Você está na página 1de 114

Acentuação gráfica / Ortografia / Estrutura e formação

das palavras 4

Classes de palavras 1 12

Classes de palavras li 21

Classes de palavras Ili 26

Período simples 33

Colocação pronominal / Período composto


por coordenação 41

Período composto por subordinação /


Orações substantivas 47

Orações adjetivas 52

Orações adverbiais 59

Orações reduzidas e período misto 67

Concordância nominal e verbal 74

Regência verbal e nominal / Crase 85

Funções do se e do que / Pontuação 94

Figuras de linguagem 104


1. Acentuação urálica • Acentuam-se as vogais tônicas i e u dos
hiatos quando formarem sílaba sozinhas,
O sistema de acentuação gráfica em por- seguidas ou não de s: saída, saúde, Luís,
tuguês obedece a quatro regras gerais (rela- egoísmo.
tivas aos monossílabos, oxítonas, paroxítonos • Se as vogais tônicas i eu dos hiatos vierem
e proparoxítonas) e três regras especiais que depois de um ditongo ou se vierem seguidas
se sobrepõem às anteriores. de nh, não serão acentuadas: cauila (cau-i-
la), boiuna (boi-u-na), rainha (ra-i-nha).
Reoras gerais
• Se a vogal i tônica do hiato for repetida, não
• Acentuam-se os monossílabos tônicos ter- se emprega o acento: xiita (xi-i-ta).
minados em o(s), e(s), o(s): má, dás, fé,
mês, nó, pós etc.
• Acentuam-se os oxítonas terminados em
o(s), e(s), o(s), em(ens): cajá, marajás,
você, cafés, cipó, carijós, também, arma-
2. Ortouratia
zéns etc. Do grego orthós, "correto" + gráphein,
• Acentuam-se os paroxítonos não termina- "escrever", ortografia é a seção da gramática
dos em o(s), e(s), o(s), em(ens), om: hífen, que determina a grafia correta das palavras,
próton, revólver, história, série, colégio etc. segundo o padrão da língua escrita culta.
• Acentuam-se todos os vocábulos proparo-
xítonas: lâmpada, exército, gramática etc. Emprego de consoantes eou ç

Reoras especiais • Em palavras de origem tupi, africana e ára-


be: açafrão, açaí, caçanje, caçula, muçum,
• Acentuam-se os ditongos abertos, orais e paçoca, miçanga etc.
tônicos: éi, ói e éu, dos monossílabos tôni-
cos e das palavras oxítonas: céu, pastéis, ca- • Nos sufixos -aça, -aço, -ação, -ecer, -iça, -iço,
racóis, chapéus. -nça, -uça, -uço: barcaça, panelaço, denti-
ção, anoitecer, inteiriça, movediço etc.
• Não se acentuam os ditongos abertos, orais
e tônicos éi e ói das palavras paroxítonas: • Após ditongos: feição, foice, louça, atraiço-
assembleia, joia. ar, traição etc.

o
GeJ • Nos sufixos -izor (e -izoção): amenizar, aba-
lizar, ajuizar, hospitalizar, civilizar, civiliza-
• Nas terminações -ágio, -égio, -ígio, -ágio,
ção, urbanização etc. No entanto, usa-se s
-úgio: adágio, ágio, estágio, egrégio, régio,
nas palavras terminadas em isor derivadas
remígio, relógio etc. de outras palavras escritas com s: pesquisar
• Nas terminações -agem, -igem, -ugem, -ege, (pesquisa) analisar (análise).
-oge: folhagem, viagem, vertigem, fuligem,
ferrugem etc. XooCH
• Nas palavras de origem estrangeira, latina Usa-se a letra x nos seguintes casos:
ou grega: álgebra, algeroz, ginete, girafa, • Em vocábulos de origem árabe, tupi e africa-
giz (árabes); agiotagem, geleia, herege, na: almoxarife, oxalá, xadrez, abacaxi, mu-
sargento (francesas) etc. xoxo, xavante, xingar etc.
• Palavras de origem tupi, africana e árabe: jê, • Para, no aportuguesamento, substituir o sh in-
jerivá, jiboia, jenipapo, Moji, pajé; caçanje, glês e o j espanhol: xampu, xelim, xou, Xan-
alfanje, alforje etc. gai, xerez, lagartixa, Truxilho etc.
• Após a inicial en-, desde que a palavra não
souz seja derivada de outra com eh: enxada, en-
Usa-se a letra s nos seguintes casos: xame, enxergar, enxerto, enxotar, enxugar
• Em derivados de verbos com nd (nd-ns): as- etc. (Mas: charco, encharcar; cheio, encher,
cender, ascensão, ascensorista; contender, enchente; choça, enchoçar etc.)
contensão (mas conter, contenção); esten- • Após a inicial me-, exceto "mecha", e de-
der, extensão etc. rivados: mexer, mexerico, mexicano, mexi-
• Nas correlações pel-puls, rg-rs, rt-rs: compe- lhão, mexilho, mexinflório etc.
lir, compulsão; expelir, expulsão; aspergir, • Após ditongos: baixa, baixela, feixe, frouxo,
aspersão; divertir, diversão; emergir, emer- gueixa, trouxa etc.
são etc.
• Nas correlações corr-curs e sent-sens: correr,
curso, percurso, discurso, incurso, incursão, ex- 3. Morfemas
cursão; sentir, sensação etc. A cada uma das unidades mínimas e signi-
• Nos títulos nobiliárquicos, nos gentílicos ficativas que compõem uma palavra dá-se o
(procedência) e nos femininos em geral: ba- nome de morfema.
ronesa, marquesa, princesa etc.; francesa, De acordo com o papel que exercem na
finlandesa, holandesa, inglesa, chinesa etc. palavra, os elementos mórficos recebem dife-
• Após ditongos: causa, lousa, maisena, ou- rentes classificações, como:
sar etc. • Radical: núcleo mais significativo de uma
• Nas correlações d-s, nd-ns-s: aludir, alusão; palavra, é a base sobre a qual se cria uma
defender, defesa etc.; defender, defensor; família de vocábulos, os cognatos. É ao ra-
despender, despensa etc. dical que se agregam os demais morfemas.
Usa-se a letra z nos seguintes casos: • Afixo: é o morfema que, anteposto (prefixo)
• Nos substantivos abstratos derivados de ad- ou posposto (sufixo) ao radical, modifica-
jetivos: ácido, acidez; grávida, gravidez, gra- lhe o significado, acrescendo-lhe mudanças
videzes; grande, grandeza; pequeno, peque- de sentido. Além disso, pode acarretar mu-
nez etc. danças de classe gramatical (caso do sufixo).
• Desinência: é o morfema indicador das fle- passatempo (passa+ tempo), pernalta (per-
xões. Subclassifica-se como verbal e nominal. na + alta).
As desinências verbais indicam o tempo e o Essa classificação tem como fundamento os
modo (desinência modo-temporal) e a pes- dois processos gerais de formação de novas pa-
soa e o número (desinência número-pessoal) lavras na língua: a derivação (na qual se forma
do verbo. As desinências nominais indicam uma palavra nova a partir de outra já existente)
o gênero e o número de substantivos, adje- e a composição (na qual há formação de novas
tivos, pronomes e numerais (além do particí- palavras com base em dois ou mais radicais).
pio, forma nominal do verbo). • Derivação regressiva: consiste na supressão
• Vogal temática: é o morfema que liga o ra- do segmento final (vogal temática e desinên-
dical às desinências. Adicionada ao radical cia) de um verbo no infinitivo e na adjunção
constitui o tema, base sobre a qual se agre- de uma das três vogais temáticas nominais
gam as desinências. Há as vogais temáticas (-a, -e, -o): ajudar - ajuda; atacar - ataque;
nominais, -a-, -e-, -o-, em sílabas átonas abalar - abalo.
finais, e as vogais temáticas verbais, -a-, • Derivação imprópria: não supõe as opera-
-e-, -i-, que indicam as conjugações verbais. ções de adjunção ou supressão de morfema,
de modo que a palavra primitiva e a deri-
Em muitos vocábulos, certas vogais e vada são um mesmo vocábulo, mas usado
consoantes não se enquadram nessas cate- em contextos morfossintáticos e semânticos
gorias, pois são unidades não significativas distintos. Observe: olho azul (adj.) - o azul
que se acrescem puramente por motivo de dos seus olhos (subst.); homem alto (adj.)
eufonia ("som agradável"). São chamadas - falava alto (adv.).
vogais e consoantes de ligação. Exemplos:
Vogais de ligação: silvícola, gasômetro,
gasoduto, gaseificar, cacauicultor.
Consoantes de ligação: cafeteira, pezi-
nho, chaleira, pobretão.

O P'O',RTU N IDA D E ASSIM

4. Formação PASSA RÁP·!DO.

das palavras
Quanto à formação, as palavras podem ser:
• primitivas: as que não se formam a partir
de nenhuma outra palavra da língua: sol, fe-
liz, honra;
• derivadas: as que se formam a partir de pa-
lavras primitivas: solar, felicidade, honraria;
• simples: as que contêm um único radical:
vinho, tempo, perna;
• compostas: as que se formam com a união
de duas ou mais palavras primitivas, ou de Na chamada do anúncio, há um caso de conversão de adjeti-
dois ou mais radicais: vinagre (vinho + acre), vo em advérbio: rápido.

o
• Derivação prefixai: ocorre com o acréscimo a) compos1çao por justaposição: con-
de prefixo ao radical. Exemplos: pôr: apor, an- siste na união de duas ou mais palavras
tepor, dispor, indispor, repor; ter: ater-se, abs- primitivas que apenas se justapõem,
ter-se, conter, deter, entreter, manter, reter. sem que haja alteração ou supressão
• Derivação sufixal: opera-se pela adjunção de em qualquer dos elementos formado-
um ou mais sufixos ao radical. Diferentemente res. Esse processo nem sempre implica
da prefixação, pode acarretar alterações se- o uso de hífen. Exemplos: guarda-civil,
mânticas e morfológicas. Exemplos: boi: boia- guarda-chuva, papel-alumínio, girassol,
da; formiga: formigueiro; bruxa: bruxaria. passatempo etc.
• Derivação prefixai e sufixal: consiste no b) composição por aglutinação: caracteri-
acréscimo de um prefixo e de um sufixo à
za-se pela adjunção de duas ou mais pala-
palavra primitiva. Exemplo: deslealdade.
vras primitivas, mas com alguma supressão
ou alteração tônica numa delas. Exem-
plos: aguardente (água + ardente), alvi-
negro (alvo + negro), auriverde (auro +
verde), embora (em+ boa+ hora).

Casos especiais
• Hibridismo: chama-se híbrido o vocábulo
resultante da adjunção de morfemas prove-
nientes de distintas línguas: decímetro (la-
tim e grego), desconfiômetro (português e
grego), dostoievskiano (russo e português),
endovenoso (grego e latim).
• Abreviação: consiste na supressão de fone-
mas de um vocábulo (em geral polissílabo) de
largo uso na linguagem oral: extra (extraor-
dinário), fisio (fisioterapia), Floripa (Florianó-
polis), fax (fac-símile), pneu (pneumático).
No primeiro quadrinho, o sufixo -inh gera uma aparente • Abreviatura: quando ocorre a supressão da
inadequação: a ratazana é chamada carinhosa e ironica- maioria dos fonemas, o resultado fica tão
mente de "gatinha".
desprovido de autonomia fonética que se tor-
• Derivação parassintética: é a adjunção na um símbolo gráfico da palavra primitiva:
simultânea de prefixo e sufixo ao mesmo Dr? (doutora), qto. (quanto), GO (Goiás), RR
radical. Ela gera apenas verbos: ou a partir (Roraima).
de substantivos (apedrejar, amanhecer),
• Sigla: diferentemente da abreviação e da
ou a partir de adjetivos (amolecer, empa-
abreviatura, a siglonimização ocorre a par-
lidecer, engordar, emagrecer). tir da adjunção de duas ou mais palavras pri-
• Composição: gera vocábulos resultantes da mitivas; porém, além dessa adjunção, ocorre
simples adjunção de dois ou mais radicais a supressão de grandes segmentos dessas
(composição por justaposição), ou resultan- palavras primitivas: USP (Universidade de
tes de adjunção e supressão (composição São Paulo), Banestado (Banco do Estado do
por aglutinação). Paraná).
• Neologismo: é um termo que designa qual- São fenômenos. Os especialistas com-
quer palavra de uso recente no idioma ou preendem essas coisas e outras mais, o mun-
qualquer palavra do idioma que passa a ter do é assim mesmo. Não adianta explicar um
novo(s) significado(s) em virtude do cará- vulcão a uma formiga.
ter polissêmico de todo vocábulo: deletar Adaptado de CONY, Carlos Heitor.
(apagar), disponibilizar (tornar disponível), Folha de S. Paulo, 18 maio 2008.
jogada (trama, acordo), parada e lance (si-
Assinale a alternativa correta.
tuação) etc.
a) As palavras desabrigados(§ 1) e descer(§ 1)
apresentam o mesmo processo de forma-

Atividades ção, utilizando o mesmo prefixo.


b) Os substantivos vulcanólogos (§ 1) e cro-
1 (Uninove-SP) Leia o texto para responder à nista(§ 4) apresentam sufixos iguais e com
questão. mesmo significado.
c) As palavras vulcanólogos (§ 1) e fenô-
A formiga e o vulcão
menos (§ 5) são formadas por derivação
Toda vez que acontece uma tragédia, parassintética.
como a do terremoto na China ou a do fura-
cão em Mianmar, com milhares de mortos e x d) As palavras vulcanólogos (§ 1) e humani-
desabrigados, eu me sinto como uma formiga dade (§ 2) apresentam o mesmo processo
tentando entender um vulcão. Aliás, também de formação, utilizando sufixo.
não entendo os vulcões, embora existam e) Nas duas vezes em que o substantivo fe-
vulcanólogos que devem saber mais do que
nômeno ocorre no segundo parágrafo do
eu sobre o assunto. Já tentaram me explicar
como essas coisas acontecem, mas fico na
texto, no singular e no plural, apresenta
mesma, como o primeiro homem que viu um Significados diferentes. As palavras "vulcanólogos" e
"humanidade" são formadas por derivação sufixal.
raio descer do céu e incendiar uma floresta.
Mesmo assim, acredito que seja mais fá- 2 (U. F. São Carlos, adaptada) Leia com atenção:
cil entender um vulcão ou um terremoto do Talvez a nordestina já tivesse chegado
que certos fenômenos na vida política e so-
à conclusão de que vida incomoda bas-
cial da humanidade - e não estou me re-
tante, alma que não cabe bem no corpo,
ferindo exatamente ao Ronaldo Fenômeno,
que andou em trapalhadas recentemente. mesmo alma rala como a sua. Imaginava-
A renúncia da ministra Marina Silva pode zinha, toda supersticiosa, que se por acaso
ser arrolada como um desses fenômenos. Ela viesse alguma vez a sentir um gosto bem
procurou cumprir a sua agenda ambientalis- bom de viver - se desencantaria de súbi-
ta na crença de que o governo do qual fa- to de princesa que era e se transformaria
zia parte tinha o mesmo programa de ação. em bicho rasteiro. Porque, por pior que
O problema da Amazônia foi colocado como fosse sua situação, não queria ser priva-
uma questão de Estado e de governo, não de da de si, ela queria ser ela mesma. Acha-
programa particular de uma ministra. va que cairia em grave castigo e até risco
Marina atritou-se além da conta, não fez de morrer se tivesse gosto. Então defendia-
concessões - o que é fatal para qualquer se da morte por intermédio de um viver de
político, sobretudo para aqueles que exer-
menos, gastando pouco de sua vida para
cem cargos executivos. Pode parecer estra-
esta não acabar. Essa economia lhe dava
nho que o cronista comece a falar em ter-
remotos e vulcões e, de repente, engate a alguma segurança pois, quem cai, do chão
mudança ministerial da semana que passou. não passa.
De quebra, falando no Ronaldo. Clarice Lispector. A hora da estrela.

C)
Falando em coisas insólitas com relação ao "Explosão da China criou ________";
estilo empregado por Clarice: "Os ________ da rotina americana";
a) que efeito consegue ela ao empregar a de-
a) dissidentes - extorções - dispensa - distor-
rivação insólita "imaginavazinha", no texto?
ções - excessos
O sufixo -inha, em "imaginavazinha'; revela a incapacidade
b) dissidentes - estorções - dispensa - distor-
de Macabéa de imaginar, de sonhar. Marca certa vergonha
sões - escessos
da personagem em desejar algo positivo para si.
x c) dissidentes - extorsões - despensa - distor-
ções - excessos
d) discidentes - estorções - dispensa - distor-
sões - excessos
e) disidentes - estorções - despensa - distor-
cões _ exeSSOS Verificar grafia correta das palavras
3
em um dicionário.

4 (UFMA) Explique os processos de formação das


palavras que compõem a última estrofe do
b) Se você aplicasse o mesmo recurso de deri- poema:
vação usado por ela aos verbos vencer e sor- Já
rir, em uma frase que tivesse como sujeito o
Já não é hoje?
termo os políticos, como ficariam as palavras
derivadas? não é aquioje?
Já foi ontem?
Por exemplo: Os políticos "vencianzinhos" no Brasil secular
será amanhã?
e Os políticos "sorrianzinhos" na favela Brasil.

Já quandonde foi?
quandonde será?

eu queria um jazinho que fosse


aquijá
tuoje aquijá.
O 'NELL, Alexandre. Poesias completas.

3 (FCSCL-SP) Assinale a alternativa que comple- jazinho = derivação sufixal, a partir do advérbio j á;

ta, correta e respectivamente, as lacunas das aquijá = composição por justaposição (advérbios aqui+ já);
manchetes, extraídas de O Estado de S. Paulo,
tuoje = composição por aglutinação (pronome reto tu + advérbio
3 ago. 2008.
hoje);
"Moção da Câmara dos EUA e reunião de Bush
aquijá =composição por justaposição (advérbios aqui+ já).
com- - - - - - irritam chineses";
"Paramilitares enriquecem à custa de
______ e medo";
"Os alimentos na - - - - - - - da huma-
nidade";
1. zoo: perdeu o acento com a reforma ortográfica de 201 O, assim como
ideia; hífen e órfãs: acentuam-se as paroxítonas terminadas em n e em ãs.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Sobre os processos de formação de palavras, é cor-


reto afirmar que há a formação de um:
1 (Unifra-RS) Assinale a alternativa em que to- a) substantivo por prefixação em supérfluos.
das as palavras estão acentuadas incorreta- b) adjetivo com sufixo com sentido de profis-
mente. são em contribuinte.
a) látex - parabéns - baús - boia c) substantivo com prefixo com sentido de
b) herói - enxáguam - enjoo - obtém negação em impostos.

x c) zôo - idéia - hifen - orfãs x d) substantivo por sufixação em consumidor.


e) adjetivo com prefixo com sentido de dis-
d) polens - fêmur - herói - pincéis
tanciamento em advento.
"consumidor" é resultado de derivação sufixal.
e) vatapá - bebê - miúdo - tranquilo

4 (FCSCL-SP) Assinale a alternativa que identifi-


2 (Emescam-ES) Assinale a opção que apresenta ca corretamente os respectivos sentidos dos
classificação equivocada dos respectivos frag- prefixos latinos que compõem as palavras a
mentos destacados. "a" em "meninas" e "garotas" é desi- seguir: cisplatino, introversão, perfurar, pros-
nência de gênero, não de pessoa.
a) terreno e ferreiro [radicais] seguir.
a) posição em frente - movimento através -
x b) meninas e garotas [ desinências: -a- de pes-
separação - anterioridade.
soa e -s de número]
b) contiguidade - anterioridade - movimento
c) cant-ªr e chovfr [vogais temáticas ] para baixo - posição ao lado.
d) suavizar e uniformizar [sufixos] c) posição aquém - movimento para dentro -
e) desonesto e remarcar [prefixos] separação - movimento para a frente.
x d) posição aquém - movimento para dentro
- movimento através - movimento para a
3 (FGV-SP) Leia o texto para responder à questão. frente.
Com a sociedade de consumo nasce a fi- e) contiguidade - anterioridade - posição infe-
gura do contribuinte. Tanto quanto a palavra rior - privação.
"eis" indica posição anterior; "intro'; "per" e "pro" indicam mo-
consumo ou consumidor, a palavra contri-
vimento, respectivamente, para dentro, através e para rente.
buinte está sendo usada aqui numa acepção
particular. No capitalismo clássico, os impos-
5 (U. E. Ponta Grossa-PR) Quanto à formação de
vocábulos, é certo que:
tos que recaíam sobre os salários o faziam
de uma forma sempre indireta. Geralmente, (01) o prefixo indica negação nos vocábulos
o Estado taxava os gêneros de primeira ne- impossíveis e inimaginados.
cessidade, encarecendo-os. Imposto direto so- (02) o substantivo fundação é formado por sufi-
bre o contracheque era coisa, salvo engano, xação a partir do verbo fundar.
inexistente. Com o advento da sociedade de
(04) parisiense é vocábulo composto formado
consumo, contudo, criaram-se as condições
por justaposição.
políticas para que o imposto de renda afetasse
uma parcela significativa da classe trabalhado- (08) simultaneamente é vocábulo formado por
ra. Quem pode se dar ao luxo de consumir su- parassíntese a partir de um adjetivo na for-
pérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente ma feminina.
pagar impostos. (16) glamorizou é forma de pretérito perfeito
HADDAD, Fernando. "Trabalho e classes sociais". de um verbo criado por derivação sufixal a
ln: Tempo social, out. 1997. partir de um estrangeirismo.
Dê a soma dos números dos itens corretos. Como se sabe, o léxico, isto é, o conjunto de vo-
Soma= 19 (01 + 02 + 16)
cábulos de uma língua, é um sistema aberto,
que pode ser ampliado constantemente, desde
que obedecidas determinadas regras estruturais.
A criação de neologismos, ou seja, de palavras
& (UECE, adaptada) novas, é frequente na obra de José Cândido de
Carvalho. Podemos indicar, no texto em estudo,
Carta de Micael dos Reis a um primo de dentre os neologismos criados pelo autor, o vocá-
São José do Monte, o mecânico Manuel Bastos: bulo esculturagem. Sobre esse vocábulo, é corre-
Manequinho, não precisa mandar mais to fazer a seguinte afirmação:
carta para a oficina de lanternagem de Zuzu
Tavares, uma vez que mudei de ofício e abra- a) Foi formado com o sufixo -agem, que tem o
cei a carreira de escultor moderno. Sei como mesmo valor semântico do sufixo que entra
o pessoalzinho de São José do Monte vai rir na formação do substantivo folhagem.
ao saber que o filho de Santinho Reis está x b) Por causa do sufixo -agem, esculturagem
fazendo nome a poder de ferro-velho e coisa transmite a ideia de ação, processo, portan-
destorcida. Peguei inclinação pelo ramo no to de trabalho constante, que o substantivo
dia em que vi nos jornais um para-lama de escultura não transmite.
sucata que pegou o primeiro prêmio numa
demonstração de esculturagem no estrangei- c) Guarda, em seu significado, relação com a
ro e mais depois em São Paulo. Aí, primo, palavra cultura.
meti os peitos. [. . .] d) Tem como cognatos todos os vocábulos
José Cândido de Carvalho. Ícaro. formados com o sufixo -agem.
"esculturagem" apresenta ideia de ação, como se indicasse
o processo de produção de uma escultura.
1. Substantivo Em geral, os substantivos apresentam fle-
xões de gênero (masculino e feminino) e de
Tudo quanto se pode nomear tem como número (singular e plural).
nome um substantivo: os seres (reais ou ima- A maior parte dos substantivos apresenta
ginários), os objetos, os lugares, os grupos de formas diferentes para a indicação de gênero;
seres, as ações, os estados, as qualidades, as são os substantivos biformes: aluno/aluno,
circunstâncias, as sensações, os sentimentos, pai/mãe, cavaleiro/amazona etc. Há também
os fenômenos etc. os que têm apenas uma forma para os dois gê-
neros; são chamados substantivos uniformes
Quanto à estrutura e formação, os subs- I

que podem ser comuns de dois (o/o estudan-


tantivos podem ser simples (céu) ou com-
te, o/o dentista), sobrecomuns (o cônjuge, o
postos (arranho-céus), primitivos (pulso) ou
criança, o testemunho) ou epicenos (o jaca-
derivados (pulseira).
ré-mocho/ o jacaré-fêmeo, o girafa-mocho/o
Quanto à extensão (ou abrangência), a girafa-fêmeo).
tradição gramatical define o substantivo co-
mum como o designativo de qualquer unida-
de pertencente a um conjunto ou espécie (rio, Graus do substantivo
constelação, oceano, obro, estudante etc.). • grau normal: menino
Próprios são os substantivos designativos de • grau aumentativo
uma unidade específica de um conjunto ou a) analítico: menino grande
espécie (Amazonas, Órion, Índico, Sogorono, b) sintético: meninão (sufixação)
Ricardo etc.).
• grau diminutivo
Quanto à natureza do que é nomeado, o
a) analítico: menino pequeno
substantivo pode ser concreto ou abstrato. São
concretos os substantivos que "designam os b) sintético: menininho (sufixação)
seres e as coisas", o que existe por si, seja na rea-
lidade sensível, seja no domínio da imagi-
nação (cabeço, mulher, doutor, janelo, fado,
Deus, saci, gnomo, mula sem cabeço etc.). 2. Adietivo
São abstratos os demais substantivos isto éI I

os que nomeiam ações, estados, qualidades, Adjetivo é a classe constituída de pala-


emoções, sentimentos (tristeza, simpatia, cla- vras que modificam substantivos, pronomes e
reza, invejo, quedo, ascensão, ataque etc.). orações, atribuindo-lhes característica, aspec-
Para designar conjuntos de "seres e coi- to, estado, modo de ser, origem.
sas" de uma mesma "espécie", existem os Assim como o substantivo, os adjetivos podem
substantivos coletivos: alcateia (de lobos), ser simples (belo, brasileiro, cloro) ou compos-
cáfila (de camelos), enxame (de abelhas), pi- tos (belo-horizontino, luso-brasileiro, omorelo-
nacoteca (de quadros) etc. cloro).

G
Chamam-se pátrios ou gentílicos os ad-
• grau superlativo
jetivos que indicam origem relacionada a ci-
a) absoluto analítico:
dades, estados, regiões, países, continentes
(paulistano, paulista, sulista, brasileiro, sul- André é muito grande.
americano etc.). b) absoluto sintético:
Assim como o substantivo, o adjetivo pode André é grandíssimo (ou máximo).
flexionar-se em gênero e número. Quanto ao c) relativo de superioridade:
gênero, o adjetivo também pode ser biforme
André é o maior da classe.
(belo/bela, gaulês/gaulesa etc.) ou uniforme
(o gesto suave, a passagem suave; o progra- d) relativo de inferioridade:
ma ruim, a situação ruim etc.). André é o menor da classe.
Quanto à flexão de número, o plural do ad-
jetivo simples assemelha-se à formação do plu-
ral do substantivo simples.
As formas analíticas de aumentativo e 3.Artigo
diminutivo do substantivo envolvem deter-
o artigo tem o papel de especificar ou
minações adjetivas (menino grande, menino
generalizar o conceito nomeado pelo subs-
pequeno). Nas formas do grau comparativo e
tantivo ao qual se antepõe. No primeiro caso,
do grau superlativo relativo, o adjetivo per-
classifica-se como artigo definido; no segun-
manece invariável, sendo modificado por ad-
do, como artigo indefinido.
vérbios de intensidade.
O artigo flexiona-se em gênero e número
de acordo com o substantivo a que se refere.
Graus do adjetivo Desse modo, os artigos definidos são o, a, os,
• grau normal: grande as, e os indefinidos, um, uma, uns, umas.
• grau aumentativo: grandão (muito
grande)
• grau diminutivo: grandinho (pouco
grande)
4. Numeral
Os numerais têm o papel de quantificado-
• grau comparativo res precisos (cinco, um terço, quíntuplo) e de
a) de superioridade: referenciadores num ordenamento (primeiro,
octogésimo nono).
André é maior que a irmã.
Flexionam-se em número (singular e
André é mais grande que inteligente.
plural): um, dois, três; primeiro, primeiros;
b) de igualdade: último, últimos; um terço, dois terços; duplo,
André é tão grande quanto a irmã. duplos etc. Muitos se flexionam em gênero:
André é tão grande quanto inteligente. um, uma, dois, duas; oitavo, oitava; nona-
gésimo nono, nonagésima nona.
c) de inferioridade:
Conforme a natureza da quantificação,
André é menos grande que a irmã. os numerais classificam-se como cardinais
André é menos grande que inteligente. (quantificação exata e inteira: duas casas,
quarenta cadeiras), multiplicativos (multipli-
cação de quantidades: Joana apostou o dobro Pronomes pessoais de tratamento
de sua fortuna no jogo) e fracionários (razão Pronome Abreviatura Empre o
ou fração de quantidades: Isso não é um terço tratamento
do que tenho de fazer). O numeral ordinal é Você v.-vv.
informal
referenciador: designa a posição de certo com- Senhor/ Sr. Sr.ª - Srs. tratamento mais
ponente numa sequência ordenada Ooão foi o Senhora sr.as formal
quinto aluno a chegar à linha final).

Pronomes pessoais de tratamento

5. Pronome Pronome Abreviatura EmP-rego


príncipes,
A classe gramatical dos pronomes inclui Vossa Alteza V.A. - VV.AA. princesas,
vocábulos invariáveis (isto, que, alguém), ou duques
variáveis em gênero e número (algumas, suo, Vossa V.Em.ª-
V.Em.as cardeais
esse, ele, o), e/ou variáveis em pessoa e caso Eminência
(se, lhe, ele, o). Podem ter função adjetiva Vossa
V.Ex.ª - V.Ex.ªs altas autoridades
(ao modificar o substantivo) ou substantiva (ao Excelência
substituí-lo). Além disso, podem ser referencia- Vossa V.Mag.ª - reitores de
dores (suo, esse, se, lhe, ele, isto, que, lo, o), Magnificência V.Mag.ªs universidades
indefinidores (algumas, alguém) e, mesmo, Vossa reis e
V.M-VV.MM
conectores (que). Majestade imperadores
Vossa
juízes de direito
Classificação eflexões Meritíssima
Vossa V.Rev.ma-
Pronomes relativos sacerdotes
Reverendíssima V.Rev.mas
Variáveis Invariáveis
Vossa
V.Ex.ª Rev.ma_ bispos e
o qual, a qual, os quais, as Excelência
quais, cujo, cuja, cujos, cujas, que, quem, onde, VV.Ex.ªs Rev.mas arcebispos
Reverendíssima
quanto, quantos, quanta, como, quando
tratamento
quantas Vossa Senhoria V.S.ª - V.S.ªs
cerimonioso
Vossa V.S. (não há
papa
Pronomes pessoais Santidade plural)
Oblíquo 1
Reto
Átono Tônico Pronomes possessivos
eu me mim Mais de um
Pessoa Um possuidor
~ossuidor
tu te ti
1~ meu, minha nosso, nossa
ele, ela se, o, a, lhe si, ele, ela meus, minhas nossos, nossas
nós nos nós 2~ teu, tua vosso, vossa
teus, tuas vossos, vossas
vós vos vós
3~ seu, sua seu, sua
eles, elas se, os, as ,lhes si, eles, elas seus, suas seus, suas

e
Pronomes demonstrativos
1~ pessoa este, esta, estes, estas, isto
Atividades
2~ pessoa esse, essa, esses, essas, isso
1 (FGV-SP) Ofragmento a seguir, extraído do con-
to "Conversão de um Avaro", de Machado de
3~ pessoa aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo Assis, é a base para esta questão.

Quando ele apareceu à porta, José Bor-


Em certos contextos são também pro- ges esfregou os olhos como para certificar-se
nomes demonstrativos: o, a, os, as; tal, de que não era sonho, e que efetivamente
tais; semelhante(s), mesmo(s), mesma(s); o colchoeiro ali lhe entrava pela sala. Pois
próprio(s), própria(s). quê! Onde, quando, de que modo, em que
circunstâncias Gil Gomes calçara nunca lu-
vas? Trazia um par de luvas, - é verdade
Pronomes interrogativos
que de lã grossa, - mas enfim luvas, que na
Variáveis Invariáveis opinião dele eram inutilidades. Foi a única
despesa séria que fez; mas fê-la.
qual, quais, quanto, quanta,
que, quem ASSIS, Machado de. "Contos fluminenses II".
quantos, quantas
ln Obras completas de Machado de Assis.
São Paulo: W. M. Jackson Inc., 1957.

Classifique morfologicamente o termo destacado


Pronomes indefinidos em negrito na passagem "que na opinião dele
Variáveis Invariáveis eram inutilidades" e aponte a quem ele se refere.
Justifique sua resposta.
algum, alguma algo
Trata-se de uma locução adjetiva, com sentido de posse, e se

alguns, algumas alguém refere ao termo antecedente Gil Gomes.

nenhum, nenhuma ninguém

nenhuns, nenhumas tudo


2 Leia o texto para responder à questão.
todo, toda, todos, todas cada
Burocrático, francês aborda familia
certo, certa, certos, certas outrem "alternativa" na guerra

outro, outra, outros, outras nada A exceção é clean. Obras com odor de
formol, como Herói por acaso, são a regra.
muito, muita, muitos, muitas mais O fato é que o cinema francês atual que vem
para povoar nosso empobrecido circuito ge-
bastante, bastantes demais
ralmente não é o atual cinema francês, que
pouco, pouca, poucos, poucas menos vive modernidade autoral.
Curioso. Entramos assim no tema de He-
vários, várias
rói por acaso: o colapso da identidade num
qualquer, quaisquer contexto extremo. Os franceses, na Paris de
Hitler, são cada vez menos franceses. Já os
tanto, tanta, tantos, tantas judeus têm de jogar fora documentos, forjar
quanto, quanta, quantos, quantas novos e ser outras pessoas.
[. .. ]
um, uns, uma, umas
SZYNKIER, Cláudio. Folha de S. Paulo, 10 jun. 2005.
4. A alternativa a está incorreta, uma vez que, em ambos os enunciados, a palavra "novo"tem funcionamento de adjetivo; a
alternativa e está incorreta, pois, em ambos os enunciados, o termo "se" se enquadra na classe dos pronomes; a alternativa
d está incorreta, pois ambas as palavras se enquadram na classe dos advérbios; por fim, a alternativa e está incorreta, pois
no primeiro enunciado o termo destacado é artigo, e no segundo é numeral.
Com base no excerto, é correto dizer: 4 (UFAL) Leia com atenção:
a) Na manchete, tanto burocrático quanto fran- O estudo dos gêneros não é novo,
cês são adjetivos que, mesmo no singular, mas está na moda
referem-se à totalidade dos franceses.
O estudo dos gêneros textuais não é
x b) Sem o contexto, pode-se entender que, na novo e, no Ocidente, já tem pelo menos
manchete, francês refere-se a um indiví- vinte e cinco séculos, se considerarmos
duo; e, com o contexto, refere-se ao cine- que sua observação sistemática iniciou-
ma francês. o contexto altera o significado da palavra. se com Platão. O que hoje se tem é uma
nova visão do mesmo tema. Seria gritan-
c) As palavras franceses e judeus, apesar de te ingenuidade histórica imaginar que foi
se apresentarem na forma plural, represen- nos últimos decênios do século XX que se
tam alguns indivíduos franceses e judeus, descobriu e iniciou o estudo dos gêneros
respectivamente, e não a sua totalidade. textuais. Portanto, uma dificuldade natural
no tratamento desse tema acha-se na abun-
d) Francês, na manchete, e franceses, no tex-
dância e diversidade das fontes e perspecti-
to, são adjetivos que se referem a um indi-
vas de análise. Não é possível realizar aqui
víduo do conjunto. um levantamento sequer das perspectivas
e) Os franceses, na Paris de Hitler, são cada vez teóricas atuais.
menos franceses. Dessa frase, depreende-se O termo "gênero" esteve, na tradição
que franceses, nas duas ocorrências, têm as ocidental, especialmente ligado aos gêne-
mesmas características, o que se infere com ros literários, cuja análise se inicia com Pla-
a expressão na Paris de Hitler. tão para se firmar com Aristóteles, passando
por Horácio e Quintiliano, pela Idade Mé-
dia, o Renascimento e a Modernidade, até
3 (UFMS) Considerando o uso dos numerais, assi- os primórdios do século XX. Atualmente, a
nale a(s) alternativa(s) correta(s). noção de "gênero textual" já não mais se
vincula apenas à literatura, mas é usada em
(01) Naquela entrevista, o papa João XXIII (vinte
etnografia, sociologia, antropologia, retóri-
e três) citou os feitos do papa Pio VI (sexto). ca e na linguística.
(02) A resma (mil folhas de papel) serão sufi- Adaptado de MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção
cientes para o trabalho solicitado. textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola, 2008. p.147.
(04) No XII Tomo (décimo segundo Tomo), en-
Como se sabe, o enquadramento de uma pa-
contrei todos os artigos citados no processo
lavra em uma determinada classe gramatical
judicial; porém a 70~página (septuagésima depende das funções que a palavra desempe-
página) estava totalmente rasurada. nha nos contextos em que se insere. Assim, é
(08) O m3 (metro linear) para o plantio da soja correto afirmar que:
custará R$ 600,00 (seiscentos reais). a) nos enunciados: "O estudo dos gêneros tex-
tuais não é novo" e "Há um novo estudo
(16) Ele mora na casa 222 (duzentos e vinte e sobre os gêneros textuais", as palavras em
dois). destaque pertencem a classes diferentes,
porque suas funções são também diferentes.
Dê a soma dos números dos itens corretos.
x b) nos enunciados: "Seria gritante ingenui-
Soma= 21 (01 + 04 + 16)
dade histórica imaginar que foi nos últi-
mos decênios do século XX que se des-
cobriu e iniciou o estudo dos gêneros um grande amor pode deixar apenas uma
textuais" e "Os últimos serão os primei- lembrança mesquinha; daquele ficou apenas
ros ... ", as palavras em destaque se en- esse adjetivo, que a aborreceu.
quadram em diferentes classes. Não sei se vale a pena lhe contar que a
c) no trecho: "O termo 'gênero' esteve, na tra- minha amada era linda; não, não a descreverei,
dição ocidental, especialmente ligado aos porque só de revê-la em pensamento alguma
gêneros literários, cuja análise se inicia com coisa dói dentro de mim. Era linda, inteligente,
Platão para se firmar com Aristóteles", as pura e sensível - e não me tinha, nem de
palavras destacadas, embora se grafem da longe, amor algum; apenas uma leve amizade,
mesma maneira, são de classes distintas. igual a muitas outras e inferior a várias.
d) no enunciado: "Atualmente, a noção de gê- A história acaba aqui; é, como vê, uma
nero textual já não mais se vincula apenas história terrivelmente sem graça, e que eu po-
à literatura", as palavras destacadas têm deria ter contado em uma só frase. Mas o pior
funcionamento diferente, por isso se en- é que não foi curta. Durou, doeu e - perdoe,
quadram em classes gramaticais também minha delicada leitora - incomodou.
diferentes. Eu andava pela rua e sua lembrança era
e) as palavras destacadas nos enunciados: alguma coisa encostada em minha cara, tra-
"Não é possível realizar aqui um levantamento vesseiro no ar; era um terceiro braço que me
sequer das perspectivas teóricas atuais" e "De faltava, e doía um pouco; era uma gravata
todos os livros que li, apenas um deles trata- que me enforcava devagar, suspensa de uma
va dos gêneros textuais com profundidade" nuvem. A senhora acharia exagerado se eu
são da mesma classe gramatical. lhe dissesse que aquele amor era uma cruz
que eu carregava o dia inteiro e à qual eu
dormia pregado; então serei mais modesto
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES e mais prosaico dizendo que era como um
mau jeito no pescoço que de vez em quando
1 (U. E. Ponta Grossa-PR) Leia o texto. doía como bursite. Eu já tive um mês de bur-
site, minha senhora; dói de se dar guinchos,
Amor e outros males de se ter vontade de saltar pela janela. Pois
Uma delicada leitora me escreve: não que venha outra bursite, mas não volte nun-
gostou de uma crônica minha de outro dia, ca um amor como aquele. Bursite é uma dor
sobre dois amantes que se mataram. Pouca burra, que dói, dói, mesmo, e vai doendo;
gente ou ninguém gostou dessa crônica; pa- a dor do amor tem de repente uma doçura,
ciência. Mas o que a leitora estranha é que um instante de sonho que mesmo sabendo
o cronista "qualifique o amor, o principal que não se tem esperança alguma a gente
sentimento da humanidade, de coisa tão in- fica sonhando, como um menino bobo que
cômoda". E diz mais: "Não é possível que o vai andando distraído e de repente dá uma
senhor não ame, e que, amando, julgue um topada numa pedra. É a angústia lenta de
sentimento de tal grandeza incômodo". quem parece que está morrendo afogado no
ar, é o humilde sentimento de ridículo e de
Não, minha senhora, não amo ninguém;
o coração está velho e cansado. Mas a lem- impotência, é o desânimo que às vezes inva-
de o corpo e a alma, é a "vontade de chorar
brança que tenho de meu último amor, anos
e de morrer", de que fala o samba?
atrás, foi exatamente isso que me inspirou
esse vulgar adjetivo - "incômodo". Na épo- Por favor, minha delicada leitora; se, pelo
ca eu usaria talvez adjetivo mais bonito, pois que escrevo, me tem alguma estima, por fa-
o amor, ainda que infeliz, era grande; mas é vor: me deseje uma boa bursite.
uma das tristes coisas desta vida sentir que Rubem Braga
São também significações presentes no texto, tece no meu coração. Coisa é música aos
relativamente à leitora citada: ouvidos. Coisa é notícia. Coisa é causa de
(01) O adjetivo constituinte do sintagma "de- tudo e de nada. O Coisa-ruim é coisa do ou-
licada leitora", várias vezes empregado tro mundo. E deste também. Mas isso é coi-
pelo autor em relação à leitora indignada, sa feita. Coisas do arco da velha. Coisa e tal
deixa entrever uma ironia sutil. e tal e coisa. São tantas coisinhas miúdas.
(02) Na forma de entender o amor, a visão da Coisíssima nenhuma. A coisa em si. Cada
leitora se contrapõe à do autor. coisa em seu lugar. Não me venha com coi-
(04) O adjetivo constituinte do sintagma "deli- sas. A coisa foi por água abaixo. Coisa de
cada leitora" revela a postura romântica da louco! [. .. ] Porque uma coisa é certa: uma
leitora pela forma como ela julga o amor. coisa é uma coisa e outra coisa é outra coi-
(08) Nos sintagmas "minha senhora" e "mi- sa. Até que se prove o contrário. Mas esse
nha delicada leitora", o pronome "minha" papo meu tá qualquer coisa, de modo que,
não expressa relação de posse, mas indica se for impossível dizer coisa com coisa, não
afetividade. pense duas vezes: vote na coisa. Seja com a
(16) O autor se desculpa com a leitora por ter coisa uma só coisa. Coisifique-se! De repen-
qualificado o amor de "incômodo". te mil coisas!"
Dê a soma dos números dos itens corretos. PERISSÉ, Gabriel. http://kplus.cosmo.com.br
(acesso em 30 mar. 2005)
Soma = 15(01 +02+04+08)
Em 16, o autor não se desculpa por ter se referido ao amor
como incômodo. mas pelo texto p roduzido. Com base na leitura desses dois trechos, redija
um texto dissertativo, relacionando a definição de
substantivo (trecho 1) com as possibilidades de uso
2 (UECE) Assinale a alternativa em que todas as
expressões destacadas têm valor de adjetivo. e de referência que a palavra "coisa", como subs-
tantivo, adquire no trecho li.
a) Era digital trouxe inovações e facilidades
que superaram o que previa a ficção. A definição apresentada no trecho I não abrange as possibili-

b) Deixemos de lado atividades que envol- dades de uso e referência no li. Nota-se claramente que em li o

vem diversas funções do cérebro. substantivo "coisa" não é usado para se referir somente a seres.

c) Hoje, úteis ou não, as informações é que Na verdade, seu uso mais comum é ser uma espécie de"curin-
nos assediam. ga''. Além disso, no trecho li, o termo ainda cumpre a função de
x d) Responda qual era a manchete do jornal de adjetivo ("tá qualquer coisa") ou de pronome indefinido ("algu-
ontem. "do jornal" qualifica "manchete" e "de ontem"
qualifica "jornal''. ma coisa acontece no meu coração"). O termo "coisa" ainda

3 (UFMG) Leia estes trechos: remete a um conjunto de significados próprios: "coisas do

arco da velha''. Temos também a palavra "coisificar-se" (verbo:


Trecho 1
coisa + -i- + ficar).
Substantivo é a palavra com que designa-
mos ou nomeamos os seres em geral.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do
português contemporâneo. Rio de Jane iro:
Nova Fronteira, 1985. p. 171.

Trecho li
Que coisa! "As coisas nadam, crescem,
vibram, voam, flutuam. Alguma coisa acon-
O trecho citado foi retirado do conto "Teoria
do medalhão", cujo enredo consiste em o pai
ensinar ao filho, que completa 21 anos, como
tornar-se um medalhão. Com base nesse tre-
cho, julgue (V ou F) as proposições a seguir.

v 1. A afirmação de que o adjetivo "é a alma do


idioma, a sua porção idealista e metafísica"
mostra a refinada e recorrente ironia ma-
chadiana, uma vez que o apreço pelos adje-
tivos é comum aos escritores românticos e
não a Machado de Assis, cuja característica
peculiar é justamente um estilo sóbrio e
conciso, livre de ornamentos e excesso de
adjetivos.

v li. Considerando-se as metáforas do adjeti-


vo e do substantivo, exploradas no texto
como um modo de ser, percebe-se o pro-
pósito do pai de aconselhar o filho a culti-
4 (UEGO) Leia atentamente o texto seguinte.
var valores da aparência, se se considerar
- Nem eu te digo outra coisa. É difícil, que, na maioria das vezes, o adjetivo tem
come tempo, muito tempo, leva anos, pa- valor acessório numa oração.
ciência, trabalho e felizes os que chegam
v Ili. Os adjetivos destacados no trecho são
a entrar na Terra Prometida! Os que lá não
penetram, engole-os a obscuridade. Mas os
um exemplo do virtuosismo estilístico
que triunfam! E tu triunfarás, crê-me. Ve- e técnico do autor, uma vez que, embo-
rás cair as muralhas de Jericó ao som das ra frequentemente sejam empregados
trompas sagradas. Só então poderás dizer como adjetivos, estão aí usados como
que está fixado. Começa nesse dia a tua substantivos e, dessa forma, são termos
fase de ornamento indispensável, de figura indispensáveis.
obrigada, de rótulo. Acabou a necessidade
de farejar ocasiões, comissões, irmandades; F IV. No trecho, as metáforas "substantivos
elas virão ter contigo, com seu ar pesadão desadjetivados" e "orações opacas"
e cru de substantivos desadjetivados, e tu dizem respeito aos referentes "o odo-
serás o adjetivo dessas orações opacas, o rífero das flores, o anilado dos céus, o
odorífero das flores, o anilado dos céus, prestimoso dos cidadãos, o noticioso e
o prestimoso dos cidadãos, o noticioso e suculento dos relatórios".
suculento dos relatórios. E ser isso é ser o
principal, porque o adjetivo é a alma do
idioma, a sua porção idealista e metafísica.
5 (Emescam-ES) Nos textos:
O substantivo é a realidade nua e crua, é o 1. Os livros, põe-_ _ na estante.
naturalismo do vocabulário.
li. Era para _ _ estar _ _ ontem, mas
ASSIS, Machado de. "Teoria do medalhão".
ln: Contos. São Paulo: FTD, 2002.
não _ _ encontrei.
Ili. Eles viajaram - - · está de acordo com a norma-padrão escrita:

IV. Está tudo acabado entre você e - - · a) Maio é o mês onde nasceram as gêmeas.

o preenchimento adequado das lacunas ocorre b) Fui falar com o chefe onde me disse o lugar
com: e o dia da próxima reunião.

x a) nos - eu - com ele - o - com nós todos - mim x c) A casa onde nos hospedamos era muito con-
fortável.
b) os - eu - contigo - te - conosco - eu
d) Devem-se escolher candidatos onde o
c) nos - eu - consigo - o - conosco - mim
passado seja garantia de boas intenções
d) nos - mim - consigo - lhe - com nós - eu e trabalho.
e) nos - eu - com você - lhe - conosco - eu e) O objetivo da reunião era fazer com que
as donas de casa, onde lutavam pelo con-
6 (UFMA, adaptada) Assinale a alternativa em gelamento de preços, evitassem os rea-
que a ocorrência do pronome relativo onde justes.
1.Advérbio bém advérbios (de intensidade ou modo) que
modificam adjetivos e advérbios. Um advérbio
pode, ainda, referir-se a todo um enunciado
Pertence à classe dos advérbios toda pa- (frase, período, oração).
lavra invariável em gênero e número e que Os advérbios classificam-se de acordo com
modifica sobretudo o verbo ao indicar a cir- a circunstância que indicam.
cunstância (modo, tempo, lugar, intensidade Veja abaixo alguns advérbios e locuções
etc.) em que o processo verbal ocorre. Há tam- adverbiais.

sim, certamente, efetivamente, realmente, seguramente, indubitavelmente,


Afirmação
inquestionavelmente, sem dúvida, por certo etc.

Dúvida acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez etc.


muito, mui, pouco, assaz, bastante, mais, menos, tão, tanto, demasiado, meio,
todo, completamente, profundamente, demasiadamente, excessivamente,
Intensidade
demais, nada (isto não é nodo fácil!), ligeiramente, levemente, que (que legal!),
quão, quanto, bem, mal, quase, como (como reclamam!) etc.
abaixo, acima, acolá, cá, lá, aqui, ali, aí, além, aquém, algures (em algum
lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), atrás, fora,
Lugar
afora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, aonde, donde, avante,
através, defronte, detrás, em cima, ao lado, de lado, de dentro, de fora etc.
bem, mal, assim, depressa, devagar, como, adrede, debalde, alerta, melhor
(mais bem), pior (mais mal), às pressas, à toa, às claras, à vontade, de
Modo
mansinho, em silêncio, em coro, face a face etc.; e a maioria dos advérbios
terminados em -mente: suavemente, corajosamente etc.
Negação não, absolutamente, tampouco, de modo algum etc.

agora, hoje, amanhã, depois, ontem, anteontem, já, sempre, amiúde, nunca,
Tempo jamais, ainda, logo, antes, cedo, tarde, ora, outrora, afinal, então, breve, aí,
aqui, nisto, à noite, à tarde etc.
2. Preposição Conjunções subordinativas
• Causais: porque, como, uma vez que, dado
Preposições são certas palavras invariá-
que, visto que, já que.
veis que estabelecem relações de dependên-
cia sintático-semântica entre termos de uma • Consecutivas: que, de modo que, de formo
oração ou entre orações num período. Classi- que, de maneiro que, de sorte que.
ficam-se em:
• Condicionais: se, desde que, coso, contan-
• essenciais: a, ante, após, até, com, contra, to que, a não ser que, a menos que.
de, desde, em, entre, poro, perante, por,
sem, sob, sobre, trás. • Conformativas: conforme, segundo, con-
soante, como.
• acidentais: durante, como, conforme, se-
gundo, feito, exceto, solvo, visto, consoante, • Comparativas: como, assim como, tal como,
mediante, tirante, foro, aforo etc. como se, tal que, que.
• locuções prepositivas: acerco de, o respeito • Concessivas: embora, apesar de que, ain-
de, o fim de, de acordo com, por couso de da que, mesmo que, conquanto, posto
etc.
que, se bem que, por mais que, por me-
nos que.
Algumas preposições podem combinar-
se ou contrair-se com artigos ou pronomes: • Finais: a fim de que, poro que, porque.
ao, aos, à, às, dele, nela, pelo etc.
• Proporcionais: à proporção que, à medido
que, quanto mais (menos) ... mais (menos).

3. Coniunção • Temporais: quando, logo que, assim que,


depois que, antes que, enquanto, desde
Consideram-se conjunções certas palavras que, mal, sempre que.
invariáveis que conectam sobretudo orações e • Integrantes: que, se.
estabelecem entre elas relações de coordena-
ção ou subordinação. Podem conectar termos
equivalentes (coordenados) dentro de uma
oração. 4. lnterieição
Conjunções coordenativas As interjeições são certas palavras invariá-
• Aditivas: e, nem, não só ... mos também. veis que exprimem reações do emissor diante
• Adversativas: mas, porém, todavia, contu- de um fato. Veja os exemplos:
do, no entonto, entretanto, não obstante, Oh! que horror de situação! (situação desa-
ainda assim. gradável; ideia de contrariedade)

• Alternativas: ou ... ou, oro ... oro, quer... Cuidado! (advertência)

quer, seja ... seja, já ... já.


• Conclusivas: logo, pois, portanto, por conse- Quando duas ou mais palavras formam
guinte, assim, então. uma expressão com sentido de interjeição,
temos uma locução interjetiva.
• Explicativas: porque, pois, porquanto, que.
Atividades Apontamento
A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
1 (UFRS, adaptada) Caiu das mãos da criada descuidada.
Os testes de QI, um dos antigos parâ- Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia
metros usados para medir a inteligência, já [loiça no vaso.
não servem mais para avaliar a capacidade
cerebral de uma pessoa. Asneira? Impossível? Sei lá!
Adaptado de GUARACY, Thales e RAMALHO, Tenho mais sensações do que tinha quando
Cristina. Veja, 19 ago. 1998. [me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um
No texto, o advérbio mais deixa pressuposta a [capacho por sacudir.
ideia de que: Comootext?dizque"nãoservemmais'; enten-
de-se que tais testes foram usados no passado.
x a) os testes de QI serviram, no passado, Fiz barulho na queda como um vaso que
para medir a inteligência. [se partia.
b) hoje os testes de QI são melhores que no Os deuses que há debruçam-se do parapeito
passado para avaliar a inteligência. [da escada
c) os testes de QI nunca serviram para medir a E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.
inteligência.
Não se zangam com ela.
d) no passado, além dos testes de QI, outros pa-
São tolerantes com ela.
râmetros serviram para medir a inteligência.
O que eu era um vaso vazio?
e) hoje os testes de QI não são melhores que
no passado para avaliar a inteligência. Olham os cacos absurdamente conscientes,
Mas conscientes de si-mesmos, não
2 (FCSCL-SP) Leia com calma. [conscientes deles.
1. Lá de ano a ano é que vinha procurá-la.
li. Rompo à frente, tomo a mão esquerda. Olham e sorriem.
Sorriem tolerantes à criada involuntária.
Ili. A mulher adormeceu ao seu lado.
IV. Ao entardecer, avistei uma povoação. Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.
Nessas frases, as preposições em destaque indi- Um caco brilha, virado do exterior lustroso,
cam, respectivamente, as noções de: [entre os astros.
A minha obra? A minha alma principal? A
a) movimento no tempo, movimento no espa-
[minha vida?
ço, situação no tempo, situação no tempo.
Um caco.
x b) movimento no tempo, movimento no espa- E os deuses olham-no especialmente, pois não
ço, situação no espaço, situação no tempo. o advérbio "excessivamente" inter- [sabem por que ficou ali.
c) movimento no tempo, movimento no espa- fere no sentido da palavra "abaixo"
(outro advérbio). Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
ço, situação no tempo, situação no espaço.
d) situação no espaço, situação no tempo, mo- Em todas as alternativas, indicou-se adequada-
vimento no espaço, movimento no tempo. mente, entre parênteses, o elemento modificado
pela palavra em destaque, exceto:
e) situação no espaço, movimento no tempo,
situação no espaço, movimento no tempo. x a) Caiu pela escada excessivamente abaixo.
As preposições destacadas referem-se, como se observa pelo contexto, (escada)
respectivamente a tempo, espaço, espaço e tempo.
3 (PUC-MG) Leia o poema a seguir e responda à b) Caiu das mãos de uma criada descuidada.
questão. (criada)
c) Olham os cacos absurdamente conscientes. c) Parecia que nem estava contra, era só juízo
(conscientes) de mãe. (Negação e tempo.)
d) Alastra a grande escadaria atapetada de es- d) Moravam em Cangaíba - que a irmã do
trelas. (escadaria) meio, irônica, chamava de "Canga City" -
onde a vida alheia era parte do entreteni-
4 (UEMS) "Mas assegurar-se é uma das constantes mento. (Lugar e direção.)
do espírito humano, e, por extensão, do espírito e) Não hesitou em dizer que já estava acabado,
animal. Ouvir da boca dos outros a consagração mesmo sem desfile. (Tempo e condição.)
do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos
é favorável, eis um prazer dos deuses." Os ter- 3 (Mackenzie-SP) Leia:
mos em itálico nos períodos acima veiculam, e:
MAIS 1114 DIA Df StR l!OIIZI- EII AN>STOQUEPAPAI IIOEl ~
respectivamente, as seguintes noções: NIIOI UfA FOI A SEMANA MAi TÃ CARlllGA!IOO O fl!EN6 j
a) superioridade - tempo - lugar toM,ltlDA DE ASORAI EU TfM MILHO!$ DE
TODO MIIIIIA ENTREOAS, llÃOlr ELE IIÃO a;
b) inferioridade - posse - origem VIDA. Fl>DEàlA Al~DA ESTAR
VECIOI NDO OQ.UAl!ITO EU
x c) oposição - origem - posse sou801111
d) igualdade - direção - modo
e) oposição - direção - finalidade

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TALVEZ m CARREGUE AS SUAS
COl!.U PORÚlflNO. S6 FRA
1 (ITA-SP, adaptada) A única opção em que o ad- v~Ro Q.UEvoe.t ,,--- .....i
FAZ.
vérbio em destaque indica o ponto de vista do
autor é:
É o único advérbio que modifica todo o enunciado.
x a) "Provavelmente, o analfabetismo dos adul-
tos terá sido erradicado ..."
b) "Se os poderes públicos não investirem sis-
tematicamente na expansão desses dois
níveis ..."
c) "Estes, por definição, são bens cujo usufruto
é necessariamente coletivo ... " Assinale a alternativa correta.
d) " ... e não podem ser apropriados exclusi- a) A interjeição fi! (2? quadrinho) é utilizada
vamente por ninguém ... " para expressar o cansaço do garoto causa-
e) " ... como é o caso da proteção contra ví- do pela espera dos presentes.
rus de computador, para citar um exemplo
x b) No último quadrinho, a fala do tigre faz com
atual, embora ainda não plenamente re-
que o garoto mude as conclusões a que ti-
conhecido."
nha chegado.
2 (Fatec-SP) Assinale a alternativa em que o c) Na expressão velhote durão (4? quadrinho), o
significado que as palavras destacadas impri- aumentativo indica o tamanho do Papai Noel,
mem no enunciado está correta e respectiva-
imaginado como um velho alto pelo garoto.
mente identificado nos parênteses.
d) A palavra comprida (1? quadrinho) pode ser
a) Anos de alcoolismo haviam transformado
sua capacidade de trabalho em aposentado- trocada por "cumprida", já que as duas for-
ria precoce. (Causa e finalidade.) mas da escrita têm o mesmo sentido.
x b) Agora davam força para a caçula, cujos olhos e) A forma verbal carregue (4? quadrinho) ex-
brilhavam de expectativa. (Posse e causa.) pressa fato dado como certo• quadro
Aoanalisar?_último
da tmnha,
"cujos" é pronome relativo que indica posse e "de" p ercebe-se que, após o comentário do tigre, o garoto avalia
mostra que a expect ativa causa o brilho. a afirmação que fez anteriormente.
4 (Emescam-ES) A opção que apresenta palavras d) Como medida de segurança, todos os fun-
destacadas de classes morfológicas idênticas é: cionários se identificarão por meio de suas
digitais.
a) Aspiramos a uma vaga do curso de medicina.
x e) A recepção dos funcionários ocorreu exa-
Não a verei mais.
tamente como havíamos planejado.
E possível substituir "como" por "conforme"
b) Gostaria de vê-la daqui a pouco. O advoga-
apenas na alternativa e.
do presenciou a fuga do assaltante. & (Fuom-MG) Leia atentamente cada opção, ob-
c) Quanto às notícias, selecionei a que mais servando o que está em destaque. A seguir,
me agradou. marque a única alternativa cujos parênteses
A notícia a que você se referiu foi excelente. não retratam respectivamente as ideias intro-
duzidas pelos destaques:
d) As ameaças a políticos corruptos sempre
a) Quando a encontrei, fui logo perguntando,
são maiores do que as penas. Vemos a
mas ele desconversou, embora manifes-
mentira por todos os lados. tasse desejo de dialogar. (tempo - adversi-
x e) Estes empresários se associaram a partidos dade - concessão)
de esquerda. A mim interessam as coisas que b) Depois que a vi, percebi que, desde que
normalmente ninguém valoriza. voltou de Brasília, ficou diferente. (tempo -
Na alternativa e, "a" funciona como complementação - tempo)
preposição nas duas ocorrências.
c) Uma vez que o destino assim determinou,
5 Marque a alternativa em que a palavra como assim que pulou do ônibus, respondeu que
estabelece relação de conformidade.
aceitava a proposta. (causa - tempo - com-
a) Como forma de pagamento, a empresa plementação)
adotou o boleto bancário. d) Para apagar a má impressão, diria a to-
b) Os filhos eram simpáticos e agradáveis dos que iria lá tão logo pudesse. (finali-
como os pais, que já eram conhecidos de dade - complementação - tempo)
há muito tempo. x e) Desde que concorde comigo, sem que ela
perceba, sairei de casa mesmo que não per-
c) Como ninguém ousou pedir a sobremesa,
mita. (tempo - condição - condição).
tive de ser o cara de pau da turma e me "desde que"indica condição,"sem que"apresenta modo e
"mesmo que" introduz ideia de concessão.
antecipar.
1. Verbo de número e pessoa (desinências número-
pessoais) e do tempo e modo (desinências
Oque nos leva à identificação de uma pala- modo-temporais).
vra como verbo são suas características mor- Observe:
fossintáticas: as flexões de tempo e modo
(exclusivas do verbo), além das de número, ( tal - á - va - mos )
pessoa e voz.
Na morfologia do verbo, encontramos as No exemplo acima, a forma verbal pode
seguintes classificações: ser dividida em:
radical: ta/-
• Radical: é o núcleo significativo do verbo a
tema: falo-
que se agregam os demais morfemas. Exem-
vogal temática: -o-
plos: foi- é o radical de falar; com- é o radical
desinência modo-temporal: -va-
de comer; port- é o radical de partir.
desinência número-pessoal: -mos
• Vogal temática: é o morfema que possi-
bilita a junção do radical às desinências.
Formas rizotônicas e arrizotônicas
Além disso, ela indica a que conjugação
São rizotônicas (do grego rizo,
pertence um verbo: -a- é a vogal temáti-
"raiz" e tônos, "força") as formas ver-
ca da primeira conjugação (folar, amor, bais cujo acento tônico ocorre dentro
cantor); -e- é a da segunda conjuga- do radical: falo, come, partem etc. Ao
ção (comer, vender, beber, pôr, do la- contrário, arrizotônicas são as formas
tim poer); -i- é a da terceira conjugação verbais cujo acento tônico ocorre fora
(partir, cair, subir). do radical: falamos, comeria, partire-
mos etc.
• Tema: ao radical acrescido da vogal temáti-
ca dá-se o nome de tema. Exemplos: falo- é
o tema de falar; come- é o tema de comer; Flexões do verbo
parti- é o tema de partir.
• Tempo e modo. As flexões de tempo e
• Desinências: as desinências são os morfe- modo, exclusivas do verbo, podem indi-
mas gramaticais marcadores das flexões car, respectivamente, o momento em que
ocorrem os processos verbais e a atitude do • Segunda conjugação (-er). Identificado
emissor da mensagem com relação a eles. pela vogal temática -e-, esse grupo inclui
Existem três tempos básicos (presente, o verbo pôr (e seus derivados). Oriundo do
pretérito e futuro) e três modos: o indi- latim ponere, o verbo pôr lentamente se
cativo, que denota certeza (falo, falava, fa- modificou, e a vogal temática desapare-
larei); o subjuntivo, que exprime alguma ceu do infinitivo (ponere > põer > poer >
possibilidade, dúvida, incerteza quanto à pôr), mas subsiste em formas como põe,
realização do fato (talvez eu fale, se falás- põem, puséssemos etc. À segunda conju-
semos, quando falarem); e o imperativo, gação pertencem muitos verbos irregula-
por meio do qual se dão ordens ou se fazem res, abundantes, defectivos e anômalos:
pedidos, sugestões, súplicas (Fale logo!, ver, pôr, ter, haver, ser, precaver etc.
Não falem para ela.).
• Terceira conjugação (-ir). Relativamente
Além dos modos e tempos, há as formas
poucos, os verbos com a vogal temática
nominais: gerúndio (falando), particípio
+ tendem a uma irregularidade na con-
(falado) e infinitivo (falar).
jugação. É o caso dos verbos ir, vir, polir,
• Número e pessoa. O verbo pode flexio- além dos terminados em ertir, erir, ergir,
nar-se em número (singular e plural) e em enir, brir, udir, uir etc., e grande parte dos
pessoa: a primeira (o emissor), a segunda defectivos.
(o receptor) e a terceira (o referente).

• Voz e gênero. No processo verbal, o sujei- Quanto aos paradigmas de coniuuação


to pode encontrar-se basicamente em três
• Regulares. São os verbos que mantêm inal-
situações: ser apenas ativo, apenas passi-
terado o seu radical nas etapas de conju-
vo, ou ativo e passivo. São essas situações
gação e obedecem rigorosamente aos pa-
que fundamentam a ocorrência, respecti-
radigmas.
vamente, das vozes ativa, passiva e refle-
xiva. Exemplo: • Irregulares. São os verbos cujo radical (ou
desinência) sofre alteração em alguma
O candidato resolveu a questão. (voz ativa)
etapa da conjugação verbal; fogem, por-
A questão foi resolvida pelo candidato. (voz
tanto, ao paradigma da respectiva conju-
passiva)
gação.
O candidato corrigiu-se a tempo. (voz reflexiva)
• Anômalos. Não há consenso sobre os verbos
Classificação quanto à vogal temática anômalos. A distinção entre irregulares e
anômalos não é adotada pela Nomenclatura
• Primeira conjugação (-ar). A maioria dos Gramatical Portuguesa, enquanto a Nomen-
verbos pertence ao grupo caracterizado pela clatura Gramatical Brasileira classifica como
vogal temática -a- e pela relativa regularida- anômalos os verbos ser, ir, ver, vir, estar, ha-
de. À exceção de alguns verbos, tende a não ver e pôr, por causa da enorme irregularidade
oferecer dificuldades na conjugação. que apresentam.
• Abundantes. Chamam-se abundantes os b) Aquiles sentiu um puxão nas fraldas da ca-
verbos que apresentam mais de uma for- misa, que estavam soltas. O ajudante do
ma para a mesma flexão. Tal é o caso do delegado aproximou-se e cochichou que
verbo haver conjugado no presente (nós ele seria solto em poucos minutos.
havemos ou hemos, vós haveis ou heis) e c) Era verdade que a fruta parecia passada,
dos verbos que têm mais de uma forma no que recendia a podre. Lozardo provocou o
particípio: pagar (pagado, pago), imprimir pároco, mas percebeu que logo todas as lu-
(imprimido, impresso), aceitar (aceitado, zes seriam acesas. Afastou-se da fruteira.
aceito) etc.
x d) A lei tinha já extinto qualquer penalidade
• Defectivos. Os verbos defectivos apresen- para aquele ato, que não mais era consi-
tam lacunas na conjugação, isto é, não se derado ilícito.
conjugam em todas as flexões; é o caso, por
e) José Américo tinha soltado o freio da moto-
exemplo, dos verbos reaver e precaver, que
cicleta, para evitar acidente maior. Mesmo
não têm a maioria das formas dos presen-
assim, as consequências da queda foram
tes e dos imperativos. Assim, frases como
bastante sérias.
"Sempre reavejo o que perdi" e "Quero que
ela se precavenha" não fazem parte do pa- 3 (UECE) Leia o fragmento abaixo e responda ao
drão culto do idioma. que Se pede: Na segunda pessoa do singular (tu), a
forma imperativa é"supõe''.
Além dessas categorias, há os verbos au-
Supõe tu um campo de batatas e duas tri-
xiliares, que participam da conjugação nas
bos famintas. As batatas apenas chegam para
locuções verbais nos tempos compostos.
alimentar uma das tribos, que assim adquire
forças para transpor a montanha e ir à ou-

Atividades tra vertente, onde há batatas em abundância;


mas, se as duas tribos dividirem em paz as
batatas do campo, não chegam a nutrir-se su-
1 (FCSCL-SP) Assinale a alternativa que completa
as lacunas da frase com a flexão culta dos ver- ficientemente e morrem de inanição. A paz,

bos "ver", "vir", "crer" e "convir", respectiva- nesse caso, é a destruição; a guerra é a con-

mente: Se você a quando


__J diga-lhe que
__J
servação. Uma das tribos extermina a outra
eu _ na sua história, se lhe_. e recolhe os despojos, diz Quincas Borba a
Rubião para explicar-lhe a teoria do humani-
a) Ver - Vier - cri - convier No futuro do subjuntivo,
o verbo "ver" se conjuga tismo. E completa: "ao vencido, ódio ou com-
b) ver - vier - acreditei - convir "vir"eoverbo
"vir': vier;"crer': no paixão; ao vencedor, as batatas".
c) vir - vir - acreditei - convier pretérito perfeito,
fica "cri''. Por fim, "convir" Machado de Assis. Quincas Borba.
d) ver - vir - cri - convir segue a conjugação do
"vir"; portanto, "convier''.
x e) vir - vier - cri - convier "Supõe tu um campo de batatas e duas tri-
bos famintas." Pelo emprego do verbo supor
2 (FGV-SP) Assinale a alternativa em que é incor- no imperativo afirmativo, percebe-se que
reto o uso do particípio regular ou irregular.
o narrador está contando a historieta a um
a) Não haveria mais o que discutir, pois o único interlocutor, que trata familiarmente.
mancebo havia entregado o livro para Íris. Considerando que, ao se mudar o interlocutor
2. Uma vez que o verbo auxiliar é "ter'; o verbo principal
~ ("extinguir") deveria estar no particípio regular. A cons-
W trução correta, portanto, é "tinha extinguido''.
4.a. A questão aborda formas verbais e o valor expresso por elas. Como se vê, as únicas formas verbais que não correspondem à
descrição fornecida nas afirmações anteriores é pudera, que tem um emprego interjetivo, e encontrava, que denota um fato
futuro, cuja realização depende de certa condição.
e a intenção do falante, altera-se a forma ( 1 ) Estive na sua casa ontem bem cedo.
verbal, marque a opção que não atende a ( 1 ) Agora, o país vive uma crise sem pre-
essa orientação. cedentes.
a) Se o narrador tratasse o ouvinte por você, ( 2) Se eu pudesse, eu me encontrava
demonstrando familiaridade com ele - Su- com você no parque.
ponha você um campo de batatas e duas ( , ) Ela falava de você quando chegamos.
tribos famintas.
b) Construa duas frases com o verbo conquis-
b) Se houvesse mais de um ouvinte, e o nar-
tar no presente do indicativo expressando:
rador quisesse demonstrar respeito cerimo-
nioso por eles - Suponde vós um campo 1. ação anterior ao momento da fala.
de batatas e duas tribos famintas.
xc) Se houvesse um único ouvinte, e o narrador
quisesse ser gentil com ele - Supões tu um
campo de batatas e duas tribos famintas.
d) Se o narrador, para efeito expressivo, se incluís-
se entre os ouvintes - Suponhamos nós um
campo de batatas e duas tribos famintas.

4 (UFCE) Leia as afirmações a seguir.


O presente do indicativo expressa ação concomi-
tante com o momento da fala.
O pretérito perfeito do indicativo expressa ação
já concluída no passado em relação ao momen-
to da fala.
2. ação posterior ao momento da fala.
O pretérito imperfeito do indicativo expressa
ação concomitante a outra no passado.
O pretérito mais-que-perfeito do indicativo ex-
pressa ação anterior a outra no passado.

a) Analise as frases adiante e a seguir preen-


cha os parênteses, de acordo com o seguin-
te código:
( 1 ) se a forma verbal destacada corres-
ponde à descrição
(2) se a forma verbal destacada não cor-
responde à descrição
( , ) Ele dera sua resposta antes que Alice
tivesse chegado.
( 2 ) Pudera ele viesse a ser um dos can-
didatos ao cargo.
4.b. O item b solicita duas frases, ambas com o verbo conquistar no presente do indicativo: a primeira, expressando uma
ação anterior ao momento da fala, como, por exemplo, "Em 1994, o Brasil conquist a a Copa do Mundo'; e a segunda,
expressando uma ação posterior ao momento da fala, como, por exemplo: "amanhã, conquisto você''.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES F Ili. Pode-se dizer que o imperfeito referencia
algo como um estado que resulta de um
1 (Unisales-ES) "E na hora de intermediar pelo processo anterior.
inglês ... " Apenas o verbo"ansiar"segue a
conjugação de "intermediar''. F IV. Na frase citada, o imperfeito parece estar
Dos períodos abaixo, o único em que o verbo
exprimindo uma continuidade que se con-
em -iar é usado seguindo a conjugação do ver-
verteu em "habitualidade", razão por que
bo "intermediar" é:
se transforma, aí, em presente do passado,
a) Num país cheio de dúvidas e incertezas, valor que se pode constatar em muitas ou-
há sempre muitas pessoas que adiam suas tras frases da língua portuguesa.
decisões.
b) Os linguistas, com certeza, não apreciam os 3 (U. F. Uberlândia-MG) Assinale a única alterna-
programas usados pela internet nas tradu- tiva em que o emprego do tempo verbal em
ções dos textos. destaque não está adequadamente explicado.
x c) Todos os estudiosos da língua anseiam por a) "Todo mundo deveria estudar um pouco
um tradutor mais fiel para textos e substi- de economia, psicologia e direito ... " -
tuir os programas usados hoje. O tempo verbal está sendo empregado
para suavizar o que foi dito em forma de
d) Os brasileiros copiam frequentemente fra-
ordem.
ses feitas que, muitas vezes, têm outra
tradução, dificultando a compreensão de b) "Uma fã do pianista Arthur Moreira Lima
um texto. disse que daria a vida para tocar como
ele." - O tempo verbal está sendo em-
e) Na falta de uma frase própria, os usuários
pregado para indicar um fato já concluí-
da língua portuguesa associam suas ideias
do no passado.
a fórmulas já prontas, repetindo assim o
que já foi dito em textos anteriores. x c) "A maioria estudo e namoro o futuro côn-
juge nos mínimos detalhes ... " - O tempo
2 (UFPE) Em " ... o Leonardo fingiu que passava verbal está sendo utilizado para expressar
distraído por junto dela, e com o ferrado sapa- um a verdade Científica. "estuda" e "namora" são formas
no presente do indicativo que apresentam uma atitude habitual, costumeira.
tão assentou-lhe uma valente pisadela no pé d) "A sociedade, os excluídos e seus futuros
direito", o verbo destacado está no pretérito professores agradecerão efusivamente."
imperfeito do modo indicativo. - O tempo verbal está sendo empregado
Como verdadeiro atualizador gramatical, sob para indicar um fato posterior ao momento
o ponto de vista aspectual, julgue (V ou F) as em que se fala.
afirmativas.
4 (FCSCL-SP, adaptada) Leia um trecho do capí-
v 1. Pode-se dizer que o imperfeito faz referên- tulo CXLVIII, da obra Dom Casmurro, de Ma-
cia ao evento como alguma coisa que está chado de Assis:
em curso, continuando.
F li. Écorreto assegurar que o imperfeito está neu- É bem, e o resto?
tralizando o valor de passado que ele carrega Agora, por que é que nenhu ma dessas
e exprime, aí, a mera opinião do narrador. caprichosas me fez esquecer a primeira
amada do meu coração? Talvez porque ne- d) ... e você concordará comigo; se lhe lembra
nhuma tinha os olhos de ressaca, nem os bem da Capitu menina, hás de reconhecer
de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não que uma estava dentro da outra, como a
é este propriamente o resto do livro. O res- fruta dentro da casca.
to é saber se a Capitu da praia da Glória
e) ... e tu concordarás comigo; se se lembra
já estava dentro da de Matacavalos, ou se
bem da Capitu menina, hás de reconhecer
esta foi mudada naquela por efeito de al-
que uma estava dentro da outra, como a
gum caso incidente. Jesus, filho de Sirach,
fruta dentro da casca.
se soubesse dos meus primeiros ciúmes,
dir-me-ia, como no seu cap. IX, vers. l':
5 Só não há correta correlação entre os tempos
"Não tenhas ciúmes de tua mulher para verbais em:
que ela não se meta a enganar-te com a
malícia que aprender de ti." Mas eu creio a) Talvez um dia nosso povo chegue à Terra
Prometida, mas não será nesta geração.
que não, e tu concordarás comigo; se te
lembras bem da Capitu menina, hás de re- b) Auxiliares do presidente dizem que se-
conhecer que uma estava dentro da outra, ria muito caro politicamente tirar Mari-
como a fruta dentro da casca. na Silva do Meio Ambiente. Os entraves
ambientais de que Lula tanto fala seriam
É bem, qualquer que seja a solução, uma
mais problemas gerenciais de Dilma do
coisa fica, e é a suma das sumas, ou o res-
que obstáculos criados por Marina ou
to dos restos, a saber, que a minha primeira
pela legislação.
amiga e o meu maior amigo, tão extremosos
c) O arraial de Desemboque, berço da coloni-
ambos e tão queridos também, quis o desti-
zação do Triângulo Mineiro, está prestes a
no que acabassem juntando-se e enganando-
ruir e a desaparecer do mapa de Minas Ge-
me ... A terra lhes seja leve! Vamos à História
rais. Fundado em 1743, o pouco que sobrou
dos Subúrbios.
preserva características do passado, mistu-
Assinale a alternativa correta quanto ao em- radas com certa influência importada dos
prego da pessoa gramatical. centros urbanos.
x d) Ao fazer compra pela internet, Leandro
a) ... e você concordará comigo; se te lembras
orienta que o consumidor verifica se o
bem da Capitu menina, hás de reconhecer
endereço da página esteja correto obser-
que uma estava dentro da outra, como a
vando o endereço real no canto inferior
fruta dentro da casca.
esquerdo do browser e se as informações
xb) ... e você concordará comigo; se se lembra estavam asseguradas, devendo aparecer
bem da Capitu menina, há de reconhecer um pequeno cadeado no canto inferior
que uma estava dentro da outra, como a direi t O. O correto seria "verifique'; "está'; "estão''.
fruta dentro da casca.
e) Segundo Gouveia, quando ele levou o ce-
c) ... e tu concordarás comigo; se te lembras lular à loja, a empresa o informou que não
bem da Capitu menina, há de reconhecer havia um modelo disponível e pediu ao
que uma estava dentro da outra, como a leitor para que a nota fiscal fosse enviada
fruta dentro da casca. para haver o reembolso.
4. Segundo a regra da uniformidade do tratamento, deve-se observar a harmonia entre
verbos e pronomes, que devem ocorrer na mesma pessoa verbal, como ocorre em b.
6 (Uncisal) Leia as frases. a) ação habitual e processo definitivamente
concluído.
1. A ascensão do cristianismo no Império Ro-
b) possibilidade de um fato e presente uni-
mano daria um novo rumo a esse tipo de
versal.
assistência.
c) fato habitual no passado e fato posterior à
li. Doenças epidêmicas dizimavam as tropas situação.
cristãs, mais que os muçulmanos.
d) avaliação de um fato e atenuação de uma
Com relação às formas verbais destacadas, pode- ordem.
se afirmar que expressam, correta e respectiva- x e) incerteza de um fato passado e fato habitual
mente, sentido de: no passado.
"daria" está no futuro do pretérito e indica incerteza em
relação a um fato passado; já "dizimavam" está no preté-
rito imperfeito e apresenta um fato habitual, repetido no
passado.
1. Frase, oração 2. Termos essenciais
eperíodo Suieilo
A sintaxe, no domínio da gramática tra- Sujeito é o termo a que se refere o pro-
dicional, estuda a função e a relação entre as cesso verbal do predicado.
palavras no contexto da comunicação. Com-
binadas ou sozinhas, as palavras formam fra- Tipos de sujeito
ses, orações e períodos. • Sujeito determinado. Quando expresso na
oração, o sujeito pode apresentar um núcleo
Frase é o enunciado que, constituí- - sujeito simples - ou mais de um nú-
do de uma ou mais palavras, pode ser cleo - sujeito composto.
compreendido efetivamente, quando
• Sujeito indeterminado. Fundamentalmen-
escrito num contexto.
te, em três situações ocorre indeterminação
do sujeito:
O conceito de frase é muito amplo e pode
compreender enunciados curtos ou longos, a) com verbo na 3~ pessoa do plural, desde
com uma palavra ou dezenas delas, com ver- que não haja alguma informação prévia
bo ou sem verbo. O conceito de oração, po- ou contextual (ou desde que eles sejam
rém, é bem mais específico e complexo, além insuficientes para determinar o sujeito):
de implicar a presença do verbo. Falaram bem de nós.
b) com verbo intransitivo, de ligação ou
Oração é a frase ou segmento de transitivo indireto na 3~ pessoa do sin-
frase que se articula em torno de um gular, e com a aposição do pronome se,
verbo ou locução verbal, explícitos ou
denominado índice de indeterminação do
implícitos, com sujeito ou sem ele.
sujeito:
Período é a frase com uma ou mais
orações; pode ser simples (com uma Vivia-se tranquilamente nesta cidade.
oração, chamada absoluta) ou com- c) com verbo no infinitivo impessoal:
posto (com duas ou mais orações).
Era-lhe penoso dominar aquela matéria.
• Oração sem sujeito. Os verbos geralmen- Tipos de predicado
te têm sujeito. São denominados verbos • Predicado verbal: é constituído de verbo
pessoais. Contudo, há os que não o têm: transitivo ou intransitivo.
são os verbos impessoais, cujo processo
Os genros caminhavam em passadas cada vez
não é atribuível a um ser, já que exprimem
mais lentas e hesitantes. (caminhavam em
fenômenos meteorológicos, decorrência de
passadas cada vez mais lentas e hesitantes =
tempo, datas, horas, distâncias etc.
predicado verbal)
Naquela tarde, nevou durante horas.
Sempre haverá pessoas dispostas a ajudar. • Predicado nominal: é constituído de ver-
(verbo haver com sentido de existir) bo de ligação (ser, estar, permanecer etc.)
Fazia anos que não se encontravam. (verbo e tem como núcleo significativo um termo
fazer no sentido de tempo decorrido)
relacionado ao sujeito, que é o predicativo
São duas e meia. (verbo ser na indicação de
tempo em geral)
do sujeito.
A comadre é muito bondosa. (é muito bondo-
Predicado sa = predicado nominal)

Predicado é o termo que, de vários mo- • Predicado verbo-nominal: é o predicado


dos, relaciona-se ao sujeito. que apresenta dois núcleos, um expresso
Na classificação do predicado, é fundamen- por um verbo, e outro, por um nome, que
tal que se conheça a transitividade verbal nas é o predicativo do sujeito (quando o nú-
orações. Os verbos podem ser de ligação, cleo se referir ao sujeito da oração) ou do
transitivos ou intransitivos. objeto (quando o núcleo se referir ao ob-
• Verbos de ligação. São aqueles que apenas jeto - direto ou indireto).
"ligam" o sujeito a uma qualidade, caracte- O rapaz saiu aborrecido. (saiu aborrecido =
rística ou estado (predicativo do sujeito). predicado verbo-nominal)
• Verbos transitivos. São aqueles que necessi-
tam de complemento(s) para que a mensa-
gem seja transmitida com clareza. Podem ser: 3. Termos integrantes
a) verbo transitivo direto: não exige pre-
posição e seu complemento é chamado Complementos verbais
objeto direto;
Os complementos verbais (ou objetos)
b) verbo transitivo indireto: exige pre- constituem, em geral, o alvo da ação exercida
posição e seu complemento é chamado pelo sujeito.
objeto indireto;
Objeto direto
c) verbo transitivo direto e indireto: exi- O objeto direto mais frequentemente se
ge os dois complementos (objeto direto conecta ao verbo sem a mediação de uma pre-
e objeto indireto). posição.
• Verbos intransitivos. São aqueles que Tomava todas as precauções, estudava o fre-
não necessitam de complemento; bastam- guês pelo direito e pelo avesso, duplicava o preço
se para transmitir a mensagem, pois já da mercadoria [. .. l
possuem significação completa. Graciliano Ramos. Angústia.
Tomava, estudava e duplicava são ver-
bos transitivos diretos e precisam de um ter- 4. Termos acessórios
mo que complete o seu sentido; logo, todos Adionto adnominal
os precauções, o freguês e o preço do mer-
cadoria são objetos diretos. Os adjuntos adnominais modificam, es-
pecificam, delimitam e determinam os subs-
Objeto indireto
tantivos da oração. Podem ser expressos por:
o objeto indireto é um complemento com adjetivos, locuções adjetivas, artigos, prono-
preposição exigida por verbo transitivo indire- mes adjetivos (possessivos, demonstrativos
to ou transitivo direto e indireto. etc.), numerais e orações adjetivas.
Todos os participantes acreditaram nas pro-
messas ouvidas. Só retomou um passo indiferente, ao acercar
da linha do caminho de f erro, onde um carro de le-
O verbo acreditar não se liga diretamente
nha e dous homens esperavam diante da cancela,
a seu complemento (os promessas ouvidos), é
necessária a preposição em; portanto, nos pro- que se fechara para a lenta passagem de um trem
messas ouvidos é objeto indireto. carregado de pipas.
Eça de Queirós. A ilustre casa de Ramires.
Complemento nominal
O complemento nominal integra um Diferenças entre adjunto adnominal
nome e sempre aparece preposicionado, com- e complemento nominal
pletando o sentido da mensagem que se de-
Adjunto adnominal Complemento nominal
seja expressar.
Todos os funcionários estavam cientes da situa- Relaciona-se a
ção da empresa. (da situação da empresa = com- Relaciona-se
substantivos,
a substantivos
plemento nominal do adjetivo cientes; note que o a adjetivos e a advérbios
complemento veio antecedido de preposição)
Pode ter ou não
Sempre tem preposição
Agente da voz passiva preposição

Agente da passiva é um complemento Tem sentido "ativo" Tem sentido "passivo"


que, na voz passiva, designa o agente do pro-
cesso cujo alvo é o sujeito passivo (ou paciente). Às vezes indica posse Nunca indica posse
Os processos foram estudados p elos advo-
gados.
Adionto adverbial
Voz passiva: o sujeito recebe aação, e quem O adjunto adverbial é o termo que, em
a pratica é o agente da passiva. (As regras do geral, apresenta a circunstância (tempo,
jogo são aceitas por todos os integrantes.) lugar, modo etc.) em que ocorre o proces-
Voz ativa: o sujeito faz a ação. (Todos os in- so verbal, embora também possa modifi-
tegrantes aceitam as regras da competição.)
car adjetivo, advérbio ou mesmo todo um
Voz reflexiva: quando o sujeito pratica e
enunciado.
recebe a ação. (Carlos privou-se de diverti-
mentos durante longos anos.) O cachorro dormia na p oltrona,
sossegadamente.
A primeira alternativa é falsa, pois o sujeito é indeterminado apenas em Ili.
A segunda alternativa é verdadeira, pois I apresenta o verbo fazer na voz passiva e os sujeitos bons filmes e filmes são simples.
A terceira alternativa é falsa, pois o se presente em I é pronome apassivador e não índice de indeterminação do sujeito.
Portanto, não há falha de concordância.
Aposto
O aposto é o termo da oração que am- Atividades
plia, resume, explica algo sobre outro termo 1 (lnsper-SP) Analise o emprego do verbo "fazer"
(nome) citado. Pode ser: nos excertos a seguir:
• explicativo: O senhor Joaquim, dono da I
farmácia, morreu de desgosto ao ser traído Seria excessivo dizer que hoje já não se
pela esposa. fazem bons filmes, mas não é excessivo dizer
• especificativo: O poeta Manuel Bandeira que já não se fazem filmes como antigamente.
deixou uma obra exemplar. BORIS, Fausto. Folha de S.Paulo, 28 maio 2006.

• resumidor: Parentes, amigos, conhecidos, II


todos serão convidados para a nossa festa Eu tinha apenas dezessete anos / No dia
de casamento. em que saí de casa / E não fazem mais de
• enumerador: Todos serão convidados para quatro semanas que eu estou na estrada.
a nossa festa de casamento: parentes, ami- Primeira canção da estrada. Sá e Guarabyra.

gos, conhecidos. III


Uma coisa é patente: não fazem mais es-
5. Vocativo pelhos como antigamente.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada


uma das alternativas a seguir:
( F ) Nos três excertos, o sujeito de "fazem" tem
a mesma classificação: é indeterminado.
( v ) Em 1, o verbo "fazer" está na voz passiva
sintética, e o sujeito é simples.
( F ) Em 1, ocorre uma falha de concordância
verbal, uma vez que o índice de indeter-
minação do sujeito "se" exige verbo no
singular.
( v ) Em 11, ocorre oração sem sujeito, por isso,
o verbo não poderia ser flexionado no
plural.
( F ) Em 111, seria obrigatória a inclusão do ín-
dice de indeterminação do sujeito.
A sequência correta é:
a) V - F - V - F - V A quarta alternativa é verdadeira,
pois nela realmente ocorre oração
b) F - F- V - V - F sem sujeito, impedindo a flexão do
Fora dos limites do sujeito e do predicado verbo fazer.

e, por isso, classificado à parte, o vocativo é x c) F - V - F - V - F A quinta alternativa é falsa, pois


o verbo na 3: pessoa do plural já
o termo que representa o ser que é chamado, d) V - F - V - F - F indica a indeterminação do sujeito
(voz ativa).
interpelado. e) F - V - F - V - V
2 O adjunto adnominal faz parte dos "termos 4 Observe atentamente os exemplos a seguir:
acessórios" da sintaxe, ou seja, não é fun-
1. - Ei, pivete, vem cá.
damental para a informação. Nas frases que
- O senhor falou comigo, moço?
seguem, há vários adjuntos adnominais des-
tacados, mas em apenas uma delas esses -Tem mais alguém aqui além de você,
termos realmente são "acessórios", quer di- fedelho?
zer, sua presença ou ausência não interfere - Não, senhor, não tem não .
no significado da frase. Assinale a alternati- -Então.
va em que eles se encontram.
li. Meu amor, minha flor, / Eu preciso es-
x a) A minha prima amava mais ao noivo do
tar perto de você / A todo momento /
que aos próprios irmãos.
Eu já não aguento mais / Essa solidão /
b) Aquele não era um dia somente, era o dia. Esse tormento
c) Cada cidadão deve colaborar com sua parte [. .. ]
na limpeza da cidade. Flávio Venturini

d) A divulgação dos aprovados ocorreu depois O vocativo é um termo independente, não se


do horário previsto. Nas outras alternativas, ao tirar relaciona ao verbo nem ao nome; entretan-
os termos destacados, verifica-se alteração no significado da sentença.
e) A declaração que ele deu à imprensa com- to, estabelece relações importantes a serem
plicou ainda mais seu caso com os inte- interpretadas no (con)texto. Que tipo de rela-
grantes da quadrilha. ção estabelecem os vocativos destacados nos
textos?
3 (FCSCP-SP) Assinale a alternativa que indica,
No texto 1, os vocativos pivete e fedelho estabelecem uma
respectivamente, a função sintática exercida
pelos termos em destaque: relação de desrespeito e preconceito do falante em relação

1. À cunhada de Mário ficava entregue a ao seu interlocutor, o q ual, por sua vez, mostra uma postura

gelatina com frutas .


o posta, de respeito e humildade, por meio dos vocativos moço
li. À cunhada de Mário ficava entregue a
e senhor. No texto li, o eu lírico, com os vocativos meu amor e
gelatina com frutas.
minha flor, estabelece uma relação em q ue transbordam afeto
Ili. A cunhada de Mário ficava entregue à
e romantismo.
gelatina com frutas .
IV. A cunhada de Mário ficava entregue à
gelatina com frutas .
a) objeto indireto - sujeito - predicativo - pre-
dicativo
b) predicativo - objeto indireto - predicativo -
sujeito
x c) objeto indireto - sujeito - sujeito - predicativo
d) predicativo - objeto indireto - sujeito - pre-
dicativo
e) objeto indireto - objeto indireto - sujeito -
Sujeito Sintaticamente, "À cunhada de Mário" é objeto
indireto, "a gelatina com frutas" e "A cunhada de Mário" são sujeitos e
"entregue" é predicativo.
2. A alternativa a contém informações corretas sobre o trecho, pois a preposição"com" é empregada, em muitos casos semelhantes a
esse, na formação de locuções adverbiais indicativas de causa. Nas demais alternativas, as informações não procedem:
b) o sujeito da oração é "condições políticas'; portanto o verbo só pode ser flexionado no plural;
c) o verbo "afetar" é transitivo direto, o que invalida o emprego do pronome "lhe'; cabendo, nesse caso, o pronome "a";
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES o faziam de uma forma sempre indireta.
Geralmente, o Estado taxava os gêneros
1 (U. E. Maringá-PR) Leia com atenção. de primeira necessidade, encarecendo-os.
Imposto direto sobre o contracheque era
,.POR QLIE AS PESGOA5 PORQUE E.LAS 5E~
EM DIFERENTES PAl5E5 REQJSAM A OUVIR coisa, salvo engano, inexistente. Com o ad-
(X)M DIFEFHIT'E 5 !:OBRE OQ~ ê
CRENÇAS NA? PWEM BOM PA~ ELAS !
vento da sociedade de consumo, contudo,
. TODA 5 Vl'i/í:REM
11,•·{~T,AS EM PAZ ?
criaram-se as condições políticas para que

r ~~ o imposto de renda afetasse uma parcela


significativa da classe trabalhadora. Quem
pode se dar ao luxo de consumir supér-
fluos ou mesmo poupar, pode igualmente
pagar impostos.
HADDAD, Fernando. "Trabalho e classes sociais".
ln: Tempo Social, out. 1997.

Com o advento da sociedade de consumo, con-


tudo, criaram-se as condições políticas para que
o imposto de renda afetasse uma parcela signi-
ficativa da classe trabalhadora.
Disponível em http:// tiras-hagar.blogspot. x a) "Com o advento da sociedade de consumo"
com/2006_04_01_archive.html.
é uma expressão adverbial indicativa de
Na tirinha, em " ...dizer pra elas o que é bom pra causa.
elas?'', temos dois complementos que se classifi-
b) A forma verbal "criaram-se" poderia ser
cam, respectivamente, como:
flexionada também no singular, já que o
x a) objeto indireto e complemento nominal. sujeito da oração é indeterminado.
b) objeto direto e complemento nominal. c) Considerando a regência do verbo "afe-
c) objeto indireto e objeto indireto. tar", caso seu complemento fosse subs-
d) complemento nominal e complemento tituído por pronome, a frase assumiria a
nominal. redação:" ... para que o imposto de renda
e) objeto indireto e objeto direto lhe afetasse".
1. Em "dizer pra elas'; "pra elas" altera o verbo, logo será objeto in-
direto; em "bom pra elas'; "pra elas" interfere no adjetivo " bom'; d) Na expressão "imposto de renda", o em-
por isso deve ser classificado como complemento nominal.
prego sintático da expressão preposiciona-
2 (FGV-SP) Leia e responda ao que se pede.
da é o mesmo que o da expressão desta-
Com a sociedade de consumo nasce a cada em - Sempre reclamava "do imposto
figura do contribuinte. Tanto quanto a pa- alto".
lavra consumo ou consumidor, a palavra e) Na análise sintática da expressão "uma par-
contribuinte está sendo usada aqui numa cela significativa da classe trabalhadora",
acepção particular. No capitalismo clássico, vê-se que os termos "parcela" e "trabalha-
os impostos que recaíam sobre os salários dora" exercem a mesma função.
2. d) em "imposto de renda'; a expressão preposicionada tem valor adjetivo e sintaticamente funciona como adjunto ad-
~ nominal; portanto, não pode ser comparada como equivalente da expressão"do imposto alto'; que é objeto indireto;
W e) o substantivo "parcela" é núcleo do sujeito e "trabalhadora" é um adjunto adnominal.
"tua cidade eterna" é objeto direto do verbo "faze';
"ventos" é sujeito do verbo "venham" (atenção com
hipérbato) e "à tua vida" é objeto indireto do verbo "dá''.
3 (Ulbra-RS) 4 (UEMS) Os termos negritados na estrofe:

O dia em que matamos É tempo. Faze


James Cagney tua cidade eterna, e nela habita:
Uma vez fomos ao cinema Apolo. antes que venham ventos, e te levem

Sendo matinê de domingo, esperávamos do peito o amor - este tão belo amor

um bom filme de mocinho. Comíamos bala que dá grandeza e graça à tua vida.
café com leite e batíamos na cabeça dos ou- MELLO, Thiago de . Vento geral. Poesia
tros com nossos bibis. Quando as luzes se 1951/ 1981. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1984.
apagaram, aplaudimos e assobiamos; mas
depois que o filme começou, fomos ficando
exercem, respectivamente, função sintática de:
apreensivos.
a) sujeito, objeto direto e complemento nominal.
O mocinho, que se chamava James Cag-
ney, era baixinho e não dava em ninguém.
b) objeto direto, objeto direto e complemento
nominal.
Ao contrário: cada vez que encontrava o
bandido - um sujeito alto e bigodudo cha- c) objeto direto, objeto direto e objeto indireto.
mado Sam -, levava uma surra de quebrar x d) objeto direto, sujeito e objeto indireto.
os ossos. Era murro, e tabefe, e chave-ingle- e) sujeito, objeto indireto e complemento
sa, e até pontapé na barriga. James Cagney nominal.
apanhava, sangrava, ficava de olho inchado
- e não reagia.
5 Observe as frases a seguir:
A princípio estávamos murmurando, e a) "Os meus braços descarnados movem-se
como braços de velho." (Graciliano Ramos)
logo batendo os pés. Não tínhamos nenhum
respeito, nenhuma estima por aquele fraca- b) Braços movem-se como braços.
lhão repelente Em "filme de mocinho'; "de mocinho" é c) Compramos uma linda cesta de Natal e
· adjunto adnominal (apenas qualifica filme),
já "bala" é objeto direto do verbo "comíamos" nela colocamos os presentes de todos.
[. . .]
e "o filme" é sujeito do verbo "começou''.
Moacyr Scliar d) Compramos cesta e nela colocamos pre-
sentes.
No segundo parágrafo do texto: "Sendo matinê... As frases dos itens b e d foram reescritas sem
ficando apreensivos", em "de mocinho", "bala" e os adjuntos adnominais. Explique a diferença
"o filme", a função sintática é, respectivamente: de sentido entre elas e suas frases originais.
a) adjunto adnominal, adjunto adverbial de lugar Os adjuntos adnominais são termos acessórios (por isso

e objeto direto. puderam ser retirados na reescritura das frases). Contudo,

x b) adjunto adnominal, objeto direto e sujeito. eles particularizam os nomes a que se referem, expressando

c) adjunto adverbial de modo, adjunto adverbial subjetividade, ou seja, vivências daquele que fala ou escreve;

de lugar e sujeito. sem os adjuntos, as frases apresentam uma realidade mais geral,

d) complemento nominal, adjunto adverbial impessoal.

de lugar e sujeito.
e) adjunto adnominal, adjunto adverbial de
lugar e sujeito.
6 (Esamc-GO) Leia as frases a seguir e depois as- b) Na frase 11, todos estavam irritados e todos
sinale a afirmação incorreta: deixaram o recinto.
c) Ainda na frase 1, subentende-se que havia
1. Os deputados irritados deixaram a Câmara.
também deputados não irritados e que es-
li. Os deputados deixaram a Câmara irritados. tes não deixaram a Câmara.
d) As frases li e Ili são semântica e sintatica-
Ili. Os deputados, irritados, deixaram a Câmara.
mente iguais.
a) Na frase 1, entende-se que somente os de- x e) Na frase li, o vocábulo "irritados" expressa
putados irritados é que deixaram a Câmara. uma circunstância de modo.
"irritados" é um qualificador que exerce
função sintática de predicativo.
c111cação 1111111 1111
, 1 , 11111 c1m111st1
"''"ª' '
c11111e11açã1

1. Colocação Aquilo nos fez muito mal. (aquilo = pronome


demonstrativo)

pronominal • conjunções subordinativas.


Insisto em que se ocupe de alguma atividade
Os pronomes pessoais oblíquos átonos
intelectual. (que = conjunção subordinativa in-
desempenham, muitas vezes, função de com- tegrante)
plementos verbais e devem assumir posição
em relação aos verbos que complementam • orações com verbo no gerúndio precedi-
conforme determinadas regras. do da preposição em.
A situação da nossa fábrica era calamitosa, em
Prócllse se tratando de capital.

O pronome oblíquo átono antepõe-se ao • enunciados interrogativos.


verbo em: Quem a avisou sobre as novas datas dos exames?

• enunciados negativos (não, nunca, jamais • enunciados exclamativos ou optativos


etc.). (que exprimem desejo).
Ele jamais me escutou .. . Deus o abençoe.

• orações com advérbios ou com locuções Mesóclise


adverbiais.
Ocorre a mesóclise quando o verbo está
É lá que esta alma, árida como a urze, sente,
no futuro do pretérito ou no futuro do presente
quando aí se abriga, refrescá-la como orvalho
e se não há casos que exijam próclise.
do céu. (Alexandre Herculano)
Calar-me-ia diante de tal assunto.
• pronomes relativos, indefinidos e de- Sentir-se-á culpado quando vir o resultado.
monstrativos.
!nclise
Todas as pessoas de que me falou estão pre-
sentes no evento. (que = pronome relativo) Os pronomes átonos geralmente se colo-
Tudo me leva a crer que foram os meninos cam em ênclise (pospostos ao verbo).
que fizeram essa bagunça! (tudo = pronome Disseram-me o que lhe aconteceu .
indefinido) Amo-te mais que a tudo.

o
• Alternativa: apresenta fatos que mutuamen-
Em algumas situações, essa colocação
te se excluem.
pronominal distancia-se muito da que
Ou ficamos, / ou seremos desmoralizados.
ocorre no português falado do Brasil:
Me conta tudo! • Conclusiva: contém uma dedução que par-
Te adoro. te de uma premissa.
Nunca lhe dei motivos para desconfianças; /
Com pronomes pessoais retos e com subs- portanto, não aceito essa cena de traição.
tantivos não há regra para a colocação do pro-
• Explicativa: apresenta um fato argumentati-
nome, o que caracteriza esses casos como fa-
vo que justifica uma afirmação anterior.
cultativos. Observe:
Pode ter nevado muito, / porque tudo ainda
Eu a encontrei às sete horas. / Eu encontrei-a
continua branco.
às sete horas.

Com tempos verbais compostos (for-


mados pelos verbos auxiliares ter ou
haver + particípio do verbo principal),
Atividades
o pronome oblíquo átono poderá ser 1 (Unisa-SP) Leia para responder à questão.
colocado antes, no meio ou depois do Sem nenhum aviso prévio, submeti a
verbo auxiliar, e nunca depois do par- duas meninas de 12 anos, estudantes de
ticípio, seguindo as regras de próclise, uma escola privada paulistana (Osw ald
mesóclise e ênclise. de Andrade), um teste de leitura que foi
aplicado aos alunos da rede de ensino mu-
nicipal da cidad e de São Paulo, cujo resul-

2. Orações tado acaba de ser divulgado. Elas não es-


tão entre as primeiras da classe nem estão

coordenadas abaixo da média, entretanto atingiram a


p ontuação de 325, ou seja, acertaram to-
das as questões - a escala vai de O a 325,
Ocorre período composto quando em um
correspondendo a diferentes habilidades.
enunciado há mais de uma oração.
Acertaram sem demonstrar dificuldade . A
Dá-se o nome de coordenação quando há força desse fato só ap arece na comparação:
relativa autonomia sintática entre as orações. só 2,9% dos alunos da oitava série da rede
Quando apresenta conjunção, a oração coor- pública conseguiram chegar ao nível mais
denada denomina-se sindética; sem ela, é as- alto . O detalhe é que as duas estudantes da
sindética. A primeira se classifica em: escola privada vêm da sexta série. [. .. ]
• Aditiva: é aquela que meramente adiciona Para chegar ao nível 300, seria preciso
um processo ao antecedente. ler um artigo de nove linhas no qual se in-
Não só pagou suas dívidas, / com o também forma que, ao contrário da maioria dos rios
emprestou-lhe dinheiro. que correm p ara o mar, o Tietê vai para o
interior. Logo em seguida, apresentou-se
• Adversativa: apresenta contraste, contradi- uma poesia de Mário de Andrade, onde se
ção, oposição de uma expectativa. lê : rio que entras p ela terra / e que me afas-
Semp re tentavam, / mas nu nca conseguiam. tas do mar.
1. "duas meninas de 12 anos" é objeto direto, que pode ser substituído pelo
pronome"as" e"a um teste" é objeto indireto que pode ser substituído por"lhe''.
Não podem ocorrer dois objetos diretos ou dois indiretos, deve ser um de cada.
Diante de um teste de múltipla esco- 3 (F. Adelmar Rosado-PI) Leia o texto, para res-
lha, cerca de 90% dos alunos da oitava sé- ponder à questão.
rie não souberam fazer uma relação entre
a imagem poética e a explícita informação
A melhor opção
sobre a direção do Tietê, ou seja, não in-
dicaram a opção de que o rio segue em Todos começaram a dizer que o ouro
direção ao interior, já explícita, com todas é a melhor opção de investimento. Fernão
as letras, no artigo. Soropita deixou-se convencer e, não tendo
DIMENSTEIN, Gilberto. Folha de S.Paulo, recursos bastantes para investir na Bolsa
10 fev. 2008.
de Zurique, mandou fazer uma dentadura

Assinale a alternativa que substitui por prono- de ouro maciço.

me um dos complementos da oração: "Submeti Substituir sua velha dentadura conven-


a duas meninas de 12 anos um teste de leitura" cional por outra, preciosa e ridícula, va-
refazendo a sintaxe com o emprego da regên- leu-lhe aborrecimentos. O protético não
cia do verbo "submeter", de acordo com o uso queria aceitar a encomenda; mesmo se es-
padrão do português do Brasil. forçando por executá-la com perfeição, o
resultado foi insatisfatório. O aparelho não
a) Submeti-lhes a um teste.
aderia à boca. Seu peso era demasiado.
x b) Submeti-as a um teste. A cada correção diminuía o valor em ouro.
c) Submeteu-se-as a um teste. E o ouro subindo de cotação no mercado
internacional.
d) Submeteu-se-lhes a um teste.
O pior é que Fernão passou a ter medo
e) Submeti-as um teste.
de todos que se aproximavam dele. O re-
ceio de ser assaltado não o abandonava.
2 (FGV-SP) Assinale a alternativa em que a colo- Deixou de sorrir e até de abrir a boca.
cação dos pronomes oblíquos átonos atende à
Na calçada a moça lhe perguntou onde
norma culta.
fica a Rua Gonçalves Dias. Respondeu
a) Era claro que Nestor estava preocupado,
inadvertidamente, e a moça ficou fascina-
mas otimista. "Erguerei-me depressa, en-
da pelo brilho do ouro ao sol. Daí resultou
frentando-lhe todos os arroubos."erguer-me-ei
uma relação amorosa, mas Fernão não foi
x b) Ao ver-se cercado pelas emas, concluiu: os feliz. A jovem apaixonara-se pela dentadu-
animais poder-se-iam perder, se o ajudante ra e não por ele. Mal se tornaram íntimos,
não os controlasse. arrancou-lhe a dentadura enquanto ele
c) Não disse-lhe palavra. Partiu a galope, sem dormia, e desapareceu com ela.
olhar para trás. não lhe disse
Carlos Drummond de Andrade.
d) Farei-o melhor do que você, embora não te- O sorvete e outras histórias.

nha tanta prática. fá-lo-ei

e) Tendo encontrado-a sozinha na sala, deu- Considerando os sentidos do texto, as orações


lhe Um beijo maroto na face. Tendo a encontrado "O aparelho não aderia à boca. Seu peso era de-
masiado" podem ser unidas no seguinte período por perto, espiando o que escrevo". Nela, o au-
composto: tor, utilizando o discurso direto, apresenta um
a) O aparelho não aderia à boca nem seu peso diálogo imaginário entre o autor e seu leitor,
era demasiado. introduzindo a linguagem oral no texto escrito.
b) O aparelho não aderia à boca, mas seu peso Por essa razão: Em situações coloquiais, os falantes de portu-
guês, no Brasil, preferem próclise à ênclise.
era demasiado.
a) os pronomes oblíquos átonos foram colocados
x c) O aparelho não aderia à boca, porque seu depois do verbo.
peso era demasiado.
b) os pronomes oblíquos átonos são enclíticos.
d) O aparelho não aderia à boca, embora seu
c) os pronomes oblíquos átonos não foram utili-
peso fosse demasiado.
Há relação de causalidade entre as orações (o peso demasiado zados no diálogo.
é a causa de o aparelho não aderir à boca).
x d) os pronomes oblíquos átonos são proclíticos.
4 (FMU-SP)
e) os pronomes oblíquos átonos são mesoclíticos.
Aproxima-se a seca. O sertanejo adivi-
nha-o[ .. .]. Entretanto não foge logo, abando-
nando a terra a pouco e pouco invadida pelo 2 (U. E. Ponta Grossa-PR, adaptada) Leia com
limbo candente que irradia do Ceará. atenção:

Euclides da Cunha. Os sertões. A história acaba aqui; é, como vê, uma


história terrivelmente sem graça, e que eu
"Entretanto" é conjunção adversativa. Começando
o período sem a adversativa, com o mesmo senti- poderia ter contado em uma só frase. Mas
do, escreveríamos assim: o pior é que não foi curta. Durou, doeu e
- perdoe, minha delicada leitora - inco-
x a) O sertanejo não foge logo, embora adivi-
modou.
nhe a seca.
b) O sertanejo não foge logo, porque adivinha Quanto à constituição sintática da sequência "Du-
a seca. rou, doeu e incomodou", é correto afirmar:

c) O sertanejo não foge logo, para quem adi- (01) Trata-se de um período composto por
vinha a seca. coordenação.
d) O sertanejo não foge logo, quando adivinha (02) Os três verbos se relacionam a um mes-
a seca. mo sujeito.
e) O sertanejo não foge logo, se adivinhar a
(04) É um período que contém orações inde-
seca. É possível transformar a adversativa em concessiva,
o que ocorre somente na alternativa a. pendentes.

(08) Trata-se de um período misto, em que se


EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES observa não só coordenação como tam-
bém subordinação.
1 (PUC-SP) Observe a seguinte passagem: "Pare
Dê a soma dos números dos itens corretos.
aí", me diz você. "O escrevente escreve an-
tes, o leitor lê depois." "Não!" lhe respondo, Soma= 07 (01 + 02 + 04)

"não consigo escrever sem pensar em você


Leia o texto a seguir para responder às ques- b) opor à satisfação expressa nos quartetos a
tões 3 e 4. insatisfação trazida por uma ideia incom-
Transforma-se o amador na cousa amada, pleta e pelo conformismo.
por virtude do muito imaginar; c) substituir o conectivo e, assumindo valor
não tenho, logo, mais que desejar, aditivo, já que não há oposição entre os
pois em mim tenho a parte desejada. quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, poden-
Se nela está minh'alma transformada, do ser substituída pelo conectivo portanto.

que mais deseja o corpo de alcançar? x e) introduzir uma ressalva em relação às


Em si somente pode descansar, ideias que foram expressas nos quartetos.
Observar que o "mas'; no contexto apresentado, não ocorre com
pois consigo tal alma está liada. ideia de oposição; o que se verifica é uma ressalva em relação às

5 (Unisa-SP) Leia: informaçõesapresentadas.

Mas esta linda e pura semideia, O que distingue os milhares de anos de


que, como um acidente em seu sujeito, história do que consideramos os tempos mo-
assi co'a alma minha se conforma, dernos? A resposta transcende em muito o
progresso da ciência, da tecnologia, do capi-
está no pensamento como ideia: talismo e da democracia.
e o vivo e puro amor de que sou feito, O passado remoto foi repleto de cien-
como a matéria simples busca a forma. tistas brilhantes, de matemáticos, de inven-
Camões tores, de tecnólogos e de filósofos políti-
cos. Centenas de anos antes do nascimento
3 (Fuvest-SP) A relação semântica expressa pelo de Cristo, os céus haviam sido mapeados,
termo logo no verso "não tenho, logo, mais que a grande biblioteca de Alexandria fora
desejar" ocorre igualmente em: construída e a geometria de Euclides era
a) Não se lembrou de ter um retrato do menino. ensinada. A demanda por inovações tecno-
Elogo o retrato que tanto desejara. lógicas para fins bélicos era tão insaciável
b) Acendia, tão logo anoitecia, um candeeiro quanto atualmente. Carvão, óleo, ferro e
de querosene. cobre estiveram a serviço dos seres huma-

x c) Éum ser humano, logo merece nosso respeito. nos por milênios, e as viagens e comuni-
cações marcaram os primórdios da civiliza-
d) Eera logo ele que chegava a esta conclusão.
ção conhecida.
e) Adoeceu, e logo naquele mês, quando es-
tava cheio de compromissos. A ideia revolucionária que define a frontei-
"logo" equivale a "assim" na sentença apresentada, sentido que ocorre
também em "logo merece nosso respeitd' na alternativa e.
ra entre os tempos modernos e o passado é
4 (Fuvest-SP) A conjunção mas, que aparece no o domínio do risco: a noção de que o futuro
início do primeiro terceto, é usada para: é mais do que um capricho dos deuses e de
a) apresentar uma síntese das ideias contidas que homens e mulheres não são passivos
nos quartetos, que funcionam como tese e ante a natureza .
antítese. Peter L. Bernstein. Desafio aos deuses.
Em termos sintáticos, há, no segundo parágrafo Os enunciados apresentados possuem uma
do texto, o predomínio de orações: orientação argumentativa diferente, embora as
a) adjetivas. palavras sejam praticamente as mesmas. Expli-
b) causais. que essa diferença.
c) finais. No enunciado 1, a conj unção "pois" estabelece uma relação

d) comparativas. que justifica o que se disse na oração anterior, ou seja, a

x e) coordenadas. presença de parentes é vista como um argumento positivo,

que vai contribuir para a festa ser um acontecimento;


& Leia os enunciados. no enunciado li, ocorre o contrário, a conjunção "mas"
1. Espera-se que a festa de casamento deles estabelece uma relação de oposição ao que se disse, ou
seja um verdadeiro acontecimento, pois vão
seja, a presença dos parentes é vista como um argumento
estar parentes como dona Lídia, João Carlos
negativo para que a festa seja um acontecimento.
e tio Jonas.
li. Espera-se que a festa de casamento deles
seja um verdadeiro acontecimento, mas
vão estar parentes como dona Lídia, João
Carlos e tio Jonas.
ee1íollo com,osto
"º' su1101dinação /
o1açiessu11stanti1as
1. Orações cipal, as funções de sujeito (oração substantiva
subjetiva), predicativo do sujeito (predicativa),
subordinadas objeto direto (objetiva direta), objeto indire-
to (objetiva indireta), complemento nominal
Dá-se o nome de subordinação à de- (completiva nominal) e aposto (apositiva).
pendência sintática entre as orações. Nela,
a oração que modifica ou complementa, e • Oração subordinada substantiva subje-
exerce algum papel sintático (objeto direto, tiva. A oração principal de uma subjetiva
adjunto etc.), é chamada subordinada, e a estrutura-se com verbo de ligação e pre-
oração que é complementada ou modifica- dicativo do sujeito, verbo intransitivo na
da recebe o nome de oração principal. terceira pessoa do singular e verbo na voz
De acordo com a função que desempe- passiva analítica ou sintética, e a oração
nha, a oração subordinada classifica-se como subordinada sempre exerce a função de
adjetiva (função de adjunto adnominal),
sujeito da oração principal:
adverbial (função de adjunto adverbial) e
Era óbvio que ele a odiava.
substantiva (desempenha as demais fun-
Constava que o réu fora inocentado.
ções).
Foi dito que nós retornaríamos depois de um
mês.
2. Orações • Oração subordinada substantiva predica-
subordinadas tiva. A oração principal de uma oração pre-

substantivas dicativa sempre contém sujeito e verbo de


ligação:
As orações subordinadas substantivas ligam- A verdade é que seríamos vitoriosos.
se a orações principais que não são íntegras • Oração subordinada substantiva objetiva
em termos sintáticos, nem autossuficientes em direta. Sua oração principal apresenta verbo
termos semânticos. As orações substantivas
transitivo direto ou verbo transitivo direto e
desenvolvidas são geralmente introduzidas
indireto:
pelas conjunções integrantes (que ou se). As
Supúnhamos que o traríamos logo.
reduzidas têm verbo no infinitivo e podem vir
Contei-lhe que ela fora a responsável por aquilo.
conectadas por preposição.
As orações subordinadas substantivas de- • Oração subordinada substantiva objeti-
sempenham, no corpo sintático da oração prin- va indireta. Sua oração principal apresen-
ta verbo transitivo indireto ou verbo tran- (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
sitivo direto e indireto: Ela lhes dirá bem devagarinho, para que
Não se esqueça de que tudo passa. [não esqueçam:
Lembrei-me de que o auxiliaria.
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA ...
• Oração subordinada substantiva completi- Mario Quintana. Nova antologia poética.

va nominal. Tal oração desempenha a fun- Na passagem "É preciso dizer-lhes tudo de
ção de complemento nominal de um subs- novo!", a oração em negrito exerce a mesma
tantivo, adjetivo ou advérbio presente na função sintática que:
oração principal:
a) "E ela pensa que [ ...] Atira-se ..."
Tivemos confiança de que nos pagariam.
x b) "Vive uma louca chamada Esperança ... "
• Oração subordinada substantiva apositi-
c) "Ela será encontrada miraculosamente in-
va. Explica, esclarece, desenvolve o sentido cólume na calçada ... "
de um substantivo ou pronome presente na
d) "Ela lhes dirá bem devagarinho ... "
oração principal:
Só desejo uma coisa: que saia já daqui. e) "O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA... "
"dizer-lhes tudo de novo" é o sujeito da primeira oração, o que
também ocorre com "uma louca" no período apresentado em b.
2 Classifiqueas orações destacadas de acordo
com a legenda a seguir:

Atividades a) objetiva indireta


b) completiva nominal
1 (lnsper-SP) Leia atentamente:
c) apositiva
Esperança d) principal
Lá bem no alto do décimo segundo andar ( a ) Insistimos em que permanecesse por
[do Ano mais alguns dias.
Vive uma louca chamada Esperança ( d ) A verdade é que não sou quem você
E ela pensa que quando todas as sirenas pensa.
Todas as buzinas ( b ) Havia dúvidas de que aquela história
Todos os reco-recos tocarem fosse verídica.
Atira-se ( b ) Todos tinham certeza de que ele morrera.
E
( c ) Aguardavam ansiosos apenas uma coisa:
- ó delicioso voo! que respondessem positivamente.
Ela será encontrada miraculosamente
( a ) Lembrei-me de que precisava urgente-
[incólume na calçada, mente daqueles documentos.
Outra vez criança ... ( b ) Tive o pressentimento de que ele iria
E em torno dela indagará o povo : chegar.
- Como é teu nome, meninazinha de ( b ) Ele tem receio de que as dívidas se acu-
[olhos verdes? mulem.
E ela lhes dirá ( b ) Tenho certeza de que ele vai viajar.
3 Em "O garoto quis que eu comprasse biscoi- não impede que a virtude seja uma flor
tos", a oração destacada classifica-se como cheirosa e sã. A consciência concordou, e
subordinada: eu fui abrir a porta à Virgília.
Machado de Assis.
X a) Substantiva Objetiva direta. A oração cumpre Memórias p óstumas de Brás Cubas.
a função de objeto do verbo
b) adjetiva restritiva. "querer''.
"Concordei que assim era, mas aleguei que a
c) substantiva predicativa.
velhice de d. Plácida estava agora ao abrigo da
d) substantiva subjetiva. mendicidade: era uma compensação."
e) substantiva apositiva.
Qual é a oração subordinada substantiva ob-
jetiva direta que pode ser encontrada nesse
4 (ITA-SP, adaptada) Com relação às orações des- trecho?
tacadas:
"que a velhice de d . Plácida estava ag ora ao abrigo da
1. " ••. o essencial é que lutes"
mendicidade:'
li. "as criaturas humanas é que disputam
aos cães"
Ili. "com todo o acúmulo de sagacidade que lhe 2 (UFCE) O período abaixo está dividido em
deram" orações.
é correto afirmar que: (1) Seu coração batia excitado
a) são orações subordinadas substantivas in- (11) quando o pai lhe dizia
troduzidas por conjunção integrante.
(111) que as alegações constitucionalistas dos
b) apenas em I e li o que funciona como con- paulistas eram um simples pretexto para
junção integrante. a sublevação
c) apenas em li e Ili o que funciona como con-
(IV) pois ele nomeara uma comissão
junção integrante.
(V) para elaborar o projeto da nova Constituição
xd) apenas em I há oração subordinada subs-
tantiva. Em 11, "que"faz parte da expressão expletiva; brasileira.
em Ili, "que" é pronome relativo.
e) a palavra que não é conjunção integrante Julgue (V) ou (F), conforme sejam verdadeiras ou
em nenhuma das três ocorrências. falsas as afirmações acerca do período.

1. A oração (11) é subordinada com relação à (1) e


principal com relação à (111).
EIERCÍCIOS COMPLEMENTARES
li. Operíodo é composto por coordenação e su-
1 (Fuvest-SP, adaptada) bordinação.
Ili. A oração (IV) é uma coordenada conclusiva.
[. .. ] Con cordei que assim era, mas ale-
gu ei que a velhice d e d. Plácida estava IV. A oração (Ili) é objeto direto de "dizia".
agora ao abrigo da m endicidade : e ra uma A questão apresenta um período composto, já dividido em

compe nsação . Se não fossem os m eus orações. São feitas algumas afirmações sobre o período e o aluno
amo res , provavelme nte d. Plácida acaba-
deverá identificar as verdadeiras e as falsas. A sequência correta
ria como tantas outras criaturas human as;
é V -V - F -V. De fato, a oração (li) está subordinada à oração (1) e
donde se p od eria deduzir que o vício é
mantém uma relação de dependência quanto à oração (Ili), que é
muitas ve zes o estrume da virtude. O que
da região em qualquer proporção
objeto direto de "dizia''. A oração (IV) é uma coordenada explicati-
considerável, pois nem se conhece de
va principiada pela conjunção coordenativa "pois''. E o período é
que níveis de grandeza se está falando."
composto por coordenação e por subordinação, conforme se viu.
III. "Seria útil para o Brasil que a imprensa
fizesse mais do que apenas noticiar
a criação do novo estatuto, mas que
também procurasse desenhar o perfil de
seus autores e acompanhar o esboço do
3 (U. Passo Fundo-RS) A seguir, há três períodos projeto, para que especialistas indepen-
com uma oração em destaque em cada um dentes pudessem dar sua contribuição. "
deles. A opção em que aparece a função sintá-
tica de cada uma dessas orações é: Em relação aos períodos transcritos, só é cor-
reto o que se afirma em:
1. A notícia de que voltarias mais tarde deixou
teus pais intranquilos. a) Todas as orações que integram os perío-
li. Ninguém se opôs a que manifestasse livre- dos são subordinadas.
mente suas ideias. b) A função sintática exercida pelas orações
Ili. Quero saber se ainda tens simpatia por aque- em destaque em 1, li e Ili é de sujeito da
las pessoas. oração principal.
a) complemento nominal - complemento nomi- x c) Em 11, a oração destacada exerce função
nal - sujeito sintática de complemento nominal de um
b) complemento nominal - objeto indireto - advérbio da oração anterior.
adjunto adverbial de condição d) Em 11, a oração introduzida por "de que ní-
x c) complemento nominal - objeto indireto - veis" é subordinada adverbial.
objeto direto e) Em Ili, "para o Brasil" exerce função sintáti-
ca de adjunto adnominal de "útil".
d) objeto indireto - complemento nominal -
Em I e Ili, as orações em destaque exercem função de sujeito
adjunto adverbial de condição e, em 11, função de complemento nominal.

e) objeto indireto - objeto indireto - objeto di- 5 (UFTM-MG) Texto para responder à questão.
reto [ .. .] por que é que ne nhuma d essas
cap richosas me fez esqu ecer a p rimeira
4 (U. Passo Fundo-RS, adaptada) Leia os períodos
amada do meu coração? Talvez porque ne-
a seguir:
nhuma tinha os o lhos de ressaca, nem os
I. "É certo que a presença de alguns es- de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não
trangeiros junto a comunidades indí- é este p rop riamente o resto do livro. O
genas tem provavelmente produzido resto é saber se a Capitu da Praia d a Glória
grandes vazamentos de conhecimen- já estava dentro da de Matacavalos, ou se
to tradicional sobre princípios ativos esta foi mudad a n aquela por efe ito de al-
de plantas medicinais e outras subs- gum caso inciden te. Jesus, filho de Sirach ,
tâncias valiosas para a indústria far- se sou besse dos meus p rimeiros ciúmes,
macêutica e de cosméticos." dir-me-ia, como no seu cap. IX, vers . 1:
II. "A ciência não chegou nem perto de ma- "Não tenhas ciúm es de tu a mulher p ara
pear as matrizes de plantas e animais que ela não se meta a enganar-te com a
malícia que aprender de ti". Mas eu creio d) ... se te lembras bem da Capitu menina,
que não, e tu concordarás comigo; se te hás de reconhecer ...
lembras bem da Capitu menina, hás de re- e) ... enganar-te com a malícia que aprender
conhecer que uma estava dentro da outra, de ti.
como a fruta dentro da casca. E bem, qual-
quer que seja a solução, uma cousa fica, e 6 (U. F. São Carlos-SP, adaptada) Marque a opção
é a suma das sumas, ou o resto dos restos, que contém oração subordinada substantiva
a saber, que a minha primeira amiga e o completiva nominal:
meu maior amigo, tão extremosos ambos
e tão queridos também, quis o destino que
xa) "Tanto eu como o Pascoal tínhamos medo
acabassem juntando-se e enganando-me ... de que o patrão topasse Pedro Barqueiro
A terra lhes seja leve! nas ruas da cidade."

Machado de Assis. Dom Casmurro. b) "Era preciso que ninguém desconfiasse do


nosso conluio para prendermos o Pedro
Assinale a alternativa em que a oração em Barqueiro."
destaque exerce a mesma função sintática c) "Para encurtar a história, patrãozinho, acha-
que o trecho destacado em: "O resto é saber mos Pedro Barqueiro no rancho, que só ti-
se a Capitu da Praia da Glória já estava den- nha três divisões: a sala, o quarto dele e a
tro da de Matacavalos". cozinha."
a) ... Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos d) "Quando chegamos, Pedro estava no terrei-
meus primeiros ciúmes, dir-me-ia ... ro debulhando milho, que havia colhido em
b) ... ela não se meta a enganar-te com a ma- sua rocinha, ali perto."
lícia ...
e) "Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a vol-
x c) ... hás de reconhecer que uma estava den- ta e entrei pela porta do fundo para agarrar
tro da outra, ... o Barqueiro pelas costas."
A oração em destaque exerce função de objeto direto da oração "de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade"
principal, o que ocorre também na alternativa e. exerce a função de complemento nominal do vocábulo "medo''.
1. Orações com
tunção de adiunto
adnominal
As orações subordinadas adjetivas:
• são as que modificam um termo de nature-
za substantiva; por isso, têm valor adjetivo,
equiparando-se (sintaticamente) ao adjun-
to adnominal;
• são introduzidas por um pronome relativo,
que relaciona as orações, retomando um Pense só nas coisas fantásticas / que aconte-
termo antecedente; cerão no futuro. (Pense só nas coisas fantásticas
= oração principal; que acontecerão no futuro =
• podem ter sentido particular (especial) ou
oração subordinada adjetiva restritiva)
sentido universal;
• frequentemente, são adjetivos desenvolvi- Observe que as orações do exemplo foram
dos em forma de oração. Por exemplo, em ligadas pelo pronome relativo que, podendo ser
"Os alunos que tinham estudado (ou seja, substituído por as quais: Pense só nas coisas
os alunos estudiosos) foram promovidos", a fantásticas / as quais acontecerão no futuro.
oração subordinada adjetiva é que tinham o termo da oração principal a que a ora-
estudado e Os alunos foram promovidos é ção subordinada adjetiva está relacionada é
a oração principal. chamado termo antecedente, e o pronome
Os pronomes relativos que geralmente relativo da oração adjetiva possui justamen-
introduzem uma oração adjetiva são que e te a função de retomar esse termo antece-
quem, e estes podem ser substituídos por: dente. Exemplo:
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, E o primeiro / que entrava no tanque / ficava
cuja, cujos, cujas. Podem ocorrer ainda curado de sua doença. Qoão 5:4) (termo antece-
onde, como e, menos frequentes, quanto, dente retomado pelo pronome relativo que = o
quantos e quando. primeiro)
2. Classificação chegar a essa classificação, primeiramente se
analisa o sentido da oração, que nesse caso é
das orações o de especificar o casal sobre o qual a persona-
gem quer falar. Nota-se também que a oração
subordinadas principal (Lembro-se daquele coso~ não está
separada da oração subordinada por vírgula.
adietivas Orações subordinadas adietivas explicativas
As orações com sentido especial e as ora- As orações subordinadas adjetivas expli-
ções com sentido universal são, respectivamen- cativas não particularizam o substantivo que
te, orações subordinadas adjetivas restritivas retomam, são generalizantes, apenas esclare-
e orações subordinadas adjetivas explicativas, cem algo que já lhe é próprio, enfatizando sua
as quais serão analisadas a seguir. maior característica.
Ocorrem com vírgula.
Orações subordinadas adietivas restritivas
Retomando a fala da tirinha do Hagar, po-
As orações subordinadas adjetivas restri- de-se notar que há no período, além de uma
tivas limitam e especificam o significado do oração subordinada adjetiva restritiva, uma ora-
antecedente, dando-lhe sentido particular, ção subordinada adjetiva explicativa. Veja:
para dizer que se trata de um dentro de uma Lembra-se daquele casal sobre o qual falei,
série, ou às vezes para dizer que se trata de que nunca briga nem discute?
um tipo especial, introduzindo uma informa-
ção indispensável ao sentido da frase, que A oração subordinada adjetiva explicativa
se liga ao antecedente sem pausa, portanto, enfatiza uma característica que já é do casal:
sem vírgula. um casal que nunca briga nem discute.
Observe a diferença de sentido nos perío-
LEMBRA-SE t>AQUaE ~SAL dos transcritos a seguir:
.SOBRE O QUAL !"ALEI, QUE
NUNCA BRI&A NEM Os meninos de rua que pedem esmolas são
l>ISG\JTE?
LEMBRO ... desprezados pela população da cidade.
J
Os meninos de rua, que pedem esmolas, são
desprezados pela população da cidade.

No primeiro período, o trecho destacado


indica que somente os meninos de rua que pe-
dem esmolas são desprezados pela população.
Trata-se de uma oração subordinada adjetiva
restritiva, uma vez que o sentido aparece res-
trito a uma parcela do grupo apontado. A infor-
mação aparece de forma diferente no segundo
período, no qual o que se percebe é uma marca
Lembra-se daquele casal sobre o qual falei, característica de todos os meninos de rua (todos
que nunca briga nem discute? são pedintes) e, por isso, são todos desprezados
No período da tirinha, a oração subordina- pela população. Nesse caso, há uma oração su-
da adjetiva restritiva é sobre o qual falei. Para bordinada adjetiva explicativa.
Atividades Nesse trecho, as orações adjetivas permitem afir-
mar que:
1. nem todas as células produzem novos galhos.
1 (ITA-SP) Leia com atenção: li. algumas gemas se localizam nas extremida-
A vegetação do cerrado é influenciada des dos galhos.
pelas características do solo e do clima, bem Ili. todas as gemas internas nascem em outros
como pela frequência de incêndios. O ex- pontos do galho.
cesso de alumínio provoca uma alta acidez
Está(ão) correta(s):
no solo, o que diminui a disponibilidade de
nutrientes e o tom a tóxico para plantas não a) apenas a 1.
adaptadas. A hipótese do escleromorfismo oli- b) apenas I e li.
gotrófico defende que a elevada toxicidade do c) apenas a li.
solo e a baixa fertilidade das plantas levariam d) apenas a Ili.
ao nanismo e à tortuosidade da vegetação.
x e) todas.
Além disso, a variação do clima nas dife-
rentes estações (sazonalidade) tem efeito so-
bre a quantidade de nutrientes e o nível tóxico
2 (Unicamp-SP) Leia atentamente os textos a
seguir:
do solo. Com baixa umidade, a toxicidade se
eleva e a disponibilidade de nutrientes dimi- 1. "Estes são alguns dos equipamentos que a re-
nui, influenciando o crescimento das plantas. serva de mercado não permitia a entrada no
Já outra hipótese propõe que o formato país sem a autorização do Depin." (Folha de
tortuoso das árvores do cerrado se deve à S. Paulo, 18 out.1992.)
ocorrência de incêndios. Após a passagem do li. "Fazer pesquisa insinuando que 640/o dos
fogo, as folhas e gemas (aglomerados de cé- brasileiros acham que existe corrupção no
lulas que dão origem a novos galhos) sofrem governo Itamar não é um ato inteligente, de
necrose e morrem. As gemas que ficam nas um jornal de que todos gostamos e que é
extremidades dos galhos são substituídas por dever de nós brasileiros lutar pela conserva-
gemas internas, que nascem em outros locais, ção de sua isenção." (Adaptado de Ewerton
quebrando a linearidade do crescimento .
Almeida, vice-líder do PMDB da Bahia. Folha
Quando a frequência de incêndios é mui- de S.Paulo, 8 jun. 1993.)
to elevada, a parte aérea (galhos e folhas)
Reescreva os trechos apresentados, introduzindo
do vegetal pode não se desenvolver e ele se
as sequências cuja entrada e cuja isenção, res-
toma uma planta anã. Pode-se dizer, então,
pectivamente. (Faça apenas as alterações neces-
que a combinação entre sazonalidade, de-
ficiência nutricional dos solos e ocorrência sárias, decorrentes da nova estrutura das frases.)
de incêndios determina as características da 1. Estes são alguns dos equipamentos cuja entrada no país,
vegetação do cerrado . sem a autorização do Depin, não era permitida pela reserva
Adaptado de STELLA, André e FIGUEIREDO,
de mercado.
Isabel. Ciência boje, mar. 2008.
li. . .. de um jornal de que todos gostamos e por cuja isenção
Considere o trecho abaixo:
nós, brasileiros, devemos lutar para que seja conservada
Após a passagem do fogo , as folhas e ge-
mas (aglomerados de células que dão origem
a novos galhos) sofrem necrose e morrem.
As gemas que ficam nas extremidades dos
galhos são substituídas por gemas internas,
que nascem em outros locais, quebrando a
linearidade do crescimento. (3Q parágrafo)

m
3. Observar que a oração adjetiva sem vírgulas produz um recorte,
uma restrição no sentido (algum(ns)); e a com vírgulas, uma
generalização (todos).

3 (lnsper-SP) Compare estes períodos: Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

1. Os investidores que temiam ser vítimas da cri- E há-de deixar-me apenas os cabelos,
se global financeira abandonaram o mercado Na frialdade inorgânica da terra!
de ações. Augusto dos Anjos

li. Os investidores, que temiam ser vítimas da cri-


O último verso da 2ª estrofe - "Que se escapa da
se global financeira, abandonaram o mercado
boca de um cardíaco" - funciona sintaticamente
de ações.
como:
A respeito do emprego de vírgulas, é correto
a) complemento da forma verbal "sobe-me".
afirmar:
b) complemento nominal do adjetivo "aná-
x a) Em 1, a ausência de vírgulas cria o pressu-
loga".
posto de que ainda há pessoas investindo
x c) caracterizador do substantivo "ânsia" (últi-
na Bolsa de Valores.
ma palavra do verso anterior).
b) Em li, a presença de vírgulas indica que so-
d) caracterizador do substantivo "boca".
mente alguns investidores temiam ser víti-
mas da crise financeira. e) complemento nominal da expressão "uma
ânsia análoga".
c) A análise dos períodos permite afirmar que Trata-se de uma oração adJetiva (introduzida pelo pronome relativo
"que"); portanto, há caracterização referente à palavra anterior mais
as vírgulas têm apenas a função de demar- próxima com significado compatível ("ânsia").
car pausas na leitura. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
d) Em 1, subentende-se que todos os investi-
dores deixaram de aplicar seu dinheiro no 1 (U. F. Santa Maria-RS)
mercado de ações.
Brasil, mostra a tua cara
e) Em 11, as vírgulas foram usadas para desta-
car a ideia de restrição, presente na oração Ao criar um livro, um quadro ou uma
canção , o artista brasileiro dos dias atuais
subordinada adjetiva.
tem uma preocupação a menos: parecer
brasileiro. A noção de cultura nacio n al é
4 (Uncisal) Leia texto:
algo tão incorp orado ao cotidiano do p aís
Psicologia de um vencido que deixou de ser um peso p ara os criad o-
res. Agora , em vez de servir à pátria, eles
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
podem servir ao próprio talento. Essa é uma
Monstro de escuridão e rutilância, "conquista deste século" . Te m como marco
Sofro, desde a epigênesis da infância, a Semana de Arte Moderna de 1922, uma
esp écie de grito de independên cia artística
A influência má d os signos do zod íaco.
do p aís, cem an os de pois da independência
p olítica . Até esta data, o brasileiro era, an-
Profundissimamente hipocondríaco, tes de tudo, um envergonhad o . Ach ava que
Este ambiente me causa repugnância ... p erten cia a uma raça inferio r e que a única
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia solução era imitar os modelo s culturais im -
p ortados. Para acabar com esse com p lexo,
Que se escap a da boca de um cardíaco.
foi preciso que um grupo de artistas de
diversas áreas se reunisse no Teatro Mu-
Já o verme - este operário das ruínas - nicip al de São Paulo e bradasse qu e ser
Que o sangue p odre das carnificinas b rasileiro era b om. [... ]
Come , e à vida em geral declara guerra, Veja, 22 dez. 1999.
"Essa é uma 'conquista deste século'. Tem 11 Este açúcar veio
como marco a Semana de Arte Moderna de 12 da mercearia da esquina e tampouco o
1922, uma espécie de grito de independência [fez o Oliveira,
artística do país, cem anos depois da indepen-
13 dono da mercearia.
dência política."
14 Este açúcar veio
Reunindo os dois períodos em um único perío-
do, pode-se ter o seguinte: 15 de uma usina de açúcar em Pernambuco
16 ou no estado do Rio
A. Essa é uma conquista deste século que tem
como marco a Semana de Arte Moderna de 17 e tampouco o fez o dono da usina.
1922...
8. Essa é uma conquista deste século cujo marco 18 Este açúcar era cana
é a Semana de Arte Moderna de 1922... 19 e veio dos canaviais extensos
Julgue (V ou F) as proposições a seguir: 20 que não nascem por acaso

v 1. Na construção A, que gera ambiguidade 21 no regaço do vale.


na estrutura frasal, pois o segmento re-
tomado por ele pode ser tanto conquista 22 Em lugares distantes, onde não há
quanto século.
[hospital
v li. Na construção 8, o emprego de cujo estabele- 23 nem escola,
ce a mesma relação de posse encontrada em 24 homens que não sabem ler e morrem de
que tem na construção A.
[fome
F Ili. Na construção 8, o elemento com o qual cujo 25 aos 27 anos
concorda é século, seu antecedente. 26 plantaram e colheram a cana
Em Ili, o pronome relativo "cujo" concorda
com a palavra "marco''.
27 que viraria açúcar.
2 (PUC-RJ) Leia:
O açúcar 28 Em usinas escuras,

1 O branco açúcar que adoçará meu café 29 homens de vida amarga


2 nesta manhã de Ipanema 30 e dura
3 não foi produzido por mim 31 produziram este açúcar
4 nem surgiu dentro do açucareiro por 32 branco e puro
[milagre. 33 com que adoço meu café esta manhã em
[Ipanema.
5 Vejo-o puro
GULLAR, Ferreira. Dentro da noite veloz &
6 e afável ao paladar Poema sujo. São Paulo: Círculo do Livro, s/ d.

7 como beijo de moça, água


No poema "O açúcar", Ferreira Gullar faz am-
8 na pele, flor plo uso de orações adjetivas, como ilustra es-
9 que se dissolve na boca. Mas este açúcar pecialmente a passagem entre os versos 22
10 não foi feito por mim. e 27:
Em lugares distantes, onde não há hospi- [...] acabaremos prisioneiros do repto polí-
tal / nem escola, / homens que não sabem tico sutilíssimo que permite, com toda a força
ler e morrem de fome / aos 27 anos / plan- do poder legítimo, o regime do plebiscito ele-
taram e colheram a cana / que viraria açúcar. trônico. Ou seja, a do povo que quer o que
Uma das orações adjetivas destacadas pode quer o príncipe que quer o que quer o povo.
ser substituída por um adjetivo de valor corres- Nosso risco histórico é que esta sentença se
pondente. Faça tal substituição. pode repetir ao infinito, como dízima perió-
A oração adjetiva "que não sabem ler" pode ser substituída pelo
dica e não como a conta certa da democracia
que merecemos, afinal, sem retórica, nem de
adjetivo "analfabetos''.
deslumbramentos com que nos sature o prín-
cipe Valente.
ALMEIDA, Cândido Mendes de. O príncipe,
o espelho e o povo. ln: Folha de S. Paulo.

a) Descreva o trecho que pode ser expandido


como uma dízima periódica.
3 (ESPM-SP) Analise as duas frases seguintes e "Do povo que quer o que quer o príncipe que quer o que

depois assinale a afirmação errônea: quer o povo:'


1. OServiço de Vigilância Sanitária quer fechar
restaurantes que não mantêm higiene.
li. OServiço de Vigilância Sanitária quer fechar
restaurantes, que não mantêm higiene.
a) Na frase 1, somente os restaurantes que b) Imagine que o autor quisesse demonstrar a
não mantêm higiene é que serão passíveis possibilidade dessa repetição infinita. Nesse
de fechamento. caso, deveria expandir o trecho em questão.
b) Na frase 11, todos os restaurantes não Faça essa expansão avançando o equivalen-
mantêm higiene e todos serão passíveis te a três algarismos de uma dízima.
de fechamento. Do povo que quer o quer quer o príncipe (1) que quer o

c) Na frase 1 (sem vírgula), há ideia de restrição, que quer o povo (2) que quer o que quer o príncipe (3).
de limitação, de particularização da qualidade.
d) Na frase li (com vírgula), há ideia degenera-
lização da qualidade.
x e) A presença da vírgula na frase li omite um
verbo, constituindo-se um zeugma. c) Identifique, no trecho, a palavra (ope-
No caso, a vírgula está empregada para introduzir uma
oração subordinada adjetiva explicativa.
rador linguístico) que torna possível a
4 (Unicamp-SP) Em matemática, o conceito de existência, na língua, de construções sin-
dízima periódica faz referência à representa- táticas repetitivas semelhantes à dízima
ção decimal de um número no qual um con- periódica.
junto de um ou mais algarismos se repete in- O pronome relat ivo "que''.
definidamente.
No texto a seguir, o autor comparará deter-
minada estrutura linguística a uma dízima
periódica.
5. É preciso seguir a indicação para conectar as orações.
Observe a coerência semântica, há alternativas absurdas.

5 (ITA-SP) Para que os enunciados apresentados d) Como não pode alcançar as uvas a raposa
a seguir se reduzam a uma só frase, algumas que se finge superior a tudo e as desdenha,
adaptações e correções podem e devem ser lembra os despeitados.
realizadas. Assinale a opção que melhor os e) Fingindo-se superior a todos, a raposa
reestrutura - gramatical e estilísticamente,
que, desdenha das uvas porque não as
respeitando as sugestões dadas nos parên-
pode alcançar, lembra os despeitados.
teses e as relações de sentido sugeridas pe-
los próprios enunciados.
& (Vunesp, adaptada)
1. A raposa lembra os despeitados. (oração prin- Classifique as orações do período transcrito a se-
cipal) guir: "Alguma coisa que eu disse distraído... foi
li. Atributos dos despeitados; fingem-se superio- despertar melodias esquecidas dentro da alma de
res a tudo. alguém."
Ili. A raposa desdenha das uvas. (oração adjetiva) Alguma coisa ... foi despertar melodias esquecidas dentro da

IV. Causa do desdenho; não poder alcançar as alma de alguém: oração principal; que eu disse distraído: oração

uvas. subordinada adjetiva restritiva.

a) Porque não pode alcançar as uvas de que


ela desdenha, à raposa, fingindo-se supe-
rior a tudo, lembra os despeitados.
b) A raposa, desdenhando das uvas que não
se podem alcançar, lembra os despeitados
que se fingem superiores a tudo.
x c) A raposa, que desdenha das uvas porque não
pode alcançá-las, lembra os despeitados, que
se fingem superiores a tudo.
Orações com lunção Nenhum avião cuida melhor dos passageiros
do que um airbus. E ninguém no mundo cuida
de adiunto adverbial melhor de um airbus do que a TAM. (Propagan-
da da TAM)
A oração subordinada adverbial indica a
Nesse exemplo, depreende-se:
circunstância em que ocorre o processo ver-
bal da oração principal: causa, consequência, Nenhum avião cuida melhor dos passa-
condição, conformidade, comparação, conces- geiros = oração principal
são, finalidade, proporção ou tempo. do que um airbus [cuida]= oração subordi-
nada adverbial comparativa
Oração adverbial causal Eninguém no mundo cuida melhor de um
airbus = oração principal
O sanfoneiro foi embora / porque as pessoas
não dançavam mais. do que a TAM [cuida] = oração subordi-
nada adverbial comparativa
Veja que a causa de o sanfoneiro ter ido
embora foi o fato de as pessoas não dançarem
mais, o que está expresso na oração adverbial Oração adverbial concessiva
causal. A oração concessiva contém um processo
Como os recursos de expressão eram min- verbal que supostamente poderia impedir que
guados, tentavam remediar a deficiência falando o fato expresso na oração principal ocorresse
alto. (Graciliano Ramos) (ou deixasse de ocorrer).
Introduzida pela conjunção como, a ora- Embora estivesse chovendo, as crianças fo-
ção destacada é subordinada adverbial causal;
ram à praia.
consequentemente, a oração à qual se liga é
principal. Embora estivesse chovendo = oração su-
bordinada adverbial concessiva
Oração adverbial comparativa as crianças foram à praia = oração principal
A oração comparativa contém aquilo com A ideia de contrariedade à lógica expressa
que é comparado o processo expresso na ora- na oração concessiva funda-se no pressuposto
ção principal. de que é muito melhor ir à praia com sol.
oração adverbial condicional oração adverbial final
Essa oração condiciona a ocorrência ou a As orações subordinadas adverbiais fi-
não ocorrência do processo apresentado na nais exprimem a finalidade do fato ocorrido na
oração principal. oração principal.
Se você baixar um pouco esse som, parar Enviou um postal / a fim de que todos sou-
de cantar e ficar dez minutos sem dançar, talvez bessem onde estava.
consiga responder à pergunta.
Enviou um postal= oração principal; a fim
Se você baixar um pouco esse som = ora-
de que todos soubessem onde estava = oração
ção subordinada adverbial condicional
subordinada adverbial final
... parar de cantar = oração subordinada ad-
A finalidade de enviar o postal é fazer as
verbial condicional com a supressão de termos já
pessoas saberem onde seu remetente estava.
subentendidos (se você)
... e ficar dez minutos sem dançar = ora- oração adverbial temporal
ção subordinada adverbial condicional (com os
As orações subordinadas adverbiais tem-
mesmos termos subentendidos)
porais revelam a circunstância de tempo (de
... talvez consiga responder à pergunta =
anterioridade, simultaneidade, posterioridade)
oração principal em que ocorre o processo inscrito na oração
principal.
oração adverbial conformativa
Conforme determina a lei, / todos os direitos
são meus.
Observe que o processo revelado na oração
principal ocorre de acordo com aquilo que se ex-
pressa na oração subordinada. Portanto, a oração
conformativa contém um processo verbal em
relação ao qual o fato expresso na outra oração
está em conformidade.

Oração adverbial consecutiva


As orações subordinadas adverbiais consecu-
tivas exprimem a consequência do fato ocorrido
na oração principal. Observe:
Todas as teorias físicas [. ..] deveriam se pres-
tar a uma descrição tão simples que até uma
criança pudesse entender. (Albert Einstein)

Note que o fato de até uma criança poder


entender decorre da simplicidade da descrição
das teorias físicas.
2. No excerto transcrito, o "qual" está exercendo a função de conjunção comparativa assimilativa.
As conjunções comparativas assimilativas são "como" ou "qual'; podendo estar em correlação
com "assim" ou "tal" postos na oração principal.

Você pode chocar meu ovo / enquanto eu b) Não se sabe ao certo como a questão da
vou ao banco? (Você pode chocar meu ovo = língua nacional foi tratada antes das ideias
oração principal; enquanto eu vou ao banco = revolucionárias dos românticos.
oração subordinada adverbial temporal - nesse c) No Brasil, assim como em Portugal, as
caso, o fato ocorrido na oração principal é simul-
questões linguísticas foram alvo de refle-
tâneo à ação que se apresenta na subordinada)
xões dos autores da literatura.

Oração adVerblal proporcional d) Como não houve apoio significativo às


ideias de Alencar, sua obra foi menospreza-
As orações subordinadas adverbiais pro- da até há pouco tempo.
porcionais estabelecem uma relação de pro-
x e) José de Alencar contribuiu bastante para
porcionalidade, direta ou inversa, com o fato
a consolidação de uma "língua brasileira",
da oração principal.
como atestam seus romances.
No excerto transcrito, a conjunção "como" estabelece uma
À p rop orção que os produtos rareavam, / os
relação de conformidade.
preços subiam. 2 (UFCE) Cada alternativa a seguir apresenta um
À proporção que os produtos rareavam = trecho de Memórias póstumos de Brás Cubos
oração subordinada adverbial proporcional; os em que ocorre o uso de "qual". Assinale a úni-
preços subiam = oração principal ca em que "qual" está empregado com ames-
Como a classificação das orações subordi- ma função que assume em "Quantos, qual tu
nadas adverbiais é feita com base em critérios sem Deus, acham que a morte é o fim!".
semânticos, é imprescindível que se identifi- a) "Qual deles: o hortelão ou o advogado?"
que a circunstância que a oração adverbial ex-
b) "Cada qual prognosticava a meu respeito o
pressa para classificá-la sintaticamente. Além
que mais lhe quadrava ao sabor."
disso, é necessário avaliar os valores semân-
ticos das conjunções e locuções conjuntivas x c) "Minto: amanheceu morta; saiu da vida às
adverbiais, muitas das quais são polissêmicas. escondidas, tal qual entrara."
d) "Quem diria, há anos ... Um homenzarrão!
E bonito! Qual! Você não se lembra de
Atividades mim."
e) "Já prometeu a si mesmo escrever uma
1 (UFAL) "Como se sabe, os escritores brasilei- breve memória, na qual relate o achado do
ros do período romântico interpretaram o livro."
ideário de sua escola literária num contexto
criado pela independência política" (Adapta- 3 (FGV-SP) Leia atentamente o fragmento se-
do de ILARI, Rodolfo e BASSO, Renato. o por- guinte.
tuguês do gente. São Paulo: Contexto, 2006. Religiosamente, pela manhã, ele dava mi-
p. 214-218.). O termo destacado nesse tre- lho na mão para a galinha cega. As bicadas
cho tem o mesmo valor sintático-semântico tontas, de violentas, faziam doer a palma da
do termo destacado em: mão calosa. E ele sorria. Depois a conduzia
a) Como seria possível prever o que iria acon- ao poço, onde ela bebia com o s pés dentro
tecer com a língua do Brasil, após a sua ln- da água.
dependência política? João Alphonsus
Observe o período a seguir: Era uma alusão às Filipinas. Pois que
Ele fala mais/ do que eu (falo). não amo a política, e ainda menos a política
internacional, fechei a janela e vim acabar
Entre as duas orações destacadas, há uma relação
este capítulo para ir dormir.
de comparação.
Adaptado de Machado de Assis, Dom Casmurro.
Agora observe o período seguinte:
/
"As bicadas tontas, de violentas, faziam doer a pal- Palejar: tornar-se pálido, empalidecer.
ma da mão calosa." Luciano: escritor grego, criador do diálogo
Nesse período, qual a relação estabelecida entre, satírico. ,
de um lado, de violentas e, de outro, faziam doer
a palma da mão calosa? 4 (FGV-SP) Considere o trecho:
A relação estabelecida no período é de causa e consequência. . ..os sonhos haviam de ser assim tão tê-
nues que se esgarçavam ao menor abrir de
olhos ou voltar de corpo ...
Identifique o tipo de relação existente entre as
duas orações.
A relação é de causalidade: a primeira oração indica a causa, a
Leia o texto para responder à questão 4.
segunda a consequência (sendo classificada como subordinada
[. .. ] Antes de concluir este capítulo, fui adverbial consecutiva).
à janela indagar da noite por que razão os
sonhos haviam de ser assim tão tênues que
se esgarçavam ao menor abrir de olhos ou
voltar de corpo, e não continuavam mais.
A noite não me respondeu logo. Estava
deliciosamente bela, os morros paleja-
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
vam de luar e o espaço morria de silên-
cio. Como eu insistisse, declarou-me que 1 (U. E. Ponta Grossa-PR) Leia:
os sonhos já não pertenciam à sua juris-
dição. Quando eles moravam na ilha que Como um filho querido
Luciano lhes deu, onde ela tinha o seu pa-
Tendo agradado ao marido nas primeiras
lácio, e donde os fazia sair com as suas ca- semanas de casado, nunca mais quis ela se se-
ras de vária feição, dar-me-ia explicações parar da receita daquele bolo. Assim, durante
possíveis. Mas os tempos mudaram tudo. 40 anos, a sobremesa louvada compôs sobre
Os sonhos antigos foram aposentados, e os a mesa o almoço de domingo, e celebrou toda
modernos moram no cérebro das pessoas. a data em que o júbilo se fizesse necessário.
Estes, ainda que quisessem imitar os ou- Por fim, achando ser chegada a hora,
tros, não poderiam fazê-lo; a ilha dos so- convocou ela o marido para o conciliábulo
nhos, como a dos amores, como todas as apartado no quarto. E tendo decidido am-
ilhas de todos os mares, são agora objeto bos, comovidos, pelo ato solene, foi a es-
da ambição e da rivalidade da Europa e posa mais uma vez à cozinha assar a massa
dos Estados Unidos. açucarada, confeitar a superfície.
Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo a) Diz-se que a obra de arte é aberta; possi-
ao tabelião, a fim de que se lavrasse ato de bilita, portanto, várias leituras.
adoção, tornando-se ele legalmente incor- b) Pode criticar, desde que fundamente sua
porado à família, com direito ao prestigioso crítica em argumentos.
sobrenome Silva, e nome Hermógenes, que
havia sido do avô. c) Tamanhas são as exigências da pesquisa
científica, que muitos desistem de realizá-la.
Marina Colasanti. In: Contos de amor rasgados.
d) Os animais devem ser adestrados, ao pas-
Assinale as alternativas que reescrevem cor- so que os seres humanos devem ser edu-
retamente o período: "Tendo agradado ao cados, visto que possuem a faculdade de
marido nas primeiras semanas de casado, inteligência.
nunca mais quis ela se separar da receita da-
x e) Não obstante haja concluído dois cursos su-
quele bolo".
periores, é incapaz de redigir uma carta.
(01) Visto que agradava ao marido nas pri- Em a, há ideia de conclusão; em b, condição;
em e, consequência e, em d, proporção e causa.
meiras semanas de casado, nunca mais 3 (Vunesp)
quis ela se separar da receita daquele
Apalavra
bolo.
(02) Porque agradara ao marido nas primei- Tanto que tenho falado, tanto que te-
ras semanas de casado, nunca mais nho escrito - como não imaginar que ,
quis ela se separar da receita daquele sem querer, feri alguém? Às vezes sinto,
bolo. numa pessoa que acabo de conhecer, uma
hostilidade surda, ou uma reticência de
(04) Como agradou ao marido nas primei-
ras semanas de casado, nunca mais mágoas. Imprude nte ofício é este, de viver
quis ela se separar da receita daquele em voz alta .
bolo. Às vezes, também a gente tem o consolo
de saber que alguma coisa que se disse por
(08) Portanto, agradara ao marido nas pri-
acaso ajudou alguém a se reconciliar consi-
meiras semanas de casado, nunca
mais quis ela se separar da receita da- go mesmo ou com a sua vida de cada dia; a
quele bolo. sonhar um pouco, a sentir uma vontade de
fazer alguma coisa boa.
Dê a soma dos números do itens corretos.
Rubem Braga
Soma = 7 (01 + 02 + 04)

A ideia de causa é mantida pelas conjunções "visto que" (1 ),


Com base nas seguintes expressões: "ofício im-
prudente" e "ferimento de alguém", crie um
"porque" (2) e "como" (4).
período composto em que a segunda oração
expresse a causa da primeira.
Sugestão: Escrever é um ofício imprudente, visto que pode

ferir alguém.

2 (U. F. Uberlândia-MG) Em qual dos períodos


seguintes há uma oração subordinada ad-
verbial que expressa ideia de concessão?
Leia o texto seguinte para responder à ques- - Seu Borjalino, sua competência é de-
tão 4. mais para repartição tão miúda. O amigo é
um homem de instrução. É um dicionário.
A vírgula não foi feita para Quando o contribuinte recebe um ofício
humilhar ninguém
de sua lavra, cuida que é ordem de prisão.
Era Borjalino Ferraz e perdeu o primei- O Coronel Balduíno dos Santos quase teve
ro emprego na Prefeitura de Macajuba por um sopro no coração ao ler uma peça saí-
coisas de pontuação. Certa vez, o diretor do da de sua caneta. Pensou que fosse ofensa,
Serviço de Obras chamou o amanuense para pelo que passou um telegrama desafora-
uma conversa de fim de expediente. E acon- do ao Senhor Governador do Estado. Veja
selhativo: bem! O Senhor Governador.

- Seu Borjalino, tenha cuidado com as E por colocar bem as vírgulas e citar
vírgulas. Desse jeito, o amigo acaba com o Nabucodonosor em ofício de pequena cor-
estoque e a comarca não tem dinheiro para retagem, o esplêndido Borjalino foi coloca-
comprar vírgulas novas. do à disposição do olho da rua. Com uma
citação no Diário Oficial e duas gramáticas
Fez outros ofícios, semeou vírgulas em-
debaixo do braço.
penadas por todos os lados e acabou des-
pedido. Como era sujeito de brio, tomou José Cândido de Carvalho.
Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon.
aulas de gramática, de modo a colocar as Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
vírgulas em seus devidos lugares. Estudou
e progrediu. Mais do que isso, saiu das
4 As orações destacadas nos períodos transcritos
páginas da gramática escrevendo bonito,
são, respectivamente:
com rendilhados no estilo. Cravava vírgu-
las e erases como um ourives crava pedras. "Como era sujeito de brio, tomou aulas de gra-
O que fazia o coletor federal Zozó Laran- mática ...",
jeira apurar os óculos e dizer com orgulho: "Cravava vírgulas e erases como um ourives cra-
- Não tem como o Borjalino para uma va pedras."
vírgula e mesmo para uma crase. Nem o pre- x a) subordinada adverbial causal e subordina-
sidente da República! da adverbial comparativa.
E assim, um porco-espinho de vírgulas e b) subordinada adverbial consecutiva e subor-
erases, Borjalino foi trabalhar, como escritu- dinada adverbial conformativa.
rário, na Divisão de Rendas de São Miguel
e) subordinada adverbial consecutiva e subor-
do Cupim. Ficou logo encarregado dos ofí-
dinada adverbial causal.
cios, não só por ter prática de escrever como
pela fama de virgulista. Mas, com dois meses d) subordinada adverbial conformativa e su-
de caneta, era despedido. bordinada adverbial consecutiva.

O encarregado das rendas, sujeito sem e) subordinada adverbial comparativa e su-


vírgulas e sem crase, foi franco: bordinada adverbial causal.
O primeiro "como" indica causa (equivale a "já que")
e o segundo, comparação (da mesma maneira que).
5 (PUC-SP) c) conformidade, finalidade, oposição, com-
paração.
O tio aquático
x d) finalidade, comparação, conformidade,
Os primeiros vertebrados, que no Car- oposição.
bonífero deixaram a vida aquática pela vida
e) comparação, finalidade, oposição, confor-
terrestre, derivavam dos peixes ósseos pul-
midade.
monados, cujas nadadeiras podiam ser rola-
das sob o corpo e usadas como patas sobre 6 (PUC-SP)
a terra.
Apelo
Agora já estava claro que os tempos
Amanhã faz um mês que a Senhora está
aquáticos haviam terminado, recordou o
longe de casa. Primeiros dias, para dizer a
velho Qfwfq, e aqueles que se decidiam a
verdade, não senti falta, bom chegar tarde,
dar o grande passo eram sempre em nú-
esquecido na conversa da esquina. Não foi
mero maior, não havendo família que não
ausência por uma semana: o batom ainda no
tivesse algum dos seus entes queridos lá no
lenço, o prato na mesa por engano, a ima-
seco; todos contavam coisas extraordinárias
gem de relance no espelho.
sobre o que se podia fazer em terra firme,
Com os dias, Senhora, o leite pela pri-
e chamavam os parentes. Então, os peixes
meira vez coalhou. A notícia de sua perda
jovens, já não era mais possível segurá-los;
veio aos poucos: a pilha de jornais ali no
agitavam as nadadeiras nas margens lodo-
chão, ninguém os guardou debaixo da es-
sas para ver se funcionavam como patas, cada. Toda a casa era um corredor deserto,
como haviam conseguido fazer os mais e até o canário ficou mudo. Para não dar
dotados. Mas precisamente naqueles tem- parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com
pos se acentuavam as diferenças entre nós: os amigos. Uma hora da noite eles se iam e
existia a família que vivia em terra havia eu ficava só, sem o perdão de sua presença
várias gerações e cujos jovens ostentavam a todas as aflições do dia, como a última luz
maneiras que já não eram de anfíbios mas na varanda.
quase de répteis; e existiam aqueles que E comecei a sentir falta das primeiras bri-
ainda insistiam em bancar o peixe e as- gas por causa do tempero na salada - o
sim se tornavam ainda mais peixes do que meu jeito de querer bem. Acaso é saudade,
quando se usava ser peixe. Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes
[. . .] poupei água e elas murcham. Não tenho bo-
tão na camisa, calço a meia furada. Que fim
Italo Calvino. As cosmicômicas.
levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe,
As palavras destacadas no 2.0. parágrafo do sem a Senhora, conversar com os outros:
texto indicam, respectivamente: bocas raivosas mastigando. Venha para casa,

a) finalidade, oposição, comparação, confor- Senhora, por favor.


midade. TREVISAN, Dalton. ln: BOSI, A. (org.).
O conto brasileiro contemporâneo.
b) oposição, finalidade, conformidade, oposição. São Paulo: Cultrix, 1997.
Sobre a subordinação, relembre: "é a cons- entre o verbo faz e seu complemento ver-
trução sintática em que uma oração deter- bal "que a Senhora está longe de casa".
minante, e pois subordinada, se articula com c) Em "Uma hora da noite eles se iam e eu fica-
outra, determinada por ela e principal em va só ... ", a relação de subordinação expressa
a ideia de adição consecutiva.
relação a ela". (CÂMARA JR., Mattoso. Dicio-
d) Em "Nenhum de nós sabe, sem a Senho-
nário de filologia e gramática. Rio de Janeiro:
ra, conversar com os outros: bocas raivosas
J. Ozon, 1971. p. 362.) Em seguida, assinale a
mastigando", a subordinação se dá entre o
alternativa correta: verbo sabe e seu sujeito, representado pela
oração reduzida de infinitivo "conversar
x a) Em "Para não dar parte de fraco, ah, Senho-
com os outros".
ra, fui beber com os amigos", estabelece-
e) Em "E comecei a sentir falta das primeiras
se uma relação de meio e fim.
brigas por causa do tempero na salada - o
b) Em "Amanhã faz um mês que a Senhora meu jeito de querer bem", estabelece-se
está longe de casa", a subordinação se dá uma relação de condição-condicionado.
Em b, "que" é pronome relativo e estabelece a
subordinação; em e, ocorre uma coordenada aditiva;
em d, o período é simples e, em e, a ideia é de causa.
o1ações1edu1id8S
e 11e1íodo misto

1. Orações
subordinadas
sem coniunção
Chamam-se desenvolvidas as orações
subordinadas conectadas à principal por
meio de uma conjunção subordinativa ou de
um pronome relativo, e seu verbo se apre-
senta no modo indicativo ou subjuntivo. Há
também as orações subordinadas reduzidas,
ESTATUTOS
que não se iniciam por conjunção ou prono- DO IDOSO
E DA IGUALDADE
me relativo, e seu verbo aparece numa das RACIAL.
O melhor jeito de
tratar as diferenças:
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou
com igualdade.
particípio. Democracia e igualdade não funcionam sepa1adas. Uma só existe apoiada pela outra. A Câmara dos Deputados,
como símbolo da democracia que é, tem trabalhado como nunca pela igualdade de direitos para os brasileiros.
No texto do anúncio apresentado, retira- Ejá co~guiu grandes vitórias, como o Eslatuto do Idoso, já em vigor, e o EstaMo da Igualdade Racial, em debate
no Plenário. Leis que tratama democracia e os brasileiros com respeito que ambos merecem.

do da revista Época (13 dez. 2004), há um Câmara dos Deputados. O Brasil está aqui.
Conheça, fale, participe: www.camara.gov.br
exemplo de oração subordinada reduzida. Ouvidoria Parlamentar: ouvidoria@camara.gov.br
Comissão de ~gislação Participativa: ~ ~ - ~ ~
(61) 216-6694/ 216-6691 - clp.decom@camara.gov.br - Disque Câmara: 0800 619 619

Observe:
"O melhor jeito de tratar as diferenças: com
igualdade." (Omelhorjeito [ é] com igualdade=
oração principal; de tratar as diferenças = ora- 2. Classificação das
ção subordinada substantiva completiva no-
minal reduzida de infinitivo) orações reduzidas
Para chegar a essa classificação, basta
desenvolver a oração: "O melhor jeito de Reduzidas de particípio
que tratem as diferenças é com igualdade". o particípio, desde que sem verbo auxiliar,
( O melhor jeito é com igualdade = oração aparece em orações adverbiais ou adjetivas.
principal; de que tratem as diferenças = Exemplos:
oração subordinada substantiva completiva Re p ôs os livros deixados sobre o tap ete.
nominal) (adje tiva)
Iniciada sua fala, calaram-se todos. (adver- passada, desceu com o filho Ricardo, de 13 anos,
bial temporal) e dois sobrinhos. As crianças iam cortar um pínus.
Ao dar os primeiros golpes com um facão, uma
Reduzidas de gerúndio
senhora parou o carro e, escandalizada, pôs-se a
O gerúndio ocorre em orações reduzidas defender a natureza e criticar a falta de cidadania
adverbiais e adjetivas. Exemplos: do diretor da organização Sociedade de Pesquisa
Ouvi aquelas velhinhas cochichando algo de Vida Selvagem (SPVS). Esse é o tipo de reação
a seu respeito. (adjetiva) que Borges espera nos próximos dias. [. . .]
Persistindo os sintomas, procure um médi- PATZSCH, Luciano. Verdes contra as árvores.
co. (temporal ou condicional) Época, p. 107, 13 dez. 2004.

Reduzidas de infinitivo o fragmento de texto é constituído de qua-


tro períodos:
As formas de infinitivo impessoal e pessoal
aparecem em subordinadas adjetivas, substanti- 1~ período - composto por coordenação
vas e adverbiais. Observe que as substantivas só O veterinário Clóvis Borges parou o carro
se reduzem com verbo no infinitivo. Exemplos: numa avenida isolada em Curitiba, na sema-
na passada = oração coordenada assindética
Era uma aula de deixar zonzo. (adjetiva)
desceu com o filho Ricardo, de 13 anos, e
Correu a ponto de desmaiar. (adverbial)
dois sobrinhos = oração coordenada assindética
Julguei melhor deixá-los em paz . (substantiva)
2~ período - simples com oração absoluta
Diferentemente, a oração subordinada de- As crianças iam cortar um pínus.
senvolvida tem seu verbo flexionado no modo
3~ período - composto por subordinação e
indicativo ou subjuntivo, além de se conectar
coordenação (período misto)
à principal por meio de conjunção ou locução
Ao dar os primeiros golpes com um facão =
conjuntiva (caso da oração adverbial e da subs-
oração subordinada adverbial temporal reduzi-
tantiva), ou por meio de pronome relativo (caso
da de infinitivo
da oração adjetiva).
uma senhora parou o carro = oração princi-
pal (em relação à anterior) e coordenada assin-
3. Período misto dética (em relação à posterior)
e, escandalizada, pôs-se a defender a nature-
Estudar análise sintática significa compreen- za = oração coordenada sindética aditiva (em rela-
der que os termos e/ou orações mantêm entre ção à anterior e à posterior)
si relações de subordinação ou de coordenação. e [pôs-se a] criticar a falta de cidadania do
Existem os períodos que são compostos diretor da organização Sociedade de Pesquisa
por coordenação e por subordinação - os cha- de Vida Selvagem (SPVS) = oração coordenada
mados períodos mistos. sindética aditiva (em relação à anterior)
Leia atentamente o fragmento de texto a 4~ período - composto por subordinação
seguir: Esse é o tipo de reação = oração principal
O veterinário Clóvis Borges parou o carro que Borges espera nos próximos dias =
numa avenida isolada em Curitiba, na semana oração adjetiva restritiva
Dificilmente alguém faz esse tipo de análi- mesmo valor sintático da oração e fazendo
se quando lê ou escreve um texto, mas conhe- apenas as alterações necessárias:
cer a estrutura da língua e as possibilidades de "Será necessário coordenar ações locais e ini-
ciativas conjuntas entre cidades de uma mesma
relações que se estabelecem entre as orações
região".
é tarefa importante para quem deseja ( e pre-
Será necessário que se coordenem ações locais e iniciativas
cisa) ler e escrever bem, empregando todos os
mecanismos e recursos linguísticos disponíveis conjuntas entre cidades de uma mesma região.

para os mais diferentes objetivos. Ou: Será necessário que sej am coordenadas ações locais e

iniciativas conjuntas entre cidades de uma mesma região.

Chama-se interferente, inter- Ou: Será necessário que coordenem ações locais e iniciativas
calada ou justaposta a oração que conjuntas entre cidades de uma mesma região.
não é coordenada nem subordinada,
apenas se justapõe a outra para es-
clarecer, advertir, ressalvar, enfim,
"interferir"; separada por travessões,
parênteses ou até mesmo vírgulas,
pode ser excluída sem alteração de
sentido para a frase. Exemplo:
-Júnior - o chefe estava nervoso - ,
acabe logo esse trabalho!!!
2 (Uespi, adaptada) Leia o texto e responda ao
que se pede:
Os tiranos e os autocratas sempre com-
Atividades preenderam que a capacidade de ler, o
conhecimento, os livros e os jornais são
1 (UFF-RJ) potencialmente perigosos. Podem insu-
flar ideias independentes e até rebeldes
Qual será o futuro das cidades?
nas cabeças d e seus súditos. O governa-
[. ..] Independentemente de tamanho ou dor real britânico da colônia da Virgínia
localização, as cidades vão enfrentar ao me- escreveu em 1671: "graças a Deus não há
nos um desafio comum: o aumento da tensão escolas, ne m imprensa livre; e espero que
urbana provocado pela crescente desigualda- não [as] tenhamos nestes [próximos] cem
de entre seus moradores. Não há mágica tec- anos; pois o conhecimento introduziu no
nológica à vista capaz de resolver as dificul- mundo a desobediência, a heresia e as sei-
dades. Os urbanistas apontam o planejamento tas, e a imprensa divulgou-as e p ublicou
como antídoto para o caos. Os governos pre- os libelos contra os melhores governos.
cisam apostar em parcerias com a iniciativa Que Deus nos guarde de ambos!" Mas os
privada e a sociedade civil. Será necessário
colonizadores norte-americanos, compreen-
coordenar ações locais e iniciativas conjuntas
dendo em que consiste a liberdade, não
entre cidades de uma mesma região.
pensavam assim. Em seus primeiros anos,
Folha de S. Paulo, 2 maio 1999.
os Estados Unidos se vangloriavam de ter
Reescreva o último período do texto apresen- um dos índices mais elevados - talvez o
tado, transformando a oração reduzida em mais elevado - de cidadãos alfabetizados
outra iniciada por conectivo, conservando o do mundo.
Atualmente, os Estados Unidos não são x d) causalidade. Ao desenvolver a oração ("porque com-
o líder mundial em alfabetização. Muitos preendiam em que consiste a liberdade"),
e) concessão. identifica-se ideia de causalidade.
dos que são alfabetizados não conseguem
ler, nem compreender matérias escritas mais 3 (UERJ, adaptada) "O mal de Isaías é ser ambíguo."
complexas, - como um artigo científico, um O período acima contém uma oração subor-
manual de instruções, o documento de uma dinada substantiva, reduzida de infinitivo.
hipoteca ou um programa eleitoral. Abaixo, a oração em destaque que também
As rodas dentadas da pobreza, da igno- se classifica como subordinada substantiva
rância, da falta de esperança e baixa auto- reduzida é:
estima se engrenam para criar um tipo de a) "Ninguém chega a uma grande obra sem
máquina do fracasso perpétuo que esmiga- passar por obras pequenos." (Machado de
lha os sonhos de geração a geração. Nós
Assis)
todos pagamos o preço de mantê-la funcio-
b) "Publica-se um livro como se correm os da-
nando. O analfabetismo é a sua cavilha.
dos: poro ver o que sai." (Manuel Antônio
Ainda que endureçamos os nossos co- de Almeida)
rações diante da vergonha e da desgraça c) "Poro entender, nós temos dois caminhos, o
experime ntada pelas vítimas, o ônus do da sensibilidade e o da inteligência." (Manoel
analfabetismo é muito alto para todos os de Barros)
demais - o custo das despesas médicas x d) "O sujeito que não se considera um gênio
e da hospitalização, o custo de crimes e não deve se dedicar o fazer literatura."
prisões, o custo de programas de educação ( Nelson Rodrigues) Em a, há indicação de condi-
ção e em b e c, finalidade.
especial, o custo da produtividade perdida
e de inteligências potencialmente brilhan- 4 (U. F. São Carlos-SP)
tes que poderiam ajudar a solucionar os
O cajueiro já devia ser velho quando
dilemas que nos perseguem.
nasci. Ele vive nas mais antigas recordações
Frederick Douglas ensinou que a alfabe- de minha infância: belo, imenso, no alto do
tização é o caminho que vai da escravidão morro, atrás de casa. Agora vem uma carta
para a liberdade. Há muitos tipos de escra- dizendo que ele caiu.
vidão e muitos tipos de liberdade. Mas saber
[. .. ] Tudo sumira; mas o grande pé de
ler ainda é o caminho.
fruta-pão ao lado de casa e o imenso cajueiro
Adaptado de Carl Sagan. O caminho para a lá no alto eram como árvores sagradas pro-
liberdade. tegendo a família. Cada menino que ia cres-

"Que Deus nos guarde de ambos! Mas os coloni- cendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a
zadores norte-americanos, compreendendo em cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar

que consiste a liberdade, não pensavam assim". o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o

o segmento destacado expressa um sentido de: telhado das casas do outro lado e os morros
além , sentir o leve balanceio na brisa da tar-
a) oposição.
de. [. . .]
b) condição.
BRAGA, Rubem. Cajueiro. ln: O verão e as mulheres.
c) comparação. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991.

t)
1. Em 1, há condição (substituir por"se"); em 2, concessão
("mesmo que'; "embora"); em 3, causa ("já que'; "porque"); em
4, concessão ("embora") e, em 5, finalidade ("a fim de que'\
Há no texto orações reduzidas de gerúndio e c) causa - concessão - finalidade - condição -
de infinitivo. Assinale a alternativa em que a concessão
forma verbal da oração reduzida está desenvol- d) condição - finalidade - condição - conces-
vida corretamente, entre parênteses. são - causa
a) " ... protegendo a família" (que protegiam a e) finalidade - condição - concessão - causa -
família). Devem-se observar os contextos e verificar ade-
quação dos conectivos e dos tempos verbais. concessão
x b) " ... para apoiar o pé ... " (porque apoiaria o
pé). 2 (U. E. Ponta Grossa-PR, adaptada) Sobre o perío-
c) " ... e subir pelo cajueiro acima ..." (e que do "Não é possível que o senhor não ame, e que,
subiria pelo cajueiro acima). amando, julgue um sentimento de tal grandeza
d) " ... ver de lá o telhado das casas do outro incômodo", estão corretas as afirmações:
lado e os morros além ... " (para que veja de (01) As duas orações introduzidas pela palavra
lá o telhado das casas do outro lado e os "que" exercem, em relação à principal,
morros além). uma função substantiva de sujeito.
e) " ... sentir o leve balanceio na brisa da tar- (02) Dentre as duas orações reduzidas, uma
de" (quando sentisse o leve balanceio na tem valor causal.
brisa da tarde). (04) A palavra "que", nas duas orações subor-
dinadas que introduz, é pronome relativo.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES (08) As duas orações introduzidas pela pa-
lavra "que" relacionam-se entre si por
1 (FGV-SP) Observe os períodos a seguir e esco- meio do processo de coordenação.
lha a alternativa correta em relação à ideia ex- (16) Dentre as quatro orações constituintes,
pressa, respectivamente, pelas conjunções ou uma tem a forma reduzida.
locuções "sem que", "por mais que", "como",
Dê a soma dos números dos itens corretos.
"conquanto", "para que".
Soma = 24 (08 + 16)
1. Sem que respeites pai e mãe, não serás feliz.

2. Por mais que corresse, não chegou a tempo. 3 (U. E. Ponta Grossa-PR)
3. Como não tivesse certeza, preferiu não Carmela
responder. Dezoito horas e meia. Nem mais um mi-
4. Conquanto a enchente lhe ameaçasse a vida, nuto porque a madama respeita as horas de
Gertrudes negou-se a abandonar a casa. trabalho. Carmela sai da oficina . Bianca vem
ao seu lado.
5. Mandamos colocar grades em todas as ja-
A Rua Barão de lta petininga é um de-
nelas para que as crianças tivessem mais
pósito sarapintado de automóveis gritadores.
segurança.
As casas de mo das (Ao chie p arisiense, São
a) condição - concessão - causa - concessão - Paulo-Paris, Paris elegante) despejam nas
finalidade calçadas as costureirinhas, que riem, falam
b) concessão - causa - concessão - finalidade alto , balançam os quadris como gangorras.

- condição Alcântara Machado. Novelas paulistanas.


2. Observe que há equívoco em:
(01) o segundo "que" indica causa (a vírgula antes do conectivo (02) há apenas uma oração reduzida;
"e" mostra que são orações com estruturas diferentes); (03) o primeiro "que" é conjunção integrante.
3. Observe que há equívoco em: c) O vocábulo "costureirinhas" é objeto direto.
a) Há predicado nominal em: "é um depósito sarapintado de automóveis gritadores''. d) Não há predomínio de período simples, pois há dois sim-
b) Há duas orações subordinadas adverbiais {"porque a madama" e"como gangorras"). pies e três compostos.
A respeito de aspectos sintáticos presentes no 1. A Igreja viveu verdadeira via-crúcis no Méxi-
texto, assinale o que for correto. co. (oração principal)
a) Não há predicado nominal. li. Noventa por cento da população do Méxi-

b) Há uma oração subordinada adverbial. co ser católica. (oposição)

c) O vocábulo "costureirinhas" exerce a fun- Ili. A essa via-crúcis não faltou uma cruenta
ção de sujeito da oração a que pertence. perseguição religiosa. (atributo li)

d) Há o predomínio de períodos simples. a) Dado que 900/o da população do México


xe) Há uma oração subordinada adjetiva. seja católica, a Igreja mexicana viveu ver-
dadeira via-crúcis à qual não faltou cruenta
perseguição religiosa.
4 (ITA-SP) Forme um período composto por subor-
dinação a partir dos enunciados seguintes: b) A Igreja viveu verdadeira via-crúcis no
México, mas 900/o de sua população são de
1. A raposa lembra os despeitados. (oração
católicos, e a isso não faltou cruenta perse-
principal)
guição religiosa.
li. Atributo dos despeitados: fingem-se supe-
riores a tudo. c) Sendo 900/o da população católica, a Igreja
Ili. A raposa desdenha das uvas. (oração ad- viveu no México uma verdadeira via-crúcis,
jetiva) onde não faltou uma cruenta perseguição
religiosa.
IV. Causa do desdenho: não poder alcançar
as uvas. x d) Não obstante 900/o da população seja católi-
A raposa, que desdenha as uvas porque não pode alcançá-las,
ca, a Igreja viveu no México verdadeira via-
lembra os despeitados, que se fingem superiores a tudo.
crúcis, a que não faltou cruenta persegui-
ção religiosa.

e) Apesar de que uma cruenta perseguição re-


ligiosa não haja faltado, a Igreja viveu ver-
dadeira via-crúcis no México, cujo 900/o de
sua população é católica.
Devem-se observar os contextos e verificar adequação dos
conectivos e dos tempos verbais.

6 (U. E. Londrina-PR) Considere as frases a se-


guir:

1. Eles estavam preocupados com o problema


que causaram.

li. Eles apresentaram suas explicações.

Ili. As explicações não eram convincentes.


5 (ITA-SP) Assinale o texto que estilística e gra-
maticalmente expressa, com a necessária cla- Reunidas em um só período, elas estarão em cor-
reza, ênfase e correção, a indicação de cada reta relação lógica e sintática na frase:
frase, dada nos parênteses: a) Apresentaram suas explicações porque esta-
vam preocupados com o problema causado d) Quando apresentaram suas explicações,
por eles, pois não eram convincentes. elas não eram convincentes, portanto
b) As explicações não eram convincentes, estavam preocupados com os problemas
mas eles as apresentaram, contudo es- que causaram.
tavam preocupados com o problema que
haviam causado. e) Quanto mais eles apresentavam suas expli-
x c) Preocupados com o problema que haviam cações, mais elas não eram convincentes,
causado, eles apresentaram suas explicações, à medida que eles estavam preocupados
ainda que não convincentes. com o problema que causaram.
Devem-se observar os contextos e verificar adequação
dos conectivos e dos tempos verbais.
1. Aconcordância No texto da propaganda a seguir, a con-
cordância nominal é feita apenas com o subs-
tantivo mais próximo, pois a ideia é a de que
A concordância verbal e nominal é um do-
somente o scanner é colorido, e não a impres-
mínio da sintaxe que descreve os mecanismos sora e a copiadora.
de flexões verbais e nominais de acordo com os
quais os termos se "harmonizam" num enun- <=
,g IMPRESSORA, COPIADORA PB
ciado. Dois princípios básicos regem essas corre- [
8
E SCANNER COLORIDO
POR APENAS 12 PARCELAS DER$
499 , 00
lações flexionais: todo determinante nominal ~
COM UM PREÇO PEQUENO COMO ESTE,
(artigo, adjetivo, numeral, pronome adjetivo e % VOCÊ ACABOU DE DESCOBRIR MAIS UMA FUNÇÃO
'8. DESTA MÁQUINA: A DE REDUZIR.
B
·e::::,
substantivo) flexiona-se em número e gênero E
8
de acordo com o substantivo que modifica; e ~
~

todo verbo flexiona-se em número e pessoa


(e gênero, no particípio) conforme o sujeito da
oração.

2. Casos especiais
THE DOClJMHNT COMPANY

0800 704 4117 XEROX

de concordância Sempre se flexiona no plural o adje-


nominal tivo que desempenha a função sintática
de predicativo do sujeito ou do objeto
relacionado a mais de um substantivo:
Concordância com mais de um substantivo Os alunos e a professora pareciam
exaustos depois da aula.
• Quando anteposto aos substantivos, o adje-
tivo concorda com o mais próximo. Concordância com mais de um adielivo
A secretária deixava transparecer extrema
• O substantivo permanece no singular e
apreensão e nervosismo.
repete-se o artigo antes dos adjetivos.
• Quando posposto aos substantivos, o ad- Admiro a arte romana e a grega.
jetivo flexiona-se no masculino plural ou • O substantivo vai para o plural e não se repe-
concorda com o substantivo mais próximo, te o artigo antes dos adjetivos.
desde que se refira apenas a este. Admiro as artes romana e grega.
Dúvidas trequentes • Barato, bastante, caro, meio, muito, pouco
• É bom, é necessário, é proibido Essas palavras podem ser adjetivos (ou ter
Quando o sujeito é precedido de determi- função adjetiva) ou advérbios. Como adjetivos,
nante (artigo, adjetivo, numeral ou pronome), flexionam-se conforme o substantivo a que se
o predicativo flexiona-se em gênero e número. referem.
As roupas não estão baratas. (baratas =
A coalhada é boa para a saúde.
adjetivo)
Quando o sujeito não é precedido de artigo Tenho bastantes motivos para tal comporta-
ou outro determinante, a expressão permane- mento. (bastantes = pronome indefinido ad-
ce invariável. jetivo)
É proibido entrada de pessoas estranhas. Muitos exemplares desapareceram. (muitos =
• Anexo, incluso, leso, mesmo, obrigado, pronome adjetivo)
próprio, quite Aqueles corredores tinham p oucas chances
Essas palavras concordam em gênero e nú- na maratona. (poucas = pronome adjetivo)
mero com o substantivo ou pronome a que se Bebeu meia garrafa de vinho e estava bêba-
referem. do. (meia = numeral fracionário, com valor
Os protocolos seguem anexos à correspon- adjetivo)
dência. Como advérbios, essas palavras são in-
Os inventários vão inclusos. variáveis.
Ela mesma preparou os doces. Aqueles materiais custam barato.
Eles mesmos limparam toda a casa. Tanto as crianças quanto os adultos pareciam
Eles próprios detectaram as falhas. bastante cansados.
Agora eles estão quites com o serviço militar. Estivemos muito perto da vitória.
Será que a greve é um crime de leso-patrio- Falamos p ouco durante a festa.
tismo? As portas ficaram meio abertas.

• Só • Possível
A palavra só, quando significa sozinho, é A palavra possível, em expressões como o(s)
adjetivo e varia em número. Quando equivale mais, a(s) mais, o(s) melhor(es), a(s) melhor(es),
a somente, é advérbio e, portanto, invariável. o(s) pior(es), a(s) pior(es), o(s) maior(es), a(s)
Os dois queriam ficar sós p ara conversar. maior(es), o(s) menor(es), a(s) menor(es), varia
(sozinhos) conforme o artigo que a acompanha.
Só eles não compareceram à reunião. (so- Suas referências eram as melhores possíveis.
mente) Seu comprometimento era o maior possível.

As expressões a sós e em anexo são • Concordância por silepse de gênero


invariáveis: Nesse caso, a concordância se faz com a
Todos desejam ficar a sós em algum ideia implícita, e não com a palavra escrita.
momento.
São Paulo parece abandonada pelos políti-
Os documentos vão em anexo.
cos. ( = a cidade de São Paulo)
3. Concordância verbal Entretanto, se o sujeito coletivo está dis-
tanciado do verbo, flexiona-se no singular
ou no plural.
Sulelto slmples esuas parucularldades O bando, sem forças para prosseguir, entre-
• Quando o sujeito é o pronome relativo que, gou-se à polícia.
o verbo concorda com o termo antecedente. O bando, sem forças p ara prosseguir, entrega-
Fomos nós que o acusamos do roubo. ram-se à polícia.
~
• Quando o sujeito é formado por pronome
• Quando o sujeito é o pronome relativo indefinido ou interrogativo no plural + pro-
quem, o verbo concorda com o pronome, na nome pessoal, como alguns de nós, poucos
terceira pessoa do singular, ou com o termo de vós, quais de nós etc., o verbo concorda
antecedente. com o pronome indefinido ou interrogativo,
Foram eles quem escreveu esse romance. ou com o pronome pessoal.
\J Quais de nós irão para São Paulo amanhã?
Foram eles quem escreveram esse romance. ~
,._________-
Quais de nós iremos para São Paulo amanhã?
• Quando o sujeito é formado por pronomes \..J
de tratamento, o verbo flexiona-se na ter-
ceira pessoa do singular ou do plural.
Se o pronome indefinido ou interro-
Vossa Senhoria ainda não assinou os papéis. gativo está no singular, o verbo concor-
~ da com ele:

• Com nome próprio plural, há duas possibili- Qual de nós n ão teme a violência ur-
bana?
dades de concordância verbal:
a) Se o nome admite artigo, o verbo flexio- • Quando o sujeito é formado pelas expres-
na-se no plural. sões mais de, menos de, cerca de, perto
As Minas Gerais são um estado belíssimo. de, seguidas de numeral, o verbo concorda
b) Se o nome não é acompanhado de artigo, com o numeral da expressão.
o verbo flexiona-se no singular.
Me nos de dez pessoas ficaram feridas no acidente.
Minas Gerais diz "não" à violência. ~

c) Se o nome é título de obra, o verbo fle-


xiona-se no plural ou no singular. Mais de um juiz foi preso pela polícia federal.
"----""
Os lusíadas são o maior poema épico em
língua portuguesa.
Os lusíadas é o maior poema épico em lín-
Emprega-se o verbo no plural quando:
gu a portuguesa. a) a expressão mais de um está repetida:
Mais de um aluno, mais de um pai falta-
• Quando o núcleo do sujeito é um substan- ram à reunião .
tivo coletivo singular, usa-se o verbo no
b) o verbo indica reciprocidade:
singular.
Mais de um lutador feriram-se.
A alcateia estava na montanha.
• Quando o sujeito é constituído pelo pro- Na catástrofe, 30% da população foi enviada
nome relativo nas expressões um dos que, "'--"
para os abrigos.
uma dos que, o verbo flexiona-se no plu-
ral ou no singular.
Iara é uma das que não concorda(m) com o
reajuste.
• Quando o sujeito é uma oração subordinada
c) Quando o numeral é precedido de
(reduzida ou desenvolvida), o verbo é fle-
artigo ou pronome adjetivo, o verbo
xionado na terceira pessoa do singular. concorda com estes.
,......--....
Basta checar as assinaturas.

L Oração subordinada
substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo
-----
Os 10% de lucro já foram contabilizados.

• Nas expressões haja visto / hajam visto, ob-


serve que visto é invariável.
• Se o sujeito apresenta expressões partitivas Tiago deve voltar, haja vista os aconteci-
(o maioria de, o maior porte de, uma por- mentos.
ção de etc.) seguidas de um nome no plural, Tiago deve voltar, hajam vista os aconteci-
usa-se o verbo no singular ou no plural. mentos.

A maior parte dos alunos saiu-se


~
Suieilo composto esuas particularidades
(ou saíram-se) bem nas provas. • Com sujeito composto anteposto ao verbo:
• Quando o sujeito é a expressão cada um ou a) Se os núcleos do sujeito são sinônimos,
cada uma seguida de nome no plural, o ver- o verbo flexiona-se no plural ou no sin-
bo fica no singular. gular.
Horror e medo faziam parte daquela po-
Cada um de nós deve fazer sua parte.
..______.- pulação .
Horror e medo fazia parte daquela popu-
• Quando o sujeito é constituído por expres- lação.
sões numéricas, fracionárias ou de porcen-
tagem, ocorrem as seguintes concordâncias: b) Isso também ocorre quando os núcleos
estão em sequência gradativa.
a) Quando o sujeito é apenas numeral, o Ventos, vendavais, furacões não os tirariam
verbo concorda com este. dali.
Não adianta, pois 1o/o não resolve Vento, vendaval, furacão não os tiraria
'--"'""' dali.
nosso problema.
c) Se os núcleos vêm resumidos pelos pro-
Durante o debate , 92% votaram
~ nomes indefinidos tudo, nodo, alguém,
pela saída do participante. ninguém ou cada um, usa-se verbo no
b) Quando o numeral se antepõe a um nome, singular.
o verbo concorda no singular ou no plural. Festas, baladas, carros, nada o animava.
• Quando o sujeito composto está posposto • Com sujeitos formados pelas expressões um
ao verbo, este se flexiona no plural ou de e outro, nem um nem outro (e flexões), o
acordo com o núcleo mais próximo. verbo é flexionado indiferentemente no plu-

-----
Dividirão a terra o governo e os latifundiários.
ral ou no singular.
Nem um nem outro tocou no assunto.

-----
Nem uma nem outra falaram a verdade.
Dividirá a terra o governo e os latifundiários.
• Com sujeitos compostos por núcleos ligados
• Se o sujeito é composto por pessoas gramati- por nem e por expressões como não só... mas
cais diferentes, emprega-se o verbo no plural, também, tanto... quanto, não só... como tam-
obedecendo às seguintes regras: a primeira bém etc., usa-se o verbo, preferencialmente,
pessoa prevalece sobre a segunda e a tercei- no plural.
ra, e a segunda prevalece sobre a terceira. Tanto você quanto ele p recisam levar a docu-
Eu, tu e ele vamos convencê-lo da verdade. mentação ao cartório.
(Note que o verbo está na primeira pessoa do Não só a dança como também o teatro de nossa
plural.) escola receberam prêmios.

Tu e ele não deveis p ensar assim. (tu e ele = Nem eu nem você concordamos com Júlia.
vós)
Tu e ele não devem pensar assim. (tu e ele = 4. Concordância
vocês)

• No caso de o sujeito composto ter seus nú-


especial de alguns
cleos ligados por ou, o verbo: verbos
a) fica no singular se a ideia é de exclusão. Alguns verbos flexionam-se de modo dis-
Marina ou Lúcia será promovida a chefe de tinto de certas regras estudadas anteriormente.
seção.
Verbo com apassivador
b) vai para o plural se a ideia é de adição.
Verbos com o pronome apassivador se con-
São Paulo ou Rio de Janeiro são metró-
cordam com o termo apassivado. Por exemplo,
p oles.
a frase Joga-se búzios e tarô desvia-se dessa
• Com os núcleos do sujeito composto ligados regra de concordância verbal, pois, ao estar na
pela preposição com, usa-se o verbo no plu- voz passiva sintética, o verbo deveria concordar
ral quando se pretende conferir igual ênfase com os termos búzios e tarô. Por isso, a reda-
àqueles núcleos. ção adequada é: Jogam-se búzios e tarô.
O diretor com o seu elenco venceram o festival
de teatro. Verbo com índice de indeterminação
Entretanto, o verbo fica no singular se se quer do suieito
dar maior importância ao primeiro núcleo; nes- Nesse caso, o verbo sempre é empregado
se caso, convém separar os termos por vírgula. na terceira pessoa do singular.
O técnico, com seus auxiliares, chegou ao está- ~ rata-s de assuntos muito importantes.
dio poucos minutos antes do jogo. L. VTI + ín dice
Os verbos..,,,.,.,..., e) O verbo ser concorda com o predicativo
Na indicação de horas, o verbo concorda quando o sujeito é que ou quem interro-
com o número de horas. gativos.

Bateram dez horas no sino da capela. Quem serão os ganhadores do concurso?


'--"" Que são substâncias alcalinas?
(Mas: Bateu dez horas o sino da capela.)
f) Nas expressões indicadoras de quantida-
Deram nove horas no relógio da cozinha. de (é muito, é pouco, é bastante etc.),
'--"" o verbo flexiona-se na terceira pessoa do
(Mas: Deu nove horas o relógio da cozinha.) singular.
Trezentos gramas de queijo é suficiente para
o lanche.
Em frases com o verbo parecer seguido de
infinitivo, há duas possibilidades de concor- Três quilômetros é muito.
dância verbal: Um é pouco, dois é bom, três é demais.
a) Flexiona-se parecer, e não o verbo no infini-
tivo.
Essas rosas parecem dizer adeus.

b) Flexiona-se o infinitivo, e não parecer.


Atividades
Essas rosas parece dizerem adeus.
1 (U. F. Viçosa-MG) Reescreva o texto a seguir,
passando mudança para o plural e substi-
Verbos impessoais [exceto 11ft tuindo problema por irregularidades. Faça
Esses verbos sempre ficam na terceira as alterações estritamente necessárias para
pessoa do singular, na forma simples ou em que o texto continue adequado ao uso culto
locuções. da língua.
Havia dez anos que não a encontrava. "Uma vez que nesta semana deverá ser
providenciada a mudança que se fizer ne-
Overbo•
cessária na portaria do prédio, pedimos aos
a) Quando sujeito e predicativo designam "coi- senhores condôminos que, quando ocorrer
sas" e têm números diferentes, o verbo ser
qualquer problema relacionado ao recebi-
concorda com o termo pluralizado.
mento de suas correspondências, comuni-
Nem tudo na vida são flores.
quem o fato ao síndico."
b) Quando um dos dois termos é designativo
Uma vez que nesta semana deverão ser providenciadas as
de "pessoa", o verbo ser concorda com este.
mudanças q ue se fizerem necessárias na portaria do prédio,
Marina é suas maiores alegrias.
pedimos aos senhores condôminos q ue, q uando ocorrerem
c) O verbo ser concorda com o pronome pes-
soa 1, seja ele sujeito ou predicativo. q uaisquer irreg ularidades relacionadas ao recebimento de suas

A autoridade aqui sou eu. correspondências, comuniq uem o fato ao síndico.

d) Nas orações sem sujeito, o verbo ser con-


corda com o termo que normalmente indica
hora, dia, distância.
Era uma hora da madrugada quando entrou.
2 (Vunesp, adaptada) "Há anos que existe va- Se os sujeitos dos verbos "descubra" e "pensa"
zamentos tóxicos em todos os rios do país, estivessem no plural, como deveria ser redigida a
frase utilizada no anúncio?
causando danos à fauna e à flora. Precisamos
sair da inércia ou essa situação levará-nos a Descubram quem são e o que pensam os moradores de São

um desastre completo!" (Carta de leitor a um Paulo.

jornal, comentando desastre ecológico.)


Nesse texto, além do problema de colocação
pronominal em levará-nos, que, de acordo com
a norma-padrão do português do Brasil, deve-
ria ser nos levará ou levar-nos-ó, há um proble-
ma de concordância verbal.
a) Identifique o trecho em que há problema
de concordância.
4 (U. F. São Carlos-SP) Leia o texto.
Há um problema de concordância verbal em "que existe
O Supremo Tribunal Federal varreu da
vazamentos tóxicos''.
legislação brasileira mais uma herança da di-
tadura militar: a obrigatoriedade do diploma
de jornalista para quem exerce a profissão.
Ao defender o fim dessa excrescência, o re-
b) Reescreva o trecho, corrigindo-o. lator do caso, ministro Gilmar Mendes, disse
Há anos (que) existem vazamentos tóxicos em todos os rios que ela atentava contra a liberdade de expres-
do país, causando danos à fauna e à flora. são garantida pela Constituição Federal a to-
dos os cidadãos. "Os jornalistas são aquelas
pessoas que se dedicam profissionalmente
ao exercício pleno da liberdade de expres-
são. O jornalismo e a liberdade de expressão,
3 (Fuvest-SP) Observe este anúncio:
portanto, são atividades imbricadas por sua
DESCU~RA QOEM· É E O ·QUE própria natureza e não podem ser pensados
PENSA O MORADOR DE SÃO PAULO e tratados de forma separada", afirmou o mi-
nistro. Além de ferir o direito constitucional,
já que impedia pessoas formadas apenas em
outra área de manifestar seu conhecimento e
pensamento por meio da atividade jornalís-
tica, a exigência teve o seu ridículo expos-
to por uma comparação brilhante de Gilmar
Mendes: "Um excelente chef de cozinha cer-
tamente poderá ser formado numa faculdade
de culinária, o que não legitima o Estado a
exigir que toda e qualquer refeição seja feita
por profissional registrado mediante diploma
de curso superior nessa área".
Adaptado de Folha de S.Paulo, 26 set. 2008. Veja, 24 jun. 2009.
Com base nas falas de Gilmar Mendes: Código para a coluna 3
a) o que justifica na perífrase verbal - podem (1) Sujeito composto de gêneros diferentes
ser pensados - a flexão do verbo "poder"
leva o predicativo para o masculino plural.
e o plural masculino do particípio do verbo
"pensar"? (2) Substantivos sinônimos levam o adjeti-
O verbo concorda com o sujeito composto "o jornalismo
vo a concordar com o substantivo mais
próximo.
e a liberdade de expressão''. Já o plural masculino do

particípio do verbo "pensar" justifica-se pela concordância


(3) Mesmo/próprio/só concordam com a pa-
com substantivos de gêneros diferentes na qual prevalece
lavra a que se referem.

o masculino na concordância nominal.


( 4) Adjetivo posposto a dois ou mais subs-
tantivos de gêneros diferentes vai para o
masculino plural ou concorda com o mais
próximo.
(5) Adjetivo anteposto a dois ou mais subs-
tantivos concorda com o substantivo mais
b) reescreva o fragmento textual referente ao
próximo.
exemplo do chef de cozinha, transpondo-o
para a questão do jornalismo. Coluna 1
Um excelente jornalista certamente poderá ser forma- Alzira tinha crença e fé _ _ em seu pai, Ge-
do numa faculdade de jornalismo, o que não legitima o túlio Vargas. (exagerada - exagerados)
Estado a exigir que toda e qualquer matéria seja escrita por Coluna2 _ _
profissional registrado mediante diploma de curso superior Coluna3 _ _
nessa área.
Coluna 1
A Era Vargas foi uma época de _ _ atitudes e
comportamentos. (novas - novos)
Coluna2 _ _
Coluna3 _ _

Coluna 1
Às vésperas daquele 24 de agosto, estavam
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
_ _ o presidente e sua segurança. (desorien-
1 (UFCE) Analise os termos dos parênteses que tado - desorientados)
acompanham cada uma das frases da coluna 1 Coluna2 _ _
e complete a coluna 2 e a 3, de acordo com os
Coluna3 _ _
códigos a seguir:
Coluna 1
Código para a coluna 2
1. Se só uma forma completar corretamente a Alzira, ela - - , retirou do palácio todos os per-
frase. tences de seu pai. (mesmo - mesma)

li. Se ambas as formas completarem correta- Coluna2 _ _


mente a frase. Coluna3 _ _
2. O termo "tudo isso" resume o sujeito e exige verbo no singular ("dita"), o
sujeito "novos modelos" deixa o verbo no plural ("encontrem") e o verbo
"obter" está no plural ("obtêm") porque concorda com "os mais pobres''.
Coluna 1 pregos. / Os mais pobres são os que menos
Pessoas se aglomeravam em casa e prédio _ _ vantagens obtém com o crescimento do PIB.
para ver o esquife do presidente. (antigo - antigos) e) O desperdício de matérias-primas, o estímulo
Coluna2 _ _ ao consumismo, a obsolescência programada,
tudo isso ainda ditam as regras. / É preciso
Coluna3 _ _
que se encontrem novos modelos para resol-
Na seq uência, os códigos são: 1e 2; 1e S; 1e 1; 1e 3; li e 4. ver os problemas de geração de empregos. /
Os mais pobres são os que menos vantagens
obtêm com o crescimento do PIB.

3 (UFPE) A concordância verbal e a nominal estão


2 (FGV-SP) Assinale a alternativa correta quanto
de acordo com a norma-padrão em:
à concordância verbal, de acordo com a nor-
a) Houveram implicações boas e más naquelas
ma culta.
atitudes dos empresários de Pernambuco.
x a) o desperdício de matérias-primas, o estí-
b) Propostas, o mais adequadas possíveis, em
Houve

mulo ao consumismo, a obsolescência pro-


termos de qualidade, foi apresentada aos
gramada, tudo isso ainda dita as regras. /
trabalhadores. o mais adequadas possível; foram
É preciso que se encontrem novos modelos
c) Quaisquer deslizes perante o consumidor,
para resolver os problemas de geração de
nessa área, provoca problemas para a
empregos. / Os mais pobres são os que
empresa. provocam
menos vantagens obtêm com o crescimen-
d) É necessário paciência para poderem os
to do PIB.
trabalhadores conseguirem seus plenos
b) O desperdício de matérias-primas, o estí- direitos. conseguir
mulo ao consumismo, a obsolescência pro-
x e) A ação social, um dos temas mais discuti-
gramada, tudo isso ainda ditam as regras. dos atualmente, faz os interessados repen-
/ É preciso que se encontre novos modelos sarem a política fiscal.
para resolver os problemas de geração de
empregos. / Os mais pobres são os que 4 (Unifesp) Assinale a alternativa em que a frase
menos vantagens obtêm com o cresci- está correta, segundo a norma-padrão, quanto
mento do PIB. aos aspectos de concordância.
c) O desperdício de matérias-primas, o estímulo x a) Grande parte das variantes linguísticas é
ao consumismo, a obsolescência programa- avaliada de forma negativa por uma parce-
da, tudo isso ainda dita as regras. / É preciso la significativa das pessoas.
que se encontrem novos modelos para resol- b) Não só o valor linguístico como também o
ver os problemas de geração de empregos. / valor social estão implicado quando se tra-
Os mais pobres são os que menos vantagens tam de variações linguísticas. implicados/ trata
obtém com o crescimento do PIB. c) As variantes linguísticas são consideradas
d) o desperdício de matérias-primas, o estímu- inferior por segmentos de maior poder
lo ao consumismo, a obsolescência progra- aquisitivo. inferiores
mada, tudo isso ainda ditam as regras. / É d) Frases de jornalista e capa de revistas, com
preciso que se encontre novos modelos para frequência, mostra que é possível cometer
resolver os problemas de geração de em- algum deslize linguístico. capas/ mostram
Observe que não se fala, no texto, em alterações de regras, por
isso a afirmação I está errada; há o cuidado de mostrar que to-
dos podem cometer deslizes; logo, li também está equivocada.
e) Existe muitas formas de dizer uma mes- li. O deslize cometido pelo presidente do Se-
ma coisa, conforme ensina a teoria socio- nado é um claro exemplo de que as elites
linguística. Existem estão mais expostas aos desvios de con-
cordância.
5 (lnsper-SP) Leia o texto: Ili. O teor do estudo da concordância, nas
Os problemas envolvendo concordância gramáticas, é prescritivo, sem que haja
talvez sejam o mais evidente exemplo bra- espaço para a observação das variantes
sileiro de que um idioma é, acima de tudo, linguísticas.
fato social: mesmo quando linguísticamente o
De acordo com o texto, está correto o que se afir-
"erro" não contraria a índole da língua, mesmo
ma em:
se há evidências de que o brasileiro cancela a
a) 1, li e Ili.
regra em sua fala, é alto o peso social no modo
como os falantes encaram o problema. b) Apenas 1.
Para Maria Helena de Moura Neves, do c) Apenas li e Ili.
Mackenzie e da Unesp de Araraquara, muito d) Apenas li.
do que se diz sobre concordância em car-
x e) Apenas Ili.
tilhas e manuais é posto só em termos de
regras a ser obedecidas.
[. .. ]
6 (Unicamp-SP) O jornal Folho de S. Paulo intro-
duz com o seguinte comentário uma entrevista
Com deslizes de concordância não pa- (de 8 dez. 1988) com o professor Paulo Freire:
rece haver distinção de classe e nem seria
preciso puxar a memória para lembrar José "A gente cheguemos" não será uma constru-
Sarney, presidente do Senado, em uma de ção gramatical errada na gestão do Partido
suas defesas no episódio dos atos secretos, dos Trabalhadores em São Paulo.
nomeações e gastos na calada da noite, sem Os trechos da entrevista nos quais a Folho se
assinatura oficial. "Não há atos nenhum que baseou para fazer tal comentário foram os
não estão na rede", emendou o senador. seguintes:
Um escorregão gramatical de uma fi-
- A criança terá uma escola na qual a
gura pública ganha relevo, muitas vezes
sua linguagem seja respeitada [. . .l. Uma es-
desproporcional ao tropeço. Mas equívoco
cola em que a criança aprenda a sintaxe do-
como o de Sarney, escancarado em jornais
minante, mas sem desprezo pela sua.
de grande circulação, ilustra como são ma-
- Esses oito milhões de meninos vêm da
leáveis as regras de concordância na fala,
periferia do Brasil [. . .] Precisamos respeitar a
em relação às impostas pela escrita.
(sua) sintaxe mostrando que sua linguagem
Revista Língua, set. 2009. é bonita e gostosa, às vezes é mais bonita
que a minha. E, mostrando tudo isso, dizer a
Analise as afirmações seguintes: ele: "Mas para tua própria vida tu precisas di-
1. Especialistas em linguagem defendem zer 'a gente chegou' (em vez de 'a gente che-
que é necessario promover mudanças guemos'). Isso é diferente, (a abordagem) é
nas gramáticas em relação às regras de diferente. É assim que queremos trabalhar,
concordância. com abertura, mas dizendo a verdade".
Responda de forma sucinta. b) O comentário do jornal faz justiça ao pen-
a) Qual é a posição defendida pelo professor samento do educador? Justifique a sua res-
Paulo Freire com relação à correção de erros posta.
gramaticais na escola? Não. O comentário do jornal distorce o depoimento do

O educador Paulo Freire (à época, secretário municipal educador, já que se fundamenta em preconceitos linguís-

de Educação na gestão de Luiza Erundina) defendia o ticos arraigados - justamente os que a escola de caráter

respeito às variantes linguísticas não padrão empre- popular e democrático deve combater.

gadas pelo aluno, além de ensinar-lhe a variante de

prestígio segundo a tradição gramatical.


1eae11cla 1811181
811011111181 1c,ase

1. Regência verbal • Transitivo indireto, no sentido de ser


agradável, cair no agrado, regendo a pre-
posição a.
A regência verbal trata da relação es-
O vestido que usou agradou a todos.
tabelecida entre o verbo e os termos que o
modificam - os objetos diretos e indiretos e Aspirar
os adjuntos adverbiais. Nessa relação, pode-
• Transitivo direto, no sentido de sorver,
se ou não usar preposição, e, dada a polisse- respirar.
mia, os verbos têm variações de sentido; por
Aspirava suavemente o aroma da manhã.
isso, também apresentam distintos compor-
Aspirou o pó que vinha da construção.
tamentos sintáticos. Ademais, deve-se con-
siderar a distância entre as prescrições das • Transitivo indireto, no sentido de preten-
gramáticas (e dos dicionários de regência der, desejar muito, regendo a preposição a.
verbal) e o uso efetivo de milhares de ver- Aspirava às melhores notas.
bos na língua portuguesa do Brasil em suas Catarina aspirava a uma casa própria.
múltiplas variantes. Assistir
Casos especiais de regência verbal • Transitivo direto ou indireto, no sentido de
ajudar, auxiliar, dar assistência a.
Abraçar Assistimos (a)os mendigos da cidade.
O médico assistiu (a)o acidentado.
• Transitivo direto, no sentido de cingir com
os braços, tomar entre os braços, ou ocupar- • Transitivo indireto, no sentido de ver, pre-
se de. senciar, regendo a preposição a.
Todos abraçaram a causa. Os jovens assistiram ao filme a tarde toda.
A novela a que assistimos é fabulosa.
• Transitivo indireto e pronominal, no
sentido de entrelaçar-se: • Transitivo indireto, no sentido de caber (ra-
Abraçou-se à amiga antes de ir embora.
zão ou direito), regendo a preposição a.
Esse direito assiste, exclusivamente, aos advo-
Agradar gados de defesa.

• Transitivo direto, no sentido de fazer agra- • Intransitivo, no sentido de morar, residir, re-
dos, acarinhar, afagar. gendo a preposição em.
O garoto agradou seu cãozinho o dia todo. Roberval assiste em São Joaquim da Barra.
Chamar Esquecer, lembrar, recordar
• Transitivo direto, no sentido de fazer vir, • Transitivos diretos, quando não pronominais.
convocar. Nossa avó sempre esquecia o guarda-chuva na
Naquele dia, o pai o chamara para que saís- igreja.
sem juntos. Sempre lembro fatos desagradáveis quando
O técnico da seleção chamou dois jogadores ouço a voz dele.
daquele time.
• Transitivos indiretos, quando pronominais,
• Transitivo direto ou indireto (com objeto
regendo a preposição de.
seguido de predicativo preposicionado ou
não), no sentido de apelidar, denominar. Os favelados não se esquecem da chacina.
Recordei-me das aulas de inglês.
Chamavam-no de prestativo. / Chamavam-no
prestativo. Namorar
Chamavam-lhe prestativo. / Chamava m-lhe
de prestativo.
Esse verbo é tradicionalmente apenas tran-
sitivo direto e não admite preposição.
• Transitivo direto e indireto, no sentido de Júlio namorava Roberta; agora, namora
repreender ou atrair a atenção, regendo a Soraia .
preposição a ou para.
O regente chamou o músico à atenção várias Obedecetdesobedecer
vezes durante o ensaio. Esses verbos são transitivos indiretos e
O jogador chamou para si a responsabilidade regem a preposição a.
do pênalti. As crianças obedeceram ao avô.
Aqueles que desobedeceram aos regulamen-
Chegar, ir, voltar, dirigir-se, retornar tos devem ser punidos severamente.
• Intransitivos, no sentido de atingir data ou
local, regendo a preposição a. Preterir
Chegamos ao momento tão esperado. • Transitivo direto, no sentido de dar primazia,
A comitiva voltou a São Paulo atrasada. escolher antes.
Não suportando a dor, o paciente p referiu a
Custar morte.
• Transitivo direto, no sentido de ter determi- A decisão é sua de pref erir esse caminho .
nado valor, valer. • Transitivo direto e indireto, no sentido de
Aquele p resente custou mil reais! ter preferência, regendo a preposição a.
• Transitivo indireto, no sentido de ser cus- Naquela profusão de cores, pref eriu os tons de
toso, difícil, regendo a preposição a; nesse amarelo aos tons de azul.
caso, é unipessoal, tendo como sujeito uma Preferem os filmes europeus aos latino-ameri-
oração. canos.
Custou a nós todos dizer a verdade. Visar
Custa a mim acreditar que isso tenha acontecido.
• Transitivo direto, no sentido de mirar, apon-
• Transitivo direto e indireto, no sentido de tar arma de fogo, e no de dar ou pôr visto
ser conseguido à custa de, regendo a prepo- (em documento).
sição a. Visou o animal e atirou sem piedade.
Aquele emprego custou a ele muitos dias de Visaram os cheques independentemente dos
entrevista. altos valores.
• Transitivo indireto, no sentido de ter em Embora o pronome seja adequado, faltou a
vista, pretender, desejar, regendo a prepo- preposição com, regida pelo termo afinidade.
sição o. Ao refazer o período temos:
Aquelas obras visavam ao bem da população.
Naquela viagem, encontrei um primo muito
querido com o qual tenho muita afinidade.
Regência verbal epronome relativo
A oração com o qual tenho muito afinida-
Leia as frases que seguem:
de realiza-se no contexto como "tenho muita
Fernando Pessoa é o poeta português que eu afinidade com um primo muito querido".
mais gosto.
Não é essa a faculdade que eu viso.

Na primeira frase, como o verbo gostar a.crase


é considerado transitivo indireto, regeria a Crase (que vem do grego e significa "fusão",
preposição de, que não aparece na oração "mistura") é um fenômeno gramatical em que
adjetiva; na segunda frase, visor tem o sen- há a contração da preposição o com um segun-
tido de desejar muito e rege a preposição do a, que pode ser artigo definido, pronome de-
o, também ausente na oração. Refazendo monstrativo (a= aquela) ou o o inicial de outros
as duas orações de acordo com a língua pa- demonstrativos: oquele(sJ oquelo(s), aquilo.
drão, tem-se: Observe o exemplo a seguir:
Fernando Pessoa é o poeta português de que O livro encontrado no pátio pertence à pro-
eu mais gosto. fessora de química.
Não é essa a faculdad e a que eu viso. O verbo pertencer rege o objeto com a
Rara na linguagem coloquial, a regência preposição o, e professoro de químico, nesse
verbal com pronome relativo está de acor- caso, admite o artigo definido a. Desse encon-
do com a norma culta nesta construção: com tro resulta a crase, indicada pelo emprego do
acento grave.
quem posso contar sempre = posso contar
O livro encontrado no pátio
sempre com alguém.
Artigo
pertence {J) a professora.

2. Regência nominal Preposição dJ


Substantivos, adjetivos e advérbios podem
reger termos preposicionados (adjuntos adno- A crase não ocorre antes de palavras
minais e complementos nominais). que não sejam precedidas de artigo
feminino, como substantivos masculi-
Em construções sintáticas mais comple- nos, verbos, infinitivos e quase todos
xas, como no período composto com oração os pronomes:
subordinada adjetiva, o termo regente e o Fomos a pé para a escola.
termo regido podem distanciar-se na oração. Não faça a redação a lápis.
Naquela viagem, encontrei um primo muito Os produtos estão com preços a par-
querido o qual tenho muita afinidade. tir de R$ 2,00.
Rafaela ligou a cobrar em minha casa.
Nesse período, o pronome relativo o qual Faça os pedidos a essa garçonete.
inicia a oração adjetiva, referindo-se a primo.
• Nomes geográficos. Não ocorre o fenôme- • À moda de. Sempre ocorre o fenômeno da
no da crase antes de nomes de lugares que crase na expressão à moda de, ainda que a
não admitem artigo feminino. palavra moda esteja subentendida.
Costumo ir a Santos durante minhas férias. Era um autor que adorava escrever à Macha-
do de Assis, mesmo considerando-o difícil.
Entretanto, com nomes de lugares que admi-
• Distância. Ocorre crase antes da palavra dis-
tam artigo ou outro determinante, ocorre crase.
tância, desde que determinada.
Iremos à China em nossas férias. Fiquei à distância de dez metros do local do
• Casa e terra. Não ocorre o fenômeno da cra- acidente.
se antes da palavra casa quando esta signi-
Mas:
fica o próprio lar.
Não enxergo bem a distância.
Corri a casa para buscar o celular que havia
• Pronomes pessoais. Não há crase antes de
esquecido.
pronomes pessoais retos, oblíquos e de tra-
Se a palavra casa está modificada por algum tamento, exceto senhora e senhorita.
determinante, admite artigo; nesse caso, Dirigiu-se a Sua Santidade e ajoelhou-se.
havendo preposição, pode ocorrer crase. Emprestei à senhora todos os meus livros de
Voltou à casa da avó após muitos anos. receita.

Com a palavra terra no sentido de "chão fir- • Palavras repetidas. Entre palavras repeti-
me", em oposição a "mar" ou "espaço", não das não ocorre crase.
ocorre crase. Foram pouco a pouco se convencendo da ver-
dade.
Quando o navio aportou, alguns desceram a
terra para fazer turismo pelo local. • Pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo. Ocorre crase quando o ter-
• Hora. Em geral, ocorre o fenômeno da crase
mo antecedente exigir a preposição a.
nas expressões indicadoras de hora(s), mes-
Assistimos àquela cena deprimente e não pu-
mo que esse termo esteja subentendido. demos fazer nada para evitar.
Encontramo-nos às sete horas da noite e des-
• Pronomes relativos a qual e as quais.
pedimo-nos às quatro da manhã.
Poderá ocorrer crase com os pronomes
• Locuções. Pode ocorrer a crase nas locuções relativos a qual e as quais se o verbo da
prepositivas, conjuntivas e adverbiais forma- oração adjetiva exigir preposição.
das por substantivos: à medida que, às vezes, A região à qual iremos jamais foi explorada
à noite, às pressas, às avessas etc. pelo homem. CO local ao qual iremos jamais
Encontramo-nos à noite para terminarmos o tra- foi explorado pelo homem.)
balho de Física.
Casos facultativos
Não ocorre crase nas expressões ad- Nomes próprios femininos
verbiais femininas de instrumento: Enviamos os cartões à Susana.
Preferiu redigir a carta a caneta e sem Enviamos os cartões a Susana.
rasuras.
O amante foi morto a bala. Emprestei meu carro à Marcela.
Emprestei meu carro a Marcela.
~

""'
2. Observe que:
(02) Não ocorre ambiguidade.

Com a preposiçao até (16) Seth,•~• iiiViii'ãi'iS


(08) Significa "sentir cheiro de''.

I em temossemãotlco,

Fomos até a ponte para vermos o acidente.


Fomos até à ponte para vermos o acidente. 1 (Unifesp)
Levaram os suspeitos algemados até a de-
legacia. P1m PARARI ~OJf F~IJ O~ESTAO·
~ - voci ASSISTA _ _
Levaram os suspeitos algemados até à de- 'º"' rJvó /;óMIG-0!
legacia.

Pronomes possessivos femininos


Como diante dos pronomes possessivos o
uso do artigo é facultativo, a crase também o é.
Entreguei os documentos à sua mãe.
Entreguei os documentos a sua mãe.

Adaptado de Caco Galhardo. Julio & Gina.


s\/EN, ESTE É O MEU
A.DVOGA DO .
Os espaços da frase devem ser preenchidos, res-
pectivamente com: A palavra "questãd' exige preposição de
' ("de que"); o verbo "assistir'; no sentido de
xa) de que - a - Por que - Porque ver,presenciar,exige
preposição "a"; "por que"
b) que - a - Porque - Porque é usado para perguntas; e
"porque" deve ocor-
C) de que - a - Por quê - Por que rerem respostas.

d) que - à - Por que - Por quê


e) de que - à - Por quê - Porque

2 (UFMS) Avalie as duas frases que seguem:


1. Ela cheirava à flor de romã.
li. Ela cheirava a flor de romã.
Considerando o uso da crase, é correto afirmar:
(01) As duas frases estão escritas adequada-
mente, dependendo de um contexto.
(02) As duas frases são ambíguas em qual-
Observe que a fala do segundo balão ad- quer contexto.
mite mais de uma interpretação. (04) A primeira frase significa que alguém
Sem acento grave: "Foi Sven que me apre- exalava o perfume da flor de romã.
sentou a minha mulher" (= a minha mulher (08) A segunda frase significa que alguém
foi-me apresentada por Sven). tem o perfume da flor de romã.
Com acento grave: "Foi Sven que me
(16) o "a" da segunda frase deveria conter o
apresentou à minha mulher" (= eu, Hagar, acento indicativo da crase.
fui apresentado por Sven à minha mulher).
Dê a soma dos números dos itens corretos.
Note que, nesse caso, a crase desfaz a am-
biguidade. Soma - s (01 + 04)
3 (ITA-SP) Leia o texto seguinte: à sua:::::} nesse caso, a crase é facultativa por anteceder

Antes de começar a aula - matéria e pronome possessivo feminino.

exercícios no quadro, como muita gen-


te entende - , o mestre sempre declamava
um poema e fazia vibrar sua alma de tanta
empolgação e os alunos ficavam admirados. b) Não se tratava de uma simples volta a casa,
Com a sutileza de um sábio foi-nos ensinan- mas uma volta à casa dos sonhos e dos en-
cantos.
do a linguagem poética mesclada ao ritmo,
à melodia e a própria sensibilidade artística. volta a casa:::::} casa, nessa caso, significa a própria casa,

Um verdadeiro deleite para o espírito, uma então não aceita artigo, permanecendo apenas a pre-

sensação de paz, harmonia. posição regida pelo verbo voltar; volta à casa dos sonhos e

OSÓRIO, T. Meu querido professor. dos encantos:::::} casa, aqui, está especificada; portanto, há a
Jornal Vale Paraibano, 15 out. 1999.
preposição do verbo+ o artigo de casa.
a) Qual a interpretação que pode ser dada à
ausência da crase no trecho "a própria sen-
sibilidade artística"?
Sem o emprego da crase, o termo "a própria sensibilidade
c) Os portugueses atravessaram o oceano e che-
garam, após algum tempo, à terra sonhada.
artística"funciona como objeto direto do verbo"ensinar';
chegaram à terra sonhada:::::} terra, nesse caso, está especi-
ou seja, uma das coisas ensinadas pelo mestre fora a sensi-
ficada; por isso ocorre crase.
bilidade artística.

d) Após muitos esforços, o homem chegou


até a Lua.
até a Lua:::::} depois da palavra até, a crase é facultativa.

b) Qual seria a interpretação caso houvesse a


crase?
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Com o emprego da crase, o termo "a própria sensibilidade

artística" funcionaria como complemento nominal do ad-


1 (FGV-SP) Considere as frases:
jetivo mesclada, indicando q ue a ling uagem poética estava
1. O rapaz estava chateado, pois chegou à
moça e disse que não era mais possível
mesclada à sensibilidade artística.
continuar o namoro.
li. O rapaz estava chateado, pois chegou a
moça e disse que não era mais possível
continuar o namoro.
a) Que interpretação se pode dar a cada uma
das frases, levando em conta as expressões
"à moça" e "a moça"?
4 Justifique a presença ou a ausência do acento
Em 1, o rapaz foi até a moça e disse a ela que não era mais
indicador de crase nas frases que seguem.
possível continuar o namoro; em li, a moça chegou e disse
a) Não digo que sempre haja alguém à sua in-
teira disposição, mas o preço do hotel está ao rapaz que não era mais possível continuar o namoro.

ao seu alcance.
b) Do ponto de vista sintático, qual a função 3 (Fuvest-SP)
que exercem as expressões "à moça" e "a
1. O que mudou na legislação eleitoral
moça"?
como era em 1989
As funções exercidas por "à moça" e "a moça" são, respecti-
[. .. ]
vamente, de adjunto adverbial e de sujeito.
Apenas pessoas físicas podiam fazer
doações [. .. ]
Entidades de classe ou sindicais não
podiam contribuir com os partidos.
[. .. ]
Folha de S. Paulo, 3 dez. 1994.

2 (lbmec-RJ) Da leitura da tira é possível depreen- li. Contribuir: I. [. .. ] Tomar parte em des-
der que: pesa comum; pagar contribuição; dar
dinheiro, com outros (para determina-
do fim [. ..] "Você não contribui para as
obras da igreja?" [.. .]
Contribuí com cem cruzados. Poucos
paroquianos deixaram de contribuir.
[. .. ]
C. P. Luft. Dicionário de regência verbal.

O pacote do a) O período enquadrado em I apresenta uma


Governo é incorreção na regência verbal. Redija-o cor-
1 tijo ªrand~ retamente, com base na informação de li.
que tapo1:1
o 5ol. Entidades de classe ou sindicais não podiam contribuir

para os partidos.

a) considerando-se a regência do verbo "com-


bater", pode-se constatar que, na verdade,
não é possível empregar a crase.
b) há, na última fala, a clara intenção de apre-
b) Ainda com base em 11, formule uma expli-
sentar um jogo de palavras, fazendo um tro-
cação adequada para o uso da preposição
cadilho com as palavras "crase" e "crise".
no período enquadrado em 1.
c) não ocorrerá crase apenas se o verbo "com-
Usou-se a preposição com (que precede um adjunto
bater" for empregado como intransitivo, ou
adverbial de preço), pois contribuir supõe pagamento em
seja, se ele não exigir complemento verbal.
dinheiro aos partidos em campanha.
d) haverá crase se a "sombra" representar o
modo como será combatido, isto é, com
função de adjunto adverbial.
e) a última fala é uma explicação de que, nes-
se caso, a crase é facultativa, preservando-
se O mesmo Sentido. Em "combater a sombra'; "a sombra"
é objeto direto, logo é o que se d eve combater; em "combater à sombra'; "à
sombra" indica o modo como será feito o combate, é adjunto adverbial.
4. Os verbos "esquecer-se" e"lembrar-se" (pronominais) pedem objeto indireto precedido pela preposição de. Quando
não forem pronominais são transitivos diretos. O verbo precisar(= necessitar) pede a preposição de.

4 (FGV-SP) Assinale a alternativa em que os tex- 5 "O mestre aludia à filosofia, às artes, à maneira
tos publicitários estão corretos quanto à regên- diferente de enxergar o mundo."
cia verbal, de acordo com a norma culta. Explique o que aconteceria se retirássemos o
acento indicador de crase da frase dada.
a) Mitsubishi Pajero Sport
Se retirássemos o acento indicador de crase das expressões
Lembre-se de que é muito espaçoso.
filosofia e maneira diferente de enxergar o mundo, elas deixariam
Não se esqueça que é um Pajero.
de ser especificadas e passariam a ser generalizadas, significan-
Tudo o de que você precisa é minimizar riscos
na sua do filosofia e maneira de enxergar quaisquer. No caso de artes,

carteira de ações. a ausência provocaria apenas a incorreção gramatical.

RiscoOnline Theca
b) Mitsubishi Pajero Sport
Lembre de que é muito espaçoso.
Não esqueça de que é um Pajero.
Tudo o de que você precisa é minimizar riscos
na sua
carteira de ações. 6 (UFRS)
RiscoOnline Theca
A notícia saiu no Tbe Wall StreetJournal: a
c) Mitsubishi Pajero Sport "ansiedade superou a depressão como proble-
Lembre de que é muito espaçoso. ma de saúde mental predominante nos EUA".
Não se esqueça que é um Pajero. Para justificar o absurdo, o autor da matéria
Tudo o que você precisa é minimizar riscos na recorre a um psicoterapeuta e a um sociólogo.
sua carteira O primeiro descreve ansiedade como "condi-
ção dos privilegiados" que, livres de ameaças
de ações.
reais, se dão ao luxo de "olhar para dentro" e
RiscoOnline Theca criar medos irracionais; o segundo diz que "vi-
d) Mitsubishi Pajero Sport vemos na era mais segura da humanidade" e,
Lembre-se que é muito espaçoso. no entanto, "desperdiçamos bilhões de dólares
em medos bem mais ampliados do que seria
Não esqueça de que é um Pajero.
justificável". Sem meias palavras, os peritos di-
Tudo o que você precisa é minimizar riscos
zem algo mais ou menos assim: os americanos
na sua carteira
estão nadando em riqueza e, como não têm do
de ações. que se queixar, adquiriram o costume neuróti-
RiscoOnline Theca co de desentocar medos irracionais para proje-
x e) Mitsubishi Pajero Sport tá-los no admirável mundo novo ao redor.

Lembre-se de que é muito espaçoso. A explicação impressiona pela inge-


nuidade ou pela má-fé. Ninguém contrai o
Não se esqueça de que é um Pajero.
"mau hábito" de olhar para dentro de si do
Tudo o de que você precisa é minimizar ris-
dia para a noite. A obsessão consigo não é
cos na sua um efeito colateral do modo de vida atual;
carteira de ações. é um dos seus mais indispensáveis ingre-
RiscoOnline Theca dientes. O crescimento exagerado do inte-
resse pelo "mundo interno" e pelo corpo é Considere as seguintes afirmações acerca do uso
a contrapartida do desinteresse ou hostili- da crase no texto.
dade pelo "mundo externo" e pelos outros. 1. Caso substituíssemos um psicoterapeuta
Diz o catecismo: só confie em seu corpo e (par. 1) e um sociólogo por psicoterapeutas
em sua mente. O resto é concorrente; ores- e sociólogos, seriam criadas as condições
to está sempre cobiçando e disputando seu necessárias para o uso da crase.
emprego, seu sucesso, seu patrimônio e sua li. Caso substituíssemos a expressão "jamais
saúde. Sentir medo e ansiedade, em condi- ter repouso físico ou mental" (par. 3) por
ções semelhantes, é um estado emocional "uma constante vigilância física ou men-
perfeitamente racional e inteligível. tal", seriam criadas as condições necessá-
Em bom português, sentir-se condenado a rias para o uso da crase.
jamais ter repouso físico ou mental, sob pena Ili. Caso substituíssemos candidatos (par. 3) por
de perder a saúde, a longevidade, a forma físi- postulantes, seriam mantidas no contexto da
ca, o desempenho sexual, o emprego, a casa, frase as condições para o emprego da crase.
a segurança na velhice, pode ser um infer- Quais estão corretas?
no em vida para os pobres ou para os ricos. a) Apenas 1. Na afirmativa 1, não haveria crase, pois
Os candidatos à ansiedade são, assim, bem psicoterapeutas e sociólogos estariam
b) Apenas 11.
mais numerosos e bem menos ociosos do que flexionados no plural, após a prepo-
xc) Apenas Ili. sição"a'; além de serem vocábulos
pensam o psicoterapeuta e o sociólogo. masculinos; a afirmação em li é inade-
d) Apenas li e Ili. quada porque não ocorre crase antes
Adaptado de COSTA, J. F. A ansiedade da opulência.
de artigo indefinido.
Folha de S. Paulo, 19 mar. 2000. e) 1, li e Ili.
fUIIÇi8S 110 S8
e "º que/ eontuação
1. As diversas funções • Substantivo: acompanhado de artigo, pro-
nome ou adjetivo, o se classifica-se como
dose substantivo.
O se deste documento está ilegível.
A seguir, apresentaremos as várias fun-
ções que a palavra se desempenha, associa- • Partícula apassivadora: quando o se é partí-
das às classes de palavras. cula apassivadora, o período constrói-se com
verbo transitivo direto ou transitivo direto e
• Conjunção subordinativa integrante:
Indagamos/ se o caminho que fazíamos esta-
indireto na voz passiva sintética.
va correto. Compra-se ouro. (voz passiva sintética)
A oração Indagamos é a principal, e seu Ouro é comprado. (voz passiva analítica)
verbo é transitivo direto, necessitando, • Índice de indeterminação do sujeito: uma
portanto, de um objeto direto, função das formas de se indeterminar um sujeito é
desempenhada pela oração subordinada
usar o índice de indeterminação (ou partícula
que se inicia com o se, que, nesse caso, é
de indeterminação do sujeito) - o se.
uma conjunção integrante.
Guerreia-se por banalidades.
• Conjunção subordinativa condicional: no
primeiro quadrinho, é usado o se como con- • Partícula expletiva: quando apenas enfati-
junção subordinativa condicional, que intro- za o enunciado, podendo até mesmo ser ex-
duziu uma oração subordinada adverbial con- cluído sem grande prejuízo do sentido para
dicional: Se eu chegar tarde de novo. o texto.
Passaram-se os anos e nada mudou naquela
[ SE EU CHEGAR T ARt>E
1 bE NOVó. A HELGA VAI cidade.
~ FlCAR UMA SE.MANA
~ sEM FALAR 00......,,._,1
• Parte integrante do verbo: alguns verbos
se conjugam sempre acompanhados por
pronomes. São os chamados verbos prono-
minais.
Getúlio Vargas suicidou-se na manhã de 24 de
agosto de 1954.

• Pronome reflexivo: ocorre nas orações em


que a ação parte do sujeito e recai sobre ele
mesmo.
Como pronome reflexivo, a palavra se po-
derá exercer as seguintes funções sintáticas:
a) objeto direto: • Conjunção coordenativa aditiva: une duas
Com essa grana curta, a gente tem de se estruturas coordenadas, desde que a segunda
virar... oração seja uma afirmação acrescentada ao
b) objeto indireto: que foi dito na primeira.
Certas comunidades impõem-se costumes As mulheres cozinhavam que cozinhavam, mes-
rígidos. mo assim o jantar não ficava pronto.

c) sujeito de um verbo no infinitivo: • Conjunção coordenativa explicativa: o que


Marcelo deixou-se ficar em situação caótica. introduz uma oração coordenada sindética
explicativa.
Venha logo, / que preciso contar-lhe uma no-
2. As diversas funções vidade.

doaue • Conjunção coordenativa alternativa: quan-


do une termos da mesma oração, indicando
• Substantivo: recebe acento circunflexo e pos- possibilidade ou alternação entre eles.
sui o sentido de "algo", "alguma coisa", ou no- Um que ( = ou) outro brincava no parque daque-
meia uma das letras do alfabeto. le condomínio.
Meu bem-querer
Tem um quê de pecado • Conjunção subordinativa integrante: quan-
Acariciado pela emoção. do inicia as orações subordinadas substanti-
[. .. ] vas.
Djavan Minha certeza é / que ele virá no próximo mês.
(que ele virá n o p róximo mês= oração subordi-
• Interjeição: exprime espanto, admiração, deve
nada substantiva predicativa)
receber acento circunflexo e não exerce função
sintática específica. • Pronome indefinido substantivo: quando
Quê! Vocês não receberam o décimo terceiro equivale a "que coisa".
salário?
Ela me disse não sei o quê.
• Preposição: pode equivaler à preposição de.
Se eu quiser falar com Deus • Pronome indefinido adjetivo: ao determi-
Tenho que ficar a sós nar um substantivo.
Tenho que apagar a luz Não sei nem que caminho seguir.
Tenho que calar a voz
• Pronome interrogativo substantivo:
Gilberto Gil
Que ocorreu naquela mansão?
• Partícula expletiva ou de realce: apenas
enfatiza o enunciado, podendo até mesmo • Pronome interrogativo adjetivo:
ser excluído dele. Que fim levou Fabrício?
Eu quase que desmaiei de susto e medo.
• Pronome relativo: introduz as orações su-
• Advérbio: equivale ao advérbio quão e tem bordinadas adjetivas explicativas e restriti-
a função sintática de adjunto adverbial de in- vas. Nesse caso, refere-se a um termo ante-
tensidade. cedente e desempenha uma função sintática
Que(= quão) maluca é aquela mulher! dentro da oração subordinada adjetiva.
EI! voe.É É o GATO'QUE • a vírgula ( ' )
COMEU MEU IRMÃO!
• o travessão (-)
• os parênteses ( )
• o ponto e vírgula ( )
• o dois-pontos ( )
b) sinal de pontuação indicativo de que houve
término do discurso ou de parte dele:
• o ponto ( . )
c) sinais de melodia ou entonação, indicativos
de intenção ou estado emotivo:
• o ponto de interrogação (? )
• o ponto de exclamação ( ! )
• as reticências ( ... )
• as aspas ("")
Avírgula
VOCÊ 'É O GATO
QUECOMEU Usa-se a vírgula para:
MSU.S DOIS
IRMÃOS! • Intercalar termos como adjuntos adverbiais,
apostos, expressões explicativas e algumas
conjunções.
Ao chegar o carteiro, naquela tarde fria, fica-
mos todos aliviados com as boas notícias. (vír-
gulas isolando o adjunto adverbial de tempo
na frase)

Ei! Você é o gato que comeu meu irmão! • Destacar um adjunto adverbial, com mais de
(que = pronome relativo exercendo a função uma palavra no início da oração.
de sujeito) Naquela sala, havia obras de pintores famosos.
Você é o gato que comeu meus dois ir- • Destacar um objeto direto ou indireto ante-
mãos! (que = pronome relativo exercendo a posto a objeto pleonástico.
função de sujeito)
Às meninas, tudo lhes era permitido.
• Marcar a omissão de uma palavra.

3. Pontuação As meninas estavam no quarto, e os meninos,


na sala. (segunda vírgula no lugar do verbo
estar)
Os sinais dividem-se em:
a) sinais de pausa: indicativos de que não • Isolar o vocativo.
houve quebra na continuidade do discurso, Meus amigos, agradeço a todos por terem
isto é, de que a frase ainda não foi concluí- aceitado meu convite. (vocativo no início da
da. São eles: oração)
• Separar termos de mesma função sintática.
Pode ocorrer o uso da vírgula sepa-
Com a herança recebida, o sobrinho pretendia rando uma oração subordinada pospos-
comprar casa, carro, moto etc. (casa, carro, ta à oração principal no caso de a oração
moto = objetos diretos) subordinada ser substantiva apositiva.
• Separar local e data.
• Separar orações subordinadas adjetivas ex-
Campinas, 17 de novembro de 2008. plicativas da oração principal.
• Separar as orações coordenadas assindé- O sistema bancário, que parecia ser tão seguro,
ticas. foi completamente fraudado.
Viajamos, passeamos, fizemos novos amigos. • Separar orações intercaladas.
• Separar as orações coordenadas sindéticas. Sobre a dívida externa, disse o ministro, não
deixará de ser paga.
a) unidas por e e com diferentes sujeitos:
Chegamos sem as reservas, e os hotéis não Não se separam por vírgulas: o sujei-
tinham vagas. to do predicado, o verbo de seu com-
b) conectadas pela conjunção e com valor ad- plemento, o núcleo substantivo de um
adjunto adnominal ou complemento
versativo:
nominal.
Todos precisam trabalhar, e não se encon-
tra emprego.
oponto e vírgula
e) com as conjunções mos, senão, pois, porque O ponto e vírgula é usado para:
(explicativa), ou as conjunções alternativas
• separar orações que já contenham vírgula(s).
ou ... ou, oro ... oro, quer... quer etc.
Naquela manhã, o ar estava frio; o vento, cortante.
Carla pode não ter entendido, mas eu fiz
aquilo para ajudar. • separar os vários itens de uma lei, de um
decreto, de um contrato etc.
d) quando se quer isolar as conjunções adver- Art. 23 - É competência comum da União, dos
sativas porém, todavia, entretanto, no en- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
tonto, contudo e as conjunções conclusivas [. .. ]
logo, pois, portanto.
VI. proteger o meio ambiente e combater a po-
Pretendia trabalhar até mais tarde; entre- luição em qualquer de suas formas;
tanto, o cansaço o vencia. VII. preservar as florestas, a fauna e a flora;
• Separar orações subordinadas adverbiais de- [. .. ]
senvolvidas e reduzidas, sobretudo quando es- Constituição Federal. Legislação Ambiental.
tão antepostas à principal. Quando a oração
subordinada está posposta à oração princi- oponto
pal, o uso da vírgula é facultativo.
O ponto indica pausa de grande duração e
Se procurasse com mais cuidado, certamente é empregado para encerrar os períodos, sejam
encontraria o que deseja. (oração subordina- eles simples ou compostos, desde que não te-
da adverbial condicional anteposta à oração nham sido terminados por orações interrogati-
principal) vas ou exclamativas.
Oponto é também usado nas abreviaturas, • introduzir uma fala.
no final das orações independentes. O advogado indagava, explicava, contestava e
dizia ao final:
oponto de interrogação
O ponto de interrogação é usado em sen- - Pode este jovem ser culpado de tal crime?
tenças interrogativas diretas. Observe: • introduzir uma explicação ou desenvolvi-
mento de ideias anteriormente enunciadas.
Os procedimentos para atingirmos nossas metas
são estes: negociamos a dívida, admitimos mais
profissionais capacitados, aumentamos a produ-
ção e arrecadamos mais divisas.

• introduzir um esclarecimento ou resumo do


que foi dito anteriormente.
Em sua igreja não mando: somente assisto e
apoio.

As reUcências
Usam-se as reticências para:
• indicar que foram suprimidas algumas partes.
Já vem a Primavera desfraldando
Em determinados casos, como no do texto Pelos ares as roupas perfumadas
do anúncio, o ponto de interrogação encerra [ .. .]
períodos curtos, mas de significado amplo. Se
Filinto Elísio
tomarmos como exemplo a primeira linha da
propaganda (O Guga?), e o contexto, deduzi- • expressar hesitação ou surpresa.
mos que a pergunta é: O Guga vem ao torneio - O que você pretende com isso?
de tênis? - Eu ... eu ... só queria agradar.

oponto de exclamação • deixar o sentido da frase em aberto, ficando


a cargo do leitor completá-lo.
O ponto de exclamação é usado após pala-
Fiz o que fiz com a intenção de ajudar; entre-
vras, expressões ou frases que indiquem espan-
tanto . ..
to, surpresa, entusiasmo, susto, cólera, piedade,
súplica. • indicar que o pensamento enveredou por ca-
O seu trabalho é inteligente! Envolvente! minho imprevisto, inesperado, ou produzindo
Surpreendente! uma ironia.
Procuramos pelo melhor presente e acabamos
odois-pontos comprando esse pinguim cor-de-rosa que me
O dois-pontos marca uma pausa repen- pareceu bem bonitinho talvez ...
tina no ritmo de uma frase e tem como
função principal introduzir uma explicação
As aspas
ou enumeração. As aspas são usadas para:
É usado para: • destacar palavras ou expressões.
1. O primeiro "que" cita a opinião de Marcuse como válida, por isso tem-se uma conjunção conforma-
tiva; o segundo é pronome relativo (é possível substituir por"as quais") e o último introduz uma
oração substantiva, é uma conjunção integrante.

HAMLET, o ~UE
~ R '"'é u.tt i O duplo travessão ( - - ) é usado para
l:"'AM~? sass-r.1llTT1vo. ? substituir dupla vírgula, principalmente se a
l intenção for enfatizar o termo intercalado.
A fim de não explicar o problema ao pai -
cn
e: havia batido o carro - , inventou uma mentira.
:.i2

o
N

Os parênteses
Os parênteses costumam ser usados para
isolar explicações, reflexões ou comentários
dentro do texto.
Em muitas situações, um chá (mesmo que
não seja medicinal) resolve alguns males.

• indicar palavras ou expressões estrangeiras


Atividades
e gírias. 1 (FCSCL-SP) "Concordo com a avaliação de Mar-
Todos os alunos estavam "light" no laboratório cuse, que foi a expressão lúcida de um con-
de informática. junto de possibilidades que se manifestaram
Eduardo está com a "corda no pescoço". em 1968. Acho que as diferenças entre os dois
momentos são mais importantes do que qual-
• indicar citações textuais retiradas de outros quer tentativa de aproximá-los." Nessa frase,
autores. as palavras assinaladas assumem, respectiva-
Segundo Celso Cunha, "para reconstruir apro- mente, as funções sintáticas de:
ximadamente o movimento vivo da elo cução a) conjunção subordinativa causal, pronome
oral, serve-se da pontuação". relativo, conjunção subordinativa integrante.
• indicar ironia. b) conjunção subordinativa conformativa, pro-
Rodrigo, com essa roupa, está se achando "in- nome relativo, pronome relativo.
telectual". x c) conjunção subordinativa conformativa, pro-
• indicar título de obras, capítulos ou partes de nome relativo, conjunção subordinativa in-
um texto. tegrante.
Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À me- d) pronome relativo, conjunção subordinativa
dida que avançava, as casas iam rareando, mo- integrante, pronome relativo.
destas casas espalhadas sem simetria e ilhadas e) pronome relativo, pronome relativo, con-
em terrenos baldios. (Lygia Fagundes Telles. junção coordenativa explicativa.
"Meus contos preferidos".)
2 (Unifesp) Leia a tirinha para responder às
Otravessão questões:

O travessão simples (-) serve para indicar


o discurso direto, isto é, que alguém está fa-
lando. Usa-se travessão para indicar a mudan-
ça do interlocutor nos diálogos.
- Mãe, eu posso sair do castigo?
- Só se for para estudar, filha! Adaptado de A tarde, Salvador, l? jul. 2007.
a) Na tirinha, há três ocorrências da palavra 4 (UFAL)
"se". Indique o sentido de cada uma delas
[. . .] Outra coisa, porém, bem diferente,
nas frases em que ocorrem.
é o uso gratuito de palavras em inglês como
Na primeira, o"se"tem valor reflexivo. Na segunda, "se"é o que se verifica hoje no Brasil. A não ser
usado com valor concessivo. Na terceira, o "se" é índice de pela vocação novidadeira - e caipira - de
indeterminação do sujeito. quem se deslumbra diante de qualquer coi-
sa que o aproxima do "estrangeiro", não há
nenhuma razão para que se diga sale no lu-
gar de liquidação, ou qualquer motivo para
falar off em vez de desconto. Tais anomalias
são um dos sintomas do subdesenvolvimen-
to e exprimem, no seu ridículo involuntário, a
mentalidade de quem confunde modernidade
b) Reescreva a última frase da tirinha, alte-
com uma temporada em Miami. [. ..]
rando o registro para a norma-padrão da
língua portuguesa, em primeira pessoa do Folha de S. Paulo, 20 out. 1997.
plural.
Em "A não ser pela vocação novidadeira - e cai-
Mas, quando vivemos nas ruas, nós aprendemos a contar só
pira - de quem se deslumbra", a função do tra-
com nós mesmos (ou conosco).
vessão duplo é:
a) ligar grupo de palavras que se encadeiam
em coordenação.
b) indicar que o período não está concluído.
3 (FGV-SP) Leia o texto. c) intercalar um termo que explica o que o
Amorim, pede pra sair antecede.

O fracasso das negociações comerciais x d) enfatizar a carga semântica da expressão


de Doha ecoa a falência verbal que levou caipira. O travessão duplo isola e destaca a expressão.
o ministro das Relações Exteriores, Celso e) valorizar o efeito de suspense das ideias.
Amorim, a entrar nas reuniões com o pé es-
querdo e a sair delas com a autoridade des-
troçada po r duas declarações de natureza
intrinsecamente perversa.
EXERC(CIOS COMPLEMENTARES
Veja, 6 ago. 2008.
1 (Cefet-MG) Relacione as funções do "se" com
Se fosse retirada a vírgula do título do texto, have- suas respectivas ocorrências.
ria alteração de sentido? Justifique a sua resposta. Funções do "se"
O verbo, sem a vírgula, passaria a ser presente do indicativo e 1. Pronome apassivador
deixaria de estar no imperativo. "Amorim'; por sua vez, deixaria 2. índice de indeterminação do sujeito
de ser um vocativo e passaria a sujeito de"pede''. Assim, a frase
3. Conjunção condicional
imperativa passaria a ser declarativa.
4. Pronome reflexivo
Ocorrências
a) Viam-se apenas os tetos irregulares das
casas.
1. A primeira oração está na voz passiva sintética, por isso o "se" é partícula apassivadora; o segundo "se" estabelece uma condição; o
terceiro mostra uma ação reflexiva; a quarta estrutura possui sujeito indeterminado, por isso"se" é índice de indeterminação do sujeito
e, por fim, a quinta estrutura apresenta voz reflexiva (quem pratica também sofre a ação).

b) ... se fosse para o verdadeiro cão, eu cavaria e) Mas o fim da prisão dos consumidores com
pouco, ... programas de tratamento para viciados
c) ... tendo-se como falso centro, dividia assi- repercutiu pouco, sobre problemas graves
metricamente o planalto. associados ao mercado de drogas ilegais: a
d) Porque vivia-se tentando dar ao aconteci- violência, o contrabando de armas, e a cor-
rupção dos agentes do Estado.
menta ...
e) Eagora, mais matemático ainda, procurava 3 Responda ao que se pede.
um meio de não se ter punido.
a) Explique a diferença de sentido entre as
A sequência correta encontrada: frases que seguem.
a) 1 - 2 - 3 - 4 - 1 1. O Brasil não perdeu a final da Copa do
b) 1-3-1-2-4 Mundo da França porque Ronaldo jogou
fora de suas condições ideais.
X C) 1 - 3 - 4 - 2 - 4
li. O Brasil não perdeu a final da Copa do
d) 2 - 3 - 4 - 1 - 3
Mundo da França, porque Ronaldo jogou
e) 3 - 2 - 1 - 4 - 2 fora de suas condições ideais.
O enunciado I indica que o Brasil não perdeu a final da
2 (ESPM-SP) Assinale a alternativa cuja pontuação
esteja correta: Copa por causa de Ronaldo, mas por outro motivo, que não

a) Mas, o fim da prisão dos consumidores está expresso. O enunciado li indica que a causa de o Brasil

com programas de tratamento para vi- não ter perdido a Copa foi exatamente porque Ronaldo

ciados, repercutiu pouco sobre problemas jogou fora de suas condições ideais, o que causa uma total
graves associados ao mercado de drogas incoerência externa, já que o Brasil perdeu a Copa na França
ilegais: a violência, o contrabando de ar-
e Ronaldo passou muito mal durante a final.
mas e a corrupção dos agentes do Estado.
b) Mas o fim da prisão dos consumidores, com
programas de tratamento para viciados re-
percutiu pouco sobre problemas graves as-
sociados ao mercado de drogas ilegais; a
violência, o contrabando de armas e a cor-
rupção dos agentes do Estado.
c) Mas o fim da prisão dos consumidores, com
programas de tratamento para viciados,
repercutiu pouco sobre problemas graves b) Que mecanismo gramatical provoca essa
associados ao mercado de drogas ilegais; a diferença?
violência, o contrabando de armas e a cor- O mecanismo gramatical que provoca essa diferença é a

rupção, dos agentes do Estado. pontuação, mais especificamente a vírgula.

x d) Mas o fim da prisão dos consumidores, com


programas de tratamento para viciados,
repercutiu pouco sobre problemas graves
associados ao mercado de drogas ilegais: a
violência, o contrabando de armas e a cor-
rupção dos agentes do Estado.
2. Observe as regras básicas: sujeito, verbo e complemento não devem ser separados
por v írgulas; termos e orações intercalad as devem ser isolados com vírgulas.
4 (FAJ-SP) Está(ão) correta(s):
Segurança a) apenas 1.

O ponto de venda do condomínio era a b) apenas li. Os enunciados li e Ili explicam por
que o autor do texto usou essa pon-
sua segurança. Havia as belas casas, os jar- x c) apenas li e Ili. tuação, esclarecendo, portanto, que
dins, os playgrounds, as piscinas, mas ha- ele conhece as regras da gramática
d) apenas Ili. normativa e sabe tirar proveito delas.
via, acima de tudo, segurança. Toda a área
e) 1, li e 111.
era cercada por um muro alto. Havia um
portão principal com muitos guardas que
controlavam tudo por um circuito de TV. 5 (Fuvest-SP)
Só entravam no condomínio os proprietá-
"As pessoas ficam zoando, falando que
rios e visitantes devidamente identificados
a gente não conseguiria entrar em mais
e crachados.
nada, por isso vamos prestar Letras", diz
Mas os assaltos começaram assim mes- a candidata ao vestibular. Entre os moti-
mo. Ladrões pulavam os muros e assaltavam vos que a ligaram à carreira estão o gosto
as casas. por literatura e inglês, que estuda há oito
Os condôminos decidiram colocar torres anos.
com guardas ao longo do muro alto. Nos Adaptado da Folha de S. Paulo, 22 out. 2000.
quatro lados. As inspeções tornaram-se mais
a) As aspas assinalam, no texto dado, a fala
rigorosas no portão de entrada. Agora não
de uma pessoa entrevistada pelo jornal.
só os visitantes eram obrigados a usar cra-
Identifique duas marcas de coloquialidade
chá. Os proprietários e seus familiares tam-
presentes nessa fala.
bém. Não passava ninguém pelo portão sem
As marcas de coloquialidade são"ficam zoando" e "a gente''.
se identificar para a guarda. Nem as babás.
Nem os bebês.
Mas os assaltos continuaram.
Decidiram eletrificar os muros. Houve
protestos, mas no fim todos concordaram. [. . .]

VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler


na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 97-99. b) No trecho que não está entre aspas ocorre
um desvio em relação à norma culta.
No terceiro parágrafo do texto, o autor: Reescreva o trecho, fazendo a correção ne-
cessária.
1. Comete sérios erros de pontuação, demons-
Entre os motivos que a ligaram à carreira, está o gosto por
trando desconhecer as regras da gramática
literatura e inglês, que estuda há oito anos.
normativa.

li. Faz uso da pontuação como recurso estilís-


tico, para enfatizar o exagero das medidas
de segurança.

Ili. Poderia ter usado, para os três últimos pe-


ríodos, a seguinte pontuação: "Não passava
ninguém pelo portão sem se identificar para
a guarda: nem os bebês, nem as babás".
6 (Fuvest-SP) b) Há no texto uma construção que justifica
o emprego do sic. Transcreva-a, aplicando
No dia 19, Juscelino registrou a amargura
o sic no lugar adequado.
que lhe dominava: "Não estou bem por den-
tro", anotou. "Uma das razões que tornaram "No dia 19, Juscelino registrou a amargura que lhe (sic)
(sic) triste a longa permanência na fazenda é
dominava:'o articulista deveria ter empregado o pronome
a ausência de alguns amigos".
o, não lhe, pois o verbo dominar é transitivo direto.
O Estado de S. Paulo, 14 mar. 1996.

Usa-se sic entre parênteses, numa citação, para


indicar que o texto original é aquele mesmo, por
errado ou estranho que pareça.
a) Apresente uma justificativa para aceitar ou
não o sic usado pelo autor do texto.
Não se justifica o emprego de sic, uma vez que a tradição

gramatical não condena a concordância de "tornaram" com o

sujeito"uma das razões''.


1. Figuras de sintaxe A chamada do anúncio torna-se mais conci-
sa e elegante com o recurso ao zeugma:
As figuras de sintaxe fundamentam-se na Para a pele (é) um tratamento de beleza.
reordenação sintática da estrutura da oração.
• Hipérbato ou inversão. Consiste na inver-
• Elipse. É a supressão de termos oracionais são de termos ou orações num período.
subentendidos.
Mas como causar pode seu favor
A lua, um pequeno disco branco só, lá em
Nos corações humanos amizade,
cima. (elipse do verbo é)
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís
• Zeugma. É a supressão de uma unidade
Vaz de Camões)
linguística ou de um sintagma já ocorrente
num enunciado. • Pleonasmo. É uma redundância de caráter
São estas as tradições das nossas linhagens; expressivo que, a princípio, pouco ou nada
[são] estes os exemplos de nossos avós. (Ale- acresce ao enunciado do ponto de vista se-
xandre Herculano) mântico.
Quando com os olhos eu quis ver de perto.
~ tlOUEMA; P/\_RA A SUA BARBA. É µ1:,1 CREME c ·E BA.RBl:c,AR.·
ci.
-.,'
PARA A l'Ei.E, UM lRl..TAMENTO OE llElilU, (Alberto de Oliveira)
o
o
N
.:
"'
E
• Polissíndeto. Trata-se da repetição enfáti-
ca de um síndeto (conjunção ou pronome
relativo).

Onde queres revólver sou coqueiro


E onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo
E onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada nada falta
E onde voas bem alto eu sou o chão
E onde pisas o chão minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão.

Caetano Veloso
• Assíndeto. Ao contrário do polissíndeto, • Onomatopeia. Vocábulo simples ou com-
consiste na supressão de conjunções em ora- posto criado com o fim de tentar imitar sons.
ções que se dispõem em sequência. O tique-taque do relógio perturbava-nos.
Crispiniano espantou a mosca do açucareiro,
• Paranomásia. É a ocorrência de palavras
afastou a cadeira, acendeu um Kiss-Me-De-Lu-
com fonias semelhantes, mas semantica-
xo, procurou os chinelos com os pés.
mente distintas.
Antônio de Alcântara Machado. Brás, Bexiga Os magnetes atraem o ferro; os magnatas, o
e Barra Funda e outros contos. ouro.

Antônio Vieira
• Anáfora. É a repetição de uma palavra ou
expressão no início dos versos ou frases se-
guidas.
Vi uma estrela tão alta,
3. Figuras de palavras
Vi uma estrela tão fria! As figuras de palavras originam-se da alte-
Vi uma estrela luzindo ração semântica das unidades linguísticas.
Na minha vida vazia. • Metáfora. Consiste no estabelecimento de
uma identidade entre dois elementos, par-
Manuel Bandeira
tindo-se de algum traço comum a ambos.
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
2. Figuras Iônicas O ramo da esperança. Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Há figuras que resultam de operações no
Apontando o caminho ao pegureiro.
plano dos fonemas.
Eras a messe de um dourado estio.
• Aliteração. Consiste na reiteração de um ou Eras o idílio de um amor sublime.
mais fonemas consonantais. Eras a glória, a inspiração, a pátria,
A Música da Morte, a nebulosa, O porvir de teu pai! [. .. ]
estranha, imensa música sombria, Fagundes Varela
passa a tremer pela minh'alma e fria
gela, fica a tremer maravilhosa ... • Catacrese. Consiste em transferir a uma pa-
lavra o sentido próprio de outra, constituindo
Cruz e Sousa
formas já incorporadas aos usos da língua.
• Assonância. Trata-se da ocorrência reiterada Ele embarcou no avião. (embarcar-+ barco)
de um mesmo fonema vocálico. • Metonímia ou sinédoque. A metonímia
ó Formas alvas, brancas, Formas claras fundamenta-se na substituição de um termo
de luares, de neves, de neblinas! ...
por outro com o qual mantenha uma corre-
lação lógica, sem que haja prejuízo na inter-
ó Formas vagas, fluidas, cristalinas ...
pretação do sentido do enunciado em que é
Incensos dos tudbulos das aras ...
usada. Essa troca pode ocorrer de várias ma-
Cruz e Sousa neiras:
a) do autor pela obra:
Durante o simpósio, citaram muito Alencar
4. Figuras de
e Machado. pensamento
b) da marca pelo produto: As figuras de pensamento revelam inten-
Cada corpo tem o Parmalat que precisa. ções do emissor no nível extratextual.
(Propaganda da Parmalat) • Antítese. É a contraposição simétrica de ex-
pressões ou palavras antonímicas.
c) do continente pelo conteúdo:
Uma parte de mim
Consumiram muitas caixas de frutas frescas. é multidão:
d) do abstrato pelo concreto: outra parte estranheza
e solidão.
A juventude, muitas vezes, desrespeita os
Ferreira Gullar
mais velhos.

e) do efeito pela causa: • Comparação. Trata-se da colocação de dois


sentidos em paralelo no qual estão presen-
Atingiu seus objetivos graças ao seu pró- tes a unidade linguística comparante e a
prio suor. (suor= efeito; causa = esforço) comparada; é feita com o uso de conjun-
f) do lugar pelo produto: ções ou locuções conjuntivas. Observe:

Cristiano oferecia um havana a cada con-


vidado que chegava. (Havana = lugar; cha-
ruto= produto)

g) da coisa pela sua representação (do


sinal pela coisa significada): • Hipérbole. Tem no exagero a finalidade de
Chegar ao Planalto é o grande sonho de enfatizar um processo.
muitos políticos. (Planalto = Presidência) É a vaidade, Fábio, nesta vida,

h) do indivíduo pela classe ou espécie: Rosa, que da manhã lisonjeada,


Púrpuras mil, com ambição dourada,
Marcelo era considerado u m j udas pela
Airosa rompe, arrasta presumida.
turma.
Gregório de Matos
i) do singular pelo plural:
Foi onde o paulista fundou o país da Espe- • Apóstrofe. É equivalente ao vocativo na
análise sintática, é a interpelação em meio
rança. (p aulista = um indivíduo por todos)
ao enunciado.
j) do gênero pela espécie: Upa! Cá estamos. Custou-te, não, leitor amigo?
Os mortais pensam que são os donos do
Machado de Assis
mundo.
• Gradação. Consiste na enumeração de proces-
1) da matéria pelo objeto:
sos numa intensificação crescente (clímax) ou
O aço cortou a cabeça dos revoltosos. decrescente (anticlímax).
m) da parte pelo todo (ou o inverso): O primeiro milhão excita, acirra, assanha a
Falta teto para tantas vítimas das enchentes. gula do milionário.
(teto = parte ; casa = todo) Olavo Bilac
• Eufemismo. Recurso que suaviza, em certos
fatos, a crueza que poderia ferir a susceptibi- Atividades
lidade do referente ou do receptor da men-
1 (Vunesp)
sagem.
Sauna Brasil
Naquela terrível luta, muitos dormiram para
sempre.(= morreram) Os brasileiros fomos informados ontem
do caráter de pelo menos uma parcela da
• Ironia. É o uso de palavras ou expressões base parlamentar governista. É gente com
com sentido oposto ao que se tenciona sig- a qual "só se pode conversar na sauna e
nificar. pelado" - avisa quem entende de base
Bonito cabelo o seu! (Parece uma vassoura!) parlamentar governista, o ministro das Co-
municações, Sérgio Motta.
• Sinestesia. É a fusão de impressões prove- Folha de S. Paulo, 8 maio 1997.
nientes de dois ou mais sentidos num único
O princípio básico da concordância verbal em
registro:
nosso idioma prevê que o verbo deva ser fle-
Avista-se o grito das araras. Qoão Guimarães xionado em número e pessoa de acordo com
Rosa) (visão e audição) o sujeito da oração. Em alguns casos, devido a
circunstâncias do contexto, esse princípio pode
• Prosopopeia (personificação). Ocorre
ser transgredido. Ocorre nesses casos a cha-
quando são atribuídas características ani-
mada concordância ideológica. Tomando por
madas a entes inanimados: base esse comentário:
a) aponte uma passagem do texto de Clóvis
Rossi em que o verbo não segue uma das
flexões impostas pelo sujeito;
A passagem é "Os brasileiros fomos informados'; pois o

sujeito "os brasileiros" pede o verbo na 3• pessoa do plural,

mas o verbo está flexionado na 1• pessoa do plural (fomos).

b) interprete, com base no contexto, as razões


estilísticas que levaram o autor a preferir tal
forma de concordância.
A opção do autor do texto pela 1• pessoa do plural se jus-

tifica porque ele inclui a si mesmo e aos leitores no grupo

de pessoas indicado pelo sujeito (os brasileiros). O autor

optou pela concordância de acordo com a ideia que quer

transmitir (nós).

Por prosopopeia, a empresa torna-se um


ente animado, capaz de ouvir algo.
2 (Fimca-RO) Leia os versos de Por você para b) Gradação e antítese. A repetição das mesmas
palavras no início de cada
responder à questão. x c) Anáfora e hipérbole. verso é a anáfora; além
disso, percebe-se o exa-
d) Anáfora e antítese. gero das ações elencadas,
Por você eu dançaria tango no teto o que deve ser entendido
e) Prosopopeia e hipérbole. como uma hipérbole.
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador 3 (UFTM-MG) Leia:
Minha mulher, a solidão,
Eu aceitaria a vida como ela é Consegue que eu não seja triste.
Viajaria a prazo pro inferno Ah, que bom é ao coração
Eu tomaria banho gelado no inverno Ter este bem que não existe!

Recolho a não ouvir ninguém,


Por você eu deixaria de beber
Não sofro o insulto de um carinho
Por você eu ficaria rico num mês
E falo alto sem que haja alguém:
Eu dormiria de meia pra virar burguês Nascem-me os versos do caminho.

Eu mudaria até o nome Senhor se há bem que o céu conceda


Eu viveria em greve de fome Submisso à opressão do Fado,
Dá-me eu ser só - veste de seda-,
Desejaria todo o dia a mesma mulher
E fala só - leque animado.

Por você eu conseguiria até ficar alegre PESSOA, Fernando.

Pintaria todo o céu de vermelho ln: Obra poética em um volume, 1986.

Eu teria mais herdeiros que um coelho Na primeira estrofe, Fernando Pessoa se vale
Frejat, Maurício Barros e Mauro Santa Cecília. de duas figuras para expressar a atitude do
eu lírico diante da solidão; trata-se, respecti-
Considere as definições para compreender as
ideias do texto: vamente, de:

r a) metonímia e metáfora. A solidão é personifica-


Anáfora: repetição de uma palavra ao da como "mulher'; por
b) onomatopeia e aliteração. isso identifica-se uma
longo de um texto. ocorrência de personi-

Antítese: oposição entre ideias. x c) personificação e paradoxo. ficação; também ocorre


a sugestão de não ser
Gradação: disposição das ideias em d) metáfora e metonímia. triste com a solidão, o
que deve ser entendido
uma sequência. e) paradoxo e antítese. como um paradoxo.
Hipérbole: expressão exagerada de
uma ideia. 4 (Unicamp-SP, adaptada) Em sua coluna na Folha
Prosopopeia: atribuição de qualida- Ilustrada, Mônica Bergamo comenta sobre o
des humanas a seres não humanos. curta-metragem Um Caffé com o Miécio. Trans-
crevemos parte da coluna a seguir:
Assinale a alternativa que traz, respectivamen-
te, o recurso empregado na elaboração geral [.. .] Quando ouvia a trilha sonora do
do texto e o recurso empregado em todos os curta Um ca.ffé com o Miécio, que Carlos
versos em destaque. Adriano finaliza sobre o caricaturista, co-
a) Gradação e prosopopeia. lecionador de discos e estudioso Miécio
Caffé (1920-2003), Caetano Veloso se en- primárias, os alunos aprenderam a se apre-
cantou por uma música específica. Era a sentar para filmadoras e não mais para pais
desconhecida marchinha "A voz do povo", e mães. Sob o foco automático, a crian-
de Malfitano e Frazão, que Orlando Silva ça já não enxerga o sorriso de orgulho ou
gravou em 1940, cuja letra diz "Que raiva de apreensão na face do pai; vê apenas
danada que eu tenho do povo, que não a handycam que mascara o seu rosto. Se a
me deixa ser original". "É um manifesto, televisão é a arena da história contempo-
como sua obra", disse o músico baiano ao rânea, as câmaras de vídeo domésticas se
cineasta paulistano. tornaram o olhar autorizado da intimidade
Adaptado de BERGAMO, Mônica. familiar (e de outras intimidades nem tão
Folha de S.Paulo, 11 out. 2003.
familiares assim). [. .. ]
As expressões músico baiano e cineasta paulis- BUCCI, Eugênio. Veja, 3 dez. 1996.
tano retomam elementos anteriormente apre-
"Cônscia de sua relevância mística, a ma-
sentados no texto. Como funciona esse proces-
drinha chora no exato instante em que os
so de retomada?
refletores lhe incandescem a maquiagem."
Tais expressões retomam dois nomes próprios a fim de que não
No trecho citado, o autor emprega a ironia
haja repetição deles. Essa substituição é do tipo metonímica.
para intensificar sua crítica à situação descrita.
Trata-se, portanto, de um caso de antonomásia, que consiste na
Explique como esse recurso de linguagem in-
substituição de um nome por outro ou por uma expressão que
tensifica a referida crítica.
o identifique.
A ironia é empregada a fim de que a imagem da "madrinha" seja

desmascarada, já que mostra um choro forçado, proposital.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
1 (UERJ) 2 (PUC-SP) A questão refere-se ao texto seguinte:
O império das lentes Verdes mares bravios de minha terra
natal, onde canta a jandaia nas frondes da
Nas cerimônias de casamento, as re-
carnaúba;
tinas das testemunhas foram substituídas
pela camcorder do sujeito de terno gasto Verdes mares que brilhais como líquida
que grava o enlace andando de um lado esmeralda aos raios do sol nascente, per-
para o outro (o distinto padre pode dar longando as alvas praias ensombradas de
licença, por favor?). Cônscia de sua rele- coqueiros;
vância mística, a madrinha chora no exato Serenai verdes mares, e alisai doce-
instante em que os refletores lhe incandes- mente a vaga impetuosa para que o barco
cem a maquiagem. Nas festas de escolas aventureiro manso resvale à flor das águas.
Esse trecho é o início do romance Jracema, de Cite e explique a figura de linguagem (obser-
José de Alencar. O uso repetitivo da expressão vada nesse fragmento) pela qual o poeta estru-
verdes mares e os verbos serenai e alisai, indi- tura o poema.
cadores de ação do agente natural, imprimem O poeta estrutura todo o poema a partir de apóstrofes, que são
ao trecho um tom poético apoiado em duas fi- a referência direta a um interlocutor (Deus).
guras de linguagem:
x a) anáfora e prosopopeia.
A repetição no início
dos versos é anáfora, e
b) pleonasmo e metáfora. ocorre personificação
na sugestão de que os
c) antítese e inversão. verdes pratiquem ações
(serenar e alisar).
d) apóstrofe e metonímia.
e) metáfora e hipérbole. 4 (U. F. São Carlos-SP) Leia e responda ao que se
pede:

3 (U. F. Juiz de Fora-MG, adaptada) As estrofes - Não refez então o capítulo? - inda-
apresentadas a seguir foram retiradas do poe- gou ela logo que entrei.
ma "Vozes d'África", de Castro Alves. "Vozes - Oh, não, Miss Jane. Suas palavras abri-
d'África" é um dos textos em que o poeta ex- ram-me os olhos.
pressa sua indignação diante da escravidão. Convenci-me de que não possuo qua-
lidades literárias e não quero insistir - re-
Vozes d'África truquei com ar ressentido.

Deus! ó Deus, onde estás que não res- - Pois tem de insistir - foi sua respos-
pondes!? ta [. . .] Lembre-se do esforço incessante de
Flaubert para atingir a luminosa clareza que
Em que mundo, em qu'estrela tu
só a sábia simplicidade dá. A ênfase, o em-
t'escondes,
polado, o enfeite, o contorcido, o rebusca-
Embuçado nos céus? mento de expressões, tudo isso nada tem
Há dois mil anos te mandei meu grito, com a arte de escrever, porque é artifício e
o artifício é a cuscuta da arte. Puros manei-
Que embalde, desde então, corre o in-
rismos que em nada contribuem para o fim
finito ...
supremo: a clara e fácil expressão da ideia.
Onde estás, Senhor Deus? ...
- Sim, Miss Jane, mas sem isso fico sem
[. . .] estilo ...
Mas eu, Senhor! ... Eu triste, abandonada, Que finura de sorriso temperado de mei-
Em meio dos desertos esgarrada, guice aflorou nos lábios da minha amiga!
Perdida marcho em vão! - Estilo o senhor Ayrton só o terá quan-
do perder em absoluto a preocupação de ter
Se choro ... bebe o pranto a areia ardente!
estilo. Que é estilo, afinal?
Talvez ... pra que meu pranto, ó Deus
- Estilo é ... - ia eu responder de pron-
clemente,
to, mas logo engasguei, e assim ficaria se
Não descubras no chão! ... ela muito naturalmente não mo definisse de
[. .. ] gentil maneira.
- . . . é o modo de ser de cada um. Es- Morre a cada instante
tilo é como o rosto: cada qual possui o que Que devora a voz do morto, e com isso,
Deus lhe deu. Procurar ter um certo estilo Ressuscita vampira, sem o menor aviso
vale tanto como procurar ter uma certa cara.
[. .. ]
Sai máscara fatalmente essa horrível coisa
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
que é a máscara ...
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
- Mas o meu modo natural de ser não
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
tem encantos, Miss Jane, é bruto, grossei-
Tease me, tease me outra vez
ro, inábil, ingênuo. Quer então que escreva
desta maneira? Ou em banto baiano

- Pois perfeitamente! Seja como é, e Ou em português de Portugal


tudo quanto lhe parece defeito surgirá Se quiser, até mesmo em americano
como qualidades, visto que será reflexo da De Natal
coisa única que tem valor num artista - a [ ... ]
personalidade. Lobão

Monteiro Lobato. O presidente negro. r ~

Teose me: caçoe de mim, importu-


, ne-me.
Gustave Flaubert (1821-1880): es- '
critor realista francês considerado um Na letra da canção apresentada, o compositor
dos maiores do Ocidente. Lobão explora vários recursos da língua por-
Cuscuta: planta parasita. tuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos
' ~
ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o
No último parágrafo do texto, Miss Jane tenta extrato sonoro do idioma e o uso de termos
convencer Ayrton fazendo uso de uma figura coloquiais na seguinte passagem:
chamada: a) "Quando um doce bardo brada a toda bri-
x a) paradoxo. da" (v. 2)
b) elipse. Ao sugerir a possibilidade de extrair o defei- b) "Em velas pandas, suas esquisitas rimas?"
to da qualidade, percebe-se a oposição de
c) ironia. ideias, ou seja, um paradoxo.
(v. 3)
d) eufemismo. e) "Que devora a voz do morto" (v. 9)
e) pleonasmo. d) "lobo-bolo /Tipo pra rimar com ouro de
tolo? (v. 11-12)
x e) "Tease me, tease me outra vez" (v. 14)
5 (Enem-MEC) Leia:

Para o Mano Caetano


6 (Vunesp, adaptada) A questão seguinte toma
por base um fragmento do conto "Uma histó-
O que fazer do ouro de tolo ria de mil anos", do escritor, editor e polemista
Quando um doce bardo brada a toda brida, Monteiro Lobato (1882-1948).
Em velas pandas, suas esquisitas rimas? - Hu ... hu. ..
Geografia de verdades, Guanabaras postiças E como nos ínvios da mata soluça a juriti.
Saudades banguelas, tropicais preguiças? Dois bus- um que sobe, outro que desce.
A boca cheia de dentes O destino do u! ... Veludo verde-negro
De um implacável sorriso transmutado em som - voz das tristezas
5. Em "lobo-bobo'; há aliteração do fonema /b/ e assonância do fone-
ma /p/ (figuras fônicas), e "tipo" é uma marca de coloquialidade.
sombrias. Os aborígines, maravilhosos deno- topaicos que a língua portuguesa herdou do
minadores das coisas, possuíam o senso im- tupi. Com base nesse comentário, responda:
pressionista da onomatopeia. Urutáu, urú, Para exprimir relações entre som e sentido, os
urutú, inambú - que sons definirão me- escritores muitas vezes se servem da sines-
lhor essas criaturinhas solitárias, amigas da tesia, ou seja, da mescla de diferentes im-
penumbra e dos recessos?
pressões sensoriais, como o sintagma "ruído
A juriti, pombinha eternamente magoada, áspero e frio", em que se misturam sensa-
é toda us. Não canta, geme em u - geme ções auditivas ("ruído") e tácteis ("áspero e
um gemido aveludado, lilás, sonorização do- frio"). Localize, no quinto parágrafo do conto,
lente da saudade. um sintagma em que ocorre procedimento
O caçador passarinheiro sabe como ela semelhante e identifique as impressões sen-
morre sem luta ao mínimo ferimento. Morre soriais evocadas.
emu ...
No conto de Monteiro Lobato, a sinestesia empregada
Já o sanhaço é todo AS. Ferido, debate-
encontra-se em "geme um gemido avelulado, lilás, sonorização
se, desfere bicadas, pia lancinante.
dolente da saudade''. Os sentidos evocados são: audição ("gemi-
A juriti apaga-se como chama de algodão.
do'; "sonorização"), tato ("aveludado") e visão ("lilás").
Frágil torrão de vida, extingue-se como se ex-
tingue a vida do torrão de açúcar aos simples
contacto da água. Um u que se funde.

LOBATO, Monteiro. Negrinha. 9. ed.


São Paulo: Brasiliense, 1959.

No conto "Uma história de mil anos", Mon-


teiro Lobato interpreta os valores expressivos
dos sons com que representamos o canto dos
pássaros, bem como de vocábulos onoma-
k

Você também pode gostar