Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FONEMA
É a menor unidade sonora que pode ser isolada no interior de uma palavra. Sua função é
diferenciar as palavras de uma língua.
Vogais: Por se tratar do emprego dos sons, as vogais são pronunciadas fortemente (em
toda sílaba há uma vogal, o número de vogal é exatamente igual ao número de sílaba).
1
Semivogais: São pronunciadas fracamente e para que existam, é necessária a vogal. Por
isso é semi. São os sons de I e U. Cuidado porque em várias palavras da língua portuguesa,
E = i e O = u.
Hiato: Duas vogais próximas que pertencem a sílabas distintas. Por quê? Ora, porque
existe ape- nas uma vogal em cada sílaba.
Encontros consonantais: Formados por mais de uma consoante sem vogal intermediária.
Perfeitos: As consoantes pertencem à mesma sílaba (Blu – sa, crí – ti – ca).
Imperfeitos: As consoantes pertencem a sílabas distintas (Pac – to, rit – mo).
2
Sílaba / Monosílaba: uma sílaba (pé, pá).
Dissílaba: duas sílabas (café, planta).
Trissílaba: três sílabas (agora, tímpano).
Polissílaba: quatro ou mais sílabas (oxítona, limonada).
Divisão silábica:
3
Formação de Palavras
Caro aluno, neste último tópico vamos estudar a formação das palavras. É a base
mais importante para o compreendimento do português como um todo e é uma ferramenta
que poderá ser utilizada na compreensão e interpretação de texto.
Primitiva Derivada
Veja bem, as palavras “mar” e “terra” não vêm de nenhuma outra palavra, ou seja, elas
são palavras primitivas (primeiras), elas dão origem a outras palavras pelo acréscimo
de prefixo ou sufixos.
Leal - desleal
Ler- reler
Capaz- incapaz
4
a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por exemplo:
Leal - lealdade
Papel - papelaria Riso – risonho
Atual – atualizar
Legal – legalizar
Feliz - felizmente
Legal – legalmente
Derivação Prefixal e Sufixal: Ocorre quando a palavra primitiva recebe tanto um prefixo
quanto um sufixo, mas perceba que, nesse caso, há completa possibilidade de se criar uma
palavra utilizando somente um dos afixos, ou seja, a palavra que recebeu o sufixo e o prefixo
também dá origem a outras palavras utilizando somente o prefixo ou somente o sufixo.
5
Derivação Regressiva: O nome deste tipo de derivação ajuda muito “regressiva”, ocorre
quando acontece uma redução na palavra primitiva.
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras
derivadas.
O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um
substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.
Podemos encontrar diversos gramáticos chamando estas palavras de substantivos deverbais.
Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva.
6
Derivação Imprópria: Ocorre derivação imprópria quando a palavra muda de classe
gramatical sem que para isso ocorra retirada ou acréscimo de letras ou afixos. Essa
transformação ocorre de várias maneiras.
7
Funções de linguagem
As funções da linguagem estão relacionadas aos estudos da linguagem e da
comunicação. Entender essas manifestações ajuda a interpretar textos com mais
eficiência, podendo gerar mais eficácia no momento de se falar ou de se escrever. O
conhecimento das funções da linguagem proporciona uma comunicação mais
eficiente, conforme o objetivo do locutor.
É válido lembrar que, embora seja possível, na maioria das vezes, identificarmos a
função predominante, podemos perceber que as seis funções da linguagem podem
perpassar os textos, uma vez que todos os elementos estão presentes na
comunicação.
8
Função poética: Embora tenha como nome função poética, essa função da
linguagem não é exclusiva dos poemas. É frequente a presença de figuras de
linguagens seja em textos poéticos, seja em textos em prosa, estrutura-se o texto em
versos com rimas,demonstrandoa intencionalidade do trabalho com a mensagem.
9
Substantivos
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe
gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de
objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:
b) Concretos e Abstratos:
LÂMPADA MALA
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são
independentes de outros seres. São assim, substantivos concretos.
10
d) Coletivos: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa
um conjunto de seres da mesma espécie.
Plural dos compostos cujos elementos são ligados por hífen flexionam-se:
a) Ambos elementos quando formados de substantivo + substantivo (couve-flor e
couves-flores), substantivo + adjetivo (amor-perfeito e amores- perfeitos),
adjetivo + substantivo (gentil-homem e gentis- homens), numeral + substantivo
(quinta-feira e quintas-feiras).
11
d) Casos especiais: o louva-a-deus e os louva-a-deus; o bem-te-vi e os bem-
te-vis; o bem-me-quer e os bem-me-queres; o João-ninguém e os Joões-ninguém.
b) Uniformes: são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto
para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos (A cobra macho e a cobra
fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea).
12
Verbos
Verbo é a classe gramatical que expressa ação, estado, fenômeno e varia em
tempo, modo, número e pessoa. O tempo se refere a quando ocorre a ação. Já o
modo indica como a pessoa fala, como por exemplo, se a pessoa fala com
certeza, dúvida ou dando ordens. Número e pessoa indicam qual a pessoa do
discurso e se está no singular ou plural. Portanto, o verbo irá se flexionar de
acordo com as três pessoas do discurso, como na tabela abaixo.
vogal
13
A vogal temática é a vogal que se acrescenta ao radical para formar o tema.
Indica a conjugação a qual eles pertencem:
• Falar A = 1ª CONJUGAÇÃO
• Comer E = 2ª CONJUGAÇÃO
• Partir I = 3ª CONJUGAÇÃO
indicativo
presente
Tempo •pretérito
futuro
14
Modos e tempos verbais
→ Indicativo- indica uma certeza, uma realidade.
Por exemplo: Eu sou um homem honesto.
Modo indicativo:
PRESENTE
EU: sou
TU: és
Neste momento eu...
ELE: é
NÓS: somos
VÓS: sois
ELES: são
PRETÉRITO PERFEITO
EU: fui
TU: foste
ELE: foi
NÓS: fomos Eu já...
VÓS: fostes
ELES: foram
PRETÉRITO IMPERFEITO
EU: era
TU: eras
ELE: era
NÓS: éramos Antigamente eu...
VÓS: éreis
ELES: eram
15
FUTURO DO PRESENTE
EU: serei
TU: serás
ELE: será Amanhã eu...
NÓS: seremos
VÓS: sereis
ELES: serão
FUTURO DO PRETÉRITO
EU: seria
TU: serias
ELE: seria
NÓS: seríamos Se não fosse por isso, eu...
VÓS: seríeis
ELES: seriam
PRETÉRITO IMPERFEITO
EU: fosse
TU: fosses
ELE: fosses
NÓS: fôssemos
VÓS: fôsseis
ELES: fôssemos
FUTURO
EU: for
TU: fores
ELE: for
NÓS: formos
VÓS: fordes
ELES: forem
16
PRONOMES
Os entes de nossa cultura são nomeados por palavras que se incluem na categoria
de substantivos. Entretanto, nem sempre nos servimos de substantivos para
fazer referências aos elementos culturais que nos rodeiam: podemos servir-nos
de uma classe de palavras chamada pronome.
Exemplos:
Como você pode observar nos exemplos acima, o pronome é a classe de palavras
que pode substituir o nome ou a ele referir-se.
NOTA:
*Quando o pronome substitui o nome, é pronome substantivo: Ela está triste.
*Quando se refere a ele, é pronome adjetivo: Esta menina está triste.
17
NOTA: São, ainda, DEMONSTRATIVOS, tal, próprio, mesmo, semelhante, o
(aquele, aquilo), a (aquela, aquilo).
Indefinidos
Referem-se, de modo vago, impreciso, à 3ª pessoa gramatical. Por exemplo: alguém,
ninguém, quem, muito, bastante, todo, cada, vários, nenhum, algum, certo,
certa, nada, etc.
Relativos
Empregam-se em relação a um termo antecedente (O homem que chegou é meu
funcionário).
Que= usado para coisa, lugar, animal ou pessoa.
Quem= usado somente para pessoa.
Qual= usado para coisa, pessoa, animal ou lugar.
Onde/Aonde= usado para lugar, sendo onde lugar fixo e aonde para um local de
movimento.
Cujo/Cuja= usado para coisa, pessoa e lugar com valor possessivo (não se usa
artigo após).
NOTA: Que, quem, qual, quanto passam a ser interrogativos quando empregados
em frases perguntativas diretas ou indiretas.
Colocação Pronominal: Os pronomes átonos me, te, se, o, lhe, nos e vos
podem sem colocados antes, depois ou dentro do verbo. Classificando-se em:
18
2) Ênclise: quando o pronome é usado depois do verbo.
Exemplo: Pediram-me ajuda.
• Diz-se que o pronome me está enclítico ou em ênclise.
Observações:
a) Há situações de próclise obrigatória. Ênclise e Mesóclise só são empregadas
quando não há obrigatoriedade de próclise. Digamos, então, que “quem manda” é a
próclise.
b) A mesóclise, diferentemente da próclise e da ênclise, exige que o verbo esteja
num determinado tempo, no caso o futuro do indicativo (do presente ou do pretérito).
2) Enclise:
*No início do período (Disseram-lhe tudo). Quando se inicia a frase com o verbo,
não há palavra atrativa para que se empregue a próclise. Por isso se diz que não se
começa frase com pronome átono.
19
*Futuro do subjuntivo exige próclise, por causa da conjunção subordinativa ou do
pronome relativo (Quando te pedirem algo, procura atender; Analisarei o projeto
que me mandarem).
*Com as conjunções coordenativas (Falou pouco, mas se cansou; Falou pouco, mas
cansou-se; Falará pouco, mas se cansará; Falará pouco, mas cansar-se-á. Esforcei-me
para não o magoar; Esforcei-me para não magoá-lo).
NOTA: Como se viu nos três primeiros casos de próclise facultativa, se o verbo
estiver no presente ou no passado, pode-se usar a próclise ou a ênclise; no
futuro do indicativo, a próclise ou a mesóclise. O último caso é perigosíssimo, pois
existe a palavra “não”, que normalmente exige próclise. Mas isso não ocorre quando
ela antecede o infinitivo pessoal.
NOTA: Com palavra atrativa não será possível a ênclise ao verbo auxiliar (Não
quero mostrar-lhe o resultado= certo; Não lhe quero mostrar o resultado= certo;
Não estou mostrando-lhe o resultado= certo; Não lhe estou mostrando o resultado=
certo; Não quero-lhe mostrar o resultado= errado; Não estou-lhe mostrando o
resultado= errado). Se o pronome estiver solto entre os dois verbos (sem hífen),
cabe as duas formas (Quero lhe mandar o resltado/Estou lhe mandando o
resultado= certo ou errado).
20
NUMERAL
É a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou
os situa em determinada sequência (Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco; Eu
quero café duplo, e você?). Os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em
relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem
mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou
ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
Ordinais utilizado para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma
obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir dai os cardinais, desde que o numeral venha
depois do substantivo:
Para designar leis, decretos e portarias, utilia-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em
diante (Artigo 1.° - primeiro; Artigo 9.° - nono; Artigo 10 – dez; Artigo 21 -vinte e um).
Ambos/ambas são numerais, significam "um e outro", "os dois" (ou "uma e outra", "as duas") e são
largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência (Pedro e João
parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade; Ambos agora participam das
atividades comunitárias de seu bairro).
21
Flexão dos numerais
Multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas (fizeram o dobro do esforço
e conseguiram o triplo de produção), se funções em adjetivas flexionam-se em gênero e número
(teve de tomar doses triplas do medicamento).
Fracionários flexionam-se em gênero e número (um terço/dois terços; uma terça parte duas
terças partes).
Coletivos flexionam-se em número (uma dúzia; um milheiro; duas dúzias; dois milheiros).
22
ARTIGO
Chamamos de artigo a palavra variável que colocamos antes do substantivo para indicar, ao
mesmo tempo, seu gênero e seu número. O artigo é basicamente demonstrativo. Sua função
Sintática principal é de adjunto dos substantivos.
É classificado como: Definido (o, a, os, as) e Indefinido (um, uma, uns, umas).
Definidos: determinam os substantivos de modo preciso e particular. Ao dizer "o livro", faz-se
uma referência a um livro em particular.
Indefinidos: determinam os substantivos num aspecto vago, impreciso e geral. Quando se diz
"um livro", menciona-se qualquer livro.
NOTA: Na Língua Portuguesa existe uma maneira de combinar os artigos com preposições. A
combinação dos artigos definidos com as preposições a, de, em, por (per), resulta,
respectivamente, em ao, do, no, pelo, à, da, na, pela, aos, dos, nos, pelos e às, das, nas, pelas.
A combinação dos artigos indefinidos com a preposição em, e mais raramente a preposição
de, resulta em: num, dum, numa, duma, nuns, duns, numas, dumas. O artigo transforma
palavras de qualquer classe Gramatical em substantivo (Ninguém sabe como será o amanhã;
Li o jornal ontem ~ Li um jornal ontem).
O uso do artigo é facultativo diante de pronomes possessivos (Foi rápida a sua entrevista ~ ou
sua entrevista).
*Entre o pronome cujo e o substantivo imediato (Há animais cujo pêlo é liso).
*Antes de substantivos usados de uma maneira geral (Especialistas afirmam que mulher fica
mais gripada que homem).
*Diante da palavra casa, quando designa residência da pessoa que fala ou de quem se trata
(Ficou em casa ~ Fui para casa). Todavia, se a palavra casa vier acompanhada de adjetivo
ou locução adjetiva, deve ser anteposto, ordinariamente, o artigo (De tarde, a menina foi até
a casa da avó).
23
ADVÉRBIO
É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo ou um adjetivo ou outro advérbio.
A função do advérbio é: Morfologicamente invariável, ou seja, não apresenta flexão de gênero,
número e modo; Semanticamente expressa uma circunstância como: lugar, tempo, modo,
dúvida, afirmação, negação e intensidade; Sintaticamente modifica um verbo, um adjetivo,
outro advérbio ou toda uma afirmação expressa em uma frase.
Flexão do Advérbio:
Apenas os advérbios de quantidade, de lugar e de modo são flexionados, sendo que os demais
são todos invariáveis. A única flexão propriamente dita que existe é a de grau, a saber:
Superlativo: aumenta a intensidade (longe -longíssimo, pouco -pouquíssimo, etc).
Diminutivo: diminui a intensidade (perto -pertinho, pouco -pouquinho, etc).
Observações:
*As palavras "muito", "pouco" e "tanto" também podem ser pronomes indefinidos.
*Variando em gênero ou número, são pronomes indefinidos; se invariáveis, serão advérbios.
*”Melhor” e “pior” são as formas irregulares do grau comparativo dos advérbios "bem" e "mal".
Locuções Adverbiais:
São conjuntos de palavras, geralmente introduzidas por uma preposição, que exercem a função
de advérbio: às pressas, à toa, às cegas, às escuras, às vezes, de quando em quando, de vez em
quando, à direita, à esquerda, em vão, frente a frente, de repente, de maneira alguma, etc.
24
PREPOSIÇÃO
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a
substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a
substantivo, etc. São exemplos de preposição: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE,
DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE, TRÁS.
Preposições acidentais: Aquelas que provêm de outras classes de palavras ou que, além de outra
função, podem atuar como preposições, isto é, atuam "acidentalmente" como preposições.
Entre elas, podemos citar: durante, fora, menos, salvo, conforme, exceto. As preposições
acidentais regem os pronomes pessoais do caso reto (Todos, exceto eu, concordarão).
Locução prepositiva: São duas ou mais palavras que funcionam solidariamente como
preposições. Sempre que há uma locução prepositiva, a segunda palavra do conjunto por si só é
uma preposição. Segue alguns exemplos: GRAÇAS À, PARA COM, DENTRO DE, EM
FRENTE A, PERTO DE, POR ENTRE, DE ACORDO COM, EM VEZ DE, APESAR DE, À
RESPEITO DE, JUNTO DE, POR CIMA DE, ATRAVÉS DE, DE ACORDO COM, EM CIMA
DE, EM VEZ DE, JUNTO DE, PARA COM, À PROCURA DE, À BUSCA DE, À DISTÂNCIA
DE, ALÉM DE, ANTES DE, DEPOIS DE, À MANEIRA DE, JUNTO A, etc.
25
CONJUNÇÃO
Conjunção, na gramática, é uma classe de palavras invariáveis que serve para
conectar orações, estabelecendo entre elas uma relação de dependência ou de
simples coordenação.
Causal: Aponta a causa de um fato precedente (Dona Luísa fora para lá porque
estava só). Porque, pois, por quanto, como, pois que, uma vez que, visto que,
visto como, que, etc.
Concessiva: Aponta um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas
incapaz de impedi-la (Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados).
Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que,
apesar de que, nem que, que, e, etc.
Condicional: Aponta uma hipótese necessária para que seja realizado ou não um
fato principal (Seria mais poeta, se fosse menos político). Se, caso, quando,
contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser
que, etc.
Final: Aponta um fim querido (Cheguei mais cedo a fim de sentar no melhor lugar).
Para que, a fim de que, porque [= para que], que.
26
Conjunção Coordenada:
Liga orações independentes a uma oração principal cujo sentido é completo.
INTERJEIÇÃO
As interjeições são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, sensações
e estados de espírito; ou mesmo, serve como auxiliador. Seguem alguns exemplos
para cada emoção:
*Alegria: oba! Viva! Oh! Ah! Uhu!
*Saudação: oi! Olá!
*Alívio: ufa! Uf! Arre! Ainda bem!
*Animação ou estímulo: coragem! Avante! Firme! Vamos! Eia! Coragem!
*Aplauso: bravo! Bis! Viva! Muito bem!
*Desejo: tomara! Oxalá! Queira deus!
*Dor: ai! Ui! Ai.ui!
27
Sintaxe do período simples
FRASE: é o nunciado capaz de transmitir nossas ideias (uma lua clara).
PERÍODO: É a frase formada por uma ou mais orações; O período pode ser
Simples (formado por uma única oração= Eu já decidi meu destino) ou
Composto (formado por duas ou mais orações= Silvia lava a louça e
Carolina varre o chão).
Classificação do sujeito:
SIMPLES: É aquele constituído por apenas um núcleo ( Os primeiros dias de paz
começam cedo ~ Sujeito: os primeiros dias de paz, Núcleo do sujeito: dias).
COMPOSTO: É aquele que apresenta dois ou mais núcleos (O velho e o garoto
voltaram à igreja ~ Sujeito: o velho e o garoto, Núcleos do sujeito: “velho” e
“garoto”).
28
2) usando o verbo na terceira pessoa do plural.
Atropelaram um cão na rua. Atualmente falam muito mal de você.
29
COMPLEMENTO VERBAL E NOMINAL
A regência nominal trata da relação entre um nome e outro termo. O nome, que
será o termo determinante, pode ser classificado como substantivo, adjetivo ou
advérbio. O outro termo é o complemento e/ou a preposição.
30
Outro tipo de regência é a conhecida regência verbal, que também se refere à
relação de subordinação entre dois termos, porém, no caso da regência verbal, a
relação dá-se entre um verbo e seu complemento. Um verbo possui a mesma
regência do nome do qual deriva.
31
Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são os
seguintes: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Os pronomes oblíquos tônicos que
funcionam com ele, ela, nós, vós, eles, elas. Vamos à lista, então, dos mais
importantes verbos transitivos indiretos:
b) Agradar será VTI, com a prep. a, quando significar ser agradável; satisfazer
(Para agradar ao pai, estudou com afinco o ano todo).
c) Querer será VTI, com a prep. a, quando significar estimar (Quero aos meus
amigos, como aos meus irmãos).
d) Assistir será VTI, com a prep. a, quando significar ver ou ter direito (Gosto de
assistir aos jogos do Santos).
e) Custar será VTI, com a prep. a, quando significar ser difícil (Custou-me acreditar
em Hipocárpio).
f) Proceder será VTI, com a prep. a, quando significar dar início (Os fiscais
procederam à prova com atraso).
Caso tenha dois complementos, será VTDI, com a prep. a. Alguns verbos
transitivos indiretos, com a prep. a, não admitem a utilização do complemento
lhe. No lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre eles, destacam-
se os seguintes: Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir.
32
a) Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. com: Simpatizar e Antipatizar
(Simpatizo com Eleonora, mas antipatizo com o irmão dela).
b) Implicar = será VTI, com a prep. com, quando significar antipatizar (Não sei
por que o professor implica comigo).
d) Proceder será VTI, com a prep. de, quando significar derivar-se, originar-se (Esse
mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu).
f) Sobressair é sempre VTI, com a prep. em. Não é verbo pronominal, portanto
não existe o verbo sobressair-se (Quando estava no colegial, sobressaía em todas
as matérias).
b) Custar será intransitivo, quando significar ter preço (Estes sapatos custaram
R$50,00).
33
f) Ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer e dirigir-se são intransitivos.
Aparentemente eles têm complemento, pois Quem vai, vai a algum lugar. mas
a indicação de lugar é circunstância, e não complementação. Classificamos
como Adj.Adverbial de Lugar. Eles exigem a prep. a, na indicação de destino, e de,
na indicação de procedência. Só se usa a prep. em, na indicação de meio,
instrumento (Cheguei de Curitiba há meia hora. Vou a São Paulo no avião das 8h).
34
1) Eu reconheci os criminosos [ voz ativa ]
2) Os criminosos foram reconhecidos por mim [ voz passiva analítica ]
3) Reconheceram-se os criminosos [voz passiva sintética ]
4) Paulo feriu-se [ voz reflexiva ]
5) Lourdes e Gustavo se amam [ voz recíproca ]
Observação.: A voz passiva pode ser sintética e analítica. Havendo pronome
apassivador, temos a voz passiva sintética ( v.t.d. + se / v.t.d.i + se ). Já a voz
passiva analítica não apresenta partícula apassivadora.
6) Comunicaram os fatos ao diretor [ voz ativa ]
7) Comunicaram-se os fatos ao diretor [ voz passiva sintética ]
8) Os fatos foram comunicados ao diretor [ voz passiva analítica ]
9) O que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro [voz reflexiva]
ADJUNTO ADNOMINAL
É termo que mantém relação com o substantivo, e é toda oração subordinada
adjetiva. Geralmente exercem a função de adjunto adnominal o adjetivo, o
numeral, o pronome e o artigo.
APOSTO
Sua finalidade é explicar, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou
simplesmente apontar algo, alguém ou um fato. Classificam-se em:
Resumitivo: Os pais, os avós, os tios, todos, foram a Portugal. Amor, dinheiro, fama,
tudo, passam.
35
CRASE
Chamamos de crase o fenômeno da fusão de duas vogais da mesma natureza. Assinalamos com
um acento grave (`) a crase do “a”. REGRA GERAL= Se o termo antecedente exigir a
preposição “a” e o termo consequente aceitar o artigo “a (s)” ou um pronome demonstrativo
iniciado pela letra “a”
ATENÇÃO: para saber se uma palavra aceita, ou não, um artigo, utilize esta dica:
36
➢ NÃO HAVERÁ CRASE
Antes de palavras masculinas:
Andou a cavalo
Voltaram a pé
Antes de verbos:
Começarei a cantar
Ele está disposto a colaborar
Em sujeito:
As vezes que estive aqui foram proveitosas
37
SEMPRE HAVERÁ A CRASE:
Na indicação da hora:
Com a expressão à moda de, mesmo que a palavra moda não esteja expressamente apresentada:
Arroz à grega
Bife à milanesa
Atenção! Bife A cavalo e frango A passarinho NÃO admitem crase! Eles não lançam moda.
Nas expressões circunstanciais femininas, verbos exprimindo ideia de tempo, modo, lugar, finalidade
Saíram à tarde.
Trabalhava às pressas.
Estava à deriva
38
CRASE FACULTATIVA
Antes de pronome possessivo feminino singular:
A palavra CASA (no sentido de lar e se vier DETERMINADA por um adjunto adnominal) e a palavra TERRA
(no sentido de chão firme) aceitam artigo e, logo, pode ocorrer a crase.
Voltou à casa de seus genitores.
Chegaram à terra prometida.
A palavra DISTÂNCIA, quando especificada, também admite artigo e, com isso, pode haver a crase.
A polícia ficou à distância de dez metros dos manifestantes
Antes do vocábulo QUE (não é casual, porém, pode haver crase caso encontremos a preposição “a”
equivalendo-se a “aquela”:
Não falei sobre esta carta, refiro-me à que você escreveu. (a + aquela).
39
Concordância verbal e nominal
Concordância verbal
Na concordância verbal, estudamos a relação do verbo com o sujeito. Em regra geral, o verbo concorda em
número e pessoa com seu sujeito.
NÚMERO PESSOA
• singular • 1ª
• plural • 2ª
• 3ª
Sendo assim, devemos compreender os tipos de sujeito para que possamos estabelecer as regras de
concordância com os verbos.
Tipos de sujeito
Sujeito simples
Apresenta somente um núcleo.
Ex: O garoto caiu.
Sujeito composto
Apresenta dois ou mais núcleos.
Ex: Gabriel e Maria saíram.
Sujeito indeterminado
Apresenta 3ª pessoa do plural ou “se” + sujeito indeterminado.
Ex: Vendem-se casas.
40
Sujeito oculto ou desinencial
O sujeito pode ser definido através da terminação do verbo.
Ex: Passamos na prova.
Sujeito = nós
Concordância nominal
Regra básica
São pequenas atitudes que tornam grande o bem-estar das pessoas. Seguem anexas ao documento todas as
exigências da empresa.
41
Casos específicos
1 – Mais de um substantivo e apenas um adjetivo
(Concordância atrativa)
Ex.: Comprei nova moto e carro.
Ex.: Comprei velhas gramáticas e manuais para a pesquisa.
OBS: Se os substantivos forem nomes próprios ou parentesco, use apenas e concordância gramatical.
Os excelentes pai e mãe criaram muito bem seus filhos.
Os talentosos Cássia Eller e Renato Russo deixaram saudades.
(Concordância atrativa)
Ex.: Eles têm várias ideias e pensamentos estranhos.(sinônimos) O sorriso, o riso, a gargalhada solta era
sua maior qualidade.
2- Mais de um adjetivo e apenas um substantivo
Ex.: As polícias civil e federal investigaram o caso. A polícia civil e a federal investigaram o caso.
Os setores público e privado participaram do esquema. O setor público e o privado participaram doesquema.
42
4- Quando têm valor adjetivo, estas palavras variam normalmente: mesmo, próprio, só, extra,
junto, quite, leso, obrigado, anexo, incluso.
Ex.: A aluna mesma fez o trabalho.
Ex.: As pessoas vivem acusando a si próprias. As alunas ficam sós. (sozinhas)
Ex.: Os funcionários trabalharam duas horas extras por dia nesta semana. As duas viviam juntas no
apartamento.
Ex.: “Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria”. Nós ficamos quites depois da conversa.
Ex.: As alunas disseram: “Muito obrigada por tantos elogios”.
Ex.: As fotos estão anexas à pasta.
6 - Caro / barato
Ex.: A gasolina custa caro no Brasil, mas noutros países custa barato.
Ex.: A gasolina está cara no Brasil; mas noutros países, barata.
43
9 – Haja vista
Expressão usada com o sentido de “veja”, “considerando-se”, “tendo em vista”.
É uma locução verbal invariável, que não admite flexão de gênero nem de número.
Ex.: A empresa progredia constantemente, haja vista as crescentes contrataçõesdos últimos meses.
11 - Obrigado
12 - Predicativo do sujeito
44
13 - Substantivo com valor de adjetivo não varia.
Ex.:Blusas rosa / Blusas vinho / Blusas laranja / Blusas violeta / Blusas cinza. OBS.: Nos adjetivos
compostos, em regra, somente o último termo varia.
Ex.:Blusas verde-claras / Blusas verde-esmeralda
Ex.:Clínicas médico-cirúrgicas. Acordossócio-político-econômicos.
SUBSTANTIVO + SUBSTANTIVO
Ex: Couve-flor Couves-flores
ADJETIVO + SUBSTANTIVO
Ex: alto-relevo altos-relevos
NUMERAL + ADJETIVO
Ex: quinta-feira quintas-feiras
ADVÉRBIO + ADJETIVO
Ex: alto-falante alto-falantes
INTERJEIÇÃO + SUBSTANTIVO
Ex: ave-maria ave-marias
45
1) SUBSTANTIVO + SUBSTANTIVO
Na composição de dois substantivos, é mais comum que o segundo termo não varie, por ser delimitador. Ou
seja, apenas o primeiro elemento passa para o plural.
3) PALAVRAS ONOMATOPÉICAS
Somente o último termo vai para o plural.
Ex: Reco-reco Reco-recos
Ex: Tique-taque Tique-taques
46
Plural dos adjetivos compostos
O plural dos adjetivos compostos possui como regra geral a concordância com o substantivo que modificam, onde
somente o último elemento da composição vai para o plural. Essa é a regra para o plural dos adjetivos compostos
em geral.
Ex: luso-americano → luso-americanos
Ex: afro-brasileira → afro-brasileiras
Os adjetivos chamados de “uniformes” têm uma só forma para masculino ou feminino. Normalmente são os
terminados em (-a, -e, -ar, -or, s, z ou m).
Ex: hipócrita
Ex: doce
Ex: exemplar
47
Semântica
A semântica faz parte da compreensão e interpretação de textos. O sentido das palavras, como por exemplo
a linguagem figurada e concreta, é, portanto, fundamental para a compreensão de textos. O
significado das palavras é estudado pela semântica, não só através do sentido das palavras como através
das relações que estas estabelecem entre si.
Campo semântico
O campo semântico é o grupo de palavras que apresentam uma relação semântica comum. Por exemplo,
algumas palavras como mouse e teclado fazem parte do mesmo campo semântico: INFORMÁTICA. Já outras
palavras como por exemplo investigação e delegacia fazem parte do campo semântico da ÁREA POLICIAL.
48
Sentido denotativo e conotativo
O sentido denotativo representa o sentido real, objetivo e primário da palavra.
Por outro lado, o sentido conotativo representa o sentido figurado da palavra, indireto, metafórico.
Ex: Ela chegou atrasada no trabalho hoje.
Ex: Meu namorado é um porto seguro.
Podemos identificar no primeiro exemplo o sentido objetivo da frase. É fácil a compreensão de que “Ela”
chegou atrasada hoje no trabalho. Portanto, temos aqui o sentido denotativo. Já na segunda frase,
podemos identificar o sentido figurado da palavra porto seguro. Afinal de contas, namorados não podem ser
portos seguros, locais para atracar barcos. Temos, portanto, o sentido conotativo da palavra.
Sinônimos
Sinônimos são palavras que se aproximam semanticamente em determinado contexto por uma relação de
equivalência, ou seja, apresentam sentido equivalente.
Ex: Ele faleceu ontem. Ex: Eles disseram que ele morreu ontem.
Podemos perceber que os dois exemplos são sinônimos, já que dizem a mesma coisa, porém com palavras
diferentes.
Antônimos
Diferentemente dos sinônimos, antônimos são palavras que se aproximam semanticamente em
determinado contexto por uma relação de oposição.
Ex: Dormi bem essa noite. Ex: Dormi mal essa noite.
49
Hipônimos x Hiperônimos
Hipônimos são termos específicos ou espécie do hiperônimo.
Já os hiperônimos são palavras em sentido amplo, termos gerais que indicam o gênero.
50
Homônimos x Parônimos
são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados diferentes, podendo ou não
ter a mesma grafia. Temos três diferentes tipos de palavras homônimas:
Homônimo Homófono
São palavras que possuem o mesmo som e pronúncia, porém com sentidos e grafia diferentes.
Ex: Censo (recenseamento) x senso (percepção). Ex: Tacha (prego pequeno) x Taxa (imposto)
Homônimo Homógrafo
São palavras que possuem a mesma grafia, porém a pronúncia e sentidos diferentes
Ex: O almoço está na mesa. (refeição). Ex: Eu almoço ao meio-dia. (verbo almoçar)
Homônimos Perfeitos
São palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo som, porém sentidos diferentes. Geralmente são de
classes diferentes.
Ex: Eu cedo meu assento para idosos. (verbo ceder). Ex: Cheguei cedo no trabalho. (advérbio de tempo)
Parônimos
São palavras diferentes, com grafia e pronúncia parecidas, que confundem na hora da prova. A melhor
forma de estudar sem dúvidas é a leitura através de marcações na parte da palavra que se diferencia uma
da outra.
51
Polissemia
A palavra polissêmica é uma só, mas se reveste de diferentes significados, dependendo do contexto. Se
difere de um homônimo perfeito, pois a polissemia se refere a vários sentidos de uma única palavra.
Monossemia
Ao contrário da polissemia, em se tratando de monossemia, temos os casos em que a palavra apresenta
apenas um significado.
Ex: Estetoscópio = instrumento médico. Ex: Eneágono = polígono com nove lados
Ambiguidade
A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma mensagem. Pode estar em
palavras, frases ou expressões. É basicamente o duplo sentido que a frase causa. Deve ser evitada, pois é
considerada vício de linguagem, o que prejudica a clareza das informações.
Pode ter relação com a má estrutura da frase ou mesmo com a polissemia da palavra.
Ambiguidade estrutural
Ex: Mataram o porco do meu tio.
Sentido 1: Mataram o tio, que era um homem porco.
Sentido 2: Mataram o porco, que era do tio.
Sem ambiguidade: Mataram o porco que era do meu tio.
Ambiguidade polissêmica
Ex: Dirigir bêbado não é legal.
Legal: algo permitido pela lei ou algo interessante
52
Formas variantes
São as palavras que podem ser escritas de mais de uma forma, sem que haja grafia incorreta por conta de
seu emprego. Aqui a atenção deve ser redobrada, pois é grande a chance de erro em provas.
Arcaísmo
Arcaísmo é a utilização de palavras antigas, que perderam seu uso na linguagem culta.
São palavras que foram substituídas por termos mais modernos, sinônimos aos usados anteriormente.
Ex: Absolto = absolvido.
53
A PALAVRA “QUE”
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
Nesse caso, será acentuado e seguido de ponto de exclamação. Usa-se também a variação "o quê"! A palavra
que não exerce função sintática quando funciona como interjeição.
Quê! Você ainda não está
pronto? O quê! Quem sumiu?
Preposição:
Liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o verbo ter. Equivale a de. Quando é preposição, a
palavra que não exerce função sintática.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a
palavra que não exerce função sintática; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
Como partícula expletiva, aparece também na expressão é que.
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a palavra
Que lindas flores!
que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no caso, de intensidade.
54
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
⇒ Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração consequente.
⇒ Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
⇒ Pronome substantivo equivale a que coisa: quando for pronome a palavra que exercerá as funções
próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.)
⇒ Pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função sintática de adjunto
adnominal.
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a
palavra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto subordinadas, por isso, classifica-se como
conjunção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como conjunção coordenativa ou
subordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que introduz.
O homem QUE é honesto, dorme tranquilo. O homem /que é honesto/ dorme tranquilo.
O homem é honesto e dorme tranquilo.
ADJUNTO ADVERBIAL:
A casa onde moro é espaçosa.
PREDICATIVO:
Sou aquilo que sou.
AGENTE DA PASSIVA:
A cobra por que ela foi picada é venenosa.
55
Partícula se
• Pronome reflexivo
• Pronome recíproco
• Pronome apassivador
• Índice de indeterminação do sujeito
• Parte integrante do verbo
• Conjunção condicional
• Palavra expletiva ou de realce
Lembrem-se de que um verbo só pode formar VOZ PASSIVA, por meio da PARTÍCULA SE, se tiver OBJETO
DIRETO (VTD ou VTDI). A PARTÍCULA SE, nos demais casos (VTI, VI, VL), gera a indeterminação do sujeito.
TORNA-SE é verbo de ligação. Incabível, porém, afirmar que se trata de sujeito indeterminado.
SE.
56
Emprego dos sinais de pontuação
Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como
indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado
pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.
• Separar períodos:
Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.
• Abreviar palavras:
V. Ex.ª (Vossa excelência)
• Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou
resumem ideias anteriores.
Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.
caminha a humanidade.
57
• Suprimir palavras em uma transcrição:
“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico Xavier)
• Após vocativo:
Juliana, bom dia!
• Após interjeição:
Ufa! Graças a Deus!
*Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
Não acredito, é sério?!
Vírgula (,)
Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias situações.
A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não formam uma
unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração.
58
Separar o vocativo:
Dê-me, meu pai, um abraço forte.
Separar apostos:
Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.
públicos de aposentadoria.
59
Antes da conjunção, como nos casos abaixo:
Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):
Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me escuta.
Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de
adição (adversidade, consequência, por):
Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.
Entre orações:
Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:
Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela
conjunção “e”:
Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.
60
Ponto e vírgula (;) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência :
1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.
Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou orações
coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço
se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso.
" (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
Travessão (—)
O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins: Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:
Aspas (“”)
As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos: Isolar palavras ou expressões que fogem
à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos
eexpressões populares e Indicar uma citação direta.
Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já esteja
presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla (").
61
Uso do hífen
Uso do hífen em palavras formadas por PREFIXOS, como os seguintes:
AB, AD, AERO, AGRO, ALÉM, ALFA, ANTE, ANTI, AQUÉM, ARQUI, AUTO, BEM, BERA, BIO, CIRCUM, GEO, GRÃ,
INFRA, INTER, MINI, MICRO, LACTO, MACRO, MAL, PAN, PERI, MULTI NEFRO, OB, OLURI, POLI, PÓS, PRÉ, PRÓ,
PSEUDO, RECÉM, RETRO, SEM, SEMI, SUB, SOBRE, SUPER, SUPRA, TELE, TETRA, TRI, ULTRA, ...
REGRAS GERAIS
Elementos iguais se separam e elementos diferentes se atraem:
Anti-inflamatório Micro-ondas
Antiaéreo Semiextensivo
Prefixos terminados em vogal com o segundo elemento iniciado com R ou S, essas letras se duplicam:
Antissocial Contrarregra
Autorretrato Ultrassecreto
Prefixos terminados em consoante com o segundo elemento iniciado por R, usa-se o hífen:
Inter-racial Ad-digidal
Ab-rogação Sub-humano (regra geral)
62
Demais casos seguem a regra geral.
Subseção Interestadual
Subprefeitura Supersônico
Interatuação
PREFIXOS: CIRCUM e PAN. Com hífen s e o segundo elemento for iniciado por H, VOGAL, M ou N.
Pan-helênico Circum-murado
Pan-americano Circum-navegação
PREFIXOS: ALÉM, AQUÉM, RECÉM, SEM, EX, VICE, SOTO, SOTA, PÓS, PRÓ, PRÉ, GRÃO, GRÃ. Usa-se SEMPRE o
hífen com esses elementos.
Além-mar
Aquém-fronteira
Pré-vestibular
Vice-governador
Grão-mestre
Soto-pôr
Sem-vergonha.
Usa-se hífen nas palavras compostas que designam ESPÉCIES BOTÂNICAS ou ZOOLÓGICAS.
Couve-flor Bem-te-vi
Pimenta-de-cheiro Bem-me-quer
Formiga-branca
Usa-se hífen para ligar duas ou mais palavras que formem encadeamento vocabular e nas combinações
históricas.
Liberdade-igualdade-fraternidade
Ponte Rio-Niterói
63
Reescrita de frases e parágrafos
As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto, de forma que a ordem das palavras
mantenha o sentido inicial do texto. Na reescritura de frases, devemos observar se há erros de grafia,
acentuação, concordância, regência ou pontuação, além de prestar atenção no tempo verbal. Ou seja,
devemos nos atentar tanto para a parte gramatical e estrutural da frase, quanto para a relação textual e de
lógica que as frases estabelecem. A reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de
trechos de textos utilizando:
Sinônimos
Antônimos
Locução verbal
Voz verbal
No exemplo abaixo, temos a reescrita da frase através da substituição da locução prepositiva a fim por um
sinônimo: a preposição para.
Devemos nos atentar aqui, pois este é um dos tópicos mais cobrados da banca Cebraspe/Cespe, o que gera
bastante dúvidas se não soubermos diferenciar os fatores separadamente. As questões pedem para que seja
analisada a manutenção da correção gramatical ou a manutenção do sentido original do texto ou ainda para
analisar a coerência.
64
Figuras de linguagem
São recursos linguísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais rica e
expressiva. São classificadas de acordo com a sua função:
65
Principais figuras de linguagem
1–Metáfora (comparação):
Ex: Maria é uma flor.
Não se explícita o conector comparativo, caso houve explicitação conector comparativo acabaria por
ser COMPARAÇÃO.
3– Prosopopeia (personificação)
Ex: Minha viola chora (Se dá características humanas a objetos que não são humanos.)
66
7– Sinestesia (Se mistura os sentidos humanos.)
Quando há expressão de sensações percebidas por diferentes sentidos. Uma sensação visual que
evoca um som, uma sensação auditiva que evoca uma sensação tátil, uma sensação olfativa que
evoca um sabor, etc. Ex: O barulho vermelho das armas assusta no Rio de Janeiro.
11– Ironia (dizer ao contrário do que se pensa, com a intenção de criticar, ridiculizar produzir
humor).
67
Gêneros textuais
As bancas de concursos, a todo momento, nos apresentam uma infinidade de tipos de textos, sejam eles
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que
está sendo transmitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais em um
diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos
sozinhos. Faz-se de extrema necessidade classificar os textos para que não percamos pontos fácies na prova.
Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
Tipo x Gênero
O Gênero Textual está relacionado a um contexto histórico e cultural. É um conjunto de características
comuns de um texto.
Receita
Carta E-mail
culinária
Telefonema Crônica
Por outro lado, a Tipologia Textual se relaciona com a estrutura, o conteúdo e a forma como um texto
se apresentam.
Injunção Exposição
68
Narração
Narrar é contar um fato que gerou uma sequência de episódios que acontecera, com alguém em algum lugar
em determinado tempo. É contar uma história. A característica mais marcante de uma narração é a
sequência temporal, em que percebemos a passagem do tempo narrativo através de orações
temporais, verbos de ação no pretérito. Os elementos que você deve perceber em um texto
narrativo são:
A narração traz em seu interior um enredo que deve ser bem entendido. Ele contém:
Apresentação
Conflito
Complicação
Clímax
Desfecho
69
Dissertação
É quando o autor expressa sua opinião acerca de determinado assunto tratado no texto. Torna o
texto argumentativo na busca da persuasão do leitor. Neste tipo de texto, como o autor fixa uma
posição crítica, o leitor deve, também, lançar um olhar crítico afim de entender a posição do autor.
O texto dissertativo possui uma estrutura, vejamos:
INTRODUÇÃO: Em que o autor apresenta sua tese, apresenta seu ponto de vista que será explicado e
provado no desenvolvimento.
anafóricos como: conjunções, pronomes, advérbios, tempos verbais, sinônimos, hipônimos, para que
todos os parágrafos venham todos amarrados.
CONCLUSÃO: É a síntese do que foi tratado no desenvolvimento acerca da introdução. Ele retoma a
ideia principal do texto e finaliza-a. Esse tipo se subdivide em EXPOSITIVO e ARGUMENTATIVO.
Expositivo: Traz fatos, dados, conceitos e informações. O autor apenas expõe suas ideias,discute um
tema através de uma linguagem impessoal.
Argumentativo: Traz ponto de vista e argumentos. O autor defende uma tese, com o objetivo de
convencer o leitor e debater através de uma linguagem impessoal na 3ª pessoa e verbos no
presente do indicativo.
Descrição
Toda vez que se deparar com esse tipo de texto, lembre-se de um quadro e que você o está
explicando a alguém. O texto descritivo é utilizado para esclarecer como é, como funciona, como
se comporta determinado ser, lugar coisa. Desse modo, ele apresenta características do ser estático
ou dinâmico, com a presença de adjetivos, verbos de ligação, predicativos.
Exposição
texto expositivo, em geral, tem base conceitual. Sua função é expor conhecimentos e informações.
É considerado um dos subtipos de dissertação.
Injunção
Geralmente traz verbos no imperativo trazendo um conselho, uma ordem, um aviso ou um desejo.
Apresenta instruções ao leitor. Sua função é ensinar algum procedimento, prescrever, normatizar.
70
Compreensão e interpretação de textos
Para começarmos a falar em compreensão e interpretação de textos, antes temos de conhecer
alguns conceitos básicos sobre o que é de fato um texto e os tipos de texto com os quais podemos nos
deparar. Inicialmente, pode se dizer que o conceito de texto é tudo aquilo que pode ser lido.
Bem caro aluno, chegamos ao ponto mais problemático na vida do concurseiro. Este tópico é,
disparadamente, o mais cobrado entre todas as bancas e um dos itens com maior índice de
erros!
Venho lhe dizer que não há nenhuma formula mágica, nenhum “macetinho” ou algo do gênero.
Para compreender e interpretar corretamente um texto, basta que você tenha uma experiência de vida
na leitura, entenda sobre o assunto que você está lendo e domine o vocábulo específico das
diversas áreas do conhecimento.
A leitura é indispensável no desenvolvimento do senso de compreensão. De modo geral, inicialmente
lemos um texto e identificamos o seu todo, depois identificamos o título e subtítulo e, por fim,
entendemos as minúcias e, assim, buscamos imergir naquilo que o autor quer nos passar. Dito
isso, precisamos estar atentos também ao nível de compreensão que o texto nos exige, se o sentido é
aprender com ele, usamos o sentido geral. Se precisamos ter um senso crítico, necessitaremos de
uma compreensão detalhada.
71
Entendendo o Parágrafo
O parágrafo é a unidade fundamental de uma composição, corresponde a uma estrutura textual da
qual estão contidas informações de um texto, sendo caracterizado por um recuo em relação à margem
esquerda do texto. Lembre-se que o texto constitui um todo coeso, composto de diversos parágrafos,
os quais, por sua vez, são constituídos por diversas frases, que apresentam uma determinada coerência
e coesão entre si, ou seja, uma ideia central mediante pontuação e uso de elementos coesivos adequados
à semântica do texto. A passagem de um parágrafo ao outro, dependerá do conteúdo e da finalidade
do emissor de construí-lo. A partir disso, lembre-se que a eficácia de um texto ou de abordar sobre
um tema, se formam mediante o discurso e a concatenação das ideias apresentadas pelo locutor
(emissor), de forma a permitir o entendimento do interlocutor (receptor).
Atenção à Interpretação
Mantenha sua atenção exclusivamente ao texto (esqueça o que você entende de mundo, pois isso
poderá atrapalhar o entendimento do texto e o examinador sabe bem disso.)
Sempre leia todas as alternativas independente de que a primeira já faça total sentido.
Compreenda o sentido que tem cada palavra no contexto, às vezes, elimina-se uma alternativa
simplesmente entendendo a colocação de uma palavra no contexto.
Sempre busque o tópico frasal, ele é quem vai lhe dizer qual resumo do texto e, com isso, conseguirá
eliminar algumas alternativas que podem até ser semelhantes ao tópico, mas não estarão totalmente de
acordo com ele.
➢ Alternativa que traga ausência de informações importantes, geralmente encontram- se erradas.
➢ Alternativa com pontos contraditórios (inversão) deve ser eliminada.
Alternativa que traz pontos que não estão expressamente no texto ou que não se possa inferir, é a
verdadeira armadilha! O examinador sabe que o candidato tem certo conhecimento de mundo,
utilizando-se desta artimanha, ele trará um tópico que de fato é real, mas que nada tem a ver com o
que o texto estará falando. Por isso, atente-se àquilo que o texto traz, você nunca poderá deduzir
nada que não esteja nele (acréscimo).
72
Intertextualidade
Conforme o próprio dicionário nos traz, intertextualidade é a influência de um texto sobre outro que o
toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado.
A intertextualidade pode acontecer com textos dos variados gêneros: pode surgir em uma letra de
música, em um poema, nos textos em prosa e até mesmo nos textos publicitários. Só é capaz de
reconhecê-la o leitor habilidoso, aquele que já entrou em contato com diversos textos-fonte ao longo da
vida. Isso significa que a interpretação de texto não depende apenas do conhecimento do código
(nossa língua portuguesa), mas também das relações intertextuais que influenciam de maneira
decisiva o processo de compreensão e de produção de textos.
Entre os principais recursos intertextuais estão a citação, a paráfrase e a paródia.
Tipos de discurso
Outro elemento que é muito utilizado em texto, é a variação de tipos de discurso, sendo assim, nem
precisa dizer que é muito importante que você os entenda.
Discurso Direto:
São quando os personagens ganham voz, possuem falas, normalmente em diálogos. Neste tipo de
discurso descreve justamente o que o personagem disse. Para a introdução da fala são usados verbos
como falar, dizer, perguntar etc. Já para a apresentação da fala são comuns travessões, dois
pontos, aspas e exclamações. Exemplo:
Discurso Indireto:
Neste caso, os personagens não se expressam, mas suas falas são apresentadas pelo narrador. O narrador
irá usar suas próprias palavras para descrever as falas dos personagens. Essa narração deve ser feita
em 3º pessoa. Exemplo:
73
Discurso indireto livre:
Aqui as formas direta e indireta se unem, onde o narrador insere discretamente a fala dos personagens
em sua fala. O narrador, mesmo que não participe da história, entra em seus personagens.
Coesão e coerência
Coesão
É a ligação entre as partes do texto por meio de determinados elementos linguísticos. Com ela, fica mais
fácil ler e compreender um texto. A coesão se refere também à retomada de elementos do texto por
meio de palavras. É a referência que um termo faz a outro dentro do texto.
a) Referencial: Ocorre quando usamos classes gramaticais para recuperar certos termos dentro
do texto. O objetivo principal é evitar a repetição desnecessária de palavras.
Podemos perceber a importância do uso de pronomes demonstrativos nesse tipo de coesão.
Ex.: Estudos dizem que com alto índice de açúcar no sangue costumam tomar café com açúcar,
enquanto pessoas com índice aceitável tomam a bebida com adoçante.
Ex.: Isto era importante para ela: dinheiro, sucesso, prestígio.
Ex.:Este domingo vai ter jogo do Grêmio.
74
Coerência
É a relação semântica que estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de
sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.
A coerência está ligada à manutenção da expectativa da lógica que o texto oferece. Sendo assim,
qualquer tipo de contradição gera incoerência.
75
REDAÇÃO OFICIAL
Introdução:
Com a edição do Decreto nº 100.000, de 1991, foi autorizada a criação de uma Comissão para
re- ver, simplificar e uniformizar as normas de redação de atos oficiais utilizadas desde 1937.
Apresentou-
-se, então, a primeira edição do Manual de Redação da Presidência da República.
A obra foi dividida em duas partes. A primeira tratou das comunicações oficiais, com a
definição de padrões e de uma súmula gramatical, e a segun- da abordou o procedimento
legislativo e a elabo- ração de atos normativos pelo Poder Executivo.
Em 2002, por meio da Portaria nº 91 do Mi- nistro de Estado Chefe da Casa Civil, foi publicada
a segunda edição do Manual, revista e atualizada. As principais mudanças ocorreram na
adequação das formas de comunicação a partir dos avanços da informática.
A terceira edição do Manual, elaborada pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
foi aprovada pela Portaria nº 1.369, de 27 de dezembro de 2018, publicada no Diário Oficial da
União de 28 de dezembro de 2018.
A versão conta com diversas modificações que visam à adaptação do Manual às alterações
trazidas pelo Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017, no âmbito da elaboração
normativa, à Reforma Ortográfica e às novas tecnologias.
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/
aquela Ministério, Secretaria, Departamento, Di- visão, Serviço, Seção); o que se comunica é
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa
comunicação é o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder
Executivo ou dos outros Poderes. Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a
finalidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação comunicativa.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais
de- corre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades
públicos, o que só é alcançado se, em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
clareza e objetividade.
76
Atributos da redação oficial:
• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização;
Clareza e precisão:
Clareza: A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro
aquele tex- to que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um
documento oficial ou um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura,
que dificulte ou impossibilite sua compreensão.
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção
da ordem inversa da oração;
77
Precisão: O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se por:
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia
veiculada no texto;
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das
abreviações e os conceitos específi- cos que não possam ser dispensados. A revisão atenta
exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima
(nota do Manual). Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem
estritamente das demais características da redação oficial, apre- sentadas a seguir.
Objetividade:
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a
ideia principal e quais são as secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma
complexidade: as fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido
daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secun- dárias que não
acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais,
podendo, por isso, ser dispensadas, o que também proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações,
sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade
suprime a delica- deza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
78
CONCISÃO:
É uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma
alguma entendê-la como economia de pensamento, não deve eliminar passagens
substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se de excluir pa-
lavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Detalhes
irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva.
COESÃO E COERÊNCIA:
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão,
a ligação, a harmonia entre os elementos de um tex- to. Percebe-se que o texto tem coesão
e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos
estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua
interpretação. Esse mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que
é precedente no texto, ou por antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que
se segue.
IMPESSOALIDADE:
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado
remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatorie- dade de que a administração pública
proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre,
o interesse público; o segundo, a abstração da pessoalidade dos atos ad- ministrativos, pois,
apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio de seus servidores, é resultado
tão-somente da vontade estatal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que
constam das comunicações oficiais decorre:
79
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por
exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é
sempre feita em nome do serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
que permite que as comunicações elaboradas em diferentes setores da administração
pública guardem entre si certa uniformidade;
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo,
constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assina- do de jornal, ou mesmo de um
texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem
a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
impessoalidade.
Formalidade e Padronização:
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras
de forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio
eletrônico (por exemplo, o e-mail, o documento gerado no SEI, o documento em html etc.),
quanto para os eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de tra- tamento. Não se trata somente do correto
emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do
que isso: a forma- lidade diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
cuida a comunicação (ver Decreto 9.758/2019 / P.477).
A digitação sem erros, o uso de papéis uni- formes para o texto definitivo, nas exceções em
que se fizer necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis
para a padronização. Consulte o tópico “As comunicações oficiais” a respeito de normas
específicas para cada tipo de expediente.
80
Em razão de seu caráter público e de sua fina- lidade, os atos normativos e os expedientes
oficiais requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática
formal e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos usuá- rios da língua. O uso do
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas, regionais; dos modismos vocabulares e das parti-
cularidades linguísticas.
Recomendações:
• a língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
• o uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
linguagem próprias do estilo literário;
• a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.
Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso
da norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso
de determi- nadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
sintáticas, mas isso não im- plica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma
de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá
sempre sua compreensão limitada.
Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono- mes, o gênero gramatical deve coincidir com o
sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução (Exemplos:
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado).
Signatário:
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o
presidente francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-
se manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-
Presidente” ou “vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”.
Vocativo:
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será
sempre seguido de vírgula. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Po- der, utiliza-se a
expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo,
seguidos de vírgula (Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor
Presidente do Supremo Tribunal Federal, As demais autoridades, mesmo aquelas tra- tadas
por Vossa Excelência, receberão vocativo Senhor ou Senhora seguido do cargo respectivo).
82
Ainda, quando o destinatário for um particu- lar, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora
seguido do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada
Senhora” (Exemplos: Senhora [Nome], Prezado Senhor).
O padrão ofício:
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam
antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de
uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação úni- cas, que sigam o que
chamamos de padrão ofício.
A seguir, será apresentada a estrutura do pa- drão ofício, de acordo com a ordem com que
cada elemento aparece no documento oficial.
Tipo de documentos
Exposição de motivos: Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente
da República ou ao Vice-Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.
83
Mensagem: A Mensagem é o instrumento de comunica- ção oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao
Poder Legislativo para in- formar sobre fato da administração pública; para expor o plano
de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao Congresso
Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto;
enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orça- mentos anuais e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos
membros do Congresso Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-
Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação
congressual em sessão conjun- ta, mais precisamente, “na forma do regimento co- mum”.
E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está o Presidente do Senado Federal
(Constituição, art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.
84
c) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se
ausentarem do país por mais de 15 dias: Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
art. 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso
Nacional. O Presidente da República, tradicional- mente, por cortesia, quando a ausência é
por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes
mensagens idênticas.
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e rece- bimento de documentos na administração
pública.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certifi-
cação digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição
do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela ICP-
Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento
eletrônico que não atenda os parâmetros da ICP-Brasil.
Recomendações:
• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se
revisam outros documentos oficiais;
• O texto profissional dispensa manifesta- ções emocionais. Por isso, ícones e emoti- cons
85
não devem ser utilizados;
• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como
“vc”, “pq”, usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da
mensagem pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa
do Brasil e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade
do servidor do destinatário.
86
DECRETO Nº 9.758, DE 11/04/2019
Objeto e âmbito de aplicação
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral
ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre
a forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às ceri- mônias das quais o agente público federal
participe.
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de
tratamento, ainda que abreviadas:
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo; II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência; IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo; VI - digno ou digníssimo; e VII - respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o
caput, mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar
o interlocutor do mesmo modo.
87
§ 2º É vedado negar a realização de ato admi- nistrativo ou admoestar o interlocutor nos
autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.
Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá
pro- nome de tratamento ou o nome do agente público.
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o
nome do destinatário nas hipóteses de:
I - a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para
a identificação do destinatário; ou
II - a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.
88