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DOSE DE

VITALIDADE
EP#42

A Influência de uma
Alimentação Inadequada
Sobre Doenças Infantis
Encontro ao vivo com a Engenheira, Psicopedagoga e
Pesquisadora Carin Primavesi, apresentado por Fátima Alves

INSTITUTO DO ALIMENTO VIVO

1
O conteúdo deste material não se destina a ser
um substituto para aconselhamento médico
profissional, diagnóstico ou qualquer tipo de
tratamento.

Procure sempre o conselho de um profissional de


saúde qualificado para tirar qualquer dúvida que
tiver em relação a sua saúde.

Os autores não são responsáveis pelo uso


indevido das informações contidas neste ebook.

© 2021 Instituto do Alimento Vivo

2
Índice
Apresentação 04

Bio da nossa convidada 10

Aqui vamos conversar sobre 11

A influência da alimentação inadequada


12
sobre as doenças infantis
Tudo no corpo é nutriente 19

Qual a função das doenças infantis? 26

Interações entre os elementos químicos 31

Manifestações de deficiências dos elementos


37
químicos nos alimentos
Elementos químicos na formação e funcionamento
38
cerebra e sistêmico
Cuidado com as toxinas: excesso de chumbo
45
e alumínio
Classificação dos alimentos 46

Afinal, o que é saúde? 58

A evolução e a progressão das doenças 62

Relação da microbiota na saúde ou doença 77

Nutrição: saúde vs doença 85

Lembrete de Vitalidade 97

Leitura Vitalizante 98
Apresentação
E cá estamos em mais um encontro das
nossas tardes de quarta! E o assunto da
nossa live de hoje, pode até não despertar o
interesse de quem não tem crianças por
perto ou quem não tenha filhos, mas falar
sobre uma alimentação inadequada ou sobre
as doenças infantis deveria ser do maior
interesse de todos nós. Sabe porque digo
isso?

Porque os sintomas e as causas das doenças


que você desenvolveu na sua vida adulta ou
na sua “melhor idade” estão diretamente
relacionados com uma alimentação
inadequada realizada na primeira infância. E
estão diretamente relacionadas com os
hábitos alimentares de sua mãe durante a
sua gestação. E que estão diretamente
relacionadas com os hábitos alimentares que
você então perpetuou durante a sua rotina
diária, ao longo do tempo. Impressionante
4
né? Você já tinha parado pra pensar um
pouco sobre isso?

Afinal, a alimentação começa já no ventre da


mãe, para que possamos então crescer,
desenvolver e amadurecer toda nossa
formação como seres complexos que somos
e após nosso nascimento toda nossa
nutrição passa então a nos construir e
reconstruir todos os dias em nosso dia a dia.
Pois é em cada prato que podemos absorver
e assimilar todos os nutrientes necessários
para nossa estruturação, regeneração,
desintoxicação e evolução do nosso
organismo. 

E sim, toda a qualidade da alimentação (da


primeira infância à velhice) está diretamente
relacionada à qualidade da sua microbiota
que por sua vez está diretamente relacionada
com a qualidade da sua saúde. Percebe como
tudo está interligado? 

5
É assim que nosso corpo funciona - tudo
interfere e interage o tempo todo e a todo
momento. Ter saúde ou desenvolver doenças
na verdade é uma “teia” que construímos e
criamos ao longo da vida. Sim… diariamente,
através das nossas escolhas e hábitos que
constituem nosso estilo de vida, passamos a
construir, dia após dia, ou saúde ou
adoecimento. Principalmente quando falamos
em alimentação: a relação é intrínseca e
essencial. Afinal, tudo que somos, vem
através dos nutrientes provenientes de cada
alimento que compõem nossa mesa. É a
partir de escolhas conscientes ou não que
nos possibilita construir/criar saúde ou
doença. Faz sentido pra você?

Então, acredite, nada como aprender Sim,


sobre a alimentação infantil nesse momento,
para cuidarmos cada vez mais e melhor das
futuras gerações (que são nossos filhos e
netos) e assim corrigir a rota, através do que

6
se coloca no prato a cada refeição da sua
rotina. 

Percebe a importância desse assunto para o


“seio familiar”? Com toda certeza absorver
novas informações e criar uma nova rede de
referências quando falamos sobre nutrição
adequada é assunto pra todos, pois uma
alimentação equilibrada e consciente é
necessária e primordial em qualquer idade.
Aliás, você sabia que muitas doenças infantis
ou até algumas desordens que mais tarde
instalam a doença na fase adulta estão
diretamente relacionadas a uma alimentação
inadequada que se somatiza desde a
infância? 

E eu faço e friso essa pergunta, porque como


mãe de 3 rapazes, quando comecei na
“jornada de ser mãe” não sabia que havia
essa diferença entre alimentação adequada e
inadequada para as crianças. Não entendia e
não via essa importância. Apenas reproduzia
7
o que aprendi em casa. Mas, quando nos
damos conta e passamos a perceber a
relevância desse “olhar pro prato” tudo pode
mudar. E somente assim mudamos hábitos,
realizamos novas escolhas, passamos a
“pensar fora da caixa” e não mais
remediamos nosso estilo de vida, mas
passamos a prevenir com consciência cada
ação. 

Afinal, uma verdadeira nutrição é peça chave


em toda e qualquer idade para atender com
qualidade as demandas e necessidades
diante dos ciclos da vida. Se queremos viver
mais e melhor, mas com qualidade,
precisamos nos atentar para essa dinâmica.
Somos feitos de nutrientes, então em cada
prato e copo estamos seguindo na direção
de mais bem estar bem. 

Que tal refletirmos um pouco sobre isso?


Hoje você verá porque muitos sinais,
sintomas, descompassos e desconfortos que
8
se apresentam em seu presente, estão
interligados com seu passado originados a
partir da nutrição realizada desde a primeira
infância. E porque muito mais que a genética,
nossa epigenética e estilo de vida, se tornam
a força motriz que podem ao longo da vida
nos trazer mais saúde ou a instalação das
doenças. 

Por isso, hoje é dia de Dose de Vitalidade e


vamos receber uma super convidada a
Pesquisadora e Psicopedagoga Carin
Primavesi, para conversarmos sobre a
alimentação infantil, as consequências de
uma alimentação inadequada, os fatores para
manutenção da saúde ou desenvolvimento
da doença e como incentivar que as crianças
se alimentem corretamente. Vamos juntas?

9
Bio da nossa convidada
A Carin é Engenheira, Psicopedagoga,
Psicanalista, Cientista e Pesquisadora em
Neurociências, Nutrição Funcional e
Agroecologia. Coach, Palestrante é também
autora do livro “Déficit de Atenção tem
Solução”- com ênfase não apenas nas
ferramentas psicopedagógicas, mas também
foca em quais são os nutrientes advindos de
uma boa alimentação funcional para auxiliar
na saúde das crianças. 

INSTAGRAM
@carinprimavesi

10
Aqui vamos conversar
sobre:
• Porque a nutrição é ponto chave para se
ter saúde ou doença;

• Qual a influência de uma alimentação


inadequada no desenvolvimento infantil

• A importância e interação dos elementos


químicos nessa construção

• Cuidado com as toxinas, déficits de


nutrientes e agrotóxicos

• A evolução e progressão das doenças:


Porque adoecemos?

• Afinal, o que é ter Saúde?

• Alimentos curativos X alimentos


inflamatórios

• Relação da microbiota na saúde ou


doença

• O papel essencial da nutrição adequada


em qualquer idade
11
A influência da
alimentação inadequada
sobre as doenças infantis
Você já parou pra pensar: Porque as Doenças
(que podem se manifestar desde a primeira
infância a melhor idade) estão diretamente
relacionadas com uma alimentação
inadequada? 

A resposta para essa pergunta, na verdade, é


muito simples e muito básica - porque nós
somos puramente “nutrientes-dependentes”.
Sim, desde quando o óvulo da sua mãe fora
fecundado, e assim cresceu, se desenvolveu
e se transformou em um pequenino ser,
advinha, qual a força-motriz por detrás desse
percurso transformador? Sim, a origem de
todos nossos processos, reações e
interações dependem completamente da
nutrição como força de evolução (que já se

12
inicia em cada escolha e prato da futura
mamãe). 

Ou seja, somos nutrientes-dependentes para


que assim possamos crescer, desenvolver,
aprimorar e evoluir constantemente como
seres complexos e únicos que somos em
nosso dia a dia, e nos tornarmos ativos e
realizadores perante a jornada da vida. É a
partir da nossa nutrição que tudo começa.

Assim, podemos dizer que o nutriente é


considerado a matéria-prima para
absolutamente TUDO - desde a construção
13
das nossas estruturas, produzir nosso
sangue (por onde tudo é transportado
internamente), desenvolver nossos tecidos,
órgãos, hormônios, neurotransmissores -
além de nutrir as células do corpo todo - isto
é, para que tudo aconteça de maneira eficaz,
como uma orquestra sinfônica dentro de nós,
o combustível para cada processo e ação
vem dos nutrientes presentes em cada
alimento. 

Logo, precisamos de nutrientes para a


construção, manutenção e execução de
nossas demandas e necessidades diante dos
ciclos e fases da vida para assim
"funcionarmos" de modo operante e
harmônico. Sem eles, algum déficit começa a
gerar descompassos constantes, que ao
longo do tempo manifesta sinais e sintomas
que nos tiram do estado natural da saúde e
nos levam ao adoecimento. 

14
Agora, você já imaginou quantos nutrientes
encontramos em cada alimento que
colocamos no prato? Há os macro e micro
nutrientes, compostos bioativos e funcionais,
elementos químicos e nutracêuticos,
fitoquímicos do bem… uma gama de
informações que se interligam em nosso
ambiente celular para que possamos gerar
energia (que nos abastece e nos vitaliza) nos
possibilitando ter cada vez mais longevidade
e qualidade de vida. 

Por isso mesmo, até podemos dizer que


somos como “parasitas” das plantas, porque
“vivemos” e “sobrevivemos” a partir do Reino
Vegetal (plant based) quando ingerimos cada
alimento que constrói cada refeição da nossa
rotina. 

Afinal, somente as plantas “produzem” a vida.


Elas, são as únicas que conseguem captar a
energia do sol e transformá-la em energia
química e em substâncias orgânicas capazes
15
de gerar “produtos” comestíveis que passam
a nos abastecer de energia vital. E é essa
força energética que reverberará na criação
da nossa energia (em conjunto com todos os
nutrientes provenientes de cada alimento).
Ou seja, podemos afirmar que “vivemos
porque nos alimentamos do meio-ambiente
que nos cerca e nos permite expandir”. 

Mas, é extremamente necessário lembrar aqui


que só podemos considerar como verdadeiro
alimento, aqueles que vem diretamente do
“campo a mesa”. O restante apenas são 
considerados como “produtos alimentícios”. 

Somos natureza e nosso corpo só possui


afinidade com o que dela provém (da sua
biodisponibilidade, diversidade e composição
bioativa do bem que ela oferece). No mais, o
corpo não entende ou reconhece como
alimento e nutrição. São esses alimentos
naturais e verdadeiros que “servem” para
abastecer nosso ambiente interno com
16
nutrição adequada, consciente e de boa
qualidade. O restante são apenas calorias
vazias que nos intoxicam e inflamam “por
dentro”. Acredite! Alimentos de verdade não
têm lista de ingredientes (são puramente
nutrientes). Nada mais! 

E porque estamos “batendo tanto nessa


tecla”: Nutrição x Saúde x Doença? E porque
começar a se nutrir bem desde pequenina irá
influenciar diretamente o seu bem-estar no
futuro? Olha esse estudo que comprova e
traz os resultados dessa interação
cientificamente:

17
Uma pesquisa financiada pela Fundação Bill e
Melinda Gates realizada em Bangladesh com
crianças por volta de 3 anos de idade nos
mostra “o cérebro por dentro”. Em algumas
crianças - que não passavam fome, mas
apenas se alimentavam de produtos
alimentícios e industrializados, seu cérebro
continha menos fibras nervosas. Enquanto
que em crianças que possuíam refeições
mais balanceadas, com comida de verdade
(advindas do campo à mesa) ocorria
justamente o processo inverso - em seu
ambiente cerebral havia um número
considerável das mesmas fibras que faltavam
no primeiro grupo. Percebe que a única
diferenciação era o estilo da nutrição
realizada no dia a dia e interferiu diretamente
na funcionalidade do cérebro? Ai você me
pergunta: Porque? Porque para “criar” fibras
nervosas o organismo precisa de bons
nutrientes. Os próprios  neurônios precisam

18
de nutrientes. Os neurotransmissores são
“um punhado de nutrientes”.

Tudo no corpo é
nutriente
Isto quer dizer que uma má nutrição no prato
(que apenas contém calorias vazias) gera
inclusive menos conexões cerebrais, que
prejudicam substancialmente o
desenvolvimento da criança. Enquanto que
uma boa nutrição permite mais conexões e
portanto mais desenvolvimento, foco,
atenção e aprendizagem. Sem bons
nutrientes, uma criança não desenvolve com
rapidez e nem aprende com facilidade.
Impressionante não é mesmo? 

Por isso que devemos como adultos nos


tornarmos o exemplo e modelo a seguir para
os pequenos, porque como eles aprendem
por “imitação”, se você se alimentar cada vez
19
mais do campo à mesa, esse com certeza
também será o “desenho” no prato dessa
futura geração. Ainda mais quando as
refeições são feitas em conjunto para que
toda essa percepção dos alimentos e
compressão de uma boa nutrição seja
absorvida desde muito cedo. Que tal, sairmos
dos pacotes prontos e coloridos que nos
adoecem e nos reconectarmos com o “arco-
íris” que vem da natureza ao nosso redor?
Sem bons nutrientes, não há como
formarmos um “ser” (da criança ao adulto)
com vitalidade e plenitude! Se realmente
queremos aumentar nossa expectativa de
vida e nosso bem-estar em cada camada que
nos compõem é preciso sim observarmos o
que colocamos no prato todos os dias. 

Aliás, você sabia que precisamos de cerca de


90 elementos químicos para mantermos
nossa saúde em dia? Sim, porque nenhum
nutriente trabalha de maneira isolada, mas
sim dependem de uma teia de interação e
20
quantidades específicas e adequadas para
que possamos então digerir, assimilar,
absorver e metabolizar cada um para nutrir
verdadeiramente o ambiente celular que nos
estrutura. 

E aí você deve estar pensando: Então, basta


comer minha fruta preferida todos os dias e
garanto minha cota nutricional de maneira
adequada? Infelizmente não é assim que
funciona não. Porque cada alimento tem um
“x” determinado de diferentes tipos de
nutrientes e compostos, mas nenhum possui
todos os elementos e a combinação
necessária que precisamos diariamente. 

De acordo com o USA Agriculture Research,


uma planta sadia gira em torno de 45 macro e
micronutrientes e chega até a 75-80 com
“traços” de elementos químicos favoráveis
para abastecer o organismo. Percebe então
que não adianta comer sempre igual e
sempre a mesma coisa para atingir a “cota”?
21
Por isso costumamos dizer aqui que
precisamos de tudo um pouco. O corpo
necessita de diversidade e variedade na
alimentação diária. E principalmente
precisamos de um prato bem colorido a cada
refeição, pois somente assim garantimos a
quantidade ideal de todos os elementos que
precisamos para manutenção da nossa
saúde e vitalidade. 

E sim, esse “arco-íris” precisa estar presente


no prato todos os dias! Entenda que o corpo
apenas “armazena” (guarda em seu interior) o
que fica depositado no “estoque” do nosso
tecido adiposo, ou seja, somente aqueles
nutrientes que são “absorvidos” através da
gordura que são: vitamina A, C, D, E e K. O
restante dos nutrientes (vitaminas e minerais)
- que são metabolizados pela água no corpo
é constantemente “eliminado” quando em
excesso. Logo, para mantermos nossa
energia em alta precisamos da seguinte
equação: bons nutrientes + diversidade de
22
elementos químicos, devem estar presentes
no prato para equilibrar a balança e nos
nutrir de verdade (plena e completamente). 

Mas, tem mais uma questão que preciso


salientar aqui, além da biodisponibilidade dos
nutrientes. Precisamos dar um passo pra trás
e não apenas analisarmos sobre a estrutura
molecular e composição química proveniente
de cada alimento para compor nosso
organismo com mais saúde. Mas, também
precisamos estar atentas à qualidade do
alimento e principalmente a qualidade do
solo onde esse alimento brotou, nasceu e se
desenvolveu para então nos nutrir. 

Isso porque se o solo for doente ou


apresentar algum déficit de nutrientes
durante o crescimento da planta, ou se essa
foi atingida por alguma “praga” ou
interferências externas do clima ou presença
de insetos isso significa que ela não irá
conseguir formar adequadamente todas as
23
substâncias benéficas que ela precisa conter
e nem a quantidade ideal. Logo, essa planta
com certeza terá um “baixo valor nutritivo”
perante as outras espécies presentes na
natureza que se abasteceram em solo fértil e
rico em minerais e compostos do bem, se
desenvolvendo com uma gama diversa de
nutrientes. Por exemplo uma planta que
cresce em solo infértil ou empobrecido, que
deveria conter cerca de 45 elementos
químicos, passa na verdade a apresentar
apenas 20. 

Então, além dos “venenos” e agrotóxicos já


preexistentes em sua produção - que
enfraquecem seu poder de energia vital e
prejudicam a qualidade do solo
vertiginosamente (além de afetar o meio
ambiente como um todo) bem como
inflamando e intoxicando também o
organismo - esteja atenta a todo aspecto
visual e organolépticos da planta que por
muitas vezes acabam se desenvolvendo de
24
forma deficitária, e portanto, não possuem
todos os nutrientes essenciais de que
precisamos. 

Daí vem aquela máxima: “Solo decadente ou


doente = Homens doentes” - pois sem uma
verdadeira nutrição ou seguindo uma dieta
com déficit de elementos químicos ou cheios
de agrotóxicos, infalivelmente em algum
momento nos desvia da conexão com o
caminho da saúde (nosso habitat natural) e
nos coloca na trilha dos descompassos e
doenças ao longo da jornada da vida. E mais,
com tantos desequilíbrios surgindo e
afastadas da consciência de si, passamos a
recorrer inúmeras vezes  às "famosas pílulas
mágicas” que remediam e bloqueiam nosso
poder de auto cura, acreditando que tudo irá
se resolver. E no fim das contas, a verdadeira
causa raiz dessa desestrutura permanece
sem mudança. 

25
Porque afinal, quando falamos de saúde ou
doença tudo começa e termina mesmo é na
criação do prato!

Qual a função das


doenças infantis?
Sabia que normalmente as doenças infantis,
muitas vezes, se manifestam para fortalecer o
sistema imune? Sim, o nosso sistema
imunológico, desempenha, desde a primeira
infância, um papel importante de
desintoxicação. Quanto mais ele tem que
trabalhar para se livrar de toxinas (que se
constroem e alojam de acordo com nosso
estilo de vida), menos trabalho ele pode fazer
(enfraquecendo seu poder de atuação e
autoregulação). Pois seu verdadeiro trabalho
é realizar, em suas tarefas normais, a
prevenção de infecções ou “matar” células
em metamorfose (que são cancerígenas). Ou

26
seja, nos defender do que pode nos fazer
mal. 

E nada como auxiliar o sistema imune do que


manter uma dieta equilibrada e balanceada,
de acordo com sua bio individualidade (do
ventre da mãe e em cada fase dos ciclos da
vida). Quanto mais adequada em termos de
nutrientes para atender cada demanda e
necessidade que o corpo precisa, mais
facilmente mantemos nosso sistema de
defesa ativo, positivo e operante. 

Então porque doenças como sarampo,


catapora, caxumba, rubéola, coqueluche,
poliomielite, meningite e até as mais
contemporâneas como diabetes, sobrepeso,
ansiedade, se manifestam principalmente nas
crianças? Porque os microorganismos atacam
o corpo que possui um sistema imunológico
enfraquecido, justamente por uma deficiência
de nutrição e alimentação adequada. 

27
E a doença nada mais é do que um conjunto
de sintomas que nos permite desintoxicar de
dentro pra fora, eliminando aquilo que não
mais precisa permanecer em nós. 

Logo, uma criança bem nutrida, com um


sistema imune fortalecido, simplesmente
passará por essas doenças infantis com
muito mais facilidade e sem sofrimento. A
natureza não faz as coisas a toa - sempre há
um bom motivo para cada manifestação e
expressão. Por isso devemos observar
sempre o que a natureza está nos “dando”
como sinal, porque também somos natureza.
E nada mais importante para o fortalecimento
da nossa imunidade do que entendermos
suas leis e mecanismos de ação para assim
caminharmos com segurança e equilíbrio e
protegermos nossa energia vital e saúde. 

E aqui reside mais um porém nesse processo


de fortalecimento da nossa defesa. Você
sabia que órgãos como o fígado, intestino e
28
pulmão de uma criança ainda está
“amadurecendo”após seu nascimento até por
volta dos 2 anos de idade (sim, eles ainda
estão em processo de formação e
estruturação do lado de fora do ventre da
mãe, como se fosse uma “segunda
gestação”). E o cérebro e todo o sistema
nervoso termina a sua mielinização quando
cai o 1º dentinho de leite (por volta dos 6
anos de idade). Olha a importância da
nutrição durante toda a primeira infância de
cada criança!

E ainda tem mais, toda a construção desse


serzinho em princípio, a base de toda a sua
estruturação interna que revelará a sua
frequência reverberando seu modo de
pensar, sentir, comunicar e agir do lado de
fora nas próximas fases, ocorrerá nesse
momento. Afinal, é aqui que se forma a sua
identidade, sua individualidade, sua
autoconfiança, sua autoestima, seus traços
de caráter, sua personalidade, a socialização
29
e a construção do seu sistema de crenças e
hábitos de estilo de vida, principalmente o
alimentar. E para que todo esse
desenvolvimento aconteça de forma positiva
e funcional, nada como a presença de um
bom alimento que levará a cada célula, que
está amadurecendo e se transformando, um
bom nutriente. 

Percebe que tudo o que de mais importante


que realizamos em nosso dia a dia, decorre
justamente dessa construção de estilo de
vida desenvolvido e aprendido durante a
primeira infância? Pois é nesse momento que
nasce a “base” que formará cada pilar da
nossa roda da vida dali em diante
(influenciando constantemente nosso modo
de ser, pensar, sentir e agir) perante o
“mundo” e em cada experiência vivida nas
fases seguintes do ciclos da vida. 

Com um sistema imune bem fortalecido (e


uma nutrição adequada) e não mais seguindo
30
uma alimentação desbalanceada somada a
um estilo de vida desregrado (começando já
na durante a infância e permanecendo até a
melhor idade da mesma maneira), sem dúvida
nos afastamos da doença e nos aproximamos
cada vez mais da manutenção da saúde e de
mais qualidade de vida. Portanto, é preciso
fortalecer o sistema imunológico dos
pequeninos com um “bom prato”, onde haja
alimento de verdade.

Interações entre os
elementos químicos

31
Como já disse anteriormente, nenhum
nutriente “trabalha” ou funciona de maneira
“isolada”. Toda a estrutura química e
nutricional se dá a partir de uma rede, uma
“teia” que interliga diferentes compostos e
moléculas, onde cada “pontinho” se
comunica com outro gerando diversos
resultados positivos e benefícios, ao nutrir
todas as células do corpo com mais energia
vital. 

Quer um exemplo? Para que possamos


absorver com qualidade o Cálcio, precisamos
que um conjunto de outros minerais esteja
também presente em nossa corrente
sanguínea, como o fósforo, boro, vitamina D,
magnésio, cobre e zinco. Sem essa “teia” de
micronutrientes em quantidades distintas,
não haverá boa absorção. Ou seja, o cálcio
ficará apenas circulando livremente no
sangue  sem penetrar no interior da célula
para que seja aproveitado seus inúmeros
benefícios no organismo. 
32
Logo, não adianta apenas buscar um
nutriente de maneira isolada para abastecer
suas células. Se deseja um combustível
adequado, é preciso conhecer essa rede de
interação entre os elementos químicos - pois
somente esse conjunto específico em
associação e ligação permitirá a real
absorção e nutrição em seu sistema interior
na quantidade adequada que necessita. Sem
ela, os nutrientes na maioria das vezes se
tornam sem ação funcional e verdadeira no
corpo, desarmonizando sua “orquestra
sinfônica” sistêmica. 

E sim, todos os macro e micronutrientes


precisam dessa ligação e conexão de
elementos para que você possa atingir
resultados positivos trazidos por cada
substância e compostos que vem
diretamente da natureza para você. E essa
interação acontece quando combinamos a
diversidade de alimentos no prato desde
criança. São essas interações que não
33
apenas mantém nosso sistema imunológico
ativo, como também nos permite
desintoxicar, regenerar e autocurar o corpo
quando desviamos a rota em nosso dia a dia
(perpetuando nossa saúde). 

Vamos aprofundar um pouquinho mais essa


dinâmica pra você entender porque respeitar
sua bio individualidade e comer bem desde
pequena pode fazer a diferença nas fases
seguintes da vida? Olha só: 

Existe uma proporção adequada entre os


elementos químicos para que toda essa
interação aconteça de maneira funcional e
harmônica, ao atender as demandas e
necessidades do organismo diante as
experiências da vida. No caso do Ferro, o
conjunto adequado para sua absorção seria
a presença de cobre + cobalto para assim
absorvemos os minerais adequadamente e os
utilizamos em nossas reações metabólicas
quando o organismo precisar. Essa “taxa”
34
corresponde a 500 (Fe)+ 10 (Cobre)+ 1
(Cobalto). E o que isso significa? Se o corpo
realizar 500 reações químicas, passa a
utilizar 1 molécula de ferro nessa dinâmica,
pois esse micromineral funciona como
auxiliar nesse processo. Ou seja, aconteceu
uma reação e aquela molécula de ferro
presente na corrente sanguínea se “doa” e
portanto, se "destrói", para que a reação se
processe harmonicamente em nosso sistema.
Logo, para uma nova reação será necessário
uma nova molécula de ferro. Enquanto, o
cobalto, necessário para absorção desse
ferro que auxiliará nas reações seguintes, é
capaz de com apenas 1 molécula, participar
das 500 reações (porque será necessário
utilizar apenas traços deste micromineral e
não sua estrutura completa) durante essas
ações metabólicas.

Na maioria das vezes pensamos - mas é SÓ


um microelemento, e por isso SÓ precisamos
um pouquinho dele, então não fará diferença
35
a sua presença ou ausência no corpo. Mas,
na verdade, é justamente o oposto desse
raciocínio (porque faz uma enorme diferença
no organismo, uma diferença ainda maior do
que se faltasse um macroelemento). Sim, tudo
entraria em desequilíbrio, porque o ferro
apenas circularia no sangue sem ser
absorvido sem essa 1 molécula de cobalto.
Normalmente um “tracinho” de determinado
elemento para que  a reação aconteça é
essencial. 

Percebe a importância do equilíbrio dessa


“teia química”, para manter ativa e funcional
essa equação e interação? Por isso a
biodisponibilidade e diversidade da natureza-
suas cores, sabores, texturas e aromas, são
indispensáveis para obter mais autonomia em
saúde que já começa desde a infância.

36
Manifestações de
deficiências dos
elementos químicos nos
alimentos
Então, além de entender que os nutrientes
precisam interagir entre si para que você
possa usufruir dos seus benefícios e assim
nutrir suas células, órgãos e sistemas,
também precisamos saber identificar quais
elementos químicos e minerais que agem em
conjunto nessa teia, estão “faltando” em
cada alimento (conforme suas características
físicas e/ou maneiras de produção) pois essa
percepção nos permite reconhecer o que
está em déficit para assim buscar fontes
complementares que mantenham nossa
nutrição e energia em alta. Dá só uma
olhadinha:

37
Elementos químicos na
formação e
funcionamento cerebral e
sistêmico
Quer melhorar o aprendizado dos filhos e
netos? Anota esses nutrientes básicos que
não podem faltar no prato do dia a dia para a
boa formação do cérebro:

38
Falando um pouco mais sobre o ômega
3: Sabia que o invólucro dos neurônios
cerebrais são lipoproteicos? Ou seja,
ômega 3 + proteína. Aliás, todas as
células do corpo têm sua membrana
composta por lipofosfato (fósforo +
ômega 3). Portanto é um nutriente
indispensável a sua dieta.

Mas, vamos além… Que tal dar uma olhadinha


em outros elementos e seus efeitos no
cérebro (para que caso algum sintoma se
manifeste você possa identificar a sua

39
deficiência) e assim melhorar a sua
alimentação?

Dessa forma, outro fator importante para se


destacar aqui envolve a presença ou
ausência da vitamina B. Você sabia que a falta
da vitamina B impossibilita a formação do
neurotransmissor “acetilcolina” que auxilia no
processo de memória e aprendizado?

Outro elemento que precisamos estar de olho


é o Boro (pois este auxilia no processo de
concentração - não mais nos permitindo
distrair a toa e com facilidade). Olha só:

40
E tem mais… veja a importância desses
outros microelementos para potencializar a
saúde do cérebro:

• O ferro leva o oxigênio para as células,


enquanto o zinco retira o gás carbônico
de seu interior. Sem o zinco, há muita
41
sensação de cansaço e sonolência
excessiva - porque afinal suas células
estão inteiramente “ocupadas” com o gás
carbônico presente em seu espaço
interior - o que impede a oxigenação
celular. Com o “lugar ocupado” de
maneira invertida, precisamos desocupá-
lo (retirar o CO2) para chegar O2. 

• Um estudo realizado com


aproximadamente 1.400 crianças que
possuíam déficit de atenção e não
retinham mais informações, e por isso
passaram a ingerir zinco diariamente
notou-se que rapidamente revigoraram o
seu estado de vitalidade (ganhando uma
injeção de ânimo) e humor. 

• Outro ponto importante no que se refere


ao zinco é prestar atenção no
gerenciamento do estado de estresse
(pois viver estressado, “gasta” muito
desse microelemento, já que o corpo o
42
utiliza para manter a sua auto regulação e
estado de equilíbrio interno). Por isso,
além de saber gerir suas emoções, é
indispensável manter o nível elevado
desse micronutriente. 

• Falando do magnésio, esse elemento é


necessário em mais de 400 reações
químicas no corpo. Olha a importância
desse mineral para o organismo.

E que tal conhecer um pouco mais sobre o


outros microminerais?

43
• O fósforo, depois do cálcio (o mineral
mais abundante) é o micronutriente que o
organismo mais precisa - pois entra e
participa de muitas reações metabólicas;

• Para crianças com problemas de fala, uma


boa dose de selênio pode ajudar. Que tal
consumir 1 a 2 castanhas do Pará por dia?
Esse mineral é abundante em sua
composição e age diretamente no centro
da fala e comunicação.

Percebe porque precisamos de cerca de 90


elementos químicos para preservação e
manutenção da nossa saúde?

44
Cuidado com as toxinas:
Excesso de chumbo e
alumínio

• Um estudo realizado no RJ pelo médico Dr.


Helion Póvoa, analisou crianças em idade
escolar, identificando a partir de um fio
de cabelo - a quantidade de chumbo
presente no organismo dos pequenos. E
constatou que quanto maior a
quantidade de chumbo menos eles
retinham aprendizado. Passou assim a
45
realizar um tratamento com vitamina B1
para com todos - observando
rapidamente a diminuição (eliminação)
desse elemento, e consequentemente
melhorando a sua aprendizagem. 

• A dopamina auxilia no foco e ainda traz


maior estado de ânimo e alegria para o
seu dia.

Classificação dos
alimentos

46
• Alimentos biocidas “matam” a vida, pois
“matam” as bactérias do bem no
intestino. Quando consumidos em
excesso, parece que “nada acontece”,
mas na verdade é que seus efeitos no
organismo demoram mesmo a
“acontecer”. Isso porque o corpo tenta
sempre se regenerar até que chega a um
ponto limite (em que ele não aguenta
mais) e essa auto regeneração passa a
ser inexistente, dificultando o processo
de detox e depuração. Aí então é que a
doença se apresenta de fato. Mas, ela já
se “instalou” no corpo faz um tempo
(principalmente quando em sua mesa há
abundância de alimentos bioestáticos e
biocidas e ausência de biogênicos e
bioativos).

Ou seja, ou podemos dizer que os alimentos


podem ser classificados em curativos ( que
geram a vida) ou inflamatórios ( que adoecem
sua jornada). E por isso são considerados os
47
gatilhos da saúde como também os gatilhos
para o desenvolvimento de doenças crônicas
ou degenerativas (que infelizmente já se
manifestam inclusive em crianças), pois
inflamam o intestino e sistemas. Só para você
ter uma ideia, nos EUA, cerca de 50% das
crianças já possuem algum tipo de doença
crônica, o que de fato é gravíssimo. 

A “esperança” que nos faz enxergar uma luz


no fim do túnel é que sim podemos reverter
esse quadro danoso (em que nos colocamos,
conforme nossas escolhas e hábitos
enraizados em nosso estilo de vida), quando
passamos a refletir e mudar a nossa
alimentação e exercemos nosso autocuidado
com ferramentas positivas em cada área da
vida. Mas aqui fica um alerta: caso você não
reverta seus costumes e seu prato
permaneça com a presença desses mesmos
alimentos “que destroem” a vida (de forma
lenta e constante) e não colocar ali aqueles
que curam e geram a vida, possivelmente,
48
mais cedo ou mais tarde, perde-se muito em
expectativa e qualidade de vida.

Aí você me pergunta:

• O que são alimentos saudáveis?

• O que são alimentos inflamatórios?

Basicamente, Alimentos Saudáveis/


Curativos são aqueles que vieram do campo
à mesa - são orgânicos, frescos, naturais,
sazonais (da estação), da natureza, vivos, in
natura, ricos em compostos bioativos. 
49
Já os Alimentos Adoecedores/Inflamatórios,
em suma, são aqueles vindos dos pacotes
coloridos das prateleiras do mercado como
processados, refinados, industrializados,
ricos em açúcar, glúten ou aditivos químicos
(com o qual o corpo não identifica como
alimento), mas sim como toxinas que
precisam ser eliminadas - pois afetam a
harmonia sistêmica (e por isso inflamam
constantemente seu corpo). 

Vamos prestar atenção em como anda nosso


cardápio? 

Assim, podemos identificar os Alimentos


Curativos como aqueles que são
provenientes dos Reinos da Natureza, já que
saúde é sinônimo de uma nutrição composta
(principalmente) por todas as cores, como
indica essa tabelinha cromática:

50
Quer ter saúde, mantenha um arco-íris no
prato!

Mas fica tranquila, você não precisa comer


todas as cores, todos os dias, mas pelo
menos pratique constantemente a variedade
de alimentos no prato, porque além dos
benefícios contidos nas “cores” e seus
compostos, a diversidade de alimentos (e por
consequência de nutrientes) também traz
resultados positivos para órgãos específicos,
conforme seu formato. 

51
Percebe como é fácil entender o que a
natureza nos dá todos os dias para que haja
bem-estar em nossa rotina quando nos
conectamos a ela? 

Já os Alimentos Inflamatórios, como o


próprio nome já diz, geram inflamação que
ocasiona desordem nas funcionalidades
sistêmicas do organismo, originando
doenças, sinais e sintomas que precisam ser
corrigidos para que o corpo possa se
regenerar e acessar novamente seu estado
natural de saúde e vitalidade. 

Assim como “comer saúde” depende de uma


nutrição com alimentos de verdade e
curativos (biogênicos e bioativos), além de
incluir as cores e a natureza no prato, para
“evitar” a doença devemos nos afastar e
buscar eliminar os alimentos que na verdade
são produtos alimentícios inflamatórios
(bioestáticos e biocidas) que afetam
diretamente nosso metabolismo sistêmico
52
interior. Pois acredite, muito além da
inflamação (que é a origem de toda a
instalação da doença), esses alimentos ainda
trazem como desordem:

• Você sabia que muitas vezes quando a


dor de cabeça “chega” nada mais é do
que a falta de água? Porque dentro do
cérebro, temos 4 ventrículos que se
“enchem” de água a cada 8 horas (com
aproximadamente 150ml cada) para assim
limpar as toxinas ali presentes, através da
circulação desse líquido. E da onde ele
“retira” essa água? Do sangue é claro.
53
Com a falta de hidratação (que gera a
escassez de água no ambiente interno do
corpo) e portanto o cérebro não tem de
onde retirá-la, as meninges que o
englobam -  e que também são envoltas
em líquido acabam “secando”, se
“enrugam” gerando a dor. Então antes de
tomar qualquer remédio para dor de
cabeça, que tal apenas tomar um copo de
água? Hidratar evita ainda a intoxicação
(e sobrecarga do fígado) pelo uso
constante de medicamentos. Afinal,
acredite, doenças são simplesmente
intoxicações. 

• Açúcares em excesso (ou qualquer


alimento que se transforma em açúcar
como refinados, amidos e farináceos)
“destroem” as proteínas do corpo (todas
as proteínas do corpo sem exceção). 

• E como identificamos esse dano? Quando


fazemos exame de sangue, para saber a
54
quantidade de “açúcar” presente no
organismo, se deve a medição da
hemoglobina glicada, porque a
“destruição” das proteínas pela glicose
chama-se “glicação”. Assim, a
hemoglobina glicada indica quantas
células de sangue foram desnaturadas
(destruídas) nos últimos 3 meses. Porque
a glicação destrói as proteínas, como que
nem um ovo (fritou não tem como mais
voltar ao formato original). Então “glicou”
uma proteína, ela muda seu formato sem
retorno. E o nosso corpo é inteiramente
formado por proteínas (inclusive a mielina
que envolve os neurônios é lipoproteica).
Ao destruímos as proteínas a partir de
uma alimentação composta pelo excesso
de açúcar, aí surge o estopim para as
degenerações, inflamações crônicas e
consequentemente doenças. 

• Quando o excesso de açúcar presente no


prato passa a “destruir” a mielina dos
55
neurônios cerebrais,  passa também a
danificar o impulso nervoso que não tem
mais como “pular” e realizar as reações (a
transferência de informações passa a ser
comprometida), pois a “ponte” de ligação
entre eles não existe mais. O que causa
déficit de atenção, baixa concentração e
degeneração neuronal. 

• Além disso, o açúcar também


desmineraliza o organismo. Porque? O
sangue se mantém em estado de
"equilíbrio e harmonia” na realização de
seus processos, quando possui um Ph em
torno de 7.4. Agora sabe qual é o ph do
açúcar? Apenas 2. Ou seja, quando o
açúcar passa a circular na corrente
sanguínea é como se o sangue levasse a
“morte” para as células (devido a um ph
tão acidificante) ao invés de levar
nutrientes que as alcalinizam. Para evitar
essa “confusão” desarmônica, ele começa
a “puxar” nutrientes onde ele encontra no
56
corpo, retirando principalmente os
minerais essenciais (como cálcio,
magnésio e cromo) para que possa se
reestruturar e reequilibrar novamente seu
Ph. 

• Você sabia que para o açúcar ser


absorvido precisa da presença das
vitaminas do complexo B? E onde essas
vitaminas são realmente essenciais? São
indispensáveis ao bom funcionamento do
cérebro. Estudar, focar, aprender,
memorizar se torna muito mais difícil
quando há déficit dessas vitaminas, que
são então “desviadas” dessa rota para
auxiliar na metabolização do açúcar
presente na corrente sanguínea.

• Como possui um Ph muito baixo, o açúcar


se torna uma grande “vilão” porque
deprime constantemente o sistema
imune, deixando nossa defesa bastante
fragilizada.
57
• E ainda altera completamente a
microbiota do intestino, eliminando as
bactérias boas mantendo as ruins.

• Lembre-se: acúmulos, excessos e tônicas


constantes oferecidas ao organismo,
tendem a nos desequilibrar em algum
momento no nosso dia a dia, afetando
nosso sistema imunológico, “abrindo as
portas” para o desenvolvimento,
instalação e propagação das doenças
(principalmente quando há excessos de
alimentos inflamatórios no prato).

Afinal, o que é saúde?


Você já parou um pouquinho para encontrar
a definição desse conceito? Será que saúde é
apenas se sentir bem? Acredite, não é isso
que ela significa. Porque por mais que ainda
se pratique maus hábitos que prejudicam seu
estilo de vida e seu organismo, o corpo ainda

58
busca se regenerar (e se desintoxicar por si
só) e por isso, mesmo que a doença esteja
começando a se manifestar, você nem se dá
conta, pois ainda está se sentindo “bem”. 

Mas afinal o que é ter saúde de verdade?


Saúde signifi ca um estado perfeito e
completo de bem estar físico, mental,
emocional, energético e social que pode ser
infl uenciado por vários fatores internos e
externos e por isso sua defi nição vai muito
além de ausência de doença ou
enfermidades. É uma construção diária em
todos os níveis, em todos os ângulos, que
começa dentro de nós, fora de nós e ao
nosso redor. Do micro, ao macro, da sua
individualidade ao todo. E por isso representa
59
nosso estado natural de ser e de estar, um
fl uxo de energia vital de atenção interna às
nossas demandas, necessidades,
percepções e sensações. Onde todo seu
movimento nos permite perceber que somos
um ser único, integral e holístico! 

Por isso, precisamos estar atentas a cada


camada que nos compõem e em cada área
da roda da vida! Somente quando esse
equilíbrio se torna presente é que
encontramos a chave para um estado
positivo de viver! A Saúde representa uma
orquestra interna de construção diária que
pode ser traduzida como uma dinâmica que
une informação + prevenção e conexão
consigo mesma. Um bem estar em todos os
nichos e camadas resultando na expressão
do ser que leva a verdadeira transformação! 

Saúde é presença e resultado de suas


escolhas e de bons hábitos de estilo de
vida. É  adquirir consciência das demandas
60
do corpo físico, da frequência e vibração dos
seus pensamentos e emoções e do equilíbrio
de ações e comportamentos positivos que
refletem sua energia. Somos um organismo e
portanto, cada esfera que nos compõe
precisa estar em harmonia com o todo para
alcançarmos e vivermos em verdadeiro
estado de bem estar em saúde. Portanto,
saúde é você quem cria a cada dia,
realizando o que te faz bem! 

Então, saúde não é sentir-se bem, mas


praticar a saúde é o verdadeiro segredo para
mantê-la. Saúde é praticar saúde! Saúde é ter
um estilo de vida consciente e pleno onde se
pratica ferramentas de autoconhecimento e
autocuidado todos os dias.

61
A evolução e a
progressão das doenças
Como já dissemos, doenças são
consideradas intoxicações, pois essas se
manifestam quando o corpo não mais aciona
seu mecanismo de autocura e para de utilizar
os recursos internos para se regenerar e se
desintoxicar por si só, e ao invés dessa
limpeza, passa então a acumular os excessos
de toxinas que ficam alojadas dentro e fora
das células, e não são mais eliminadas -
porque o organismo chegou ao limite. 

Logo, o sistema imune se fragiliza e “abre as


portas” para que haja a instalação de
microorganismos patogênicos ou
inflamações começam a manifestar
diferentes sintomas instalando as desordens,
descompassos e desarmonias. Na verdade,
nesse ponto inicial é crucial nos darmos
conta dos primeiros sinais e sintomas que

62
surgem, para nos realinharmos internamente.
Pois, esses desconfortos se processam
apenas para sinalizar que é preciso realizar
novas escolhas e praticar informações
epigenéticas que se afinam a sua bio
individualidade em seu dia a dia. Somente
assim, a cada sinal emitido, e com a mudança
de hábitos, é que permitimos extinguir a
intoxicação recorrente, desintoxicar e
realinhar ao estado frequencial e natural que
nos vibra interiormente que é denominado
saúde. 

Caso não haja consciência de si, observação


do corpo, estado de presença e novas
escolhas, as doenças passam a “dominar o
sistema” e se instalam a partir dos maus
hábitos de vida e escolhas inconscientes que
levam consequentemente a construção dos
descompassos, desconfortos, dores e
doenças.

63
Logo, estudos indicam que a evolução da
doença decorre de 6 fases. As três primeiras
(excreção, reação e deposição) são aqueles
processos silenciosos onde ainda “não se
sente nada”, onde não há alterações
laboratoriais, apenas alguns sinais que não
nos damos conta em nosso dia a dia, que
indicam que algo não vai bem e que
precisamos corrigir a rota. São fases em que
você diz pra si mesma: “tenho uma boa
saúde, porque me sinto muito bem”. Mas, sem
mudanças e transformações no prato e em
nosso dia a dia, os excessos e tônicas
passam a se tornar crônicos, e então surgem
as três últimas fases (impregnação,
degeneração e desdiferenciação), onde a
doença já irrompeu. E agora precisamos dar
conta dessas sintomatologias, descobrir as
causas, desintoxicar e buscar novamente
regeneração que nos reconecta a nossa
qualidade de vida, saúde e bem-estar.

64
Assim, vamos analisar um pouquinho mais a
fundo esse processo?

• 1ª Fase (Excreção) - aqui ocorre o


mecanismo de desintoxicação natural do
organismo. Sintomas de desintoxicação
na verdade nem podem ser considerados
como sinônimos de doenças, mas sim de
saúde, pois são oportunidades que  o
corpo gera para poder eliminar - tirar
para fora- o que nos faz mal. Por isso, ao
contrário de inibí-los é preciso erradicar a
65
causa do problema e criar as condições
favoráveis a essa detox. Mas, se por
algum motivo, o corpo não consegue
eliminar suas toxinas, por métodos
naturais ou porque fora “bloqueado”
quando se ingere um comprimido,
entramos no segundo estágio da doença;

• 2ª Fase (Reação) - quando o corpo não


mais consegue eliminar as toxinas de
maneira natural e chega ao limite das
tentativas de regeneração por si só, o
organismo reage, forçando o corpo a se
desintoxicar. E a maneira mais abundante
de “causar essa reação” são as
infl amações - pois esses processos -
como a febre por exemplo, são tentativas
do sistema imunológico ainda auxiliar o
organismo a reagir, reequilibrar e
regenerar- afastando as toxinas e
restabelecendo a saúde. Mas, se por
algum motivo, essa intoxicação e
infl amação não for interrompida (por ser
66
ignorada ou tratada como algo
corriqueiro que se resolve com pílulas
mágicas - remediando ao invés de buscar
a verdadeira solução e cura) e as toxinas
ainda forem impedidas de serem
eliminadas, estas vão suprimir o sistema
imune “bloqueando” seu trabalho. E por
isso começamos um novo patamar na
evolução da doença;

• 3ª Fase (Deposição) - quando se chega


até aqui é porque mais uma vez não foi
possível eliminar as toxinas do ambiente
celular e sistêmico, porque passamos a
remediar constantemente o organismo
“inativando” o sistema imunológico. Logo,
esse excesso de toxicidade passa a ser
depositado na matriz extracelular
(cobrindo todo o invólucro externo das
células) ocasionando as primeiras
desordens interiores. Sabe porque?
Porque quem oferece a nutrição para o
ambiente interno celular é justamente
67
essa matriz ( afi nal o sangue traz os
nutrientes advindos dos alimentos até
essa matriz e ela então passa a nutrir
cada célula com o que ela precisa
durante esse ciclo). E ali essas toxinas
passam “um bom tempo” sem que
realmente a percebamos, e apenas vão
infl amando e intoxicando algum “lugar de
maior fragilidade” no corpo (seja um
tecido, um órgão, um sistema). Essa é a
origem da instalação das doenças
crônicas e degenerativas. É importante
salientar que nessa altura, as toxinas,
ainda estão “fora da célula” em seu meio
exterior.  Mas após começar a causar
danos externos (devido ao acúmulo de
“sujeira” na matriz extracelular) essas
toxicidades penetram no interior das
células ( o que chamamos de corte
biológico) e por isso inicia-se a 4ª fase.

68
• 4ª Fase (Impregnação) -  quando a toxina
passa então a  penetrar no interior
celular, essa interfere, danifi ca e acaba
por “destruir” a comunicação entre as
organelas afetando inclusive a auto
regeneração do corpo. Logo, o organismo
como um todo passa apenas a se
acostumar com a presença indesejável
dessas toxinas que afetam
constantemente sua harmonia funcional e
sistêmica.

• 5ª Fase (Degeneração) -  estando no


interior da célula, toda essa toxicidade
passa então a degenerar e afetar
completamente não somente o ambiente
celular, mas também os tecidos, órgãos e
sistemas (inclusive destruindo as
mitocôndrias celulares). Aqui muitas
alterações e danos já começam a
interferir na qualidade e no  estilo de vida.

69
• 6ª Fase (Desdiferenciação) - aqui ocorre
a fase “mais aguda” do processo da
evolução da doença. Pois as toxinas já
desorganizaram o ambiente interno e
externo da células que estruturam e
compõem o organismo, já afetaram seus
ciclos e organelas e passam agora a
penetrar no núcleo celular “destruindo o
DNA”, causando uma gama de alterações
e desequilíbrios severos a todo sistema
funcional do corpo.

Entende porque dizemos que a evolução e


instalação da doença não ocorre do dia pra
noite- mas sim essas intoxicações s
sintomatologias se desenvolvem lentamente e
muitas vezes até mesmo silenciosamente pela
não observação de escolhas, hábitos e estilo
de vida (que passam a permitir seu
desenvolvimento e evolução) atacando o
organismo ao nos “retirar” do habitat que nos
é natural, que é a saúde? 

70
Mas, a boa notícia é que SIM todo esse
quadro evolutivo pode ser revertido com
sucesso. Não é preciso seguir um “padrão
progressivo” quando falamos em doenças  (e
nem passar por todas as fases), mas sim
podemos alcançar um “patamar regressivo” -
estacionar a evolução da doença, desacelerar
seus mecanismos e reconectar a autocura
interna. E como isso se deve? Quando nos
permitimos mudar drasticamente nossos
hábitos e estilo de vida (principalmente a
nutrição realizada todos os dias) pois
somente assim podemos acionar novamente
a desintoxicação natural, a autoregulação
sistêmica, a regeneração celular (a matriz
extracelular demora cerca de 4 meses para
se regenerar por completo) e despertar
nosso poder de autocura. Simples, não é
mesmo? 

Agora, quando falamos não mais em evolução


mas chegamos ao estágio da progressão da
doença quando a inflamação começa a se
71
desenvolver - e por isso é considerada a base
inicial de cada desequilíbrio - podemos
colher mais alguns dados, para ficarmos
atentos quando se trata de saúde vs doença
e estarmos ainda mais atentas ao prato
nosso de cada dia.

Nas 3 primeiras fases dessa progressão,


podemos perceber que é muito comum os
exames de sangue permanecerem normais
(sem identificar alguma alteração), mesmo
que haja sinais e sintomas aparentes. Isso
72
porque apesar de alguns descompassos
insistirem em aparecer (as primeiras toxinas
já causam alguma lentificação das funções).
Olha como tudo se encaixa e se processa:

• Na primeira fase da doença, o organismo


ainda está utilizando a sua reserva
interna de nutrientes (o sangue busca
uma maneira de manter seu PH sempre
em equilíbrio e quando há uma nutrição
deficiente, que o abasteça, esse passa a
buscar em nossas reservas e estoques a
nutrição para se auto regenerar). Por isso
aqui ainda não há sintomas clínicos. 

• Na segunda fase continuam os mesmos


processos causados pelas toxinas -
lentificação das funções internas, exames
laboratoriais sem alterações, o corpo
continua buscando sua
autorregularização - consumindo suas
reservas internas de nutrientes para
realizar esse processo de detox e
73
expulsão de toxinas para não afetar mais
seu sistema. Mas, muitas vezes, alguns
sinais e sintomas começam a “acender”
alguns alertas para que possamos
corrigir alguns processos e hábitos;

• Na terceira fase, ainda há lentificação


das funcionalidades internas e pequenas
reações do organismo se processam em
alguns momentos. Mas ainda com exames
“parecendo normais”. Só que agora, existe
um porém, o corpo não mais encontra
reservas internas de nutrientes e passa a
consumir suas reservas externas
também, surgindo assim os sintomas e
desequilíbrios em órgãos afins;

• Já na quarta fase, quando as toxinas não


mais afetam apenas a matriz extracelular,
mas também passam ao interior das
células - não há mais somente
lentificações nas funções como também
nas reações químicas e metabólicas - já
74
que começam a desordenar as organelas
celulares (que ainda são reversíveis a
curto prazo). Os exames aparecem
levemente alterados o que indica que o
estilo de vida seguido é dissonante da
sua verdadeira natureza e está, portanto,
prejudicando os processos sistêmicos e
funcionais do corpo. Aqui o organismo
passa a consumir também a reserva
sanguínea de nutrientes para tentar
“sobreviver”, sem maiores danos - onde a
doença ainda é considerada curável;

• Na quinta fase - algumas lesões celulares


tornam-se irreversíveis, os exames
passam a aparecer muito alterados, a
uma grande exaustão metabólica e
sistêmica, e a doença causada por toda
essa toxicidades presente (construída
por escolhas inconscientes, maus hábitos
do estilo de vida, conflitos emocionais,
baixa qualidade de pensamentos e

75
predisposição genética) talvez chegue ao
ponto de se tornar “incurável”.

Mas, ainda assim, reafirmo, quando aplicamos


e praticamos uma mudança de hábito e
passamos a realizar escolhas mais
conscientes com ferramentas de
autocuidado em nosso dia a dia há a
possibilidade diária de sim reverter esse
quadro degenerativo e novamente acionar a
autocura e retomar a manutenção da saúde e
bem-estar em nossa rotina, perante nossa
roda da vida. 

Percebe como bons hábitos e escolhas


conscientes são a verdadeira chave que
possibilita afastar o gatilho de inflamação do
corpo e desencadear a instalação, evolução e
progressão da doença? Ficar atenta ao estilo
de vida é o primeiro ponto para cuidar de sua
saúde verdadeiramente (e a saúde precisa
ser construída e cuidada todos os dias).

76
Relação da microbiota na
saúde ou doença
Você sabia que um intestino saudável
significa mais saúde em seu dia a dia? Sim, a
composição da nossa microbiota é
fundamental quando queremos manter
resultados positivos ao nos sentirmos bem
todos os dias.

Afinal, quando essa é composta por bactérias


do bem, essa microbiota auxilia na boa e

77
eficaz absorção dos alimentos, fortalece o
sistema imunológico (protegendo contra a
invasão de microorganismos causadores de
doença), mantém a integridade da mucosa
intestinal, ajuda na formação da vitamina B12
e K e ainda possibilita a “criação” de mais de
40 neurotransmissores cerebrais, 90% da
serotonina e 50% da dopamina no corpo
(auxiliando em nossa energia, ânimo,
vitalidade e bem-estar). 

Tudo isso é feito no intestino - não à toa é


chamado de 2º cérebro, não é verdade? 

Mas, é importante lembrar que assim como


nesse “enorme tubo” onde tantas reações
acontecem, habitam essas boas bactérias, lá
também existem aquelas que chamamos de
“em cima do muro” (as bactérias neutras)
pois essas podem se transformar em “do
bem e do mal” conforme aquilo que comemos
diariamente. 

78
Logo, se comemos do “campo à mesa" nos
alimentando diretamente da natureza, essas
bactérias neutras vão fortalecer o “time” das
bactérias benéficas (aumentando seu
número e sua população). Mas, se o prato é
feito de produtos alimentícios apenas
favorecemos as bactérias ruins, e portanto,
as bactérias neutras passam a auxiliar o
“time” das bactérias “maléficas”. 

Percebe o quanto nossas bactérias interagem


e interferem em nosso funcionamento
sistêmico? E tem mais - como seres “alimento-
dependentes” que são, a maneira que
construímos nosso prato diário também
interfere nesse habitat - e por isso esses
microorganismos que “moram” dentro de
nós, realizam mais saúde ou permitem a
instalação da doença.

Cabe aqui então citar uma curiosidade


marcante sobre a "importância"  relacionada
a nossa microbiota. Um estudo realizado pela
79
Universidade Federal de Pelotas (UFPelotas)
pelo Dr. Cesar Victora - epidemiologista
(voltado ao seu trabalho sobre amamentação 
e nutrição infantil) nos mostra que os 1.000
primeiros dias (ou seja os 3 primeiros anos)
são determinantes no desenvolvimento e
aprimoramento da criança nos mais diversos
acontecimentos e para a sua evolução
constante na sua fase adulta. 

E como já vimos, qual é o pilar mais


importante durante todo esse processo de
“fortalecer” a nossa verdadeira natureza
interna diante das experiências da vida? Sem
dúvida a alimentação assume grande papel
em toda nossa história e em cada ciclo da
vida. Por isso repito: devemos cuidar
constantemente da construção do prato,
pois não podemos fornecer “qualquer coisa”
ao corpo, mas sim ofertar a ele o melhor
combustível - os melhores nutrientes para a
sua formação e amadurecimento. Essa será a

80
base determinante para toda a vida, da
criança a melhor idade. 

Por isso, é importante lembrar aqui que


somos natureza e portanto, devemos realizar
uma nutrição afim com alimentos naturais e
curadores e “fugir” cada vez mais de falsos
alimentos e alimentos inflamatórios que nada
mais são do que apenas produtos
alimentícios que o corpo não reconhece e
não identifica como forma de nutrição (e por
esse motivo apenas inflama nosso ambiente
celular). Como não há “afinidade” esses são
reconhecidos como toxinas, impactando
totalmente a microbiota que nos habita ao
inflamar sua morada (o intestino). 

Outro ponto muito importante que não


podemos esquecer quando falamos em
intestino é que ali habitam mais
“bactérias” (em nosso trato digestório) do
que até mesmo temos de células no corpo.
Entende a importância de cuidar bem disso e
81
favorecer as bactérias do bem, oferecendo
uma boa alimentação para si e para elas ao
longo da sua rotina e jornada da vida? 

São as boas bactérias que nos dão energia,


imunidade, bom humor, foco, vitalidade e
disposição. Não se esqueça disso! 

E tem mais, como seres alimento


dependentes que são, aqui vale salientar que:
se você tem vontade de comer “pepino” é
porque tem o costume de seguir uma dieta
plant based e ter a presença constante da
natureza e do reino vegetal em seu prato.
Mas, se a vontade que te domina é comer
“muito bolo” será exatamente isso que seu
corpo irá te pedir ao longo do dia. Sabe
porque? Porque suas bactérias buscam a
sobrevivência constante. E conforme é a
construção da sua alimentação diária e do
que está presente em seu prato, também
será a nutrição delas.

82
Reflita um pouquinho sobre isso: 

O que seu corpo está pedindo para você no


seu dia a dia? 

Outro detalhe, busque ao máximo utilizar em


seu dia a dia, em suas refeições, os
alimentos orgânicos, pois além de todo
cuidado com a natureza e respeito ao meio
ambiente e ao agricultor que esse modo de
produção natural proporciona, muitos
estudos já demonstram que os agrotóxicos
são neurotóxicos (e portanto afetam
diretamente o sistema nervoso do corpo, que
83
é responsável por todos os seus comandos),
trazendo por isso inúmeras desvantagens as
suas funcionalidades sistêmicas,
complicações de desenvolvimento e
problemas cognitivos. O aumento do
glifosato, por exemplo, já vem causando a
progressão de anomalias, tanto para o ser
humano como para os animais silvestres.
Triste não? 

Muitas vezes, sua presença residual


constante no alimento - pode inclusive
induzir a demências, autismo, TDHA… ou seja,
afetando diretamente o cérebro, justamente
por inibir a acetilcolina (o neurotransmissor
celular) que gera a ponte entre os impulsos
nervosos dos neurônios, prejudicando então
a atenção, concentração, aprendizagem e
memória.

Percebe o quanto temos que CUIDAR BEM do


que ingerimos e como construímos a nossa
nutrição diária?
84
Nutrição: saúde vs
doença
Posto tudo o que vimos até agora, posso
afirmar que o verdadeiro alimento precisa
NUTRIR (ser composto de bons nutrientes e
não recheado de calorias vazias) e
principalmente ser ATÓXICO (livre o máximo
possível de toxinas que inflama e prejudicam
as funcionalidades sistêmicas internas e
celulares do organismo). Somente assim
podemos garantir uma nutrição de verdade.

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E porque observar essas duas características
é essencial? 

Pois as doenças são causadas


principalmente por três pontos principais
(que formam o verdadeiro “combo” que leva o
corpo ao desequilíbrio (afetando cada
camada que o compõem). Isso é:

• Desnutrição - quando há défi cit de


nutrientes e compostos bioativos no
prato;

• Toxicidade - excesso de toxina presente


na estrutura biológica e química do
alimento;

• Conflitos Emocionais - não sei se você


sabe, mas as emoções são “viscerais”, sim
elas são sentidas primariamente nas
“vísceras" - na região do plexo solar -
nosso 3º chakra, para então iniciar seu
percurso de registro informacional no
cérebro. Assim, quando não “digerimos”
86
bem alguma emoção, ou não a
gerenciamos com consciência e
presença, essa “energia” que
experimentamos diante os
acontecimentos e/ou memórias
registradas que nos chegam pelos 5
sentidos, essa sensação se aloja onde há
maior ressonância com a sua frequência.
Deste modo, quando a emoção é
desencadeada após ser sentida perante
as experiências do mundo, ela primeiro se
“refl ete” no “órgão responsável” por esse
“acúmulo emocional” que reverbera em
nós para depois ser processada no
cérebro e lá ser transformada em
pensamento e sentimento nos fazendo
entender o que estamos sentindo e
processando, como agimos e reagimos a
algo que está ao nosso redor.

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• Conflitos Emocionais - não sei se você
sabe, mas as emoções são “viscerais”, sim
elas são sentidas primariamente nas
“vísceras" - na região do plexo solar -
nosso 3º chakra, para então iniciar seu
percurso de registro informacional no
cérebro. Assim, quando não “digerimos”
bem alguma emoção, ou não a
gerenciamos com consciência e
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presença, essa “energia” que
experimentamos diante os
acontecimentos e/ou memórias
registradas que nos chegam pelos 5
sentidos, essa sensação se aloja onde há
maior ressonância com a sua frequência.
Deste modo, quando a emoção é
desencadeada após ser sentida perante
as experiências do mundo, ela primeiro se
“refl ete” no “órgão responsável” por esse
“acúmulo emocional” que reverbera em
nós para depois ser processada no
cérebro e lá ser transformada em
pensamento e sentimento nos fazendo
entender o que estamos sentindo e
processando, como agimos e reagimos a
algo que está ao nosso redor.

Logo, se você sente determinada emoção


constantemente, sem observar e aplicar o
autoconhecimento como ferramenta de
autocuidado, essas passam também a ser
uma “interferência” que pode vir a afetar
89
fisicamente o órgão correspondente a ela
(onde ela se aloja para ser processada e
ressignificada). Acredite, excessos
emocionais também precisam passar por
uma detox da mente e do campo emocional.
Sem esse “reset” as emoções também nos
adoecem. 

Pense um pouquinho então como você vem


alimentando as suas relações e emoções
sentidas e vividas diariamente. Observe a si
mesma e passe a trabalhar/cuidar das suas
emoções assim como você cuida do prato,
pois nosso corpo se nutre a partir de todas
informações que nos chegam pelos 5 portais
dos sentidos alimentando com bem-estar e
saúde (ou doença) cada célula, camada e
sistema que nos constitui. 

Por isso não se esqueça se você deseja a


manutenção da saúde passe a CRIAR UM
ESTILO DE VIDA CONSCIENTE, VITALIZANTE E
POSITIVO, pois esse é o ponto chave e
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essencial para manter sua energia vital
elevada e bem protegida. 

Sim, acredite! Muitos estudos já demonstram


que a influência da Genética sobre a saúde 
ou doença, passada de geração a geração
conforme a nossa ancestralidade
“memorizada” em nosso DNA celular, se
delimita apenas a 20% nessa expressão
(saúde x doença). Enquanto que as suas
escolhas, seu sistema de crenças, seus
hábitos realizados que compõem seu estilo
de vida e formatam os pilares que “moldam” a
sua rotina, a “tal” Epigenética - é que de fato
são considerados os fatores predominantes
nessa equação saúde x doença. Sim, pois
essa “orquestra” se bem administrada em
nosso dia a dia influencia, nada mais nada
menos do que 80% da sua expressão de
bem-estar ou adoecimento. 

Logo, 20% dos “botões” acionados na


“biblioteca de informações” do seu DNA
91
corresponde a sua "herança genética”,
sendo que a sua ancestralidade pode ser
prejudicada ou aprimorada de acordo com as
escolhas diárias realizadas em cada área da
roda da vida. Ao passo que 80% dos
“botões” que você “liga ou desliga” nessa
mesma biblioteca informacional do seu
código genético, são de fato seus hábitos,
o seu “meio ambiente” e o estilo de vida
adquiridos nessa jornada. 

Portanto, como você planeja e organiza o seu


“modo de vida e de viver” e realiza a sua
rotina pode te levar apenas a dois caminhos:
ou mantém a sua saúde ativa, plena e
vitalizada (que é o habitat natural do seu
corpo e de suas camadas) podendo inclusive
prevenir descompassos mesmos aqueles já
pré disponíveis em sua genética; ou então
remediar e adoecer constantemente o seu
corpo por não “despertar” para o
autocuidado e consciência de si. 

92
Isso porque, o DNA que se localiza no núcleo
celular, que representa o material genético
que contém todas as informações genéticas
passadas pelos seus pais e ancestrais e
epigenéticas que você adquire e realiza
conforme as experiências vividas e sentidas,
pode ser influenciado conforme os “botões
que acionamos” ligamos e desligamos em
nossa rotina. 

Ou seja, conforme nosso estilo de vida,


nossas escolhas, hábitos realizados,
emoções sentidas, nutrição consciente e em
equilíbrio, frequência dos pensamentos,
relações trocadas, comunicação expressa,
memórias e colheitas realizadas no mundo
pelos 5 sentidos: ou acionamos a saúde,
vitalidade, plenitude, longevidade e bem-
estar, ou acionamos a dor, a desarmonia, o
descompasso funcional e a doença (seja
aquelas já pré-existentes na família ou
aquelas adquiridas e criadas por escolhas
inconscientes e incoerentes da nossa rotina).
93
Ou passamos a nos conectar a nossa
verdadeira natureza e unicidade que nos
leva ao caminho do propósito e realização
ou nos desconectamos de nós mesmas
passando para as futuras gerações os
nossos “conflitos internos”. 

E o que influencia esse mecanismo que “ativa


botões específicos” em seu DNA?

Com toda certeza a sua NUTRIÇÃO! Uma


dieta viva, crua, plant based, orgânica,
fresca, da estação, do campo à mesa faz
você “apertar” os “botões” da saúde. Já
quanto mais produtos alimentícios ou de
origem animal, refinados, processados,
cheios de aditivos, excessos de açúcar,
gorduras trans, glúten, corantes,
conservantes, e ainda contaminados por
agrotóxicos, mais você apertará os “botões”
da doença.

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Aliás, você sabia que nos EUA foi feita uma
pesquisa para quantificar em números e
assim se tornar bem visual esse “binômio”
Saúde X Doença? E o resultado fora o
seguinte: Enquanto que manter hábitos
positivos e uma alimentação saudável e
curativa o valor em média girava em torno de
$1000 dólares ao ano, para remediar o
estado de doença (causada por toxinas,
alimentos inflamatórios e dores emocionais
não ressignificadas) essa conta chegava a ter
um preço de até $7000 dólares ao ano.
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Impactante né? Realmente a saúde não se
compra e não há remédio que seja a solução
pra desarmonia (pois só resolve sintoma, sem
corrigir a causa, deixando ainda inúmeros
efeitos colaterais pelo caminho). 

Em nosso DNA há o registro de todas as


nossas informações - nele contém tudo. 

Portanto, ali está também a informação da


doença ou da saúde esperando ser acionada
em sua biblioteca interna celular. Tudo
dependerá dos botões que você vai ligar ou
desligar de acordo com seu estilo de vida e
rotina. Aqui cabe apenas a sua decisão e
escolha!

Qual caminho você quer acionar em seu DNA


e das suas futuras gerações? A saúde ou a
doença? E tudo começa a ser construído já
na primeira infância com mais harmonia
quando a nutrição se torna consciente, pura,
rica, curativa e bem equilibrada.

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Lembrete de Vitalidade

A natureza por si só é benéfica e suficiente! E


daqui brota a sua verdadeira qualidade de
vida!

Lembre-se: tudo começa a partir da sua


nutrição!
97
Leitura Vitalizante
• Déficit de Atenção tem Solução, de Carin
Primavesi Silveira
  

98
Obrigada!

99

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