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UNIDADE II: ASPECTOS PONTUAIS SOBRE SISTEMAS DA LÍNGUA


Esta unidade temática visa apresentar, de modo sintético, regras de
funcionamento de alguns sistemas que compõem a língua,
nomeadamente, o sistema ortográfico, sobre o qual se abordará sobre o
alfabeto português, a acentuação, o uso de sinais de pontuação, entre
outros aspectos… e o sistema sintáctico, com foco na divisão e
classificação de orações, na concordância verbo-nominal, entre outros
aspectos.

1. O ALFABETO

Para representar, na escrita, as palavras de uma língua usam-se sinais


gráficos, designados letras, cujo conjunto ordenado constitui um
alfabeto. Usam-se ainda, em português, sinais adicionais (como os
acentos e o til) que têm a função de indicar de forma mais aproximada
a pronúncia de alguns sons.

O conjunto de normas que estabelece a utilização dos sinais gráficos


constitui a ortografia de uma língua.

Estas normas, no entanto, não permitem representar de forma rigorosa os


sons produzidos pelos falantes, uma vez que a escrita é uma tentativa de
representação da oralidade. Convém, pois, distinguir, de forma clara, os
sons da fala dos sinais gráficos que usamos na escrita para os representar,
tendo em conta que essa representação é apenas aproximada e
convencional.

O alfabeto português compõe-se fundamentalmente de vinte e três


letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z.

A estas juntam-se as letras k, w, y, que têm um uso restrito. Empregando-


se, de um modo geral, apenas em palavras estrangeiras (em particular
nomes próprios e seus derivados) ou em empréstimos, cuja grafia não foi
adaptada ao português, bem como em abreviaturas e símbolos usados
internacionalmente.

Seguem-se exemplos destes caso:

Kant – kantismo – kafkiano; kwanza;

Darwin – darwinismo; Wagner – wagnerisno;

Byron – byroniani; Yeats – yatsiano;

Weber - weberiano; Keynes – keynesiano

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Ketchup, kit, know-how, skate, walkie-talkie, windsurf, workshop;

K – símbolo do potássio; KG – quilograma; KM – quilómetro; yd – jarda.

No alfabeto português as letras maiúsculas têm a mesma


representatividade de ideias, os mesmos acentos gráficos que as
minúsculas, isto é, pode-se escrever, em maiúscula, o que se escreve em
minúsculas. No entanto, existem regras práticas que regem a utilização
de cada uma.

1.1. Utilização de letras maiúsculas

Abaixo, alguns casos de utilização de iniciais maiúsculas.

a) No início de períodos, isto é, no início de um texto, ou depois do


fecho de outro período com: ponto final, ponto de interrogação
de ponto de exclamação, reticência, dois pontos.

Obs.: a virgula é um sinal de separação e não de fecho de período, logo


não admite letra maiúscula na palavra seguinte.

b) Nos substantivos próprios e/ou antropónimos, isto é, nomes de


determinado ser actual ou possível, real ou fictício. Por exemplo:
Costa, Dom Quixote, Manuel, Kiami, Wayami.

c) Nos topónimos, isto é, nomes de lugares. Por exemplo: África,


Angola, Cunene, Huíla, Matala, Palanca, Kwanhama, Ondjiva.

d) Segundo o novo acordo ortográfico, escrevem-se com maiúscula


inicial os nomes que representam festas e festividade, por exemplo:
Natal, Páscoa, Ramadão, Festas da Nossa Senhora do Monte,
Festas do Mar.

e) Nos nomes pertencentes ao calendário, excluindo os dias da


semana. Por exemplo: Março, Inverno, Dezembro, Cacimbo…
(mas: segunda-feira).

f) Nos nomes de raças, povos e população. Exemplo: o Africano; o


Angolano; o Mumuila; Os Massai.

Neste sentido, ocorre o emprego do singular para representar o plural1,


neste caso, o povo em geral. No entanto, quando o substantivo é

1 Singular genérico.

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específico a determinados indivíduos, deve-se escrever em minúsculas.


Exemplo: dois/alguns angolanos; quatro cabo-verdianos, etc.

g) Nos vocábulos fulano, beltrano, sicrano, sempre que nomeiam


pessoas, fazendo as vezes de antropónimos. Exemplo: o Fulano
disse.
h) No nome de pontos cardeais e colaterais quando designam
região. Exemplo: O Norte de Angola; Os mares do Sul; Ela vem do
Nordeste do Brasil…

i) Nas abreviaturas dos pontos cardeais e colaterais. Exemplo: N –


norte, NNE – nor-nordeste; NE – nordeste; E – este, ou leste ou
levante ou oriente; ESSE – és-sueste ou és-sudeste; SE – sueste; S –
sul; SW – sudoeste; W – oeste ou poente ou ocidente…

j) Nos nomes de astros quando a estes se referem de modo concreto.


Exemplo: Terra, Sol, Marte…, (mas, não nos seguintes casos: está
cheio de terra; está ao sol, entre outros).

k) Em palavras que designam altos conceitos. Exemplos: Estado, a


Pátria, a Raça, a Constituição, o País… quando se usam com
dispensas de quaisquer qualificativos. (mas deve-se grafar, o nosso
país, a nossa raça).

l) Nos nomes de disciplinas escolares. Exemplo: aluno de Português,


doutorado em Direito.

m) Nas formas referentes a entidades sagradas. Exemplo: Deus, Maria,


Maomé, Buda, Nzambi Ya Npungo.

n) Com cargos, postos, dignidades hierárquicas, se estão


personalizadas. Exemplo: Presidente da República chega às 10
horas de amanhã; O Director do Liceu manteve uma reunião com
os patrocinadores do projecto educativo.

o) Nos nomes de instituições. Exemplo: Instituto Superior Politécnico


Evangélico do Lubango; Liceu Padre Tomás; Magistério Patrick
Lumumba; Administração Geral Tributária; Agência Nacional de
Tratamento de Resíduos Sólidos.

p) Nas siglas ou nalgumas abreviaturas (ex.: ONU; V. Ex.ª; Eng.ª, Dr.).

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q) Nos símbolos das unidades de medida quando invocam um nome


próprio (ex.: A – Ampere; W – Watt; K – Kelvin).

Nota: são excepções as unidades que indicam tempo, exemplo: h – hora;


min – minutos…, bem como, as unidades de medida, escritas por extenso
(ex.: dois amperes, cinco watts).

1.2. Utilização de letras minúsculas

Em regra geral, a utilização de iniciais minúsculas ocorre em todos os


casos onde é dispensável o recurso às letras maiúsculas. Deste modo,
utiliza-se as iniciais minúsculas nos seguintes casos:

a) Nos dias de semana (ex.: segunda-feira, domingo).

b) Nos colectivos que não representam a totalidade de raças, povos


e populações (ex.: dois portugueses).

c) Nos pontos cardeais e colaterais escritos por extenso (ex.:


sudoeste, sul, norte…, mas não para as suas abreviaturas como,
como vimos acima).

d) Nos nomes de cargo não personalizados (salvo em casos especiais


acima indicados, ex.: todo país precisa de um presidente honesto;
os ministros da saúde sempre fazem o que prometem).

e) Nos titulares de cargo e nos cargos respectivos (ex.: Angola precisa


eleger um ministro da saúde; ele é médico de oftalmologia).

f) Na palavra senhor por extenso, salvo em casos especiais (ex.:


agradeço que o senhor me escreva).

g) Nos nomes das ciências e arte (ex.: os avanços da física; a pintura


conheceu grande evolução no século XV).

h) Nos componentes de títulos e subtítulos: artigos definidos, palavras


inflexivas (ex.: proposições, conjunções, advérbios), locuções, etc.

i) Nos nomes de animais e espécies zoológicos derivados de nomes


próprios (ex.: cão; serra-da-estrela);

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j) Nos nomes comuns derivados de nomes próprios (ex.: camoniano;


pessoano; eduardista; lourenciano; lubanguense).

k) Nos nomes de doenças (ex.: a peste negra, malária…, excepto


quando derivam de um próprio, como por exemplo, a Doença de
Alzheimer; o Mal de Parkinson).

1.3. Utilização facultativa de iniciais maiúscula e minúscula

Segundo o novo acordo ortográfico pode usar-se opcionalmente as


letras maiúsculas e minúsculas nos seguintes casos:

• No início em palavras reverencialmente, aulicamente ou


hierarquicamente: (Igreja/igreja do Bonfim);

• Em categorizações de logradouros públicos, templos, edifícios:


(Largo/largo dos Leões, Palácio/palácio da cultura).

• Para as disciplinas escolares ou quadros de estudos: (a disciplina


de Português/português; doutorou-se em
matemática/matemática).

• Nos axiónimos: (Santa/santa Filomena).

• No princípio de versos (como já é frequente).

1.4. Notas conclusivas:

1. Dado o facto de as regras e excepções sobre a utilização das letras


maiúsculas e minúsculas serem excessivamente extensas,
entendemos resumir a sua utilização no seguinte:

a) Maiúsculas

Constituem casos de utilização de inicial maiúscula os seguintes: começo


de período, antropónimos, topónimos, siglas e algumas abreviaturas,
festas e festividades, nomes do calendário, nomes de raça, povos e
populações, nomes de astros, vocábulos que designam altos conceitos
ou entidades sagradas, cargos, nomes de instituições, regiões
consideradas absolutamente, nomes de disciplinas escolares, títulos de
obras, símbolos de unidades de medida quando invocam um nome
próprio, etc.

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b) Minúsculas

Na generalidade, usam-se minúsculas cada vez mais (os linguistas


presentemente condenam o uso excessivo de maiúsculas).

Constituem casos de utilização da letra minúscula os seguintes: pontos


cardeais escritos por extenso; nomes das ciências e arte; dias de semana;
colectivos que não representam a totalidade; titulares dos cargos
quando não considerados pessoalmente; títulos das obras no que se
refere aos artigos definidos e palavras inflexíveis; muitos símbolos de
unidades de medida, entre outros.

c) No novo acordo ortográfico é opcional a utilização da maiúscula


e minúscula nos seguintes casos: vocábulos usados
reverencialmente, ou hierarquicamente; nas categorizações de
logradouros públicos, templos, edifícios; no nome das disciplinas
escolares; na designação dos axiónimos santa/o; no princípio de
versos, etc.

RECOMENDAÇÃO GERAL:

Se um acento indevido pode ser considerado um erro mais grosseiro do


que um acento esquecido, uma letra minúscula em vez duma maiúscula
poderá ser mais ofensiva do que uma maiúscula em excesso. Na dúvida
sobre que tipo de letra usar, moderadamente, opte pela maiúscula.

NOTA BIBLIOGRÁFICA

Cunha, C. & Cintra, L. (2014). Nova Gramática do Português


Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa.

Filho, D’S. (2006). Prontuário: erros corrigidos de português. Luanda: Texto


Editores;

Nascimento, Z. & Pinto, J. (2006). A Dinâmica da Escrita: como escrever


com êxito. Lisboa: Plátano Editora;

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2. ACENTUAÇÃO
A acentuação é um conceito relacionado com a ortografia (sistema
convencional que representa a correcta escrita da língua) e com a
prosódia (estudo que trata do conhecimento da sílaba predominante,
chamada sílaba tónica).

Para proferirmos correctamente as palavras é necessário que saibamos


sobre os seus sons, fazendo assim o uso de maior ou menor intensidade
conforme a sílaba tónica. Às sílabas de menor intensidade atribuímos o
nome de sílabas átonas, ou seja, sílabas que são pronunciadas com
pouca intensidade tonal.

A acentuação diz respeito ao estudo das regras que disciplinam o uso


adequado dos sinais que indicam a posição da sílaba tónica, entre
outras particularidades, como o timbre e a nasalização das vogais.
É importante compreender que a acentuação é fruto de uma
convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos
ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua
portuguesa é oficial. Grafar correctamente uma palavra significa,
portanto, adequar-se a um padrão estabelecido por lei. As dúvidas
quanto à correcção devem ser resolvidas por meio da consulta a
dicionários e publicações oficiais ou especializadas.

2.1. Sinais auxiliares da escrita


Para transcrever os sons da linguagem falada, não recorremos somente
ao uso das letras do alfabeto. A escrita conta também com sinais
auxiliares que indicam a pronúncia exacta de uma palavra,
determinando, nalguns casos, a sua sílaba tónica. Referimo-nos aos
acentos agudo, grave e circunflexo; ao til, à cedilha, ao apóstrofo e ao
hífen.
O acento agudo ( ´ ) assinala:

a) as vogais tónicas a, i e u, como em pássaro, místico, música;


b) as vogais tónicas abertas e e o, como em exército, café,
hóspede, hóstia.

O acento grave ( ` ) indica a crase, ou seja:

a) a fusão da preposição a com a forma feminina (singular e plural)


do artigo a(s): à, às;
b) a fusão da preposição a com os pronomes demonstrativos,
aquele (s), aquela (s), aquilo: àquele(s), àquela(s), àquilo.

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O acento circunflexo ( ^ ) indica o timbre fechado:

a) das vogais tónicas e e o, como em mês, vêem, pôs, avô;


b) do a seguido de m ou n, como em lâmpada, hispânico.

O til ( ~ ) é colocado sobre as vogais a e o para indicar sua nasalidade.


Veja: mãe, pão, chão, corrimão, comilões, balões, põe, caixões.
A cedilha ( Ç ) é um sinal colocado sob a letra c quando ela aparece
antes de a , o e u, dando-lha valor fonético /s/. Observe: coçar, apreço,
praça, redacção, comunicação, sensação.
O apóstrofo ( ’ ) serve para assinalar a ausência de um fonema,
geralmente uma vogal. Observe: galinha-d’água, pau-d’alho, ‘tá bem!

2.2. Acentuação tónica VS Acentuação gráfica


Em regra geral, as palavras da língua portuguesa têm acento tónico
que indica a sílaba proferida com maior intensidade. À vogal dessa
sílaba pode ou não ser sobreposta o acento gráfico.
Repare nesta famosa brincadeira que se faz com as palavras
sabia/sabiá: "Todo mundo sabia que o sabiá sabia assobiar?" A
brincadeira baseia-se na diferente posição da sílaba tónica nas
palavras sabia (bi) e sabiá (á). Seria possível, ainda, acrescentar à
brincadeira a palavra sábia, cuja sílaba tónica é “sá”. Como se pode
notar nestas palavras, todas contêm sílaba tónica, mas nem todas têm
acento gráfico.
Na língua portuguesa, a sílaba tónica pode aparecer em três diferentes
posições; consequentemente, as palavras podem receber três
classificações quanto a esse aspecto:

a) oxítonas são aquelas cuja sílaba tónica é a última: você, de má,


pó, café, alguém, ninguém, paul, fé, há, ruim, anzol, condor;
b) paroxítonas são aquelas cuja sílaba tónica é a penúltima: gente,
planeta, homem, alto, âmbar, éter, dólar, pedra, caminho,
amável, táxi, hífen, álbum, vírus, tórax;
c) proparoxítonas - são aquelas cuja sílaba tónica é a
antepenúltima: lágrima, trânsito, xícara, húmido, alcântara,
mágico, lâmpada, óptimo, médico, fanático.

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2.2.1. Acentuação gráfica


A acentuação gráfica tem como pré-requisito o conhecimento da
pronúncia das palavras em que fica claro a presença do acento tónico.

Desse modo, podemos aplicar, de início, uma regra geral que facilita o
emprego do acento gráfico:
REGRA GERAL: acentuam-se graficamente aquelas palavras que sem
acento poderiam ser lidas ou interpretadas de outra forma. Ex.:
secretária/secretaria; ambrósia/ambrosia; sábia/sabia/sabiá.
REGRAS PRÁTICAS
1. Recebem acento agudo as oxítonas e os monossílabos tónicos
terminados em “a, e, o” abertos, e acento circunflexo os que
terminam em “e, o” fechados, seguidos ou não de s.
Exemplos: hás, jacaré, pés, sós, dendê, lês, pôs, bisavô.
Incluem-se nessa regra as formas verbais como contá-la, fá-lo-ei, fê-los,
pô-los.

2. Recebem acento agudo todas as palavras proparoxítonas, ou seja,


as que têm na antepenúltima sílaba as vogais “a, e, o” abertas ou
“i, u”.

Exemplos: árabe, exército, gótico, límpido, público.

3. Acentuam-se com circunflexo, as palavras que têm na sílaba


predominante as vogais “e, o” fechadas ou “a, e, o” seguidas de “m
ou n”.
Exemplos: devêssemos, fôlego, lâmina, lâmpada.
Incluem-se nessa regra as palavras terminadas em encontros vocálicos
que são pronunciados como ditongos crescentes.

Exemplos: área, vácuo, mágoa.

4. Acentuam-se com agudo, as paroxítonas terminadas em “i, u”,


seguidas ou não de s, quando na sílaba tónica estão as vogais “a,
e, o” abertas, “i ou u”.

Exemplos: íris, júri, lápis.

• Quando trazem vogais fechadas “e, o” ou “a, e, o” seguidas de m


ou n, acentuam-se com circunflexo.

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Exemplos: dândi.

5. As paroxítonas terminadas em “um, uns” recebem acento agudo na


sílaba tónica.

Exemplos: álbum, álbuns.

6. Acentua-se com agudo o “i e u” tónicos que não formam ditongo


com a vogal anterior.

Exemplos: país, juízo, saía, saúde, viúvo.

7. Não se coloca acento no “i e no u” quando, precedidos de


vogal que com eles não formam ditongo, são seguidos de “l, m, n, r
ou z” que não iniciam sílabas e nh.
Exemplos: contribuinte, juiz, ruim, coroinha.

• Não se coloca acento nos ditongos tónicos “iu e ui” quando


precedidos de vogal.
Exemplos: atraiu, contribuiu, caiu.

8. Coloca-se acento agudo na base dos ditongos abertos “éi, éu,


ói”, quando tónicos.

Exemplos: bacharéis, chapéu, jibóia, rouxinóis.

9. Coloca-se acento agudo nas palavras oxítonas terminadas em


“em ou ens”.

Exemplos: alguém, armazém, convém, convéns, parabéns.

• Não levam acento as paroxítonas terminadas por “ens”.


Exemplos: imagens, jovens, nuvens.

10. A terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos


ter, vir e seus derivados recebem acento circunflexo no “e” da
sílaba tónica.
Exemplos: contêm, convêm, têm, vêm.

11. O acento circunflexo do singular das formas verbais crê, dê, lê, vê
é conservado no plural crêem, dêem, vêem, e nos derivados
desses verbos.

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Exemplos: descrêem, desdêem, relêem, revêem.

12. Coloca-se acento agudo no “a, e, o” abertos e no “i ou u” da


penúltima sílaba dos vocábulos paroxítonos que terminam em l,
n, r e x; e acento circunflexo no “e, o” fechados e no “a, e, o”
seguidos de “m ou n” na mesma situação.
Exemplos: açúcar, afável, éter, hífen, córtex âmbar.

13. Coloca-se acento agudo ou circunflexo na vogal da sílaba tónica


dos vocábulos paroxítonos terminados em ditongo oral.
Exemplos: ágeis, devêreis, escrevêsseis, fôsseis, faríeis, férteis,
fósseis, úteis, túneis.

14. Coloca-se acento grave nas contracções da preposição “a”


com o artigo “a” e com os pronomes demonstrativos “aquele
(a/s), aqueloutro, aquilo”.
Exemplos: à, às, àquele, àquela, àqueles, àquilo, àqueloutro,
àqueloutra, àqueloutros, àqueloutras.

2.3. Acentos diferenciais


Existem algumas palavras que recebem acento excepcional, para que
sejam diferenciadas, na escrita, de suas homónimas. São casos muito
particulares e, por isso mesmo, pouco numerosos.
Convém iniciar essa abordagem lembrando o acento que diferencia a
terceira pessoa do singular da terceira pessoa do plural do presente do
indicativo dos verbos ter e vir: ele tem - eles têm & ele vem - eles vêm.

Com os derivados desses verbos, é preciso lembrar que há acento


agudo na terceira pessoa do singular e circunflexo na terceira do plural
do presente do indicativo:
ele detém - eles detêm
ele mantém - eles
mantêm
ele intervém - eles
intervêm ele provém -
eles provêm ele obtém -
eles obtêm ele convém -
eles convêm

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EXERCÍCIOS

1. Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas.


a) salario – urgencia – cinico – sabado – prejuizo
b) impossivel – comercio – apos – gramatical – economica
c) inteligencia – proposito – tambem – viavel – rubrica
d) apoio – ceus – pagina – fiel – hifen
e) ideais – minimo – comicio – eletrica – itens.

2. “A televisão, hoje talvez a principal caixa de ressonância de


hábitos enraizados na sociedade, não poderia deixar de
incorporá-los e reproduzi-los.”
A palavra graficamente acentuada pelo mesmo motivo da que está
sublinhada, no trecho acima, é:

a) Território
b) baú
c) canapé
d) pólen

3. Atente no trecho abaixo:


“Se tudo correr dentro do cenário optimista montado pelo governo, o
País pode chegar ao próximo milénio em condições de reverter
algumas das distorções históricas do sistema educacional.”

• Das palavras sublinhadas, apenas duas são acentuadas


graficamente por serem paroxítonas terminadas em ditongo
crescente.
Assinale a opção que as contém:
a) cenário e país
b) milénio e próximo
c) próximo e históricas
d) país e históricas
e) cenário e milénio

4. Classifique as palavras destacadas nas frases abaixo, de


acordo com a posição da sílaba tónica:
a) Ninguém sabia o que fazer.
b) Era uma pessoa sábia.
c) Vivo querendo ver o tal sabiá que canta nas palmeiras.
d) Anos antes ele cantara no Teatro Municipal.

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e) Anunciaram que ele cantará no Teatro Municipal.


f) Não contem com a participação dele. Ele alega que nosso
movimento contém interesses particulares e que, por isso,
não está disposto a contribuir para esta causa.
g) Tudo não passou de um equívoco.
h) Raramente me equivoco quando vejo uma pessoa
maldosa.
i) Você conhece alguém que saiba tocar cítara?
j) Ele citara o nome do amigo durante o primeiro
depoimento. Todos aguardam para saber se ele o citará
novamente.

5. As palavras seguintes apresentam-se sem o acento gráfico,


seja ele necessário ou não. Aponte a alternativa em que todas
sejam paroxítonas:
a) textil - condor - mister - zenite - crisantemo
b) luzidio - latex - inaudito - primata - libido
c) exodo - fagocito - bramane - obus - refem
d) novel - sutil - inclito - improbo - interim
e) tulipa - refrega - filantropo - especime – noctívago

6. Não são paroxítonas as palavras:


a) salada - varanda - tarde
b) leite – escada – senhora
c) violetas – brigas – mesa
d) amanhã – última – perdão
e) verdade - presença - janela

7. Devem ser acentuadas todas as palavras da opção:


a) taxi - hifen - gas
b) ritmo - amor - lapis
c) chines - ruim - jovem
d) juriti - gratis - traz
e) açucar - abacaxi – molestia

8. A única alternativa em que nenhuma palavra deve ser


acentuada graficamente é:
a) preto - orgão - seres
b) atras - medo - garoa
c) item - nuvem - erro

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d) juri - governo -odio


e) tatu - cores – carácter

9. Assinale a alternativa em que há erro de acentuação gráfica:


a apóiam - obliqúe - averigúe
b inexcedível - influí - enjôo
c cauím - egoísta - contêm
d órgão - estréiam - saúva
e concluí - além-túmulo – médium

10. Assinale a alternativa que completa correctamente as frases:


1. Cada qual faz como melhor lhe ____________.
2. O que _____________ estes frascos?
3. Neste momento os teóricos ____________ os conceitos.
4. Eles ______________ a casa do necessário.

Opções:
a) convém - contêm - revêem – provêem
b) convém - contém - revêem – provém~
c) convém - contém - revêm – provém
d) convêm - contém - revêem – provêem
e) convêm - contêm - revêem - provêem

11. Assinale a opção, cujas palavras seguem a mesma regra de


acentuação:
a) atrás - haverá - também - após
b) insónia - nível - pólen - película
c) pés - lá - já - troféu
d) centímetros - escrúpulos - fósseis
e) pára - táxi - fácil - tirá-lo

12. As palavras “após e órgãos” são acentuadas por serem,


respectivamente:
a) Paroxítona terminada em s “e” proparoxítona.
b) Oxítona terminada em “o” e paroxítona terminada em
ditongo.
c) Proparoxítona e paroxítona terminada em “s”.
d) Monossílabo tónico e oxítona terminada em “o” seguido de “s”.
e) Proparoxítona e paroxítona.

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NOTA BIBLIOGRÁFICA
Baptista, C. (2014). Gramática Completa da Língua Portuguesa. s/e –
Brasil.
Cunha, C. & Cintra, L. (1984). Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Edições João Sá da Costa: 21ª edição – Lisboa.
Garcia, M. & Reis, B. (2013). Gramática de Língua Portuguesa – Teoria e
Prática. Editora Rideel: 2ª Edição – revisada e actualizada – São Paulo.

Compilação: PH, 2023

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