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Ficha de Trabalho n.

º 3

Data: ___/___ /___


Ciclo Celular

GRUPO I

Os telómeros (do grego telos, final, e meros, parte) são estruturas constituídas por sequências repetidas
de proteínas e DNA não codificante que formam as extremidades dos cromossomas. Nos seres humanos
os telómeros são formados pela repetição de seis nucleótidos: TTAGGG.
A principal função dos telómeros é manter a estabilidade estrutural do cromossoma. Estas estruturas
funcionam como um protetor para os cromossomas assegurando que a informação genética relevante seja
perfeitamente copiada quando a célula se duplica.
Cada vez que a célula somática se divide, os telómeros são ligeiramente encurtados. Como estes não
se regeneram, chega a um ponto em que não permitem mais a correta replicação dos cromossomas e a
célula perde completa ou parcialmente a sua capacidade de divisão. O encurtamento dos telómeros
também pode eliminar certos genes que são indispensáveis à sobrevivência da célula ou silenciar genes
próximos.
Nas células eucarióticas existe um complexo ribonucleoproteico chamado telomerase que previne o
encurtamento progressivo dos cromossomas resultante das sucessivas divisões celulares.
A senescência celular – que se caracteriza pela perda da capacidade das células normais se dividirem
– pode ser uma manifestação de perda da telomerase. Esta enzima apresenta uma característica particular:
possui no seu interior uma fita de RNA, que serve de molde para a extensão dos telómeros.
compilado a partir da internet

1. As regiões não codificantes dos telómeros são constituídas por sequências de ____. A extensão destas
regiões pela telomerase implica a existência de um molde de ____.
(A) desoxirribonucleótidos ... RNA
(B) ribonucleótidos ... RNA
(C) desoxirribonucleótidos ... DNA
(D) ribonucleótidos ... DNA

2. Nas células eucarióticas, as regiões nucleotídicas não codificantes denominadas ____ são dispensadas,
durante o processo de ____.
(A) intrões ... transcrição
(B) exões ... processamento
(C) intrões ... processamento
(D) exões ... transcrição
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 1

3. Considere uma célula somática no final da interfase, com uma quantidade de DNA igual a “X”. A
quantidade de DNA por lote cromossómico presente no final da profase e da citocinese será,
respetivamente,
(A) X e X/2
(B) X/2 e X
(C) 2X e X
(D) X e 2X

4. Telómeros e telomerase são alvos de importantes pesquisas visando a descoberta de novas


modalidades terapêuticas para o envelhecimento ou para o cancro. A telomerase está presente
principalmente em células embrionárias e em tumores, já que além de prevenir o encurtamento dos
telómeros também ativa genes que fazem a célula dividir-se indefinidamente.
Explique em que medida a descoberta do mecanismo de inativação da enzima telomerase poderia
constituir uma terapia efetiva para a neoplasia maligna.

A resposta contempla os seguintes tópicos:

- A telomerase regenera os telómeros da célula permitindo uma multiplicação indefinida;


- A inativação da telomerase de células cancerosas impossibilitaria a regeneração dos telómeros e
a proliferação celular acentuada.
- Como imortalidade é uma característica típica das células de tumores malignos, a descoberta da
inativação da telomerase nessas células é uma possibilidade investigada para controle da
multiplicação celular descontrolada
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 2

GRUPO II

P W
Figura 1 – Variação do teor de DNA num ciclo

1. Durante a _______, no período _________, dá-se a duplicação dos centríolos.


(A) Profase … G1
(B) Interfase … G1
(C) Interfase … G2
(D) Interfase … S

2. A _____, fase representada pela letra _____, corresponde à dissolução do fuso acromático.
(A) Profase … X
(B) Profase … P
(C) Telofase … P
(D) Telofase … X

3. Nas células vegetais, a metafase pode identificar-se através do (da) _________. A anafase está
representada pela letra _______.
(A) encurtamento dos cromossomas … X
(B) disposição dos cromossomas na placa equatorial da célula … Y
(C) estrangulamento do citoplasma … P
(D) reconstituição da membrana nuclear … Y

4. Na ausência de controlo no ponto M, localizado entre a metáfase e a anáfase, não há garantias de que
as duas células filhas
(A) apresentem o mesmo tamanho.
(B) recebam os mesmos organitos em igual número.
(C) apresentem DNA mitocondrial idêntico em igual número.
(D) recebam um conjunto completo de cromossomas em igual número.
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 3

5. A quantidade de DNA de uma célula somática em metáfase mitótica é X. Células do mesmo tecido, mas
nas fases G1 e G2, devem apresentar uma quantidade de DNA, respetivamente, igual a
(A) X/2 e X
(B) X e X/2
(C) 2X e X
(D) X e 2X

6. Durante telofase os cromossomas são constituídos por_____ apresentando _____.


(A) dois cromatídios … informação genética duplicada
(B) dois cromatídios … o dobro do número de cromossomas
(C) um cromatídio … igual do número de cromossomas
(D) um cromatídio … o dobro de moléculas de DNA

7. Considerando que a afidicolina é uma substância que inibe a enzima DNA polimerase.
Explique as consequências para uma célula em processo de divisão, depois de exposta à afidicolina.
- a afidicolina, ao inibir a DNA polimerase, vai bloquear a síntese de DNA

- assim, não se daria replicação do DNA na fase S

- consequentemente o ciclo celular (Interfase) pararia na fase S.

8. Faça corresponder a cada uma das afirmações de A a E a etapa respetiva do ciclo celular, indicada na
chave:

AFIRMAÇÕES CHAVE
A - Ocorre autorreplicação das moléculas 1. Fase G1
de DNA. 2 2. Fase S
B - Os microtúbulos ligados aos 3. Fase G2
cromossomas encurtam-se. 6 4. Profase
C - Desorganização da membrana 5. Metafase
nuclear. 4 6. Anafase
D - Os pares de centríolos estão nos polos 7. Telofase
da célula. 5 8. Citocinese
E- Disposição das vesículas golgianas
na região equatorial. 8
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GRUPO III

Desregulação de um ciclo celular

Nas últimas décadas, têm sido realizadas numerosas investigações, com o objetivo de descobrir
tratamentos eficazes contra os vários tipos de cancro.
A investigação que a seguir se descreve insere-se neste ramo de pesquisa e foi realizada por um grupo
de cientistas em finais do séc. XX.
No interior dos tumores, a quantidade de oxigénio diminui, muitas vezes, para valores abaixo do
normal, condição designada por hipóxia. Quando isto acontece, as células dos tumores desencadeiam uma
resposta em que intervém uma proteína, HIF–1α, que ativa os mecanismos que possibilitam a produção de
novos vasos sanguíneos no local.
Com o objetivo de averiguar a influência desta proteína no desenvolvimento de tumores, realizou-se a
seguinte experiência:
• foram produzidas duas linhagens de células embrionárias tumorais:
– uma linhagem não mutante, que apresenta a proteína HIF-1αfuncional;
– uma linhagem mutante, em que a proteína HIF-1αnão é funcional;
• selecionaram-se dois grupos de ratos adultos:
– os ratos do grupo A receberam uma injeção de células tumorais mutantes;
– os ratos do grupo B receberam uma injeção de células tumorais não mutantes;
• comparou-se o peso dos tumores originados nos dois grupos de ratos, nove dias e vinte e um dias
após a injeção das células embrionárias.
O gráfico da figura 2 representa os resultados obtidos.

.
1. Para que os resultados desta experiência permitam estabelecer conclusões válidas, os ratos do grupo
A devem ter sido
(A) injetados com maior número de células tumorais do que os do grupo B.
(B) submetidos a um ambiente com mais oxigénio do que os do grupo B.
(C) selecionados com a mesma idade e o mesmo sexo que os do grupo B.
(D) injetados numa região corporal diferente da do grupo B.
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 5

2. Esta experiência permite testar a hipótese de que a


(A) inativação da proteína HIF-1α influencia o crescimento de tumores nos ratos.
(B) proteína HIF-1α é inativada pelo decréscimo das pressões de oxigénio.
(C) proteína HIF-1α é mais ativa em células embrionárias do que em células diferenciadas.
(D) inativação da proteína HIF-1α afeta o crescimento de tumores em embriões de ratos.

3. Partindo dos resultados desta experiência, pode afirmar-se que a


(A) presença da proteína HIF-1α funcional é indispensável para que se originem tumores nos ratos.
(B) ausência de funcionalidade da proteína HIF-1α limitou o crescimento dos tumores nos ratos.
(C) formação de novos vasos sanguíneos foi o fator que impediu o crescimento dos tumores nos ratos.
(D) quantidade de oxigénio disponível para as células tumorais impediu o aparecimento de tumores
nos ratos.

4. Quando as células tumorais são submetidas a condições de hipóxia, ocorre a ativação da proteína HIF1α.
Explique, a partir da informação fornecida, de que modo a atuação desta proteína leva a um maior
crescimento do tumor.
A resposta deve contemplar os seguintes tópicos:
• A proteína, quando ativa, leva a um aumento da vascularização do tumor em formação/à produção de
novos vasos sanguíneos no tumor em formação.
• A maior vascularização permite uma maior eficiência no fornecimento de oxigénio (e nutrientes) às
células.
• O metabolismo das células tumorais é, assim, assegurado, aumentando a possibilidade de sobreviverem
e de se multiplicarem.
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GRUPO IV

O estudo do ciclo celular tem implicações práticas no campo da saúde humana. O cancro, por exemplo, é
uma doença que resulta, entre outros aspetos, do facto de a célula perder o controlo da sua divisão. As
células possuem diversos mecanismos de regulação e de controlo do ciclo celular. A Figura 3 representa
esquematicamente um ciclo celular, cujos mecanismos de regulação estão relacionados com determinados
genes e com complexos proteicos citoplasmáticos, formados pela ligação de dois tipos de proteínas: as
CDK e as ciclinas. Em todas as células eucarióticas, a progressão do ciclo celular é controlada pelas
sucessivas ativação e inativação de diferentes complexos ciclina-CDK. A ativação e a inativação destes
complexos estão dependentes da transcrição e da proteólise (lise proteica), respetivamente.

Figura 3 – Ciclo celular

1. No ciclo representado, se a quantidade de DNA na fase X for Q, então as quantidades de DNA no núcleo
da célula, na fase Z, e no núcleo de cada uma das células, no final da fase mitótica, serão, respetivamente,
(A) Q e 2Q.
(B) Q/2 e Q.
(C) 2Q e Q.
(D) Q e Q/2.

2. Refira a fase da mitose em que se encontra cada uma das células identificadas com os números 1 e 2
na Figura 3.
1. Metafase, 2 Anafase
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 7

3. Na fase assinalada com a letra


(A) Z, ocorre a replicação conservativa do DNA.
(B) Z, ocorre a replicação semiconservativa do DNA.
(C) Y, ocorre a replicação conservativa do DNA.
(D) Y, ocorre a replicação semiconservativa do DNA.

4. As ciclinas são proteínas que determinam a progressão do ciclo celular. A ciclina B promove o
desenvolvimento da fase mitótica, nomeadamente a desorganização do invólucro nuclear e a condensação
dos cromossomas. Caso a proteólise da ciclina B de determinada célula não aconteça, é de prever que
(A) a célula não consiga completar a mitose.
(B) se verifique uma paragem do ciclo celular no período S.
(C) não se formem complexos ciclina-CDK indutores de mitose.
(D) ocorra a reorganização do invólucro nuclear.

5. Durante a transcrição da informação genética ocorre a


(A) intervenção da RNA polimerase.
(B) formação de péptidos simples.
(C) intervenção dos ribossomas.
(D) adição de nucleótidos de timina.

7. Explique de que modo a exposição a determinados tipos de radiação, como os raios UV, pode contribuir
para o aumento da possibilidade de desenvolver cancro, considerando que algumas proteínas contribuem
para o controlo do ciclo celular.
• a exposição a determinados tipos de radiação (ou a raios UV) provoca a alteração de genes (ou a
mutação de genes);
• • as proteínas que impedem o desenvolvimento de cancros (ou que controlam o ciclo celular) não
são sintetizadas (ou são disfuncionais);
• • a falha nos mecanismos de controlo do ciclo celular conduz à multiplicação celular descontrolada
(ou ao desenvolvimento do cancro).
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Ficha de Trabalho n.º 4

Data: ___/___ /___


Ficha de caráter globalizante

GRUPO I

O vírus zika foi identificado pela primeira vez em humanos próximo da floresta tropical de Zika, no
Uganda. Este agente é transmitido, principalmente, através da picada do mosquito Aedes aegypti infetado
(mosquito vetor), cujas fêmeas picam com o objetivo de adquirirem um suplemento nutricional de dez
aminoácidos, que lhes proporciona uma maior taxa reprodutiva. Os machos não picam, mas devido à
atuação de variadas enzimas, produzem uma grande quantidade de gâmetas.
O zika é um retrovírus, sendo o seu material genético constituído por uma molécula de RNA de
cadeia simples, senso positivo (+). Isto significa que o seu RNA é estruturalmente semelhante ao mRNA,
podendo ser imediatamente traduzido pelas células hospedeiras. No entanto, após infeção, o zika induz a
célula a produzir uma molécula de RNA senso negativo (-), por complementaridade com a de senso (+). O
RNA senso (-) fica na célula e é usado como molde na criação de novas cadeias de RNA de senso (+), que
serão traduzidas ou integradas nos novos virus formados na célula hospedeira.
Em 2015, no Brasil, verificou-se uma relação entre a infeção pelo vírus zika e a microcefalia
(perímetro cefálico anormalmente reduzido em fetos e bebés).Descobertas recentes revelaram que, em
células nervosas em formação, estão alterados pelo vírus mais de 500 genes. O vírus interrompe o ciclo
celular, impedindo as células de se dividir e de originarem neurónios, provocando também danos no DNA,
o que conduz à morte das células. Ao utilizarem as celulas nervosas para a sintese das suas proteínas
virais, os vírus prejudicam o seu normal metabolismo, nomeadamente a sintese de proteinas essenciais à
sua divisão.

Baseado em: http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-mapeiam-efeitos-do-zika-em-cerebros-em-


formacao,10000050305

1. Em células nervosas em formação, a infeção por zika induz


(A) um aumento da replicação do DNA viral e a formação de novas células.
(B) alterações emsequências de DNAque codificam proteínas.
(C) a replicação semiconservativa do DNA viral e a síntese de proteínas virais.
(D) a formação de proteínas essenciais para a formação de células nervosas.

2. A sequência de RNA senso (+) _________, por complementaridade, originará a cadeia senso (-) ______.
(A) 5’ AUGCCUGAACGA 3’ … 3’ UACGGACUUGCU 5’
(B) 3’ AUGCCCGAACGG 5’ … 5’ UACGGGCUUGCU 3’
(C) 5’ GTATGGAACCGG 3’ … 3’ CATACCTTGGCC 5’
(D) 3’ TGACGGTAAGGA 5’ … 5’ ACUGCCAUUCCU 3’
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 9

3. Ao alimentar-se de sangue humano, Aedes aegypti realiza heterotrofia por ______, ocorrendo ______
de moléculas de água na polimerização dos aminoácidos obtidos do sangue.
(A) absorção … libertação
(B) absorção … consumo
(C) ingestão … libertação
(D) ingestão … consumo

4. Na membrana plasmática das células de indivíduos afetados por zika, a presença de


(A) colesterol determina uma reduzida fluidez e facilitaa libertaçãode novos vírus.
(B) glicoproteínas e glicolípidos permite o reconhecimento de células infetadas.
(C) proteínas intrínsecas permite o transporte não mediado das proteínas virais.
(D) fosfolípidos, permite a primeira interação com o vírus, na sua região apolar.

5. No solo das florestas tropicais africanas existem bactérias nitrificantes, seres quimiossintéticos que
originam nitratos, sendo estes facilmente assimilados pelas plantas.
Considere as seguintes afirmações, referentes às bactérias nitrificantes e às plantas das florestas tropicais.

I. No seu processo de autotrofia, as plantas libertam oxigénio proveniente da fotólise da água,


processo que ocorre no estroma dos cloroplastos.
II. As bactérias apresentam ribossomas e membrana celular, tal como as plantas das florestas
tropicais africanas.
III. Os eletrões e energia para o processo quimiossintético provêm da oxidação de um substrato
orgânico.

(A) II é verdadeira; I e III são falsas.


(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) I é verdadeira; II e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

6. Analise as afirmações que se seguem, relativas ao processo de infeção do ser humano pelo vírus zika e
posterior desenvolvimento da infeção. Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos, segundo
uma relação de causa – efeito, iniciando pela picada do inseto vetor.
Escreva na folha de respostas, apenas a sequência de letras.
A. Libertação de novos vírus da célula hospedeira.
B. Formação de numerosas cadeias de RNA senso (+).
C. A fêmea de Aedes aegypti alimenta-se de sangue humano.
D. Síntese de uma cadeia de RNA complementar à de senso (+).
E. Integração da primeira molécula de RNA senso (+) na célula hospedeira. CEDBA
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 10

7. O controlo das populações de mosquitos vetores revela-se fundamental para minimizar a infeção e os
efeitos causados pelo vírus zika. No Brasil e em África, na luta contra o mosquito Aedes aegypti, tem sido
utilizada uma técnica que consiste na esterilização e posterior libertação em ambiente selvagem de milhares
de machos estéreis, que competem pelas fêmeas com os machos selvagens normais.
A esterilização é feita em laboratório, através da exposição dos machos a raios X.
Explique de que modo a técnica de esterilização de machos de Aedes aegypti efetuada em laboratório
permite controlar a propagação da infeção por zika.
1T – Relação entre a exposição a raios X (ou agentes mutagénicos), a alteração do DNA (ou
mutação) e a impossibilidade de sintetizar proteínas / síntese de proteínas diferentes ou não
funcionais essenciais para a formação das gametas (ou a esterilidade dos machos).

2T – Relação entre a impossibilidade de gerar descendência, a diminuição da população de


mosquitos e o minimizar da propagação da infeção por zika.

GRUPO II
Na Floresta Amazónica a biodiversidade vegetal é espantosa pois em cerca de dez mil metros
quadrados encontram-se mais de 100 espécies de plantas. Porém, próximo das quedas de água
amazónicas, no Peru, detetam-se algumas interrupções no reino da diversidade e surgem aglomerados
constituídos, quase exclusivamente, por uma planta de pequeno porte Duroia hirsuta. Os povos indígenas
acreditam que estas áreas são obra de um espírito maligno que reside na floresta, chamando-lhes
“Devil´sgardens” – Jardins do Diabo.
Do ponto de vista científico existem duas hipóteses explicativas da presença, quase em exclusivo,
de Duroia hirsuta nos Jardins do Diabo. Uma das hipóteses defende que as formigas da espécie
Myrmelachistaschumanni, que estabelecem as suas colónias em plantas da espécie D. hirsuta, produzem
um químico responsável pela eliminação de todas as outras plantas, sempre que migram para estas. A
estratégia das formigas permitiria a criação de espaço para o desenvolvimento de D. hirsuta jovens e,
consequentemente, para a expansão das suas colónias. A outra hipótese sustenta que D. hirsuta produz
substâncias químicas tóxicas que são responsáveis pela morte das plantas que com ela competem.
Para testar estas hipóteses a cientista MeganFrederickson conduziu uma série de experiências em
10 Jardins do Diabo. Assim, foram plantados dois lotes de uma planta amazónica muito comum
(Cedrelaodorata) no interior de 10 Jardins do Diabo, junto a plantas da espécie D. hirsuta onde existiam
muitas formigas. Um dos lotes foi deixado desprotegido (lote A) e no outro foi colocada uma barreira contra
insetos, que impede o acesso das formigas (lote B). Os investigadores cultivaram ainda dois lotes de C.
odorata a 50 metros de cada Jardim. Um desses lotes não apresentava uma barreira para insetos (lote C)
e o outro apresentava uma barreira para insetos (lote D).
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 11

Um dia depois do início da experiência foi calculada a área de tecido foliar morto nas plantas
pertencentes à espécie C. odorataem cadaum dos lotes acima mencionados. Os resultados encontram-se
expressos no gráfico da figura 1.

Área de tecido foliar morto (cm2)

Figura 1
Baseado em Campbell (2009)

1. Atendendo aos dados fornecidos, uma das variáveis em estudo na investigação é


(A) o tempo de permanência de Cedrelaodorata no interior dos Jardins do Diabo.
(B) a concentração do químico secretado por Myrmelachistaschumanii.
(C) a localização espacial de Cedrelaodorata.
(D) a abundância relativa de Cedrelaodorata no interior dos Jardins do Diabo.

2. Na investigação, o lote que serve de controlo


(A) evidencia elevada área de tecido foliar morto e encontra-se no interior dos Jardins do Diabo.
(B) encontra-se no exterior dos Jardins do Diabo, sem barreira para insetos.
(C) encontra-se no exterior dos Jardins do Diabo, com barreira para insetos.
(D) evidencia reduzida área de tecido foliar morto e encontra-se no interior dos Jardins do Diabo.

3. Os resultados obtidos nesta investigação


(A) não são conclusivos no apoio ou refutação de quaisquer das hipóteses.
(B) apoiam a hipótese de existir uma competição interespecífica entre Duroia hirsuta e Cedrelaodorata.
(C) apoiam a hipótese de serem as formigas a produzirem o químico que elimina as árvores da outra
espécie.
(D) refutam a hipótese de serem as formigas a produzirem o químico que elimina as árvores da outra
espécie.

4. As plantas de Cedrelaodorata pertencentes aos lotes A e B pertencem


(A) a um nível trófico diferente do das plantas pertencentes aos lotes C e D.
(B) à mesma população que Duroia hirsuta.
(C) a ecossistemas distintos dos de Duroia hirsuta.
(D) à mesma comunidade que Duroia hirsuta.
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 12

5. Nas formigas da espécie Myrmelachistaschumanni a digestão é


(A) intracorporal e ocorre num tubo digestivo com uma só abertura.
(B) extracorporal e envolve a exocitose de enzimas digestivas.
(C) extracelular e o tubo digestivo apresenta duas aberturas independentes.
(D) intracelular e ocorre em vacúolos com função digestiva.

6. Em plena Floresta Amazónica a morte e queda de uma velha árvore de elevado porte, ao mesmo tempo
que destrói a morada de aves, cobras, macacos e rãs, traz consigo a promessa de vida para árvores
que se mantiveram com menos de 0,5 metros de altura durante cerca de 10 anos.

Explique de que modo a morte e queda de uma árvore de elevado porte pode contribuir para o
desenvolvimento em altura da vegetação rasteira de uma dada área da Floresta Amazónica.
- relação entre a morte e queda de uma árvore de elevado porte e o aumento da área de exposição
solar da vegetação rasteira;
- relação entre o aumento das taxas fotossintéticas da vegetação rasteira e a maior disponibilidade em
compostos orgânicos;
- referência à utilização dos compostos orgânicos pela vegetação rasteira para o seu crescimento e
consequente desenvolvimento em altura.

GRUPO III

A broca-do-café, um escaravelho que é uma das maiores pragas dos cafezais, pode ter adquirido
a capacidade de colonizar essas plantações graças a uma transferência de genes originários de uma
bactéria presente no seu intestino.
Um estudo publicado na revista ProceedingsoftheNationalAcademyofSciences (PNAS) chegou à
conclusão de que foi uma «transferência horizontal de genes» da bactéria para o escaravelho que permitiu
ao inseto adquirir a capacidade de produzir uma proteína (mananase) que lhe permite aceder ao amido,
um dos hidratos de carbono presentes nos grãos de café.
A transferência genética horizontal, ou lateral, ocorre quando os genes passam de uma espécie
para outra por processos não relacionados com a reprodução sexuada e é uma força evolutiva muito
significativa entre as células procarióticas. «Há muitos exemplos da importância desta transferência lateral
de genes como mecanismo de adaptação ecológica neste domínio da vida», escreveram os autores. Por
outro lado, os fenómenos de transferência genética horizontal entre eucariontes são muito menos comuns.
Os cientistas identificaram um gene na broca-do-café, denominado HhMAN1, que, segundo eles,
dá provas claras de uma transferência lateral de genes, a partir de bactérias, para o escaravelho. «O
HhMAN1 codifica uma enzima, a mananase, que representa uma classe das glicosídeo hidrolases, jamais
encontrada nos insetos», explicaram os pesquisadores.
Baseado em http://noticias.uol.com.br/ciencia
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 13

1. Explique em que medida as semelhanças da molécula de DNA, dos insetos e das bactérias, assim
como a universalidade do código genético foram essenciais para a transferência horizontal de genes e
para a expressão do gene HhMAN1 nas células do inseto.
- relação entre a universalidade da molécula de DNA no que diz respeito à composição química e a
possibilidade de transferência da informação genética entre procariontes e eucariontes/transferência
horizontal de genes entre a bactéria e o inseto.
- relação entre a universalidade do código genético e a possibilidade de expressão/síntese de uma
proteína codificada por um gene procariótico numa célula eucariótica.

2. Dada a sequência de nucleótidos 5’ CGGAAGCCTAAA 3’, pertencente a uma das cadeias de DNA da
planta do café, a sequência de nucleótidos da cadeia complementar é
(A) 5’ GCCTTCGGATTT 3’.
(B) 5’ GCCUUCGGAUUU 3’.
(C) 3’ GCCTTCGGATTT 5’.
(D) 3’ GCCUUCGGAUUU 5’.

3. A transferência horizontal de genes entre a bactéria e o inseto revelou-se uma


(A) vantagem para o inseto, que passou a ter acesso a uma nova fonte de matéria inorgânica.
(B) desvantagem para o inseto, que passou a ter acesso a uma fonte de alimento menos energética.
(C) vantagem para o inseto, que passou a ter acesso a uma nova fonte de matéria e energia.
(D) desvantagem para o inseto, que passou a ter acesso a uma fonte de alimento mais energética.

4. A atuação da mananase nos constituintes dos grãos de café promove


(A) o estabelecimento de ligações glicosídicas e o amido é um polissacarídeo com função estrutural.
(B) a quebra de ligações glicosídicas e o amido é um polissacarídeo com função estrutural.
(C) o estabelecimento de ligações glicosídicas e o amido é um polissacarídeo com função de reserva.
(D) a quebra de ligações glicosídicas e o amido é um polissacarídeo com função de reserva.
5. De acordo com o documento, a transferência horizontal de genes é um fenómeno muito frequente entre
organismos que
(A) não apresentam o DNA associado a proteínas.
(B) apresentam o DNA associado a proteínas.
(C) apresentam o DNA delimitado pelo invólucro nuclear.
(D) não apresentam o DNA disperso no hialoplasma.

6. Durante a fase fotoquímica de produção de matéria orgânica pelas plantas do café ocorre
(A) fixação de CO2.
(B) fosforilação de ADP.
(C) oxidação de NADP+.
(D) redução de O2
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 14

7. As células das plantas do café são resistentes à lise, porque possuem uma ______ celular constituída,
essencialmente, por um polissacarídeo _______.
(A) parede … estrutural
(B) membrana … estrutural
(C) parede … de reserva
(D) membrana … de reserva

8. Suponha que o material genético do escaravelho foi sujeito a manipulação. Este manterá a estrutura
em dupla hélice do DNA se as
(A) bases azotadas complementares estiverem unidas por ligações fosfodiéster.
(B) cadeias complementares estiverem unidas de forma antiparalela.
(C) moléculas de desoxirribose estiverem unidas por ligações de hidrogénio.
(D) bases azotadas estiverem ligadas a grupos fosfato.

GRUPO IV

A versatilidade do código genético, descoberta em bactérias, fungos e organismos ciliados, durante


os últimos 40 anos, foge às regras rígidas da universalidade atribuída ao mesmo. Investigadores
portugueses descobriram que os genes de fungos, geralmente patogénicos, do género Candida evoluíram
de tal modo que as suas proteínas não são destruídas pela alteração das regras do código genético.
Segundo Sandra de Macedo Ribeiro, coordenadora da equipa, "aquilo que se julgava ser um problema que
os fungos tinham que resolver poderá até ser uma vantagem, no caso concreto da Candidaalbicans, para
o processo de infeção."
O estudo da estrutura das proteínas destes fungos revelou que estes organismos não eliminaram
ao longo da evolução o fator que leva à leitura ambígua dos genes, "optando" por estratégias mais subtis
de adaptação a tal ambiguidade. "Nós já sabíamos que os genes de C. albicans eram traduzidos de forma
ambígua, mas não sabíamos como é que as suas proteínas toleravam tal ambiguidade. Neste caso
concreto, o tripleto GUC é traduzido, aleatoriamente, como serina ou leucina (dois aminoácidos, estrutural
e quimicamente, distintos).
Surpreendentemente, a alteração da taxa de incorporação de cada um dos aminoácidos permite a
estes fungos adaptarem-se aos desafios ambientais de modo mais eficaz.
Os novos estudos revelaram uma flexibilidade desconhecida dos mecanismos de evolução dos
genes e mostraram como a sua reestruturação permite aos seres vivos sobreviverem e adaptarem-se a
condições desfavoráveis, abrindo novas perspetivas para se compreender a capacidade de sobrevivência
a eventos genéticos catastróficos. Os segmentos sujeitos a ambiguidade foram relocalizados para zonas
dos genes que não causam alterações estruturais ou funcionais dramáticas nas proteínas por eles
codificadas, com exceção de algumas situações raras. De facto, segundo o estudo, "a Candidaalbicans
manteve alguns desses segmentos em locais essenciais para a regulação de vias de sinalização
relacionadas com a capacidade de infeção." Isto parece indicar que a ambiguidade pode ajudar o fungo a
alterar a forma e a função das proteínas, de acordo com as condições do meio ambiente ou com as
necessidades específicas do processo de infeção.
Baseado em www.diariodasaude.com.br
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 15

1. Na primeira etapa do processo de síntese das proteínas essenciais à infeção, por Candidaalbicans,
verifica-se a
(A) tradução de exões presentes no mRNA funcional.
(B) atuação da RNA polimerase.
(C) remoção de intrões, após o processo de transcrição.
(D) migração do mRNA funcional para o citoplasma.

2. Candida albicans é um organismo que obtém do meio compostos orgânicos na forma de


(A) macromoléculas, através de processos de ingestão.
(B) micromoléculas, através de processos de ingestão.
(C) micromoléculas, através de processos de absorção.
(D) macromoléculas, através de processos de absorção.

3. Em Candida albicans, a versatilidade do código genético, permite que fungos geneticamente idênticos
possam apresentar
(A) um conjunto de proteínas diferente e diferente capacidade infeciosa.
(B) um conjunto de proteínas diferente e a mesma capacidade infeciosa.
(C) o mesmo conjunto de proteínas e a mesma capacidade infeciosa.
(D) o mesmo conjunto de proteínas e diferente capacidade infeciosa.

4. O tripleto GUC corresponde a um


(A) codão e em Candidaalbicans codifica inequivocamente o aminoácido leucina
(B) codão e em Candidaalbicans codifica aleatoriamente um de dois aminoácidos.
(C) codogene e na maioria dos organismos vivos codifica um único aminoácido.
(D) codogene e na maioria dos organismos vivos codifica aleatoriamente um de dois aminoácidos.

5. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos


relacionados com a produção de enzimas em fungos.
(A) Transporte de polipéptidos não funcionais no interior de vesículas.
(B) Maturação de proteínas.
(C) Excisão de sequências não codificantes.
(D) Formação de uma cadeia polipeptídica linear.
(E) Migração para o citoplasma do mRNA funcional.
C-E-D-A-B
Biologia e Geologia – Crescimento e renovação celular – Parte 2 16

6. A membrana celular dos fungos apresenta ergoesterol, um esterol semelhante ao colesterol das
membranas dos mamíferos, que assegura a integridade e a fluidez da mesma. As adesinas são
componentes de natureza glicoproteica que permitem a colonização, sobrevivência e multiplicação dos
fungos nos seus hospedeiros. As adesinas são, assim, considerados fatores essenciais no processo
infecioso, aumentando a probabilidade de sobrevivência dos fungos nos seus hospedeiros. São dois os
antibióticos utilizados no combate a infeções fúngicas: a Anfotericina que se liga ao ergoesterol da
membrana dos fungos, provocando a sua lise e a Flucitosina transforma-se em fluorourasil, impedindo
a síntese do RNA.

Explique de que modo o tratamento simultâneo com Anfotericina e com Flucitosina contribuem para uma
alteração da densidade populacional de Candidaalbicans no seu hospedeiro.

- relação entre a aplicação de anfotericina e a lise de Candida albicans como resultado da


desorganização da membrana citoplasmática.
- relação entre a aplicação de flucitosina e a ausência/diminuição da síntese de adesinas devido à
alteração da síntese de RNA.
- relação entre a destruição, a menor proliferação/menor sobrevivência destes organismos e a
diminuição da densidade populacional de Candida albicans.

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