Você está na página 1de 5

Língua Portuguesa 1 – Parte

PALAVRA

A língua portuguesa, como uma outra ao redor do mundo, é formada por inúmeras frases
que podem ser dividias ou repartidas em pequenas unidades de som que possuem um
determinado significado, também designadas de palavras, ou seja, a palavra é a unidade
mínima de som que possui significado dentro de uma língua.

Etimologicamente o termo palavra provém do latim parabŏla,ae, por sua vez


empréstimo do grego parabolé, «comparação», e que nos tempos antigos fora utilizado
para representar a forma de se expressar das pessoas, a fala, que também nos dias de hoje
ainda tem essa conotação. Pois bem, ao observar uma palavra qualquer pode notar-se que
estas são formadas por elementos ou unidades morfológicas como: a raiz, radical, tema,
afixos, vogal de ligação e consoante de ligação.

➢ Raiz

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras,


geralmente monossilábica, a raiz encerra sentido lato e geral, comum às palavras da
mesma família etimológica. Assim, a raiz noc (do latim nocere = prejudicar) tem a
significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras
nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc. Uma raiz pode apresentar-se
alterada: ag-ir, ag-ente, re-ag-ir, ex-ig-ir, ex-ig-ência, at-o, at-or, at-ivo, aç-ão, ac-ionar,
etc

➢ Radical

O radical é o elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto


gramatical e prático, dentro da língua portuguesa atual. É o radical que irmana as palavras
da mesma família e lhes transmite uma base comum de significação.

Um exercício prático para achar o radical é despojar-se de elementos secundários (quando


houver): CERT-o, CERT-eza, in-CERT-eza, CAFE-teira, a-JEIT-ar, RECEB-er, EDUC-
ar, ILUS-ório, PERFUM-e, EXEMPL-ar, PERMIT-ir, ex-PORT-ação, in-OBSERV-ância,
des-CONHEC-ido, a-PEDR-ejar, etc.
➢ Tema

É o radical acrescido a ele uma vogal (chamada vogal temática). Nos verbos o tema se
obtém destacando-se o -r do infinitivo: CANTA-r, BAT E-r, PARTl-r, etc. Nos nomes o
tema é mais evidente em derivados de verbos: CAÇA-dor, DEVE-dor, FINGl-mento,
PERDOÁ-vel, FERVE-nte, etc.

➢ Afixo

Os afixos são elementos que modificam geralmente de maneira precisa o sentido do


radical a que se agregam. Os afixos que se antepõem ao radical chamam-se prefixos; os
que a ele se pospõem denominam-se sufixos.

➢ Desinências

As desinências servem para indicar o gênero e o número dos substantivos, dos adjetivos
e de certos pronomes, bem como o número e a pessoa dos verbos.

➢ Vogal temática

É o elemento que, acrescido ao radical, forma o tema de nomes e verbos. Nos verbos
distinguem-se três vogais temáticas, ou seja, é a terminação à parte da palavra
subsequente ao radical. Pode se observar em três conjugações:

Os verbos da 1.ª conjugação: terminados em -a, como anelar, andavas, etc.

Os verbos da 2.ª conjugação: terminados em -e bater, batemos, etc.

Os verbos da 3.ª conjugação: terminados em i- partir, partirá, etc.

➢ Vogais e consoantes de ligação

São fonemas que, em certas palavras derivadas ou compostas, se inserem entre os


elementos mórficos, em geral por motivos de eufonia, isto é, para facilitar a pronúncia ele
tais palavras. Exemplos: silv-í-cola, cafe-t-eira, pe-z-inho, cha-/-eira, cafe-i-cultura, gas-
ô-metro, gas-ei-ficar, cacau-i-cultor, rod-o-via, pobre-t-ão, pau-1-ada, capin-z-al, inset-i-
cida, rat-i-cida, gas-o-duto, etc.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Quanto à formação, as palavras podem ser primitivas ou derivadas.

➢ Palavras primitivas são as que não derivam de outras, dentro da língua


portuguesa. Exemplos: pedra, terra, dente, pobre, etc.
➢ Palavras derivadas são as que provêm de outras. Exemplos: pedreiro,
enterrar, dentista, pobrezinho, etc.

Chamam-se primitivas as palavras que não se formam de nenhuma outra e que, pelo
contrário, permitem que delas se originem novas palavras no idioma. Assim: fumo, mar,
novo, pedra etc.; denominam-se derivadas as que se formam de outras palavras da língua
mediante o acréscimo ao seu radical de um prefixo ou um sufixo. Assim: fumoso marinha
novinho pedreiro defumar marear renovar empedra etc.

Palavras simples e compostas

Com relação ao radical, dividem-se as palavras em simples e compostas. Palavras


simples são as que têm um só radical. Exemplos: livre, beleza, recomeçar, maquinismo,
desmatamento.

As palavras que possuem apenas um radical, sejam primitivas, sejam derivadas,


denominam-se simples. Assim: mar marinha pedra, são compostas as que contêm mais
de um radical: quebra-mar guarda-marinha pedra-sabão aguardente pernalta pontapé.

Obs.: Note-se que, na língua atual, muitas formas compostas não são mais sentidas como
tais pelos falantes. É o caso de aguardente, de pontapé, etc

➢ Derivação

A derivação consiste em formar uma palavra nova (derivada), a partir de outra já existente
(primitiva). Realiza-se de quatro maneiras:

Por sufixação - acrescentando-se um sufixo a um radical: dentista, jogador, boiada,


sapataria, realizar, felizmente.

Por prefixação - antepondo-se um prefixo a um radical: incapaz, desligar, refresco,


supersônico, pré-história.

Por derivação parassintética (ou parassíntese) - anexando-se, ao mesmo tempo, um


prefixo e um sufixo a um radical: alistar (a+ lista+ ar), envergonhar (en +vergonha+ ar),
emudecer (e+ mudo+ ecer), esfarelar (es + farelo + ar), desalmado (des + alma + ado),
enfileirar (en + fileira + ar), empapelar (em + papel + ar), empalidecer (em+ rálido +
ecer), enegrecer (e+ negro+ ecer).

Os vocábulos parassintéticos são quase sempre verbos e têm como base um substantivo
ou um adjetivo: empalhar, despedaça, amanhece, anoitecer, etc. (base substantiva);
amolecer, esfr iar, endoidecer, etc. (base adjetiva). É importante fazer distinção:
descarregar (des + carregar) achatamento (achatar+ menta) prefixação sufixação amaciar
(a + macio+ ar) parassíntese (Não existe o verbo maciar nem o substantivo ou adjetivo
amacio).

Por derivação regressiva - substituindo-se a terminação de um verbo pelas desinências -a, -o ou


-e: mudar - muda, pescar - pesca ajudar – ajuda, combater - combate, atacar – ataque, rematar
– remate, chorar - choro, castigar - castigo, abalar – abalo, falar – fala.

Nota: Além desses processos de derivação propriamente dita, existe ainda o da derivação
imprópria, que consiste em mudar a classe de uma palavra, estendendo-lhe a significação.
Por este processo (que não deixa de ser um recurso de enriquecimento dos meios de
expressão): a) os adjetivos passarn a substantivos: os bons, os rnaus, o verde, etc. b) os
particípios passam a substantivos ou adjetivos: um feito heróico, o passado, ente querido,
filho amado, etc. c) os infinitivos passam a substantivos: o viver, o andar, o sorrir, o bater
ela porta, o espocar dos foguetes, etc. "O badalar dos sinos animou-a debilmente."
(GR,\Clllí\NO RAMOS) d) os substantivos passam a adjetivos: comício monstro, menino
prodígio, traje esporte, funcionário fantasma, homens-rãs, etc. e) os adjetivos passam a
advérbios: falar alto, vender caro, tossir forte, falar baixo, etc. f) palavras invariáveis
passam a substantivos: o sim, os prós e os contras, um quê ele mistério, o porquê da
existência, etc. g) substantivos próprios tornam-se comuns: os mecenas das artes, um
caxias (= chefe severo e exigente), um havana, etc. "os braços de pano de um judas"
(RAQUEL DE QUIRÓS).

➢ Composição

Pelo processo da composição associam-se duas ou mais palavras ou dois ou mais radicais
para formar uma palavra nova. A composição pode efetuar-se:

Por justaposição, unindo-se duas ou mais palavras (ou radicais), sem lhes alterar a
estrutura. Exemplos: passatempo, vaivém, cantochão, girassol, biólogo, televisão,
rodovia, mata-borrão, sempre-viva, greco-latino, cor-de-rosa, etc. Na justaposição, os
elementos ora se unem com hífen, ora sem hífen. Expressões como fogão a gás, estrada
de ferro, doce de leite, fim de semana, anjo da guarda, dona de casa não se hifenizam
porque não são vocábulos compostos, não constituem uma perfeita unidade semântica.
Veja Emprego do hífen, página.

Por aglutinação, unindo-se dois ou mais vocábulos ou radicais, com supressão de um ou


mais de um de seus elementos fonéticos. Exemplos: aguardente (água ardente) - embora
(em boa hora) - fidalgo (filho de algo, isto é, filho de família nobre) - pernalta (perna alta)
- planalto (plano alto) - pernilongo (perna longo) - quintessência (quinta essência) -
hidrelétrico (hidro elétrico) - santelmo (Santo Elmo), santantônio (Santo Antônio),
viandante (via andante), boquiaberto (boca aberto), etc.

➢ Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida.
Exemplos: auto (por automóvel ) extra (por extraordinário ou extrafino) pálio (por
poliomielite) cinema (por cinematografia) quilo (por quilograma) pneu (por pneumático)
cine (por cinema) ônibus (por auto-ônibus) micro (por microcomputador) foto (por
fotografia) seu (por senhor) Quim (por Joaquim) moto (por motocicleta) pornô (por
pornografia) Zé (por José) Cuará (por Cuaratinguetá) curta (por curta-metragem) Essa
espécie de economia linguística, comum a todos os idiomas, é responsável por
simplificações mais arrojadas. Haja vista: zoo (por jardim zoológico) metrô (do francês
métro, redução de chemin de fer métropolitain, isto é, estrada de ferro metropolitana)
Como exemplo de redução ou simplificação das palavras, podem ser citadas também as
siglas, tão frequentes na comunicação de hoje.

Por: Márcio Mateus – 945013961

Você também pode gostar