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Português - Gramática

Fonologia
Processos fonológicos de inserção:
Prótese – Inserção de um segmento no início da palavra.
Epêntese – Inserção de um segmento no interior da palavra.
Paragoge – Inserção de um segmento no fim da palavra.

Processos Fonológicos de Supressão:


Aférese – Supressão de um segmento no início da palavra.
Síncope – Supressão de um segmento no interior da palavra.
Apócope – Supressão de um segmento no fim da palavra.

Processos fonológicos de alteração


Sonorização – Transformação de uma consoante surda numa consoante sonora.
Palatização – Transformação de um segmento em consoante palatal.
Redução vocálica – Enfraquecimento de uma vogal ao passar de posição tónica a átona.
Contração
Crase – Contração de duas vogais numa só.
Sinérese – Contração de duas vogais num ditongo.
Vocalização – Transformação de um som consonântico num som vocálico.
Metátese – Transposição (troca de lugar) de segmentos numa palavra.
Assimilação – Identificação ou aproximação de um segmento a um segmento vizinho.
Dissimilação – diferenciação de segmentos vizinhos iguais ou semelhantes.

Etimologia
Palavras divergentes → Apresentam formas diferentes, embora tenham, na sua origem, o
mesmo étimo (plenu - cheio ou pleno).
Palavras convergentes → Apresentam a mesma forma, embora tenham origem em étimos
diferentes (rivu - rio (nome) ou rideo - rio (forma do verbo rir)).

Formação de palavras
Derivação Conversão – olhar (verbo) -> o olhar
(nome)
Prefixação – Junção de um prefixo a uma
Derivação não afixal – confortar -> o
forma de base (des+contente).
conforto
Sufixação – Junção de um sufixo a uma
forma de base (alegre+mente)
Composição
Parassíntese – Junção obrigatoriamente
simultânea de um prefixo e de um sufixo Morfológica – Agr(o)pecuária
a uma forma de base (en+tarde+ecer). Morfossintática – Navio-escola
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Processos irregulares de formação de palavras
Sigla – iniciais de várias palavras, Amálgama – palavra que resulta da junção
pronunciadas uma a uma (ONG - Organização de duas ou mais palavras (você - vossa + mercê).
Não Governamental). Empréstimo – palavra originária de outra
Acrónimo – iniciais de várias palavras, língua (bricolage).
pronunciadas como uma palavra (ONU - Extensão semântica – palavra que já existe
Organização das Nações Unidas). mas têm um significado diferente (rato).
Truncação – palavra que resulta do Onomatopeia – palavra que produz um
apagamento de parte da palavra que lhe dá som (clique).
origem (quilo - quilograma).

Classe de Palavras
Nome
Próprio
Comum
Contável - objeto ou entidade que se Não contável - objeto ou entidade que
pode contar ou pluralizar (medalha -> 1 não se pode decompor em partes
medalha, 2 medalha, 3 medalha). individualizadas (harmonia, paz, leite,
Contável coletivo - conjunto de arroz, água)
entidades do mesmo tipo que pode ser Não contável coletivo - conjunto de
contado (cardume, alcateia, mantilha, entidades do mesmo tipo que não pode
vara, rebanho). ser contado (fauna, flora).

Adjetivo
Qualificativo - atribui uma quantidade ou atributo a um nome (pobre, belo, honesto, fiel).
Relacional - deriva de um nome e coloca-se depois deste (teatral, literário, musical).
Numeral - indica a ordem ou sucessão do nome (primeiro, segundo, terceiro).

Grau dos adjetivos:


Comparativo de superioridade – mais fiel do que
Comparativo de igualdade – tão fiel como
Comparativa de inferioridade – menos fiel do que
Superlativo relativo de superioridade - o mais fiel
Superlativo relativo de inferioridade - o menos fiel
Superlativo absoluto sintético - fidelíssimo
Superlativo absoluto analítico - muito fiel
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Advérbio
Valor semântico:
De tempo – ontem, agora, hoje, amanhã De quantidade e grau – muito, pouco, mais,
De lugar – ali, cá, acolá, aqui menos, bastante, demasiado, imenso
De modo – devagar, rapidamente, lentamente De designação – eis
De dúvida – talvez, porventura, possivelment De negação – não
De inclusão – até, também, inclusivamente De afirmação - sim
De exclusão – apenas, senão, exclusivamente

Função
Conectivo – contudo, todavia, primeiramente, Interrogativo – onde, quando, como, porque.
depois, porém, seguidamente. Relativo – onde, com.

Variação em género
Biforme – possui uma forma para o feminino e para o masculino.
Uniforme – possui apenas uma forma para ambos os géneros.

Verbo
Intransitivo – Verbo que não seleciona quaisquer complementos. Ex.: O rapaz adormeceu.
Transitivo
Direto: verbo que seleciona um complemento direto. Ex: Ontem, encontrei um amigo de infância.
Indireto: verbo que seleciona um complemento indireto ou um complemento oblíquo.
Ex.: 0 Luís telefonou ao primo. || O Luís mora em Braga.
Direto e indireto: verbo que seleciona um complemento direto e um complemento indireto ou um
complemento oblíquo. Ex.: Eu dei um livro ao meu avô. ||O meu avô pôs o livro na estante.
Transitivo-predicativo: verbo que seleciona um complemento direto e um predicativo do
complemento direto. Ex.: O juiz considerou o réu inocente.
Copulativo – Verbo que ocorre numa frase em que existe um sujeito e um predicativo do sujeito.
Ex.: Os rapazes permaneceram sentados durante horas. || Dependendo da frase em que ocorrem,
podem ser verbos copulativos: ser, estar, ficar, continuar, permanecer, andar, parecer, tornar-se.
Auxiliar
Tempos compostos: verbo auxiliar (ter, haver) + particípio do verbo principal ou do verbo
copulativo. Ex.: Nós temos feito muito exercício ultimamente.
Passiva: verbo auxiliar (ser) + particípio do verbo principal ou do verbo copulativo.
Ex.: As saídas foram autorizadas pelo diretor.

Preposição
Simples: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Ex.: Não falo contigo desde junho.
Contraída: algumas preposições (a, de, em, por) podem contrair-se com pronomes ou determinantes.
Ex.: Deixei as minhas chaves na mala. (na = em + a)
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Quantificador
Numeral: indica uma quantidade precisa que pode ser:
• numérica (numeral cardinal); Ex.: Ofereci duas gravatas ao meu pai.
• um múltiplo (numeral multiplicativo); Ex.: 0 José recebeu o dobro do dinheiro que esperava.
• uma fração (numeral fracionário); Ex.: Queria um terço dessa tarte, por favor.
Existencial (ex.: muito, pouco) Interrogativo (ex.: quanto)
Universal (ex.: todo, nenhum Relativo (ex.: quanto)

Determinante
Artigo definido: antecede o nome que se refere a algo definido, identificado (o, a, os, as).
Ex.: O meu almoço estava delicioso.
Artigo indefinido: antecede o nome que se refere a algo indefinido, não identificado (um/uma,
uns, umas). Ex.: Ontem, vi um ex-aluno teu.
Demonstrativo: localiza a entidade a que se refere o nome (este, esta, estes, estas, esse, essa,
esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas). Ex.: Aquelas estátuas são belíssimas!
Possessivo: indica a relação que existe entre o possuidor e aquilo a que o nome se refere (meu,
minha, meus, minhas, teu, tuas, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas,
vosso, vossa, vossos, vossas). Ex.: Acho que as tuas notas melhoraram bastante.
Indefinido: refere-se de forma imprecisa e indefinida ao nome que o sucede (certo, certa, certos,
certas, outro, outra, outros, outras). Ex.: Certas pessoas precisam de estar sozinhas.
Relativo: estabelece uma relação com o nome que o antecede (cujo, cuja, cujo, cujas).
Ex.: A camisola cuja manga estava rasgada foi arranjada.
Interrogativo: introduz frases interrogativas com o objetivo de determinar a identidade do nome
que o sucede (qual, que, quais). Ex.: Que sobremesa preferes?

Pronome
Pessoal: refere-se aos participantes no discurso ou representa um grupo nominal anteriormente
expresso (eu, tu, você, ele, nós, vós, vocês, eles, mim, ti, si me te, se, o, nos, vos, lhe, comigo,
contigo, consigo, connosco, convosco). Ex.: Nós gostávamos que o Ricardo viesse connosco.
Demonstrativo: localiza a entidade a que se refere o nome, a oração ou a frase que substitui
(este, esse, aquele, isto, isso, aquilo, o). Ex.: Não gosto nada de dióspiros e tu sabes isso.
Possessivo: indica a relação que existe entre o possuidor e aquilo que é possuído (meu, teu, seu,
nosso, vosso). Ex.: Adorei o teu livro, mas não gostei muito do meu.
Indefinido: exprime uma ideia imprecisa e indefinida em relação à quantidade / identidade do
grupo nominal que substitui (muito, pouco, nada, todo, tudo, tanto, outro, outrem, algum,
alguém, nenhum, ninguém, qualquer). Ex.: Telefonei-te, mas não havia ninguém em casa.
Relativo: remete para um grupo nominal ou para uma oração, que se designa de antecedente (o
qual / os quais, que, quem). Ex.: As flores que me enviaste eram tão exóticas!
Interrogativo: introduz frases interrogativas com o objetivo de determinar a identidade,
qualidade ou quantidade daquilo a que se refere o grupo nominal que substitui (quanto, qual
/quais, que, o que, quem). Ex.: Quem escreveu este texto belíssimo?
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Conjunção -> Oração
Conjunções Locuções

Copulativa (adição) e, nem, também não só… como também, tanto…


como, nem… nem

Adversativa (oposição) mas, porém apesar disso, no entanto, ainda


Coordenadas assim

Disjunção (alternativa) ou ou… ou, já… já, ora… ora, quer…


quer, seja… seja

Explicativa (explicação) pois

Conclusiva (conclusão) logo por consequente, por


consequência, por isso

Subordinadas Completiva (integrantes) que, se. Ex. Sinto que vai chover
substantivas
Relativa sem antecedente quem Ex. Quem vai ao mar, perde o lugar

Relativa restritiva (limitar que Ex. Os bolos que estavam estragados


Subordinadas alguma informação) foram para o lixo (só os que estavam estragados
adjetivas
Relativa explicativa que Ex. Os artistas, que estavam nervosos,
(adicionar explicação) subiram ao palco.

Causais (uma causa) porque, pois, portanto, pois que, já que, visto que, por
que (=porque) isso é que, por isso mesmo

Temporais (referência quando, enquanto, que até que, à medida que, antes
temporal) (=desde que) que, logo que, sempre que,
assim que
Subordinada
Finais que (=para que) para que, a fim de que
adverbial
Condicionais (condição se, caso (= se) a menos que, contanto que,
necessária) desde que, no caso de que

Consecutivas que (antecedido de tal, de que maneira que, de sorte


(consequência) tanto, de tal maneira) que, de modo que

Concessivas (contraste) embora, conquanto, apesar de que, ainda que,


que posto que, se bem que, mesmo
que, por mais que

Comparativas (comparar) como, conforme, que, assim como, bem como, que
consoante, segundo nem, mais… do que, tão… como
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Função Sintática
Frase
Grupo nominal – o arroz carolino caiu subitamente do céu.
Grupo verbal – o arroz carolino caiu subitamente do céu.
Grupo adjetival – o arroz carolino caiu subitamente do céu.
Grupo adverbial – o arroz carolino caiu subitamente do céu.
Grupo preposicional – o arroz carolino caiu subitamente do céu.

ao nível da frase
Sujeito – grupo nominal
Simples – apenas um grupo nominal ou oração.
Ex. A Joana é trabalhadora.
Composto – orações ou grupos nominais coordenados.
Ex. Quem falou e quem gritou será punido.
Ex. A Cátia e o Rui são primos.
Nulo Subentendido – não está expresso o sujeito, mas, pelo contexto sabe-se quem pratica a ação.
Ex. Fui ao cinema (eu).
Ex. Comemos gelado (nós).
Nulo Indeterminado – não se sabe quem pratica a ação.
Ex. Dizem que este queijo é excelente.
Ex. Trabalha-se muito na minha empresa.
Nulo Expletivo – frases sem sujeito, porque dizem respeito a fenómenos meteorológicos, da natureza
ou quando utilizam o verbo haver com sentido existencial.
Ex. Choveu muito.
Ex. Há bolachas na lata.
Predicado – grupo verbal (verbo + complementos, predicativos, modificador (gv).
Vocativo – Função sintática através da qual se interpela o interlocutor. Aparece isolado pela vírgula.
Ex. Senhor Doutor, posso entrar? Maria, faz-me um favor!
Modificador de frase – Modifica a frase e não apenas o verbo.
Ex. Infelizmente, o Zé reprovou. Gostei de ver aquele filme no cinema

Funções sintáticas ao grupo verbal


Complemento direto – Pode ser substituído por pronomes pessoais (o, a, os, as).
Responde às questões quem ou o quê. Ex. O Pedro ofereceu um CD à Joana.
Complemento indireto – Pode ser substituído por pronomes pessoais (lhe, lhes).
Responde à questão a quem? Ex. O Pedro ofereceu um CD à Joana.
Complemento oblíquo – Não pode ser substituível por pronomes pessoais.
Ex. Os ciclistas chegaram à meta.
Complemento agente da passiva – Exclusivo em frases passivas, introduzida pela preposição por.
Ex. Os jornalistas gravaram o concerto -> O concerto foi gravado pelos jornalistas.
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Predicativo do sujeito – aparece em frases com verbos copulativos, predica algo acerca do sujeito.
Ex. Aquele rapaz parece triste O João é professor de matemática
Predicativo do complemento direto – atribui qualidade ou propriedades ao compl. direto.
É selecionado pelo verbo transitivo predicativo Ex. Considero o Vicente muito competente.
Modificador do grupo verbal – informações sobre o tempo, o espaço, o modo, etc.
Ex. Fomos ao Museu da Imprensa no sábado.

Funções sintáticas ao grupo nominal


Complemento do nome – as palavras / expressões destacadas completam o sentido dos nomes que
os antecedem.
Ex. A visita ao museu ocorreu na terça-feira. A construção desta igreja teve vários percalços.
Modificador restritivo do nome – limita o sentido do nome a que se refere. Não pode ser separado por
vírgulas do nome a que se refere.
Ex. A exposição que vi ontem foi muito elogiada. Gosto muito de literatura medieval.
Modificador apositivo do nome – adiciona informações relativamente ao nome a que se refere. É
separada obrigatoriamente por vírgulas.
Ex. O meu primo, que te apresentei ontem, foi para Lisboa.

Funções sintáticas ao grupo adjetival


Complemento do adjetivo – selecionado por um adjetivo, complementado o seu sentido.
Ex. Este exercício é difícil de resolver O João está contente por te ter convidado.

Frase ativa e frase passiva

Campo Lexical E Campo Semântico


Campo Lexical – conjunto de palavras associadas pelo seu significado a determinado domínio
conceptual.
Ex. Futebol -> jogador, árbitro, baliza, estádio, equipa, golo, remate. vitória, empate, bola, bancada…
Campo Semântico – conjunto de significados que uma dada palavra pode ter em diversos contextos
em que ocorre.
Ex. Terra -> planeta, país, região, cidade, vila, aldeia ou lugar onde se habita, propriedade rural,
matéria orgânica para cultivo.
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Verbos (modos)
Modo indicativo – serve para registar um facto, uma certeza ou uma verdade.
Modo conjuntivo – serve para nos referirmos a factos incertos / duvidosos, possibilidades ou desejos.
Modo condicional – utiliza-se quando queremos referir factos que estão dependentes de uma
condição, exprimir uma dúvida ou para nos referirmos a um acontecimento realizado depois de
outro acontecimento passado.
Modo imperativo – utiliza-se para dar ordens, conselhos ou para fazer pedidos:
● Estuda, estudai; Aprende, aprendai; Descobre, descobrai;
Infinitivo – expressa o sentido do verbo sem localização temporal:
● Estudar; Aprender; Descobrir.
Particípio – é usado nos tempos compostos e na passiva:
● Estudado Aprendido; Descoberto.
Gerúndio – traduz uma ação em curso, que pode ter simultâneo de outra:
● Estudando Aprendendo; Descobrindo.

Recursos Expressivos
Alegoria – Para representar um conceito ou uma abstração através de uma imagem ou de uma
figuração, com o qual mantém uma relação de semelhança.
Ex. no Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira, em que a descrição física do
polvo simboliza a hipocrisia, a traição e a dissimulação humanas.
Aliteração – Repetição do mesmo som consonântico no início de palavras ou sílabas seguidas.
Ex. “Fogem fluindo à fina-flor dos fenos." (Eugénio de Castro);
"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse." (Eugénio de Castro).
Anáfora – Repetição de uma ou mais palavras no início de verso ou de período.
Ex. "É brando o dia, brando o vento. É brando o Sol e brando o céu." (Fernando Pessoa).
Anástrofe – Inversão da ordem direta das palavras na frase.
Ex: "Tirar Inês ao mundo determina." (Camões).
Antítese – Apresentação de um contraste entre duas ideias ou coisas. Repare-se nesta
sequência de antíteses:
Ex. "Ganhe um momento o que perderam anos / Saiba morrer o que viver não soube!" (Bocage)
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
Apóstrofe – Consiste na interpelação de algo ou de um alguém, real ou fictício.
Ex. “Oh! Deus, Perdoe este pobre coitado. Que de joelhos rezou um bocado […] Oh! Deus será que
o senhor se zangou… o Sol se arretirou […] Senhor, Eu pedi para o sol se esconder um tiquinho…”
Comparação – Consiste na relação de semelhança entre duas ideias ou coisas, através de uma palavra
ou expressão comparativa ou de verbos a ela equivalentes.
Ex. "O gênio é humilde como a natureza." (M. Torga) .
"A rua [...] parece um formigueiro agitado." (Érico Veríssimo).
"Eu toco a solidão como uma pedra." (Sophia de Mello Breyner Andresen).
Enumeração – Apresentação sucessiva de vários elementos, para intensificar uma ideia.
Ex. “Horrendo, fero, ingente e temeroso." (Camões).
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Eufemismo – Dizer de uma forma suave uma ideia ou realidade desagradável.
Ex. "Tirar Inês ao mundo determina."(Camões)
Hipérbole – Ênfase resultante do exagero do real, por excesso ou por defeito.
Ex. "Se aquele mar foi criado num só dia, eu era capaz de o escoar numa só hora."
Interrogação retórica – Dar a uma afirmação a forma de interrogação .
Ex. Quem não quer ser feliz? Acha que eu nasci ontem? Quem pensas que és?
Ironia – Figura que sugere o contrário do que se quer dizer.
Ex. Ele correu tão rápido quanto uma tartaruga. A sopa estava uma delícia: fria e sem tempero.
Metáfora – Uma palavra ou uma expressão substitui outra porque entre as duas existe uma relação
de semelhança. Comparação de dois termos, seguida de uma identificação.
Ex. O arroz eram pérolas brilhantes, a realidade arroz é substituída pela realidade pérolas.
“Amor é o fogo que arde sem se ver” (Luís de Camões).
Metonímia – Transferência de significado das palavras.
Ex. Vamos beber um copo? - o continente pelo conteúdo.
Leio Eça com frequência - o autor pela obra.
Perífrase – Figura que consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito em algumas
ou alguma palavra.
Ex. "Tenho estado doente. Primeiramente, estômago - e depois, um incómodo, um abscesso.
Personificação – Atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a seres que não o são.
Ex. "Ó Mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)
"Havia na minha rua / Uma árvore triste.” (Saúl Dias).
Pleonasmo - Repetição de uma ideia já expressa.
Ex. "Vi, claramente visto, o lume vivo." (Camões)
Fogo que arde, Subir para cima.
Paralelismo – Repetição do esquema ou construção da frase ou do verso.
Ex. "Meu amor! Meu amante! Meu amigo!" (Florbela Espanca)
“Ondas do mar de Vigo, Se vistes o meu amigo, E ai Deus se virá cedo! Ondas do mar
levado, Se vistes meu amado, Ai Deus se virá cedo!" (Martim Codax).
Paradoxo - Um mesmo elemento produz efeitos opostos.
Ex. "Que puderam tornar o fogo frio." Que saudade, gosto amargo."
Onomatopeia - Conjunto de sons que produzem ruídos do mundo físico. Este conjunto de
sons podem formar palavras com sentido (palavras onomatopaicas).
Ex. Boom, Aaai, Bang
Símbolo – utilização de uma palavra ou expressão com um valor representativo, facilmente
reconhecido pela generalidade das pessoas,
Ex. A pomba branca é um símbolo de paz. A foice simboliza a morte (a ceifeira).
Sinédoque – transferência do significado de uma palavra para outra, numa relação que torna o todo
pela parte ou o inverso.
Ex. Que da Ocidental praia Lusitana (=Portugal). Torna-se a parte (praia) pelo todo (Portugal).
Sinestesia e Gradação ???
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Coerência e coesão textual
Coesão textual é o conjunto de mecanismos linguísticos que marcam a continuidade de sentido
textual ou progressão temática. Há dois grandes tipos de coesão: a lexical e a gramatical.
Coerência textual é a continuidade de sentido para a qual contribuem as regras linguísticas, textuais e
pragmáticas que participam na construção do texto. Um texto é coerente quando aquilo que ele
transmite está de acordo com o conhecimento que cada locutor e interlocutor têm do mundo.
Se os textos não forem construídos respeitando essas regras, tornam-se incoerentes.

Coerência textual
A coerência depende, assim, das relações de sentido que se estabelecem entre as palavras. Essas
relações devem obedecer a três regras:
❖ regra da relevância – a regra da relevância, por sua vez, aponta para a importância de a
informação apresentada no texto ser pertinente e apropriada ao seu contexto, devendo também
guiar-se pelo critério de verdade e validade — fala-se aqui da máxima da qualidade.
❖ regra da não contradição – determina que não se pode apresentar argumentos ou dados
logicamente incompatíveis.
❖ regra da não redundância – a regra da não repetição diz um texto não deve retomar
desnecessariamente informação já apresentada nem cair em redundância.
Há também requisitos que um texto deve ter para ser coerente. O primeiro desses requisitos é o da
unidade de conteúdo, pois o texto deve tratar um tema central, que depois é desenvolvido e analisado.
Este conceito associa-se a outros dois requisitos de um texto: os da continuidade e da progressão. A
continuidade temática é o princípio da unidade de tema e garante que exista um o condutor na
mensagem. Já a progressão prende-se com o desenvolvimento das ideias e dos acontecimentos e com
o aparecimento de nova informação.

COESÃO Textual
Coesão lexical — Estabelece-se por meio de uma rede de referências de um texto, que se faz por
reiteração (repetição) e por substituição. Desta forma, é possível remeter o discurso para um
elemento anteriormente identificado.
Ex.: Os animais comem para sobreviver. Todas as criaturas se alimentam para terem energia e
garantirem as suas funções vitais. Caçar, correr, lutar são atividades que exigem energia
previamente absorvida. Para tal, por exemplo, as aves têm asas, bicos, patas e penas.
Além de se manifestar pela repetição de palavras (energia/energia), a coesão lexical está presente
nos processos de substituição por sinônimos (animais/criaturas, comer/alimentar-se), por
hiperónimos e hipónimos - relações de hierarquia (atividades: caçar, correr, lutar) e por holónimos
e merónimos - relações de inclusão (ave: asa, bico, patas).
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Coesão gramatical
Coesão referencial — Consegue-se por intermédio de mecanismos discursivos (pronomes,
advérbios ou determinantes) que estabelecem uma relação entre os elementos do texto.
Ex.: A Ana está contente porque recebeu a bicicleta que o avô lhe prometera.
A correferência entre os termos «A Ana» e «lhe» advém do facto de remeterem para a mesma
entidade: uma menina chamada Ana. Quando, como acontece na frase citada, um pronome
(lhe), um advérbio ou um determinante se referem a uma entidade anteriormente
designada (A Ana), estamos perante uma anáfora. Caso esses elementos discursivos
remetem para uma entidade que será posteriormente designada, o mecanismo
denomina-se catáfora:
Exs.: Ele perguntou a si próprio: o que vais fazer, José? (catáfora)
Eu vi-o, mas ele, o António, não me viu. (catáfora)
A coesão referencial pode fazer-se por elipse, ou seja, por omissão de uma referência
expressa a um antecedente. Aí é o elemento ausente (Ø) que estabelece a coesão:
Ex.: A Joana levantou-se, Ø correu para a porta e Ø saiu.
Coesão frásica — Consegue-se pela relação sintática entre as palavras que compõem a frase.
Este tipo de coesão de carácter gramatical manifesta-se sobretudo a nível:
i) da ordem de palavras na frase: esta ordem pode sofrer alterações, desde que estas não
perturbem a gramaticalidade da frase e a compreensão da informação.
Ex.: A Ana comeu um gelado ontem.
ii) da concordância: dentro da frase, as palavras devem concordar em gênero e em número.
Essa concordância estabelece-se entre elementos como o sujeito e o verbo, o
determinante e o nome, o nome e o adjetivo, etc.
Ex.: Os rapazes espertos são simpáticos.
Coesão interfrásica — É assegurada sobretudo por articuladores ou conectores do discurso:
palavras ou expressões que lexicalmente traduzem as ligações lógicas entre as partes do
texto. Os articuladores são elementos linguísticos como as conjunções, as locuções
conjuncionais, os advérbios ou outro tipo de expressões de ligação.
Ex.: Os alunos empenharam-se no estudo. Por isso, alcançaram bons resultados. No entanto,
estavam ainda receosos do exame.
Coesão temporal — Resulta da correta e explícita ordenação no tempo dos factos
apresentados num texto. A organização cronológica dos acontecimentos é, portanto,
garantida por meio de uma relação bem definida entre os tempos verbais e as palavras e
expressões com valor temporal. O grupo das palavras e expressões temporais, por seu
lado, é composto por advérbios de tempo (ontem, agora, amanhã, etc.) e expressões
preposicionais (antes disso, de manhã, etc.), entre outros.
Ex.: Esta manhã, quando o Jorge acordou, não se sentia muito bem. Já ontem à noite tinha
estado com pouca energia. Mas, só hoje, depois do pequeno-almoço, constatou que tinha
febre. Pediu logo à mãe um remédio. Amanhã vai ter jogo de futebol e não quer faltar.
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Discurso direto e indireto
Direto Indireto

Presente Ex.: O revisor disse ao Pretérito Ex: 0 revisor disse ao


do indicativo passageiro: - As suas imperfeito do passageiro que as suas
malas estão em Paris. indicativo malas estavam em Paris.

Presente Ex. Ela disse ao aluno: Pretérito Ex.: Ela disse ao aluno que
do conjuntivo É importante que imperfeito era importante que ele
estudes estes dois do conjuntivo estudasse aqueles dois
capítulos. capítulos.

Pretérito perfeito Ex: O revisor disse ao Pretérito Ex.: 0 revisor disse ao


do indicativo passageiro: As suas mais-que- passageiro que as suas
malas ficaram em Paris. -perfeito malas tinham ficado em
composto Paris.
do indicativo

Futuro do Ex: O revisor disse ao Condicional Ex.: 0 revisor disse ao


indicativo passageiro: - As suas passageiro que as suas
malas chegarão malas chegariam
brevemente brevemente.

Futuro do Ex.: O pai pediu-lhe: Pretérito Ex: O pai pediu-lhe que


conjuntivo - Quando vieres para imperfeito trouxesse o jornal quando
casa traz-me o jornal. do conjuntivo viesse para casa.

Imperativo Ex.: 0 revisor pediu ao Imperfeito Ex: 0 revisor pediu ao


passageiro: - Dê-me o do conjuntivo passageiro que lhe desse /
seu bilhete, por favor. que fizesse o favor de lhe
dar o bilhete.

Infinitivo Ex. Dizia ele, para se Infinitivo Ex.: Ele dizia que oferecer
justificar: Oferecer uma uma viagem é um ato
viagem é um ato cultural. cultural.

Uso da 1 e 2 eu, tu, nós, me, te, nos, Uso da 3ª ele(s), o(s), a(s), lhe(s) /
pessoa vos / estudei, estudaste, pessoa estudara (tinha estudado),
(pronomes estudastes (pronomes estudaram (tinham
pessoais e pessoais e estudado)
verbos): verbos):
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Determinantes e meu, minha, meus, Determinantes e seu, seus, sua, suas
pronomes minhas; teu, tua, teus, pronomes
possessivos tuas, nosso, nossa, possessivos
nosso, nossos, vosso,
vossa, vossos, vossas

Determinantes e este, esta, esse, essa, Determinantes e aquele, aquela, aquilo


pronomes isto, aquilo pronomes
demonstrativos demonstrativos

Advérbios com aqui, cá Advérbios com ali, lá


valor locativo valor locativo

Advérbios com ontem, hoje, agora, Advérbios com na véspera, naquele dia,
valor temporal amanhã valor temporal naquele momento, no dia
seguinte

Vocativo Ex: Dizia ele: Complemento Ex.: Ele dizia ao seu amigo
Esta cidade, meu amigo, indireto que aquela cidade o
encanta-me todos os encantava todos os dias,
dias,

Frase Ex.: Ela perguntou ao Frase Ex.: Ela perguntou ao Pedro


interrogativa Pedro: - Foste a Paris? interrogativa se ele tinha ido a Paris.
direta indireta

Dêixis
DÊIXIS PESSOAL
Refere os participantes no discurso: eu – o emissor; tu – o receptor / ouvinte; ele – outra entidade
presente no contexto discursivo.
Constrói-se através dos pronomes pessoais eu, tu, nós, vós e possessivos meu, teu, nosso, vosso.

Dêixis espacial
Refere entidades, relativamente ao espaço ocupado pelos intervenientes, no ato de enunciação.
Constrói-se através dos determinantes e pronomes demonstrativos este, esse, aquele e advérbios
locativos aqui, cá, lá, ali.

Dêixis Temporal
Permite identificar o tempo ou momento de uma ação, relativamente ao momento em que o
enunciador fala (realiza o ato de enunciação).

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