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O artigo seguinte
ensina como levar essas crianças tão seletivas a comer! O link é esse:
http://www.tacanow.com/Picky_Kids_Eat.htm
Quando as crianças têm uma alimentação saudável elas dormem melhor, têm
comportamentos mais aceitáveis, fezes normais e melhoram sua perfomance! Nosso
objetivo é fazer escolhas de alimentos gostosos para nossos filhos e ajuda-los a
aumentar seu cardápio com essas escolhas gostosas.
O autismo afeta cada criança de forma peculiar. Em algumas crianças com autismo os
problemas sensoriais podem tornar a introdução de novos e saudáveis alimentos muito
difícil, tanto para os pais quanto para os profissionais. É muito complicado introduzir
alterações interessantes para crianças que gostam da rotina e da mesmice, mesmo em
relação ao alimento que comem todo dia. A sensibilidade oral pode tornar essa situação
ainda mais difícil.
Na minha família a batalha pela alimentação saudável não foi diferente. Bajulação,
aviãozinho, dança de colheres, apresentação criativa da comida, ameaçar ficar sem
comida, amigos comendo os alimentos saudáveis, pais comendo os alimentos
saudáveis, mais bajulação e dança de colheres, não motivaram meu filho autista Jeff a
comer alimentos novos e saudáveis. O “só mais um pouquinho” era mais uma piada
para ele do que um plano de ação remotamente eficiente. Ele foi a criança mais
astuciosa que encontrei com o propósito de não fazer mudanças, e relutante em ceder
a qualquer de nossos esforços. Quando ele ia comer, a última coisa no mundo que ele
queria ver, era variação nas refeições. Para mim era uma frustração constante. Cada
passo na estrada para levar Jeff a comer um novo alimento era uma nova derrota para
a mamãe.
Eu sabia que deveria existir um outro caminho. Para manter a saúde de meu filho eu
deveria descobri-lo. Para encontrar a solução, primeiro precisava ver o que tinha
acontecido anteriormente.
No início nosso filho Jeff comia tudo o que se colocasse na bandeja de seu cadeirão. Ele
era uma criança que se alimentava de forma saudável. Comida era comida, e toda
comida era sua amiga. Perto dos 2 anos Jeff estava restrito a somente 6 tipos de
alimentos – todos muito pouco saudáveis, incluindo batata frita, sanduíche de pasta de
amendoim, barras de leite, nuggets de frango do Burger King, e meio galão de leite por
dia. Nada remotamente parecido com alimentação saudável passava por seus lábios. Era
uma criança repleta de carboidratos, amante de leite e comedora de açúcar. Mesmo um
pai estressado com uma criança chorando, faminta, percebe que algo está errado. O que
será que aconteceu?
Jeff foi diagnosticado como autista uns 6 meses após sua alimentação tornar-se muito
restrita, nos dando algumas pistas do motivo pelo qual estávamos tendo tanta
dificuldade. Após muita pesquisa, com base nos programas comportamentais
domésticos, as terapias ocupacional e da fala tiveram início. Também iniciamos uma
intervenção biomédica visando melhorar sua saúde. Dentro desse plano de intervenção
constava a implementação da dieta sem glutem/sem caseína. Também eliminamos os
corantes, e só oferecíamos alimentos orgânicos para Jeff.
Após a introdução da dieta SGSC, em Janeiro de 2000, estávamos aptos a mudar sua
dieta e introduzir de forma camuflada certos nutrientes em mini-refeições de pão
( refeições sempre orgânicas), cookies, e o sempre versátil muffin. Saíram os nuggets do
Burger King, e vários outros alimentos pouco saudáveis e entraram os alimentos mais
nutritivos e orgânicos.Demorou vários meses mas a mamãe finalmente prevaleceu!
Finalmente! Uma vitória!
Para a introdução de novos alimentos voltar à dança e bajulação não traria proveito. O
“só mais um pouquinho” encontrava uma face infantil inexpressiva. Aparecia um novo
problema – sensibilidade oral. Jeff tinha tanta sensibilidade à comidas, sabores e
texturas que, se você comesse certos alimentos ao seu lado ele teria náuseas. O cheiro, a
textura da comida, a proximidade da comida, era demais para ele suportar. Hora de
tentar algo novo ... novamente.
Começamos com uma lista dos alimentos que eu queria que ele comesse. A lista incluía
itens como: ervilha, milho, melancia, banana, pêra, molho de maçã, e frutas secas.
Para induzir a aceitação de Jeff às novas comidas tivemos que introduzi-las
paulatinamente em seu ambiente. Foi um processo doloroso , que levou a bons
resultados.
Iniciamos o longo caminho para levar Jeff a aceitar outros alimentos seguindo esses
passos:
Você come o alimento perto da criança e fala: “ essa __________ está deliciosa”. ( é
importante que você esteja certo da atenção e observação da criança enquanto você está
comendo o novo alimento).
Nas terapias em casa, na escola, e no tempo livre, os terapeutas/pais, devem pegar uma
figura do alimento que se deseja que a criança coma e falar a respeito dele. Façam
exercícios , vejam alimentos da mesma categoria. Passamos das figuras para uma
banana inteira e outras frutas em sua terapia e fizemos brincadeiras.
O grande passo: colocamos o alimento no prato da criança. Ela não comerá o alimento.
Mas deve permitir que a comida fique em seu prato. Diga ao seu filho “você não tem
que comer o _______. Só tem que deixa-lo em seu prato durante sua refeição”.
Agora estamos nos movendo: ponha o alimento no prato da criança e durante a refeição
ela precisa PEGA-LO E ENCOSTA-LO EM SEUS LABIOS. Diga ao seu filho
Algumas crianças evitam alimentos pelos quais são muito alérgicas. Se você perceber
que isso pode ser um problema recomendamos a execução de exames para verificação
de alergias em seu filho. Entretanto, em muitas crianças, a rejeição de alimentos deve-se
a causas comportamentais e alterações sensoriais.
Ao fim de 6 meses, tínhamos o Jeff comendo uma nova lista de alimentos saudáveis,
incluindo hamburger orgânico, e variações saudáveis de nuggets, e muitas frutas e
verduras, com sua aparência comum! Não sei se o Jeff conseguiu, ele próprio, ou se as
terapias o induziram a isso, não importa, mas ele está comendo uma variedade de
alimentos saudáveis.
Agora comer fora de casa, desde que mantendo a dieta SGSC, é possível e agradável.
Atualmente ele tem restaurantes prediletos, pode ir às reuniões familiares ( com uma
pequena informação aos familiares sobre as restrições da dieta de Jeff), e a mamãe pode
ter um descanso da cozinha.