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Cartilha de cuidados

multiprofissionais na
Doença de Parkinson
Cartilha de cuidados
multiprofissionais na
Doença de Parkinson

Rio de Janeiro
2019
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC)

profissional coordenador

Fisioterapeuta Prof ª Vera Lúcia Santos de Britto, MSc

profissionais colaboradores

Fisioterapeuta Prof° Clynton Lourenço Corrêa, PhD


Terapeuta Ocupacional Profa Carolina Rebellato, PhD
Médico Neurologista Luiz Felipe Rocha Vasconcellos, PhD
Médico Neurologista Profª Marleide da Mota Gomes, PhD
Neuropsicóloga Profª Cristina Maria Duarte Wigg, MSc
Nutricionista Eliana Alfenas Nogueira Milagres, MSc
Fonoaudióloga Ana Ruas, MSc
Psicóloga Karla Soares Pereira Valviesse, PhD
Assistente Social Vânia Dias de Oliveira, MSc
Enfermeira Profª Maria Luiza de Oliveira Teixeira, PhD
Enfermeira Profª Elen Martins da Silva Castelo Branco, PhD
Residente do Serviço Social da Turma Multiprofissional do
HUCFF Letícia Oliveira
Residente do Serviço Social da Turma Multiprofissional do
HUCFF Cleonice Viegas
Residente da Terapia Ocupacional da Turma Multiprofissional
do HUCFF Marja Vilhena
Acadêmica de Fisioterapia da UFRJ Tamiris Neves Ferreira
Acadêmico de Psicologia da UFRJ Diego Pinheiro Sanzana
Acadêmico de Psicologia da UFRJ Pedro Henrique Muniz de
Araújo
Acadêmica de Psicologia da UFRJ Juliany Pereira Espirito Santo
sumário

o que é parkinson?, 7

Características e diagnóstico da Doença de Parkinson, 7


Tratamento da Doença de Parkinson, 8

nutrição, 9

Causas dos distúrbios nutricionais na Doença de Parkinson, 9


Alimentação saudável e equilibrada, 9
Orientações básicas para obtenção de uma alimentação saudável e equilibrada, 10
Interação entre proteína x medicamento que contém L-dopa, 11
Cuidados importantes, 11
Relação entre a vitamina B6 (piridoxina) x medicamento (L-Dopa), 11
Constipação intestinal, 12

fonoaudiologia, 13

Como o fonoaudiólogo pode atuar no paciente com Parkinson?, 13


Fala e voz, 13
Deglutição, 14
Exercícios, 15

fisioterapia , 17
terapia ocupacional, 25
O que trata a terapia ocupacional?, 25
Como o terapeuta ocupacional pode atuar com a pessoa com Parkinson? , 25
Atividades da vida diária (AVDS) , 25
Vestuário , 26
Alimentação, 27
Banho, higiene pessoal e autocuidado, 27
Atividades instrumentais de vida diária (AIVDS), 28
Pisos, 29
Tapetes, telefones e móveis, 29
Iluminação, 30

neuropsicologia , 32

enfermagem, 37

Cuidando da pele, 37
O que fazer para prevenir o aparecimento da úlcera por pressão?, 39
Tratamento das úlceras por pressão, 40
Orientações sobre a incontinência urinária, 40

psicologia, 43

A importância de ser pessoa, 43


Sintomas, 44

neurologia, 46
Transtornos do sono de pessoas com Doença de Parkinson, 46
Grupos de sintomas, 47
Sonolência excessiva diurna, 47
Insônia e baixa qualidade de sono, 48
Movimentos e comportamentos anormais relacionados ao sono, 49
Alucinações e transtornos de comportamento, 50
Transtornos respiratórios , 50
Diagnóstico, 50
Terapias, 51
Dicas para um melhor sono, 52

serviço social , 55

Profissão, 55
Direitos dos usuários portadores de Parkinson, 55
1) Saque do FGTS , 55
2) Saque do PIS (Programa de Integração Social) e PASEP (Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público) , 56
3) Isenção de Imposto de Renda na Aposentadoria, 57
4) Isenção de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana) , 57
5) Auxílio Doença , 58
6) Aposentadoria por Invalidez , 58
7) Benefício de Prestação Continuada (BPC) , 59
8) Isenção de tarifas de transporte urbano coletivo , 59
9) Acesso gratuito a medicamentos, 61
10) Atendimento Domiciliar, 61

maiores informações sobre a doença de parkinson, 62

fonte das imagens, 63


Referências Bibliográficas, 63
Contatos do coordenador e dos colaboradores, 68
Profissional coordenador, 68
Profissionais colaboradores, 68
o que é parkinson?

Parkinsonismo é um termo genérico que inclui várias doenças, den-


tre elas a Doença de Parkinson (DP). A DP é uma doença degenera-
tiva do sistema nervoso, que se caracteriza pela morte de neurônios
que produzem uma substância chamada dopamina.
A DP é a causa mais comum de Parkinsonismo, corresponden-
do a 60-70% dos casos. Estima-se que a prevalência mundial possa
variar de 10 a 405 casos em cada 100 mil habitantes. No Brasil,
foi realizado um estudo com indivíduos acima de 63 anos e 7,2%
das pessoas avaliadas apresentavam síndrome parkinsoniana, sendo
a DP a mais comum.

características e diagnóstico
da doença de parkinson

A idade de início dos sintomas em geral ocorre após os 60 anos,


podendo ocorrer em indivíduos mais jovens (Doença de Parkinson
(DP) de início precoce e juvenil). O diagnóstico se baseia na história
relatada pelo paciente e no exame físico que o médico realiza, no
qual se observa a presença de tremor de repouso, rigidez, lentifi-
cação dos movimentos e alteração do ajuste postural. Mas não é
necessária a presença de todos estes sintomas para o diagnóstico.
Importante ressaltar que nem todo paciente com DP tem tremor e
nem todo indivíduo com tremor tem Parksinson.
Existem ainda os chamados sintomas não motores relacionados
à doença que estão presentes em todas as fases da doença, inclusive
8 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

antes da manifestação dos sintomas motores. Por exemplo: redução


do olfato, alterações de sono e humor, constipação e, mais tardia-
mente, problemas de memória.

tratamento da doença de parkinson

Em relação ao tratamento medicamentoso, o objetivo principal é


aumentar a quantidade de dopamina no sistema nervoso. As prin-
cipais medicações utilizadas no nosso meio para controle dos sinto-
mas são:
A maioria dos pacientes com Doença de Parkinson (DP) res-
pondem muito bem ao tratamento medicamentoso, obtendo con-
trole satisfatório dos sintomas, conseguindo exercer suas atividades
de forma independente. Para isto, é fundamental aderir ao trata-
mento, ou seja, o paciente deve comparecer às consultas, seguir
criteriosamente a prescrição (respeitar horários e doses) e realizar
reabilitação (ver abaixo).
Alguns dos medicamentos mencionados podem resultar em
efeitos colaterais, que são geralmente transitórios. O aumento da
dose do medicamento até uma dose eficaz deve ser realizado de for-
ma lenta para reduzir a ocorrência destes efeitos colaterais.
O tratamento cirúrgico só é aconselhado em casos seleciona-
dos, devendo ser indicado pelo médico neurologista e realizado pelo
neurocirurgião, ambos com experiência no tratamento de pacientes
com Parkinson. Importante ressaltar que o procedimento cirúrgico
não resulta em cura, não é indicado para tratamento de todos os
sintomas da doença e não proporciona a interrupção do uso dos
medicamentos.
nutrição

causas dos distúrbios nutricionais


na doença de parkinson

Diversas são as causas, mas podemos destacar:

• Presença de disfagia (dificuldade de engolir);


• Dificuldade de mastigação;
• Efeitos adversos de alguns medicamentos utilizados, tais
como falta de apetite, intolerância digestiva, sensação de
gosto amargo, constipação intestinal, entre outros.

Estes fatores podem piorar o estado nutricional do indivíduo


e com isso ter repercussão negativa na doença. Dessa forma, o cui-
dado com a alimentação saudável e equilibrada deverá ser o mais
precoce possível para melhor a qualidade de vida e o estado clínico
e nutricional do indivíduo.

alimentação saudável e equilibrada

É composta por nutrientes presentes nos alimentos como proteínas,


vitaminas, minerais, gorduras, carboidratos e fibras.
10 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Orientações básicas para obtenção de uma


alimentação saudável e equilibrada

• Aumentar o consumo de cereais integrais, hortaliças e


frutas;
• Variar os alimentos o máximo possível;
• Ter uma alimentação colorida;
• Consumir todos os nutrientes presentes nos alimentos bem
como a combinação deles nas diversas refeições distribuídas
ao longo do dia;
• Usar preferencialmente os alimentos da estação. São mais
baratos e contêm uma quantidade menor de produtos
químicos;
• Consumir pelo menos oito copos de água por dia;
• Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantida-
des ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias;
• Evitar frituras e usar pouca gordura na preparação dos ali-
mentos. Dar preferência para preparações assadas, ensopa-
das, cozidas, grelhadas etc.
• Evitar o consumo excessivo de gorduras não-saudáveis
(principalmente saturadas) de alimentos industrializados
como biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrige-
rantes, macarrão instantâneo, entre outros.

Guia Alimentar para a População Brasileira, 2015


Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 11

Interação entre proteína x medicamento


que contém L-dopa

Cuidados importantes:
Manter intervalos adequados entre a alimentação proteica e o
medicamento:
1 antes ou 2 após a refeição

Relação entre a vitamina B6 (piridoxina) x


medicamento (L-Dopa)

O consumo desta vitamina pode reduzir a eficácia do medicamento


(L-Dopa).

Para minimizar este efeito:

• Não se devem consumir suplementos nutricionais com esta


vitamina.
• Os alimentos fontes desta vitamina, se consumido dentro
da recomendação, não interferem com a medicação.

MORITZ E MONOSSO, 2013


Alimentos mais ricos em vitamina B6:

carne de porco, carne vermelha, vísceras (fígado, rim, cora-


ção); abacate, banana, batata, cereais integrais e fortificados,
feijão branco; soja, gérmen de trigo, aveia, alho, semente de
girassol...
12 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Constipação intestinal

Comumente chamado de prisão de ventre.


Para minimizar a constipação, deve-se:

• Aumentar o consumo de frutas. Dar ênfase às naturalmen-


te laxativas como ameixa seca, mamão, laranja e tangerina
com bagaços, abacaxi etc;
• Aumentar o consumo de hortaliças, principalmente as
folhosas;
• Aumentar o consumo de fibras (farelos, alimentos
integrais...);
• Consumir iogurtes por conter micro-organismos benéficos;
• Aumentar o consumo de líquidos (8 copos de água por dia
pelo menos).

DE ANGELIS, 2001
fonoaudiologia

A fonoaudiologia preocupa-se com todos os aspectos relacionados à


comunicação humana, linguagem oral e escrita, cognição, funções
auditivas, fluência e articulação da fala, voz, funções estomatognáti-
cas (sucção, mastigação e deglutição), entre outros.

como o fonoaudiólogo pode atuar


no paciente com parkinson?

Dentre as manifestações da Doença de Parkinson (DP), o tremor


de repouso, a bradicinesia e a rigidez muscular são sintomas que
impactam na ação muscular, consequentemente afetando as funções
de respiração, voz, ressonância, articulação, prosódia (bases motoras
da fala) e deglutição. Funções que a fonoaudiologia atua com pre-
venção, habilitação e reabilitação.

fala e voz

O distúrbio da fala e voz relacionado à Doença de Parkinson (DP)


é denominado disartrofonia.
São importantes sinais de advertência relacionados à comuni-
cação oral:

• Qualidade vocal
¤ Voz monótona devido às restrições na modulação de
frequência (grave/agudo) e de intensidade vocal (fraca)
14 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

¤ Voz rouca e soprosa (falta de força nos músculos das pre-


gas vocais)
• Fala imprecisa, lenta, com jatos de fala, às vezes com difi
- culdade para ser compreendida;
• Alteração da fluência, repetições de sílabas seguidas por
pausas prolongadas;
• Pode ocorrer demora ao iniciar uma frase;
• Ausência de expressão facial (hipomimia).

deglutição

O distúrbio da deglutição na DP é denominado de disfagia, que é


a dificuldade de engolir os alimentos ou a própria saliva. A disfagia
é um sintoma que aumenta o risco de comprometimento do estado
nutricional e hídrico, podendo trazer impacto negativo na saúde
geral e consequentemente na qualidade de vida.
A atenção às dificuldades ou alterações no momento da alimen-
tação podem indicar disfagia e esta observação vai contribuir para
um atendimento fonoaudiológico precoce.
Sinais de advertência relacionados à disfagia:

• Mudança da voz após engolir;


• Tempo prolongado para engolir;
• Necessidade de engolir várias vezes;
• Dificuldade de mastigar e manter o alimento dentro da
boca;
• Mudança ou rejeição de alimentos pela consistência;
• Perda de peso;
• Modificação de hábitos alimentares (isolar-se para comer);
• Movimentos de cabeça para engolir;
• Pneumonia frequente;
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 15

• Tosse ou pigarro constante durante ou após a alimentação;


• Engasgo frequente;
• Escape de alimento pelo nariz, salivação excessiva ou por
vezes a xerostomia (cavidade oral seca).

exercícios

I) Para respiração:

• Respirar profundamente puxando o ar pelo nariz, elevando


a região do abdômen, e soltar o ar pela boca devagar como
se estivesse soprando. Repetir por 5 vezes;
• Respirar profundamente puxando o ar pelo nariz, elevando
a região do abdômen, pausar e contar mentalmente até 5,
soltar o ar pela boca devagar como se estivesse soprando.
Repetir por 5 vezes.
• Deitado, colocar as mãos em cima do abdômen e respirar,
perceber com suas mãos a barriga crescer, inflar, enquanto
puxa o ar, e esvaziar, descer, enquanto solta o ar. Repetir
por 10 vezes.

II) Para Fala e Voz

• Beber água diariamente, pelo menos 8 copos, em pequenos


goles sem estar gelada. A água hidrata o aparelho fonador;
• Lembrar de respirar inflando abdômen em cada exercício;
• Fazer o som do /HUMM/ com os lábios fechados, dentes
entreabertos, vibração na ponta dos lábios (5 vezes);
• Fazer o som do /HUMMM/, indo do som mais grave (fe-
chado) que conseguir até um som bem agudo (fininho) (5
vezes);
• Fazer o som do Z.... bem longo, o máximo de tempo que
conseguir (3 vezes);
16 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

• Assoprar cantarolando em um canudo bem fininho (canu-


do de pirulito);
• Bocejar (2 vezes).

III) Realizar os seguintes exercícios diariamente (quando possí-


vel em frente ao espelho):

• Pronunciar em voz alta as vogais articulando e exagerando


bem os movimentos;
• Inflar as bochechas (5 vezes de cada lado);
• Estalar os lábios com movimento forte (5 vezes);
• Varrer o céu da boca com a ponta da língua, da frente (per-
to do dente) para trás, até onde conseguir (em direção às
amigdalas), bem devagar (5 vezes);
• Empurrar as bochechas com a ponta da língua (3 vezes de
cada lado);
• Pronunciar marcando bem <UI, UI, UI, IU, IU, IU>;
• Pronunciar o som do fonema /K-K-K/ (3 vezes);
• Movimente a boca com movimentos amplos, enquanto ar-
ticula as palavras.
fisioterapia

A fisioterapia é o tratamento que deve ser aliado ao tratamento


medicamentoso – que aumenta o nível da dopamina – para que
haja melhora da qualidade de vida. Para tanto, age no sentido de
melhorar a marcha e demais déficits motores que a pessoa com
Parkinson apresenta. Para isso, foram elencados alguns exercícios,
descritos abaixo:

1) Deitado, peça a ajuda de alguém. Dobre os joelhos, e


leve um de cada vez à região do quadril. Repita com o lado
oposto.

2) De pé, faça o movimento para sentar em uma cadeira


e depois levantar. Na posição sentada, mantenha joelhos
dobrados e coluna reta no encosto da cadeira.
18 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

3) Sentado em uma cadeira, com a perna direita estendida e


perna esquerda dobrada, bata palmas. Faça o mesmo movi-
mento só que agora com a perna direita dobrada e esquerda
estendida, batendo palmas para o lado direito.

4) Sentado, com braços estendidos, segure um bastão à


frente. Depois, cruze os braços segurando o bastão. Para
finalizar, volte à posição inicial.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 19

5) Sentado, com a coluna encostada na cadeira, levante a


perna direita com o braço esquerdo à frente. Depois, alterne
os membros.

6) Sentado em um banco, leve os dois braços estendidos


para a direita e as pernas para a esquerda. Em seguida, leve
os braços para esquerda e pernas para direita.
20 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

7) Inicialmente, fique sentado e com a coluna reta. Depois,


levante a perna direita com o joelho dobrado para cima jun-
tamente com o braço direito estendido. Em seguida, levante
a perna esquerda para cima, bem como o braço esquerdo

8) Sentado, mantenha a coluna reta. Depois, vire o tronco


para o lado direito com os cotovelos dobrados; ao mesmo
tempo leve a perna esquerda, junto com o quadril, para trás.
Faça o mesmo movimento com o tronco para a esquerda.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 21

9) Sentado, com as costas alinhadas, leve o braço esquerdo


estendido e a perna esquerda estendida para frente; mante-
nha o braço direito com o cotovelo dobrado. Depois faça o
mesmo com os membros do lado direito.

10) De pé, junte as mãos no meio do corpo. Depois,


abra os braços na altura dos ombros, abrindo as pernas
alternadamente.
22 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

11) De pé, estique os braços para o lado e ao mesmo tempo


abaixe e levante a mão, sem dobrar os cotovelos. Depois os
leve até o meio do corpo.

12) De pé, com braços para baixo à direita segurando um


bastão, levante o calcanhar do pé esquerdo. Depois leve o
braço à esquerda e levante o calcanhar direito.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 23

13) De pé, bata palmas para a direita e leve o pé esquerdo


para frente. Em seguida, bata palmas para esquerda e leve o
pé direito para frente.

14) De pé, estique o braço esquerdo para cima e perna di-


reita para baixo. Volte à posição inicial e depois leve o braço
direito para cima e perna esquerda para baixo.
24 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

15) De pé, faça o movimento em volta da cadeira. Em se-


guida, continue andando e dê a volta na outra cadeira.
terapia ocupacional

o que trata a terapia ocupacional?

É a profissão que trabalha com o uso terapêutico de atividades diá-


rias (ocupações), com o objetivo de melhorar ou favorecer a parti-
cipação de indivíduos ou grupos em papéis ocupacionais, hábitos e
rotinas em diversos contextos, como casa, ambiente escolar ou de
trabalho, comunidade, dentre outros.

como o terapeuta ocupacional pode atuar com a pes-


soa com parkinson?

As dificuldades motoras e cognitivas apresentadas pelas pessoas com


DP podem comprometer o desempenho ocupacional satisfatório e
seguro nas atividades básicas e instrumentais de vida diária, traba-
lho, lazer e participação social.
Essa parte da cartilha tem como objetivo oferecer orientações
quanto à realização de atividades da vida diária e adaptação ambien-
tal para prevenção de quedas.

atividades da vida diária (avds)

As AVDs são atividades orientadas para o cuidado do indivíduo


para com seu próprio corpo, permitindo a sobrevivência básica e o
bem-estar.
26 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

É de fundamental importância a reorganização da rotina das


pessoas com DP para que as AVDs relevantes sejam realizadas no
período de remissão dos sintomas (“on”), bem como sejam adapta-
das para que o indivíduo execute-as com maior segurança e desem-
penho. Segue algumas orientações:

Vestuário

Dor e rigidez nos membros podem complicar o ato de colocar ou ti-


rar roupas. Existem várias facilidades, simples e práticas, que podem
ajudá-lo a se manter independente:
1. Escolha roupas fáceis de vestir. Devem ser largas, que estiquem e
que tenham fechos simples, pois são mais fáceis de pôr e tirar.
2. Para algumas pessoas, roupas sem botões podem ser mais conve-
nientes, eliminando necessidade de abotoar. Você pode substituir os
fechos e botões por velcros.
3. Coloque anéis nos zíperes das roupas para facilitar abrir e fechar
calças e casacos.
4. Uma haste com um gancho na ponta pode facilitar para puxar e
empurrar o botão pela casa da camisa ou blusa.
5. Adquira calçados já adequados, de preferência sem salto, fechados
no calcanhar, com regulagens para ajustes e conforto, fechos de vel-
cro ou cadarços de elásticos e meias antiderrapantes.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 27

Alimentação

1. Utilize prato com ventosa ou outro material antiderrapante na


parte de baixo para que não deslize. Utilize aba adaptável ao prato a
fim de formar uma barreira em um dos seus lados, impedindo que
o alimento caia fora.
2. Se tiver dificuldades de segurar, utilize talheres com cabos en-
grossados. Por vezes, é necessário o uso de talheres mais pesados,
adquiridos comercialmente ou adaptados, para favorecer maior
estabilização.
3. Caso não seja possível levar copos com líquido até a boca, utilize
canudos ou adaptadores para facilitar o uso. Nesse caso é importan-
te que o fonoaudiólogo esteja de acordo com a orientação.

Banho, higiene pessoal e autocuidado

1. Use cadeira de banho para dar maior estabilidade durante o ba-


nho ou para descanso durante a atividade.
2. O sabonete preso a um barbante o mantém ao alcance da mão,
enquanto toma banho. Uma escova com cabo longo alcança a parte
mais distante das pernas, pés e costas, evitando inclinar-se e se torna
necessária se você tem problema de equilíbrio.
3. Caso tenha dificuldades de segurar utilize escova de
dente, aparelho de barbear e escova de cabelo com cabo engrossado.
28 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

4. Troque desodorantes spray por desodorantes roll-on.

atividades instrumentais de vida diária (aivds)

São atividades que apoiam a vida diária dentro de casa e na comu-


nidade que, frequentemente, requer maior complexidade de intera-
ções do que o autocuidado usado na AVDs.
Recomenda-se que atividades mais elaboradas, tais como ir ao
mercado, pagamento de contas, assinaturas de formulários, entre
outros, sejam realizadas após o uso de medicamento antiparkinso-
niano, como o Levodopa, prescrito pelo médico de referência.
Se apresenta distúrbios de equilíbrio importante, sugere-se que
as atividades extradomiciliares sejam realizadas na companhia de
outra pessoa (familiar, amigo ou cuidador), ou, ainda, que a pessoa
com Parkinson faça uso de cadeiras de rodas para longas distân-
cias ou outro equipamento de auxílio para locomoção, evitando-se
quedas ou cansaço excessivo. Nesse caso, é importante que o equi-
pamento seja indicado e prescrito por profissional da área de reabili-
tação, como o fisioterapeuta ou o terapeuta ocupacional.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 29

Pisos

1. Recomenda-se piso plano, regular, sem desníveis e degraus. Evitar


pisos lisos e encerrados.
2. Não deve ser deixado objetos pelo caminho em que o indivíduo
passa frequentemente.

Tapetes, telefones e móveis

1. Recomenda-se o uso de telefones com números em tamanho


grande para facilitar a utilização. Se possível instalar em mais de um
local na residência para facilitar o acesso ao mesmo, preferencial-
mente próximo à cama e/ou perto de sofás ou cadeiras.
2. Os móveis da casa não devem ser mudados de lugar com fre-
quência para que o paciente se acostume com a disposição deles no
ambiente.
3. Procure mobiliários que possibilitem que os pés fiquem apoiados
no chão, as costas totalmente apoiadas no encosto e os joelhos fle-
xionados a 90º. Caso não seja possível sentar nesta posição, utilize
um apoio para os pés e/ou apoio no encosto, como por exemplo
travesseiro/almofada que acomode toda a região.
4. As cadeiras devem ter descanso para braços para permitir que
você se apoie neles ao se levantar.
5. Utilize o corrimão quando for subir e descer escadas.
6. Instale faixas antiderrapantes nas bordas dos degraus e mantenha-
-os bem iluminados.
7. A cama não deve ser mais baixa que a altura do joelho, para facili-
tar levantar e sentar. Caso ela seja muito alta, pode ser solicitado que
um carpinteiro corte alguns centímetros. Se for muito baixa, colo-
que um colchão mais espesso ou um acolchoado sobre o mesmo.
30 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

8. Na geladeira, organize os objetos de maior uso em níveis de altura


mais fáceis de pegar.
9. Pisos ou tiras antiderrapantes, assim como tapetes antiderrapan-
tes (com ventosas e/ ou de borracha) no banheiro e no box lhe darão
maior segurança.
10. Barras colocadas em lugares estratégicos dão equilíbrio e apoio
para entrar e sair do box. Instale barras de apoio, na região do chu-
veiro, na vertical, horizontal ou em “L”.

11. Se o vaso sanitário estiver baixo, recomenda-se instalar um só-


culo (base de alvenaria ou similar como gesso e madeira que pode
ser revestida com cerâmica ou granito para apoiar armários ou ele-
trodomésticos) na base da bacia ou colocar um elevador de assento
que proporcione a medida adequada.

Iluminação

1. Os ambientes domiciliares devem ser bem iluminados, destacan-


do-se o quarto.
2. Os interruptores dos quartos devem estar o mais próximo da
cama, para que o indivíduo passe o menor tempo possível cami-
nhando no escuro.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 31

3. Instale os interruptores na altura de seus ombros e opte pelos que


têm botões iluminados.
4. Se possível, instalar sensores de presença e movimento, com acen-
dimento automático.
neuropsicologia

A Neuropsicologia é uma especialidade da Psicologia, que se faz


presente na relação paciente x doença e terapeuta x doença, seja
contribuindo com o diagnóstico de um transtorno; síndrome ou
doença, com a indicação; riscos e benefícios de um procedimen-
to cirúrgico, no diagnóstico e acompanhamento da evolução de
um déficit cognitivo e/ou comportamental, na escolha do(s) tra-
tamento(s) mais adequado(s), e também para fins de pesquisa. Seu
enfoque está na relação entre o funcionamento cerebral e aspectos
da cognição, das emoções, do comportamento e da personalidade.
Utilizam-se para a avaliação neuropsicológica, além da entrevista,
instrumentos específicos e padronizados para avaliação de funções
cognitivas que envolvam habilidades como atenção, memória, vi-
suoconstrução, linguagem, humor, dentre outras. O objetivo da
avaliação neuropsicológica é identificar possíveis déficits ou declí-
nios neuropsicológicos.
Na DP, o declínio neuropsicológico é uma manifestação pre-
coce, frequente e importante. Nas fases iniciais da doença, só é
possível detectar déficits cognitivos através da aplicação de testes
neuropsicológicos específicos e apropriados. Embora uma parcela
dos pacientes não cheguem a apresentar alterações significativas em
suas funções cognitivas, a frequência com que esse declínio ocorre é
bastante relevante, sendo, comumente observado antes mesmo dos
sintomas físicos da doença.
As anormalidades tipicamente observadas são: apatia, fadiga,
redução da iniciativa, do interesse espontâneo, da capacidade de
trabalho e esforço, redução da concentração, da atenção e memória.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 33

A atenção na DP mostra-se uma boa preditora do desempenho


em atividades motoras cotidianas, como tomar banho, comer e se
vestir, e habilidades de interação social, como participar de uma
conversa, ver televisão, ler e cumprir compromissos.
A redução da memória é outra característica neuropsicológica
muito comum, onde a dificuldade em recordar espontaneamente
de fatos recentes e cotidianos demande quase sempre da ajuda de
terceiros na indução da recordação. A redução da memória, na fase
inicial, pode repercutir também na linguagem, onde o paciente es-
quece com frequência de palavras que pretendia dizer, sentindo que
essas “escaparam”, fenômeno popularmente referido como “estava
na ponta da língua”. Além disso, nota-se, em alguns casos, uma certa
lentidão na emissão da resposta, indicando uma dificuldade para re-
cuperar, de forma rápida e precisa, a informação necessária. Dentre
as memórias que se encontram prejudicadas na DP, encontra-se a
memória contextual. Ela envolve a lembrança de onde, quando e
como algo aconteceu e normalmente é adquirida sem querer, por
meio da associação automática de um objeto ao seu contexto.
O tempo para receber, analisar e emitir uma resposta correta,
conhecido como velocidade de processamento, também deve ser
considerado no perfil cognitivo do paciente com DP. Durante a ava-
liação, não é incomum ver o paciente ao ser solicitado a dar uma
determinada resposta demorar além do tempo previsto, parecendo
estar refletindo demasiadamente. Muitas vezes o paciente demora
além do esperado, e nem sempre emite a resposta correta. Tal fato
nos permite verificar, que a dificuldade apresentada pela paciente na
tarefa do teste, pode dever-se dentre outros prejuízos, ao compro-
metimento da velocidade de processamento.
Portanto, importantes alterações cognitivas vêm sendo estuda-
das na DP, e foi visto que cerca de 30% dos indivíduos apresentam:

• Comprometimento da memória operacional – A me-


mória operacional é um tipo de memória a curto-prazo que
34 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

utilizamos para o armazenamento e manipulação de


informações temporárias, como gravar e recuperar um
número de telefone, fazer um deslocamento percorrendo
locais ou etapas, uma leitura, para aprendizagem ou numa
tarefa envolvendo raciocínio.
• Comprometimento da organização visuoespacial. A or-
ganização visuo-espacial é uma capacidade cotidiana de
perceber a posição de dois ou mais objetos em relação uns
aos outros, ou em relação ao seu próprio eu. Por exemplo,
andando por uma sala devemos saber onde estamos posi-
cionados em relação ao mobiliário. Portanto, nossa intera-
ção com o mundo depende muito de nossas habilidades
visuoespaciais.
• Comprometimento de habilidades visuo-construtivas.
As habilidades visuo-construtivas ou praxias construtivas,
estão presentes no nosso dia a dia e representam a capacida-
de de juntar ou manipular estímulos físicos, de realizar cer-
tos movimentos, de forma a organizá-los ou adaptá-los a um
determinado fim. Exemplos disso são montar um quebra-
-cabeça, abotoar uma camisa, construir com blocos e
peças, etc.
• Comprometimento do funcionamento executivo. A fun-
ção executiva é caracterizada por processos complexos que
envolvem graus variados da habilidade para planejar e ini-
bir procedimentos e respostas, da memória de trabalho e
da flexibilidade cognitiva. No momento da avaliação pode
mos perceber que o paciente pode apresentar dificuldades
em uma ou mais das habilidades executivas, mostrando um
menor ou maior grau de comprometimento do funciona-
mento executivo.

Além das dificuldades cognitivas, pode-se perceber também a


presença de transtornos neuropsiquiátricos, como alterações do hu-
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 35

mor e/ou do comportamento. A depressão é o distúrbio neuropsi-


quiátrico mais comum na DP, alguns estudos chegam a apontar uma
ocorrência de depressão em 70% dos pacientes com Parkinson, fre-
quentemente associados a uma perda da iniciativa e da autoestima,
ao alto nível de ansiedade, pessimismo sobre o futuro, tristeza, irri-
tabilidade, ideação suicida passiva (mais associada a uma depressão
reativa, decorrente do fato da DP gerar limitações e afetar a rotina
diária do paciente, do que a uma depressão endógena, propriamente
dita, com baixa incidência de suicídio), e até mesmo ocorrência de
alucinações e ideias delirantes. A depressão costuma afetar de forma
importante a vida do paciente, causando prejuízos psicológicos e
sociais. Além disso, tanto podem decorrer de distúrbios no sono
e outros problemas decorrentes da própria doença, como também
podem desencadeá-los, levando a perda de peso e a dificuldades nos
relacionamentos afetivos e sexuais.
A avaliação neuropsicológica é um procedimento fundamental
para identificação dos comprometimentos cognitivos ou disfunções
executivas presentes na DP. Através da interpretação cuidadosa dos
resultados apontados pelos instrumentos neuropsicológicos e de
uma análise contextualizada, o profissional irá identificar dificulda-
des cognitivas e comportamentais.
Portanto, o paciente, a família, os cuidadores e a equipe de saú-
de, terão acesso a mais informações sobre a doença e recursos para
o tratamento. Os resultados da avaliação neuropsicológica levam
em consideração diversas informações clínicas visando não apenas
o diagnóstico, mas também a elaboração de intervenções eficazes.
Assim, com todas essas informações, é possível identificar as funções
cognitivas prejudicadas e preservadas do paciente e, com isso, traçar
um plano individual de reabilitação.
Algumas ações podem melhorar tanto no aspecto cognitivo
como a qualidade de vida do paciente. A reabilitação neuropsicoló-
gica tem como objetivo não somente a melhora do funcionamento
36 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

cognitivo, como também o ensino, para o paciente e seus familia-


res, do manejo das alterações emocionais e comportamentais, a fim
de se adquirir uma melhor qualidade de vida. A reabilitação tem
enfoque na redução do impacto da deficiência e não na cura da
deficiência propriamente.
Nem sempre pacientes e familiares trazem as queixas esponta-
neamente, seja por não entenderem exatamente a função da rea-
bilitação neuropsicológica e, portanto, não saberem que tipo de
problemas devem referir, ou entender sobre as funções e problemas
cognitivos. O papel do neuropsicólogo como educador é funda-
mental. Veja abaixo alguns exemplos de ações que são estimuladas
no processo de reabilitação, e dicas para o cotidiano:

• Aprendizado de novas tarefas, retreinamento de tarefas


já aprendidas, reestruturação do ambiente para melhorado
desempenho;
• Resgate de informações do passado e reconstrução a sua
maneira (estimula organização de eventos temporalmente
com significado para o paciente);
• Utilização de calendários, figuras, fotos que auxilie o pa-
ciente a se localizar;
• Colocar um bilhete na geladeira lembrando sobre remé-
dios, telefones;
• Fazer diariamente um caça-palavras;
• Ler bastante;
• Criar agenda de compromissos;
• Sair para caminhar;
• Estar com a família e amigos, atividades sociais, etc.
enfermagem

cuidando da pele

A pele é uma barreira e protege o corpo, por isso, precisamos cuidar


bem dela. Ela deve estar sempre bem hidratada e para isso é preciso
oferecer líquidos em pequenas quantidades na forma de água, sucos
e chás várias vezes ao dia, mesmo que a pessoa cuidada não demons-
tre sentir sede. O médico, a nutricionista ou a enfermeira podem
orientar quanto a quantidade que a pessoa pode beber durante o
dia. Esse cuidado é importante principalmente para idosos, pois es-
ses podem rapidamente ficar desidratados.
A pele precisa estar limpa:

• Após o banho, massagear a pele da pessoa cuidada com cre-


me ou óleo apropriado, esse cuidado além de hidratar a
pele melhora a circulação do sangue.
• Se a pessoa cuidada utilizar fraldas, é necessário trocá-las
cada vez que urinar e evacuar, para evitar que a pele fique
úmida.
• Ao fazer a higiene corporal, evite esfregar a pele com força,
pois isso pode rompê-la. Faça movimentos suaves, use pou-
ca quantidade de sabonete e enxágue bem, para que a pele
da pessoa não fique ressecada.

A pele precisa pegar sol:

• Leve a pessoa a um local onde possa tomar sol por 15 a


30 minutos, de preferência antes das 10 e depois das 16 ho-
ras, no mínimo três vezes por semana. O sol fortalece a pele
38 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

e fixa as vitaminas no corpo. O ideal é expor braços, pernas,


pescoço e rosto. Se a pessoa estiver acamada, abra a janela
para que ela pegue sol.
À medida que a pessoa envelhece, a pele passa por muitas
mudanças que podem aumentar o risco de ferimentos. Um destes
ferimentos pode ser a úlcera por pressão, antigamente chamada de
escaras. As úlceras por pressão são feridas que surgem na pele da
pessoa que permanece muito tempo em uma mesma posição. Elas
são mais frequentes nas áreas do corpo onde a pressão comprime a
pele sobre uma proeminência óssea. Os locais mais comuns onde se
formam as escaras são: região final da coluna, calcanhares, quadril,
tornozelos, entre outros, conforme indica a figura a seguir:
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 39

O que fazer para prevenir o aparecimento da úlcera


por pressão?

• Estimule a pessoa cuidada a mudar de posição pelo menos


a cada 2 horas.
• Evite que a pessoa cuidada fique o dia todo na cama.
• Sempre que mudar a pessoa de lugar, fazer isso com cuida-
do para não arrastar a pele no lençol, nos estofados, ou nas
cadeiras. Deixar a roupa que fica embaixo do paciente sem-
pre lisa e sem dobras e tomar cuidado com farelos ou peda
cinhos de comida.
• Proteja os locais do corpo onde os ossos são mais salientes
com travesseiros, almofadas, lençóis ou toalhas dobradas
em forma de rolo, entre outros.

Fonte: Guia prático do cuidador


40 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Se a pessoa cuidada fica muito tempo sentada em poltrona ou


em cadeira de rodas, também precisa mudar de posição. É preci-
so ajudá-la a aliviar o peso do corpo sobre as nádegas, da seguinte
maneira:

• Se a pessoa tem força nos braços: oriente a pessoa cuidada a


sustentar o peso do corpo ora sobre uma nádega, ora sobre
a outra.
• Se a pessoa não consegue se apoiar nos braços: o cuidador
deve ajudá-la a se movimentar. Procure orientações da equi-
pe de saúde como auxiliar a pessoa cuidada nessa movi-
mentação.

tratamento das úlceras por pressão

O tratamento da úlcera por pressão é definido pela equipe de saúde,


após avaliação. Cabe ao cuidador fazer as mudanças de posição, pro-
porcionar a pessoa banho de sol pois ajuda na cicatrização da úlcera,
manter a área da escara limpa e seca, para evitar que fezes e urina
contaminem a ferida e seguir as orientações da equipe de saúde.

orientações sobre a incontinência urinária:

A incontinência urinária é a perda involuntária da urina que ocorre


em homens e mulheres em diferentes faixas etárias. Pode ser cau-
sada pela fraqueza dos músculos do períneo, alterações hormonais
ou neurológicas, entre outras. As formas de tratamento incluem as
medidas comportamentais, a terapia farmacológica e a cirurgia, mas
é preciso estar atento e seguir algumas orientações ajudarão a agir
no dia a dia.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 41

• Reconheça os sinais não verbais como a maneira de andar,


a expressão facial ou inquietação, pois podem indicar a
vontade urgente de urinar. A tosse é um fator que pode
provocar vazamento de urina;
• As roupas de uso diário não devem oferecer dificuldade na
hora de urinar;
• O caminho até o banheiro deve ser claro e livre de
obstáculos;
• Utilize um diário para anotar os horários dos exercícios
da musculatura do assoalho pélvico, a frequência da micção
ou qualquer alteração funcional como os episódios de in-
continência. As anotações ajudarão a estabelecer o horário
para a micção programada;
• Você pode instituir um horário para as micções: logo ao
levantar-se pela manhã, antes de cada refeição, antes de se
deitar e uma vez durante a noite se necessário;
• Siga as orientações profissionais sobre o consumo diário de
líquidos, a quantidade e o horário recomendado. Evite lí-
quidos durante e após o jantar;
• Se o controle miccional não é possível, pode-se usar produ-
tos auxiliares à incontinência como absorventes íntimos ou
fraldas;
• Em clientes do sexo masculino o extensor com preservati-
vo, mas o cuidado com a pele é fundamental para impedir
as escoriações. Deve-se remover o preservativo diariamente,
para a limpeza do pênis e avaliação da pele. Em climas
quentes pode ser necessária mais de uma troca por dia;
• Se o paciente precisa usar fraldas deve-se ter atenção para
a troca feita a intervalos regulares. As fraldas molhadas em
contato com o corpo podem provocar mau cheiro, assadu-
ras, feridas na pele e infecção urinária;
42 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

• Os mesmos cuidados devem ser tomados quando se usa


roupas adequadas para incontinência;
• A higiene íntima precisa ser feita a cada troca de fraldas,
seja lavando a região com água e sabão neutro ou usando
lenços umedecidos sem álcool. A pele não deve ser friccio-
nada e o uso de hidratante é recomendado desde que não
haja contra indicação, como as alergias. Siga as orientações
para a prevenção de lesões na pele;
• Caso o cateter de demora for indicado: o cateterismo só
deve ser usado quando necessário, pois a presença do cate-
ter impede a maioria das defesas naturais e propicia uma
porta de entrada para microrganismos na bexiga. A inser-
ção do cateter de demora (sonda) requer rigorosa técnica
asséptica;
• Quando um cateter de demora não pode ser evitado, é es
sencial ter um sistema de drenagem (bolsa coletora)
fechado;
• A coloração, o odor e o volume são monitorados. Atenção
para os sinais de infecção, observe as seguintes característi-
cas: urina turva e com odor fétido, sangue na urina, febre,
calafrios, falta de apetite e mal-estar. O médico deve ser
informado;
• A higienização das mãos antes e depois de manusear o cate-
ter é fundamental. Use luvas de procedimento para esvaziar
a bolsa coletora;
• A bolsa coletora de urina deve ser mantida em nível abaixo
da bexiga para evitar o retorno da urina;
• A limpeza ao redor da área onde o cateter penetra no meato
urinário com água e sabão deve ser feita durante o banho
diário;
• Em geral a troca do cateter é avaliada a cada 4 a 6 semanas,
ou caso ocorra funcionamento inadequado.
psicologia

a importância de ser pessoa

Sem dúvida, toda pessoa demanda algum cuidado, e a pessoa com


Doença de Parkinson (DP) não é diferente. Dentre os cuidados
demandados está, claro, a necessária atenção às questões motoras,
uma vez que o enrijecimento muscular e a consequente dificuldade
em relação ao movimento é um dos sintomas principais da doen-
ça. Entretanto, há outra natureza de cuidado que se torna essencial
desde o primeiro momento do diagnóstico, uma vez que o impacto
mental sofrido nesta ocasião é intenso e vem acompanhado de per-
das físicas: o cuidado psicológico
A capacidade de elaborar perdas e reagir em defesa da vida de-
pende muito do apoio da família e/ou de cuidadores, e importa
muito manter também uma rede social de suporte para este enfren-
tamento. A negação inicial acontece com frequência e se estabelece
como um anteparo mental para defender-se da realidade indesejada
e devastadora. Deste modo, a atenção psicológica à pessoa com a
Parkinson deve acontecer o mais precocemente possível.
O sofrimento vivenciado pela pessoa com Parkinson é compar-
tilhado pelos familiares/cuidadores, que padecem com o diagnós-
tico e também com a evolução da doença, uma vez que o cuidado
continuado muitas vezes os envolve de modo muito exigente. Estas
exigências podem fazer emergir tensões e desgastes nas relações. A
necessidade cotidiana e imperativa pode até mesmo gerar um tipo
de cuidado baseado em gestos mecanizados, dificuldade na exposi-
ção de afetos ou incompreensões mútuas.
44 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Não é “culpa” de ninguém e todos os envolvidos carecem de


atenção psicológica para que se possa evitar estes desgastes e perdas
subjetivas.

sintomas

Estudos mostram que sintomas depressivos são a manifestação não-


-física mais frequente em pacientes com Parkinson (CUMMINGS,
1992). Esta condição pode ser a expressão do fato de que estes
pacientes precisam lidar com uma doença limitante, que envolve
perdas, estigmas e preconceitos. Como a qualidade e a quantidade
de perdas e limitações é progressiva e compartilhada com os cuida-
dores/familiares todos os envolvidos participam deste processo de
adoecimento.
Neste sentido, uma das atuações possíveis do psicólogo junto
aos pacientes com Parkinson envolve o trabalho de aceitação da
existência da doença e da busca por novas possibilidades de existên-
cia dentro de cada etapa vivenciada.
Além disto, cabe desconstruir a ideia de que só existe um modo
de ser no mundo, mudar a relação entre eficiência e deficiência, nor-
malidade e patologia (CANGUILHEM, 1999), junto ao paciente
e à família/cuidador. A criação de novas formas de viver também é
conjunta e deve alcançar todos os envolvidos. Dessa forma se torna
possível considerar a nova realidade e construir estratégias de elabo-
ração das perdas que ressignifiquem o viver e não se transformem
em um sabotamento de si.
É muito comum pacientes portadores de Doença de Parkinson
serem acometidos por vergonha e ansiedade social. Segundo Nardi
(2000) o medo de comer, beber, tremer, enrubescer, falar, escrever,
enfim, agir de forma considerada inadequada na presença de outras
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 45

pessoas, é recorrente. Estas inibições incidem sobre a subjetividade


impedindo sua plena expansão. A pessoa se encolhe, fica menor.
A ansiedade social — que atualmente acomete não só a pessoa
com DP, mas grande parte das pessoas ativas, em algum grau — se
configura como o medo persistente e excessivo de ser avaliado ou
julgado em situações sociais ou de desempenho. Uma das princi-
pais formas de escoamento da angústia ante os olhares é a fuga, o
isolamento.
Outra importante função da psicologia é justamente intervir
para reinserção social destes sujeitos (BELMONTE, 2013), come-
çando pelo trabalho com a família/cuidador e estendendo esta inter-
venção o máximo possível, para que sejam alcançadas as necessárias
alterações na política pública que define o que é cuidar e mesmo
conviver com uma pessoa com DP.
Importa, sobretudo, uma intervenção psicológica que busque
garantir que estas pessoas possam continuar a ser amadas e respeita-
das, pelo outro e por si mesmas, não pelo que eram, mas pelo que
continuam a ser: pessoas.
neurologia

transtornos do sono de pessoas com doença de


parkinson

O sono é uma função vital do organismo humano. Quando não


dormimos bem, nosso humor e nossa qualidade de vida e nossa saú-
de são afetados. Quando pessoas com Doença de Parkinson (DP)
não dormem bem, o sono de seus parceiros de cuidados também
é prejudicado. Mais particularmente nesses pacientes, o sono é ex-
cepcionalmente importante, pois sem a sua quantidade e qualidade
adequadas eles se tornam mais vulneráveis à piora de seus sinto-
mas, doenças em geral e complicações do ponto de vista mental e
cognitivo.
Muitas pessoas com Parkinson têm problemas para dormir que
podem ser difíceis de resolver, assim, é importante que toda mudan-
ça no sono seja trazida ao conhecimento do seu médico para uma
avaliação adequada e possível tratamento. As alterações do sono são
decorrentes de diversos fatores, mais comumente das modificações
neuroquímicas próprias da doença, e também de dificuldade mo-
tora na cama, movimentos periódicos, tremores, cãibras, dores e os
medicamentos utilizados que podem prejudicar o sono à noite ou
fazer as pessoas sonolentas durante o dia.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 47

grupos de sintomas

Sonolência excessiva diurna

A sonolência excessiva diurna se expressa por dificuldades em se


manter acordado durante o dia em atividades como ler, passear de
carro, ficar sentado em um local calmo ou enquanto assiste televi-
são, etc. Este pode ser um sintoma de Doença de Parkinson (DP)
que pode começar antes que os sintomas característicos do movi-
mento apareçam. Os pacientes com DP tendem a adormecer em
situações relativamente benignas. No entanto, em situações extre-
mas, eles podem adormecer durante uma refeição ou conversa, ou
mesmo subitamente em uma situação perigosa.
A sonolência excessiva diurna pode ser causada por:

• Transtornos do sono como apneia obstrutiva do sono, sín-


drome das pernas inquietas, movimentos periódicos dos
membros durante o sono;
• Medicações do tratamento da DP; como antidepressivos,
benzodiazepínicos e antipsicóticos ;
• Depressão, sendo que alguns antidepressivos podem ter
propriedades estimulantes e auxiliar se a sonolência for
uma manifestação da depressão. 
• Muitos medicamentos para DP podem causar sonolência
repentina durante o dia, podendo acarretar consequências
potencialmente terríveis, como adormecer durante a con-
dução de um carro. Além disso, dormir demais durante o
dia dificulta o sono durante a noite.
48 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Insônia e baixa qualidade de sono

A insônia é uma transtorno do sono que causa problemas para co-


meçar a dormir ou permanecer adormecido durante a noite e pode
causar e consequências danosas sociais e cognitivas durante o dia,
tais como: má concentração, dificuldade de memória, irritabilida-
de, interação social prejudicada, acidentes de veículos motorizados
devidos a motoristas cansados e privados de sono.
A insônia pode ser causada por:

• Transtornos do sono, como por exemplo síndrome das per-


nas inquietas, movimentos periódicos dos membros duran-
te o sono, síndrome da apneia central ou obstrutiva do
sono;
• Medicações, como as medicações estimulantes e várias para
tratar a DP, mas raramente Levodopa/Carbidopa, além de
medicamentos usados no tratamento de problemas de me-
mória e alguns antidepressivos;
• Depressão e ansiedade;
• O desconforto causado pela mobilidade reduzida na cama;
• Necessidade de usar o banheiro durante a noite;
• Retorno dos sintomas motores quando os medicamentos
desaparecem;
• Dor ou ondas de calor com suores noturnos;
• Ruído produzido pelo tremor contra um travesseiro;
• Sonhos vívidos ou pesadelos;
• Despertar cedo pela manhã ou por dormir muito cedo.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 49

Movimentos e comportamentos anormais


relacionados ao sono

Os movimentos excessivos durante o sono nos pacientes com DP


podem estar relacionados  aos:

• Movimentos periódicos dos membros durante o sono, sín-


drome das pernas inquietas e movimento periódico dos
membros, transtorno comportamental do sono REM;
• Medicações anti-parkinsonianas são geralmente efetivas no
tratamento de movimentos periódicos dos membros du-
rante o sono e podem tanto melhorar quanto piorar o
transtorno comportamental do sono REM;
• Alguns medicamentos antidepressivos podem causar ou
piorar transtorno comportamental do sono REM.

Um desejo irresistível de se mover ou uma sensação desagradá-


vel nas pernas são sintomas comuns tanto da síndrome das pernas
inquietas quanto do movimento periódico dos membros, dois dis-
túrbios muito semelhantes em seus sinais e sintomas, bem como seu
tratamento. Eles podem ocorrer na mesma pessoa, mas a principal
diferença é que o primeiro ocorre enquanto acordado e o segundo,
durante o sono.
Aqueles com o transtorno comportamental do sono REM res-
pondem fisicamente seus sonhos, o que pode ser perigoso a eles e
aos que estão no entorno. Essas pessoas não relaxam seus músculos
normalmente durante o sono, e assim reagem com sonhos violen-
tos. Isso afeta cerca de um terço dos homens com DP e é menos
frequente em mulheres com DP.
50 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

alucinações e transtornos de comportamento

As alucinações noturnas e os transtornos de comportamento, como


ver objetos, animais ou pessoas que não estão presentes, irritação ou
agitação ao entardecer ou à noite podem ser causados por:

• Transtorno do sono, tais como transtorno comportamental


do sono REM, que pode ser mal interpretado como aluci-
nações já que os sonhos ou pesadelos são vívidos.
• Medicações: muitas medicações podem causar alucinações
ou agitação, dentre muitas usadas no tratamento da DP;
• Depressão: casos graves, como os de depressão psicótica,
podem causar alucinações e transtornos de comportamento;
• Outros: várias outras situações devem ser consideradas nes-
tes pacientes, especialmente quadros infecciosos (infecção
do trato urinário, pneumonia) ou dor. Declínio cognitivo
também é causa comum de alucinações ou de alterações
comportamentais, ocorrendo especialmente ao entardecer
ou durante a noite.

Transtornos respiratórios 

Ronco alto, sono agitado e pausas na respiração durante a noite po-


dem ser causados pela apnéia obstrutiva ou apneia central do sono.

Diagnóstico

O diagnóstico dos transtornos do sono é predominantemente clí-


nico e várias escalas ou questionários podem ser usados para au-
xiliar na definição de problemas do sono. Quanto à polissonogra-
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 51

fia, ela pode ser especialmente útil quando se suspeita de apneia


do sono com base na história de ronco, dificuldades respiratórias
testemunhadas durante o sono ou sonolência excessiva diurna. No
caso, após a realização da polissonografia há indicação de CPAP
(Continuous Positive Airway Pressure - pressão positiva contínua
em vias aéreas) . A polissonografia, apesar de não essencial, pode
também documentar movimentos anormais dos membros ou trans-
torno do comportamento do sono REM já suspeitados na entrevista
clínica.

terapias

Caso haja problemas para dormir, é importante lembrar-se que não


se precisa viver assim. Por exemplo, se o aumento da frequência
urinária mantém o paciente acordado durante a noite, é importante
verificar se o médico assistente excluiu as causas que não sejam da
DP, no entanto, se o médico tem dificuldade em controlar os sinto-
mas da bexiga, o paciente pode ser encaminhado a um especialista
(urologista). É importante manter bons hábitos de sono e vigília,
que podem melhorar muitos problemas de sono sem a necessidade
de medicamentos, mas o médico assistente estará atento ao equi-
líbrio entre os benefícios dos medicamentos do sono e seus riscos,
especialmente da sonolência diurna, declínio cognitivo e das quedas
aumentadas.
Vale ressaltar que alguns medicamentos/aparelhos/condutas po-
dem ser recomendados: 

• Medicamentos de ação prolongada podem impedir que os


sintomas de DP voltem durante a noite, assim o médico
assistente pode ajustar os medicamentos de DP para maxi-
mizar a vigília durante o dia e dormir bem à noite, enquan-
to controla os sintomas; 
52 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

• Para o transtorno do comportamento do sono REM, os


médicos podem prescrever medicamentos muito eficazes;
• Para a apneia do sono, o uso de um dispositivo de CPAP
durante a noite pode ajudar a evitar a obstrução das vias
aéreas;
• Medicamentos antidepressivos são às vezes prescritos para
ajudar a dormir durante a noite;
• Alguns médicos prescrevem estimulantes para ajudar as
pessoas com DP a permanecerem acordadas durante o dia.

dicas para um melhor sono

Existem coisas simples a serem feitas para dormir melhor, sendo


uma das primeiras a melhoria de comportamentos e hábitos para
dormir mais rápido e permanecer dormindo. São dicas de higiene
do sono que se relacionam ao ciclo de dia-noite do corpo e à capa-
cidade de ir dormir ou estar alerta em um determinado momento
do dia.

• Agenda (manter um horário regular de ir para a cama e


acordar);
• Controle de estímulo (ir para a cama somente quando es-
tiver com sono e somente usá-la para dormir e atividade
sexual, evitando “tempo na tela” – televisão/ tablets/ etc,
trabalhar ou ler na cama, e caso não esteja dormindo após
20 minutos sair da cama e somente voltar quando sentir
sono novamente);
• Comida, bebida e fumo (evitar refeições pesadas duas horas
antes de dormir, mas não ir para a cama com fome, tentar
não beber muito líquido próximo da hora de dormir, evitar
usar álcool como auxílio para dormir, limitar o uso de ca-
feína para uma ou duas bebidas por dia, o mais tardar até
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 53

quatro horas antes de dormir. Como a cafeína, a nicotina é


um estimulante e os efeitos são semelhantes, assim, evi-
te não fumar pela hora de dormir ou quando acordado du-
rante a noite);
• Rotina antes de dormir (estabelecer uma rotina pré-sono
relaxante enquanto se prepara para ir para a cama);
• Ambiente do quarto (criar um ambiente propício ao sono,
com sons/luzes/temperatura agradáveis e muito limitados);
• Cochilo (cochilos diurnos até uma hora, a menos que esteja
privado de sono);
• Exercício (passar algum tempo ao ar livre para se expor ao
sol e fazer exercícios todos os dias, de manhã, se possível.
Evitar o exercício após as 20 horas);
• Preocupação e ansiedade (evitar pensamentos que possam
desencadear preocupação ou ansiedade antes de dormir).
• Além disso, as pessoas com DP devem:
• Evitar roupa áspera (lençóis e pijamas de tecido suave como
cetim para facilitar o movimento na cama);
• Evitar idas ao banheiro à noite (Evitar beber líquidos nas
três horas anteriores de deitar, para ajudar a prevenir a mic-
ção noturna frequente. Ir ao banheiro imediatamente antes
de se deitar para dormir);
• Facilitar mobilidade à noite (Colocar uma cômoda ao lado
da cama, para minimizar o esforço, e a luz necessária, para
se levantar durante a noite. Se tomar medicamentos à noi-
te, manter a sua dose em um copo de água por perto para
não ter de se levantar no meio da noite).
• Reduzir a quantidade de tempo gasto na cama sem dormir,
pois isto pode ajudar a aumentar ou restabelecer os “desen-
cadeantes” de sonolência necessária para dormir.

O sono exerce um papel fundamental na manutenção da saúde


mental e no bom desempenho físico, ainda mais nos pacientes com
54 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

DP que tem maior esforço energético para realizar suas atividades


diárias. Assim, o bom sono é uma base para a boa saúde e ao contrá-
rio, um mau sono pode promover cansaço e fadiga, além de piorar
aspectos cognitivos que se está enfrentando. Portanto, é importante
que toda mudança no sono seja trazida ao conhecimento do médico
assistente para uma avaliação adequada e possível controle. 
serviço social

profissão

O Serviço Social é uma profissão que foi regulamentada através


da Lei 8662, de 7 de junho de 1993, que legitima o Conselho
Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais. É uma pro-
fissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que se
utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências
Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refra-
ções da “questão social”. Isto é, no conjunto de desigualdades
que se originam da antagonismo entre a socialização da produ-
ção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Assistentes
sociais se inserem nas mais diversas áreas: saúde, previdência,
educação, habitação, lazer, assistência social, justiça etc. Com
papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar
políticas, programas e serviços sociais, atuam nas relações entre
os seres humanos no cotidiano da vida social, por meio de uma
ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços.
(http://www.cressrj.org.br/site/).

direitos dos usuários portadores de parkinson

1) Saque do FGTS

É o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço que trabalhadores


formais (com carteira assinada) se vinculam por meio de conta na
Caixa Econômica Federal.(Lei nº 8.036/90)
56 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Como proceder? Em caso de grave moléstia, o trabalhador formal


deve procurar qualquer agência da Caixa Econômica Federal (CEF)
levando os seguintes documentos:

• Carteira de Trabalho ou outro documento que comprove o


vínculo empregatício;
• Documento de identidade do trabalhador;
• Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o
doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
• Atestado médico com validade de 30 dias que contenha as
seguintes informações: diagnóstico, estágio clínico da doen-
ça, CID 10, data, nome, assinatura, carimbo e CRM do
médico.

2) Saque do PIS (Programa de Integração Social) e PASEP


(Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público)

São direitos do trabalhador regidos pela Lei Nº 8.036/90.


Como proceder? O trabalhador de empresa privada deve procurar a
Caixa Econômica Federal, enquanto que o servidor público procu-
rará o Banco do Brasil, sendo necessários os seguintes documentos:

• Carteira de Identidade;
• Carteira de Trabalho;
• Cartão Cidadão ou comprovante de inscrição do PIS/
PASEP;
• Cópia dos resultados e laudos de exames;
• Atestado médico com validade de 30 dias que contenha
as seguintes informações: diagnóstico, estágio clínico da
doença, CID 10, data, nome, assinatura, carimbo e CRM
do médico; Comprovante de dependência se for o caso.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 57

3) Isenção de Imposto de Renda na Aposentadoria

Refere-se à isenção do tributo que incide sobre determinados ren-


dimentos brutos provenientes do trabalho assalariado (Lei Nº
7.713/1988; Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014).
Como proceder? O cidadão paciente deve procurar o órgão res-
ponsável pelo pagamento da sua aposentadoria, pensão ou refor-
ma (INSS, União, Estado ou Município) e requerer a isenção do
Imposto de Renda que incide sobre esses rendimentos. Documentos:

• Requerimento de Isenção de Imposto de Renda (inter-


net); laudo pericial emitido por serviço médico oficial da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
(de preferência vinculado à própria fonte pagadora – ex.:
INSS), com as seguintes informações: diagnóstico, estágio
clínico atual da doença, CID 10, data, nome, assinatura,
carimbo e CRM do médico;
• Exames que comprovem o diagnóstico da doença.

4) Isenção de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e


Territorial Urbana)

Tributo municipal que incide sobre a propriedade privada localiza-


da na zona urbana (Rio de Janeiro – RJ, Lei Nº 1.955/1993). Cabe
ressaltar que a concessão deste benefício segue os critérios previstos
na Lei Orgânica Municipal suprarreferida;
Requisitos: ser proprietário de um único imóvel utilizado como re-
sidência; ter renda de 3 salários mínimos; apresentação de cópia de
documento expedido pelo órgão previdenciário do valor do rendi-
mento; cópia do cartão de inscrição no CPF; apresentação do cartão
SIC (sistema de identificação do cidadão) se possuir; preenchimen-
to do requerimento/declaração.
58 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

Como proceder? Procurar a Secretaria da Fazenda da Prefeitura do


Município e apresentar os documentos citados e relatório médico
constando todo o histórico da doença, enfatizando sua gravidade,
bem como os laudos de exames de diagnóstico.

5) Auxílio Doença

É um benefício mensal concedido ao segurado pela Previdência


Social, em caso de incapacidade temporária para o trabalho que ul-
trapasse 15 dias, por motivo de doença ou acidente (Constituição
Federal de 1988; Lei Nº 8.112/1990; Lei Nº 8.213/1991).
Como proceder? Contactar uma agência do INSS através do nú-
mero telefônico 135 para agendar sua perícia, tendo em mãos o
laudo médico que ateste seu quadro clínico, diagnóstico com CID
10, assinatura e carimbo com CRM do profissional. Em caso de se-
gurado, trabalhador autônomo, o agendamento deve ser imediato.

6) Aposentadoria por Invalidez

É um direito do segurado da Previdência Social que ficar incapaci-


tado, definitivamente, para o trabalho em decorrência de doença ou
acidente que não tenha condições de reabilitação, será pago men-
salmente enquanto o trabalhador permanecer em tal situação (Lei
Nº 6.880/1980; Constituição Federal de 1988; Lei Nº 8.213/1991;
Portaria Interministerial MPAS/MS Nº 2.998/2001).
A incapacidade do segurado se dá por meio de perícia médica
realizada pela Previdência Social. Não tem direito o segurado que
ao se filiar pela Previdência Social já tiver a doença ou lesão, exceto
quando houver agravamento das mesmas. O servidor público deve
procurar o departamento de recursos humanos do órgão público
vinculado e cumprir as normas do seu Estatuto.
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 59

7) Benefício de Prestação Continuada (BPC)

É um benefício da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) re-


ferente a um salário mínimo mensal garantido à pessoa com de-
ficiência e idoso com 65 anos que comprovem não possuir meios
financeiros de prover a sua manutenção e nem tê-la provida por
sua família (cônjuge ou companheiro, pais/madrasta ou padrasto,
irmãos solteiro, filhos e enteados solteiros que convivam juntos no
mesmo lar). A renda per capita familiar deve ser inferior a ¼ do salá-
rio mínimo vigente dividido pelo número de pessoas (Constituição
Federal de 1988; Lei Nº 8.742/1993).

Como requerer? O requerente deve agendar atendimento no INSS


através do número telefônico 135. Os documentos necessários são:

• Formulário de Requerimento do BPC devidamente


preenchido;
• Declaração sobre a composição familiar do requerente;
• Número de Identificação do Trabalhador - NIT (PIS/
PASEP) ou número de inscrição do contribuinte individual;
• Identidade ou carteira de trabalho;
• Certidão de nascimento ou casamento;
• Certidão de óbito do esposo ou esposa falecido se o bene-
ficiário for viúvo;
• Comprovante de rendimentos dos membros da família;
• Tutela no caso de menor de 21 anos, filhos de pais falecidos
ou desaparecidos.

8) Isenção de tarifas de transporte urbano coletivo

A concessão do benefício varia de acordo com as diferentes


Legislações dos Estados e Municípios (Constituição Federal de
1988).
60 Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson

8.1 – Vale Social – trata se de um cartão que garante a gratui-


dade de passagens em linhas intermunicipais para pacientes com
deficiências ou doença crônica, que realize tratamento pelo SUS. A
gratuidade para o acompanhante pode ser obtida se a necessidade
para tal for descrita em laudo médico.

Como proceder? O paciente deve entregar a ficha de cadas-


tro com laudo médico e os seguintes documentos nos pontos de
cadastramento:

• Uma foto 3x4;,


• Cópia da carteira de identidade;
• Cópia do CPF;
• Cópia do comprovante de residência

Para maiores informações sobre os endereços dos postos de ca-


dastramento e acesso à ficha, procurar no site http://www.valesocial.
rj.gov.br/.

8.2 – Rio Card Especial é o benefício que garante gratuidade


ao usuário com doença crônica em linhas municipais de ônibus no
Rio de Janeiro para o comparecimento às consultas. É possível que o
benefício se estenda a um acompanhante, desde que tal necessidade
seja apontada em laudo médico.

Como proceder? Comparecer a Unidade Básica de Saúde (Clínica


da Família ou Posto de saúde) de sua referência levando os seguintes
documentos:

• Número do NIS – Número de Identificação Social através


de cadastro no CRAS - Centro de Referência de Assistência Social;
• Laudo médico;
• Comprovante de residência;
• Comprovante de renda de até 03 salários mínimos;
Cartilha de cuidados multiprofissionais na Doença de Parkinson 61

• Identidade e CPF.

9) Acesso gratuito a medicamentos

A Constituição Federal de 1988 garante o direito do cidadão re-


ceber de forma gratuita os medicamentos pelo SUS e assistência
farmacêutica (Lei Nº 8.080/1990; Lei Nº 8.142/1990).
Como proceder? No caso do medicamento que contenha na lis-
ta do Programa Farmácia Popular, o cidadão deve procurar uma
farmácia do programa com a prescrição médica e documentos
pessoais; para aquisição de medicamentos excepcionais, o usuário
deve ter em mãos:Laudo de Medicamentos Excepcionais (LME) e o
laudo médico com diagnóstico, CID 10, assinatura do profissional
com carimbo e CRM, a prescrição de medicamentos em duas vias,
Cartão Nacional do SUS e documentos pessoais (originais e cópias)
e dirigir-se à Secretaria Estadual de Saúde (será encaminhado para
uma Farmácia do Estado, exemplo Rio Farmes).

10) Atendimento Domiciliar

É um direito garantido pelo Estatuto do Idoso (pessoa com sessenta


anos ou mais) com necessidade especial (Lei Nº 10.741/2003).
Como proceder? Procurar a unidade de atenção básica de saúde
mais próxima ao domicílio ou a secretaria municipal de saúde.
Documentos: laudo médico, encaminhamento do SUS e compro-
vante de residência.
maiores informações sobre
a doença de parkinson

http://www.parkinsoncarioca.com.br – Associação Parkinson


Carioca

http://www.parkinson.org.br/ - Associação Brasil Parkinson

http://www.gedopa.com.br/ - Grupo de Estudos na doença de


Parkinson
fonte das imagens

Exercícios da Fisioterapia: JACSON, O.S.A.; Di Fabio, RICHARD,


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contatos do coordenador e dos colaboradores

Profissional coordenador

Fisioterapeuta Profª Vera Lúcia Santos de Britto, MSc

Professora assistente do Curso de Fisioterapia da UFRJ,


Departamento de Fisioterapia
verabritto@hucff.ufrj.br

Profissionais colaboradores

Fisioterapeuta Prof° Clynton Lourenço Corrêa, PhD


Professor Adjunto II do Curso de fisioterapia da UFRJ,
Departamento de Fisioterapia
clyntoncorrea@gmail.com

Terapeuta Ocupacional Prof Carolina Rebellato, PhD


Professora Adjunta do Curso de Terapia Ocupacional da UFRJ,
Departamento de Terapia Ocupacional
camilabmmoram@gmail.com

Médico Neurologista Prof° Luiz Felipe Rocha Vasconcellos,


PhD
Médico Neurologista do INDC e Hospital dos Servidores do Estado
do Rio de Janeiro
luizneurol@terra.com.br
Neurologista Profª Marleide da Mota Gomes, PhD
Professora Associada do Curso de Medicina da UFRJ, Departamento
de Clínica médica
mmotagomes@hotmail.com

Neuropsicóloga Profª Cristina Maria Duarte Wigg, MSc


Neuropsicóloga do Instituto de Psicologia da UFRJ/INDC
cristina.wigg@gmail.com

Nutricionista Eliana Alfenas Nogueira Milagres, MSc


Nutricionista Clínica e ambulatorial do INDC
el_nutri@hotmail.com

Fonoaudióloga Ana Ruas, MSc


Fonoaudióloga do INDC/UFRJ
simone_palermo@hotmail.com

Psicóloga Karla Soares Pereira Valviesse, PhD


Psicóloga do Instituto de Psicologia da UFRJ
karlavalviesse@hotmail.com

Assistente Social Vânia Dias de Oliveira, MSc

Assistente Social do Social do HUCFF


vdo@hucff.ufrj.br

Enfermeira Profª Maria Luiza de Oliveira Teixeira, PhD


Professora Adjunta do Curso de Enfermagem da UFRJ
mlot@uol.com.br

Enfermeira Profª Elen Martins da Silva Castelo Branco,


PhD
Professora Adjunta do Curso de Enfermagem da UFRJ
elencastelobranco@yahoo.com.br
Residente do Serviço Social da Turma Multiprofissional do
HUCFF Letícia Oliveira
leticiafcustodio@gmail.com

Residente do Serviço Social da Turma Multiprofissional do


HUCFF Cleonice Viegas
cleoniceviegas@yahoo.com.br

Residente da Terapia Ocupacional da Turma


Multiprofissional do HUCFF
Marja Vilhena marjavilhena@hotmail.com

Acadêmica de Fisioterapia Tamiris Neves Ferreira


tamirisnevesf@gmail.com

Acadêmico de Psicologia Diego Pinheiro Sanzana


diegopin.sanzana@gmail.com

Acadêmico de Psicologia Pedro Henrique Muniz de Araújo


ph.muniz@hotmail.com

Acadêmica de Ps logia da UFRJ Juliany Pereira Espirito


Santo
psi.juliany@gmail.com
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO (ECO/UFRJ)

coordenação editorial
Prof.ª Livia França Salles
Prof. Mário Feijó

editoração eletrônica
Marisa Araujo

equipe editorial
Ana Sarah Moraes Maciel
Andréia Fernandes da Costa
Heloisa Graciana Cabral Rosa dos Santos
Isabela Henriques de Sousa
Jacqueline Duarte de Faria
Meira Santana dos Santos
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Taísa Silva de Alcântara
ESTE TEXTO PODE SER REPRODUZIDO DESDE QUE CITADA A FONTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO;


INSTITUTO DE NEUROLOGIA DEOLINDO COUTO.
Cartilha de cuidados Multiprofissionais na Doença de
Parkinson. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2017.

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