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GERATIVISMO – Uma introdução – Linguística II – UFMT/2019 1

1. TERMOS E CONCEITOS NO GERATIVISMO (Noam Chomsky)1:

Gramaticalidade e Agramaticalidade – Outro centro de atenção dos gerativistas sempre foi


compreender como é possível que os falantes de uma língua tenham intuições sobre as estruturas
sintáticas que produzem e ouvem. Por exemplo, todo falante nativo do português sabe que uma
frase como “quantos livros você já escreveu?” é perfeitamente normal, e pode ser falada por
qualquer um de nós, sem causar estranhamento. Trata-se, portanto de uma frase gramatical,
normal na língua. Esse mesmo falante do português também sabe, pela sua intuição, que uma frase
como “* que livro você conhece uma pessoa que escreveu?” não é normal, é estranha, é uma frase
agramatical da língua (e, por isso, é antecedida do asterisco, que indica a agramaticalidade). Ora,
como é que o falante sabe disso? Como ele consegue distinguir uma frase gramatical de uma frase
agramatical em sua língua? Note bem: estamos falando de um conhecimento implícito,
inconsciente e natural acerca da língua, que todos os falantes nativos possuem, e não das regras
da gramática normativa que aprendemos na escola. Na escola nunca são analisadas construções
como a frase agramatical citada.

(i) quantos livros você já escreveu?  gramatical

(ii) * que livro você conhece uma pessoa que escreveu  agramatical

Figura: gramaticalidade. ( adaptado de KENEDY, 2008, p. 134)

Princípios e Parâmetros – Com a evolução da linguística gerativa, no início dos anos 80 a ideia
da competência linguística como um sistema de regras específicas cedeu lugar à hipótese da
Gramática Universal (GU). Deve-se entender por GU o conjunto das propriedades gramaticais
comuns compartilhadas por todas as línguas naturais, bem como as diferenças entre elas que são previsíveis
segundo o leque de opções disponíveis na própria GU. Para procurar descrever a natureza e o
funcionamento da GU, os gerativistas formularam uma teoria chamada de Princípios e
Parâmetros. Essa teoria possui pelo menos duas fases: a fase da Teoria da Regência e da Ligação
(TRL), que perdurou por toda a década de 80, e o Programa Minimalista (PM), em
desenvolvimento desde o início da década de 90 até o presente. As pesquisas da teoria de
Princípios e Parâmetros foram e são desenvolvidas principalmente na área da sintaxe, pois é
exatamente nas estruturas sintáticas que mais evidentemente se percebem as grandes semelhanças
entre todas as línguas do mundo, mesmo entre aquelas que não possuem nenhum parentesco, o
que facilita o estudo da sintaxe A possibilidade de estudar a sintaxe isolada dos demais
componentes da gramática (léxico, fonologia, morfologia, semântica) é consequência de um
conceito fundamental do gerativismo, o de gramática modular. Segundo ele, os componentes da
gramática devem ser analisados como módulos autônomos, independentes entre si, no sentido de
que são governados por suas próprias regras, que não sofrem influência direta dos outros
módulos. Isto é, o funcionamento de um módulo como, digamos, a sintaxe, é cego em relação às
operações da fonologia, por exemplo.
No Programa Minimalista atual, entendemos por Princípio as propriedades gramaticais que
são válidas para todas as línguas naturais, ao passo que Parâmetro deve ser compreendido
como as possibilidades (limitadas sempre de maneira binária) de variação entre as línguas.
Por exemplo, quando analisamos as sentenças (a) “João disse que ele vai se casar” e (b) “Ele disse
que João vai se casar”, vimos que em (a) o pronome “ele” pode referir-se tanto a “João” quanto a
qualquer outro homem anteriormente citado no discurso, enquanto na frase (b) “ele” não pode se
referir a “João”, e necessariamente faz referência a um outro homem. Essa diferenciação entre a
referencialidade do pronome “ele” nas duas frases pode ser explicada da seguinte maneira: nesse
contexto, o pronome faz referência a algum elemento que precisa ter sido citado
anteriormente no texto – trata-se de um pronome anafórico. É um Princípio da GU que
uma anáfora necessariamente deve suceder o seu referente, e nunca o contrário.

1Leia mais: https://poslingualinguistica2011portela.webnode.com.br/aspectos-teoricos-da-linguistica/principais-


aspectos-do-gerativismo/. Acesso em março de 2019.
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Vejamos agora um exemplo de Parâmetro. Se considerarmos que o valor semântico básico da frase
(a) seja, digamos, algo como “João disse que ele mesmo, o próprio João, vai se casar”, saberemos
que “ele” se refere a “João”. “João” é o sujeito da oração principal, e “ele” é o sujeito da oração
subordinada. Dizemos, então, que os sujeitos das duas orações são correferenciais. O que é
interessante nesse exemplo é que o sujeito da segunda oração poderia não ser preenchido por um
pronome anafórico, isto é, o sujeito da oração subordinada poderia ser oculto – que na linguística
gerativa chamamos tecnicamente de sujeito nulo (representado aqui informalmente por Ø) –,
como ocorre na sentença (c) “João disse que Ø vai se casar”.

(i) João disse que ele vai se casar (“ele” _ sujeito preenchido)
(ii) João disse que Ø vai se casar (“Ø” _ sujeito nulo)

Podemos dizer que a língua portuguesa se caracteriza por suportar a ocorrência de sujeitos
nulos, como ocorre também nessas frases “Ø saí ontem”, “Ø fomos ao cinema”, “Ø fez o trabalho?”,
“Ø choveu ontem” etc. Tanto nesses casos quanto na oração subordinada em (ii) acima, o SN
sujeito do SV predicado não possui nenhum elemento pronunciado, está vazio, nulo.

Deixar o sujeito nulo é uma propriedade do português, e também de outras línguas, como o
espanhol, o italiano, mas essa propriedade não é comum a todas as línguas humanas. Se
traduzíssemos as sentenças do quadro acima para línguas como o inglês e o francês, teríamos
necessariamente de preencher o SN sujeito com um elemento pronominal, pois nessas línguas o
sujeito nulo é uma estrutura agramatical. A frase (ii), por exemplo, só poderia apresentar, em
inglês, o pronome anafórico “he” e nunca o sujeito nulo “Ø”, independentemente da
referencialidade do anáfora pronominal ou zero:

(i) John said that he is going to get married

(ii) * John said that Ø is going to get married

A existência de sujeitos nas sentenças é um Princípio da GU, mas a possibilidade de deixá-


los nulos nas frases é um Parâmetro da GU, pois línguas como o português se caracterizam
como [+ sujeito nulo], enquanto línguas como o inglês são [– sujeito nulo]. ( adaptado de
KENEDY, 2008, p. 136-139)

A GRAMÁTICA COMO SISTEMA DE REGRAS

A primeira elaboração do modelo gerativista ficou conhecida como Gramática


Transformacional e foi desenvolvida e reformulada diversas vezes durante as décadas de 60 e 70.
Os objetivos dessa fase do gerativismo consistiam em descrever como os constituintes das
sentenças eram formados e como tais constituintes transformavam-se em outros, por meio da
aplicação de regras. Por exemplo, a sentença “o estudante leu o livro” possui cinco itens lexicais,
que estão organizados entre si através de relações estruturais que chamamos de marcadores
sintagmáticos, e tais marcadores poderiam sofrer regras de transformação de modo a formar outras
sentenças, como “o livro foi lido pelo estudante”, “o que o estudante leu?”, “quem leu o livro?” etc.
Ou seja, os gerativistas perceberam que as infinitas sentenças de uma língua eram formadas a
partir da aplicação de um finito sistema de regras (a gramática), que transformava uma estrutura
em outra (sentença ativa em sentença passiva, declarativa em interrogativa, afirmativa em
negativa etc.) – e é precisamente esse sistema de regras que, então, se assumia como o
conhecimento linguístico existente na mente do falante de uma língua, o qual deveria ser descrito
e explicado pelo linguista gerativista.
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Vejamos um exemplo. A sentença (S) “o aluno leu o livro” é formada pela relação estrutural
entre o sintagma nominal (SN) “o aluno” e o sintagma verbal (SV) “leu o livro”. O SN é formado
pelo determinante (DET) “o” e pelo nome (N) “aluno”, e o SV, por sua vez, é formado pelo verbo
(V) “leu” e pelo outro SN “o livro”, o qual se forma também por uma relação entre DET e N, no
caso “o” e “livro” respectivamente. Toda essa estrutura sintagmática pode ser mais claramente
visualizada no esquema abaixo, denominado diagrama arbóreo (ou, simplesmente, árvore), que é a
famosa maneira pela qual os gerativistas representam estruturas sintáticas.

Figura: Diagrama Arbóreo. ( adaptado de KENEDY, 2008, p. 132)

Essas regras de composição sintagmática explicam como uma estrutura simples como esta é
gerada, mas não são suficientes para explicar como uma outra estrutura relacionada, como a voz
passiva, seria formada a partir da estrutura de base, no caso, a voz ativa.
Estrutura superficial e Estrutura Profunda – Para dar conta da relação entre estruturas
diferentes mas relacionadas, os gerativistas formularam as regras transformacionais.
Essencialmente, uma transformação forma uma estrutura a partir de uma outra previamente
existente. A estrutura primeiramente formada é chamada Estrutura Profunda e a estrutura dela
derivada chama-se Estrutura Superficial2. Nesse sentido, a voz ativa (O estudante leu o livro) é
interpretada como a estrutura profunda, sobre a qual são aplicadas as regras transformacionais
que geram a voz passiva, a estrutura superficial (O livro foi lido pelo estudante).

2KENEDY, E. Gerativismo. In: Mário Eduardo Toscano Martelotta. (Org.). In.: Manual de lingüística. São Paulo:
Contexto, 2008, v. 1, p. 127-140.
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Figura: Estrutura superficial e Estrutura profunda. ( KENEDY, 2008, p. 133)

“Segundo Chomsky, uma língua natural apresenta dois tipos de estrutura: a profunda, que obriga
as construções fixas, regulares e constantes, representando a forma como falamos; e a estrutura
superficial ou de superfície, que seria a realização da estrutura profunda, a expressão do conteúdo.
As análises dessas estruturas indicariam as transformações produzidas ao se passar de um nível
para outro e as regras que regem essa transformação.” (ver nota 1. COIMBRA, 2011, s/p.)

2. REPRESENTAÇÃO ARBÓREA NA SINTAXE GERATIVA:

“A Sintaxe Gerativa é uma das mais influentes abordagens a respeito da gramática das línguas
humanas. Formulada por Noam Chomsky em meados do século XX, a maneira gerativista de
observar, descrever e explicar fenômenos sintáticos transformou-se ao longo dos anos numa teoria
linguística complexa e diversificada que, até os dias atuais, permanece produtiva e bem-sucedida
(cf. Chomsky, 2013). Com efeito, grande parte da história dos estudos em sintaxe no curso das
últimas quatro décadas define-se a partir da Sintaxe Gerativa, seja, por um lado, para desenvolvê-
la em modelos gerativistas mais específicos e pontuais (como o minimalismo, a otimidade, a
sintaxe experimental ou a HSPG), seja, por outro lado, para criticá-la e, fazendo-lhe oposição,
fundar novos paradigmas (como o funcionalismo ou o construcionismo). Em pleno século XXI ,
parte considerável dos sintaticistas do mundo é formada por gerativistas, e mesmo aqueles que
não se veem como tal reconhecem a relevância da abordagem chomskiana e seu legado para a
Linguística contemporânea. Para Chomsky, o caráter gerativo da linguagem caracteriza-se
pelo fato de que, em todas as línguas humanas, é possível criar um número infinito de
expressões linguísticas utilizando-se, para tanto, uma quantidade finita de elementos
constitutivos. Dizendo de outra forma, Chomsky notou que não existem limites para o número
de frases que um falante de uma língua particular, seja ela qual for, pode produzir e compreender.
Em qualquer língua humana, é possível gerar uma quantidade infinita de frases, que são
formadas com base em um conjunto limitado de fonemas, de morfemas, de palavras e de
regras computacionais. Segundo a nova linguística chomskiana, a capacidade gerativa das
línguas consistiria justamente em fazer uso infinito dos recursos finitos existentes em seu léxico e
em sua gramática. Essa capacidade seria, para Chomsky, o traço mais fundamental da linguagem
humana e é sobre ele que a linguística deveria debruçar-se.”3

O DIAGRAMA ARBÓREO4

Uma oração é sempre constituída por unidades menores significativas, os SINTAGMAS. O


sintagma, segundo Silva e Koch (2001), é o conjunto de elementos que constituem uma unidade
significativa e que mantêm entre si relações de dependência e de ordem. Organizam-se em
torno de um elemento fundamental, o núcleo, que pode por si só constituir o sintagma. Os tipos de
sintagma são classificados de acordo com o núcleo que o constituem:
 Sintagma nominal (SN): quando o núcleo do sintagma é um nome;
 Sintagma adjetival (SA): quando o núcleo do sintagma é um adjetivo;
 Sintagma verbal (SV): quando o núcleo do sintagma é um verbo;
 Sintagma preposicional (SP): quando o núcleo do sintagma é uma preposição.

3 Isto é, o trabalho da linguística é descrever a competência do falante ideal. Veja que a sintaxe gerativa é apenas uma
parte do Gerativismo e não se confunde com ele. Fonte: Introdução do Livro Sintaxe e Sintaxes. Disponível em:
https://www.editoracontexto.com.br/blog/o-que-e-sintaxe-gerativa/. Acesso em março de 2019.
4 Texto adaptado. Publicado pelos alunos de Letras da Universidade Paulista no blog da disciplina. Disponível online:

http://aps-letras2014.blogspot.com/2015/11/o-diagrama-arboreo-e-o-sintagma-nominal.html. Acesso em março de


2019.
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SINTAGMA NOMINAL E VERBAL

Sautchuk (2004) apresenta o sintagma nominal (SN), como uma unidade significativa da
oração que terá sempre como núcleo uma palavra de natureza (ou base) morfológica substantiva,
que é representado como um nome (N) ou até mesmo um pronome (pro), além de poder vir
circundado por Determinante (Det) e/ou Modificador nominais (MOD).
O Determinante (Det) pode ser simples ou complexo: simples, porque apresenta um
elemento representado pelo artigo, numeral ou pronome adjetivo; complexo, por ser constituído
por mais de um elemento. Neste caso, funcionam como determinante-base o artigo e o pronome
demonstrativo; como pós-determinante, os numerais e os possessivos; e, como pré-determinante,
certas expressões indefinidas (todos, a maior parte de). Todos esses elementos obedecem a uma
ordem de colocação. Os modificadores do núcleo substantivo de um sintagma nominal podem ser
eles mesmos, um Sintagma adjetival (SA) ou um Sintagma preposicionado (SP).
Abaixo, uma oração representada por meio do diagrama arbóreo no qual o SN é
modificado pelo SA.

Exemplo I:

O SN como já mencionado, pode ser modificado por ele mesmo, pelo SA (exemplo I) ou pelo
SP. Além disso, ele também pode ser apresentado como um sujeito oculto, ou seja, morfema zero
(Ø), conforme exemplo II abaixo:
Exemplo II:
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Nestes casos o SN é representado com o morfema zero. Podemos observar também na


oração acima, que o SN pode compor a estrutura dentro do SV (Sintagma Verbal) e também é
encontrado dentro da composição do SP (Sintagma Preposicionado).
O sintagma verbal se define a partir do verbo (V), ou seja, o verbo é o seu Núcleo. Quando o
verbo da oração for um verbo de ligação o SV o apresenta como “cópula” (Cóp). O SV também
pode ser modificado pelo Modificador (KOCH E SILVA, 2001).
O sintagma Adjetival (SA) é definido pelo adjetivo (Adj) da frase e o preposicional (SP)
quando se tem uma preposição (prep). Ambos podem ser encontrados no SN ou SV. Dentro do SA
podemos encontrar também o intensificador (Intes.), conforme os exemplos de Perini (1994, p.
196) “muito, bem, bastante, etc.” No SP, podemos encontrar além da preposição (prep) o advérbio
(adv) que modifica o verbo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KENEDY, Eduardo. Gerativismo. In: Mário Eduardo Toscano Martelotta. (Org.). In.: Manual de
lingüística. São Paulo: Contexto, 2008, v. 1, p. 127-140.
SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe. 2ª Ed. São Paulo: Editora Manole, 2010.
SILVA, M. Cecília P. de Souza e; KOCH, Ingedore Villaça. Linguística Aplicada ao Português: Sintaxe. 9ª
ed. São Paulo: Cortez Editora, 2000.
PERINI, A. Mário. Sintaxe Portuguesa: Metodologia e funções. São Paulo: Ática S.A. 1994.

ATIVIDADE PROPOSTA:

1) Aponte a oração em que o SN é modificado pelo SA, e monte o diagrama arbóreo:


a. O menino pobre está com fome.
b. Gostamos de comer muitas pizzas.
c. Aquela mesa tem muitos livros.
d. Todos os meus carros foram vendidos.
e. Encontrei com Carlos hoje.
2) Aponte a oração em que o SN é um morfema zero, e monte o diagrama arbóreo da
correta.
a. As laranjas estavam estragadas.
b. Jane é minha professora de Inglês.
c. Os três irmãos construíram uma casa.
d. Estamos com você.
e. O João vendeu todos os livros.
3) Represente por meio de diagrama arbóreo as orações abaixo:
a. "Cuidamos de você".
b. "Os meus três amigos morreram".
c. "Vocês tiveram filhos lindos".
d. “ A lua brilhava”.
e. “Joana comprou uma casa bonita”.

4) Questões práticas:

a) Em seu livro de 1994 (ver indicações bibliográficas), o linguista e psicólogo norte-americano Steven
Pinker afirmou que a linguagem natural é um instinto da espécie humana, uma capacidade que herdamos da
natureza. Para Pinker, assim como as aranhas são naturalmente programadas para tecer teias, os humanos
são programados para falar (pelo menos) uma língua. Explique por que essa afirmação de Pinker deve ser
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considerada coerente com os fundamentos da linguística gerativa. Você concorda, em parte ou


completamente, com a afirmação do psicólogo-linguista? Vê nela algum exagero? Comente.

b) Leia as sentenças abaixo. Ponha um asterisco antes daquelas que considerar, segundo a sua intuição,
agramaticais e escreva OK depois daquelas que considerar gramaticais. Logo após explique: de onde vem
essa intuição sobre as frases da língua?

i) Parece que os alunos estão cansados.


ii) Os alunos, parece que estão cansados.
iii) Os alunos parecem estar cansados.
iv) Os alunos parecem estarem cansados.
v) Parece os alunos estarem cansados;
vi) Parece os alunos estar cansados;
vii) Os alunos, parece que eles estão cansados.

c) No final da festa do aniversário do seu filho, a dona Maria ia anunciar que estava na hora de cortar o bolo
e disse a seguinte frase: “Vamos gente, está na hora de bortar o colo!”. A própria falante riu do que disse e
corrigiu a frase logo depois. O erro linguístico que dona Maria cometeu deve ser explicado como um
problema na competência ou no desempenho linguístico? Explique.

d) (Fato real) Antony tem seis anos e sofre de retardamento mental. Seus enunciados são deficientes do
ponto de vista semântico e pragmático. Sua sintaxe, porém, é elaborada e corresponde à de uma pessoa
normal da sua idade. Eis uma frase dele: “I got two sisters. I got David and Vicky and Margareth” (Tenho
duas irmãs. Tenho o David, a Vikcy e a Margareth). De que maneira a competência linguística de Antony
pode ser considerada como uma evidência em favor da hipótese da modularidade da gramática?

e) Observe os dados do inglês e do espanhol abaixo. Leve em consideração também a tradução dessas frases
para o português. Explique o comportamento dos sujeitos e dos objetos (nulos ou preenchidos) nessas três
línguas de acordo com as noções de Princípio e Parâmetros.

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