, Joanna; LEMM, Madalena; PAMULA, Anna; ZIOLKO, Ewa;


WÓJTOWICZ, Mariusz. Influence of diet on the risk of developing
endometriosis. Ginekologia Polaska [online] 2017; 88(2):96-102p.Disponível
em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28326519/> Acesso em: 06 mai. 2022.

9. ROÇA, Roberto. Composição química da carne. Dissertação de Mestrado,


Universidade Estatual de São Paulo (UNESP), 2014, 11 p. São Paulo.
Disponível em:
<https://www.fca.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/Gestaoetecnolog
ia/Teses/Roca102.pdf> Acesso em: 16 mai. 2022.

10. SIMMEN, Rosália. M; KELLEY, Angela; Ver vermelho: dieta e risco de


endometriose . Annals of Translational Medicine, Vol 6, Suplemento 2,
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO-BH
CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC
2018 4p. Disponível em:
<https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/2284026518769022> Acesso
em: 22 mar. 2022.

11. TRABERT, Britton; PETERS, Urica; ROSS, Anneclair; SCHOLES, Délia;


HOLT, Victória. Diet and risk of endometriosis in a population-based case-
control study. Br J Nutr [online] 105(3):459-67p 2011. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20875189/> Acesso em: 11 mai. 2022.

12. YAMAMOTO, Ayae; HARRIS, Holly; VITONIS, Allison. Um estudo de coorte


prospectivo de consumo de carne e peixe e risco de endometriose. Am J
Obstet Gynecol 219:178.e1-10 2018. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29870739/> Acesso em: 06 mai. 2022.
APÊNDICE A

Autores e Dados Tamanho da Desenho


Tema
da publicação Objetivo amostra do Estudo Resultados

Analise da Descrever as evidências


influência de científicas dos benefícios O estudo demonstrou que o consumo de duas porções de carne
determinados e malefícios de bovina se associava a um aumento de 56% no diagnóstico de
alimentos no determinados alimentos 11 páginas Revisão endometriose enquanto outro trabalho concluiu que o consumo de
BARBOSA, A. S.; controle da no controle da Narrativa frutas cítricas diminui em 22% o risco de se ter endometriose. A
BLANCH, G. T endometriose e os endometriose e analisar respeito do tratamento farmacológico, o dienogest 2 mg foi
pontos positivos e os principais pontos associado a melhora dos sintomas da dismenorreia e a preservação
negativos do positivos e negativos do da fertilidade, porém seu uso seguro é por período menor que 65
tratamento tratamento hormonal. semanas.
medicamentoso:
uma revisão
narrativa
Descrever aspectos Foi observado que em 76,9% de mulheres com 2º ou 3º graus

BELLELIS, P; DIAS, Aspectos clínicos e completos; 56,5% das pacientes eram nulíparas e 62,2% relataram
epidemiológicos e epidemiológicos das 5 Páginas Artigo de dismenorreia como principal queixa. A dor pélvica crônica foi o
J. A; PODGAE, S;
clínicos da pacientes portadoras de Experimento sintoma mais prevalente, seguido pela dispareunia de
GONZALES, M;
endometriose endometriose profundidade, sendo referidos por 56,8% e 54,7% das pacientes,
BARACA, E. C;
pélvica . pélvica operadas em respectivamente. A infertilidade foi referida por 39,8% das 892
ABRÃO, P. A.
nosso serviço. pacientes.

A maioria das mulheres (65,4%) estava em idade reprodutiva (29-


39 anos), com índice de massa corporal entre 18,5-24,9 kg/m2 e
alta prevalência (23-81%) dos sintomas clínicos da doença, sendo
Perfil
que 49,5% eram inférteis. O tempo médio de diagnóstico foi de 5
CARDOSO, J. V; epidemiológico descrever o perfil
anos. O endometrioma ovariano e/ou endometriose profunda
MACHADO, D. E; de mulheres com epidemiológico e Artigo de
infiltrativa (EPI) foram os tipos mais frequentes de endometriose
SILVA, M. C; endometriose: um clínico de mulheres Experiment
3 Páginas (87%), sendo que 59% das pacientes estavam no estágio III/IVda
BERNARDO, P. T; estudo descritivo com endometriose e o com
doença. Aproximadamente 87% das mulheres com diagnóstico
FERRARI, R. retrospectivo determinar a análise
cirúrgico apresentavam idade acima dos 30 anos, eram casadas
ABRÃO, associação com as epidemiológ
(70%) e apresentavam menor paridade. A dispareunia foi associada
M. C; PERINI, J. A. características ica
negativamente à endometriose superficial. A infertilidade foi
prognósticas da
associada positivamente com a idade (30- 39 anos) e com a EPI
doença.
nas tubas uterinas; a dismenorreia com a EPI no ligamento
uterosacral; as queixas intestinais cíclicas com a EPI no
retosigmóide e intestino, e com a classificação EPI e estágio III/IV.
Investigou-se se a
ingestão de alimentos Nossos achados
Dairy-food, calcium, lácteos, nutrientes sugerem que maiores
magnesium, and concentrados em níveis plasmáticos
HARRIS, H. R; vitamin D intake and alimentos lácteos e previstos de 25(OH)D
Artigo de
CHAVARRO J. endometriosis: a os níveis plasmáticos e maior ingestão de
Experimento com
E; MALSPEIS, S; prospective cohort previstos de 25- 9 páginas alimentos lácteos
análise
WILLETT, W. C; study hidroxivitamina D estão associados a
epidemiológica
MISSMER, S. A. (25(OH)D) estavam uma diminuição do
associados a risco de
endometriose endometriose. 95;
incidente confirmada P(tendência) = 0,03).
por laparoscopia Além disso, o nível
entre 70.556 plasmático previsto
mulheres norte- de 25(OH)D foi
americanas no inversamente
Nurses' Health Study associado à
II. A dieta foi avaliada endometriose. As
por meio de mulheres no quintil
questionário de mais alto do nível
frequência alimentar. previsto de vitamina
D tiveram um risco
24% menor de
endometriose do que
as mulheres no
quintil mais baixo
(taxa de taxa = 0,76,
intervalo de
confiança de 95%:
0,60, 0,97; P
(tendência) = 0,004).
Nossos achados
sugerem que maiores
níveis plasmáticos
previstos de 25(OH)D
e maior ingestão de
alimentos lácteos
estão associados a
uma diminuição do
risco de
endometriose.

Maior ingestão de
Associação entre a frutas, principalmente
HARRIS, H. R.; EKE, Fruit and vegetable ingestão de frutas e 13 páginas Artigo de Experimento frutas cítricas, está
A. C.; CHAVARRO, J. consumption and risk vegetais e o risco de com análise associada a um menor
E; MISSMER, S. A of endometriosis. endometriose epidemiológica risco de endometriose.
confirmada por As mulheres que
laparoscopia consumiram ≥1 porção
de frutas cítricas/dia
tiveram um risco de
endometriose 22%
menor (IC 95% =
0,69–0,89; P
tendência= 0,004) em
comparação com
aqueles que
consomem <1
porção/semana.
Embora o diagnóstico
Aspectos atuais do definitivo da
diagnóstico e endometriose
Revisão sistemática
NACUL, A. P; tratamento da Avaliar 10 necessite de uma
de Literatura
SPRITZER, P. endometriose questões páginas intervenção cirúrgica,
M. clínicas da preferencialmente
endometriose por
videolaparoscopia,
diversos achados nos
exames físico, de
imagem e
laboratoriais já
podem predizer, com
alto grau de
confiabilidade, que a
paciente apresenta
endometriose. Os
tratamentos mais
difundidos
atualmente são a
cirurgia, a terapia de
supressão ovariana
ou a associação de
ambas. Tratamentos
farmacológicos que
não inibem a função
ovariana
estão em investigação
O objetivo do estudo Mulheres que
NODLER, J. L.; Consumo de laticínios foi avaliar a Volume 222, Edição 3, Artigo de Experimento consumiram mais de
HARRIS, H. na adolescência e associação entre o p257.e1-257.e16, com análise 4 porções por dia de
R.;CHAVARRO, J. E; risco de endometriose consumo de laticínios epidemiológica laticínios durante a
FRAZIER, A. L.; na adolescência e o adolescência tiveram
MISSMER, S. A. risco de endometriose um risco de
confirmada por endometriose
laparoscopia. confirmada por
laparoscopia durante
a idade adulta
(intervalo de
confiança de 95%,
0,47-0,96; tendência
P = 0,04) em
comparação com
mulheres que
consomem 1 ou
menos porções por
dia.
Os fatores de risco
Compreender o
que aumentam o
PRZONDZIONO, J. papel dos fatores Revisão sistemática
Influence of diet on risco de
J; LEMM, M; dietéticos no de Literatura em
the risk of developing endometriose
PAMULA, A. K; desenvolvimento Pg: 96-102 revista científica
endometriosis incluem o consumo
ZIOLKO, E; da endometriose
de produtos ricos em
WÓJTOWICZ, M. K. é fundamental
ácidos graxos trans-
para o
insaturados, o
desenvolvimento
consumo de gorduras
de instruções
em geral, e consumo
dietéticas
de carne bovina e
eficazes para a
outros tipos de carne
prevenção
vermelha e álcool.
Atualmente, não há
correlações claras
entre determinados
produtos alimentares
e o risco de
endometriose. Mais
pesquisas são
necessárias para
entender
completamente a
influência dos
produtos alimentares
consumidos no
risco de
desenvolvimento
desta doença.
Embora a trilinoleína
oxide sem
preferência entre as
Composição Revisão sistemática
Analisar a 12 posições 1(3) e 2-
ROÇA, R. O. química da carne de Literatura
composição páginas triglicerídeos, o n-3
química da carne ligação dupla da
trilinolenina oxida
mais na posição 1(3)-
do que na posição 2.
Os triglicerídeos
sintéticos oxidam nas
seguintes taxas
relativas
decrescentes: LnLnL,
LnLLn, LLnL, LLLn
(Ln = linolênico e L =
linoleico). Para
estimar o impacto no
sabor dos produtos
de oxidação voláteis,
seus valores de limiar
relativos devem ser
considerados
juntamente com sua
concentração relativa
em uma determinada
gordura.

O estudo estabelece
Ver vermelho: dieta e Compreender a Revisão sistemática as bases para
SIMMEN, R. C. M; risco de influencia da 8 páginas de Literatura entender melhor
KELLEY, A. S endometriose ingestão da carne como a natureza
vermelha na multifacetada da
endometriose endometriose pode
ser gerenciada por
simples mudanças na
dieta e fornece um
argumento
convincente para as
mulheres em idade
reprodutiva
reavaliarem seus
hábitos alimentares
para a prevenção de
doenças crônicas.
O presente estudo
Diet and risk of sugere que
TRABERT, B; endometriosis in a Artigo de componentes
PETERS, U; ROSS, population- based Avaliar os fatores 12 Experimento com específicos da dieta
A. J; SCHOLES, D; case- control study de risco dietéticos páginas análise podem estar
HOLT, V. L. para epidemiológica associados ao risco
endometriose de endometriose.
mas essa associação
não foi
estatisticamente
significativa para o
tercil mais alto. O
presente estudo
sugere que
componentes
específicos da dieta
podem estar
associados ao risco
de endometriose.
mas essa associação
não foi
estatisticamente
significativa para o
tercil mais alto. O
presente estudo
sugere que
componentes
específicos da dieta
podem estar
associados
ao risco de
endometriose.

Você também pode gostar