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Gut and Psychology Syndrome

(GAP syndrome or GAPS)™.


Intestino e a Síndrome Psicológica
(GAP ou GAPS)
OU SÍNDROMES PSICOLÓGICAS E INTESTINAIS

Nós vivemos em um mundo repleto de epidemias.

As desordens do espectro autista, as desordens do déficit de atenção e


hiperatividade (DDA-H), a esquizofrenia, a dislexia, a dispraxia, a
depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC ou transtorno
bipolar), e outros problemas neuropsicológicos e psiquiátricos, em
crianças e jovens adultos, estão se tornando cada vez mais comuns.

Na prática clínica essas condições, mais do nunca, sobrepõem-se umas


as outras.

Uma criança com autismo geralmente é hiperativo e dispráxico. Há uma


sobreposição da ordem de 50% entre dislexia e dispraxia, e de 25-50%
entre hiperatividade, dislexia e dispraxia.

Crianças nessas condições geralmente são diagnosticadas como sendo


depressivas e, quando crescem, elas estão mais predispostas a se
tornar dependentes de drogas e álcool do que as crianças com
desenvolvimento típico. Um adulto jovem diagnosticado como
esquizofrênico, muito frequentemente sofria de dislexia, dispraxia
e/ou TDA-H na infância.

Crianças com TOC são, geralmente, hiperativas, com tendências


autistas, e, na verdade, elas quase sempre recebem esses dois
diagnósticos, antes de serem re-diagnosticadas como bi-polar. A
esquizofrenia e o transtorno bipolar geralmente são descritos como as
duas faces de uma mesma moeda.

Nós criamos diferentes padrões diagnósticos para encaixar nossas


crianças. Mas, uma criança atual não se enquadra em nenhum desses
padrões.

A criança atual, na maioria das vezes, enquadra-se, de preferência, em


um quadro irregular de alterações psiquiátricas e neurológicas que se
sobrepõem.

Esse quadro nos conduz à conclusão de que essas alterações estão


relacionadas umas as outras devido ao fato de terem etiologias
similares. Vamos, aqui, discutir quais podem ser esses agentes
causais.
Qual é o quadro típico, visto por nós, na prática clínica? Antes de
examinar a criança devemos pesquisar o histórico de saúde de seus
pais. Sempre que os pais são mencionados, as pessoas imediatamente
pensam em genética. No entanto, além da genética, há algo muito
importante que os pais, a mãe principalmente, passa aos seus filhos,
que é a sua microflora intestinal, inteiramente particular. Poucas
pessoas sabem, mas um adulto tem, em média, 2 kg. de bactérias em seu
intestino. Há mais células nessa massa microbiana do que no corpo
humano inteiro. É um microcosmos altamente organizado, onde algumas
espécies de bactérias devem predominar para que tenhamos saúde física
e mental. Seu papel em nossa saúde é tão imenso que nós, simplesmente,
não podemos nos dar ao luxo de ignorá-las.

Falaremos posteriormente, em detalhes, sobre a flora bacteriana


intestinal infantil. Agora voltaremos à fonte da flora intestinal das
crianças, isto é, seus pais.

Após estudar centenas de casos de alterações neurológicas e


psiquiátricas, em crianças, um quadro característico da saúde de suas
mães emergiu.

Uma típica mãe de hoje em dia provavelmente não foi amamentada no


peito quando bebê, pois nasceu nos anos 60-70, quando a amamentação
estava fora de moda. Por que esse fato é importante?

Porque é bem sabido, atualmente, que bebês não amamentados no peito


desenvolvem uma flora microbiana intestinal completamente diferente
daquela de bebês amamentados no peito.

Bebês alimentados com mamadeira têm uma flora microbiana intestinal


alterada, flora essa que, futuramente, trará uma predisposição à
inúmeras alterações de saúde.

Tendo, desde o começo, uma flora intestinal alterada, uma típica mãe
da atualidade, provavelmente, terá tido alguns episódios de uso de
antibióticos em sua infância e juventude, devido ao fato de ter
contraído inúmeras infecções.

É bem sabido que os antibióticos causam grande dano à flora intestinal


pois eliminam as cepas bacterianas que são úteis e necessárias.

Com a idade de 16 anos, ou, em alguns casos, antes disso, a mãe atual
inicia o uso de anticoncepcionais, que serão usados por alguns anos
antes que ela constitua sua família. As pílulas anticoncepcionais têm
um efeito devastador nas bactérias benéficas da flora intestinal.

Uma das principais funções das bactérias benéficas é controlar cerca


de 500 diferentes espécies de bactérias patogênicas (ruins) e
oportunistas, já descritas na literatura médica.

Quando as bactérias benéficas são eliminadas, as bactérias


oportunistas encontram uma ótima oportunidade para crescer em grandes
colônias, ocupando grande espaço no trato intestinal.

A dieta moderna, de alimentos processados e fast foods, fornece a


nutrição perfeita para esses patógenos. E esta é a dieta que a mãe de
hoje em dia teve quando criança e como adulta jovem. Como resultado de
todos esses fatores a mãe atual tem uma flora intestinal seriamente
comprometida à época em que está apta a ter seus filhos. Na realidade,
os sinais clínicos de disbiose (flora intestinal anormal) estão
presentes em 100% das mães cujos filhos apresentam problemas
neurológicos e psiquiátricos.

Os problemas de saúde mais comuns das mães são: alterações digestivas,


alergias, auto-imunidade, TPM, fadiga crônica, dor de cabeça e
problemas na pele.

Um bebê nasce com o intestino estéril. Nos primeiros 20 dias de vida,


a mais ou a menos, as paredes intestinais virgens do bebê são
colonizadas por uma mescla de bactérias. É a flora intestinal do bebê,
que terá um efeito tremendo em sua saúde pelo resto de sua vida.

De onde vem essa flora intestinal? A maior parte da mãe. Assim,


qualquer que seja a flora intestinal da mãe, ela a transmitirá a seu
filho recém-nascido.

A flora intestinal é algo com a qual não nos preocupamos. No entanto o


número de funções que a flora intestinal executa é tão vital que, se
algum dia, nosso trato digestivo fosse esterilizado, provavelmente não
sobreviveríamos.

A primeira e mais importante função do intestino é digerir e absorver


corretamente os alimentos. Se uma criança não adquire uma flora
intestinal equilibrada, então ela não conseguirá digerir e absorver
corretamente os alimentos, desenvolvendo deficiências nutricionais
múltiplas. E isso é o que geralmente vemos em crianças com déficit de
aprendizagem, alterações psiquiátricas e alergias.

Muitas dessas crianças são mal-nutridas. Mesmo aquelas que parecem ter
um desenvolvimento físico adequado, quando submetidas a exames
laboratoriais, observa-se que tem deficiências em importantes
minerais, vitaminas, ácidos graxos essenciais, muitos aminoácidos e
outros nutrientes.

As deficiências mais frequentes nessas crianças, em relação aos


minerais, são: magnésio, zinco, selênio, cobre, cálcio, manganês,
enxofre, fósforo, ferro, potássio, vanádio, boro.

Em relação às vitaminas: B1,B2,B3,B12,C, A, D, ácido fólico,ácido


pantotênico.

Em relação aos ácidos graxos essenciais e aminoácidos: ômega 3,6 e 9,


taurina, ácido alfa-cetoglutárico, glutationa e muitos outros
aminoácidos.

Essa lista de deficiências nutricionais, frequentemente encontrada


nessas crianças, inclui nutrientes fundamentais para o desenvolvimento
normal do cérebro, sistema imunológico e o restante do corpo.

Além da digestão e absorção normais dos alimentos, a flora saudável


sintetiza vários nutrientes: vitamina K, ácido pantotênico, ácido
fólico, tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), niacina
(vitamina B3), piridoxina (vitamina B6), cianocobalamina (vitamina
B12), vários aminoácidos e proteínas. Na verdade, quando indivíduos
com disbiose são examinados sempre há deficiência desses nutrientes.

A experiência clínica demonstra que a reposição das bactérias


funcionais no trato intestinal é a melhor opção para resolver essas
deficiências.

A maior parte das crianças com alterações neurológicas e psiquiátricas


têm aparência pálida e emaciada. Seus exames mostram vários graus de
anemia, o que não é de se admirar, pois para ter sangue saudável há
necessidade de vários nutrientes: vitaminas
(B1,B2,B3,B6,B12,K,A,D,etc.) ácidos graxos e aminoácidos essenciais.

Essas crianças não somente não conseguem absorver esses nutrientes a


partir da alimentação, mas também a própria produção de muitos deles é
ineficiente. A maioria das pessoas com flora intestinal alterada tem
grupos específicos de bactérias patogênicas ferro-dependente crescendo
em seu intestino ( actinomices spp,micobacterium spp,cepas patogênicas
de E.coli, corinebacterium spp, e muitas outras).Essas bactérias
consomem todo o ferro que o indivíduo obtenha da dieta, levando a uma
deficiência . Infelizmente a suplementação do ferro somente faz as
bactérias crescerem ainda mais e não resolve o problema da anemia.

Para tratar a anemia o indivíduo precisa de todos os nutrientes


mencionados até aqui, muitos deles são fornecidos pela própria flora
intestinal, desde que seja saudável.

Além de uma ação direta na nutrição do organismo, as bactérias


fisiológicas do trato digestivo funcionam como faxineiras. Elas
recobrem totalmente a superfície interna do intestino, protegendo-a de
invasores e de toxinas, constituindo uma barreira natural e produzindo
grande quantidade de substâncias anti-bacterianas, anti-viróticas e
antifúngicas. Ao mesmo tempo essas bactérias fornecem nutrição à
camada epitelial de revestimento do intestino (N.T. = epiteliais são
as células que revestem e protegem os órgãos, como a pele, boca,
bexiga, etc. Na pele é um epitélio seco, no intestino é um epitélio
úmido; essa camada, no intestino, geralmente é constituída por poucas
camadas de células epiteliais, na pele, p.ex., são várias camadas de
células. O epitélio não é vascularizado, portanto a nutrição tem que
vir de outro lugar, geralmente a camada subjacente de tecido
conjuntivo, mas no intestino a nutrição vem de fora, das bactérias que
estão acima das células epiteliais). Estima-se que de 60-70% da
energia da camada de revestimento intestinal provenha da atividade
bacteriana que habita essa camada. Portanto, não é de se estranhar
que, estando a flora intestinal alterada, o próprio trato intestinal
fique alterado.

Na verdade muitas crianças com déficit de aprendizagem, alterações


psiquiátricas e alergias apresentam problemas digestivos.

Em muitos casos os problemas são suficientemente graves para os pais


falarem sobre eles.

Em alguns casos não são tão severos, mas quando fazemos perguntas
diretas aos pais eles respondem que seu filho nunca teve fezes
normais, que seu filho sofre com as cólicas desde bebê, e que dor de
barriga e flatulência são freqüentes.

Nesses casos, quando a criança é examinada por um gastroenterologista


evidencia-se um processo inflamatório, com impactação fecal.

A pesquisa mais recente foi realizada no Royal Free Hospital, em


Londres, pelo Dr. Wakefield e equipe. Eles afirmam que uma situação de
inflamação no intestino com flora funcional é um auxílio para nosso
sistema imunológico.

As bactérias benéficas do intestino possibilitam a produção correta de


várias células imunológicas, imunoglobulinas e outros componentes do
sistema imune. Mas, o mais importante, elas mantém o sistema imune
equilibrado.

O que ocorre geralmente em pessoas com disbiose intestinal é que os


dois mais efetivos compostos do sistema imune Th1 e Th2 ficam
desequilibrados, com o Th1 deprimido e o Th2 superativado. Como
resultado, temos o sistema imune reagindo aos mais distintos estímulos
do meio ambiente de forma alérgica ou atípica.

Um bebê nasce com o sistema imunológico imaturo. O estabelecimento de


uma saudável flora intestinal equilibrada, nos primeiros dias de vida,
tem um papel crucial no amadurecimento apropriado do sistema
imunológico. Se o bebê não desenvolve uma flora intestinal adequada
ele virá a ter problemas imunológicos.

O resultado será uma série de infecções seguidas por uma sequência de


antibiótico terapias, que causam danos tanto a flora intestinal quanto
ao sistema imune.

As infecções mais freqüentes, nas crianças com alterações


psicológicas, neurológicas e atípicas, em seus dois primeiros anos de
vida, são: infecções de ouvido, infecções nas vias respiratórias,
inflamações de garganta e impetigo. Ao mesmo tempo, nesses primeiros
dois anos de vida, a criança recebe muitas vacinas. Uma criança com o
sistema imune comprometido não reage de modo padrão às vacinas. Em
muitos casos as vacinas aumentam o dano pré-existente no sistema imune
e cria uma fonte de infecções virais persistentes e problemas auto-
imunes.

Existe um volume considerável de pesquisas publicadas sobre o estado


do sistema imune em crianças com déficits de aprendizagem e alterações
psiquiátricas. As pesquisas mostram muitas anomalias em todos os
grupos celulares mais importantes.

Os anti-anticorpos encontrados com mais freqüência são contra a


proteína da mielina básica (MBP – em inglês) e contra a proteína do
filamento do neuro-axônio (NSFP – em inglês). Esses anticorpos atacam
o cérebro da criança e o restante de seu Sistema Nervoso.

Assim, a criança de hoje em dia, da qual estamos falando, não tem, de


saída, uma flora intestinal normal e, com o passar do tempo, lhe causa
ainda mais danos devido às múltiplas terapias com antibióticos e
vacinações. Resulta daí que essas crianças, geralmente, sofrem de
problemas digestivos, asma, alergias e eczema.

Mas, além disso, nas crianças que vão desenvolver alterações


neurológicas e psiquiátricas, algo ainda mais terrível acontece.

Sem o controle das bactérias benéficas várias bactérias oportunistas e


patogênicas, vírus e fungos, tem uma boa chance de colonizar grandes
áreas no trato digestivo, crescendo em grandes colônias. Dois grupos
são os mais frequentemente encontrados nos testes: leveduras
( incluindo a Cândida) e a família Clostrídia.

Esses micróbios patogênicos iniciam digerindo o alimento e produzem


grandes quantidades de variadas toxinas, que são absorvidas pelo
intestino, passando à corrente sanguínea, e chegam ao cérebro,
passando através da barreira sanguínea-cerebral. O número e composição
de toxinas pode ser muito particular, causando diferentes sintomas
neurológicos e psicológicos.

Devido à ausência, ou grande diminuição, de bactérias benignas na


flora intestinal, o sistema digestivo dessas crianças passa a ser a
maior fonte de intoxicação do organismo, ao invés de ser a fonte
primordial de nutrição.

Assim, de que tipo de toxinas estamos falando? Há muitas toxinas, as


quais ainda não estudei bastante, mas algumas delas já tem uma
quantidade razoável de pesquisas. Vamos dar uma olhada nelas.

Acetaldeído & álcool. O que essas substâncias podem causar


às crianças?
Os micróbios patogênicos que mais comumente apresentam um super-
desenvolvimento no sistema digestivo de crianças com alterações
neuropsicológicas e alergias são as leveduras, particularmente a
Cândida. As leveduras fermentam os carboidratos da dieta, produzindo
álcool e seu sub-produto acetaldeído.

Vejamos o que a contínua exposição ao álcool e acetaldeído


pode causar:
* danos hepáticos, com a diminuição da capacidade de desintoxicar o
organismo mediante a eliminação de drogas, poluentes e outras toxinas.
* degeneração pancreática, reduzindo a capacidade de produção de
enzimas pancreáticas que aceleram o processo digestivo.
* redução da capacidade de produção de ácido gástrico pela parede
estomacal.
* danos ao sistema imune.
* dano cerebral com perda de auto-controle, prejuízo na coordenação,
prejuízo no desenvolvimento da linguagem, agressividade, retardo
mental, perda de memória e estupor.
* danos aos nervos periféricos, com alteração na sensibilidade e
fraqueza muscular.
* danos ao tecido muscular, causando alteração na capacidade de
contração e relaxamento, bem como fadiga muscular.
* deficiências nutricionais devidas ao efeito danoso na digestão e
absorção de muitas vitaminas, minerais e aminoácidos. Muito comuns são
as avitaminoses B e A.
* o álcool tem a capacidade de aumentar a toxicidade das drogas mais
comuns, poluentes e outras toxinas.
* alteração no metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídeos.
* incapacidade do fígado em eliminar neurotransmissores e hormônios
antigos, bem como outros sub-produtos comuns do metabolismo. Tais
substâncias vão se acumulando no organismo, levando a anomalias
comportamentais, e muitos outros problemas.

O acetaldeído é considerado o mais tóxico sub-produto do álcool. É a


substância química que nos dá a sensação de ressaca. Qualquer um que
já tenha experimentado uma ressaca pode dizer como a sensação é
terrível. As crianças que tem uma flora bacteriana intestinal alterada
desde o princípio, com muitas leveduras, provavelmente nunca
conheceram outra sensação que não a de ressaca. O acetaldeído pode
agir de diferentes formas tóxicas no organismo. Uma de suas formas de
ação mais devastadora é a sua capacidade de alterar a estrutura das
proteínas. Essas proteínas alteradas pelo acetaldeído possivelmente
são as responsáveis por muitas reações auto-imunes. E as crianças com
alterações neuropsicológicas geralmente apresentam anticorpos contra
si mesmos.
Neurotoxinas da Clostrídia:
Existem cerca de 100 espécies conhecidas de clostrídia até agora. Elas
estão presentes nas fezes de pessoas com autismo, esquizofrenia,
psicose, depressão severa, paralisia muscular, anormalidades de
tonicidade muscular e outras anomalias psiquiátricas e neurológicas.
Muitas espécies de clostrídio são hospedeiros normais do trato
intestinal humano. Por exemplo, o Clostridio tetani é encontrado
rotineiramente no intestino de pessoas e animais saudáveis.

Todos sabem que o tétano é uma doença mortal, devido a neurotoxina


muito tóxica que o clostrídium tetani produz. O clostridium tetani que
habita o intestino é controlado, geralmente, pelas bactérias
benéficas, nãos nos causando danos, já que sua toxina não consegue
atravessar a parede de revestimento interno do intestino.
Infelizmente, essas crianças das quais estamos falando, não tem essa
parede de revestimento interno saudável. Em intestinos com disbiose
essas neurotoxinas podem ser absorvidas pela parede intestinal lesada,
penetrar na corrente sanguínea e atravessar a barreira cérebro-
sanguínea, afetando o desenvolvimento cerebral infantil.

Muitas outras espécies de clostridio (perfringens, novyi,septicum,


histolyticum, sordelli, aerofoetidum,tertium, sporogenes, etc.)
produzem toxinas similares à toxina tetânica, bem como de muitas
outras toxinas.

O Dr. William Shaw, do Laboratório Great Plains, descreve com detalhes


o número de crianças autistas que apresentam grande progresso em seu
desenvolvimento e em seus exames bioquímicos quando estão sob efeito
de medicação anti-clostrídia. Infelizmente, quando a medicação é
interrompida as crianças retornam ao autismo, já que essas crianças
não tem uma flora intestinal saudável, capaz de controlar a
clostrídia, impedindo que suas toxinas penetrem no sistema
circulatório através da membrana de células de revestimento do
intestino. Em muitos casos não é possível identificar o clostrídio nas
fezes do indivíduo, pois é um anaeróbio estrito, sendo de difícil
observação. Precisamos testá-la através de seu potente patógeno.

As leveduras e o Clostrídio receberam uma oportunidade muito boa nessa


idade do antibiótico. Antibióticos de largo espectro não os alcançam,
enquanto eliminam as bactérias benéficas do intestino, que deveriam
controlá-los. Sendo assim, depois de vários episódios de antibiótico
terapia, esses dois grupos patogênicos ficam fora de controle e
começam um super-crescimento. Essas crianças a que nos referimos
recebem muitas terapias antibióticas desde o início de suas vidas.

Gluteomorfina & Caseomorfina, ou opiatos do glúten e da


caseína.
Os opiatos são drogas, como o ópio, morfina, heroína, que são
comumente usadas por viciados em drogas. O que elas fazem com as
crianças?

O glúten é uma proteína presente em grãos, principalmente trigo,


centeio, aveia e cevada. A caseína é a proteína do leite, de vaca,
cabra, ovelha, humana, e todos os outros leites e derivados dele.

No organismo de crianças e adultos, autistas ou esquizofrênicos, essas


proteínas não são adequadamente digeridas devido ao fato de seus
sistemas digestivos abrigarem uma flora microbiana anormal, portanto,
insalubre. O resultado dessa má digestão seria a formação, a partir do
glúten e da caseína, de substâncias com estrutura química semelhante à
dos opiatos, como a morfina e heroína.

Há uma quantidade substancial de pesquisas nessa área, feitas por


Dohan, Rechelt, Shattock, Cade e outros, nas quais os peptídeos do
glúten e da caseína, denominados gluteomorfina e caseomorfina, são
encontrados na urina de pacientes esquizofrênicos e de crianças
autistas. Incidentalmente, tais substâncias também são encontradas em
pacientes com depressão e artrite reumatóide. Esses opiatos, derivados
do trigo e do leite, atravessam a barreira hemato-encefálica e
bloqueiam certas áreas do cérebro, exatamente como a morfina e a
heroína fazem,causando variados sintomas neurológicos e psicológicos.

Baseada nessas pesquisas, a dieta sem glúten e sem caseína (SGSC) foi
desenvolvida, auxiliando muitas crianças e adultos com autismo e
esquizofrenia.

Dermorfina & Deltorfina:


São duas assustadoras substâncias tóxicas com estrutura de opiatos, as
quais foram observadas em crianças autistas, pelo bioquímico Alan
Friedman, PhD. A dermorfina e a deltorfina foram primeiramente
identificadas na pele de rãs venenosas da América do Sul.
Os povos nativos costumam mergulhar seus dardos no tecido mucoso
dessas rãs, envenenando-os, a fim de paralisar seus inimigos, já que
tanto a dermorfina quanto a deltorfina são neurotoxinas muito
poderosas. O Dr. Friedman acredita que não é a rã que produz essas
neurotoxinas, mas sim fungos, que crescem na pele delas. É possível
que esses fungos cresçam no intestino de crianças autistas, fornecendo
aos seus organismos dermorfina e deltorfina.
Os testes de Ácidos Orgânicos, disponíveis em muitos laboratórios ao
redor do mundo, identificam muitos metabólitos da atividade bacteriana
no intestino, os quais são absorvidos e acabam sendo eliminados pela
urina da criança. Muitos desses metabólitos são substâncias altamente
tóxicas.
Baixa concentração de sulfato sérico é frequente nessas crianças, e
pode ser um indício de intoxicação orgânica, pois os sulfatos são
essenciais em muitos processos de desintoxicação, bem como para o
metabolismo normal dos neurotransmissores cerebrais. Em muitos casos a
criança está recebendo um bom suprimento de sulfatos através da dieta,
mas todo ele é consumido pela cadeia de desintoxicação poderosa que
tenta remover todas inúmeras substâncias tóxicas formadas no organismo
a partir do intestino da criança.
Ao mesmo tempo um outro grande grupo de bactérias geralmente tem um
super crescimento nos casos de disbiose intestinal. São as bactérias
sulfato-redutoras, que produzem enxofre impróprio para consumo do
organismo. Essas bactérias metabolizam os sulfatos, provenientes da
alimentação, em sulfitos, muitos deles são tóxicos como o sulfito de
hidrogênio, p.ex., que é o gás do ovo podre.
Alguns pais de crianças autistas, hiperativas e com outras alterações,
falam que seus filhos têm fezes com esse cheiro característico. A
mescla de toxicidade em cada criança é muito particular e diferente.
Mas o que todos tem em comum é a disbiose intestinal.
A toxicidade, que é produzida pela massa microbiana anormal dessas
crianças, estabelece uma ligação entre o intestino e o cérebro. É por
isso que parece lógico agrupar essas desordens sob um nome: Síndrome
Psicológica e Intestino (GAP).
As crianças com GAP podem apresentar sintomas de autismo, TDAH, ADD,
TOC, dislexia, dispraxia, esquizofrenia, depressão, alterações do
sono, alergias, asma e eczema em todas as possíveis combinações.
Essas são as crianças que se enquadram na gap, de acordo com nossa
experiência médica. Qualquer criança com déficits de aprendizagem,
alterações neurológicas ou psicológicas e alergias, deve ser
completamente examinada para detectar disbiose intestinal.
O restabelecimento da flora intestinal normal e o tratamento do
sistema digestivo dessas crianças deve ser a primeira intervenção para
essas desordens, antes de se considerar a possibilidade de qualquer
outro tratamento com drogas ou outro método.

Drª Natasha Campbell-McBride,MD.


MmedSci em Neurologia
MmedSci em Nutrição Humana

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