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Fonologia

Do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo; é o ramo da Linguística


que estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de
comunicação linguística. Esta é uma área muito relacionada com a Fonética, mas as duas
têm focos de estudo diferentes. Enquanto a Fonética estuda a natureza física da produção
e da percepção dos sons da fala (chamados de fones), a Fonologia preocupa-se com a
maneira como eles se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades
capazes de distinguir significados, chamadas fonemas.

FONEMA
É a menor unidade sonora que pode ser isolada no interior de uma palavra. Sua função é
diferenciar as palavras de uma língua.

Fonemas vocálicos (A, E, I, O, U) / Dividem-se em dois grupos:

Vogais: Por se tratar do emprego dos sons, as vogais são pronunciadas fortemente (em
toda sílaba há uma vogal, o número de vogal é exatamente igual ao número de sílaba).

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Semivogais: São pronunciadas fracamente e para que existam, é necessária a vogal. Por
isso é semi. São os sons de I e U. Cuidado porque em várias palavras da língua portuguesa,
E = i e O = u.

Fonemas consonantais (B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Y, Z).

Encontros vocálicos / Na língua portuguesa, há três espécies de encontros vocálicos:


Ditongo: É o encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba, ou vice-versa.

Tritongo: É o encontro de semivogal + vogal + semivogal (Pa – ra – guai).

Hiato: Duas vogais próximas que pertencem a sílabas distintas. Por quê? Ora, porque
existe ape- nas uma vogal em cada sílaba.

Encontros consonantais: Formados por mais de uma consoante sem vogal intermediária.
Perfeitos: As consoantes pertencem à mesma sílaba (Blu – sa, crí – ti – ca).
Imperfeitos: As consoantes pertencem a sílabas distintas (Pac – to, rit – mo).

DÍGRAFO: Duas letras representam um único som.

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Sílaba / Monosílaba: uma sílaba (pé, pá).
Dissílaba: duas sílabas (café, planta).
Trissílaba: três sílabas (agora, tímpano).
Polissílaba: quatro ou mais sílabas (oxítona, limonada).

Divisão silábica:

Dependendo da posição da sílaba tônica, as palavras podem ser :


*Oxítonas: quando a sílaba tônica for a última palavra (animal, mamão, papel, jiló).
*Paroxítonas: quando a sílaba tônica for a penúltima da palavra (amizade, mala, colega).
*Proparoxítonas: quando a sílaba tônica for a antepenúltima da palavra (sábado, mágico);
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

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Formação de Palavras
Caro aluno, neste último tópico vamos estudar a formação das palavras. É a base
mais importante para o compreendimento do português como um todo e é uma ferramenta
que poderá ser utilizada na compreensão e interpretação de texto.

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e


a composição. A diferença básica entre eles consiste em que, no processo de derivação,
partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre
haverá mais de um radical.

Derivação: é o processo de formação de uma nova palavra a partir de outra já


existente, chamada primitiva.

Primitiva Derivada

mar Marítimo, marinheiro, marujo

terra Enterrar, terreiro, aterrar

Veja bem, as palavras “mar” e “terra” não vêm de nenhuma outra palavra, ou seja, elas
são palavras primitivas (primeiras), elas dão origem a outras palavras pelo acréscimo
de prefixo ou sufixos.

Derivação Prefixal ou Prefixação: É a criação de uma nova palavra acrescentando um


prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Por exemplo:

Leal - desleal
Ler- reler
Capaz- incapaz

Derivação Sufixal ouSufixação: Acontece quando se acrescenta um sufixo a uma palavra


primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical.

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a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por exemplo:

Leal - lealdade
Papel - papelaria Riso – risonho

b) Verbal, formando verbos. Por exemplo:

Atual – atualizar
Legal – legalizar

c) Adverbial, formando advérbios de modo. Por exemplo:

Feliz - felizmente

Legal – legalmente

Derivação Prefixal e Sufixal: Ocorre quando a palavra primitiva recebe tanto um prefixo
quanto um sufixo, mas perceba que, nesse caso, há completa possibilidade de se criar uma
palavra utilizando somente um dos afixos, ou seja, a palavra que recebeu o sufixo e o prefixo
também dá origem a outras palavras utilizando somente o prefixo ou somente o sufixo.

Palavra primitiva Prefixo Radical Sufixo Palavra formada

Leal des leal dade deslealdade

Feliz in feliz mente infelizmente

Note que existirão palavras mesmo que se tire um dos afixos:

Palavra Sem Prefixo Sem Sufixo

Deslealdade lealdade desleal

Derivação Parassintética ou Parassíntese: Do mesmo modo, a derivação


parassintética é a junção de uma palavra primitiva a um prefixo e um sufixo, porém,
diferentemente da derivação chamada de prefixal e sufixal, a nova palavra formada não
existirá se for retirado um dos afixos.

Palavra primitiva Prefixo Radical Sufixo Palavra formada

Mudo e mud ecer emudecer

Alma Des alm ado desalmado

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Derivação Regressiva: O nome deste tipo de derivação ajuda muito “regressiva”, ocorre
quando acontece uma redução na palavra primitiva.

Verbo Substantivo Verbo Substantivo

Comprar A compra Beijar O beijo

Como saber se um verbo deriva de um substantivo ou se um substantivo deriva de um


verbo?

❖ Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.


❖ Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.

Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras
derivadas.
O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um
substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.
Podemos encontrar diversos gramáticos chamando estas palavras de substantivos deverbais.
Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva.

O portuga (de português)


O boteco (de botequim)
O comuna (de comunista)
O agito (de agitar)
O amasso (de amassar)

Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na


derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o
substantivo a partir do verbo.

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Derivação Imprópria: Ocorre derivação imprópria quando a palavra muda de classe
gramatical sem que para isso ocorra retirada ou acréscimo de letras ou afixos. Essa
transformação ocorre de várias maneiras.

1) Adjetivos que se transformam em substantivos.


Os bons serão contemplados.

2) Particípios passam a substantivos ou adjetivos.


Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso

3) Os infinitivos passam a substantivos.


O andar de Roberta era fascinante.
O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos.


O funcionário fantasma foi despedido.
O menino prodígio resolveu o problema.

5) Os adjetivos passam a advérbios.


Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos.


Não entendo o porquê disso tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.


Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

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Funções de linguagem
As funções da linguagem estão relacionadas aos estudos da linguagem e da
comunicação. Entender essas manifestações ajuda a interpretar textos com mais
eficiência, podendo gerar mais eficácia no momento de se falar ou de se escrever. O
conhecimento das funções da linguagem proporciona uma comunicação mais
eficiente, conforme o objetivo do locutor.

É válido lembrar que, embora seja possível, na maioria das vezes, identificarmos a
função predominante, podemos perceber que as seis funções da linguagem podem
perpassar os textos, uma vez que todos os elementos estão presentes na
comunicação.

As funções da linguagem estão intimamente relacionadas com a comunicação, já que


cada elemento da comunicação está associado a uma função da linguagem.

O processo de comunicação envolve alguns elementos para que se


estabeleça. O linguista Roman Jakobson teorizou que, para a comunicação ocorrer,
é necessário que um remetente (ou emissor) envie uma mensagem a um destinatário
(ou receptor), dentro de um contexto (ou referente), por meio de um código passado
via contato (ou canal).

Remetente / Emissor: é quem emite a mensagem para estabelecer a comunicação.


Destinatário / Receptor: é quem recebe o enunciado emitido pelo remetente.
Mensagem: é o que foi comunicado pelo emissor ao receptor.
Contexto: é o assunto do enunciado, indicando seu significado.
Contato: é o canal através do qual se estabelece a comunicação.
Código: é o sistema seguido pelos interlocutores para estabelecer a comunicação.

Função referencial ou denotativa: A função referencial ou denotativa é a função da


informação. Presente em textos como artigos científicos, textos didáticos, folhetos,
manuais e textos enciclopédicos, enfatiza o referente - assunto/contexto em que
aquele determinado texto está inserido. Em sua estrutura, predominam o discurso na
ordem direta e o foco na terceira pessoa com a utilização da objetividade.

Um gênero textual bastante representativo dessa função é a notícia, cuja intenção


é a de informar os leitores sobre fatos relevantes e recentes, e que, na maioria das
vezes, constrói-se desprovida de opiniões ou sequências linguísticas que pretendam
levar ao convencimento.

Função emotiva ou expressiva: Ao contrário da função referencial, que preza pela


objetividade, a principal particularidade da função emotiva ou expressiva é a
subjetividade - a linguagem cumprindo a função de emitir opiniões, emoções, desejos,
sentimentos, expressões individuais. Estruturada com sequências na 1ª pessoa do
discurso (por exemplo: artigos de opinião, diários, cartas pessoais e poemas líricos).

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Função poética: Embora tenha como nome função poética, essa função da
linguagem não é exclusiva dos poemas. É frequente a presença de figuras de
linguagens seja em textos poéticos, seja em textos em prosa, estrutura-se o texto em
versos com rimas,demonstrandoa intencionalidade do trabalho com a mensagem.

Função fática ou de contato: Centrada no canal ou veículo de comunicação, a função


fática ou de contato é quando o emissor (locutor) busca estratégias para manter a interação
com o receptor (interlocutor). Mesmo nos mais despretensiosos momentos de fala, as
funções da linguagem estão presentes. Ao desejar “Bom dia percebemos o desejo de que a
comunicação siga seu curso.

Função conativa ou apelativa: É aquela em que a ênfase está no emissor (interlocutor).


Com a intencionalidade de persuadir, convencer, temos a presença de verbos no modo
imperativo, os quais têm intenção de indicar a forma como o outro deve agir. Podemos
verificar a ocorrência desse tipo de função em textos de caráter publicitário, discursos
políticos e religiosos, e também em cartas argumentativas. Assim, quando o emissor
(locutor) tenta influenciar o receptor (interlocutor), certamente estamos diante da
função conativa ou apelativa.

Função metalinguística: A função metalinguística é a função da explicação.


Geralmente, ouvimos dizer que a função metalinguística é aquela em que o código
explica o próprio código, ou seja, a linguagem explica a própria linguagem, e então
teríamos o dicionário como o principal representante dessa função. No entanto,
podemos dizer que toda forma de explicação, com expressões como “ou seja”, “sendo
assim”, “por exemplo”, introduzem a manifestação dessa função da linguagem. Música
que fala ou explica como se fazer música, poemas que tratam do fazer poético, além
de filmes que revelam como se fazer cinema marcam a metalinguagem.

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Substantivos
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe
gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de
objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

-Lugares: Alemanha, Porto Alegre...

-Sentimentos: raiva, amor...

-Estados: alegria, tristeza...

-Qualidades: honestidade, sinceridade...

Classificação dos Substantivos


a) Próprios: é aquele que designa os seres da mesma espécie de forma particular
(Por exemplo: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil).

b) Concretos e Abstratos:

LÂMPADA MALA

Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são
independentes de outros seres. São assim, substantivos concretos.

Substantivo Abstrato é aquele que designa seres que dependem de outros


para se manifestar ou existir (Por exemplo: A Beleza depende de outro ser
para se manifestar), também designa estados, qualidades, ações e sentimentos
dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir:
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

c) Simples e compostos: O substantivo chuva é formado por um único elemento


ou radical, é simples; O substantivo guarda-chuva é formado por dois
elementos (guarda + chuva), ele é composto (formado por 2 ou + elementos).

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d) Coletivos: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa
um conjunto de seres da mesma espécie.

Abelha - enxame, cortiço, colmeia.


Abutre – bando.
Acompanhante - comitiva, cortejo, séquito.
Aluno – classe.
Apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental.
Artista - (quando trabalham juntos) companhia, elenco.
Avião - esquadrão, esquadra, esquadrilha.
Boi - boiada, manada, rebanho.
Habitante - (em geral) povo, população, (quando de aldeia, de lugarejo)
povoação.
Ilha – arquipélago.
índio - (quando formam bando) maloca, (quando em nação) tribo.
Inseto - (quando nocivos) praga.
Leão – alcateia.
Lei - (quando reunidas cientificamente) código, consolidação, compilação.
Livro - biblioteca, livraria, catálogo.
Lobo - alcateia, caterva.

Flexão dos Substantivos


O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão
(variação). A palavra menino, por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos
Feminino: menina
Aumentativo: meninão
Diminutivo: menininho

Plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados,


do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre
si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos
simples (aguardente e aguardentes, girassol e girassóis).

Plural dos compostos cujos elementos são ligados por hífen flexionam-se:
a) Ambos elementos quando formados de substantivo + substantivo (couve-flor e
couves-flores), substantivo + adjetivo (amor-perfeito e amores- perfeitos),
adjetivo + substantivo (gentil-homem e gentis- homens), numeral + substantivo
(quinta-feira e quintas-feiras).

b) Flexiona-se só o segundo elemento, quando formados de verbo + substantivo


(guarda-roupa e guarda-roupas), palavra invariável + palavra variável (alto-falante
e alto-falantes), palavras repetidas ou imitativas (reco-reco e reco- recos).

c) Flexiona-se só o primeiro elemento, quando formados de substantivo +


preposição (água-de-colônia e águas-de-colônia), verbo + advérbio (o bota-fora
e os bota-fora), verbo + substantivo no plural (o saca-rolhas e os saca-rolhas).

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d) Casos especiais: o louva-a-deus e os louva-a-deus; o bem-te-vi e os bem-
te-vis; o bem-me-quer e os bem-me-queres; o João-ninguém e os Joões-ninguém.

Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo real ou fictício


dos seres. Na Língua Portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino.
Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns.

Substantivos Biformes e Uniformes


a) Biformes: ao indicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra
está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
masculino e outra para o feminino. Observe: gato - gata homem - mulher poeta
- poetisa prefeito – prefeita.

b) Uniformes: são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto
para o masculino quanto para o feminino.

Classificam-se em:
Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos (A cobra macho e a cobra
fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea).

Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas (A criança, a


testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo).

Comuns-de-dois: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo (O colega e a


colega, o doente e a doente, o artista e a artista).

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Verbos
Verbo é a classe gramatical que expressa ação, estado, fenômeno e varia em
tempo, modo, número e pessoa. O tempo se refere a quando ocorre a ação. Já o
modo indica como a pessoa fala, como por exemplo, se a pessoa fala com
certeza, dúvida ou dando ordens. Número e pessoa indicam qual a pessoa do
discurso e se está no singular ou plural. Portanto, o verbo irá se flexionar de
acordo com as três pessoas do discurso, como na tabela abaixo.

PESSOA NÚMERO EXEMPLO

Eu 1ª singular Eu vou para o curso.

Tu 2ª singular Tu és bom aluno.

Ele/ela 3ª singular Ele vai para o curso.

Nós 1ª plural Nós somos bons alunos.

Vós 2ª plural Vós ides comigo.

Eles/elas 3ª plural Eles vão para o curso.

Para um melhor estudo da coesão textual, é importante conhecer a estrutura dos


verbos. O verbo é formado por:

vogal

O radical é a parte da palavra que realmente apresenta seu sentido original,


enquanto que as outras partes trazem informações adicionais.

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A vogal temática é a vogal que se acrescenta ao radical para formar o tema.
Indica a conjugação a qual eles pertencem:

• Falar  A = 1ª CONJUGAÇÃO
• Comer  E = 2ª CONJUGAÇÃO
• Partir  I = 3ª CONJUGAÇÃO

As desinências modo-temporais e número-pessoais indicam o modo,


tempo, número e pessoa que se fala.

indicativo

presente

Tempo •pretérito
futuro

Vejamos o exemplo abaixo, onde o verbo PARTIR é composto pelo radical


PART, vogal temática I e desinência de infinitivo R.

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Modos e tempos verbais
→ Indicativo- indica uma certeza, uma realidade.
Por exemplo: Eu sou um homem honesto.

→ Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade.


Por exemplo: Talvez eu seja um homem honesto.

→ Imperativo - indica uma ordem, um pedido, orientação, conselho.


Por exemplo: Seja um homem honesto.

Qual a melhor maneira de se estudar tempos e modos verbais?


Conjugando um verbo em todas as possibilidades, vamos nessa!

Modo indicativo:
PRESENTE
EU: sou
TU: és
Neste momento eu...
ELE: é
NÓS: somos
VÓS: sois
ELES: são

PRETÉRITO PERFEITO
EU: fui
TU: foste
ELE: foi
NÓS: fomos Eu já...
VÓS: fostes
ELES: foram

PRETÉRITO IMPERFEITO
EU: era
TU: eras
ELE: era
NÓS: éramos Antigamente eu...
VÓS: éreis
ELES: eram

PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO


EU: fora
TU: foras
ELE: fora
NÓS: fôramos
VÓS: fôreis
ELES: foram

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FUTURO DO PRESENTE
EU: serei
TU: serás
ELE: será Amanhã eu...
NÓS: seremos
VÓS: sereis
ELES: serão

FUTURO DO PRETÉRITO
EU: seria
TU: serias
ELE: seria
NÓS: seríamos Se não fosse por isso, eu...
VÓS: seríeis
ELES: seriam

Modo subjuntivo (aqui apenas 3 tempos nos interessam):


PRESENTE
EU: seja
TU: sejas
ELE: seja
NÓS: sejamos
VÓS: sejais
ELES: sejam

PRETÉRITO IMPERFEITO
EU: fosse
TU: fosses
ELE: fosses
NÓS: fôssemos
VÓS: fôsseis
ELES: fôssemos

FUTURO
EU: for
TU: fores
ELE: for
NÓS: formos
VÓS: fordes
ELES: forem

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PRONOMES
Os entes de nossa cultura são nomeados por palavras que se incluem na categoria
de substantivos. Entretanto, nem sempre nos servimos de substantivos para
fazer referências aos elementos culturais que nos rodeiam: podemos servir-nos
de uma classe de palavras chamada pronome.

Exemplos:

Como você pode observar nos exemplos acima, o pronome é a classe de palavras
que pode substituir o nome ou a ele referir-se.

NOTA:
*Quando o pronome substitui o nome, é pronome substantivo: Ela está triste.
*Quando se refere a ele, é pronome adjetivo: Esta menina está triste.

DIVISÃO DOS PRONOMES

NOTA:Também são pronomes pessoais os pronomes de tratamento, que se


referem à terceira pessoa: Você, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa
Eminência, etc.

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NOTA: São, ainda, DEMONSTRATIVOS, tal, próprio, mesmo, semelhante, o
(aquele, aquilo), a (aquela, aquilo).

NOTA: Pronomes pessoais Oblíquos Átonos podem assumir valor de Possessivo:


Me= Meu(s), Minha(s): Voou-me o chapéu= Voou o meu chapéu.
Te= Teu(s), Tua(s): Voou-te o chapéu = Voou o teu chapéu.
Lhe= Seu(s), Sua(s): Voou-lhe o chapéu= Voou o chapéu dele.
Nos= Nosso(s), Nossa(s): Voou-nos o chapéu= Voou o nosso chapéu.
Vos= Vosso(s), Vossa(s): Voou-vos o chapéu= Voou o vosso chapéu.
Lhes= Seu(s), Sua(s): Voou-lhes o chapéu= Voou o seu chapéu.

Indefinidos
Referem-se, de modo vago, impreciso, à 3ª pessoa gramatical. Por exemplo: alguém,
ninguém, quem, muito, bastante, todo, cada, vários, nenhum, algum, certo,
certa, nada, etc.

Relativos
Empregam-se em relação a um termo antecedente (O homem que chegou é meu
funcionário).
Que= usado para coisa, lugar, animal ou pessoa.
Quem= usado somente para pessoa.
Qual= usado para coisa, pessoa, animal ou lugar.
Onde/Aonde= usado para lugar, sendo onde lugar fixo e aonde para um local de
movimento.
Cujo/Cuja= usado para coisa, pessoa e lugar com valor possessivo (não se usa
artigo após).
NOTA: Que, quem, qual, quanto passam a ser interrogativos quando empregados
em frases perguntativas diretas ou indiretas.

Colocação Pronominal: Os pronomes átonos me, te, se, o, lhe, nos e vos
podem sem colocados antes, depois ou dentro do verbo. Classificando-se em:

1) Próclise: quando o pronome aparece antes do verbo.


Exemplo: Nada o preocupava.
• Diz-se que o pronome o está proclítico ou em próclise.

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2) Ênclise: quando o pronome é usado depois do verbo.
Exemplo: Pediram-me ajuda.
• Diz-se que o pronome me está enclítico ou em ênclise.

3) Mesóclise: quando o pronome se encontra dentro do verbo.


Exemplo: Mandar-te-ei os documentos.
• Diz-se que o pronome te está mesoclítico ou em mesóclise.

Observações:
a) Há situações de próclise obrigatória. Ênclise e Mesóclise só são empregadas
quando não há obrigatoriedade de próclise. Digamos, então, que “quem manda” é a
próclise.
b) A mesóclise, diferentemente da próclise e da ênclise, exige que o verbo esteja
num determinado tempo, no caso o futuro do indicativo (do presente ou do pretérito).

Obrigatoriedade com formas verbais simples:


1) Próclise:
*Com advérbios que não peçam pausa (Ali se trabalha bastante); Se usada vírgula,
que o advérbio permite, não caberá mais a próclise (Ali, trabalha-se bastante).

*Com pronomes indefinidos, relativos e interrogativos (Ninguém se machucou;


Não entendi o recado que me deram; Quem nos explicará o caso?).

*Com as conjunções subordinativas (Ele disse que me avisaria).

*Com gerúndio precedido de em (Em se colocando as coisas dessa forma...).

*Com as frases optativas (Deus te proteja!) - aquela que exprime um desejo do


falante. Normalmente, tem ponto de exclamação.

*Com qualquer palavra negativa (geralmente advérbios e pronomes


indefinidos, que já vimos que exigem próclise - Não me explicaram o problema).

2) Enclise:
*No início do período (Disseram-lhe tudo). Quando se inicia a frase com o verbo,
não há palavra atrativa para que se empregue a próclise. Por isso se diz que não se
começa frase com pronome átono.

*Com verbo no imperativo afirmativo (Pedro, levante-se!); Quando o verbo está


no imperativo afirmativo haverá vírgula e irá impedir a próclise. O imperativo
negativo pede próclise, já que apresenta a palavra não (Paulo, não se levante).

3) Mesóclise (verbo está situado no futuro do presente ou futuro do pretérito):


*Não se esqueça de que, havendo palavra atrativa, a preferência é da próclise
(Nunca lhe mandarei a intimação: certo; Nunca mandar-lhe-ei a intimação: errado).

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*Futuro do subjuntivo exige próclise, por causa da conjunção subordinativa ou do
pronome relativo (Quando te pedirem algo, procura atender; Analisarei o projeto
que me mandarem).

Próclise facultativa (há casos em que se pode usar indiferentemente


próclise ou ênclise, próclise ou mesóclise):
*Com os substantivos (O garoto se machucou; O garoto machucou-se; O garoto se
machucará. O garoto machucar-se-á).

*Com pronomes pessoais e os pronomes demonstrativos (Ele me agradou; Ele


agradou-me; Ele me agradará; Ele agradar-me-á; Isto me agrada; Isto agrada-me; Isto
me agradará; Isto agradar-me-á).

*Com as conjunções coordenativas (Falou pouco, mas se cansou; Falou pouco, mas
cansou-se; Falará pouco, mas se cansará; Falará pouco, mas cansar-se-á. Esforcei-me
para não o magoar; Esforcei-me para não magoá-lo).

NOTA: Como se viu nos três primeiros casos de próclise facultativa, se o verbo
estiver no presente ou no passado, pode-se usar a próclise ou a ênclise; no
futuro do indicativo, a próclise ou a mesóclise. O último caso é perigosíssimo, pois
existe a palavra “não”, que normalmente exige próclise. Mas isso não ocorre quando
ela antecede o infinitivo pessoal.

Colocação nas locuções verbais:


Como vimos ao estudar os verbos, a locução verbal é a união de um verbo auxiliar e
um verbo principal. O principal, que é sempre o último, encontra-se numa forma
nominal: infinitivo, gerúndio ou particípio. Vejamos, então.

*Com o infinitivo ou o gerúndio: Quero mostrar-lhe o resultado; Estou mostrando-


lhe o resultado; Quero-lhe mostrar o resultado; Estou-lhe mostrando o resultado.

NOTA: Com palavra atrativa não será possível a ênclise ao verbo auxiliar (Não
quero mostrar-lhe o resultado= certo; Não lhe quero mostrar o resultado= certo;
Não estou mostrando-lhe o resultado= certo; Não lhe estou mostrando o resultado=
certo; Não quero-lhe mostrar o resultado= errado; Não estou-lhe mostrando o
resultado= errado). Se o pronome estiver solto entre os dois verbos (sem hífen),
cabe as duas formas (Quero lhe mandar o resltado/Estou lhe mandando o
resultado= certo ou errado).

*Com o particípio: Quando o verbo principal é o particípio, há uma limitação


maior. Só duas colocações são rigorosamente corretas, uma delas com palavra
atrativa (Tenho-lhe mostrado o resultado. Nunca lhe tenho mostrado o resultado).

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NUMERAL
É a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou
os situa em determinada sequência (Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco; Eu
quero café duplo, e você?). Os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em
relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
trata de numerais, mas sim de algarismos.

Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem
mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou
ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.

Classificação dos Numerais


Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico (um, dois, cem mil, etc).
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada (primeiro, segundo, centésimo, etc).
Fracionários: indicam parte de um inteiro, a divisão dos seres (meio, terço, dois quintos, etc).
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada (dobro, triplo, quíntuplo, etc).

Ordinais utilizado para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma
obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir dai os cardinais, desde que o numeral venha
depois do substantivo:

João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)


D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Para designar leis, decretos e portarias, utilia-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em
diante (Artigo 1.° - primeiro; Artigo 9.° - nono; Artigo 10 – dez; Artigo 21 -vinte e um).

Ambos/ambas são numerais, significam "um e outro", "os dois" (ou "uma e outra", "as duas") e são
largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência (Pedro e João
parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade; Ambos agora participam das
atividades comunitárias de seu bairro).

Leitura dos Numerais


Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma
de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula;
as unidades ligam-se pela conjunção E (1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e
vinte e seis; 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte).

21
Flexão dos numerais

Cardinais variam em um/uma, dois/duas, os que indicam centenas de duzentos/duzentas em


diante, Milhão, Bilhão, Trilhão, os demais cardinais não.
Ordinais variam em gênero e número (primeiro segundo milésimo; primeira segunda milésima;
primeiros segundos milésimos; primeiras segundas milésimas).

Multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas (fizeram o dobro do esforço
e conseguiram o triplo de produção), se funções em adjetivas flexionam-se em gênero e número
(teve de tomar doses triplas do medicamento).

Fracionários flexionam-se em gênero e número (um terço/dois terços; uma terça parte duas
terças partes).

Coletivos flexionam-se em número (uma dúzia; um milheiro; duas dúzias; dois milheiros).

22
ARTIGO
Chamamos de artigo a palavra variável que colocamos antes do substantivo para indicar, ao
mesmo tempo, seu gênero e seu número. O artigo é basicamente demonstrativo. Sua função
Sintática principal é de adjunto dos substantivos.

É classificado como: Definido (o, a, os, as) e Indefinido (um, uma, uns, umas).
Definidos: determinam os substantivos de modo preciso e particular. Ao dizer "o livro", faz-se
uma referência a um livro em particular.

Indefinidos: determinam os substantivos num aspecto vago, impreciso e geral. Quando se diz
"um livro", menciona-se qualquer livro.

NOTA: Na Língua Portuguesa existe uma maneira de combinar os artigos com preposições. A
combinação dos artigos definidos com as preposições a, de, em, por (per), resulta,
respectivamente, em ao, do, no, pelo, à, da, na, pela, aos, dos, nos, pelos e às, das, nas, pelas.

A combinação dos artigos indefinidos com a preposição em, e mais raramente a preposição
de, resulta em: num, dum, numa, duma, nuns, duns, numas, dumas. O artigo transforma
palavras de qualquer classe Gramatical em substantivo (Ninguém sabe como será o amanhã;
Li o jornal ontem ~ Li um jornal ontem).

O uso do artigo é facultativo diante de pronomes possessivos (Foi rápida a sua entrevista ~ ou
sua entrevista).

Omite-se o artigo definido:


*Antes de pronomes de tratamento (Engana-se Vossa Senhoria, disse o rapaz).

*Entre o pronome cujo e o substantivo imediato (Há animais cujo pêlo é liso).

*Diante dos superlativos relativos (Ouvi os médicos mais competentes ~ e não os


médicos os mais competentes).

*Frequentemente nos provérbios e máximas (Tempo é dinheiro).

*Antes de substantivos usados de uma maneira geral (Especialistas afirmam que mulher fica
mais gripada que homem).

*Diante da palavra casa, quando designa residência da pessoa que fala ou de quem se trata
(Ficou em casa ~ Fui para casa). Todavia, se a palavra casa vier acompanhada de adjetivo
ou locução adjetiva, deve ser anteposto, ordinariamente, o artigo (De tarde, a menina foi até
a casa da avó).

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ADVÉRBIO
É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo ou um adjetivo ou outro advérbio.
A função do advérbio é: Morfologicamente invariável, ou seja, não apresenta flexão de gênero,
número e modo; Semanticamente expressa uma circunstância como: lugar, tempo, modo,
dúvida, afirmação, negação e intensidade; Sintaticamente modifica um verbo, um adjetivo,
outro advérbio ou toda uma afirmação expressa em uma frase.

Classificação (varia de acordo com a semântica):


Afirmação: Sim, realmente, certamente, verdadeiramente, com certeza, etc.

Negação: Não, nunca, jamais, absolutamente, etc.

Dúvida: Talvez, possivelmente, provavelmente, hipoteticamente, etc.

Tempo: ontem, anteontem, hoje, agora, atualmente, amanhã, futuramente, posteriormente,


anualmente, semanalmente, mensalmente, eventualmente, sempre, etc.

Lugar: Aqui, lá, perto, longe, etc.

Modo: Rapidamente, belamente, tristemente, loucamente, etc (a maioria terminada em "mente").

Intensidade: Muito, pouco, bastante, suficiente, etc.

Flexão do Advérbio:
Apenas os advérbios de quantidade, de lugar e de modo são flexionados, sendo que os demais
são todos invariáveis. A única flexão propriamente dita que existe é a de grau, a saber:
Superlativo: aumenta a intensidade (longe -longíssimo, pouco -pouquíssimo, etc).
Diminutivo: diminui a intensidade (perto -pertinho, pouco -pouquinho, etc).

Observações:
*As palavras "muito", "pouco" e "tanto" também podem ser pronomes indefinidos.
*Variando em gênero ou número, são pronomes indefinidos; se invariáveis, serão advérbios.
*”Melhor” e “pior” são as formas irregulares do grau comparativo dos advérbios "bem" e "mal".

Locuções Adverbiais:
São conjuntos de palavras, geralmente introduzidas por uma preposição, que exercem a função
de advérbio: às pressas, à toa, às cegas, às escuras, às vezes, de quando em quando, de vez em
quando, à direita, à esquerda, em vão, frente a frente, de repente, de maneira alguma, etc.

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PREPOSIÇÃO
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a
substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a
substantivo, etc. São exemplos de preposição: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE,
DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE, TRÁS.

Preposições acidentais: Aquelas que provêm de outras classes de palavras ou que, além de outra
função, podem atuar como preposições, isto é, atuam "acidentalmente" como preposições.
Entre elas, podemos citar: durante, fora, menos, salvo, conforme, exceto. As preposições
acidentais regem os pronomes pessoais do caso reto (Todos, exceto eu, concordarão).

Locução prepositiva: São duas ou mais palavras que funcionam solidariamente como
preposições. Sempre que há uma locução prepositiva, a segunda palavra do conjunto por si só é
uma preposição. Segue alguns exemplos: GRAÇAS À, PARA COM, DENTRO DE, EM
FRENTE A, PERTO DE, POR ENTRE, DE ACORDO COM, EM VEZ DE, APESAR DE, À
RESPEITO DE, JUNTO DE, POR CIMA DE, ATRAVÉS DE, DE ACORDO COM, EM CIMA
DE, EM VEZ DE, JUNTO DE, PARA COM, À PROCURA DE, À BUSCA DE, À DISTÂNCIA
DE, ALÉM DE, ANTES DE, DEPOIS DE, À MANEIRA DE, JUNTO A, etc.

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CONJUNÇÃO
Conjunção, na gramática, é uma classe de palavras invariáveis que serve para
conectar orações, estabelecendo entre elas uma relação de dependência ou de
simples coordenação.

Conjunção Subordinativa Integrante:


Liga orações dependentes a uma oração principal cujo sentido é incompleto.
Introduz a oração funcionando como sujeito, objeto direto/indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto.

Causal: Aponta a causa de um fato precedente (Dona Luísa fora para lá porque
estava só). Porque, pois, por quanto, como, pois que, uma vez que, visto que,
visto como, que, etc.

Concessiva: Aponta um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas
incapaz de impedi-la (Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados).
Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que,
apesar de que, nem que, que, e, etc.

Condicional: Aponta uma hipótese necessária para que seja realizado ou não um
fato principal (Seria mais poeta, se fosse menos político). Se, caso, quando,
contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser
que, etc.

Conformativa: Aponta uma conformidade de um pensamento com o da oração


principal (Cristo nasceu para todos, conforme cada qual como o merece). Conforme,
como, segundo, consoante, etc.

Comparativa: Aponta uma comparação na oração (O menino está tão confuso


quanto o irmão). Que, Mais/menos/maior/menor/melhor/pior do que, (tal) qual,
(tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem.

Consecutiva: Aponta uma consequencia do que foi declarado anteriormente (Falou


tanto na reunião que ficou rouco). Que tal/tanto/tão/tamanho, de forma/
maneira/modo/que.

Final: Aponta um fim querido (Cheguei mais cedo a fim de sentar no melhor lugar).
Para que, a fim de que, porque [= para que], que.

Proporcional: Aponta um fato realizado ou para realizar-se siimultaneamente com


o da oração principal (O preço da carne aumenta à proporção que esse alimento
falta no mercado). À medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto,
quanto mais /menos.

Temporal: Aponta circunstância de tempo (Implicou comigo asim que me viu).


Quando, antes/depois que, até, logo, sempre, assim, desde, todas as vezes, cada vez,
apenas, mal.

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Conjunção Coordenada:
Liga orações independentes a uma oração principal cujo sentido é completo.

Aditiva: e, nem, mas, também, bem como, assim como, etc.


Adversativa: mas, porem, todavia, contudo, entretanto, etc.
Alternativa: ou...ou, ora....ora, quer...quer, etc.
Conclusiva: logo, portanto, pois, etc.
Explicativa: porque, que, pois, etc.

INTERJEIÇÃO
As interjeições são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, sensações
e estados de espírito; ou mesmo, serve como auxiliador. Seguem alguns exemplos
para cada emoção:
*Alegria: oba! Viva! Oh! Ah! Uhu!
*Saudação: oi! Olá!
*Alívio: ufa! Uf! Arre! Ainda bem!
*Animação ou estímulo: coragem! Avante! Firme! Vamos! Eia! Coragem!
*Aplauso: bravo! Bis! Viva! Muito bem!
*Desejo: tomara! Oxalá! Queira deus!
*Dor: ai! Ui! Ai.ui!

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Sintaxe do período simples
FRASE: é o nunciado capaz de transmitir nossas ideias (uma lua clara).

ORAÇÃO: É toda frase construída em torno de um verbo (uma lua clara


iluminava o céu).

PERÍODO: É a frase formada por uma ou mais orações; O período pode ser
Simples (formado por uma única oração= Eu já decidi meu destino) ou
Composto (formado por duas ou mais orações= Silvia lava a louça e
Carolina varre o chão).

SUJEITO: É o ser a respeito do qual afirmamos ou negamos alguma coisa. Em geral,


uma oração é constituída pelo sujeito e por uma declaração (afirmação ou
negação) que se faz a seu respeito. Tal declaração denomina-se predicado, o que
sempre apresenta um verbo em sua estrutura (Milhares de abelhas invadiram a
cidade ~ SUJEITO: Milhares de abelhas, PREDICADO: invadiram a cidade).

ORAÇÃO = SUJEITO + PREDICADO

Classificação do sujeito:
SIMPLES: É aquele constituído por apenas um núcleo ( Os primeiros dias de paz
começam cedo ~ Sujeito: os primeiros dias de paz, Núcleo do sujeito: dias).
COMPOSTO: É aquele que apresenta dois ou mais núcleos (O velho e o garoto
voltaram à igreja ~ Sujeito: o velho e o garoto, Núcleos do sujeito: “velho” e
“garoto”).

ELÍPTICO OU OCULTO: É aquele que só se pode conhecer examinando a


desinência (terminação) do verbo da oração (Chegaremos à cidade amanhã ~
Sujeito oculto: nós).

INDETERMINADO: Ocorre quando não queremos ou não podemos indicar o sujeito


da oração, embora ele exista. Existem duas maneiras de se indeterminar o sujeito.

1) usando o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE.

 Come-se bem naquele restaurante;  Acreditava-se em assombrações.

nesses casos o pronome SE é chamado de índice de indeterminação do sujeito.

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2) usando o verbo na terceira pessoa do plural.
 Atropelaram um cão na rua.  Atualmente falam muito mal de você.

ORAÇÃO SEM SUJEITO (SUJEITO INEXISTENTE)


Ocorre, principalmente, com os seguintes verbos:

1) HAVER (no sentido de: existir, acontecer, tempo passado).

Não havia guardas lá. (haver = existir)


Há dois anos, chegamos aqui. (haver = tempo passado)

2) FAZER (indicando tempo ou fenômeno da natureza)

 Faz seis anos que ele sumiu.  Faz muito frio.

3) SER (indicando “hora”, “data”, “distância”)


É meio-dia e meia. Hoje são 03 de março. Daqui ao colégio são 2km.

4) Verbos indicativos de fenômenos da natureza


 Depois do almoço, choveu muito.  No inverno, amanhece mais tarde.

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COMPLEMENTO VERBAL E NOMINAL

Há orações que apresentam complemento verbal (objeto direto e objeto


indireto). Transitivos são os verbos que trazem complemento. A transitividade
direta ocorre quando entre o verbo e seu complemento não houver preposição,
embora haja casos de objeto direto preposicionado. Já a transitividade indireta
se caracteriza pelo emprego de preposição entre o verbo e seu complemento.
Havendo objeto direto e objeto indireto, temos a transitividade direta e indireta.

Sempre que o termo regente for um substantivo, adjetivo ou advérbio (um


nome), estamos falando de regência nominal. Nesse caso, é necessário o uso
de preposição entre o termo regente e o termo regido.

Na regência nominal, as preposições podem ser utilizadas de forma simples,


contraídas ou combinadas com artigos ou pronomes. As preposições mais
comuns em nesse caso são: de; para; a; com; em; por.

“Ela se sentiu apaixonada pelo parque”


• Termo regente: apaixonada
• Termo regido: parque
• Preposição: pelo (contração de “por”+“o”)

A regência nominal trata da relação entre um nome e outro termo. O nome, que
será o termo determinante, pode ser classificado como substantivo, adjetivo ou
advérbio. O outro termo é o complemento e/ou a preposição.

Apto a: Vocês, agora, estão aptos a dirigir.


Disposto(a) a: Não estou disposto a esquecer seu rosto de vez.
Fácil/difícil de: Aquela era uma situação fácil de se resolver.
Firme em: Eu me mantive firme em meu propósito.
Grato(a) a/por: Ela ficou muito grata a eles por toda a ajuda.
Luta contra: Ele sabia de toda a luta contra aquela injustiça.
Natural de: Lima Barreto era natural de Olinda.
Obediente a: Era um garoto muito bonzinho, sempre foi obediente à família.
Perto/longe de: Estamos ainda muito longe da próxima parada, motorista?
Satisfeito com: Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado.

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Outro tipo de regência é a conhecida regência verbal, que também se refere à
relação de subordinação entre dois termos, porém, no caso da regência verbal, a
relação dá-se entre um verbo e seu complemento. Um verbo possui a mesma
regência do nome do qual deriva.

Ela ficou muito grata a eles por toda a ajuda.


Ela agradeceu a eles por toda a ajuda.
Ele sabia de toda a luta contra aquela injustiça.
Ele lutou contra aquela injustiça.
Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado.

Se há a intermediação de uma preposição entre o termo regente e o seu


complemento em um caso de regência verbal, o termo subordinado é chamado
de objeto indireto e, o subordinante, de verbo transitivo indireto. Caso
contrário, o termo regido é chamado de objeto direto e o regente de verbo
transitivo direto. Para saber se objeto é indireto, a pergunta para encontrar o
complemento do verbo deve ser “de quê”, “para quê”, “de quem”, “para quem” ou “em
quem”. Assim, o termo regido deverá vir acompanhado da preposição e, em seguida, o
artigo, se preciso for.

“Ele afirmou não se lembrar da conversa.”


• Termo regente: lembrar (verbo transitivo indireto)
• Termo regido: conversa (objeto indireto);
• Preposição: da (contração de “de” + “a”)

Agora, veja alguns exemplos de contração de preposição:


• à (a+a);
• ao (a+o);
• do (de+o);
• das (de+as);
• destes (de+estes);
• no (em+o);
• numa (em+uma);
• pela (por+ela).

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Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são os
seguintes: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Os pronomes oblíquos tônicos que
funcionam com ele, ela, nós, vós, eles, elas. Vamos à lista, então, dos mais
importantes verbos transitivos indiretos:

a) Aspirar será VTI, com a prep. a, quando significar almejar, objetivar


(Aspiramos a uma vaga naquela universidade).

b) Agradar será VTI, com a prep. a, quando significar ser agradável; satisfazer
(Para agradar ao pai, estudou com afinco o ano todo).

c) Querer será VTI, com a prep. a, quando significar estimar (Quero aos meus
amigos, como aos meus irmãos).

d) Assistir será VTI, com a prep. a, quando significar ver ou ter direito (Gosto de
assistir aos jogos do Santos).

e) Custar será VTI, com a prep. a, quando significar ser difícil (Custou-me acreditar
em Hipocárpio).

f) Proceder será VTI, com a prep. a, quando significar dar início (Os fiscais
procederam à prova com atraso).

g) Obedecer e desobedecer são sempre VTI, com a prep. a (Obedeço a todas as


regras da empresa).

h) Revidar é sempre VTI, com a prep. a. (Ele revidou ao ataque instintivamente).

i) Responder será VTI, com a prep. a, quando possuir apenas um complemento


(Respondi ao bilhete imediatamente).

Caso tenha dois complementos, será VTDI, com a prep. a. Alguns verbos
transitivos indiretos, com a prep. a, não admitem a utilização do complemento
lhe. No lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre eles, destacam-
se os seguintes: Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo indireto, com a prep. a, seguido de


um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado
crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às) - Assisti à peça da
menina.

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a) Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. com: Simpatizar e Antipatizar
(Simpatizo com Eleonora, mas antipatizo com o irmão dela).

b) Implicar = será VTI, com a prep. com, quando significar antipatizar (Não sei
por que o professor implica comigo).

c) Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. de: Esquecer-se e lembrar-se


(Esqueci-me de que havíamos combinado sair).

d) Proceder será VTI, com a prep. de, quando significar derivar-se, originar-se (Esse
mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu).

e) Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. em: Consistir (O plano consiste em


criar uma secretaria especial).

f) Sobressair é sempre VTI, com a prep. em. Não é verbo pronominal, portanto
não existe o verbo sobressair-se (Quando estava no colegial, sobressaía em todas
as matérias).

Regência verbal sem preposição:


Para saber se a oração que você está analisando se trata de uma regência verbal
sem preposição, ou seja, com objeto direto, a pergunta para o termo regente —
ou seja, o verbo — será “o quê” ou “quem”. Assim, o termo regido será
acompanhado apenas por artigo quando for necessário.
“Ele fez o trabalho com antecedência, por isso tirou nota boa”
• Termo regente: fez (verbo transitivo direto)
• Termo regido: trabalho (objeto direto)

São verbos Intransitivos que não necessitam de complementação, já indicam a


ação ou o fato.
a) Assistir será intransitivo, quando significar morar (Assisto em Londrina desde
que nasci).

b) Custar será intransitivo, quando significar ter preço (Estes sapatos custaram
R$50,00).

c) Proceder será intransitivo se significar ter fundamento (Suas palavras não


procedem).

d) Morar, residir e situar-se sempre são intransitivos (Moro em Londrina; resido


no Jardim).

e) Deitar-se e levantar-se são sempre intransitivos (Deito-me às 22h e levanto-me


às 6h).

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f) Ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer e dirigir-se são intransitivos.
Aparentemente eles têm complemento, pois Quem vai, vai a algum lugar. mas
a indicação de lugar é circunstância, e não complementação. Classificamos
como Adj.Adverbial de Lugar. Eles exigem a prep. a, na indicação de destino, e de,
na indicação de procedência. Só se usa a prep. em, na indicação de meio,
instrumento (Cheguei de Curitiba há meia hora. Vou a São Paulo no avião das 8h).

OS PRONOMES PESSOAIS E A FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO E INDIRETO


Pronomes Pessoais são conectivos usados para substituírem substantivos.
Enquanto os pronomes pessoais do caso reto, geralmente, exercem a função de
sujeito, os pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam como complementos
verbais. Os pronomes oblíquos o / a / os / as / me / te / se / nos / vos podem
funcionar como objeto direto. O pronome “lhe(s)” funciona como objeto indireto.
Os pronomes em negrito s também podem exercer a função de objeto indireto,
dependendo da regência do verbo.

a) Encontrei-as ao passar pela esquina [ objeto direto]


b) Vi-os preocupados [ objeto direto ]
c) Não lhe disseram a verdade [ objeto indireto ]
d) Obedeço-te [ objeto indireto ]
e) Vi-te [ objeto direto]
f) Deu-se ares de imponente [ objeto indireto ]
g) Ele feriu-se [ objeto direto ]

O pronome em negrito no colchete representa o Termo grifado.


a) Vi o rapaz que saiu cedo [ Vi-o ]
b) Ofereci o livro ao amigo [ Ofereci-o ao amigo]
c) Ofereci o livro ao amigo [ Ofereci-lhe o livro ]
d) Ofereci o livro ao amigo [ Ofereci-lho ]

VOZES VERBAIS E O AGENTE DA PASSIVA


a) voz ativa = sujeito pratica a ação
b) voz passiva = sujeito sofre a ação
c) voz reflexiva = sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo
d) voz recíproca = há correspondência de ações verbais

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1) Eu reconheci os criminosos [ voz ativa ]
2) Os criminosos foram reconhecidos por mim [ voz passiva analítica ]
3) Reconheceram-se os criminosos [voz passiva sintética ]
4) Paulo feriu-se [ voz reflexiva ]
5) Lourdes e Gustavo se amam [ voz recíproca ]
Observação.: A voz passiva pode ser sintética e analítica. Havendo pronome
apassivador, temos a voz passiva sintética ( v.t.d. + se / v.t.d.i + se ). Já a voz
passiva analítica não apresenta partícula apassivadora.
6) Comunicaram os fatos ao diretor [ voz ativa ]
7) Comunicaram-se os fatos ao diretor [ voz passiva sintética ]
8) Os fatos foram comunicados ao diretor [ voz passiva analítica ]
9) O que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro [voz reflexiva]

ADJUNTO ADNOMINAL
É termo que mantém relação com o substantivo, e é toda oração subordinada
adjetiva. Geralmente exercem a função de adjunto adnominal o adjetivo, o
numeral, o pronome e o artigo.

“Os simpáticos rapazes voltaram do clube”


Sujeito: “Os simpáticos rapazes”
Núcleo do sujeito: “rapazes”
Adjuntos adnominais do sujeito: “Os”, “simpáticos”
Adjunto adverbial: “do clube”
Núcleo do adjunto adverbial: “clube”
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto adverbial: O

APOSTO
Sua finalidade é explicar, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou
simplesmente apontar algo, alguém ou um fato. Classificam-se em:

Explicativo: Sônia, a tia de meu tio, viajou.

Enumerativo: Víamos somente três coisas: vales, montanhas, campinas.

Resumitivo: Os pais, os avós, os tios, todos, foram a Portugal. Amor, dinheiro, fama,
tudo, passam.

Especificativo: Poeta Manuel Bandeira proporcionou inovações literárias a nós.

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CRASE
Chamamos de crase o fenômeno da fusão de duas vogais da mesma natureza. Assinalamos com
um acento grave (`) a crase do “a”. REGRA GERAL= Se o termo antecedente exigir a
preposição “a” e o termo consequente aceitar o artigo “a (s)” ou um pronome demonstrativo
iniciado pela letra “a”

Fui à cidade. (a+a=à)


Fui àquela cidade. (a+a=à)
Gostei da cidade (de+a=da) não há possibilidade de crase.
Pintou a cidade (VTD não pede preposição) não há possibilidade de crase.
Vou a cidade ( VI não pede artigo) não há possibilidade de crase.

ATENÇÃO: para saber se uma palavra aceita, ou não, um artigo, utilize esta dica:

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➢ NÃO HAVERÁ CRASE
Antes de palavras masculinas:
Andou a cavalo
Voltaram a pé

Antes de verbos:
Começarei a cantar
Ele está disposto a colaborar

Antes de pronomes de tratamento:


Entregou a carta a vossa senhoria

Antes de pronomes em geral:


Refiro-me a esta bagunça
Falara a ela sobre a prova

Com as expressões formadas de palavras repetidas:


Falou boca a boca

Em sujeito:
As vezes que estive aqui foram proveitosas

Antes do nome de cidades ou topônimos neutros:


Cheguei a Salvador - se topônimo estiver especificado por adjunto vai crase= à salvador da igreja histórica

Quando a no singular tem posposto a ele uma palavra no plural:


Falei a pessoas estranhas

Depois de uma preposição (com exceção de “ATÉ):


O encontro ficou para as duas horas.
A palestra vai ATÉ as cinco horas
A palestra vai ATÉ às cinco horas

37
SEMPRE HAVERÁ A CRASE:
Na indicação da hora:

Às quatro horas nos encontraremos

Com a expressão à moda de, mesmo que a palavra moda não esteja expressamente apresentada:
Arroz à grega
Bife à milanesa
Atenção! Bife A cavalo e frango A passarinho NÃO admitem crase! Eles não lançam moda.

Nas expressões circunstanciais femininas, verbos exprimindo ideia de tempo, modo, lugar, finalidade

Saíram à tarde.
Trabalhava às pressas.
Estava à deriva

38
CRASE FACULTATIVA
Antes de pronome possessivo feminino singular:

Falei à sua classe


Falei a sua classe

Nomes próprios femininos:


Ele fez uma advertência à Paula
Ele fez uma advertência a Paula

A palavra CASA (no sentido de lar e se vier DETERMINADA por um adjunto adnominal) e a palavra TERRA
(no sentido de chão firme) aceitam artigo e, logo, pode ocorrer a crase.
Voltou à casa de seus genitores.
Chegaram à terra prometida.

A palavra DISTÂNCIA, quando especificada, também admite artigo e, com isso, pode haver a crase.
A polícia ficou à distância de dez metros dos manifestantes

Antes do vocábulo QUE (não é casual, porém, pode haver crase caso encontremos a preposição “a”
equivalendo-se a “aquela”:
Não falei sobre esta carta, refiro-me à que você escreveu. (a + aquela).

39
Concordância verbal e nominal

Concordância verbal
Na concordância verbal, estudamos a relação do verbo com o sujeito. Em regra geral, o verbo concorda em
número e pessoa com seu sujeito.

NÚMERO PESSOA

• singular • 1ª
• plural • 2ª
• 3ª

Ex: O aluno chegou.


NÚMERO E PESSOA: 3ª pessoa do singular
Ex: Os alunos chegaram.
NÚMERO E PESSOA: 3ª pessoa do plural

Sendo assim, devemos compreender os tipos de sujeito para que possamos estabelecer as regras de
concordância com os verbos.

Tipos de sujeito
Sujeito simples
Apresenta somente um núcleo.
Ex: O garoto caiu.

Sujeito composto
Apresenta dois ou mais núcleos.
Ex: Gabriel e Maria saíram.

Sujeito indeterminado
Apresenta 3ª pessoa do plural ou “se” + sujeito indeterminado.
Ex: Vendem-se casas.

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Sujeito oculto ou desinencial
O sujeito pode ser definido através da terminação do verbo.
Ex: Passamos na prova.
Sujeito = nós

Orações sem sujeito


Apresentam verbos impessoais, tempo decorrido e expressões que indicam fenômenos da natureza.
Ex: Faz tempo que ele chegou.
Ex: Choveu muito ontem.
Ex: Havia muitos assaltos na minha rua.

Concordância com coletivos ou partitivos especificados


São sujeitos formados pelas expressões partitivas + determinante:

a maioria de, a minoria de, um bando de, um grande número de

Ex: A maioria dos nossos alunos passou/passaram na prova.


Neste exemplo o verbo concorda com o núcleo do sujeito (parte) ou com o (determinante). Tanto faz. É
facultativo.

Concordância nominal
Regra básica

O adjetivo, artigo, pronome e numeral concordam em gênero e número com o substantivo.


Ex.: Os meus três belos relógios foram roubados.

São pequenas atitudes que tornam grande o bem-estar das pessoas. Seguem anexas ao documento todas as
exigências da empresa.

41
Casos específicos
1 – Mais de um substantivo e apenas um adjetivo

(Concordância atrativa ougramatical)


Ex.: Os alunos e as alunas atentos entenderam a matéria.
Os alunos e as alunas atentas entenderam a matéria.
Ex.: Comprei carro e moto novos.
Comprei carro e moto nova.

Ex.: Comprei carne e fruta madura.


Comprei carne e fruta maduras.

(Concordância atrativa)
Ex.: Comprei nova moto e carro.
Ex.: Comprei velhas gramáticas e manuais para a pesquisa.

OBS: Se os substantivos forem nomes próprios ou parentesco, use apenas e concordância gramatical.
Os excelentes pai e mãe criaram muito bem seus filhos.
Os talentosos Cássia Eller e Renato Russo deixaram saudades.

(Concordância atrativa)
Ex.: Eles têm várias ideias e pensamentos estranhos.(sinônimos) O sorriso, o riso, a gargalhada solta era
sua maior qualidade.
2- Mais de um adjetivo e apenas um substantivo

Ex.: As polícias civil e federal investigaram o caso. A polícia civil e a federal investigaram o caso.
Os setores público e privado participaram do esquema. O setor público e o privado participaram doesquema.

3- Adjetivo com função de predicativo

Ex.: Estavam abertos a porta e oportão.

São aterrorizantes a corrupção e a ganância.

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4- Quando têm valor adjetivo, estas palavras variam normalmente: mesmo, próprio, só, extra,
junto, quite, leso, obrigado, anexo, incluso.
Ex.: A aluna mesma fez o trabalho.
Ex.: As pessoas vivem acusando a si próprias. As alunas ficam sós. (sozinhas)
Ex.: Os funcionários trabalharam duas horas extras por dia nesta semana. As duas viviam juntas no
apartamento.
Ex.: “Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria”. Nós ficamos quites depois da conversa.
Ex.: As alunas disseram: “Muito obrigada por tantos elogios”.
Ex.: As fotos estão anexas à pasta.

5 - Bastante / Muito / Meio = Advérbios invariáveis


Ex.: Havia oportunidades bastante interessantes naquela prefeitura.
Ex.: Os alunos estavam bastante confiantes.
Ex.: Na sala, havias alunos bastante inteligentes.
Ex.: Estas frutas estão muito maduras.
Ex.: Os alunos andam meio estressados.
Ex.: A menina ficou meio aborrecida com a atitude do namorado.

6 - Caro / barato
Ex.: A gasolina custa caro no Brasil, mas noutros países custa barato.
Ex.: A gasolina está cara no Brasil; mas noutros países, barata.

7- Possível (como uma expressão superlativa)


Só varia se estiver acompanhado de OS/AS.
Ex.: Quero dois guaranás o mais geladopossível.
Ex.: Quero dois guaranás tão gelados quanto possível.
Ex.: Quero dois guaranás os mais gelados possíveis.
OBS.: Essas são as possíveis causas do acidente.
8 - Um e outro / nem um nem outro.
Substantivo posposto no singular e adjetivo no singular ou, menos preferencialmente, no plural.

Ex.: Um e outro aluno esforçado conseguiu a aprovação.


Ex.: Um e outro aluno esforçados conseguiu a aprovação.
Ex.: Nem um nem outro aluno esforçado conseguiu a aprovação.
Ex.: Nem um nem outro alunos esforçados conseguiu a aprovação.

43
9 – Haja vista
Expressão usada com o sentido de “veja”, “considerando-se”, “tendo em vista”.
É uma locução verbal invariável, que não admite flexão de gênero nem de número.
Ex.: A empresa progredia constantemente, haja vista as crescentes contrataçõesdos últimos meses.

10 - Mil, Milhão e Milhares

Mil:Passou de “um”, o numeral concorda com o substantivo.


Ex.: Duas mil pessoas se candidataram à vaga.

Milhão: Concorda com a parte inteira do numeral.


Ex.: A empresa investiu 1,8 milhão de reais em equipamento. O artigo e o numeral devem concordar com
ele (masculino)
Ex.: Os cinco milhões de pessoas assistiram entusiasmadas ao show.

Ex.: Os milhares de pessoas lotaram o Maracanã.

11 - Obrigado

Varia de acordo com quem está agradecendo.


Obrigado Homem diz
Obrigada  Mulher diz

ATENÇÃO! A palavra obrigada varia em gênero e número.


Ex.: Muito obrigada, disse a menina / Muito obrigadas, disseram as meninas.

12 - Predicativo do sujeito

Ex.:É proibido entrada. Ex.:É proibida a entrada.


Ex.:Água é bom. A água é boa.
Ex.:Será que é necessário confusão? Será que é necessária essa confusão?

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13 - Substantivo com valor de adjetivo não varia.

Ex.:Blusas rosa / Blusas vinho / Blusas laranja / Blusas violeta / Blusas cinza. OBS.: Nos adjetivos
compostos, em regra, somente o último termo varia.
Ex.:Blusas verde-claras / Blusas verde-esmeralda
Ex.:Clínicas médico-cirúrgicas. Acordossócio-político-econômicos.

Plural dos substantivos compostos


Se o termo é formado por classes variáveis, como substantivos, adjetivos, numerais e pronomes (exceto o
verbo), ambos variam. Por exemplo:

SUBSTANTIVO + SUBSTANTIVO
Ex: Couve-flor  Couves-flores

ADJETIVO + SUBSTANTIVO
Ex: alto-relevo  altos-relevos

NUMERAL + ADJETIVO
Ex: quinta-feira  quintas-feiras

Por outro lado, as classes invariáveis e os verbos não variam em número:


VERBO + SUBSTANTIVO
Ex: beija-flor  beija-flores

ADVÉRBIO + ADJETIVO
Ex: alto-falante  alto-falantes

INTERJEIÇÃO + SUBSTANTIVO
Ex: ave-maria  ave-marias

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1) SUBSTANTIVO + SUBSTANTIVO
Na composição de dois substantivos, é mais comum que o segundo termo não varie, por ser delimitador. Ou
seja, apenas o primeiro elemento passa para o plural.

Ex: banana-prata  bananas-prata (relação de tipo)


Ex: público-alvo  públicos-alvo

Contudo, é também correto flexionar os dois substantivos.


Ex: salário-família  salários-famílias
Ex: banho-maria  banhos-marias

2) SUBSTANTIVO + PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO


Neste caso, apenas o primeiro substantivo varia.
Ex: pé-de-moleque  pés-de-moleque

3) PALAVRAS ONOMATOPÉICAS
Somente o último termo vai para o plural.
Ex: Reco-reco  Reco-recos
Ex: Tique-taque  Tique-taques

4) SUBSTANTIVOS COMPOSTOS COM SUFIXOS

Apenas o substantivo vai para o plural.


Ex: Recém-nascido  recém-nascidos

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Plural dos adjetivos compostos
O plural dos adjetivos compostos possui como regra geral a concordância com o substantivo que modificam, onde
somente o último elemento da composição vai para o plural. Essa é a regra para o plural dos adjetivos compostos
em geral.
Ex: luso-americano → luso-americanos
Ex: afro-brasileira → afro-brasileiras

Os adjetivos chamados de “uniformes” têm uma só forma para masculino ou feminino. Normalmente são os
terminados em (-a, -e, -ar, -or, s, z ou m).
Ex: hipócrita
Ex: doce
Ex: exemplar

Se houver substantivo na composição do adjetivo composto, nenhuma parte vai variar.


Ex: camisa amarelo-ouro → camisas amarelo-ouro

Alguns adjetivos, no entanto, são sempre invariáveis.


Ex: azul-marinho Ex: azul-celeste Ex: ultravioleta Ex: cor-de-rosa

No adjetivo surdo-mudo, os dois radicais vão para o plural.


Ex: garoto surdo-mudo  garotos surdos-mudos.

47
Semântica
A semântica faz parte da compreensão e interpretação de textos. O sentido das palavras, como por exemplo
a linguagem figurada e concreta, é, portanto, fundamental para a compreensão de textos. O
significado das palavras é estudado pela semântica, não só através do sentido das palavras como através
das relações que estas estabelecem entre si.

Campo semântico
O campo semântico é o grupo de palavras que apresentam uma relação semântica comum. Por exemplo,
algumas palavras como mouse e teclado fazem parte do mesmo campo semântico: INFORMÁTICA. Já outras
palavras como por exemplo investigação e delegacia fazem parte do campo semântico da ÁREA POLICIAL.

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Sentido denotativo e conotativo
O sentido denotativo representa o sentido real, objetivo e primário da palavra.
Por outro lado, o sentido conotativo representa o sentido figurado da palavra, indireto, metafórico.
Ex: Ela chegou atrasada no trabalho hoje.
Ex: Meu namorado é um porto seguro.

Podemos identificar no primeiro exemplo o sentido objetivo da frase. É fácil a compreensão de que “Ela”
chegou atrasada hoje no trabalho. Portanto, temos aqui o sentido denotativo. Já na segunda frase,
podemos identificar o sentido figurado da palavra porto seguro. Afinal de contas, namorados não podem ser
portos seguros, locais para atracar barcos. Temos, portanto, o sentido conotativo da palavra.

Sinônimos
Sinônimos são palavras que se aproximam semanticamente em determinado contexto por uma relação de
equivalência, ou seja, apresentam sentido equivalente.
Ex: Ele faleceu ontem. Ex: Eles disseram que ele morreu ontem.

Podemos perceber que os dois exemplos são sinônimos, já que dizem a mesma coisa, porém com palavras
diferentes.

Antônimos
Diferentemente dos sinônimos, antônimos são palavras que se aproximam semanticamente em
determinado contexto por uma relação de oposição.
Ex: Dormi bem essa noite. Ex: Dormi mal essa noite.

CUIDADO COM O CONTEXTO!


Sabemos que há palavras que são isoladamente sinônimos ou antônimos umas das outras.
Porém, em
Ex: Maria falava muito, mas não dizia nada.

49
Hipônimos x Hiperônimos
Hipônimos são termos específicos ou espécie do hiperônimo.
Já os hiperônimos são palavras em sentido amplo, termos gerais que indicam o gênero.

Ex: Carro  gênero = hiperônimo


Ex: Fusca  espécie = hipônimo
Ex: Banana  espécie = hipônimo
Ex: Fruta  gênero = hiperônimo

50
Homônimos x Parônimos
são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados diferentes, podendo ou não
ter a mesma grafia. Temos três diferentes tipos de palavras homônimas:

Homônimo Homófono
São palavras que possuem o mesmo som e pronúncia, porém com sentidos e grafia diferentes.
Ex: Censo (recenseamento) x senso (percepção). Ex: Tacha (prego pequeno) x Taxa (imposto)

Homônimo Homógrafo
São palavras que possuem a mesma grafia, porém a pronúncia e sentidos diferentes
Ex: O almoço está na mesa. (refeição). Ex: Eu almoço ao meio-dia. (verbo almoçar)

Homônimos Perfeitos
São palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo som, porém sentidos diferentes. Geralmente são de
classes diferentes.

Ex: Eu cedo meu assento para idosos. (verbo ceder). Ex: Cheguei cedo no trabalho. (advérbio de tempo)

Parônimos
São palavras diferentes, com grafia e pronúncia parecidas, que confundem na hora da prova. A melhor
forma de estudar sem dúvidas é a leitura através de marcações na parte da palavra que se diferencia uma
da outra.

Ex: Absolver (tirar a culpa) x absorver (aspirar)

Ex: Despensa (local onde guardamos mantimentos) x dispensa (ato de dispensar)

Ex: Flagrante (evidente) x fragrante (perfumado)

Ex: Tráfego (trânsito) x tráfico (comércio ilegal)

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Polissemia
A palavra polissêmica é uma só, mas se reveste de diferentes significados, dependendo do contexto. Se
difere de um homônimo perfeito, pois a polissemia se refere a vários sentidos de uma única palavra.

Ex: O cabo Macedo está na guarita.

Ex: O cabo da faca está enferrujado.

Ex: O cabo da vassoura está quebrado.

Monossemia
Ao contrário da polissemia, em se tratando de monossemia, temos os casos em que a palavra apresenta
apenas um significado.

Ex: Estetoscópio = instrumento médico. Ex: Eneágono = polígono com nove lados

Ambiguidade
A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma mensagem. Pode estar em
palavras, frases ou expressões. É basicamente o duplo sentido que a frase causa. Deve ser evitada, pois é
considerada vício de linguagem, o que prejudica a clareza das informações.
Pode ter relação com a má estrutura da frase ou mesmo com a polissemia da palavra.

Ambiguidade estrutural
Ex: Mataram o porco do meu tio.
Sentido 1: Mataram o tio, que era um homem porco.
Sentido 2: Mataram o porco, que era do tio.
Sem ambiguidade: Mataram o porco que era do meu tio.

Ambiguidade polissêmica
Ex: Dirigir bêbado não é legal.
Legal: algo permitido pela lei ou algo interessante

52
Formas variantes
São as palavras que podem ser escritas de mais de uma forma, sem que haja grafia incorreta por conta de
seu emprego. Aqui a atenção deve ser redobrada, pois é grande a chance de erro em provas.

Ex: Os cabelos de Marta são loiros. X Os cabelos de Marta são louros.

Ex: Ricardo teve um infarto ontem. X Ricardo teve um enfarte ontem.

Arcaísmo
Arcaísmo é a utilização de palavras antigas, que perderam seu uso na linguagem culta.
São palavras que foram substituídas por termos mais modernos, sinônimos aos usados anteriormente.
Ex: Absolto = absolvido.

Ex: Vosmecê = você.

Ex: Botica = farmácia.

Ex: Ladroa = ladra.

53
A PALAVRA “QUE”
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
Nesse caso, será acentuado e seguido de ponto de exclamação. Usa-se também a variação "o quê"! A palavra
que não exerce função sintática quando funciona como interjeição.
Quê! Você ainda não está
pronto? O quê! Quem sumiu?

Substantivo: equivale a alguma coisa.


Nesse caso, virá sempre antecedido de artigo ou outro determinante e receberá acento por ser monossílabo
tônico terminado em e. Como substantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que
for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto
indireto, predicativo etc.)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto direto)

Preposição:
Liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o verbo ter. Equivale a de. Quando é preposição, a
palavra que não exerce função sintática.

Tenho que sair agora.


Ele tem que dar o dinheiro hoje.

Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a
palavra que não exerce função sintática; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
Como partícula expletiva, aparece também na expressão é que.

Quase que não consigo chegar a tempo.


Ela é que conseguiu chegar.

Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a palavra
Que lindas flores!
que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no caso, de intensidade.

54
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
⇒ Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração consequente.

⇒ Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
⇒ Pronome substantivo equivale a que coisa: quando for pronome a palavra que exercerá as funções
próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.)

⇒ Pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função sintática de adjunto
adnominal.

Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a
palavra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto subordinadas, por isso, classifica-se como
conjunção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como conjunção coordenativa ou
subordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que introduz.

FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES RELATIVOS


Os Pronomes Relativos exercem uma função sintática dentro da oração em que estão inseridos. Geralmente, a
mesma função que exerceria o termo ao qual o pronome faz referência. Veja:

O homem QUE é honesto, dorme tranquilo. O homem /que é honesto/ dorme tranquilo.
O homem é honesto e dorme tranquilo.

Essa função pode ser de: SUJEITO:


O carro que corria muito é importado. OBJETO DIRETO:
A mulher que amo é bela. OBJETO INDIRETO:
Este é o livro de que mais gosto. COMPLEMENTO NOMINAL:
Este é o animal de que tenho medo. ADJUNTO ADNOMINAL:
Esta é a loja cujo dono é João.

ADJUNTO ADVERBIAL:
A casa onde moro é espaçosa.

PREDICATIVO:
Sou aquilo que sou.

AGENTE DA PASSIVA:
A cobra por que ela foi picada é venenosa.

55
Partícula se
• Pronome reflexivo
• Pronome recíproco
• Pronome apassivador
• Índice de indeterminação do sujeito
• Parte integrante do verbo
• Conjunção condicional
• Palavra expletiva ou de realce

Lembrem-se de que um verbo só pode formar VOZ PASSIVA, por meio da PARTÍCULA SE, se tiver OBJETO
DIRETO (VTD ou VTDI). A PARTÍCULA SE, nos demais casos (VTI, VI, VL), gera a indeterminação do sujeito.

TORNA-SE é verbo de ligação. Incabível, porém, afirmar que se trata de sujeito indeterminado.

SE.

56
Emprego dos sinais de pontuação
Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como
indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado
pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.

Ponto (.): O ponto pode ser utilizado para:


• Indicar o final de uma frase declarativa:

Acho que Pedro está gostando de você.

• Separar períodos:
Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

• Abreviar palavras:
V. Ex.ª (Vossa excelência)

Dois-pontos (:) Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:


• Iniciar fala de personagens:
Ela gritou: – Vá embora!

• Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou
resumem ideias anteriores.
Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.

• Anteceder citação direta:


É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.”

Reticências (...) Usa-se para:


• Indicar dúvidas ou hesitação:
Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias.

• Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

caminha a humanidade.

57
• Suprimir palavras em uma transcrição:

“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico Xavier)

Parênteses ( ) Os parênteses são usados para:


• Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir a vírgula ou o
travessão:
Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).

Ponto de exclamação (!) Em que situações utilizar:

• Após vocativo:
Juliana, bom dia!

• Final de frases imperativas:


Fuja!

• Após interjeição:
Ufa! Graças a Deus!

• Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:


Que lástima!

Ponto de interrogação (?) Quando utilizar:

*Em perguntas diretas:


Quando você chegou?

*Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
Não acredito, é sério?!

Vírgula (,)
Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias situações.
A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não formam uma
unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração.

58
Separar o vocativo:
Dê-me, meu pai, um abraço forte.

Separar apostos:
Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.

Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:


Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.

Separar elementos de uma enumeração:

públicos de aposentadoria.

Isolar expressões explicativas:


O vizinho, um aposentado de 70 anos, era o guardião da rua.

Separar conjunções intercaladas:


Não cumpriu o dever, deve ser punido, pois.

Separar o complemento pleonástico antecipado:


Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.

Isolar o nome do lugar na indicação de datas:


São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.

Separar termos coordenados assindéticos:


Vim, vi, venci. (Júlio César)

Marcar a omissão de um termo:


Ela ficou feliz; eu, triste.

59
Antes da conjunção, como nos casos abaixo:

Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:


Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.

Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):
Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me escuta.

Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de
adição (adversidade, consequência, por):
Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.

Entre orações:
Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela
conjunção “e”:
Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.

Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem


antepostas à oração principal:

Para separar as orações intercaladas:


Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.

Para separar as orações substantivas antepostas à principal:


Quando me formarei, ainda não sei.

60
Ponto e vírgula (;) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência :

1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou orações
coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço
se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso.
" (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

Travessão (—)
O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins: Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

Então ela disse:


— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.

Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:


Querido, você já lavou a louça?

Unir grupos de palavras que indicam itinerários:


O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante.

Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

Aspas (“”)
As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos: Isolar palavras ou expressões que fogem
à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos
eexpressões populares e Indicar uma citação direta.
Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já esteja
presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla (").

61
Uso do hífen
Uso do hífen em palavras formadas por PREFIXOS, como os seguintes:
AB, AD, AERO, AGRO, ALÉM, ALFA, ANTE, ANTI, AQUÉM, ARQUI, AUTO, BEM, BERA, BIO, CIRCUM, GEO, GRÃ,
INFRA, INTER, MINI, MICRO, LACTO, MACRO, MAL, PAN, PERI, MULTI NEFRO, OB, OLURI, POLI, PÓS, PRÉ, PRÓ,
PSEUDO, RECÉM, RETRO, SEM, SEMI, SUB, SOBRE, SUPER, SUPRA, TELE, TETRA, TRI, ULTRA, ...

REGRAS GERAIS
Elementos iguais se separam e elementos diferentes se atraem:
 Anti-inflamatório  Micro-ondas
 Antiaéreo  Semiextensivo

Se o segundo elemento começar com H: hífen nele!


 Mini-hospital  Anti-higiênico

Prefixos CO e RE, terminados em vogal, ligam-se sem o hífen.


 Coobrigação  Coerdeiro
 Coautor  Reeleição

Demais casos segue a regra geral:


 Autoajuda  Extraoficial
 Autoescola  Semiextensivo
 Semiaberto  Infraestrutura
 Contraindicação

Prefixos terminados em vogal com o segundo elemento iniciado com R ou S, essas letras se duplicam:
 Antissocial  Contrarregra
 Autorretrato  Ultrassecreto

Prefixos terminados em consoante com o segundo elemento iniciado por R, usa-se o hífen:
 Inter-racial  Ad-digidal
 Ab-rogação  Sub-humano (regra geral)

62
Demais casos seguem a regra geral.
 Subseção  Interestadual
 Subprefeitura  Supersônico
 Interatuação

PREFIXOS: CIRCUM e PAN. Com hífen s e o segundo elemento for iniciado por H, VOGAL, M ou N.
 Pan-helênico  Circum-murado
 Pan-americano  Circum-navegação

PREFIXOS: ALÉM, AQUÉM, RECÉM, SEM, EX, VICE, SOTO, SOTA, PÓS, PRÓ, PRÉ, GRÃO, GRÃ. Usa-se SEMPRE o
hífen com esses elementos.
 Além-mar
 Aquém-fronteira
 Pré-vestibular
 Vice-governador
 Grão-mestre
 Soto-pôr
 Sem-vergonha.

Uso do hífen em palavras COMPOSTAS:


Usa-se hífen nas palavras compostas quando o primeiro elemento for SUBSTANTIVO, ADJETIVO VERBO ou
NUMERAL.
 Amor-perfeito  Guarda-chuva
 Boa-fé  Segunda-feira

Exceções: pontapé, madressilva, girassol, paraquedismo, paraquedas, mandachuva

Usa-se hífen nas palavras compostas que designam ESPÉCIES BOTÂNICAS ou ZOOLÓGICAS.
 Couve-flor  Bem-te-vi
 Pimenta-de-cheiro  Bem-me-quer
 Formiga-branca

Usa-se hífen para ligar duas ou mais palavras que formem encadeamento vocabular e nas combinações
históricas.
 Liberdade-igualdade-fraternidade
 Ponte Rio-Niterói

63
Reescrita de frases e parágrafos
As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto, de forma que a ordem das palavras
mantenha o sentido inicial do texto. Na reescritura de frases, devemos observar se há erros de grafia,
acentuação, concordância, regência ou pontuação, além de prestar atenção no tempo verbal. Ou seja,
devemos nos atentar tanto para a parte gramatical e estrutural da frase, quanto para a relação textual e de
lógica que as frases estabelecem. A reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de
trechos de textos utilizando:

Sinônimos

Antônimos

Locução verbal

Verbos por substantivos e vice-versa

Voz verbal

Conectivos de mesmo valor semântico

No exemplo abaixo, temos a reescrita da frase através da substituição da locução prepositiva a fim por um
sinônimo: a preposição para.

Ex: Ele veio a fim de resolver a questão.

Ex: Ele veio para resolver a questão.

Devemos nos atentar aqui, pois este é um dos tópicos mais cobrados da banca Cebraspe/Cespe, o que gera
bastante dúvidas se não soubermos diferenciar os fatores separadamente. As questões pedem para que seja
analisada a manutenção da correção gramatical ou a manutenção do sentido original do texto ou ainda para
analisar a coerência.

64
Figuras de linguagem
São recursos linguísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais rica e
expressiva. São classificadas de acordo com a sua função:

Figuras de sons ou sonoras – associadas à sonoridade das palavras.

Figuras de construção ou sintaxe – interferem na estrutura gramatical da frase.

Figuras de palavras ou semânticas – associadas ao significado das palavras.

65
Principais figuras de linguagem

1–Metáfora (comparação):
Ex: Maria é uma flor.
Não se explícita o conector comparativo, caso houve explicitação conector comparativo acabaria por
ser COMPARAÇÃO.

2 – Metonímia (Substituição) - Substituição por aproximação.


Autor pela obra:
Ex: Eu leio Machado de Assis. (Na verdade se lê o LIVRO de Machado de Assis, quando há
essa substituição, acaba por se tornar METONÍMIA)

Continente pelo conteúdo:


Ex: Tomei dois copos de caipirinhas. (Na verdade se tomou as caipirinhas que estavam dentro do
copo, e não o copo.)

Marca pelo produto:


Ex: Compre Bombril de qualquer marca. (O produto que deveria ser citado, era esfregão de aço,
porém, ao se entender que bombril é uma marca de grande nome, acaba por se substituir o produto.)

Singular pelo plura


Ex: O preso tem direito de constituir um advogado (Nota-se que apesar de estar no plural a palavra ‘’
PRESO ‘’ ela acaba falando de todos presos em geral).

Parte pelo todo:


Ex: Não tem nem mesmo um teto para morar (apesar de citar apenas uma parte ‘teto’ dá se a
entender que se fala de uma casa).
Instrumento pela pessoa:
Ex: Os jalecos ensinavam por amor (Compreende-se que os jalecos se refere a professor, porém ao
não mostrar explicítamente “professores” se torna uma metonímia).

3– Prosopopeia (personificação)
Ex: Minha viola chora (Se dá características humanas a objetos que não são humanos.)

4– Pleonasmo (redundância) – Reforço de ideia.


Ex: A corrupção, devemos extingui-la do país. (Acaba por repetir uma ideia já mencionada
anteriormente.)

5 – Hipérbole (exagero em uma ideia/sentença)


Ex: Eu comi até explodir. (Ninguém come até explodir = hipérbole -exagero-)

6– Eufemismo (Suavização) - Emprego de uma expressão mais leve


Ex: Seu irmão descansou. (Dá se a entender que pela morte, o irmão da pessoa citada
descansou)

66
7– Sinestesia (Se mistura os sentidos humanos.)
Quando há expressão de sensações percebidas por diferentes sentidos. Uma sensação visual que
evoca um som, uma sensação auditiva que evoca uma sensação tátil, uma sensação olfativa que
evoca um sabor, etc. Ex: O barulho vermelho das armas assusta no Rio de Janeiro.

8– Catacrese (Sentido figurado sem qualquer caráter estilístico)


Desdobramento da Metáfora. Emprega um termo figurado como nome de certo objeto, pela ausência
de termo específico. Ex: Braço do sofá. Ex: Embarcar no avião. (Embarcar seria ao certo na ocasião
de navio, porém, é utilizado em outras situações como avião, ônibus).

9– Antítese (ideias opostas)


Ex: Conheço a vitória e derrota.

10– Paradoxo (oposições simultâneas/contradição)


Elementos que se fundem e ao mesmo tempo se excluem.
Ex: A festa está boa, mas está ruim.

11– Ironia (dizer ao contrário do que se pensa, com a intenção de criticar, ridiculizar produzir
humor).

12– Aliteração (Repetição de consoante)


Ex: O rato roeu, a roupa do rei, de Roma.

13– Assonância (Repetição de vogais)


Ex: Sou mulato nato no sentido lato.

14– Elipse (omissão)


Ex: O autor requer que seja feita a citação do seu réu.

15– Perífrase (termo pelo qual é conhecido)


Ex: A cidade maravilhosa me encanta. (Cidade maravilhosa = RJ).

67
Gêneros textuais
As bancas de concursos, a todo momento, nos apresentam uma infinidade de tipos de textos, sejam eles
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que
está sendo transmitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais em um
diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos
sozinhos. Faz-se de extrema necessidade classificar os textos para que não percamos pontos fácies na prova.
Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.

Tipo x Gênero
O Gênero Textual está relacionado a um contexto histórico e cultural. É um conjunto de características
comuns de um texto.

Receita
Carta E-mail
culinária

Telefonema Crônica

Por outro lado, a Tipologia Textual se relaciona com a estrutura, o conteúdo e a forma como um texto
se apresentam.

Narração Dissertação Descrição

Injunção Exposição

68
Narração
Narrar é contar um fato que gerou uma sequência de episódios que acontecera, com alguém em algum lugar
em determinado tempo. É contar uma história. A característica mais marcante de uma narração é a
sequência temporal, em que percebemos a passagem do tempo narrativo através de orações
temporais, verbos de ação no pretérito. Os elementos que você deve perceber em um texto
narrativo são:

A narração traz em seu interior um enredo que deve ser bem entendido. Ele contém:
 Apresentação
 Conflito
 Complicação
 Clímax
 Desfecho

69
Dissertação
É quando o autor expressa sua opinião acerca de determinado assunto tratado no texto. Torna o
texto argumentativo na busca da persuasão do leitor. Neste tipo de texto, como o autor fixa uma
posição crítica, o leitor deve, também, lançar um olhar crítico afim de entender a posição do autor.
O texto dissertativo possui uma estrutura, vejamos:

INTRODUÇÃO: Em que o autor apresenta sua tese, apresenta seu ponto de vista que será explicado e
provado no desenvolvimento.

DESENVOLVIMENTO: argumentação pura. Nela o autor comprovará aquilo que relatou na


introdução, ou seja, sua tese. Ele o fará por meio de dados, exemplos, justificativas, discurso de
autoridade dentre outros. Deve se fazer o uso de conectores

anafóricos como: conjunções, pronomes, advérbios, tempos verbais, sinônimos, hipônimos, para que
todos os parágrafos venham todos amarrados.

CONCLUSÃO: É a síntese do que foi tratado no desenvolvimento acerca da introdução. Ele retoma a
ideia principal do texto e finaliza-a. Esse tipo se subdivide em EXPOSITIVO e ARGUMENTATIVO.

Expositivo: Traz fatos, dados, conceitos e informações. O autor apenas expõe suas ideias,discute um
tema através de uma linguagem impessoal.

Argumentativo: Traz ponto de vista e argumentos. O autor defende uma tese, com o objetivo de
convencer o leitor e debater através de uma linguagem impessoal na 3ª pessoa e verbos no
presente do indicativo.

Descrição
Toda vez que se deparar com esse tipo de texto, lembre-se de um quadro e que você o está
explicando a alguém. O texto descritivo é utilizado para esclarecer como é, como funciona, como
se comporta determinado ser, lugar coisa. Desse modo, ele apresenta características do ser estático
ou dinâmico, com a presença de adjetivos, verbos de ligação, predicativos.

Exposição
texto expositivo, em geral, tem base conceitual. Sua função é expor conhecimentos e informações.
É considerado um dos subtipos de dissertação.

Injunção
Geralmente traz verbos no imperativo trazendo um conselho, uma ordem, um aviso ou um desejo.
Apresenta instruções ao leitor. Sua função é ensinar algum procedimento, prescrever, normatizar.

70
Compreensão e interpretação de textos
Para começarmos a falar em compreensão e interpretação de textos, antes temos de conhecer
alguns conceitos básicos sobre o que é de fato um texto e os tipos de texto com os quais podemos nos
deparar. Inicialmente, pode se dizer que o conceito de texto é tudo aquilo que pode ser lido.

O texto pode se apresentar de três formas básicas:

Bem caro aluno, chegamos ao ponto mais problemático na vida do concurseiro. Este tópico é,
disparadamente, o mais cobrado entre todas as bancas e um dos itens com maior índice de
erros!
Venho lhe dizer que não há nenhuma formula mágica, nenhum “macetinho” ou algo do gênero.
Para compreender e interpretar corretamente um texto, basta que você tenha uma experiência de vida
na leitura, entenda sobre o assunto que você está lendo e domine o vocábulo específico das
diversas áreas do conhecimento.
A leitura é indispensável no desenvolvimento do senso de compreensão. De modo geral, inicialmente
lemos um texto e identificamos o seu todo, depois identificamos o título e subtítulo e, por fim,
entendemos as minúcias e, assim, buscamos imergir naquilo que o autor quer nos passar. Dito
isso, precisamos estar atentos também ao nível de compreensão que o texto nos exige, se o sentido é
aprender com ele, usamos o sentido geral. Se precisamos ter um senso crítico, necessitaremos de
uma compreensão detalhada.

71
Entendendo o Parágrafo
O parágrafo é a unidade fundamental de uma composição, corresponde a uma estrutura textual da
qual estão contidas informações de um texto, sendo caracterizado por um recuo em relação à margem
esquerda do texto. Lembre-se que o texto constitui um todo coeso, composto de diversos parágrafos,
os quais, por sua vez, são constituídos por diversas frases, que apresentam uma determinada coerência
e coesão entre si, ou seja, uma ideia central mediante pontuação e uso de elementos coesivos adequados
à semântica do texto. A passagem de um parágrafo ao outro, dependerá do conteúdo e da finalidade
do emissor de construí-lo. A partir disso, lembre-se que a eficácia de um texto ou de abordar sobre
um tema, se formam mediante o discurso e a concatenação das ideias apresentadas pelo locutor
(emissor), de forma a permitir o entendimento do interlocutor (receptor).

A constituição de um parágrafo envolve três partes fundamentais:


➢ Introdução: chamado de “tópico frasal”, essa parte define toda a ideia do parágrafo; alguns recursos
que auxiliam na estruturação de um tópico frasal são: uma alusão histórica, declaração inicial,
interrogação, dentre outros.
➢ Desenvolvimento: momento de explicação e/ou explanação do tópico inicial (frasal). Algumas
maneiras para o desenvolvimento do texto são: desenvolvimento por definição, fundamentação,
exemplos, detalhes, comparação
➢ Conclusão: Nessa parte ocorre o arremate e a retomada para encerrar a ideia inicial.

Atenção à Interpretação
Mantenha sua atenção exclusivamente ao texto (esqueça o que você entende de mundo, pois isso
poderá atrapalhar o entendimento do texto e o examinador sabe bem disso.)
Sempre leia todas as alternativas independente de que a primeira já faça total sentido.
Compreenda o sentido que tem cada palavra no contexto, às vezes, elimina-se uma alternativa
simplesmente entendendo a colocação de uma palavra no contexto.
Sempre busque o tópico frasal, ele é quem vai lhe dizer qual resumo do texto e, com isso, conseguirá
eliminar algumas alternativas que podem até ser semelhantes ao tópico, mas não estarão totalmente de
acordo com ele.
➢ Alternativa que traga ausência de informações importantes, geralmente encontram- se erradas.
➢ Alternativa com pontos contraditórios (inversão) deve ser eliminada.

Alternativa que traz pontos que não estão expressamente no texto ou que não se possa inferir, é a
verdadeira armadilha! O examinador sabe que o candidato tem certo conhecimento de mundo,
utilizando-se desta artimanha, ele trará um tópico que de fato é real, mas que nada tem a ver com o
que o texto estará falando. Por isso, atente-se àquilo que o texto traz, você nunca poderá deduzir
nada que não esteja nele (acréscimo).

72
Intertextualidade
Conforme o próprio dicionário nos traz, intertextualidade é a influência de um texto sobre outro que o
toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado.
A intertextualidade pode acontecer com textos dos variados gêneros: pode surgir em uma letra de
música, em um poema, nos textos em prosa e até mesmo nos textos publicitários. Só é capaz de
reconhecê-la o leitor habilidoso, aquele que já entrou em contato com diversos textos-fonte ao longo da
vida. Isso significa que a interpretação de texto não depende apenas do conhecimento do código
(nossa língua portuguesa), mas também das relações intertextuais que influenciam de maneira
decisiva o processo de compreensão e de produção de textos.
Entre os principais recursos intertextuais estão a citação, a paráfrase e a paródia.

Tipos de discurso
Outro elemento que é muito utilizado em texto, é a variação de tipos de discurso, sendo assim, nem
precisa dizer que é muito importante que você os entenda.

Discurso Direto:
São quando os personagens ganham voz, possuem falas, normalmente em diálogos. Neste tipo de
discurso descreve justamente o que o personagem disse. Para a introdução da fala são usados verbos
como falar, dizer, perguntar etc. Já para a apresentação da fala são comuns travessões, dois
pontos, aspas e exclamações. Exemplo:

Discurso Indireto:
Neste caso, os personagens não se expressam, mas suas falas são apresentadas pelo narrador. O narrador
irá usar suas próprias palavras para descrever as falas dos personagens. Essa narração deve ser feita
em 3º pessoa. Exemplo:

73
Discurso indireto livre:
Aqui as formas direta e indireta se unem, onde o narrador insere discretamente a fala dos personagens
em sua fala. O narrador, mesmo que não participe da história, entra em seus personagens.

Coesão e coerência
Coesão
É a ligação entre as partes do texto por meio de determinados elementos linguísticos. Com ela, fica mais
fácil ler e compreender um texto. A coesão se refere também à retomada de elementos do texto por
meio de palavras. É a referência que um termo faz a outro dentro do texto.

a) Referencial: Ocorre quando usamos classes gramaticais para recuperar certos termos dentro
do texto. O objetivo principal é evitar a repetição desnecessária de palavras.
Podemos perceber a importância do uso de pronomes demonstrativos nesse tipo de coesão.
Ex.: Estudos dizem que com alto índice de açúcar no sangue costumam tomar café com açúcar,
enquanto pessoas com índice aceitável tomam a bebida com adoçante.
Ex.: Isto era importante para ela: dinheiro, sucesso, prestígio.
Ex.:Este domingo vai ter jogo do Grêmio.

b) Sequencial: Ocorre quando usamos conjunções, preposições ou pronomes relativos que


normalmente conectam orações, dando sequência à leitura.
Ex.: Eu me esforcei muito e fiz grande investimento na minha carreira, mas nada saiu como eu
esperava ou como deveria ser, porque esse não era meu destino. Por isso hoje decidi investir em outra
área, que está me fazendo muito feliz.

c) Recorrencial: Ocorre quando se usa a repetição de vocábulos, o paralelismo sintático (repetição


de estrutura sintática semelhante) e a paráfrase.
Ex.: “Uma em cada sete pessoas no mundo vai para cama com fome, na maioria mulheres e crianças”
Disse a entrevista. “A fome mata anualmente mais pessoas do que o câncer”, acrescentou.

d) Anafórica: Retoma um termo que veio antes dele.

Ex.: Ordem e progresso, esse é o nosso lema.


Os pronomes podem exercer importantes papéis coesivos, eles costumam fazer com que nós
não precisemos repetir palavras ou expressões no texto.

e) Catafórica: Referente ao termo que aparecerá depois.

Ex.: O nosso lema é este: ordem e progresso.

74
Coerência
É a relação semântica que estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de
sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.
A coerência está ligada à manutenção da expectativa da lógica que o texto oferece. Sendo assim,
qualquer tipo de contradição gera incoerência.

a) Narrativa: Ocorre quando um texto Narrativo Apresenta harmonia e logicidade entre as


partes.
Ex.: Mariana chegou ao aeroporto e se deu conta de que havia se esquecido de algo extremamente
importante, portanto, entrou no avião e partiu.

b) Argumentativa: Ocorre quando texto dissertativo apresenta harmonia e logicidade entre


partes.
Ex.: O acidente vascular cerebral (AVC) que costumam ser associado a idosos também atinge jovens,
[por isso os idosos precisam investir em exercícios físicos e boa alimentação.]

c) Temporal: Ocorre quando um texto apresenta harmonia e logicidade entre as partes,


respeitando-se as leias da sucessividade dos eventos.
Ex.: Quando um policial chegou, o marido já havia batido na mulher, a autoridade chegou no
momento certo e o pegou em flagrante.

75
REDAÇÃO OFICIAL
Introdução:
Com a edição do Decreto nº 100.000, de 1991, foi autorizada a criação de uma Comissão para
re- ver, simplificar e uniformizar as normas de redação de atos oficiais utilizadas desde 1937.
Apresentou-
-se, então, a primeira edição do Manual de Redação da Presidência da República.

A obra foi dividida em duas partes. A primeira tratou das comunicações oficiais, com a
definição de padrões e de uma súmula gramatical, e a segun- da abordou o procedimento
legislativo e a elabo- ração de atos normativos pelo Poder Executivo.

Em 2002, por meio da Portaria nº 91 do Mi- nistro de Estado Chefe da Casa Civil, foi publicada
a segunda edição do Manual, revista e atualizada. As principais mudanças ocorreram na
adequação das formas de comunicação a partir dos avanços da informática.

A terceira edição do Manual, elaborada pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
foi aprovada pela Portaria nº 1.369, de 27 de dezembro de 2018, publicada no Diário Oficial da
União de 28 de dezembro de 2018.

A versão conta com diversas modificações que visam à adaptação do Manual às alterações
trazidas pelo Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017, no âmbito da elaboração
normativa, à Reforma Ortográfica e às novas tecnologias.

Panorama da comunicação oficial:


A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários: alguém que comunique; algo a ser comunicado; alguém que
receba essa comunicação.

No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/
aquela Ministério, Secretaria, Departamento, Di- visão, Serviço, Seção); o que se comunica é
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa
comunicação é o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder
Executivo ou dos outros Poderes. Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a
finalidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação comunicativa.

A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais
de- corre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades
públicos, o que só é alcançado se, em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
clareza e objetividade.

76
Atributos da redação oficial:

• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização;

Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A


admi- nistração pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega- lidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade, a impessoali- dade e a
eficiência princípios fundamentais de toda a administração pública, devem igualmente nortear
a elaboração dos atos e das comunicações oficiais.

Clareza e precisão:
Clareza: A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro
aquele tex- to que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um
documento oficial ou um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura,
que dificulte ou impossibilite sua compreensão.

A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou


um ato normativo não seja enten- dido pelos cidadãos. O princípio constitucional da
publicidade não se esgota na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à
necessidade de que o texto seja claro.

Para a obtenção de clareza, sugere-se:


a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;

b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção
da ordem inversa da oração;

c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;

d) não utilizar regionalismos e neologismos;

e) pontuar adequadamente o texto;

f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela;

g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão


de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução.

Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme orientações deste Manual.

77
Precisão: O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se por:
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia
veiculada no texto;

b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego


de sinonímia com propósito meramente estilístico;

c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,


de trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível sua
correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por
seu destinatário. O que parece óbvio ao autor pode ser desconhecido por terceiros. O
domínio que se adquire sobre certos assuntos, em decorrência da experiência pro- fissional,
muitas vezes, faz com que se tome como de conhecimento geral informação particular, o que
nem sempre é verdade.

Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das
abreviações e os conceitos específi- cos que não possam ser dispensados. A revisão atenta
exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima
(nota do Manual). Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido.

A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem
estritamente das demais características da redação oficial, apre- sentadas a seguir.

Objetividade:
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a
ideia principal e quais são as secundárias.

Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma
complexidade: as fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido
daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secun- dárias que não
acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais,
podendo, por isso, ser dispensadas, o que também proporcionará mais objetividade ao texto.

A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações,
sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade
suprime a delica- deza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

78
CONCISÃO:
É uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma
alguma entendê-la como economia de pensamento, não deve eliminar passagens
substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se de excluir pa-
lavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Detalhes
irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva.

COESÃO E COERÊNCIA:
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão,
a ligação, a harmonia entre os elementos de um tex- to. Percebe-se que o texto tem coesão
e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos
estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.

Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência,


substitui- ção, elipse e uso de conjunção.

A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua
interpretação. Esse mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que
é precedente no texto, ou por antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que
se segue.

A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no lugar de uma


oração. A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto. Outra
estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabe-
lecer ligação entre orações, períodos ou parágrafos.

IMPESSOALIDADE:
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado
remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatorie- dade de que a administração pública
proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre,
o interesse público; o segundo, a abstração da pessoalidade dos atos ad- ministrativos, pois,
apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio de seus servidores, é resultado
tão-somente da vontade estatal.

A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento


ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os as- suntos objetos dos expedientes
oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.

Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que
constam das comunicações oficiais decorre:

79
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por
exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é
sempre feita em nome do serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
que permite que as comunicações elaboradas em diferentes setores da administração
pública guardem entre si certa uniformidade;

b) da impessoalidade de quem recebe a co- municação: ela pode ser dirigida a um


cidadão, sempre concebido como público, ou a uma insti- tuição privada, a outro órgão ou a
outra entidade pública. Em todos os casos, temos um destinatário concebido de forma
homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das


comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é
natural não caber qualquer tom particular ou pessoal.

Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo,
constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assina- do de jornal, ou mesmo de um
texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem
a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
impessoalidade.

Formalidade e Padronização:

As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras
de forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio
eletrônico (por exemplo, o e-mail, o documento gerado no SEI, o documento em html etc.),
quanto para os eventuais documentos impressos.

É imperativa, ainda, certa formalidade de tra- tamento. Não se trata somente do correto
emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do
que isso: a forma- lidade diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
cuida a comunicação (ver Decreto 9.758/2019 / P.477).

A formalidade de tratamento vincula-se, tam- bém, à necessária uniformidade das


comunicações. Ora, se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações
que expeça sigam o mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste
Manual, exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide,
ainda, da apresentação dos textos.

A digitação sem erros, o uso de papéis uni- formes para o texto definitivo, nas exceções em
que se fizer necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis
para a padronização. Consulte o tópico “As comunicações oficiais” a respeito de normas
específicas para cada tipo de expediente.

80
Em razão de seu caráter público e de sua fina- lidade, os atos normativos e os expedientes
oficiais requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática
formal e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos usuá- rios da língua. O uso do
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas, regionais; dos modismos vocabulares e das parti-
cularidades linguísticas.

Recomendações:
• a língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
• o uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
linguagem próprias do estilo literário;
• a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso
da norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso
de determi- nadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
sintáticas, mas isso não im- plica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma
de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá
sempre sua compreensão limitada.

As comunicações oficiais (concordância com os pronomes de tratamento):


Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias
verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à se- gunda pessoa gramatical (à pessoa
com quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa.

Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados para se comunicar


diretamente com o receptor (Exemplo: Vossa Senhoria designará o assessor).

Pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre da terceira pessoa


(Exemplo: Vossa Senhoria designará seu substituto ~ não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto”).

Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono- mes, o gênero gramatical deve coincidir com o
sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução (Exemplos:
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado).

O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade ~


indiretamente (Exemplo: A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil ~ por
exemplo, no endereçamento do expediente).

Signatário:

Na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar os termos interino


e substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele designado para
exercer as atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos
legais ou regulamentares do titular.
81
Esses termos devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula e em
minúsculo (Exemplos: Diretor-Geral interino Secretário-Executivo substituto).

Signatárias do sexo feminino: Na identificação do signatário, o cargo ocupa- do por pessoa


do sexo feminino deve ser flexionado no gênero feminino. Exemplos: Ministra de Estado
Secretária-Executiva interina Técnica Administrativa Coordenadora Administrativa.

Grafia de cargos compostos:


Escrevem-se com hífen:
a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral;
b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;
c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente;

Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado


ficam sem hífen: general de exército, general de brigada, tenente-
-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra.

d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: diretor-presidente, diretor-


adjunto, editor-chefe, editor-assistente, sócio-gerente, diretor-executivo;
e) cargos formados por numeral: primeiro-ministro, primeira-dama;
f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-diretor, vice-coordenador.

O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o
presidente francês).

Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-
se manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-
Presidente” ou “vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”.

Vocativo:
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será
sempre seguido de vírgula. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Po- der, utiliza-se a
expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo,
seguidos de vírgula (Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor
Presidente do Supremo Tribunal Federal, As demais autoridades, mesmo aquelas tra- tadas
por Vossa Excelência, receberão vocativo Senhor ou Senhora seguido do cargo respectivo).

Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora


e a forma utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário,
contribuinte, eleitor etc (Exemplos: Senhora Beneficiária, Senhor Contribuinte).

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Ainda, quando o destinatário for um particu- lar, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora
seguido do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada
Senhora” (Exemplos: Senhora [Nome], Prezado Senhor).

Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).


Evite-se o uso de “doutor” indiscriminada- mente. O tratamento por meio de Senhor confere
a formalidade desejada.

O padrão ofício:
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam
antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de
uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação úni- cas, que sigam o que
chamamos de padrão ofício.

A distinção básica anterior entre os três era:


a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
hierarquia;

b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades;

c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

A seguir, será apresentada a estrutura do pa- drão ofício, de acordo com a ordem com que
cada elemento aparece no documento oficial.

Tipo de documentos
Exposição de motivos: Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente
da República ou ao Vice-Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presiden- te da República por um Ministro de Estado. Nos


casos em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será
assinada por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
interministerial.

Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a


sequência numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina
dentro de um mesmo ano civil.

A exposição de motivos é a principal moda- lidade de comunicação dirigida ao Presidente


da República pelos ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao
Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.

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Mensagem: A Mensagem é o instrumento de comunica- ção oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao
Poder Legislativo para in- formar sobre fato da administração pública; para expor o plano
de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao Congresso
Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto;
enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.

Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República,


a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de


pro- jeto de lei complementar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orça- mentos anuais e créditos adicionais: Os projetos de lei ordinária ou
complementar são enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode ser encaminhado sob o regime normal e,
mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.

Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos membros do Congresso Nacional, mas é


encaminhada com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da
República ao Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua
tramitação (Constituição, art. 64, caput).

Quanto aos projetos de lei que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orça- mentos anuais e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos
membros do Congresso Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-
Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação
congressual em sessão conjun- ta, mais precisamente, “na forma do regimento co- mum”.
E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está o Presidente do Senado Federal
(Constituição, art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.

b) Encaminhamento de medida provisória: Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da


Constituição, o Presidente da República enca- minha Mensagem ao Congresso, dirigida a
seus Membros, com ofício para o Primeiro-Secretário do Senado Federal, juntando cópia da
medida provisória.

Indicação de autoridades: As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de


pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos tribunais superiores,
ministros do Tribunal de Contas da União, presidentes e diretores do Banco Central,
Procurador-Geral da República, chefes de missão diplomática, diretores e conselheiros de
agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos III e IV do caput do art. 52, atribui
àquela Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indicação.

O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de


Pessoa Física, acompanha a mensagem.

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c) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se
ausentarem do país por mais de 15 dias: Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
art. 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso
Nacional. O Presidente da República, tradicional- mente, por cortesia, quando a ausência é
por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes
mensagens idênticas.

CORREIO ELETRÔNICO (E-MAIL): A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se


prática comum, não só em âmbito pri- vado, mas também na administração pública. O termo
e-mail pode ser empregado com três sen- tidos. Dependendo do contexto, pode significar
gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser con- siderado um documento oficial, assim como o
ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial,
utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo.

Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e rece- bimento de documentos na administração
pública.

Valor documental Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001,


para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do re- metente,
segundo os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de
Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil.

O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certifi-
cação digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição
do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela ICP-
Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento
eletrônico que não atenda os parâmetros da ICP-Brasil.

Recomendações:
• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;

• Apesar da imensa lista de fontes dispo- níveis nos computadores, mantêm-se a


recomendação de tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito,
tamanho 12, cor preta;

• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;

• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se
revisam outros documentos oficiais;

• O texto profissional dispensa manifesta- ções emocionais. Por isso, ícones e emoti- cons

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não devem ser utilizados;

• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como
“vc”, “pq”, usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;

• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da
mensagem pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação.

• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa
do Brasil e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.

• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade
do servidor do destinatário.

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DECRETO Nº 9.758, DE 11/04/2019
Objeto e âmbito de aplicação
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral
ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre
a forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.

§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às ceri- mônias das quais o agente público federal
participe.

§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:


I - aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo;
II - aos militares das Forças Armadas ou das forças auxiliares;
III - aos empregados públicos; IV - ao pessoal temporário;
V - aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e aos presidentes de empresas
públicas e sociedades de economia mista;
VI - aos empregados terceirizados que exercem atividades diretamente para os entes da
adminis- tração pública federal;
VII - aos ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança;
VIII - às autoridades públicas de qualquer nível hierárquico, incluídos os Ministros de Estado; e
IX - ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.

§ 3º Este Decreto não se aplica:


I - às comunicações entre agentes públicos federais e autoridades estrangeiras ou de
organismos internacionais;
II - às comunicações entre agentes públicos da administração pública federal e agentes
públicos do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria
Pública, do Ministério Público ou de outros entes federativos, na hipótese de exigência de
tratamento especial pela outra parte, com base em norma aplicável ao órgão, à entidade ou
aos ocupantes dos cargos.

Art. 2º O único pronome de tratamento utiliza- do na comunicação com agentes públicos


federais é “senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da
função ou da ocasião (O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural).

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de
tratamento, ainda que abreviadas:
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo; II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência; IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo; VI - digno ou digníssimo; e VII - respeitável.

§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o
caput, mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar
o interlocutor do mesmo modo.

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§ 2º É vedado negar a realização de ato admi- nistrativo ou admoestar o interlocutor nos
autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá
pro- nome de tratamento ou o nome do agente público.
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o
nome do destinatário nas hipóteses de:
I - a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para
a identificação do destinatário; ou
II - a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.

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