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Universidade do Estado do Rio Grande do Norte -

UERN
Faculdade de Ciências da Saúde - FACS
Curso de Medicina
Módulo Morfofuncional I
Professor orientador: Pablo de Castro Santos

Etanol, membranas e
alcoolismo
Manoel Neto
Matheus José
Plínio Valentim
Renan Abreu
Rodolph Siqueira
Thaísa Állya

Mossoró
Fevereiro de 2013
OBJETIVOS

1- Tratar da epidemiologia, aspectos culturais e gastos do


setor saúde com as complicações do uso do álcool;
2- Abordar aspectos relacionados à estrutura química,
oxidação, metabolismo e interações do álcool com outras
substâncias;
3- Explicar o transporte do etanol para o interior das
células, além das interações com a membrana;
4- Comentar sobre o metabolismo da substância e doenças
relacionadas;
5- Comentar a respeito dos centros de apoio aos
alcoólatras (AA e CAPS AD)
METODOLOGIA

Seminário teórico expositivo-dialogado com correlações


clínicas e cotidianas.
Qual o porquê do consumo de álcool?
l Comportamento adaptado à maioria das culturas;

Uso associado o com celebrações, situações de negócio e


l

sociais, cerimônias religiosas e eventos culturais


Pesquisa da chave “Calourada de medicina” no google imagens
Como e quanto bebe o adulto?

l Problema de saúde pública;

O consumo nocivo de álcool é responsável por cerca de


3% de todas as mortes que ocorrem no planeta, (Meloni
e Laranjeira, 2004);

O MS estima que 30 a 50% das vítimas de trânsito


haviam ingerido bebidas alcoólicas;

Os custos econômicos do abuso do álcool, chegam a $


185 bilhões de dólares. Nos EUA, o gasto per capta gira
em torno de
lU$ 837,00
A política nacional sobre o álcool DECRETO Nº 6.117,
DE 22 DE MAIO DE 2007

O acesso e recebimento de informações sobre os efeitos


do uso prejudicial de álcool e sobre a possibilidade de
modificação dos padrões de consumo, e de orientações
voltadas para o seu uso responsável, é direito de todos
os consumidores;

Utilizar a lógica ampliada do conceito de redução de


danos como referencial para as ações políticas,
educativas, terapêuticas e preventivas relativas ao uso
de álcool, em todos os níveis de governo;

Promover ações de comunicação, educação e informação


relativas às consequências do uso do álcool;
Padrão de consumo entre os brasileiros

As classes A, B e C são as de uso mais frequente;(66% da


classe A utilizaram apenas 2 doses);
45% da classe E beberam mais de 5 doses na última
ocasião.
METABOLISMO GERAL DO ÁLCOOL
 Digestão
 Absorcão

 Ingestão pelo fígado 5% estomago


80% intestino delgado

 Depois de absorvido

92% fígado
3% urina
1% suor
HIDROSSOLÚVEL OU LIPOSSOLÚVEL?

CH3-CH2-OH
primario

Transporte ativo cotransporte

secundario
contratransporte

difusão simples
Difusão
difusão facilitada
NÍVEL DE TOXICIDADE NO CORPO

Etanol Acetaldeído Acido acetico


N 30N

Acetil Coa,
Ciclo de Krebs CO2 e H2O
INTOXICAÇÃO

 100mg/dl ATAXIA
 200mg/dl confusão e sonolência
 400mg/dl depressão respiratoria e morte
RESPONSÁVEIS PELA “RESSACA”
1) Intoxicacão por acetaldeído inflamação generalizada e
sonolência
2) Desidratação boca seca, sede, dor de cabeca e câimbra
3) Hipoglicemia fraqueza e mal estar
EFEITOS DA INTOXICACÃO A NÍVEL CELULAR
 Alteracões na morfologia mitocondrial,causando
pertubacões funcionais.
 Diminuicão da densidade do retículo
endoplasmático
 Mudanças no sistema de transporte e secreção de
proteínas e lipoproteínas do fígado.
 NADH bloqueia alguns sistemas de metabolizacão
de nutrientes, incluindo a B-oxidacão e o ciclo do
oxaloacetato
 Alcool (lipossoulúvel), insere-se no espaço entre as
camadas de fosfolipídeos e altera a fluidez da
membrana
TRATO GASTROINTESTINAL

Acetaldeido Gastrite
Cirrose
Acetato Pancreatite crônica

Radicais livres
SISTEMA CARDIOVASCULAR
 Cardiomiopatia
 Arritmia

 Hipertensão arterial
FÍGADO
 Hepatite alcoolica aguda
 Estatose hepática
SISTEMA REPRODUTOR
 Queda na concetração plasmática de testosterona
 Diminuição do número de espermatozóides

 Desrregulacão do ciclo menstrual


INTERAÇÃO ENTRE ÁLCOOL E FÁRMACOS
1) Potencializar o efeito do medicamento
2)Inibir a ação do medicamento
3)Agir no mesmo sítio do medicamento
4)Fármacos aumentam o efeito do alcool
5)Ativar enzimas que metabolizam o medicamento
em substâncias tóxicas
TIPOS DE INTERAÇÃO

 Farmacocineticas X Farmacodinâmicas
 Absorção Ações combinadas
 Distribuição

 Eliminação
PARACETAMOL X ÁLCOOL
 Alteração do metabolismo sistema MEOS
 Indução do citocromo oxidase P-450

 Formação de metabólitos tóxicos

Gastrite??
METABOLISMO DO ETANOL
ETANOL
VIAS DE METABOLISMO DO ETANOL:
 Sistema da álcool desidrogenase
 Ocorre no citoplasma do hepatócitos
 Utiliza a enzima Álcool desidrogenase para a
conversão de etanol em acetaldeido
 Liberação de NADH
VIAS DE METABOLISMO DO ETANOL:
 Sistema microssomal de oxidação do
etanol(MEOS)
 Utiliza a P-450 2E1 (CYP2E1)
 Ocorre no retículo endoplasmático liso
 Liberação de NADPH
SISTEMA DA ÁLCOOL DESIDROGENASE
SISTEMA MICROSSOMAL DE OXIDAÇÃO
DESTINO DO ACETATO
 Conversão em Acetil-CoA pela Acetil-CoA sintase
 Síntese de ácido graxos, corpos cetônicos e
colesterol
 Oxidação de tecidos
DESTINO DO NADH
 Produção de ATP na cadeia respiratória
 Oxidação à NAD+ para ser usado na via
glicolítica
INTOXICAÇÃO POR METANOL
 Pode ocorrer devido ingestão de bebidas
adulteradas
 Causa irritação das mucosas, dor de cabeça, visão
“borrada”, vômito e até a morte.
 Atinge o SNC principalmente o nervo óptico

 Antigamente o tratamento consistia em ingestão


elevada de bebidas a base de etanol
PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO ETANOL
 O Abuso de álcool causas doenças tantos físicas como
psíquicas.

1- Dependência química
 Pancreatite 2- Depressão
 Esteatose Hepática 3- Gastrite
 Hepatite Alcoólica (HA) 4- Insuficiência Cardíaca
5- Hipertensão
 Cirrose
6- AVC
7- Câncer (boca, faringe,
Impotência faringe, esófago, pâncreas e
Sexual intestino)
FATORES QUE INFLUENCIAM NO GRAU
PATOLÓGICO

 Genético

 Peso

 Idade

 Hábito

 Sexo
PANCREATITE ALCOÓLICA (ETANOL)
 Tipos:
 Pancreatite aguda e crônica
PANCREATITE ALCOÓLICA (ETANOL)
 Sintomas : Dor, Diarreia, especial em pessoas com a
Diabetes glicose do paciente
diabético.
 Diagnóstico: Exame
clínico (sangue, raio X, e
ultrassom abdominal).

 Tratamento: Dieta
especial, enzimas
pancreáticas (amilase,
lipase, etc). Cuidado
ESTEATOSE HEPÁTICA
Acúmulode lipídios (fígado)
Consumo excessivo de álcool

Álcool Acetaldeido Acetil - CoA

NAD+ NADH NAD+ NADH


H+ H+

Acetil- CoA Ciclo de CO2 + Graxos


Ácidos H2O
Krebs (Triglicerídeos)
ESTEATOSE HEPÁTICA
 Sintomas:
Praticamente
assintomático, Icterícia
em apenas 15%

 Persistência
prolongada pode trazer
Fibrose difusa do
complicações
parênquima
Perda da
arquitetura
funcional do fígado
(cirrose).
HEPATITE ALCOÓLICA
 Lesão causada por uso excessivo de Álcool
 É uma lesão pre-cirrose

 Deixa cicatrizes permanentes no fígado

 A hospitalização tem que ser imediata


HEPATITE ALCOÓLICA
 Morte celular dos hepatócitos e metabolismo do etanol

Etanol Acetaldeido
Complexos de
em excesso Acetaldeido-
proteína
Radicais
livres

Complexos Acetaldeido-
proteína geram linfócitos
sensibilizados que atacam
hepatócitos sadios.
HEPATITE ALCOÓLICA
 Sintomas: Febre, fraqueza, perda de peso,
náuseas, vômitos, dor sobre a área do fígado e
abdome volumoso.
 Tratamento: Abstinência de álcool, e
administração de corticoides. Tratamento dos
sintomas.
CIRROSE HEPÁTICA
CIRROSE HEPÁTICA
 Está entre as dez causas principais de morte no
mundo ocidental.
 Estagio final

 Irreversibilidade

 Causa: Acumulo de fibrose obstruindo a


passagem do sangue para o figado
 Falência hepática
CIRROSE HEPÁTICA
 Doença hepática alcoólica 60 a 70%
 Fibrose progressiva e reorganização da
microestrutura vascular.
 Hepatócitos são estimulados a regenerar-se e
proliferar sob a forma de nódulos esféricos dentro
dos limites fibrosos.
 Obliteração de canais biliares e insuficiência
hepática
CIRROSE HEPÁTICA
 Sintomas: Aumento do fígado, icterícia, anorexia,
perda de apetite, tumores, emagrecimento, febre, dor
abdominal, ascite e encefalopatia hepática.

• Tratamento: Abstinência de álcool, com


suporte de medicamentos, e psicoterapia.
Suplementação diética.

• Cura?? Apenas com transplante de


fígado
CONSCIENTIZAÇÃO
ÁLCOOL E O ADH
 ADH → Produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise
→ Liberado em casos de desidratação ou queda de pressão arterial
→ Vasoconstrição moderada das arteríolas
→ Favorece a abertura das aquaporinas na alça de henle e no
túbulo coletor (rim)
 Inibe a secreção de ADH(vasopressina)
 Aumenta a produção de urina
→ álcool → inibição de ADH à menor absorção de água nos túbulos
distal e coletor → urina mais diluída
ÁLCOOL E GABA
 O etanol afeta diversos neurotransmissores, dentre eles o ácido
gama-aminobutirico (GABA);
 GABA → GABA-alfa e GABA-beta
 O GABA-alfa é estimulado pelo álcool
 Diminuição da sensibilidade para outros estímulos
 Efeito inibitório no cérebro → Relaxamento e sedação
 Afeta regiões cerebrais como as responsáveis pela: movimento,
memória, julgamento e respiração, por exemplo.
 Compromete o sistema glutaminérgico, promovendo diminuição
da sensibilidade aos estímulos.
TOXINA
 O etanol é considerado uma hepatotoxina;
 Modificação das reações da fase I: indução do sistema P-450
→ Sistema citocromo P-450 oxidase
→ Fase I: oxidação, redução ou hidrólise
→ Fase II: conjugação
 Fibrose e cirrose
→ Morte dos hepatócitos e outras células hepáticas
→ Fibrosação do tecido hepático
 Teste hepático → GGT
(específica do etanol); TGP e TGO
→ GGT: Gama Glutamil Transpeptidase
NECROSE E APOPTOSE
1) NECROSE: morte celular ACIDENTAL ou patológica:
• Injúrias e agressões celulares por fatores ambientais, mecânicos ou por
microrganismos e outros patógenos e que levam à RUPTURA da
membrana plasmática.
• Fatores intrínsicos (infecção) e extrínsecos (injúria e substâncias
químicas, exemplo)

2) APOPTOSE: morte celular PROGRAMADA (fisiológica) e controlada:
• Fatores intrínsicos (fatores de crescimento) e extrínsecos
• Controle e regulação de tecidos embrionários e adultos; remoção de
células infectadas, danificadas ou transformadas, SEM RUPTURA da
membrana plasmática.
• Atuação das caspases → Clivam/degradam diversas proteínas
requeridas para a função normal da célula: proteínas estruturais do
citoesqueleto, proteínas da lâmina nuclear e enzimas de reparo do
DNA;
nuclear, enzimas de reparo do DNA
Obrigado!

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