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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA

ENGENHARIA ZOOTÉCNICA

DISCIPLINA‫ ׃‬SEMINÁRIO III

I SEMESTRE II NÍVEL

Temaː Inseminação artificial nos coelhos

Discentes: Códigos:

Amílcar Pascoal Cumbane 20220114

Dinis Mateus Chefo 20220131

Ivo Arestides Mandlaze 20220124

Miguel Gabriel Baptista 20220130

Neide da Maria Machava 20220132

Docenteː Eng. Kakese Paty

Lionde,04 de Abril 2023


I. Introdução

O presente trabalho, visa falar sobre a inseminação artificial nos coelhos, nele vamos
debruçar todas as técnicas e etapas a seguir durante esta actividade. Ela por sua vez apresenta
a melhor relação custo-benefício e é definida como um processo no qual há a introdução do
sêmen do macho no aparelho reprodutivo da fêmea.

Segundo Carmelo et al. (1989), a técnica da inseminação artificial (IA) em diversas espécies
constituiu uma ferramenta básica para o progresso zootécnico registrado nas últimas décadas.
Os mesmos autores afirmam que, em coelhos, a IA vem sendo usada na produção intensiva
de coelhos como uma ferramenta para a seleção genética, aumento da fertilidade em épocas
estacionais desfavoráveis e controle sanitário. A técnica possibilitou o desenvolvimento de
um novo sistema de produção, chamado de sistema de produção cíclica, que consiste em
agrupar animais no mesmo estágio fisiológico da esfera reprodutiva, permitindo inseminar as
coelhas em dias fixos.

A escolha do tema deve-se pelo facto da inseminação artificial ser uma nova tecnologia de
reproducao e melhoramento genético, que abrangi maior número de fêmeas por fecundar e
permite ter animais uniformes homogéneas, enquanto que na monta natural o macho pode
não abrangir maior numero de animais, não permite ter animais em uniforme e pode se ter o
caso de a fêmea não ficar prenha ou gestante

Objectivos
Geral

Específicos

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Revisão bibliográfica

Inseminação artificial
A inseminação artificial é um método empregado para melhor e maior aproveitamento de
bons reprodutores, para que deles possa ser obtido um número de filhos muitas vezes superior
ao obtido com acasalamentos naturais.
O status fisiológico da coelha (estágio da lactação e receptividade) no momento da
inseminação exerce grande influência sobre o desempenho reprodutivo (Brunet al.,2002).
Para se realizar a inseminação artificial é preciso ter o controle da receptividade e indução da
ovulação da coelha.
Na inseminação artificial, o sêmen inicialmente deve ser colhido. Após isto o sêmen deve ser
avaliado quanto à qualidade e, se estiver dentro dos parâmetros mínimos de qualidade, o
próximo passo será o de calcular o número de doses, para então ser realizada a diluição.
Para se realizar a inseminação é preciso usar um hormônio luteinizante ou gonado tropina
coriônica(hCG) ou GnRH que deve ser aplicado antes da inseminação para que aumente o
efeito estimulatorio. O hCG pode agir directamente nos ovários, o hCG é muito eficiente para
a indução da ovulação da coelha. Já hormônio sintética de GnRH, imediatamente após a
inseminação, aplicando-se uma dose única de 20 UI a cada fêmea, por via intramuscular.

A cobrição/IA das fêmeas decorreu pela manhã, pois estão mais tranquilas não estão expostas
a grandes variações de temperatura. A técnica da IA consiste na deposição do sêmen nas
vias genitais da coelha sem que haja contacto sexual. É uma técnica que requer alguma
prática por parte do operador. A fêmea é imobilizada e a pipeta é introduzida exercendo-se
uma ligeira pressão na vulva da coelha. A pipeta é introduzida alguns centímetros no trato
genital até se sentir um obstáculo à sua entrada. Efectua-se uma rotação na pipeta para que
esta seja introduzida mais alguns centímetros na vagina a inseminação termina quando se
injectar o sêmen diluído no local pretendido, junto à cérvix. Após dez ou quinze dias da
inseminação, realiza-se a apalpação ventral com o objectivo de confirmar ou não a prenhez.

Boas Práticas na produção do Sémen

De realçar a importância em manter as condições ambientais constantes, pois promovem


um bem-estar dos animais e consequentemente uma boa produção de sémen. Entendem-se
por condições ambientais constantes as seguintes:

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 Temperatura - deve oscilar entre os 18 e os 22ºC;
 Ventilação - velocidade de renovação máxima de 0,3m/seg;
 Níveis de amoníaco entre os 5 e os 20ppm;
 Humidade Relativa - 65%;
 Intensidade da iluminação aconselhada nos machos - 20 lux e cerca de 8h/dia.

Assegurar um ambiente limpo e desinfectado, utilizando apenas produtos autorizados e


respeitando sempre as diluições indicadas nos rótulos.

Manter as jaulas, comedouros e bebedouros lavados e desinfectados. Evitar a deposição


de dejectos pois promovem o desenvolvimento de microrganismos patogénicos. É importante
verificar diariamente as pipetas de água de forma a certificar que os animais têm água à sua
disposição.

De realçar a importância do fornecimento de água potável e de alimento (de origem


certificada) aos animais. É aconselhável adaptar o fornecimento de alimento, consoante o
ritmo reprodutivo de cada exploração. Sendo assim, para explorações onde os machos são
utilizados 2 vezes por semana é aconselhável alimentação à descrição. Por outro lado, se a
sua utilização é apenas 1vez por semana ou menos, a alimentação deverá ser restringida a
cerca de 150-200g diárias, de forma a evitar o excesso de peso dos animais e
consequentemente a falta de libido.

Praticar um maneio que não cause stress aos animais, evitando ruídos e barulhos que
possam afectar o seu bem-estar.

As jaulas deverão ser feitas com materiais que assegurem o bem-estar do animal e
pensadas para uma maior autonomia e comodidade do cunicultor industrial. O componente
metálico das jaulas e os materiais plásticos devem ter as características referidas em 1.4.3
Equipamentos. As suas dimensões deverão ser de 90cm de comprimento por 40cm de largura
e com 30cm de altura, aconselhando-se a colocação de um estrado com o efeito
descansapatas‖ de forma a garantir o seu bem-estar.

Boas Práticas na Recolha e Avaliação do Sémen

 É importante manter o material destinado às recolhas do sémen (vaginas artificiais e


tubos colectores de sémen) limpo e esterilizado, com o objectivo de não propagar
doenças ou alterar a qualidade do sémen;

 Na altura de realizar as recolhas, as vaginas artificiais e tubos colectores devem estar


a uma temperatura recomendável de 42-45ºC.

 Temperaturas superiores podem afectar a mobilidade dos espermatozóides e provocar


um efeito inibitório no salto no macho;

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Para cada recolha é aconselhável utilizar uma vagina artificial por macho, pois pode
constituir um meio de propagação de doença a machos sãos;
Após a recolha o sémen deverá ser colocado em banho-maria a uma temperatura de 37ºC;
Assegurar no laboratório um ambiente limpo e desinfectado, utilizando apenas produtos
autorizados e respeitando sempre as diluições indicadas nos rótulos;
A temperatura ambiente do laboratório deve ser de 15-20ºC de forma a não provocar
alterações no sémen, e este não deve estar muito tempo exposto à luz;
A avaliação microscópica do sémen deverá ser realizada em microscópio que disponha de
platina aquecida, a fim de não alterar as suas características;
O material destinado à avaliação microscópica (lâminas, lamelas e pipetas) deverá estar
limpo e esterilizado;
É de extrema importância que o diluidor seja armazenado e conservado de acordo com as
indicações do fornecedor, uma vez que o mesmo é responsável por manter a qualidade do
sémen por tempo limitado;
Quando o sémen é destinado a ser distribuído a cunicultores este deverá ser transportado
em mala térmica que garanta uma temperatura constante (17,5º/18ºC), evitando assim
choques térmicos e mecânicos.

Características dos Reprodutores

De forma geral o sistema genital dos machos e das fêmeas é semelhante ao dos mamíferos
típicos. Há ausência da glande e vesícula seminal. Os coelhos de porte médio pode atingir a
maturidade sexual por volta dos seis meses de idade e não deve-se deixar ultrapassar o limite
de três anos de idade no mantido no plantel para reprodução. Os reprodutores necessitam ter
características específica da raça permitindo transmiti-las aos seus futuros filhos. Torna-se
necessário um processo de selecção genética para apresentar características ideais como peso
adequado, conformação corpórea, saúde e vivacidade (FERREIRA; W, N. etal, 2012)

Características das Matrizes

As fêmeas são poliestrica e podem ovular a qualquer época do ano (COUTO, 2002),
contam com dois cornos uterinos em ambos tem conexão separada com a vagina. Nas
coelhas o ciclo estral é bem diferente de outras espécies, excepto da gata que é
semelhante, ocorre ovulação por indução sexual, ou seja, ovulação induzida, qualquer
tipo de estímulo em seu clitóris pode resultar em ovulação, contudo, vários aspectos na
cunicultura está directamente vinculado ao maneio reprodutivo.
O ciclo ovariano desta espécie tem duração de 16 dias podendo ser fecundado
somente durante 12 dias (dois primeiro dias os dois últimos não são férteis). A ovulação
ocorre aproximadamente, 10 horas após a cópula (MOURA, 2007).

Materiais utilizados na inseminação artificial

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 Microscópio com lamínulas e lâminas;

 Tubos de ensaio com rack;

 Mesa de aquecimento e tapetes;

 Vagina artificial;

 Receptáculos seminais com um cateter;

 Dispensador de amostragem de sêmen para determinar a qualidade do fluido;

 Uma preparação para diluir o sêmen;

 Seringas (insulina e para injecção de esperma).

Colecta de sêmen
Em primeiro lugar, eles preparam o local de trabalho. Para esterilização dos recipientes, os
instrumentos usam uma solução de formalina a 1% ou álcool a 70%.

As principais etapas do procedimento:

 A fêmea é colocada na gaiola do macho.

 O operador segura uma vagina artificial com um receptáculo seminal entre as patas do
coelho.

 Normalmente, assim que a fêmea é colocada na gaiola do coelho durante a caça, ele
ejacula.

 Antes de realizar o procedimento, a vagina artificial deve ser aquecida a uma


temperatura de 40-42 ° C. Já que 39 ° C é a temperatura normal da vagina da mulher.

Procedimentos

Antes de fertilizar a fêmea, o sêmen é preparado. Para isso, o sêmen é diluído com um líquido
especial na proporção de 1:10. Certifique-se de controlar a concentração da solução em um
microscópio (se a concentração for alta, a proporção é aumentada). O procedimento de
inseminação do coelho consiste nas seguintes etapas.

 A fêmea é virada de costas e fixada em uma máquina especial.

 A solução da semen é colocada em uma seringa quente.

 Uma seringa é inserida suavemente na vagina do coelho, sem movimentos bruscos.

 Após a injecção da seringa (comprimento total), a solução de esperma é injectada. A


seringa é removida com cuidado.

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O coelho é liberado da máquina em 2-3 minutos. Na inseminação artificial de coelhos, deve-
se ter em mente que o resultado é influenciado pela raça das fêmeas, as condições de sua
criação e a dieta alimentar. Os especialistas gastam 3-4 minutos na inseminação de um
indivíduo

Quais são os instrumentos usados e cuidados que deve se ter durante a pratica da inseminação
I.1 Material\ acessórios

2.2. cuidados

Conclusão
Na inseminação artificial é uma tecnologia que pode ser utilizada para melhorar a produção
desde que sejam observados os cuidados com a condição genética e saúde dos reprodutores, o
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correto uso das técnicas de coleta e manipulação do sêmen. A fêmea tem que ser muito bem
cuidada, pois assim podemos se ter uma boa receptividade e ovulação. A inseminação na
cunicultura ainda tem muito a ser desenvolvida, mas é uma boa opção para melhorar os
animais geneticamente.

Uma vez comprovada a qualidade do sémen, procede-se à sua diluição de 1/10. Os meios de diluição
devem apresentar uma pressão osmótica isotónica, pH neutro e conter substâncias nutritivas. Devem
estar a uma temperatura de 37ºC, de modo a evitar o choque térmico no momento da diluição. A adição
de antibióticos é conveniente para evitar a contaminação bacteriana, tanto do sémen como do aparelho
genital feminino.

Quando se recorre à inseminação artificial é necessário induzir a ovulação devido à ausência dos
estímulos provocados pelo macho aquando da cobrição. Para tal, poder-se-á utilizar machos
vasectomizados, inférteis, ou então efetuar tratamentos hormonais. A deposição do sémen faz-se no fundo
da vagina, por intermédio de uma pipeta apropriada contendo 0.5 a 1 ml.

FERREIRA W. M.; MACHADO L. C., 2007: Perspectivas da Cunicultura Brasileira. Revista


Veterinária e Zootecnia em Minas, p. 41-44.

TORRES, M. D., Rebollar, P. G. e Alvariño, J. M. (1989). Técnica de inseminacion artificial


en el conejo. Hojas divulgadoras, nº 17.Madrid. España.

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