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ÚLTIMO GRITO

Voar pensamento,

Sentindo a leveza do tempo

E o fresco orvalho do novo.

Te ver ainda sem asas

Pensando em voar...

Desprender do lodo marasmo

Aqueles acostumados,

Com a rotina que segue:

Triste, monótona,

Prêmio de consolação aos covardes.

Tentar encontrar aceitação:

Nas meias palavras,

Na quase promessa,

Na cumplicidade

De ser compreendido.

Mas saber que no fundo

É tudo ilusão.

Que para cada quase pássaro

Tentando alcançar voo,

Mais abutres virão!

Dizendo o certo e fazendo ficar,

Chorando mansamente

Sua ingênua fraqueza.

Saber que as palavras

Que se quer ouvir,

Somente na imaginação

Ou nas músicas será cantada.


As asas molhadas não cantam,

Não voam, não são poemas.

Despertar oportunidades

E vê-las naufragar:

Na banalidade, no trivial,

No cotidiano, tal corda

Balançando no precipício.

Acostumado que está

Em se proteger,

Do que jamais acontecerá.

Facilmente congelado

Pela inércia ordinária.

O tempo de se arriscar

Terminou com a infância,

A vida repetindo a média,

O fracasso calculado

No lugar da vitória incerta.

Um último grito que pare:

Os gestos premeditados e

O medo do que os outros acham.

A última chance de fazer história!

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