Você está na página 1de 5

Subjetivo esbarra no "real"

Toda doença encontra-se repleta de subjetividade

Qual a posição do sujeito diante desse "real" da doença?

Seu material de trabalho

Doença = uma situação de perdas (saúde, autonomia, tempo e dinheiro)

A perda leva a uma caixa cheia de consequências subjetivas para o doente

Manutenção da doença - enxergar os ganhos dela

Material da psicologia hospitalar: dor do paciente, angustia dos familiares e da equipe,


angustia negada dos medicos

Facilitar o relacionamento paciente - medico - familiares

Enquanto o homem se esbarra na doença (o real), o subjetivo é sacudido

A psicologia vai reestabelecer a subjetividade em seu lugar (ouvindo os pensamentos, desejos,


temores do paciente)

Significar a travessia do paciente pela doença

Medicina: curar a doença; psicologia: reposicionar o sujeito em relação a sua doença

Medicina busca uma abordagem objetiva do adoecimento, excluindo a subjetividade do sujeito


e por vezes até do medico

Enquanto a medicina busca eliminar o sintoma, a psicologia busca saber o que ele tem a dizer

Já que ele comporta informações sobre a subjetividade do sujeito

Imparcialidade - as outras pessoas em volta geralmente procuram encobrir toda a angústia


causada pela doença, já o psicólogo procura sustentar essa angústia e dar significado a ela

Dissolvendo-a

Escuta analítica - escuta, associação livre, interpretação, análise de transferência

Manejo situacional - controle situacional, gerenciamento de mudanças, análise da instituição,


mediação de conflitos (adequação das práticas clínicas ao contexto hospitalar)

O DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito para facilitar o tratamento

Diagnóstico - conhecimento da situação existencial e subjetiva da pessoa adoentada

Processos que influenciam e são influenciados pela doença

Modo que o psicólogo dispõe para melhor organizar o seu pensamento

Diagnóstico - é uma hipótese de trabalho e não uma verdade absoluta

O psicólogo trabalha com o sentido das coisas e não com a verdade das coisas

Diagnóstico a partir de 4 eixos:


Reacional - modo como a pessoa reage a doença;

Médico - a sua condição médica;

Situacional - análise das diversas áreas da vida do paciente;

Transferencial - análise de suas ações

Maneiras de abordar o adoecimento e organizar, na mente do psicólogo, o material clínico


trazido pelo paciente

Diagnóstico reacional:

Posições - negação, revolta, depressão e enfrentamento (vai depender de como o sujeito se


dispõe a enfrentar crises, receber notícias ruins, lidar com mudanças, encarar a morte ou
reagir a doenças)

A negação não deve ser confrontada, mas respeitada

Na negação, o medo da doença encontra-se reprimido, e o que surge é uma angústia vaga,
indefinida e flutuante

Na revolta, a pessoa "cai na real"

Inicia-se com a frustração

A doença frustra o princípio do prazer, pelo qual funciona o nosso inconsciente, ao introduzir a
dor e o desprazer

Nos momentos mais difíceis é a focalização da ação que tem mais chances de resolver o
problema, e não um elevado grau de atividade

PRÁTICA PSIQUIATRICA NO HOSPITAL

22:

As três principais funções do psiquiatra em relação ao comportamento suicida são: identificar


o risco, proteger o paciente e remover ou tratar os fatores de risco.

Podemos nos referir a comportamento suicida como todo ato pelo qual um indivíduo causa
lesão a si mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro
motivo desse ato.

Uma definição tão abrangente possibilita conceber o comportamento suicida ao longo de um


continuum: a partir de pensamentos de autodestruição, passando por ameaças, gestos,
tentativas de suicídio e, finalmente, suicídio.

Segundo Edwin Shneidman, o estado psíquico geralmente encontrado em alguém prestes a


cometer o suicídio é de uma dor emocional intolerável, psychache (dor psíquica), vivenciada
como uma turbulência emocional interminável, um desespero irremediável e uma sensação
angustiante de estar preso em si mesmo, sem possibilidade de encontrar saída.

Tentativas de suicídio deveriam ser consideradas com seriedade, nunca com pouco caso, pois
são um sinal de alerta que revela a presença de sofrimento psíquico, bem como a possibilidade
de um transtorno mental e de fatores psicossociais complexos.
A população seria muito beneficiada se fosse informada a esse respeito: como reconhecer uma
doença mental, quais os tratamentos disponíveis e sua efetividade e onde obter apoio
emocional.

Apenas um quarto dos pacientes admite que desejava a morte; outros dizem que queriam
apenas dormir, se afastar dos problemas. Embora isso possa não ser conscientemente
admitido, pode -se inferir que, em uma parcela dos casos, o comportamento suicida pretendia
alterar uma situação de desadaptação e sofrimento, influenciando pessoas significativas.

Desde o início, é preciso tentar o estabelecimento de um vínculo que garanta a confiança e a


colaboração, mesmo que, no momento, a pessoa se encontre enfraquecida, hostil ou
indisposta a colaborar. Deve -se partir de perguntas mais abrangentes, não diretivas,
incentivando o paciente a falar livremente, sobretudo sobre seus problemas, seus sentimentos
e suas motivações. Aos poucos, passa -se a investigar o ocorrido, com detalhamento, e a
permanência da ideação suicida.

A entrevista visa à obtenção de um número considerável de informações: caracterização do


ato suicida (método, circunstâncias, intencionalidade), dados de cunho epidemiológico
(fatores de risco, acontecimentos marcantes), fatores predisponentes e precipitantes, aspectos
psicodinâmicos (conflitos, motivações, fantasias a respeito da morte), antecedentes pessoais e
familiares, modelos de identificação, dados sobre a saúde física e rede de apoio social (com
quem o paciente se relaciona e pode contar em casa, no trabalho, na igreja e em associações).

É necessário formar uma ideia a respeito da personalidade do indivíduo, principalmente no


que diz respeito a mecanismos de defesa e de adaptação (coping) em situações de crise.

Deve -se lembrar que o essencial é ouvir com atenção e estar ao lado dela. Isso significa não
tentar mudar a qualquer custo seus sentimentos e ideias.
Um dos melhores indicadores para avaliação do risco de autodestruição será a consciência do
avaliador de sua própria ansiedade diante do paciente.

A psicoterapia deve se orientar para as circunstâncias pessoais e sociais que colocam o


paciente sob risco.

Todas as teorias de psicoterapia concordam que a atenção ao paciente francamente suicida


deve ser flexível e diretiva, oferecendo apoio e encorajamento.

Paciente e terapeuta, juntos, procuram identificar os principais problemas correntes e


selecionam aqueles que serão o foco do tratamento.

A intervenção terapêutica tem por objetivo dar apoio emocional e ativar a capacidade psíquica
do indivíduo, assim como seus recursos sociais, a fim de que enfrente de maneira adaptativa
os efeitos da crise.
É preciso, de alguma forma, reforçar as ligações do paciente com amigos, familiares e
instituições sociais que possam prover acolhimento.

Você também pode gostar