Marnie Leão – M5 UFRJ – 2022.
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ANAMNESE PEDIÁTRICA – Flávia Nardes dos Santos
1. História patológica pregressa: VCI (viroses comuns da infância), atopia
(hipersensibilidade ao ambiente, de origem genética), ira, diarreia, desidratação,
cirurgias, internações convulsões
2. História gestacional: gesta, para, abordos (provocados/espontâneos), pré-natal,
início, no de consultas, uso de medicamentos, exames laboratoriais, tabagismo,
etilismo, consumo de drogas, intercorrências (hipertensão, infecções, transfusões,
sangramentos.
3. História do parto neonatal: tipo, local, RN pré-termo/a termo/pós-termo, peso e
estatura ao nascer, intercorrências (icterícia, infeção, distúrbios metabólicos, altas
(dias)
4. História alimentar: LM exclusivo, desmame (idade e tipo de aleitamwnto),
alimentação atual com hábitos, tabus e dietas especiais
5. História do crescimento e desenvolvimento: intercorrências no crescimento;
desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial (seguir sequëncia de ficha de
desenvolvimento e anotar desvios); controle esfincteriano parcial/total, encoprese
(incapacidade de conter a defecação), emurese (incapacidade de conter a micção);
dentição (último exame dentário), escolaridade (início/desempenho); alterações
visuais;
6. História imunológica: consultar cartão da criança, anotar reações a vacinas, uso de
soros, gamaglobulinas, atualizada, incompleta, não tem ou não apresentou.
7. História familiar: familiares próximos (idade e condições de saude), presença de
tuberculose, neoplasia, hipertensão, alergias, diabetes, epilepsia, surdez, mudez,
tabagismo, alcoolismo, abuso de drogas, hemopatias, transfusão, nefropatias,
doença mental, doenças venéreas e consanguinidade
8. História social: condições de habitação (no de cômodos e de moradores,
saneamento), renda familiar (em SM), animais domésticos, hábitos de higiene,
comportamento psicossocial, atividade física.
9. Anamnese dirigida: 9.1 Lactentes: idade da mãe ao nascer, filho planejado,
recebeu informações sobre aleitamento; pré natal: data da última menstruação
(DUM), data provável do parto (DPP) e idade gestacional em semanas;
PIG/AIG/GIG, chorou ao nascer, sucção, cianose, manobras de reanimação, uso de
incubadora (tempo), uso de AB, primeira mamada ao seio, tipo de berçário, UTT,
uso de hidratação venosa (HV), distúrbio metabólico; grupo sanguíneo/RH/ quebra
do coto, mãe em uso de anticoncepcional (tipo- início) no momento atua; uso de
mamadeira, chupeta, copo, colher, prato, suga os dedos; com quem permanece
em casa/creche.
9.2 Adolescente: fumo/drogas, desenvolvimento sexual (início, evoluções e
alterações). Existe um outro formulário próprio para adolescentes.
OBS: Gravidez tardia é relacionada com Down, pergunta-se idade materna e
paterna. Problemas hematológicos (risco de trombose), reumatológicos e auto-
imunes podem alentecer e piorar antes do parto desenvolvendo anticorpo
antifosfolipídeo que causa abortos e danos ao feto (IAM e AVE intrauterinos).
Sempre perguntar se mãe teve doença infecciosa, DST, descolamento de placenta,
hemorragia durante a infância.
Crescimento e desenvolvimento: Tecidos orgânicos crescem
de maneira diferente, o linfoide é o primeiro a se
desenvolver e tem seu pico aos 12 anos, enquanto o tecido
genital só inicia sua proliferação nessa mesma época. A
janela máxima do neurodesenvolvimento termina no 50 ano
de vida, mas continuamos a ter neuroplasticidade. Os
neurônios vão se proliferar apenas nas primeiras semanas de
vida intra-uterina, mas os processos que explicam o ganho
de função é a proliferação de dentritos e axônios durante toda a vida permitindo a
formação de novas sinapses, a mielinização também tem papel importante para a
neuroplasticidade.
Quais os elementos de uma boa anamnese? Relação médico x paciente x cuidador.
Características do informante = inteligência, cooperação, organização e
detalhamento. Características do médico = escuta ativa, valorização da fala da mãe,
respeito, linguagem acessível, capacidade de detalhar a queixa. Juntos permitem
a criação do vínculo à confiança e veracidade das informações à sucesso no
tratamento. Demonstrar interesse, usar contato visual, linguagem corporal,
entonação, não usar adjetivos no lugar do nome do paciente e da mãe. Se
apresentar a família, explicar procedimentos, atentar para famílias desorganizadas
e situação socioeconômica desfavorável. Ouvir a queixa principal e respondê-la à
família mesmo não sendo o maior problema. Questionar a mãe como se sente
diante da situação.
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Testes de triagem neonatal:

• Olhos: retinoblatoma, catarata congênita, descolamento da retina, surdez

congênita (teste da orelhinha).
• Coração: oxímetro de pulso no MS e MI comparando a SO2, se ≠ >3% ou SO2<95%
à investigar transposição de grandes vasos e tetralogia de fallot (grande defeito
do septo ventricular, obstrução da via de saída do ventrículo direito, estenose da
valva pulmonar, hipertrofia ventricular direita e excesso de “cavalgamento” da
aorta)
• Pezinho: fibrose cística, fenilcetonúria, hemoglobinopatias, hipotiroidismo
congênito e hiperplasia de adrenal congênita. São doenças raras mas de
prognóstico ruim se não detectadas precocemente.

Dieta da criança: anotar TUDO o que come à predisposição à obesidade, HAS,

hiperlipidemia, carência de macro e micronutrientes, atenção para veganos
(suplementação de ferro e B12 + ingesta de leguminosas) – Promoção à saúde

Aleitamento materno: exclusivo recomendado até 6 meses (não precisa dar H2O)
e complementar até 2 anos. Suplementação vitamina D (primeiros dias até 2 anos)
e ferro (a partir de 3 meses até 2 anos) à crescimento muito acelerado.

Higiene oral: limpar gengiva com gaze mesmo antes de iniciar a ingestão de
alimentos.

HFisiológica: investigar constipação (fezes em cíbalos = fecalito, associado a dor =

falta de fibras e água). Questionar escolaridade, tempo de tela (sedentarismo,
excesso de convergência ocular – estrabismo, ansiedade e atraso do
desenvolvimento cognitivo). Tempo de tela 2-10 anos: máx. 2h/dia, >10 anos:
acordo. Higiene do sono: quanto menor a criança maior a necessidade de sono (em
geral 9h para reestabelecer as funções psíquicas).

História do desenvolvimento psicomotor: linguagem (balbucio aos 4m, sons

consonantais 6m, mama/papa 7m, linguagem 1 ano, frases 2a. Olhar para o rosto
da mãe é o primeiro marco pessoal-social ao nascer. Reconhecimento do próprio
nome por volta dos 6 meses. Marcos motores finos e adaptativos: motricidade fina
em pegar brinquedo com a mão inteira, aos 9 meses, pega em pinça com mais de
2 dedos e 1 ano consegue fazer oposição polegar-indicador