O documento discute a sinodalidade na Igreja, definindo-a como a forma peculiar na qual a Igreja vive e opera em comunhão. A sinodalidade promove a escuta de todos os membros da Igreja e o discernimento coletivo guiado pelo Espírito Santo. Entraves como o clericalismo e o autoritarismo dificultam uma dinâmica sinodal autêntica.
O documento discute a sinodalidade na Igreja, definindo-a como a forma peculiar na qual a Igreja vive e opera em comunhão. A sinodalidade promove a escuta de todos os membros da Igreja e o discernimento coletivo guiado pelo Espírito Santo. Entraves como o clericalismo e o autoritarismo dificultam uma dinâmica sinodal autêntica.
O documento discute a sinodalidade na Igreja, definindo-a como a forma peculiar na qual a Igreja vive e opera em comunhão. A sinodalidade promove a escuta de todos os membros da Igreja e o discernimento coletivo guiado pelo Espírito Santo. Entraves como o clericalismo e o autoritarismo dificultam uma dinâmica sinodal autêntica.
assunto. É a própria natureza da Igreja: sinodalidade não designa um simples procedimento operativo, mas a forma peculiar na qual a Igreja vive e opera. Espírito de Colegilidade O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente decidida pelo Papa Paulo VI em 15 de setembro de 1965, em resposta ao desejo dos Padres do Concílio Vaticano II de manter vivo o espírito de colegialidade episcopal formada pela experiência conciliar. O QUE É UMA IGREJA SINODAL? É uma Igreja da escuta, ciente de que escutar «é mais do que ouvir». É uma escuta recíproca, onde cada um tem algo a aprender. Povo fiel, Colégio Episcopal, Bispo de Roma: cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o «Espírito da verdade» (Jo 14, 17), para conhecer aquilo que Ele «diz às Igrejas» (Ap 2, 7). (Discurso do Papa Francisco, Cinquentenário da Instituição do Sínodo dos Bispos, 17 de outubro de 2015) O próximo sínodo dos Quem retoma a bispos terá como expressão é o papa tema a sinodalidade. Francisco, que não Mas não é assunto fala apenas de sínodo, apenas daquele um acontecimento, sínodo, e sim de toda mas de sinodalidade, a Igreja e do seu jeito jeito de ser de uma de ser. Igreja sinodal. Diversas e diferentes iniciativas do Papa mostraram sua preocupação com a sinodalidade: os sínodos, o da Amazonia, a Assembleia Eclesial da America Latina e Caribe.
Será preciso pensar nos fundamentos
da sinodalidade e nos entraves que a dificultam. • “A sinodalidade indica o específico modo de viver e trabalhar (modus vivendi et operandi) da Igreja Povo que se manifesta e realiza concretamente o ser comunhão no caminhar juntos, no reunir-se em assembleia e no participar ativamente de todos os seus membros em sua missão evangelizadora” (CTI). • O centro da pregação de Jesus é o Reino de Deus. Uma nova maneira de viver, JESUS E A cultivando novas relações baseadas no amor (Jo 13, 34: PREGAÇÃO amai-vos uns aos outros). SOBRE O REINO • O Reino é diferente do DE DEUS Império, que domina e explora (Jo 18,36: o meu Reino não é deste mundo). • O reino é coletivo baseado no amor. • Muita gente, rapidamente, assimila o Reino com o céu. Mas pedimos na oração: venha nós o vosso Reino! • Jesus convida a todos, a começar pelos excluídos, a participarem do Reino que ele edifica. Seu símbolo maior é o pão partilhado, e sua compreensão passa pela vida doada. • Jesus vive pregando o Reino, e morre por isso. A razão de sua morte é o Reino e sua oposição ao Império, por isso ele morre na cruz. • Mas Deus o ressuscita estabelecendo-o definitivamente como Senhor e Messias que instaura o Reino (At 2,36). A ressurreição de Jesus é o Reino de Deus entre nós. • Os apóstolos, continuadores de Jesus, entendem historicizar o Reino de Deus através da formação de comunidades que vivem em comunhão (At 2,42 : permaneciam unidos no ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na oração, na fração do pão). • A comunidade é o Reino de Deus acontecendo na história. SINODALIDADE NA HISTÓRIA
• A Igreja, desde o principio, se
compreendeu sinodal. Os discípulos eram os do caminho, e não se caminhava sozinho. • At 15: o Concílio de Jerusalém como atitude sinodal frente à questão do conflito entre cristão de origem judaica e de origem pagã. O Concílio de Nicéia (325): solução da questão da divindade de Jesus. Conhecemos seu símbolo de fé. Ao longo da história, inúmeros sínodos, concílios e assembleias aconteceram sempre para orientar a vida da Igreja, guardando-se a unidade e solucionando questões e conflitos. • Não era simples reuniões de bispos, mas de Igreja. Depois, sua compreensão e prática se transformaram e se restringiram aos membros da hierarquia. • O concílio mais recente é o Vaticano II. Depois dele conhecemos na América Latina as Assembleias do Celam, mas no nível local, muitas reuniões e assembleias aconteceram com caráter sinodal. ECLESIOLOGIA DO VATICANO II • O Concílio procurou atualizar a vida da Igreja, e por isso repensou sua natureza e maneira de ser. • “Aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhece na verdade e O servisse santamente” (LG 9). Por isso a compreensão de que a Igreja é Povo de Deus.
É preciso ser povo, não individuo
isolado na vivencia da fé: comunidade.
Para além da colegialidade
episcopal, que reduziria tudo à hierarquia, é preciso pensar a Igreja em sua composição coletiva. • Sinodalidade supõe possibilidade de participação (caminhar juntos) de todos, indistintamente. Por isso, não há divisão rígida entre hierarquia e o povo: o sensos fidei impede uma rígida separação entre ecclesia docens e Ecclesia discens, já que também o Rebanho possui a sua ‘intuição’ para discernir as novas estradas que o Senhor revela à Igreja. “Há ministérios diferentes, serviços distintos que concorrem para o bem do coletivo, não para a promoção do individuo (1Cor 12,4-13).
Reina entre todos verdadeira
igualdade quanto à dignidade e ação comum de todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo” (LG32 • “a totalidade dos fiéis que receberam a unção do Santo (1Jo 2,20.27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do Povo todo, quando este, desde os bispos até ao ultimo dos leigos fiéis, manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes” (LG 12) • Não é à toa que o Vaticano II fala de Povo de Deus antes de falar dos ministérios, porque estes não estão acima da comunidade, mas dentro dela. • O batismo a todos constitui como membros do povo de Deus, com a mesma dignidade. Donde a possibilidade de participação e comunhão. ENTRAVES PARA A SINODALIDADE
Muitos tem medo da Alguns se opõem à
sinodalidade, um sinodalidade porque se pouco como medo de opõem ao Papa perder o controle, a Francisco, e fazem direção. muito barulho. ENTRAVES PARA A SINODALIDADE • Outros assimilam a linguagem da sinodalidade mas a inserem em uma hermenêutica que faz com que tudo continue como antes, falando de um aperfeiçoamento de maneira de proceder. • O clericalismo é o grande entrave para a dinâmica sinodal, porque coloca a questão do poder e do controle ligado ao clero ou seus auxiliares. • Há também o clericalismo no meio do laicato, que ameaça invadir todos os espaços da convivência eclesial. Mina o comportamento comunitário e estabelece dominação. • O carreirismo também existe no meio do laicato e pensa a promoção e o subir na vida! O Papa Franciso já chamou isso de mundanismo espiritual. • Os donos do poder temem uma Igreja participativa. Onde ficaria o poder? A DINÂMICA DA SINODALIDADE
“A sinodalidade consite em ver
como articulamos a diversidade O que se procura construir: para que a unidade não seja uma Igreja de comunhão e rompida, mas tem que ser uma participação, que acolha todas unidade sinfônica para melhor as pessoas e lhes assegure o exercer a missão neste mundo direito de ser Igreja. que temos”. Quer-se uma Igreja que não seja autorreferencial, mas em saída: centrada nas necessidades do mundo que precisa ser evangelizado. A Igreja não estar fora do mundo.
“A sinodalidade é vivida na Igreja a
serviço da missão... A Igreja é chamada a ativar em sinergia sinodal os ministérios e os carismas presentes na sua vida para discernir os caminhos da evangelização na escuta da voz do espirito” (CTI). • Não a nós mesmos, não a autoridade, mas a realidade. Deus nos fala no real. Não é preciso temer a sociedade, porque não se separa alma do corpo. OUVIR • A sinodalidade nos convida a ouvir aqueles que normalmente não são ouvidos, não tem voz. Por isso trata-se de inclusão e de ser Igreja que possibilite efetivamente a participação de todos. • Construir a cultura do encontro, porque ouvir conduz ao diálogo. Encontrar-se com os outros para dialogar, e dialogar para conviver. • Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente na história (EG). • A convivência, no respeito e na fraternidade, são sinais da presença do Reino no mundo. • Claro que se quer uma igreja sinodal, acolhedora e fraterna. Não separada da sociedade, mas como seu fermento, para que todos possam viver a dinâmica da paz e da solidariedade. • Afinal somos discípulos missionários do mestre que veio para que todos tenham vida, e a tenha em abundancia (Jo 10, 10). CRÉDITOS
PROF. PAULO DAVID OLIVEIRA SILVA
PUBLICADO NO SLIDESHERE E BLOG SABERES – SABOREANDO. FOCO NA EDUCAÇÃO E MISSÃO.